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e201 Manval_Redagéo Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos MANUAL DE REDAGAO DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA 28 edigao, revista o atualizada Brasilia, 2002 Femando Henrique Cardoso Presidente da Repiblica Pedro Parente Chefe da Casa Civil da Presidéncia da Repilblica Comisséo encaregada de elaborar, sem énus, a primeira Edigao do Manual de Redagao da Presidéncia da Repiiblica (Pottaria SG n® 2, de 11.1.91, DOU de 15.1.91): Gilmar Ferreira Mendes (Presidente), Nestor José Forster Jinior, Carlos Eduardo Cruz de Souza Lemos, Heitor Duprat de Brito Pereira, Tarcisio Carlos de Almeida Cunha, Jodo Bosco Martinato, Rui Ribeiro de Araijo, Luis Femando Panelli César, Roberto Furian Ardenghy. Revisdo: Professor Celso Pedro Luft 22 Edigao revista e atualizada pela Subchefia para Assuntos Juridicos da Casa Civil da Presidéncia da Repiblica. © 1991 htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im naa e201 Manval_Redagéo Permitida a reprodugao sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se citada a fonte eo sitio da Internet onde pode ser encontrado 0 original (www planalto.gow br). ISBN 85-85142.21-9 Brasil, Presidéncia da Reptblica. Manual de redagao da Presidéncia da Repiblica / Gilmar Ferreira Mendes e Nestor José Forster Jénior. = 2. ed. rev, @ atual. ~ Brasilia : Presidéncia da Repiblica, 2002. 140 p. ISBN 85-85142-21-9 1, Redagao Oficial. 2. Lingua Portuguesa, 3. Gramética, 4, Ortografia. 5. Técnica Legislativa, |. Mendes, Gilmar Ferreira. Il. Forster Jinior, Nestor José. Il Titulo COD 808.606 CDU 806.90 (044.4) Colaboraram com a 12 Edigdo do Manual: Luiz Augusto da Paz, Professor Hermes Moreira dos Santos, Sergio Braune Solon de Pontes, Fabio Canalho, Cibel Ribeiro Teles, Jonatas do Vale Santos, Tania Azeredo Casagrande, Marlene Vera Mourdo, Zilene Maria Wanderley Galiza, Marino Alves Magalhaes Junior. Colaboraram com a 24 Edigéo: Mauricio Vieira Bracks, Jandyr Maya Faillace Neto, Maria Estefania Ponte Pinheiro, Sergio Braune Solon de Pontes, Fabio Canalho, José Lew do Amaral Jinior, Paulo Femando Ramos Serejo, Femando Luiz Albuquerque Faria, Marisa de Souza Alonso, Cleso José da Fonseca Filho, Ménica Mazon de Castro Pinto, Eulina Gomes Rocha, Venduria da Silva Batista. ‘Sugestées para o aperfeigoamento deste trabalho podem ser encaminhadas Casa Civil da Presidéncia da Repablica. ‘SUMARIO Apresentagao * inais e Abreviaturas Empregados * PARTE! AS COMUNICAGOES OFICIAIS * CAPITULO | ASPECTOS GERAIS DA REDAGAO OFICIAL * 4.0 que é Redagio Oficial * 1.1. A Impessoalidade * 1.2. A Linguagem dos Atos e ComunicagSes Ofciais * 1.3. Formalidade e Padronizagao * 1.4. Concisao e Clareza * CAPITULO II AS COMUNICAGOES OFICIAIS * 2. Introdugio * 2:1. Pronomes de Tratamento * 2.1.1, Breve Histéria dos Pronomes de Tratamento * 2.1.2. Coneordncia com os Pronomes de Tratamento * 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento * 2.2. Fechos para Comunicagoes * 2.3. dentificagao do Signatério * 3. O Padrao Oficio * 3.1. Partes do documento no Padréo Ofc 3.2. Forma de aiagramagao * 3.3. Aviso e Ofcio " 3.3.1, Definigao e Finalidade * 3.3.2. Forma e Estrutura * 3.4. Memorando * 3.4.1, Definigdo e Finalidade 3.4.2. Forma e Estrutura * 4. Exposigio de Motives" 4.1. Definigdo e Finalidade * 4.2. Forma e Estrutura * htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im aaa e201 Manval_Redagéo 5. Mensagem * 5.1. Definigtio e Finalidade * 5.2. Forma e Estrutura ” 6. Telegrama * 6.1. Definigfio Finalidade * 6.2. Forma e Estrutura 7. Fax” 7.1. Definigtio @ Finalidade * 7.2. Forma e Estrutura 8. Correio Eletrénico * 8.1 Definigao e finalidade * 8.2. Forma e Estrutura * 8.3 Valor documental * CAPITULO Ill ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMATICA, 9. Introdugao * 9.1. ORTOGRAFIA * 9.1.1. Emprego das Letras * 9.1.1.1, Emprego de Vogais 14.4.4. Eau l?* 9.1.1.1.2. Oou UP? 9.1.1.1.3. Encontros Vocélicos * 9.1.1.1.3.1 ElouE?* 9.1.1.132, OU ou 0?* 9.1.1.2. Emprego de Consoantes * 9.1.1.2.1. Emprego do H: com H ou sem oH? * 9.1.1.2.2. O fonema /2/: G ou J? * 9.1.1.2.3. O fonema /s/: C, G ou S ou S$ ou Xou XC? * 9.1.1.2.4. O fonema /z/: Zou S ou X?* 9.1.1.2.5. 0 fonema /&/: Xou CH? * 9.1.1.26. 0 complexe /ks/: Xou CC, CG? * 9.1.2, ACENTUAGAO GRAFICA * 9.1.2.1, Regras de Acentuagéo Grafica * 9.1.2.1.1. Quanto & Tonicidade * 9.1.2.1.2. Quanto aos Encontros Vocslicos * 9.1.2.1.3. Casos Especiais © 9.1.3. USO DE SINAIS * 9.1.3.1. Hifen * 9.1.3.1.1. Hifen entre Vocdiulos * 9.1.3.1.2. Hifen e Prefixos * 9.1132. Aspas * 9.1133, Parénteses * 9.1.34, Travessio * 9.2. SINTAXE * 9.2.1, Problemas de Construgao de Frases * 9.2.1.1, Sujeito™ 9.2.12. Frases Fragmentadas * 9.2.1.3. Eros de Paralelismo * 9.2.1.4, Erros de Comparagdo * 9.2.1.5, Ambigtidade * 9.2.1.6. Tipos de Oragdes e Emprego de Conjungée: 9.2.1.6.1. Periodos Coordenados © Conjungées Coordenativas ” 9.2.1.6.2. Periodos Subordinados e Conjungées Subordinativas * 9.2.1.6.3. Orages Reduzidas * 9.2.2. Concordancia * 9.2.2.1, Concordancia Verbal = 9.2.2.2. Concordancia Nomina 9.23. Regéncia™ 9.2.3.1, Regéncia de Alguns Verbos de Uso Frequente * 9.2.4, Pontuagao 9.2.4.1, Virgula 9.2.4.2. Ponto--Virgula * 9.2.4.3. Dois-Pontos * 9.2.4.4, Ponto-de-Interrogagéo * 9.2.4.5, Ponto-de-Exclamagao * 9.255. Colocagao dos Pronomes * 9.2.5.1. Enclise * htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im e201 Manval_Redagéo 9.2.5.2. Proclise * 0.2.5.3, Meséclise * 9.2.5.4, Casos Especiais * 9.3. SEMANTICA * 9.3.1. Homénimos @ Parénimos * 9.3.2. Expressées a Evitar e Express6es de Uso Recomendével PARTE II OS ATOS NORMATIVOS * CAPITULO IV QUESTOES FUNDAMENTAIS DE TECNICA LEGISLATIVA * 10. a \uestdes Fundamentais de Técnica Legislativa * 10.1. Consideragées Preliminares 10.1.1. Fungées das Normas Juridicas * 10.1.2. O Cardter Subsididrio da Ativdade Legislative * 10.1.3. Vinculagao Normativa do Legislador e Controle de Constitucionalidade * 10.2. Sistematica da Lei” 10.2.1. Sistematica Intema * 10.2.2. Sistematica Extema * 10.2.2.1. Artigo * 10.2.2.2. Pardgrafos (§§) * 10.2.2.3. Incisos e Alineas * 10.2.2.4. Agrupamento de Artigas * 10.2.2.5. Critérios de Sistematizagao * 10.3. Requisitos Essenciais que Devem ser Obsenados na Formulagao de Disposigées Legais ou Regulamentares 10.3.1. Clareza e Determinago das Normas * 10.32. 0 Principio da Reserva Legal * 10.32.1. Resena Legal Qualificada * 10.3.22. Principio da Legalidade e da Anterioridade no Ambito Penal e Tributério * 10.323. A Reser Legal e 0 Principio da Proporcionalidade * 10.3.24. Densidade da Norma * 10.3.5. Atos normativos primérios emanados exclusivamente do Poder Executivo * 10.326. A Lei e o Respelto ao Direito Adquirdo, ao Ato Juriico Perfeto e a Coisa Julgada * 10.3.3, As Remiss6es Legislativas * 10.4. Desenvolvimento de uma Lei 10.4.1. Consideragées Preliminares 10.4.2. 0 Processo Legislative Intemo * 10.4.2.1. ldentiicagao e Definigao do Problema * 104.22. Andlise da Situagao Questionada e de Suas Causa: 10.4.2.3. Defnigdo dos Objetivos Pretendidos * 10.424. Crtica das Propostas * 10.4.2.5. Controle de Resultados * 10.4.3. Questées que Devem Ser Analisadas na Elaborago de Atos Normativos no Ambito do Poder Executive * CAPITULO V ATOS NORMATIVOS CONCEITOS BASICOS * 11. Loi Ordinaria * 11.1. Definigao " 11.2. Objeto * 11.3. Forma 6 Estrutura * 11.3.1. Ordem Legislativa * 11.3.1.1, Das partes do ato normative * 11.8.1.2. Epigrafe* 11.3.1.3. Ementa ou Rubrica da Lei 11.3.1.4. Preambulo * 11.3.1.5 Ambito de aplicagao * 11.3.1.6. Fecho da Let * 11..1.7. Matéria Legisiada: Texto ou Corpo da Let * 11.3.1.8. Agrupamento de Artigas * 11.3.1.9 Clausula de Revogagao * 11.3.1.10 Cldusula de Vigéncia * 11.3.2. Assinatura e Referenda = 12. Lei Complementar * 12.1. Definigao 12.2 Objeto* 13. Loi Delegada * 18.1. Definigao ” 13.2. Objeto * 13.3, Forma 6 Estrutura * 14, Medida Proviséria * htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im a0 e201 Manval_Redagéo 14.1. Definigao * 14.2. Objeto > 14.3. Forma @ Estrutura * 48, Decreto Legislativo * 18.1. Definigao * 15.2. Objeto * 18.3. Forma e Estrutura * 16. Decreto * 16.1. Definigao * 16.2. Decretos Singulares * 16.3. Decretos Regulameniares * 16.4, Decretos Auténomos * 16.5. Forma e Estrutura * 47. Portaria * 17.1. Definigao e Objeto * 17.2 Forma e Estrutura 18. Apostila * 18.1. Definigdo e Finalidade * 18.2. Forma e Estrutura * CAPITULO VI 0 PROCESSO LEGISLATIVO * 49, Introdugao * 19.1. Iniciatia 19.1.1. Iniciativa Comum ou Concorrente * 19.1.2. Iniciativa Reservada * 19.1.2. Iniciativa Resenvada do Presidente da Republic 19.1.2.2.Iniciativa Resenada da Camara dos Deputados ¢ do Senado Federal * 19.1.2.3. Iniciativa Reservada dos Tribunais * 19.1.2.4. Iniciativa Reservada do Ministério Publico * 19.1.3. Iniciativa Vinculada * 19.1.3.1. Iniciativa Vinculada e Controle da Omissao * 19.2. Discussao * 19.3. Emenda * 19.3.1. Titularidade do Direito de Emenda * 19.3.2. Emendas em Projeto de Iniciativa Reservada 19.3.3. Emendas ao Projeto de Lei de Orgamento Anual e ao de Lel de Diretrizes Orgamentarias * 19.3.4. Espécies de Emendas * 19.4. Votagao * 19.5. Sang 19.5.1. Sango Expressa* 19.5.2. Sangao Tacita * 19.5.3. Sango e Vicio de Iniciativa * 19.6. Veto 19.6.1. Molivagdio © Prazo do Veto * 19.6.2. Extenso do Veto * 19.6.3. Efeitos do Veto * 19.6.4. Iretratabilidade do Veto * 19.6.5. Rejei¢ao do Veto * 19.6.6. Ratificagao Parcial do Projeto Vetado * 19.6.7. Ratificagao Parcial de Veto Total * 19.6.8. Rejei¢ao do Veto e Entrada em Vigor da Parte Mantida pelo Congresso Nacional 19.6.9. Tipolagia do Veto * 19.7. Promulgacao * 19.7.1 Obrigagao de Promulgar 19.7.2. Casos e Formas de Promulgagao * 19.8. Publicagéio* 19.8.1. Modalidades de Publicagao * 19.8.2. Obrigagao de Publicar e Prazo de Publicagai 19.8.3. Publicagao e Entrada em Vigor da Lei” 19.8.4. Clausula de Vigéncia * 19.8.4.1. Falta de Clausula de Vigéncia: Regra Supletiva * 19.8.4.2. Vacatio Legis * 19.8.4.2.1. A Vacatio Legis e 0 Inicio da Obrigatoriedade da Lei Brasileira no Estrangeir 19.8.4.2.2. A Vacatio Legis e as Normas Complementares, Suplementares e Regulamentares * 19.8.5. A Nao-Edi¢ao do Ato Regulamentar Reclamado e a Vigéncia da Lel * 19.8.6. Vacatio Legis e Republicacao do Texto para Corrego * 20. Procedimento Legislativo * htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im s29 e201 Manval_Redagéo 20.1. Procedimento Legislative Normal * 20.2. Procedimento Legislative Abreviado * 20.3, Procedimento Legislative Sumario * 20.4, Procedimento Legislative Sumarissimo 20.8. Procedimento Legislativo Concentrado * 20.8.1. Leis financeiras * 20.8.2. Leis delegadas * 20.6. Procedimento Legislative