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FACULDADE DE DESENHO DE TATUÍ

BREVE HISTÓRICO SOBRE O AUTISMO: DA INFÂNCIA À VIDA


ADULTA

Atendimento Educacional Especializado


Orientador: Viviane A S Rodrigues
Michelly Nikoleski Oliveira
m.nikoleskioliveira@gmail.com
Sonia Fernanda Madoglio
fernandamadoglio@hotmail.com
Valeria Vassao Alcides
valeria_vassao@hotmail.com

RESUMO

A pesquisa aborda uma breve descrição sobre o Autismo, seu desenvolvimento,


possíveis causas e tratamento. Trata sobre a base do programa educacional TEACH,
dedicado a prestar melhoria nos serviços voltados ao atendimento do espectro. Base
esta voltada para o atendimento psicolinguístico e psicoterápico comportamental. No
trabalho realizado com autistas encontramos opções distintas, o que gera uma
sucessão de interpretações no que tange suas caracterização e possíveis modelos de
intervenção. O objetivo da pesquisa é levar o leitor a ter uma visão sobre a pessoa
com Transtorno do Espectro Autista de forma a facilitar sua adaptação ao ambiente
escolar para que os professores se apropriem de ferramentas para colaborar com o
desenvolvimento dos autistas. O objetivo do método consiste em capacitar os
indivíduos autistas a atuar com o maior grau de independência possível em sua vida
pessoal, para chegar à idade adulta com o máximo de autonomia possível. Esta
pesquisa foi de cunho bibliográfico e após pesquisa em várias fontes conclui-se que
ainda não há cura para o Autismo, entretanto existem terapias psicossociais e
comportamentais que podem ajudar a minimizar o comportamento do espectro a
1

convivência e desenvolvimento escolar e a pessoa possa viver com melhor qualidade


de vida.

PALAVRAS-CHAVE: Autismo, metodologia Teachh ,Desenvolvimento da criança


autista.

INTRODUÇÃO
A presente pesquisa aborda as problemáticas com relação as produções
textuais de crianças já alfabetizadas, desde a formação do professor até a sua
prática em sala de aula.

A relevância deste tema surgiu a partir da necessidade de ampliar e


compreender o processo de ensino e de aprendizagem sobre as técnicas para
produzir textos eficazes, coesos e coerentes.

desenvolvimento desta criança para facilitar o trabalho do professor em sala de aula.


De acordo com Schwartzman (2003), as intervenções educacionais ou pedagógicas
são as que podem dar resultados mais significativos e um programa educacional que
vem sendo utilizado e proporcionando bons resultados é o TEACCH, inicialmente
aplicado no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e que vem sendo
utilizado em diversos países, entre eles o Brasil.
Segundo o MEC e a SEESP (2004) o método foi desenvolvido na década de
sessenta pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na
Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos é o ponto de partida para uma
visão realista dessa criança, que a princípio é muito inteligente, mas fechada em uma
“redoma de vidro”, ou seja, incomunicável por decisão dela própria.

A partir das reflexões, esta pesquisa quer contribuir para a prática docente
no ensino da produção textual de forma a facilitar a para que os professores tenham
ferramentas para colaborar com o desenvolvimento do ...

I. AUTISMO
Foi introduzido o termo autista na literatura psiquiátrica, em 1906 por Plouller,
ao estudar pacientes que tinham diagnóstico de demência precoce (esquizofrenia).
Mas o primeiro a difundir o termo autismo, foi Bleuler, em 1911, definindo-o como
perda de contato com a realidade, causada pela grande dificuldade ou impossibilidade
2

da comunicação interpessoal. Referiu-se ao autismo como transtorno básico da


esquizofrenia, que consistia na limitação das relações com o mundo externo e
pessoais, parecendo excluir tudo que parecia ser o “eu” da pessoa. (CAMARGOS,
2005)

Segundo Kanner (1943 apud CAMARGOS 2005), “assim, teremos que supor
que estas crianças tenham vindo ao mundo com uma incapacidade inata para formar
os laços normais, de origem biológica, de contato afetivo com as pessoas. . .”

O autismo infantil pode ser considerado um distúrbio do


desenvolvimento caracterizado por um quadro comportamental
peculiar e que envolve sempre as áreas da interação social, da
comunicação e do comportamento em graus variáveis de
severidade; este quadro é, possivelmente, inespecífico, e
representa uma forma particular de reação do sistema nervoso
central frente a uma grande variedade de insultos que podem
afetar, de forma similar, determinadas estruturas do sistema
nervoso central em períodos precoce do desenvolvimento.
(SCHWARTZMAN, 2003, p. 11)

Para Schwartzman (2003), o autismo não deve ser compreendido como uma
doença específica e sim como uma síndrome, pois é um anexo de sintomas e sinais
que podem ser determinados por estar unidos a um grande número de condições
diversas.
Os primeiros estudos apresentavam limitações metodológicas relativas à
distinção do autismo de outras formas de psicose infantil. Com o tempo, os estudos
tornaram-se mais confiáveis com uma maior homogeneização dos conceitos, mas
ainda com divergências fundamentais. Quando se define rigorosamente o autismo,
são relatadas taxas de dois casos para 10 mil habitantes, já com definições menos
austera, são encontradas taxas de prevalência de 4 a 5 por 10 mil habitantes.
(CAMARGOS, 2005)
O autismo é predominante no sexo masculino, sendo relatadas razões de 4:1
ou 5:1, em relação ao sexo oposto. No entanto quando o sexo feminino é atingido, isto
ocorre com maior gravidade. Diversas amostras comparadas sugerem que a maioria
dos indivíduos autistas funciona dentro de faixa de retardo mental (APA, 1995; Kaplan
e Sadock, 1993; Lewis, Melvin, 1995; OMS, 1993 apud CAMARGOS Jr., 2005).