Especial * 20.6.1. Emendas @ Constituigdo ” 20.8.2. Cédigos * 20.6.3. Medidas Provis6rias * 20.8.4. Consolidagbes da Legislagaio APENDICE * BIBLIOGRAFIA * Apresentacao Com a edigao do Decreto n® 100,000, em 11 de janciro de 1991, o Presidente da Repiblica autorizou a criagdo de comisséo para rever,atualizar,uniformizar e simplifcar as normas de redagao de alos e comunicagdes ofiais. Apés nove meses de intensa ativdade da Comissao presidida pelo hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferrera Mendes, apresentou-se a primeira edicéo do Manual de Redagéo da Presidéncia da Replica. ‘A obra dividia-se em duas partes: a primeira, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr, tratava das comunicagées oficiais, sistematizava seus aspectos essenciais, padronizava a diagramagao dos expedientes, exibia modelos, simplificava 8 fechos que vinham sendo utilizados desde 1937, suprimia arcafsmos e apresentava uma simula gramatical aplicada & redaco oficial. A segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, ocupave-se da elaboragao e redagao dos alos normatives no Ambito do Executivo, da conceituacao e exemplificagéo desses atos e do procedimento legislativo. A edigao do Manual propiciou, ainda, a criagéo de um sistema de controle sobre a edigéo de atos normatives do Poder Execulivo que teve por finalidade permitir a adequada reflexao sobre o ato proposto: a identificagao clara e precisa do problema ou da situago que o motiva; os custos que poderia acarretar; seus efeitos préticos; a probabilidade de impugnagao judicial; sua legalidade e constitucionalidade; e sua repercussdo no ordenamento juridico. Buscou-se, assim, evitar a edigdo de normas repetitivas, redundantes ou desnecessérias; possibilitar total transparéncia ao processo de elaboracao de atos normatives; ensejar a veriicagao prévia da eficdcia das normas e considerar, no proceso de elaboragdo de atos normativos, a experiéncia dos encarregados em executar o disposto na norma, Decortidos mais de dez anos da primeira edi¢dio do Manual, fez-se necessario proceder & revisio e atualizago do texto para a elaboracdo desta 22 Edigdo, a qual presena integralmente as linhas mestras do trabalho originalmente desenvolvido, Na primeira parte, as alteragSes principals deram-se em torno da adequagdo das formas de comunicagso usadas na administragao aos avangos da informatica. Na segunda parte, as alteragdes decorreram da necessidade de adaptagao do texto evolugao legislativa na materia, em especial a Lei Complementar n® 95, de 26 de fevereiro de 1998, ao Decreto n2 4.176, de 28 de margo de 2002, e as alteragSes constitucionais ocorridas no periodo. Espera-se que esta nova edig’io do Manual contribua, tal como a primeira, para a consolidagao de uma cultura administrativa de profissionalizagao dos senvidores publicos ¢ de respeito aos principios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncla, com a conseqliente melhoria dos senigos prestados 4 sociedade. PEDRO PARENTE CChefe da Casa Civil da Presidéncia da Repiiblica Sinais © Abreviaturas Empregados indica forma (em geral sintatica) inaceitavel ou agramatical § = paragrafo adj. adv. = agjunto adverbial art. = artigo htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ana e201 Manval_Redagéo cf. = contronte CN = Congrasso Nacional ind. = indicative Le. isto 6 masc. = masculina obj. dir. = objeto direto bj. ind. = objeto indireto p. = pagina P. us. = pouco usado ess. = pessoa pl. = plural pref. = prefix pres. = presente Res. = Resolugtio do Congresso Nacional RI da CD = Regimento intemo da Camara dos Deputados RI do SF = Regimento Intemo do Senado Federal s. = substantivo sf ubstantivo feminino 's.m, = substantive masculine sing. = singular th. = também v. = ver ou verbo var. pop. = variante popular PARTE! AS COMUNICAGOES OFICIAIS CAPITULO! ASPECTOS GERAIS DA REDAGAO OFICIAL 4. que 6 Redacao Oficial Em uma frase, pode-se dizer que redagao oficial ¢ @ maneira pela qual o Poder Pilblico redige atos normativos & comunicagées. Interessa-nos traté-la do ponto de vista do Poder Executive A redagao oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padréio culto de linguagem, clareza, conciséo, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 729 e201 Manval_Redagéo formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituigéo, que dispée, no artigo 37: " ‘administragao pablica direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios obedeceré aos principios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiéncia (..". Sendo a Publicidade a impessoalidade principios fundamentais de toda administracao publica, claro esté que devem igualmente nortear a elaboragao dos atos e comunicagées ofciais, Nao se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que difculte ou impossibilite sua compreensao. A transparéncia do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibidade, sao requisitos do proprio Estado de Direito: é inaceitavel que um texto legal ndo seja entendido pelos cidadaos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e conciséo. ‘Além de atender & disposigao constitucional, a forma das atos normativos obedece a certa tradigdo. Ha normas para sua elaboragdo que remontam ao periodo de nossa histérla imperial, como, por exemplo, a obrigatoriedade — estabelecida or decreto imperial de 10 de dezembro de 1822 - de que se aponha, ao final desses atos, o nlimero de anos transcorridos desde a Independéncia. Essa pratica foi mantida no periodo republicano. Esses mesmos principios (impessoalidade, clareza, unifermidade, concisao e uso de linguagem formal) aplicam-se as comunicagées oficials: elas devem sempre permitir uma Unica interpretagdo e ser estritamente impessoals e uniformes, 0 que exige 0 uso de certo nivel de linuagem. Nesse quadro, fica claro também que as comunicagées ofciais so necessariamente uniformes, pois ha sempre um unico comunicadar (0 Senigo Piblico) e © receptor dessas comunicagdes ou é o proprio Senigo Publico (no caso de expedientes dirigides por um érg0 a outro) ~ ou © conjunto dos cidadaos ou instituiges tratados de forma homogénea (0 piblico) Outros procedimentos rotineiros na redagdo de comunicagdes ofciais foram incorporados a0 longo do tempo, como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichés de redagao, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por exemplo, a fixagao dos fechos para comunicagdes oficiais, regulados pela Portaria n® 1 do Ministro de Estado da Justiga, de 8 de julho de 1997, que, apés mais de meio século de vigéncia, foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edigo deste Manual. Acrescente-se, por fim, que a identifcagao que se buscou fazer das caracteristicas especiiicas da forma oficial de redigir no deve ensejar o entendimento de que se proponha a criagdo — ou se aceite a existéncia - de uma forma especifica de linguagem administrativa, 0 que coloquialmente e pejorativamente se chama burocratés. Este é antes uma distorgao do que deve ser a redagdo oficial, e se caracteriza pelo abuso de expresses e clichés do jargéo burocrélico e de formas arcaicas de construgao de frases. A redagaio ofcial ndo 6, portanto, necessariamente dridae infensa & evolugao da lingua. E que sua fnalidade basica ~ comunicar com impessoalidade © maxima clareza ~ impde certos pardmetros 90 uso que se faz da lingua, de maneira diversa daquele da literatura, do texto jomalistico, da correspondéncia particular, etc Apresentadas essas caracteristicas fundamentals da redagdo oficial, passemos & andlise pormenorizada de cada uma delas. 1.1. A Impessoalidade ‘A finalidade da lingua é comunicar, quer pela fala, quer pela escrita. Para que haja comunicagao, so necessétios: a) alguém que comunique, b) algo a ser comunicado, ¢ c) alguém que receba essa comunicagao. No caso da redagao oficial, quem comunica & sempre o Senigo Pablico (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departamento, Divisao, Senco, Seco), © que se comunica & sempre algum assunto relative as atribuigdes do érga0 que comunica; 0 destinalério dessa comunicagao ou é 0 piblico, 0 conjunto dos cidadéos, ou outro érgao pilblico, do Executivo ou dos outros Poderes da Unio Percebe-se, assim, que 0 tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicages oficiais decorre: a) da auséncia de impressées individuais de quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente assinado por Chefe de determinada Segao, ¢ sempre em nome do Serigo Puiblico que é fella a comunicagéo. Obtém-se, assim, uma desejavel padronizagao, que permite que comunicagées elaboradas em diferentes setores da Administragao guardem entre si certa uniformidade; b) da impessoalidade de quem recebe a comunicagao, com duas possibilidades: ela pode ser dirgida a um cidadéo, sempre concebido como publica, ou a outro érgéo pablico. Nos dois casos, temos um destinatario concebido de forma homogénea e impesscal ¢) do cardter impessoal do préprio assunto tratado: se 0 universo tematico das comunicagées ofciais se restringe a htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ana e201 Manval_Redagéo questées que dizem respeito ao interesse pablico, é natural que no cabe qualquer tom particular ou pessoal Desta forma, nao ha lugar na redagao ofcial para impressGes pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jomal, ou mesmo de um texto lterdrio. A redacéo oficial deve ser isenta da interferéncia da individualidade que a elabora. A concisao, a clareza, a objetivdade e a formalidade de que nos valemos para elaborar os expedientes oficlais contribuem, ainda, para que seja alcancada a necessaria impessoalidade. 4.2. A Linguagem dos Atos e Comunicagées Oficiais ‘A necessidade de empregar determinado nivel de linguagem nos atos e expedientes ofciais decorre, de um lado, do proprio cardter pablico desses atos e comunicacdes; de outro, de sua finalidade. Os atos ofciais, aqui entendidos como atos de cardter normativo, ou estabelecem ragras para a conduta dos cidadaos, ou regulam o funcionamento dos érgaos plblicos, 0 que s6 é alcangado se em sua elaboragao for empregada a linguagem adequada, O mesmo se da com os expedientes ofciais, cuja finalidade precipua é a de informar com clareza e objetividade. ‘As comunicagées que partem dos érgaos piblicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadéo brasileiro. Para atingir esse objetivo, ha que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Nao ha divida que um texto marcado por expressoes de circulagao restrita, como a gitia, os regionalismos vocabulares ou o jargao técnica, tem sua compreenséo dificultada Ressalte-se que hd necessariamente uma distancia entre a lingua falada e a escrita, Aquela é extremamente dindmica, reflete de forma imediata qualquer alteracao de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensdo, como os gestos, a entoagao, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsaveis por essa distancia. Ja a lingua escrita incorpora mais lentamente as transformagdes, tem maior vocagao para a permanéncia, ¢ vale-se apenas de si mesma para comunicer. Allingua escrita, como a falada, compreende diferentes niveis, de acordo com o uso que dela se faga. Por exemplo, fem uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padréo de linguagem que incorpore expressées extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer juridico, ndo se ha de estranhar a presenca do vocabulario técnico correspondente. Nos dois casos, ha um padrao de linguagem que atende ao uso que se faz da lingua, a finalidade com que a empregamos. (© mesmo ocorre com 0s textos ofcais: por seu caréter impessoal, por sua finalidade de informar com 0 maximo de clareza e conciséo, eles requerem 0 uso do padro culto da lingua. Ha consenso de que o padrdo culto 6 aquele em que a) se observam as regras da gramitica formal, © b) se emprega um vocabulério comum ao conjunto dos usuarios do idioma, & importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrao culto na redagdo oficial decore do fto de que ele esta acima das diferengas lexicais, modolégicas ou sintéticas regionais, dos modismos wcabulares, das idiossincrasias linguisticas, permitindo, por essa razéo, que se atinja a pretencida compreenso por todos os cidadaos Lembre-se que o padrao culto nada tem contra a simplicidade de expresso, desde que ndo seja confundida com pobreza de expresso. De nenhuma forma 0 uso do padréo culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos Contorcionismos sintéticos e figuras de linguagem préprios da lingua literéria. Pode-se conclu, ent&o, que no existe propriamente um “padro oficial de linquagem”; 0 que hé & 0 uso do padréo culto nos atos © comunicagdes ofcials. E claro que haverd proferéncia pelo uso de determinadas expresses, oll sé obedecida certa tradigao no emprego das formas sintéticas, mas isso néo implica, necessariamente, que se consagre @ utilizagao de uma forma de linguagem burocrética, O jargéo burocrético, como todo jargao, deve ser evtado, pois teré sempre sua compreensao limitada A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situag6es que a exijam, sendo de evitar 0 seu uso Indiscriminado. Certos rebuscamentos académicos, e mesmo o vocabuldrio proprio a determinada Area, so de dificil entendimento por quem nao esteja com eles familiarizado. Deve-se ter 0 cuidado, portanto, de explicitéios em comunicagées encaminhadas @ outros érgaos da administraao e em expedientes diigidos aos cidadaos. Outras questées sobre a linguagem, como © emprego de neologismo e estrangeirismo, so tratadas em detalhe em 9.3. Seméntica, 4.3. Formalidade e Padronizagao ‘As comunicagées oficiais devem ser sempre formals, isto é, obedecem a certas regras de forma: além das jé mencionadas exigéncias de impessoalidade e uso do padrao culto de linguagem, é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Nao se trata somente da etema divda quanto ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade de certo nivel (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito & polidez, & civlidade no préprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicagao. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im a9 e201 Manval_Redagéo A formalidade de tratamento vincula-se, também, & necesséria uniformidade das comunicacdes. Ora, se a administragéio federal é una, 6 natural que as comunicag6es que expede sigam um mesmo padrao. O estabelecimento desse padrao, uma das metas deste Manual, exige que se atente para todas as caracteristicas da redagao oficial e que se cuide, ainda, da apresentagao dos textos. A clareza datilografica, 0 uso de papéis uniformes para o texto definitio e a correta diagramagao do texto so indispensaveis para a padronizagao. Consulte o Capitulo I, As Comunicagdes Oficiais, a respeito de normas especticas para cada tipo de expediente. 4.4, Concisdo e Clareza A concisdo & antes uma qualidade do que uma caracteristica do texto ofcial. Conciso é o texto que consegue transmitir um maximo de informagdes com um minimo de palawas. Para que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha, além de conhecimento do assunto sobre 0 qual se escreve, o necessério tempo para revisar o texto depois de pronto. & nessa releitura que muitas vezes se perceber eventuais redundancias ou repetigGes desnecessérias de idéias. © esforgo de sermos concisos atende, baslcamente ao principio de economia linguistica, 4 mencionada férmula de empregar 0 minimo de palavtas para informar o maximo. Nao se deve de forma alguma entendé-la como economia de pensamento, isto 6, nao se devem eliminar passagens substanciais do texto no afa de reduziso em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palawas initeis, redundancias, passagens que nada acrescentem ao que ja foi dito. Procure perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade: idéias fundamentais & idéias secundarias. Estas ltimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhé-las, exemplificé-ias; mas existem também idéias secundérias que no acrescentam informagao alguma ao texto, nem tém maior relago com as fundamental podendo, por isso, ser dispensadas. A clareza deve ser a qualidade basica de todo texto oficial, conforme ja sublinhado na introdugao deste capitulo, Pode-se definir como claro aquele texto que possiblita imediata compreensdo pelo leitor. No entanto a clareza néo 6 algo ue se atinja por si sé: ela depende estritamente das demals caracteristicas da redagdo ofcial. Para ela concorrem: a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretagdes que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao texto; b) 0 uso do padrao culto de linguagem, em principio, de entendimento geral e por definigao avesso a vocabulos de circulagdo restrita, como a gitia e o jargao; ©) a formalidade e a padronizagao, que possibiltam a imprescindivel uniformidade dos textos; d) a concis&o, que faz desaparecer do texto os excesses lingliisticas que nada Ihe acrescentam, pela correta obsenagio dessas caracteristicas que se redige com clareza, Contrbuird, ainda, a indispensével releitura de todo texto redigido. A ocorréncia, em textos ofciais, de trechos obscures e de erros gramaticais prow principalmente da falta da releitura que toma possivel sua coreg. Na revisdo de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele sera de facil compreensdo por seu destinatério. © que nos parece ébvo pode ser desconhecido por terceiros. O dominio que adquirimos sobre certos assuntos em decorréncia de nossa experiéncia profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre & verdade. Explicite, desenvolva, esclarega, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abrevagGes e os conceitos especificos que nao possam ser dispensados, A revisio atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que sto elaboradas certas comunicagSes quase sempre compromete sua clareza. Nao se deve proceder a redagao de um texto que ndo seja seguida por sua revisdo. "Nao hé assuntos urgentes, ha assuntos atrasados", diz a maxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejavel repercusséo no redigir. Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em todas as comunicagées oficiais, transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury , a partir do qual podem ser feitas inimeras frases, combinando-se as expressdes das varias colunas em qualquer ordem, com uma caracteristica comum: nenhuma delas tem sentido! O quadro tem aqui a fungo de sublinhar a maneira de como nao se deve escrever: ‘Como nao se deve escrever: COLUNAA |[COLUNAB[ COLUNAC || COLUNAD || COLUNAE || COLUNAF || COLUNAG 1A fee luma correta _|[nointeresse | [eubstanciando el|numa ética_|[a htpihwiplaralta gaverccil_0aimanualianual im sur9 eno Menual_Redagéo lnecessidade ||caracteriza||relagéio entre ||primério da —||talizando, —_—||preventivae _|transparéncia lemergente por lestrutura ipopulago, Indo mais, lde cada ato [superestrutura Icurativa, decisional 2, Oquadro—_|[prefigura [a superacao de _|[Sem prejudicar 0] ndo assumindo |[no contexto de| [um Inormativo lcada obstaculo [atual nivel das ||nunca como lum sistema _|indispensavel lefou resisténcia contribuigées, _||implicito, integrado, [salto de passiva \qualidade, [a. Ocrtério | reconduz a|[a pontual ‘com critérios | [potenciando e | na medida em |[o aplanamento Imetodolégico _sinteses | |correspondéncia ndo-dirigisticos, ||incrementando, |que isso seja_|de lentre abjetivos active, \discrepancias recursos le discrasias lexistentes, [4, O modelo de | lincrementa|[o para além das |[evdenciando e ||em termos de |[a adogao de Idesenvolvimento redirecionamento|contradigées e |lexplicitando —_leficdciae ——|uma ldas linhas de —_difculdades leficiéncia, _||metodologia ltendencias em jiniciais, \diferenciada, lato [5 Onovo tema |[propicia—_|[o numa visao | [ativando e fa cavaleiro da ||a redefinigaio Isocial incorporamento _|orgnica e nao _||implementando, ||situagéio Ide uma nova ldas fungdes e 2 totalizante, Icontingente, figura ldescentralizagao lprofssional ldecisional [5. Ométodo | [propée-se |[o ‘mediante nao omitindo ou [com as lo co- Ipartcipatio fa lreconhecimento | /mecanismos da ||calando, mas _||devidas e _jenvolvimento. lda demanda néo |participagao, antes limprescindiveis |ativo de satisfeita lparticularizando, lenfatizagées, ||operadores lutentes, (7. A.utiizagao |[priviegia |[uma coligago ||segundo um | recuperando, oul[como sua |[uma lpotencial lorgénica imédulo de lantes lpremissa Icongruente interdisciplinar _|interdependéncial revelorizando, _|indispensével e |flexibiidade lpara uma préxis horizontal, Icondicionante, ||das estruturas. lde trabalho de larupo, CAPITULO II ‘AS COMUNICAGOES OFICIAIS 2. Introdugao ‘A redacao das comunicagées oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capitulo |, Aspectos Gorais da Redagao Oficial. Além disso, ha caracteristicas especificas de cada tipo de expediente, que serio tratadas em detalhe neste capitulo. Antes de passarmos sua anélise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicagéo oficial: © emprego dos pronomes de tratamento, a forma dos fechos @ a identificago do signatario. 