SegundoWing (1980 apud GAUDERER, 1987), não se sabe por que os


meninos são mais acometidos dessa deficiência, porém, a maioria das condições em
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que problemas de linguagem são importantes ocorre com maior frequência no sexo
masculino.
Para Schwartzman (2003), é provável que existam algumas causas para esta
incidência nos meninos, conforme uma das teorias propostas, e uma delas seria a
presença de elevados níveis de testosterona (hormônio masculino) presente durante
a formação do cérebro nos homens. Para esta teoria, a existência de altos níveis de
testosterona formataria o sistema nervoso central (SNC) de maneira a deixá-lo mais
suscetível a certas condições patológicas. Esta razão elucidaria, em partes, algumas
das divergências cognitivas que existem entre homens e mulheres.
De acordo com Gauderer (1987), dos males do ser humano, nenhum se depara
com tanto preconceito, desinformação e absurdos como as doenças ditas
psiquiátricas. Chega-se ao absurdo de questionar se certas patologias, como a
esquizofrenia, seriam realmente uma doença ou uma nova forma adaptativa de vida.
E conclui-se, que doenças comportamentais e psiquiátricas são diagnosticadas com
grande dificuldade. E do seu ponto de vista, a mais trágica, a que causa maior
perplexidade e gera maior tumulto emocional é o autismo. Filhos autistas são
vivenciados pelos pais não só como tragédia, mas como se fosse um objeto, sem calor
humano. E ainda afirma que perante o autismo qualquer pessoa fica perplexa e se
sente impotente, sendo acometidas famílias de qualquer configuração racial, étnica e
social. Não foi provada nenhuma causa psicológica no meio ambiente dessas crianças
que possa causar autismo.

Durante a gestação ou após o nascimento ainda não é possível diagnosticar o


autismo, por teste ou exame de sangue, este diagnóstico é comportamental. Seus
maiores déficits apresentam-se nas áreas de socialização, comunicação e
imaginação. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1908 apud MOREIRA).

1.1 SINTOMAS APRESENTADOS POR CRIANÇAS AUTISTAS

De acordo com Gauderer (1987), os sintomas do autismo são manifestados


sempre antes dos 30 meses de idade. Portanto é difícil determinar de maneira
retrospectiva o início dos sintomas, a menos que as pessoas que cuidaram dessa
criança nos primeiros anos possam dar informações precisas sobre o
desenvolvimento da linguagem, sociabilidade ou de sua capacidade de brincar nesta
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fase. Pais de filhos únicos podem ter maior dificuldade para perceber o problema antes
de compararem a outras crianças.
Segundo Gauderer (1987), os sintomas são causados por disfunções físicas do
cérebro verificadas pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o
indivíduo, sendo alguns deles:

 Distúrbios no ritmo de aparecimento de habilidades físicas, sociais e


linguísticas.
 Reações anormais a sensações. As funções ou áreas mais afetadas são:
visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o
corpo.
 Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do
pensar presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de
ideias. Uso de palavras sem associação com o significado.
 Relacionamento anormal com objetos, eventos e pessoas. Respostas
não apropriada a adultos ou crianças. Objetos e brinquedos não usados de
maneira devida.
Segundo o MEC e a SEESP (2004), também fazem parte dos sintomas:
 Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabaram de falar)
ou ecolalia tardia (repetição do que outras pessoas falaram há algum tempo,
repetição de comerciais de TV, de falas de filmes ou novelas etc.).
 Hiperatividade, ou seja, constante agitação e movimento (ocorre em
grande número de crianças) ou extrema passividade (ocorre em um
número menor de crianças).
 Contato visual deficiente, ou seja, a criança raramente olha nos olhos do
professor, dos pais ou de outras crianças.
 Comunicação receptiva deficiente, ou seja, a criança apresenta grandes
dificuldades em compreender o que lhe é dito, não obedece a ordens
nem mesmo simples e muitas vezes não atende quando chamada pelo
nome.
 Problemas de atenção e concentração.
 Ausência de interação social, ou seja, a criança não brinca com outras
crianças, não procura consolo quando se machuca e parece ignorar os
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outros. Pode rir ou chorar, mas sempre dando a impressão de que isso
diz respeito apenas a ela mesma.
 Mudança de humor sem causa aparente.
 Usar o adulto como ferramenta, como levar o adulto pela mão e colocar
a mão do adulto na maçaneta da porta para que a abra.
 Ausência de interesse por materiais ou atividades da sala de aula.
 Interesse obsessivo por um objeto ou tipos de objetos, por exemplo, a
criança pode ter obsessões por cordões de sapatos, palitos de dentes,
tampinhas de refrigerantes etc.
 Eventualmente uma criança com autismo pode aprender a ler sozinha
antes dos quatro anos sem que ninguém tenha percebido como ocorreu.
De acordo com o MEC e a SEESP (2004), normalmente nem todas estas
características aparecem ao mesmo tempo. As pessoas com autismo podem ser
afetadas por diversas características que abrangem desde distúrbios sociais leves
sem deficiência mental até deficiência mental severa.