2.1. Pronomes de Tratamento dos Pronomes de Tratamento © uso de pronomes ¢ locugées pronominais de tratamento tem larga tradi¢o na lingua portuguesa. De acordo com Said Ali, apés serem incorporados a0 portugués os pronomes latinos tu vos, "como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a palavra’, passou-se a empregar, como expediente linguistico de distingao © de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: "Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingit que se dirigia a palawa a um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e nao a ela propria. Assim aproximavam- se 0s vassalos de seu rei com o tratamento de vossa mercé, vossa senhoria (...}; assim usou- se 0 tratamento ducal de vossa exceléncia e adotaram-se na hierarquia eclesiéstica vossa reveréncia, vossa patemidade, vossa eminéncia, vossa santidade.” A partir do final do século XVI, esse modo de tratamento indireto jé estava em voga também para os ocupantes de htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im win ream Manual Redopéo certos cargos piblicos. Vossa mercé ewliu para vosmecé, © depois para o coloquial vocé. E 0 pronome vés, com 0 tempo, caiu em desuso. E dessa tradigso que provém 0 atual emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de dirigimno-nos as autordades civs, militares e eclesiasticas 2.4.2, Concordancia com os Pronomes de Tratamento (Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) apresentam certas peculiaridades quanto a concordéncia verbal, nominal e pronominal. Embora se refram & segunda pessoa gramatical (@ pessoa com quem se fala, ou a quem se dige @ comunicagao), leva a concordéncia para a ferceira pessoa. que o verbo concorda com 0 substantive que integra @ locugo como seu niicleo sintético: "Vossa Senhoria nomeard o substituto’; "Vossa Exceléncia conhece o assunto" Da mesma forma, os pronomes possessiws referidos a pronomes de tratamento sdo sempre os da terceira pessoa: "Vossa Senhoria nomeard seu substituto” (@ nao "Vossa ... vosso...”) 4J4 quanto aos adjetivos referides a esses pronomes, 0 género gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e ndo com o substantive que compée a locugo. Assim, se nosso interlocutor for homem, 0 correto & "Vossa Exceléncia esta atarefado", “Vossa Senhoria deve estar satisfelto", se for mulher, “Vossa Exceléncia esté atarefada’, "Vossa Senhoria deve estar satisfeita” 2.4.3, Emprego dos Pronomes de Tratamento Como visto, © emprego dos pronomes de tratamento obedece a secular tradi¢ao. Séo de uso consagrado Vossa Exceléncia, para as sequintes autoridades: a) do Poder Executivo; Presidente da Replica: Vico-Presidente da Repoblica; Ministros de Estado; Governadores ¢ Viee-Governadores de Estado e do Distito Federal; Oficials-Genorals das Forgas Ammadas: Embaixadores; Secretarios-Executios de Ministéros e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretaros de Estado dos Governos Estaduals; Prefeitos Municipais. b) do Poder Legislative: Deputados Federais © Senadores; Ministro do Tribunal de Contas da Unio Deputados Estaduas e Distitas; Conselheiras dos Tribunais de Contas Estaduais; Presidentes das CAmaras Legislativas Municipais, ¢) do Poder Judi Ministros dos Tribunais Superiores Membros de Tribunais; Juizes; htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im van e201 Manval_Redagéo Auditores da Justiga Militar. © vocativo a ser empregado em comunicagses dirgidas aos Chefes de Poder & Excelentissimo Senhor, seguido do cargo respective: Excelentissime Senhor Presidente da Repliblca, Excelentissimo Senhor Presidente do Congreso Nacional Excelentissime Senhor Presidente do Supreme Tiibunal Federal AAs demas autordades serdo tratadas com 0 vecativo Senhar, sequide do cargo respective Senhor Senador, Senhor Juiz, Senhor Ministo, ‘Senhor Governador, No envelope, o enderegamento das comunicagSes dirigidas as autoridades tratadas por Vossa Exceléncia, tera a seguinte forma: A Sua Exceléncia o Senhor A Sua Exclénciao Senor A Sua Excléciao Senor A Sua Excel Fulno doa Senador Flan Go Ta Vera Minisode Estado da ustiga «Seno Feder ‘hz de Dirt da 108 Vara Ce 70.064-900 — Brasilia. DF 70. 165-900 — Brasilia. DF Rua ABC, n? 123 01,010-000 - So Paulo. SP Em comunicagées oficiais, est abolido 0 uso do tratamento dignissimo (DD), as autoridades arroladas na lista anterior. A dignidade & pressuposto para que se ocupe qualquer cargo piblico, sendo desnecesséria sua repetida ewcagao, Vossa Senhoria 6 empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é: ‘Senhor Fulano de Tal, Ge) No envelope, deve constar do enderegamento: ‘Ao Senhor Fulano de Tal Rua ABC, n® 123 70,123 ~ Curitiba, PR Como se depreende do exemplo acima, fica dispensado 0 emprego do superlativo ilustrissimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria ¢ para particulates. E sufciente 0 uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-se que doutor nao é forma de tratamento, e sim titulo académico. Evite usdo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicacdes dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluido curso Luniversitario de doutorado. E costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito © em Medicina, Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade as comunicacdes, Mencionemos, ainda, a forma Vossa Magnificéncia, empregada por forga da tradi¢ao, em comunicagGes dirigidas a reitores de universidade, Corresponde-the o vocativo: Magnifico Reitor, ) (Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclestastica, sao: Vossa Santidade, em comunicagées dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é: Santissimo Padre, re) htpihwiplanalta gaverccil_Oaimanualimanual im ran9 e201 Manval_Redagéo Vossa Eminéncia ou Vossa Eminéncia Reverendissima, em comunicagbes aos Cardeais. Coresponde-Ihe o vocativo: Eminentissimo Senhor Cardeal, ou Eminentissimo e Reverendissimo Senhor Cardeal, ) Vossa Exceléncia Reverendissima 6 usado em comunicagées difigidas a Arcebispos @ Bispos; Vossa Reverendissima ou Vossa Senhoria Reverendissima para Monsenhores, CBnegos e superiores religiosos. Vossa Reveréncia & empregado para sacerdotes, clérigas © demais religiosos. 2.2. Fechos para Comunicagées © fecho das comunicagées oficiais possui, além da finalidade dba de arematar o texto, a de saudar o destinatario. (Os modelos para fecho que vinham sendo utlizados foram regulados pela Portaria n® 1 do Ministério da Justiga, de 1937, que estabelecia quinze padrées. Com o fto de simplifcé-los uniformizé-los, este Manual estabelece 0 emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicagao oficial: 2) para autoridades superiores, inclusive 0 Presidente da Repiblica: Respeitosamente, ») para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior Atenciosamente, Ficam excluidas dessa formula as comunicagées ditigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradigao proprios, devidamente disciplinados no Manual de Redagao do Ministério das Relagdes Exteriores. 2.3, Identificagao do Signatario Excluidas as comunicagées assinadas pelo Presidente da Republica, todas as demais comunicagées oficiais devem trazer 0 nome e 0 cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A forma da identificagao deve ser a seguinte: (espago para assinatura) Nome Chefe da Secretaria-Geral da Presidéncia da Repiblica (espaco para assinatura) Nome Ministro de Estado da Justiga Para evitar equivocos, recomenda-se néo deixar a assinatura em pagina isolada do expedient. Transfira para essa pagina ao menos a tiltima frase anterior ao fecho. 3. 0 Padrao Oficio Ha trés tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: 0 oficio, 0 aviso e 0 memorando. Com 0 filo de uniformizé-los, pode-se adolar uma diagramagdo tinica, que siga o que chamamos de padro oficio. As peculiaridades de cada um seréo tratadas adiante; por ora busquemos as suas semelhangas. 3.1. Partes do documento no Padréo Oficio © aviso, 0 offcio ¢ o memorando devem conter as seguintes partes. a) tipo e namero do expediente, seguido da sigia do érgao que o expede: Exemplos: Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of, 123/2002-MME b) local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento a direita: Exempla: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im wis e201 Manval_Redagéo Brasilia, 15 de margo de 1991 «)assunto: resumo do teor do documento Exemplos: Assunto: Produtividade do érgio em 2002 Assunto: Necessidade de aquisigao de novos computadores 4) destinat também 0 enderego. jo: 0 nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicagao. No caso do oficio deve ser incluido @) texto: nos casos em que nao for de mero encaminhamento de documentos, 0 expediente deve conter a seguinte estrutura — introdugo, que se confunde com o pardgrafo de abertura, na qual & apresentado o assunto que motia a comunicagao. Evite o uso das formas: "Tenho a honra de", "Tenho o prazer de", "Cumpro-me informar que", empregue a forma direta; = desenvohimento, no qual o assunto 6 detalhado; se 0 texto contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em pardgrafos distintos, o que confere maior clareza & exposig&o; = conclusdo, em que ¢ reafimada ou simplesmente reapresentada a posi¢ao recomendada sobre o assunto s paragrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou titulos e subtitulos. 4J4 quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura 6 a seguinte: — introdugdo: deve iniciar com referéncia ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento no tiver sido solicitada, deve iniciar com a informagéio do motivo da comunicagao, que é encaminhar, indicando a seguir os dados completes do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatario, e assunto de que trata), e a razdo pela qual esté sendo encaminhado, segundo a seguinte formula: "Em resposta ao Aviso n? 12, de 1° de fevereiro de 1991, encaminho, anexa, cépla do Oficio n® 34, de 3 de abril de 1990, do Departamento Geral de Administragéo, que trata da requisi¢ao do servidor Fulano de Tal." "Encaminho, para exame @ pronunciamento, @ anexa cépia do telegrama r®@ 12, de 12 de Ievereiro de 1991, do Presidente da Confederac&o Nacional de Agricultura, a respeito de projeto cde modernizagao de técnicas agrcolas na regido Nordeste.” — desenvolimento: s¢ 0 autor da comunicagéo desejar fazer algum comentario a respeito do documento que encaminha, podera acrescentar parégrafos de desenvolvimento, em caso contréri, nBo ha pardgrafos de desenvolvimento tem aviso ou oficio de mero encaminhamento. ‘)fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicagdes); @) assinatura do autor da comunicagao; e h) identificagéo do signatario (v. 2.3. Identiticagao do Signatério) 3.2. Forma de diagramacao (Os documentos do Padréo Oficio devem obedecer & seguinte forma de apresentacdo: a) deve ser utiizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto em geral, 11 nas citagdes, e 10 nas notas de rodapé; ») para simbolos néo existentes na fonte Times New Roman poder-se-A