1.2 HISTÓRIA DO DESENVOLVIMENTO E CURSO CLÍNICO


De acordo com Gauderer (1987), foram relatados dois tipos de
desenvolvimento. Em um deles os sintomas se manifestam desde o nascimento, onde
a mãe acha o seu bebê estranho. Ele não demonstra gostar de companhia,
dificilmente chora, aparentemente não necessita de estimulação. Torna se mole ou
rígido quando levantado, é tido como bebê muito bom, que não reclama ou chora, ou
ocorre extremamente o contrário: mostra se muito irritado e reage exageradamente a
qualquer forma de estímulo.

1.2.1 DE ZERO A SEIS MESES


Para Gauderer (1987), nesse período a criança pode continuar a não requerer
muito. Não nota a chegada ou saída da mãe. Demora a responder sorrisos ou não
responde. Com quatro ou cinco meses não possui os movimentos antecipatórios de
levantar os braços, quando alguém vai pegá-lo.
E ainda, pode demonstrar desinteresse por objetos como o móbile, o chocalho
ou no movimento dos mesmos, mas reagir exageradamente a alguns sons. Pode não
aparecer os balbucios ou estar atrasados.
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1.2.2 DE SEIS A DOZE MESES


De acordo com Gauderer (1987), após o sexto mês de vida o bebê tem boa
aceitação de alimentos pastosos, mas pode acontecer de haver recusa aos alimentos
mais sólidos. Caso não haja uma intervenção para modificação do comportamento
alimentar, é normal essas crianças ingerirem durante anos comida batida no
liquidificador. Algumas etapas do desenvolvimento como engatinhar, sentar, tentar
levantar e começar a andar normalmente estarão atrasadas ou podem estar
adiantadas. É observável em diversas áreas que a sequencia do desenvolvimento é
irregular.
E ainda para o autor o bebê autista de seis a doze meses não é afetuoso.
Normalmente não revela ansiedade ou medo de estranhos, reação normal e saudável
numa criança de oito meses. Aos 10/11 meses não brinca de “esconder” ou bater
palmas. Aos 12 meses não acena “até logo” com a mão. É normal desenvolver
algumas palavras e poucos meses depois deixar de usá-las. Além da ausência de
comunicação verbal possui deficiência de comunicação não verbal. Esse bebê pode
de repente mostrar-se aflito ou em pânico com os mesmos barulhos que permanecia
indiferente anteriormente.

1.2.3 DO SEGUNDO AO SEXTO ANO


Segundo Gauderer (1987), aos dois anos de idade a criança demonstra
interesse por estimulações em diversas áreas, ocorrendo manifestações de
maneirismo1. Ela observa com atenção e de perto, objetos em movimento. Demonstra
curiosidade com a exploração de diversos materiais sobre os quais passa a mão.
Passa a ser repetitivo numa criança autista o observar atento das mãos e o seu
movimento dos dedos (fenômeno normal numa criança de seis meses). A criança
autista pode adquirir permanentemente o hábito de caminhar na ponta dos pés,
também apresenta movimentos de se ninar, bater com a cabeça ou balançar a cabeça
de um lado para o outro.
E ainda, a criança de dois a três anos tem pouco ou nenhum interesse por
brinquedos. A imaginação e a fantasia são poucas ou ausentes, tem grande interesse
por objetos que rodam. A falta de interesse por brinquedos é acompanhada da

1
Maneirismo – Ausência de naturidade; artificialismo, afetação, refinamento( nas atitudes na linguagem e
nas manifestação artísticas).
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indiferença para com as pessoas, é normal uma criança autista não olhar para os
olhos do interlocutor. Quando quer algo, não pede, move a mão da pessoa para levar
até o objeto desejado.
De acordo com Gauderer (1987), a maioria dos sintomas mencionados perdura
até o quarto e quinto ano, mas com menor intensidade, não se sabe ao certo o motivo
da melhora, a hipótese de maior maturação do sistema nervoso central não é
aceitável. É importante mencionar que essa melhora ocorre em crianças não tratadas,
o que nos obrigada a questionar a validade de um tratamento. Por volta do quinto ano,
a fala continua ausente ou com poucas palavras. Quando há alguma fala observa-se
uma ecolalia, a criança repete palavras ou frases fora do contexto ou à margem de
uma conversação. Também ocorre a substituição do pronome “eu” por “você” ou “ele”.
E conforme o autor, aos seis anos nota-se uma evolução através de mudanças
na sintomatologia, que se torna menos aparente e uma situação clínica bastante
imutável. Caso a linguagem não seja usada de maneira consciente até os cinco anos,
provavelmente não venha se desenvolver. A criança perde bem as características de
autista e se parece mais com uma criança deficiente mental ou retardada. A criança
continua alheia e emocionalmente distante, também pode ser hiperativa, impulsiva,
agitada e com pouco autocontrole.

1.2.4 ADOLESCÊNCIA E IDADE ADULTA


Com o aumento da idade os autistas ficam cada vez mais parecidos com os
portadores de retardo mental, isso se deve ao fato de que as características autistas
da infância vão desaparecendo. E aqueles que desenvolveram a linguagem se
assemelham aos indivíduos portadores de esquizofrenia. Possuem dificuldade no
relacionamento interpessoal, diversas deficiências cognitivas e intelectuais. Sendo
diagnosticados erroneamente como portadores de esquizofrenia, com ou sem retardo
mental. (GAUDERER, 1987).