utilizar as fontes Symbol e Wingdings; ) 6 obrigatéria constar a partir da segunda pagina o numero da pagina; htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im swi29 e201 Manval_Redagéo 4) 08 oficios, memorandas e anexos destes poderdo ser impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens esquerda e direta terdo as distancias invertidas nas paginas pares (“margem espelho") €) 0 inicio de cada paragrafo do texto deve ter 2,5 cm de distancia da margem esquerda; 40 campo destinado & margem lateral esquerda terd, no minimo, 3,0 cm de largura: 9) 0 campo destinado 3 margem lateral direita tera 1,5 cm; h) deve ser utilizado espacamento simples entre as linhas e de 6 pontos apés cada pardgrafo, ou, se 0 editor de texto utilizado no comportar tal recurso, de uma linha em branco; I) no deve haver abuso no uso de negrito, itélico, sublinhado, letras maidsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de formatagao que afete a elegancia e a sobriedade do documento; j) @ impresso dos textos deve ser feita na cor preta em papel branco. A impressao colorida deve ser usada apenas para gréficos e ilustragées; I) todos 0s tipos de documentos do Padrdo Oficio devem ser impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 em; m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de arquivo Rich Text nos documentos de texto; 1) dentro do possivel, todes os documentos elaborados devem ter 0 arquivo de texto presenado para consulta posterior ou aproveltamento de trechas para casos andlogos; ©) para facilitar a localizago, os nomes dos arquivas devem ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + nimero do documento + palavras-chaves do contetido Ex.: "Of, 123 -relatério produtividade ano 2002" 3.3, Aviso @ Oficio 3.3.1, Definigao e Finalidade Aviso @ oficio so modalidades de comunicagao oficial praticamente idénticas. A tnica diferenga entre eles & que o aviso 6 expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o oficio & expedido para e pelas demais autoridades. Ambos tém como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos érgdos da Administragao Publica entre si e, no caso do oficio, também com particulares. 3.3.2, Forma e Estrutura Quanto @ sua forma, aviso e offcio sequem 0 modelo do padrdo offcio, com acréscimo do vocativo, que invoca 0 destinataro (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de virgula, Exemplos: Excelentissimo Senhor Presidente da Republica Senhora Ministra Senor Chefe de Gabinete Devem constar do cabecalho ou do rodapé do oficio as seguintes informagées do remetente: ~ nome do 6rg8o ou Seto; ~ enderego postal; = telefone e enderego de correioeletrénico. Exemplo de Oficio htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ran e201 Menual_Redagéo [Minietéxio] [SenrtwiaDeyartnent Sehr Entilad] jen (Eadeteo yer comspondéeia ‘Enderyo - ecntinuayio) [Telefonee Enderego de Comew Eletroniro) Oficio wt 241991. 80-PR Brasilia, 27 do maio de 1991 A Sna Exceléncia oSeahor Deputato [Nome] Cémars dos Depatadas 70.160-900 ~Brasiha~ DF Asounto: Demarcacio de terras indigenas Senhor Deputado, 2,5 em 1 Em complem ento as observagbestransnitidas pelo telegraman? 154, de 24 ce abril wikimo, informo Tossa Exceléncia de que as medicas mencionatas en sua carta 12 6708, ditigida co Senhor Presdeme de Republica, edo anperadas pelo procedimenta administalive de demarcegio de temas indigenas instintdo pelo Decteto ni 22, de 4 de fevereita de 1991 (copia anee) 2 Em sua comunicasic, Vossa Exceléncie ressalva.a necessidade de que— ra efinigio e dematcacko des terres indigenas — foscem levadas em considerecio es caractedslicas sécic-econdmicas regicaais 3 Noe termoe deDeereto nt 22, a demarcagio de terrae indigenae deverd ont precedida de setudoo « Levantamentae Wenieae que atenclam aa digporto no att. 221, 5 1% da Conslitigio Federal. Os estidos deveria incluir os aspectas stm-histiriens, sosialdgiens, cartogrificose funsiérios.O axame deste tiltimo aspect deverd ser feito conjuntamente con 0 6rgio federal ou estate competent 4 (Os cegios publioos federais, etadaas e maticipsis deverio encaminhar 2s infoan gGes que jugaem prinentes score a dea em. eotuda E igualmente esiegareda Seat de tidslon oi teciaivmn da ponedece Sl 5 Os estados téenicos elehorados pela drgto federdl de protesia aa iadio ser publicedos juntam te com as infoum ayes recsbidas dos érgios piblicos e des entidacks civis asima mencionadas, (297 x 210mm) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im wmin9 e201 Menual_Redagéo 35 om 6 Como Yossa Excelériia pote vetificat, 0 provedimento estabelecise aseeguia que a decisto a ser hair ada pelo Ministto ce Estado da Iustiga sobre oslimites © « Semarcagéo de tetras indizenas seja infformada de todas ns slementns necessétias, inclusive aqueles assinalados em sia carta, com anecessétia transpaténcia » agilidace. Atenriosamente, [Nom ¢] [eareo] Exemplo de Aviso htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ra e201 Menual_Redagéo Aviso © 45/SCT-PR Brasiis, 27 ce fevereiso oe 1991 ASuaExedéncia oSeahee Meme e cargo] Asaunto: Semindxio sobre uso de energia xo setor piblice. Senkor Minis, 2,5 em Convida V case Exceliia a partoipar da sessio de aberura do Prameiro Siimario Regional sobre o so Hiciane de Berga no Stor Publio, ave reazato com 5 de margo prox, 899 horas no autiirio daB sola Naciond de AdminisiagSo Pitiica— ENAP, loclisada no Setor de Ares loledas Su, nesta capil 0 Seminéio mencionado inclui-se na alividades do Programa Nacional das Comissies Intermas de Conservari de Rvergia em Orgto Piblios, instinxito pele Decreto x6 99.656, se 26 de outubro de 1990. Poenriosamene, [nome do signst dic] [earge do aignstaio] 3.4, Memorando 3.4.1, Definigao e Finalidade (© memoranda & a modalidade de comunicagao entre unidades administrativas de um mesmo érgo, que podem estar hierarquicamente em mesmo nivel ou em nivel diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicagao eminentemente intema, Pode ter cardter meramente administrative, ou ser empregado para a exposigéo de projetos, idéias, diretrizes, etc. a sserem adotados por determinado setor do servo pilblico. ‘Sua caracteristica principal é a agilidade. A tramitagao do memorando em qualquer érgo deve pautar-se pela rapidez htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ran29 e201 Manval_Redagéo € pela simplicidade de procedimentos burocraticos. Para evitar desnecessério aumento do niimero de comunicagées, os despachos ao memorando devem ser dados no proprio documento e, no caso de falta de espago, em folha de continuagao. Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simpliicado, assegurando maior transparéncia a tomada de decisdes, e permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando, 3.4.2, Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue 0 modelo do padrdo offcio, com a diferenca de que o seu destinatario deve ‘ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos: ‘Ao Sr. Chefe do Departamento de Administragao Ao Sr. Subchefe para Assuntos Juridicos Exemplo de Memorando htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im aaa e201 Menual_Redagéo Sem Mem, 11eD3 Em 12 de atail de 1991 Aa Se, Chefs doD epartam ena de Administragto Assunto! Admtinistracio Instalario de microcomputadores 1 Nos iermos do Plano Geral ce informatizagéa, solicite a V osea Senhoria verifice: a porsbilidade de que san insialador wes microcomputadores neste Departement. 2 Sem descer a msiores detalhes técnicos, acrescento, apenas que a ided serie que 0 equioam ento foste dotada de disco rigdo © de monitar padréo EGA. Quanto a programas haveria necess dade de doistipos um proressador de sectos, ¢ outso gerenciador ie banca de dades. 3 Otreinamento de pessoal gars opera dos micros podetia ficat 4 cargo tia Sego de Treinam ento do Departamento de Medemizagto, cuja chefia jé manifestou sen acordlo a espe, 4 Dove moncionar, por fim, que a inform siizegio doo trubalhos deoto Departem snto tnvsjard racional distituigdo de tarefae entre ov pervidaree «, cobeeuda, uma imedhoria na qualidade dos servigas prestaros Avenviosamente, [nome do signstério] [cage do signetério] (297 x 210mm) 4, Exposigao de Motivos 4.1. Definigao e Finalidade Exposi¢ao de motivos & o expediente dirigido ao Presidente da Reptiblica ou ao Vice-Presidente para: a) informéo de determinado assunto; ) propor alguma medida; ou htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ina e201 Manval_Redagéo ) submeter a sua considerago projet de ato normative, Em regra, a exposigtio de motivos dirigida ao Presidente da Repiblica por um Ministro de Estado, Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposigao de motives deverd ser assinada por todos os Ministros envolidos, sendo, por essa razao, chamada de interministerial 4.2. Forma e Estrutura Formalmente, a exposigo de motives tem a apresentagao do padrio oficio (v. 3. 0 Padrdo Oficio). O anexo que ‘acompanha a expasigéio de motives que proponha alguma medida ou apresente projeto de ato normative, segue o modelo deserto adiante ‘A exposi¢do de motives, de acordo com sua finalidade, apresenta duas formas basicas de estrutura: uma para aquela que tenha cardter exclusivamente informative e outra para a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normative. No primeiro caso, © da exposigao de motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da Republica, sua estrutura segue o modelo antes referido para o padrao oficio, Exemplo de Exposi¢éo de Motives de carater informative htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im zainea e201 Menual_Redagéo EM n@001.46/1991-MIRE. Bresilia, 24 de maio de 1991 Eycelentissime Senhor Presidente de Reputlica Loom O Pivsidente George Bush anunciow ro siltinto dia 13, aiguificdiva musanca da posigte norte americana ase negociagdee que ge soelizam — na Conferfacia do Desermamenia, +m Gencbra— de ume convensio multilateral te prascrigio total dar atmas quinicas. Aoremmnciat A mamutengia de cerca de cis por centa de sen arsenal quimico até a adesio § convenrio de todosos paises em condigtvs de produzi arm as quinices, os Estados Unidos resproxin aram sua postara dam sion dos quarenta paises parlidpantes da process regocieder, inclusive o Biasl, sbrindo possizilidades concretas de que ofretado vera a ser conduida ¢ assinado em prazo ce cerca de um ano. (..) Lem Reapeitcoam ente, a.5e0 BNomo] [careo] (297 x 210mm) 4J4 a exposicao de motivos que submeta & consideragao do Presidente da Repablica a sugestdo de alguma medida a ser adotada ou a que Ihe apresente projeto de ato normativo — embora sigam também a estrutura do padrdo offcio -, além de outros comentétios julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar: a) na introdugo: 0 problema que esté a reclamar a adogo da medida ou do ato normativo propasto; b) no desenvolvimento: 0 porqué de ser aquela medida ou aquele ato normativo 0 ideal para se solucionar o problema, ¢ eventuais allemativas existentes para equacioné-lo; ©) na conclusao, novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im aaa e201 Manval_Redagéo problema. Deve, ainda, trazer apenso 0 formulario de anexo a exposigo de motivos, devidamente preenchido, de acordo com 0 seguinte modelo previsto no Anexo Il do Decreto n® 4.176, de 28 de marco de 2002 Anexo a Exposigéo de Motivos do jnsicar nome do Minisléio ou 68 equivalents) n@ de de de 200. 1. Sintese do problema ou da situagao que reclama providéncias 2, Solugées e providéncias contidas no ato normative ou na medida proposta 3, Altemativas existentes as medidas propostas [Mencionar: ‘se ha outro projeto do Executivo sobre a matéria; + se ha projetos sobre a matéria no Legislative; * outras possibilidades de resolugao do problema. 4, Custos IMencionar: * sea despesa decorrente da medida esta prevista na jel orgamentaria anual; se no, quais as altemativas para custedla; * se60 caso de solicitar-se abertura de crédito extraordindrio, especial ou suplementar, * valor a ser despendido em moeda corrente; 5. Razoes que justificam a urgéncia (a ser preenchido somente se 0 ato proposto for medida proviséria ou projeto de lei que dva tramitar em regime de urgéncia) IMencionar: * seo problema configura calamidade piblica; * por que é indispensavel a vigéncia imediat ‘+ se.se trata de problema cuja causa ou agravamento nao tenham sido previstos; © sese trata de desenvohimento extraordinario de situagao jé prevista, 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa vir a té10) 7. Alteragoes propostas Texto atual TTexto proposto 8. Sintese do parecer do érgao juridico © Com base em avaliagéio do ato normativo ou da medida proposta @ luz das questées levantadas no item 10.4.3, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ain e201 Manval_Redagéo ‘Afalta ou insuficiéncia das informagées prestadas pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Juridicos da Casa Gil, a devolugao do projeto de ato normative para que se complete o exame ou se reformule a proposta, (© preenchimento obrigatério do anexo para as exposigSes de motivas que proponham a adogo de alguma medida ou @ edig&o de ato normativo tem como finalidade: a) permitir a adequada reflexao sobre 0 problema que se busca resoher, b) ensejar mais profunda avaliagéio das diversas causas do problema e dos efeitos que pode ter a adogo da medida ou a edigao do ato, em consonancia com as questées que devem ser analisadas na elaboragdo de proposi¢ées normativas no ambito do Poder Executivo (v. 10.4.3). ©) confer perfeita transparéncia aos atos propostos. Dessa forma, ao atender as questées que devem ser analisadas na elaboragéo de atos narmativos no ambito do Poder Executivo, 0 texto da exposi¢ao de motives e seu anexo complementam-se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliagio profunda e direta de toda a situagao que esté a reclamar a adogdo de certa providéncia ou a edi¢ao de um ato normative; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solugdo que se prope, seus efeltos e sous custos; e as altematives existentes. O texto da exposi¢ao de motivos fica, assim, resenvado a demonstragao da necessidade da provdéncla proposta: por que deve ser adotada e como rasolverd o problema, Nos casos em que 0 ato proposto for questéo de pessoal (nomeagao, promogdo, ascensao, transferénci readaplago, reversdo, aproveitamento, reintegrapao, recondugao, remogo, exoneragao, demissio, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), ndo é necessario 0 encaminhamento do formulatio de anexo a exposigdo de motivos. Ressalte-se que: — a sintese do parecer do érgao de assessoramento juridico née dispensa o encaminhamento do parecer completo; = 0 tamanho dos campos do anexo 4 exposieao de motives pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensao dos comentarios a serem ali incluidos. ‘Ao elaborar uma exposigéio de motivos, tenha presente que a aleng&o aos requisites basicos da redago oficial (clareza, conciso, impessoalidade, formalidade, padronizago e uso do padrao culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposigtio de motos ¢ a principal modalidade de comunicagao dirigida ao Presidente da Repiiblica pelos Ministros. Alem disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cépia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciario ou, ainda, ser publicada no Diério Oficial da Unio, no todo ou em parte, 5. Mensagem 5.4. Definigao e Finalidade E 0 instrumento de comunicagao oficial entre os Chefes dos Poderes Publcos, notadamente as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislatio para informar sobre fato da Administragao Péblica; expor 0 plano de govemo por ocasiao da abertura de sesso legislative: submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberago de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicagses de tudo quanto seja de interesse dos poderes plilicas e da Nagéo Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos Ministérios a Presidéncia da Repdblica, a cujas assessorias, caberd a redagéo final ‘As mensagens mais usuais do Poder Executho ao Congresso Nacional tém as seguintes finalidades: a) encaminhamento de projeto de lei ordinaria, complementar ou financeira Os projetos de lei ordindria ou complementar so enviados em regime normal (Constituig&o, art. 61) ou de urgéncia (Constituigdo, art. 64, §§ 12 a 42). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com solicitagao de urgéncia Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidéncia da Repablica ao Primeiro Secretario da Camara dos Deputados, para que tenha inicio ua tramitagdo (Constituigdo, art. 64, caput) Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual, diretrizes orgamentérias, orgamentos anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do Congresso Nacional, © os respectivos avisos so enderegados ao Primeiro Secretario do Senado Federal. A razio € que 0 art, 166 da Constituigéo htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 2a e201 Manval_Redagéo impée a deliberagéio congressual sobre as leis financeiras em sesso conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum’. E a frente da Mesa do Congresso Nacional esta o Presidente do Senado Federal (Constituigdo, art. 87, § 5%), que comanda as sessées conjuntas. ‘As mensagens aqui tratadas coroam o processo desenvolvido no 4mbito do Poder Executivo, que abrange minucioso exame técnico, juridico e econémico-financeiro das matérias objeto das proposicdes por elas encaminhadas. Tals exames materializam-se em pareceres dos diversos érgios interessados no assunto das proposigées, entre eles © da Adweacia-Geral da Unido. Mas, na origem das propostas, as andlises necessarias constam da exposigo de motives do érgo onde se geraram (v. 3.1. Exposigdo de Motivos) ~ exposigao que acompanhard, por cépia, @ mensagem de encaminhamento ao Congreso. ) encaminhamento de medida proviséria, Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituigao, o Presidente da Repéblica encaminha mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretério do Senado Federal, juntando cépia da medida proviséria, autenticada pela Coordenaeao de Documentagao da Presidéncia da Repiblica, c) indicagao de autoridades. ‘As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicagao de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco Central, Procurador-Geral da Repiiblica, Chefes de Missao Diplomética, etc.) tam em vista que a Constituigéo, no seu art. 52, incisos Ill e IV, atribui quela Casa do Congresso Nacional competéncia privativa para aprovar a indicagao. © curriculum vitae do indicado, devidamente assinado, acompanha a mensagem, d) pedido de autorizago para o Presidente ou o Vice-Presidente da Republica se ausentarem do Pals por mais de 15 dias. Trala-se de exigéncia constitucional (Constituigao, art. 49, ll, e 83), e a autorizagéo 6 da competéncia privativa do Congresso Nacional. © Presidente da Repiblica, tradicionalmente, por cortesia, quando a auséncia € por prazo inferior a 16 dias, faz uma ‘comunicagao a cada Casa do Congreso, enviando-Ihes mensagens idénticas. ) encaminhamento de atos de concessao e renovagao de concessdo de emissoras de radio e TV. ‘A obrigagao de submeter tais alos a apreciaco do Congreso Nacional consta no inciso Xl do artigo 49 da Constituigéo. Somente produzirao efeitos legais a outorga ou renovagdo da concessao apés deliberagdo do Congresso Nacional (Constituigdo, art, 223, § 3%), Descabe pedir na mensagem a urgéncia prevsta no art. 64 da Constituigéo, porquanto 0 § 12 do art, 223 ja define 0 prazo da tramitagao, ‘Além do ato de outorga ou renovaco, acompanha a mensagem o correspondente processo administratio. f) encaminhamento das contas referentes ao exercicio anterior, © Presidente da Repiiblica tem o prazo de sessenta dias apés a abertura da sesso legislativa para envar a0 Congreso Nacional as contas referentes ao exercicio anterior (Constituigao, art. 84, XXIV), para exame e parecer da Comissao Mista permanente (Constituigéo, art. 166, § 12), sob pena de a Camara dos Deputados realizar a tomada de contas (Constituigao, art. 51, I), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu Regimento Intemo. 9) mensagem de abertura da sessao legislativa Ela deve conter 0 plano de govemo, exposigao sobre a situagao do Pals e solicitago de providéncias que julgar necessérias (Constituigao, art. 84, X). © portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da Presidéncia da Republica. Esta mensagem difere das demais porque vai encaderada e é distribuida a todos os Congressistas em forma de livo. hh) comunicagao de sangéo (com restituigéio de autégratos). Esta mensagem é diigida aos Membros do Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretério da Casa onde se originaram os autégrafos. Nela se informa o nimero que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos trés autégrafos recebidos, nos quais 0 Presidente da Repiiblica tera aposto o despacho de sancao. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im aaa e201 Manval_Redagéo |) comunicagao de veto. Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituigéo, art. 66, § 12), a mensagem informa sobre a decisdo de vetar, se 0 velo € parcial, quais as disposi¢ées vetadas, e as razées do veto. Seu texto vai publicado na integra no Didrio Oficial da Unido (v. 4.2. Forma e Estrutura), ao contrério das demais mensagens, cuja publicagao se restringe & noticia do seu envio ao Poder Legislative. (¥. 