1.3 QUAIS SÃO AS CAUSAS?


De acordo com LornaWing (1980), alguns psiquiatras sugerem que os
problemas são todos de origem emocional, causados por distúrbios de personalidade
dos pais e devido ao modo com que lidaram com a criança desde o seu nascimento.
Esse tipo de teoria não convence, por diversas razões. Primeiro, estudos metódicos
de pais de crianças autistas não demonstraram nada anormal em suas
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personalidades, a não ser os problemas comuns a pais de crianças deficientes em


geral. Segundo, a maioria desses pais tem outros filhos perfeitamente normais. É
muito raro o caso de duas crianças autistas na mesma família. Em terceiro lugar,
nenhum dos bons estudos de instituições antiquadas, onde os bebês realmente eram
carentes de cuidado materno, mostraram aumento da incidência de autismo infantil
precoce.
E ainda, a maioria das evidências disponíveis no momento indica uma causa
orgânica. Em alguns casos há uma grande incidência de início de comportamento
após uma doença como encefalite (inflamação do cérebro). Devido à doença física ou
lesão afetando o cérebro e o sistema nervoso central, quase metade das crianças
autistas tem outras deficiências. É uma proporção alta para a associação ser apenas
coincidência. Há possibilidade de que o problema seja um desenvolvimento muito
lento nas partes do cérebro devido a uma causa genética, nas crianças onde não
foram encontrado evidência de anomalia orgânica.
Kanner (1943 apud CAMARGOS, 2005), descreveu sob o nome
“DistúrbiosAutísticos do Contacto Afetivo” um quadro caracterizado por isolamento
máximo, obsessividade, estereotipias e ecolalia. Relacionando este conjunto de sinais
a fenômenos da linha esquizofrênica.
Para Ritvo (1976 apud CAMARGOS, 2005) o autismo está relacionado a um
déficit cognitivo, considerando-o, não uma psicose, e sim um distúrbio do
desenvolvimento.
Gillberg (1990 apud CAMARGOS, 2005), cita que “é altamente improvável que
existam casos de autismo não orgânico” destacando que “o autismo é uma disfunção
orgânica – e não um problema dos pais – isso não é matéria para discussão. O novo
modo de ver o autismo é biológico.” E ainda considera o autismo como uma síndrome
comportamental com etiologias múltiplas em consequência de um distúrbio de
desenvolvimento.

1.3.1TRATAMENTO
De acordo com Camargo (2005), precisa ficar esclarecido que as crianças
portadoras de autismo melhoram mesmo sem o tratamento. Mas com o tratamento
correto chegam próximo à sua potencialidade. Para o profissional o período do
tratamento pode se tornar o melhor do mundo ou o mais dolorido.
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Segundo Schwartzman (2003), o autismo infantil é uma condição crônica,


caracterizada pela existência de prejuízos relevantes em diversas áreas de atuação
do indivíduo, portanto, o tratamento precisa ser conduzido por uma equipe
multidisciplinar com profissionais de diferentes formações. Ainda não existe a cura
para o autismo, de acordo com os critérios médicos tradicionais a cura seria conseguir
com que os portadores de autismo se comportassem, em todos os sentidos, como os
indivíduos ditos normais, mas isso não acontece. O que se consegue com frequência,
é a redução dos comportamentos anormais e dos prejuízos presentes.
E ainda para o autor, o tratamento deverá almejar a maior independência
possível para o indivíduo em todas as áreas de atuação. Todos os autistas precisam
de alguma forma específica de educação e intervenções comportamentais. Com
exceção de alguns casos raros de crianças autistas excepcionalmente bem dotadas
e que tem tido condições de acompanhar o currículo normal em escolas regulares.
Com as técnicas de Modificação Comportamental tem obtido bons resultados no
tratamento do autismo, principalmente nos casos mais comprometidos.
De acordo com Schwartzman (2003), o psicólogo tem uma participação
indispensável na equipe de diagnóstico e tratamento tanto para a avaliação do
paciente quanto ao tratamento de orientação sistemática à família e,
esporadicamente, ao trabalho de tipo psicoterapêutico em uma minoria de autistas de
bom rendimento.
As técnicas de Modificação Comportamental têm sido bastante utilizadas e tem
dado bons resultados, principalmente nos casos de maior comprometimento. Elas
podem ser utilizadas como auxiliar na sala de aula, onde uma tarefa complexa pode
ser dividida em etapas lógicas auxiliando o aprendizado. Os Métodos
comportamentais também podem auxiliar na redução de comportamentos
indesejáveis que atrapalham o funcionamento da criança. (SCHWARTZMAN, 2003).
Para Schwartzman (2003), sem dúvida as intervenções educacionais ou
pedagógicas são as que podem dar resultados mais significativos. As crianças
autistas apresentam melhores rendimentos em classes pequenas e bem estruturadas.
Um programa educacional que vem sendo utilizado e apresentando bons resultados
foi elaborado pela Division TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related
Communication-Handicapped Children): diz respeito de a um programa inicialmente
aplicado no Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e que vem sendo
utilizado em diversos países, entre eles o Brasil.
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É importante lembrar que o tratamento farmacológico jamais deverá ser


considerado como o tratamento de base e prioritário do autismo infantil. Poderá ser
usado em alguns pacientes em determinados períodos, diante de certos
comportamentos, que podem responder a algum dos diversos medicamentos
disponíveis.
Para Schwartzman (2003), a Comunicação Facilitada, técnica que vem sendo
utilizada nos anos atuais em autistas, utiliza um teclado ou cartões onde são
reproduzidas as letras do alfabeto, por onde se tenta fazer que o paciente se expresse
com a ajuda de um “facilitador”, sendo este, um profissional que segura ou ampara a
mão e/ou o braço do paciente. E ainda as técnicas de Comunicação Alternativa, como
a linguagem de sinais, o uso de computadores, etc., podem e precisam ser utilizadas
em autistas que apresentam bom rendimento e habilidades de leitura e escrita.
Conforme o autor existe uma grande procura pelas “Terapias Alternativas”,
maneiras não ortodoxicas de tratamento, normalmente baseadas em pressupostos
teóricos duvidosos e que demonstram resultados satisfatórios em alguns pacientes.

Autistas com bom rendimento intelectual poderão chegar, como


adultos, a ter vida independente, mas continuarão a ser solitários, a
apresentar padrões peculiares de fala e comunicação, e raramente
chegarão a constituir uma família. Embora alguns autistas possam
chegar, portanto a ter vida independente, cerca de 70% deles
necessitarão, como adultos, de algum tipo de auxílio próximo e
assistência permanente. (SCHWARTZMAN, 2003, p. 121)

Segundo Schwartzman (2003), pode-se dizer que os estereótipos e isolamento


social diminuem com o passar do tempo, e o adulto autista funciona, habitualmente,
como portador de deficiência mental severa sem autismo, mas com linguagem
carente, melhor condição de resolver problemas, e menor interação social.

II.METODOLOGIA TEACCH

TEACCH-Treatment and Education of Autistic and Related Communication


Handicapped Children (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficits
11

Relacionados à Comunicação) - é um programa que envolve as esferas de


atendimento educacional e clínico em uma prática predominante psicopedagógica.

Ele teve sua origem em 1966, nos Estados Unidos, na Universidade da Carolina
do Norte (Escola de Medicina,Divisão de Psiquiatria).Foi criado pelo Dr.Eric Scopler
através de um projeto de pesquisa que provocou questionar a prática clínica daquela
época, na sociedade americana, em que se acreditava que o autista tinha uma causa
emocional.Para esse grupo de pesquisadores incomodava a ideia clássica referente
aos pais:que esses seriam os agentes causadores da doença de seus filhos e que,
portanto, deveriam ficar colocados fora do processo terapêutico.

Em 1972, o Programa TEACCH recebeu autorização, através da Assembleia


Geral do Estado da Carolina do Norte, para que então fosse constituída a Divisão
TEACCH, localizada no Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina, das
Universidades da Carolina do Norte, em Chapel Hill, Estados Unidos. Esse foi o
primeiro programa estadual reconhecido com base em programa comunitário
dedicado a prestar melhoria nos serviços voltados ao atendimento da patologiado
autismo e suas consequências em indivíduos portadores da síndrome, bem como em
seus familiares.

A Divisão TEACCH tem desde então servido como modelo internacional de


como estruturar locais de atendimento a indivíduos autistas, operando em seis centros
regionais na Carolina do Norte, abrangendo áreas como avaliação, desenvolvimento
de currículos individualizados, treinamento de habilidades sociais, treinamento de
atividades vocacionais, aconselhamento para pais e formação sobre o programa
TEACCH para profissionais da área. Além disso, a equipe clinica dessa divisão presta
assessorias a salas de aula, residências especiais e outros serviços comunitários
voltados ao bem-estar de indivíduos com autismo na Carolina do Norte. Também no
ano de 1972 o Programa TEACCH recebeu uma premiação – Gold Achievement
Award – pela Associação Americana de Psiquiatria, por estabelecer um nível
excelente de pesquisas produtivas relacionadas a transtornos do desenvolvimento e
implantar uma efetiva aplicação clínica do suporte teórico estudado.

Schopler (1991) afirma que a proposta do TEACCH é transcultural, que pode


ser transferida para outros países com outras culturas com as devidas adaptações.
12

No entanto, ele cita como exemplos a Bélgica e a Inglaterra, países socialmente


desenvolvidos cujos governos assumem boa parte da responsabilidade política e
financeira, nas áreas de saúde e educação, assim como participam da sensibilização
da comunidade.

No relatório anual do TEACCH (1991-1992), é comentado que muitos países


têm adotado legislação dando direitos a oportunidades educacionais para todas as
crianças, e tem tomado a proposta como modelo de atendimento. (Vatavuk, Marialice
de Castro)

“Método TEACCH" (119 -142), In: Transtornos Invasivos do Desenvolvimento


Infantil, editado por Francisco B. Assunção Jr., São Paulo, Lemos Editorial,
1997.)www.profala.com.br

No Brasil, a sua utilização iniciou em 1991, no Centro TEACHH Novo Horizonte,


em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e vem sendo ampliada para outros Estados
(Lewis, 1995), seguindo com fidedignidade2 os parâmetros estabelecidos
originalmente pelo Dr. Schopler, tendo recebido, inclusive, o seu apoio para a
utilização do nome “Centro TEACHH Novo Horizonte”.

2.1 TEACCH: e sua importância na evolução do comportamento autista

Os comportamentos adaptativos socialmente desejados que faltem no


repertório dos autistas variam de indivíduo para indivíduo. Podem ser habilidades
acadêmicas (ler,escrever,discriminar cores,contar,etc.),atividades de vida diária
(vestir-se, alimentar-se,etc.),sociais (saber manter uma conversa, namorar,fazer
compras, andar sozinho na rua,etc.) ou profissionais (ter um trabalho ou ocupação).
Todos esses comportamentos adaptativos merecem um programa individualizado
para ser desenvolvido no grupo, segundo suas competências e dificuldades
observadas e registradas, e não a partir das supostas “características típicas da
síndrome”.