19.6.Veto) }) outras mensagens Também sao remetidas ao Legislative com regular freqiéncia mensagens com: —encaminhamento de atos intemacionais que acarretam encargos ou compromissos gravosos (Constiluigdo, art 49, — pedido de estabelecimento de aliquotas aplicéveis &s operagdes € prestagées inlerestaduais ¢ de exportagao (Constituigdo, art. 155, § 22, IV) — proposta de fixagdo de limites globais para o montante da divda consolidada (Constituigéo, art. 52, VN}; — pedido de autorizagao para operagdes financeiras externas (Constituigao, art, 52, V); ¢ outros. Entre as mensagens menos comuns esto as de: — convocagao extraordinaria do Congresso Nacional (Constituigao, art. 57, § 62); — pedido de autorizagao para exonerar o Procurador-Geral da Republica (art. 52, %, © 128, § 25 — pedido de autorizagao para dectarar guerra e decretar mobilizagao nacional (Constituigao, art. 84, XX); — pedido de autorizagao ou referendo para celebrar a paz (Constituigao, art. 84, XX); — justiicativa para decretagao do estado de defesa ou de sua prorrogagao (Constituigao, art. 136, § 42); — pedido de autorizagao para decretar o estado de sitio (Constituigao, art. 137) — relato das medidas praticadas na vigéncia do estado de sitio ou de defesa (Constituigdo, art. 141, pardgrafo tnico); — proposta de modificagao de projetos de leis fnanceiras (Constituigao, art. 166, § 5°) — pedido de autorizagéio para utlizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorréncia de velo, ‘emenda ou rejeigao do projeto de lei orgamentaria anual (Constituigéo, art. 166, § 82); — pedido de autorizago para alienar ou conceder terras pablicas com area superior a 2.500 ha (Constituigao, art. 188, § 19); ete. 5.2, Forma e Estrutura ‘As mensagens contém: a) a indicagao do tipo de expediente e de seu niimero, horizontalmente, no inicio da margem esquerda: Mensagem n2 b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatrio, horizontalmente, no inicio da margem esquerda; Excelentissimo Senhor Presidente do Senado Federal, ©) 0 texto, iniciando a 2 em do vocativo; d) 0 local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, ¢ horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem direita. ‘A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da Repablica, nao traz identificagao de seu signatério. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im amine e201 Manval_Redagéo Exemplo de Mensagem Sen Mensagem ne113 fom Excelettisdma Senkor Presidents do Senedo Federal, 2em Connnica « Vossa Exeeléncie o recebimento das Mensagens SM 12 106 a 110, de 1991, nes quais infoano a prumlgagio dbs Derreios Legidativas n® 93 297, de 1991, wlaives &exploragio de servigos de radiodifusto, 8 Brasie, 28 de margo ce 1991 (297 x 210mm) 6. Telegrama 6.1, Definigao e Finalidade Com 0 fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocraticos, passa a receber o titulo de telegrama toda comunicagao oficial expedida por meio de telegrafia, telex, etc. Por tratar-se de forma de comunicagao dispendiosa aos cofres publices e tecnologicamente superada, deve restringit- htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ana e201 Manval_Redagéo se 0 uso do telegrama apenas aquelas situagées que néo seja possivel o uso de correio eletrBnico ou fax e que a urgéncia justifique sua utiizagao e, também em razdo de seu custo elevado, esta forma de comunicagao deve pautarse pela cconcisao (v. 1.4. Concisao Clareza), 6.2. Forma e Estrutura Nao ha padrao rigido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulérios disponiveis nas agéncias dos Correios e fem seu sitio na Internet. 7.Fax 7A. Definigéo e Finalidade © fax (forma abreviada jé consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicago que esta sendo menos usada devido ao desenvohimento da intemet. &utilizado para a transmisso de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento ha preméncia, quando nao ha condigdes de envio do documento por meio eletranico, Quando necessério 0 original, ele segue posteriommente pela via e na forma de praxe. Se necessério 0 arquivamento, deve-se fazé-lo com cépia xerox do fax e ndo com o proprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente. 7.2. Forma e Estrutura (Os documentos enviados por fax mantém a forma e a estrutura que Ihes so inerentes. comeniente o envio, juntamente com © documento principal, de folha de rosto, i. &, de pequeno formulério com os dados de identifcagao da mensagem a ser erviada, conforme exemplo a seguir. [Orgio Expedidor] [setor do érgao expedidor] [enderego do érgao expedidor] Destinatério: N2 do fax de destino: Data J, J Remetente: Tel. pi contato: Fax/correio eletronico" N2 de paginas: esta + N2 do documento: Observagies: 8. Correio Eletrénico 8.1 Definigao e finalidade O correio eletrénico ("e-mail"), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na principal forma de comunicago para transmissao de documentos. 8.2. Forma e Estrutura Um dos atrativos de comunicago por correio eletrénico é sua flexibilidade. Assim, néo interessa definir forma rigida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar 0 uso de linguagem incompativel com uma comunicagao oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos @ Comunicagées Oficiais) (© campo assunto do formulétio de correio eletrénico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a organizago htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im pana e201 Manval_Redagéo documental tanto do destinatario quanto do remetente. Para os arquivos anexados & mensagem deve ser utiizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer inforragées minimas sobre seu contetido. ‘Sempre que disponiel, deve-se utllizar recurso de confinmagao de leitura. Caso nao seja disponiel, deve constar da mensagem pedido de confirmagao de recebimento, 8.3 Valor documental Nos termos da legislagéio em vigor, para que a mensagem de correio eletrénico tenha valor decumental, . &, para que possa ser aceito como documento original, € necessério existir certficacdo digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei CAPITULO III ELEMENTOS DE ORTOGRAFIA E GRAMATICA 9, Introdugéo Nesta seco aplicam-se os principios da ortografia e de certos capitulos da gramética a redagdo oficial. Em sua elaboracdo, levou-se em conta amplo levantamento feito das dividas mais freqlientes com relaco a ortografia, @ sintaxe e a semantic, Buscouse, assim, dotar o Manual de uma parte eminentemente prética, & qual se passa recorrer sempre que howver incerteza quanto & grafia de determinada palawa, 4 melhor forma de estruturar uma frase, ou & adequada expresso a ser utilizada ‘As nogées gramaticais apresentadas neste capitulo referem-se & gramatica formal, entendida como 0 conjunto de regras fixado @ partir do padrao culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certas conceitos da Gramatica dita tradicional (ou normativa). A aplicagao de conceitos da Gramética gerativa implicaria, forgosamente, em discusso de teorla lingUistica, o que ndo parece apropriado em um Manual que tem dbva finalidade pratica ‘Sublinhemos, no entanto, que a Gramatica tradicional, ou mesmo toda teoria gramatical, sdo sempre secundérias em relago & gramatica natural, a0 saber intutivo que confere competéncia lingUistica a todo falante nativo. Nao ha gramatica que esgote o repertério de possibilidades de uma lingua, e raras so as que contemplam as regularidades do idioma, Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais nao é suficiente para que se escreva bem. No entanto, 0 dominio da correco ortografica, do vocabulario e da maneira de estruturar as frases certamente contribui para uma melhor redagao, Tenha sempre presente que s6 se aprende ou se melhora a escrita escrevendo, Cada uma das trés segdes seguintes apresenta uma breve exposigao do assunto tratado, acompanhada dos exemplos correspondentes. Consulte-as sempre que tiver alguma divda. Se no for possivel resolver sua dificuldade, recorra ao dicionério ou a obra espectfica, 9.1, ORTOGRAFIA (do grago orthas ‘direito, correto' e graphein ‘escrever’) A corregao ortografica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de textos Oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar nao sé 0 sentido da palawa, mas de toda uma frase. O que nna correspondéncia particular seria apenas um lapso datilogratico pode ter repercussdes indesejdveis quando ocorre no texto de uma comunicacdo oficial ou de um ato normativo, Assim, toda reviso que se faga em determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta a correg&o ortografica Com relagéio aos erros de grafia, pode-se dizer que so de dois tipos: os que decorrem do emprego inadequado de determinada letra por desconhecimento de como escrever uma palaa, e aqueles causados por lapso datilogratico. As segdes seguintes sam dirimir as dividas relativas aos erros do primeiro tipo; as do segundo, sé a revisio atenta pade resoher. 9.1.1. Emprego das Letras 9.1.1.1, Emprego de Vogais ‘As vogais na lingua portuguesa admitem certa variedade de pronincia, dependendo de sua intensidade (i, &, se sao tOnicas ou tonas). Com essa variagdio na proniincia, nem sempre a meméria, baseada na audigo, retém a forma correta da grafia. A lista a seguir ndo é exaustiva, mas procura incluir as dificuldades mais correntes na redacdio oficial 9.1.1.4.1. E ou |? htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im saa e201 Palavras com E, ¢ acarear acreano (ou acriano) aéreo ante- (pret antecipar antevéspera aqueduto area averigie (fv) beneficéncia beneficente betume boreal cardeal carestia cedilha cercear cereal continue (Ev.) intes) Palavras com |, e néo E aborigine acriménia adiante calcario ceérie (Cariar) Iago (adiamento) dilapidar jatar (elargar) iscrigo (resena) 9.1.1.1.2, © 0u U? Palavras com 0, e nao U abolir agricola bobina boletim bussola cobicartr) comprido ‘comprimento (extenséo} concorréncia costume Palavras com U, endo 0 htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im Manval_Redagéo de antemao meteoro(logia) defetic (conceder) nomear delagao (deniincia) oceano demitr palaweado driver paréntese (ou descottinar paréntesis) descrigao passeata despender preferir despensa (onde se guardam comestivis) provenir despesa quase falsear tarear granjeat receoso hastear reentrancia homogéneo sanear ideologia se indeferr (neger) sendo legtimo sequer lenimento (que suavza) seringueiro menoridade testemunha meteorite video cricionario .criminar (discemir, separar) ore doi (f.v) feminino frontispicio imbuir imergir (merguihar) imigrar (entrar em pats estrangeiro) iminente (préximo) imiscuir-se inclinar incorporar (encorpar) incrustar (encrostar) infestar infui(s) (tv) inigualével iniludivel