Fidedignidade: (fidedigno+i+dade) Qualidade ou caráter de fidedigno.


2
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O atendimento terapêutico sob forma de grupos tem sido mais eficaz através
de técnicas de modificação de comportamento, mais precisamente, sob os princípios
da metodologia TEACHH, que associa a essas técnicas o estudo da psicolinguística.
De cada abordagem foram retirados determinados elementos que, juntos,
enriqueceram e deram suporte teórico à prática clínica do TEACCH.

A influência da psicoterapia comportamental está clara na ênfase dada à


estrutura, particularmente nos estágios iniciais do aprendizado de repertório de
conduta básicos, na especificação de comportamentos-alvos, bem como nas suas
condições e consequências ao se eliciar determinada conduta e também ao propiciar
o alcance de repertórios com o uso de reforçadores e inspiradores (realizar pelo e com
o sujeito).

A preocupação fundamental desse aspecto é trabalhar diretamente sobre os


comportamentos observáveis do individuo, tentando aumentar o seu repertório de
comportamentos adequados e diminuir e/ou modificar os comportamentos
inadequados que o caracterizam como individuo autista. Procura se transformar seu
“funcionamento autista” ou “anormal” de atuar no meio ambiente físico e social,
visando a diminuir ou neutralizar os efeitos negativos do estigma.

Quanto à base psicolinguística, essa se evidencia nas categorias de


comunicação propostas e utilizadas pela metodologia e na importância atribuída à
escolha de objetivos que sejam compatíveis, o mais próximo possível, com a idade
cronológica do estudante com autismo.

Foram constituídos, dessa forma, princípios norteadores desse trabalho:

● Busca de entendimento exaustivo de como é, como pensa, como age,


tanto a criança quanto o adolescente autista.

● Determinação de objetivos específicos e claramente definidos com


relação à terapia.

● Especificação dos repertórios de comportamento que a criança pode ou


não desempenhar, sem fazer uso de rótulos, categorização e interpretações.

● Elaboração de planos terapêuticos individuais (que podem ser


desenvolvidos em grupo) com clara definição da resposta esperada.
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● Atenção constante naquilo que vemos a criança ou o adolescente fazer,


com registros imediatos.

● Seleção cuidadosa de comportamentos que sejam relevantes.

● Divisão do comportamento final esperado em tantos passos quantos


forem necessários, numa sequência progressiva e repetida.

● Utilização de reforçadores e de estímulos de preparação como recursos


disponíveis ao plano terapêutico.

● Uso de comunicação alternativa como: linguagem por fotos e cartões


/linguagem gestual/linguagem verbal curta e objetiva.

2.2 Metodologias TEACHH e seus objetivos

Capacitar indivíduos com autismo a atuar com o maior grau de sentido e


independência possível em sua vida pessoal. É possível observar que as bases do
método TEACHH, ou seja, a psicoterapia comportamental e a psicolingüística,
convergem para os princípios de funcionalidade (expressa pela visão
comportamental) e da pragmática (expressa pela visão psicolingüística).

O objetivo máximo do TEACCH é apoiar o portador de autismo em seu


desenvolvimento para ajudá-lo a conseguir chegar à idade adulta com o máximo de
autonomia possível. Isto inclui ajudá-lo a compreender o mundo que o cerca através
da aquisição de habilidades de comunicação que lhe permitam relacionar-se com
outras pessoas, oferecendo-lhes, até onde forem possíveis, condições de escolher de
acordo com suas próprias necessidades.

A meta fundamental é o desenvolvimento da comunicação e da independência


e o meio principal para isto é a educação. A avaliação é a ferramenta para a seleção
de estratégias, que deverão ser estabelecidas individualmente.

O TEACCH desenvolveu o PEP – Perfil Psicoeducacional em 1976 por


Schopler e Reichler, com a finalidade de avaliar habilidades e déficits de crianças
portadoras de autismo, assim como seu nível de desenvolvimento em nove diferentes
áreas funcionais e comportamentos incomuns em quatro áreas de patologia.
15

O TEACCH ao contrário de métodos comportamentais não ataca os problemas


de comportamento diretamente, mas tenta analisar e eliminar as suas causas. Isto
não quer dizer que técnicas de modificação de conduta sejam completamente
eliminadas do método, mas que estas são utilizadas em situações de risco, nos casos
em que as medidas tomadas de acordo com o critério anteriormente descrito não
tenham sido eficazes.

De acordo com as pesquisas realizadas pelo TEACCH e a experiência


adquirida ao longo dos anos o ensino estruturado é o meio facilitador mais eficiente
para a “cultura do autismo”. O ensino estruturado é o apoio para que o aluno autista
consiga superar os déficits relacionados ao autismo e ser bem sucedido em sua
experiência de aprendizado.

Entre os déficits relacionados ao autismo que dificultam especialmente o


aprendizado poderíamos destacar:

● Dificuldades na linguagem receptiva ou compreensão da linguagem. A


maioria dos alunos autistas da sala de aula não compreende a linguagem tanto como
possa pensar o professor e isto pode ser mostrado pelo aluno através falta de iniciativa
ou de problemas de comportamento de gravidade variada

● Dificuldade na comunicação expressiva não conseguindo comunicar


quando está cansado, com calor, com fome ou mesmo com dor a não ser através de
birras ou agressões.

 Dificuldades de memória sequencial, podendo não reter na memória


sequências de eventos, mesmo que familiares, ficando ansiosos por não
saber o que esperar ou quando algo diferente pode vir ao correr.

● Hipersensibilidade sensorial – que pode fazer com que coisas ou


barulhos corriqueiros os façam perder o controle ou distrair-se mais facilmente do que
seria esperado.

● Falta de interação social – que geralmente faz com que a criança não se
motive simplesmente pela vontade de agradar o professor ou para receber seus
elogios.
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Estruturar fisicamente o ambiente de aprendizado da criança, de acordo com


seu nível de compreensão, pode aliviar o efeito destes déficits e suas consequências
no aprendizado destas crianças.

O professor deve ensinar o aluno a aprender e para isso planejar a estrutura


individual de cada aluno de acordo com suas necessidades individuais, podendo
aliviá-la à medida que a compreensão do aluno aumenta.

Os princípios que definem a filosofia da ação do Método Tacha podem ser


assim especificados:

Método interacional – Entende que os problemas da criança autista decorrem


de uma complexa interação entre fatores biológicos e ambientais.

Portanto, esse modelo interativo tem o foco na criança procurando levar em


conta as respostas e as possibilidades de cada um.

Perspectiva Desenvolvimentista – Parte do princípio de que se deve levar em


conta a criança como um todo, formulando estratégias de abordagem global, pois os
autistas apresentam desenvolvimento aquém das crianças da mesma idade.

Enquanto alguns autistas funcionam com idade inferior à cronológica, a maioria


se comporta como se tivesse várias idades diferentes em cada área do
desenvolvimento. Os perfis irregulares de desenvolvimento as tornam inteiramente
diferentes de outras crianças e também muito diferentes entre si.

Hierarquias de Treinamento – O programa e os objetivos relativos ao


comportamento devem ser individualizados de acordo com as prioridades de cada
criança, respeitando-se as necessidades do estilo de vida familiar e as da sala de aula.
Contudo, algumas prioridades devem sempre ser mantidas em função da segurança
da criança e do ambiente.

Relativismo de comportamento – As crianças autistas apresentam um


repertório de respostas menos flexível que o das crianças “normais”. Além disso, ela
tem dificuldade em generalizar as respostas, por isso deve-se considerar que 16 em
diferentes situações e com demandas diferentes a criança autista apresentará
comportamentos diferentes.
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(Artigo Google acadêmico: CRDA- CENTRO DE REFERENCIA DE


DISTURBIOS DE APRENDIZAGEM, autora Capellari Morais LUCIENI, 2010: site
www.crda.com.br).

III. O Autista e seu Desenvolvimento

De acordo com Edward Ritvo (apud Gauderer 1993) é possível ajudar essas
crianças e seus pais, dando – lhes uma visão somatória de problemas que devem ser
levado em conta, vai do desenvolvimento a aprendizagem, comportamentos,
comunicação, percepção e as dificuldades sensórias. Também ocorrem problemas
neurológicos, como convulsões, que são, em geral, minimizados ou simplesmente
negados.

A realidade do autista é dura: a deficiência é geral e uma vez manifestado a


síndrome do autismo persiste por toda a vida. Independente da evolução e do
processo que possa apresentar. Esta informação é real, com dados científicos
atualizados, e que deve ser amplamente discutida com pais, para ajudar a lidar com
essa situação. As orientações precisam ser dadas aos pais desde o momento em que
o diagnostico é confirmado, o que se acontecer quanto antes levara a uma evolução
e a um desenvolvimento melhor.

A criança não deve ser cortada em fatias que serão distribuídas


entre diversos especialistas. É importante fazer uma abordagem
global, que leve em consideração as dificuldades do tratamento como
um todo, objetivando uma reeducação. (Ritvo apud Gauderer p.54)

A orientação da criança autista deve ser encaminhada para socializa – la e


técnicas pedagógicas precisando de uma aproximação psicoterapêutica devem ser
especialmente desenvolvidas para as suas necessidades. (Edward Ritvo apud
Gauderer 1993).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foi abordado as principais características que envolvem o


autismo, de maneira sucinta e objetiva. Também teve como objetivo promover o
conhecimento sobre a história do autismo , suas causas e consequências, como o
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indivíduo portador é entendido e como ele pode ser tratado. E contribuir com o trabalho
do professor em sala de aula apresentado o Método Teacch e estabelecendo um
estudo estruturado para os alunos autistas.

Ao longo do tempo, a concepção de autismo sofreu várias alterações, e é fato


que cada concepção traz consigo uma filosofia de intervenção. Foi termo foi
introduzido na literatura psiquiátrica, em 1906 por Plouller. Logo o primeiro a difundir
o termo autismo, foi Bleuler, em 1911, definindo-o como perda de contato com a
realidade, causada pela grande dificuldade ou impossibilidade da comunicação
interpessoal.

. Schwartzman (2003) coloca o autismo como uma síndrome, pois é um anexo


de sintomas e sinais que podem ser determinados por estar unidos a um grande
número de condições diversas. O autismo é predominante no sexo masculino, sendo
relatadas razões de 4:1 ou 5:1, em relação ao sexo Feminino. No entanto quando o
sexo feminino é atingido, isto ocorre com maior gravidade. Não se sabe por que os
meninos são mais acometidos dessa deficiência, porém, a maioria das condições em
que problemas de linguagem são importantes ocorre com maior freqüência no sexo
masculino. Segundo pesquisadores os sintomas do autismo são manifestados sempre
antes dos 30 meses de idade. Portanto é difícil determinar de maneira retrospectiva o
início dos sintomas, a menos que as pessoas que cuidaram dessa criança nos
primeiros anos possam dar informações precisas sobre o desenvolvimento da
linguagem, sociabilidade ou de sua capacidade de brincar nesta fase.

Os autistas são pessoas difíceis de trabalhar e desenvolver, apresentando


inúmeras desordens em seus comportamentos, e para isso, é necessário o
desenvolvimento de estratégias eficazes a fim de alcançá-los em suas limitações. Por
outro lado, os autistas também apresentam inúmeras habilidades que devem ser
também estimuladas e trabalhadas por meio de estratégias, para que tenham a
chance de obter seu espaço dentro da comunidade. O desenvolvimento do autismo
ocorre por dois tipos: Em um deles os sintomas se manifestam desde o nascimento,
onde a mãe acha o seu bebê estranho. Ele não demonstra gostar de companhia,
dificilmente chora, aparentemente não necessita de estimulação. Torna se mole ou
rígido quando levantado, é tido como bebê muito bom, que não reclama ou chora, ou
ocorre extremamente o contrário: mostra se muito irritado e reage exageradamente a
19

qualquer forma de estímulo. Existem várias fases, desde zero mês, que é o
nascimento, até a fase adulta. E é nesta fase a adulta que os autistas ficam cada vez
mais parecidos com os portadores de retardo mental, isso se deve ao fato de que as
características autistas da infância vão desaparecendo. As causas para essa
síndrome são os problemas de origem emocional, causados por distúrbios de
personalidade dos pais e devido ao modo com que lidaram com a criança desde o seu
nascimento. Esse tipo de teoria não convence, por diversas razões. Os Primeiros
estudos metódicos de pais de crianças autistas não demonstraram nada anormal em
suas personalidades, a não ser os problemas comuns a pais de crianças deficientes
em geral. Segundo, a maioria desses pais tem outros filhos perfeitamente normais. É
muito raro o caso de duas crianças autistas na mesma família. Em terceiro lugar,
nenhum dos bons estudos de instituições antiquadas, onde os bebês realmente eram
carentes de cuidado materno, mostraram aumento da incidência de autismo infantil
precoce.

Não é preciso de tratamento, pois fica esclarecido, segundo Camargos(2005)


que as crianças portadoras de autismo melhoram mesmo sem o tratamento. Mas com
o tratamento correto chegam próximo à sua potencialidade. Para o profissional o
período do tratamento pode se tornar o melhor do mundo ou o mais dolorido. E ainda,
segundo Schwartzman (2003), o autismo infantil é uma condição crônica,
caracterizada pela existência de prejuízos relevantes em diversas áreas de atuação
do indivíduo, portanto, o tratamento precisa ser conduzido por uma equipe
multidisciplinar com profissionais de diferentes formações. Ainda não existe a cura
para o autismo, de acordo com os critérios médicos tradicionais a cura seria conseguir
com que os portadores de autismo se comportassem, em todos os sentidos, como os
indivíduos ditos normais, mas isso não acontece. Existe uma Técnica bastante
utilizada que se chama Modificação Comportamental que pode ser utilizada como
auxiliar na sala de aula, onde uma tarefa complexa pode ser divida em etapas lógicas
auxiliando o aprendizado. Os Métodos comportamentais também podem auxiliar na
redução de comportamentos indesejáveis que atrapalham o funcionamento da
criança. Existem também “Terapias Alternativas”, maneiras não ortodoxicas de
tratamento, normalmente baseadas em pressupostos teóricos duvidosos e que
demonstram resultados satisfatórios em alguns pacientes.
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Autistas com bom rendimento intelectual poderão chegar, como adultos, a ter
vida independente, mas continuarão a ser solitários, a apresentar padrões peculiares
de fala e comunicação, e raramente chegarão a constituir uma família. Embora alguns
autistas possam chegar, portanto a ter vida independente, cerca de 70% deles
necessitarão, como adultos, de algum tipo de auxílio próximo e assistência
permanente.

Este trabalho é finalizado com o objetivo de ver futuros estudos acerca do


autismo e professores executando trabalhos efetivos nas escolas amparados por
cursos e profissionais experientes e capacitados, trazendo sentido e nova realidade à
vida dos autistas.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, Ceres Alves de. O Processo de Individuação no Autismo, 1ª


edição. São Paulo: Memmon, 2000.

CAMARGOS JR., Walter e Colaboradores. Transtornos Invasivos do


Desenvolvimento: 3º Milênio. Brasília: Corde, 2005.

CAPELLARI, Lucieni Morais, Centro de Referencia de Disturbios de


Aprendizagem. 2010. www.crda.com.bracessado em 14/10/2011.

GAUDERER, E. Christian, Autismo: Década de 80, 2ª edição. São Paulo:


Almed, 1987.

GAUDERER, E. Christian, Autismo, 3ª edição. São Paulo: Almed,1993

MEC e SEESP. Saberes e práticas da inclusão: dificuldades acentuadas


de aprendizagem: autismo. Brasília, 2004.

SCHWARTZMAN, José Salomão. Autismo Infantil. São Paulo: Memnon,


2003.
21

SEVERINO, Antonio Joaquim: Metodologia do Trabalho Cientifico, 2ª


edição. São Paulo: Cortez, 1993.

ZIMERMAN, David & OSORIO, Luiz Carlos (orgs.). Como Trabalharmos com
Grupos, 1ª edição. Porto Alegre: Artmed, 1997

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