inquire (interrogar) intitular imupe3o jt linimento (medicamento untuoso) meritissimo possui(s) (fv) premiar presenciar privlégio remediar requisito sentenciar silcola substitul(s) (fv) verossimil silicola encobrir sortido explocir (\eriado) marajoara sotaque mochila tribe (de) moto proprio (latim: motu proprio) velo (s ocorréncia ety) pitoresco wnicola proeza Roménia remeno avia9 e201 acudir bonus cingiienta ‘cumprimento (saudacao) ‘cumprido (v. cumprir) cupula Curitiba elucubragao 9.1.1.1.3. Encontros Vocalicos 9.1.1.1.3.1 El ou E? Palavras com El, e no E aleijado alqueire cabeleireiro oth ta Palavras com E, e nao El adrede alameda aldeamento (mas aldeia) alhear (mas alheio) almejar azulejo bandeja calejar caranguejo carqueja cereja cortejo 9.1.1.1,3.2. OU ou 0? Palavras com OU, e néo O agourar arroubo dourar Palavras com 0, nao OU alcova ampola anchova (ou enchova) arroba arrochar, arrocho arrojar, arrojo 9.1.1.2, Emprego de Consoantes embutir entabular légua lucubragao onus regua stimula surtir(resultar) desleixo madeireira peixe ‘aueljo uelxa(r-se) despejar, despejo drenar embrear embreagem enfear ensejar, ensejo entrecho estrear, estreante frear, freada igreja lampejo lugarejo estourar frouxo lavoura pouco barroco cebola desaforo dose empola engodo Manval_Redagéo tabua tonitruante trégua usutruto Wirgula virus reivindicarseixo treinar treino malfazejo manejar, manejo morcego pereevejo refrear_ remanejo sertanejo tempero varejo pousar roubar tesoura tesouro estojo malograr, malogro mofar, mofo eco posar rebocar ‘Assim como emprego de vogais provoca diividas, ha algumas consoantes ~ especialmente as que formam digrafos (duas letras para representar um som), ou a muda (h), ou, ainda, as diferentes consoantes que representam um mesmo som — constituem dificuldade adicional a coreta grafia ‘Se howver hesitago quanto ao emprego de determinada consoante, consulte a lista que segue. Lembre-se de que a grafia das palawas tem estreita relagao com sua histéria. Vocabulos derivados de outras linguas, por exemplo, mantém certa uniformidade nas adaptagées que sofrem ao serem incorporados ao portugués (do francés garage ao port. garagem; do latim actione, fractione ao port. acdo, fracdo; etc.). Palawas que provém de outras palawas quase sempre mantém a graia do radical de origem (granjear: granja; gasoso: gs, analisar: andlise). H4, ainda, certas terminagdes que mantém htpihwiplanalta gaverccil_Oaimanualimanual im sain29 e201 Manval_Redagéo Uniformidade de grafia (-aga, -ago, -ecer, -€s, -esia, “zar, ete.) 9.1.1.2.1. Emprego do H: com H ou sem oH? Haiti halo hangar harmonia hhaurir Havana Hava haxixe hebdomadario hebreu hectare hhediondo hhedonismo Hegira Helesponto hilice hemi-(pref.=meio) hemistério hemorragia heranga hherbaceo (mas erva) herdar hherege hermenéutica hermético 9,1.1.2.2, 0 fonema lif: G ou J? Palavas com G, e nao J adagio agenda agiota algema algibeira apogeu argila auge Bage (mas bajeense) Cartagena digerir digestao efigie égide Egito Palavras com J, e néo G ajeitar encoraje (1.¥.) enjeitar ennjecer gorjeta granjear injegao interjeigao jeca herbi hesitar hiato hibrido hidraulica hiidraviao (hidroaviéo) hidrogénio hiidro-(pref hierarquia hierdglifo (ou hieroglifo) hifen higiene Himataia hindu hino hiper-{pref hipo-(pref.=sob) hipocrisia hipoteca hipotenusa hipotese hispanismo histeria hodiemo hoje gua) egrégio estrangeiro evangelho exegese falange ferrugem fuligem garagem geada gelosia gémeo gengiva gesso gesto Gibraltar jeito jenipapo Jerimum jesuita lisonjear lojista majestade majestoso objec 9.1.1.2.3, 0 fonema Is/: C, G ou S ou SS ou X ou XC? Palavras com C, ¢ e nao S ou SS nem SC htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im holandes: holofote homenagear homeopatia homicida homilia (ou homilia) homologar homogeneidade homogéneo homonimo honesto honorérios honra horatio horda horizonte horror horta hospede hospital hostil humano humilde humor Hungria sitia giz herege impingir ligeio miragem monge ogiva rigidez sugerir tangente viageiro viagem vigéncia ojeriza projegao projet! (ou projétil) rejeigao rejeitar rijeza sujeito ultraje les viajem (f. v.) sana e201 a bega absorgao abstengao agai agambarcar ‘acender (luminar) acento (tom de voz, simbolo grafico) acepgao acessério acerbo acerto (ajuste) aceno ago (ferro temperado) agodar (apressar) agicar acude adogao afiangar agradecer algar alicergar, alicerce almago almogo alvorecer amadurecer amanhecer ameagar aparecer apregar (marcar prego) aprego aquecer arrefecer amuaga assergao assungao babagu bago balanga Barbacena Barcelona ergo caga cacique cagoar caigara calga calhamago cansago carecer carrogaria (ou carroceria) castigo cebola 6-cedilha cédula cela ceifar célere celeuma célula com (eento) cemitério ecenario ‘censo (recenseamento) censura centavo htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im Manval_Redagéo ceme cerragao (neweiro) ‘cerrar (fechar, acabar) ceerro (morro) certame certeiro certeza, certidao certo cessagao (ato de cessar) ‘cessao (ato de ceder) ‘cessar (parar) cesta chacina chance chanceler cicatriz ciclo ciclone ira cifdo ccigarro cllada cimento imo cingalés (do Ceiléo) Cingapura (tradicional: Singapura) cinico cingdenta cinza closo ciranda circuito circuniexo fro (vela) cirurgia isto cistema citagao cizania coagao cobigar cociente (ou quociente) coergao coereitivo colegao ‘compungao cconeelho (municipio) cconcertar (ajustar, harmonizar) ‘concerto (- musical, acordo) concessao conetlio (assembiéia) ‘conjungao. consecugao Cricidma decepgao decerto descrigio (ato de descrever) destagatez discrigao (resena) disfargar distingao distorgao docente (que ensina; corpo -: os professores) ‘empobrecer encenagao exibigdo expego extingao falecer fortalecer Iguacu impego incerto (ndo certo) ineipiente (iniciante) insergao intercessa0 isengao lago liga (uta) licenga lucidez Nicido magada (importunagéo) magante rmagar (importunar) macigo macio rmago (de cartas) magom (ou mago) manutengéo mengao mencionar mugulmano novigo obcecagio (mas obsessio) obeecar opeao orgamento orgar ppago (paldcio) panaccia parecer pega penicilina pingar ga, pogo prevengao presungao uiga recender recenséo rechagar rechago remigao (resgate) resplandecer roga ago (grisalho) ssangdo (ato de sancionar) sogobrar sticia sucinto Sulga, suigo taga tapegaria tecelager teceléo tecer tecido tengao (intengao) terga ee) e201 céntimo centro ceticismo cético cera ceramica cerca cercear cereal cérebro Manval_Redagéo enderego enrijecer erupgao escaramuga escocés Escécia esquecer estilhago excegao excepeional Palavras com S, e nao C ou SC, nem X adensar adversario amanuense ansia, ansiar apreensao. ascenséo (subida) autépsia versio awlso balsa bolso bom-senso canhestro cansago ccenso (recenseamento) ‘compreenséo ‘compulsao condensar consecugao cconselheiro (que aconsetha) cconselho (aviso, parecer) cconsenso consentaneo cconsertar (remendiar) contra-senso contraversao controversia conversao cconwilsso Cérsega defensivo defensor descansar descensdo, descenso (descida) desconsertar (desarranjar) despensa (copa, armério) despretensao dimensao dispensa(r) dispersao dissensio distensao diversaio diverso ‘emersiio espoliar estender (mas extenso) estomo estorricar Palavras com SS, e nao C, ¢ Abissinia htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im excursao ‘expansao expensas, extensao (mas estender) extorsio extrinseco falsario falso, falsidade farsa imersio impulsionar incompreensivel incursao insinuar insipido insipiente (ignorante) insolagao intensdo (tenso) intensivo intrinseco. inversao justapor mansao mmisto, mistura ‘obsessao (mas obcecacao) obsidiar obsoleto pensio perourso persa Persia persiana penversao precursor pretensio propenso propulsao pulsar recensao recensear, recenseamento remorso repreensio repulsa reverso salsicha ‘Sansio soara sebe obo digressao tergo. terrago vacilar igo vzinhanga seco (ou seco) seda segar (ceifar, cortar) sela (assento) semear semente senado senha senior sensato senso série seringa sério serra seta severo seviciar Seviha Siberia Sictia siderurgia Sigilo sgla Silésia slicio slo sinagoga Sinai Singapura (tradicional; ocorre tb. Cingapura) singelo singrar sintoma Siria sismo Sto, situado submersao subsidiar subsisténcia suspensao tensao (estado de tenso) tergiversar Upsala (ou Upsala) utensilio versio versiti, versatels passeio aw29 e201 acessivel admiss3o aerosol agressao amassar (< massa) apressar ( encaminhar Procuradoria; devido a a gestéo do Ministro > devido a gest4o do Ministro falar a a Secretaria > falar a Secretaria, Emprega-se, ainda — para diferenciar a preposigdo a do artigo feminino singular a em locugSes como a caneta, & maquina, — em locugées em que significa a moda, 4 maneira (de): sair 4 francesa, discurso 4 Rui Barbosa, etc. ) Acento diferencial: marca a diferenga entre homégrafos ou homéfonos exclusivamente nos seguintes casos: — tém (eles) para distingui-lo de tem (ele), e vém (eles), distinto de vem (ele); (vale nos derivados: eles detém, provém, distinto de detém, provém (ele); — péde (pretérito perfeto) distinto de pode (presente); = forma (substantivo) distinto de forma (verbo formar); — vocabulos ténicos (abertos ‘ifechados *) que t8m homégrafos Atonos: ténicos ‘06a, cbas (v. coar) para (v. parar) Péla, pélas (v. pelare sf.) pélo (v. pelar), pélo, pélos Péra, péras (pedra), péra Péro, Pero péra(s) (surra); pbla(s) (broto vegetal) pélo(s) (eixo, jogo); pdlo(s) ({ihote de gavido) oa, coas (com a, com as) para (preposigéio) pela, pelas (por a(s) pelo, pelos (por o(s) pera (forma arcaica de para) pero (forma arcaica de mas) pola(s) (forma arcaica de por a(s)) polo(s) (forma arcaica de por o(s)) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im asia e201 Manval_Redagéo Pr (verbo) Por (preposigaio) As palawas acima listadas compéem a relagao completa das que recebem acento diferencial. Varias so arcaismos em desuso. ©) Til: tem como fungdo primeira a de indicar a nasalizagao das vogais @ e 0, mas eventualmente acumula também a fungao de marcar a tonicidade (cha, manha, crista, c&ibra) Acrescente-se, por fim, que as regras para acentuagao gratica valem igualmente para nomes proprios (América, Brasilia, Suécia, Paré, Chui, Macelé, etc.) e para abreviaturas de palawas acentuadas (pagina — pag., paginas — pags., século ~ sé.) A acentuagao de palawas estrangeiras ainda néo aportuguesadas segue as regras da lingua a que pertencem: détente, habitué, vis-d-vis (francés), 9.1.3, USO DE SINAIS 9.1.3.1, Hifen © hifen ou trago-de-uniéo ¢ um sinal usado para ligar os elementos de palavas compostas: couve-flor, vice-ministro; para unir pronomes atonos a verbos: agradeceuhe, dar-se-ia; e para, no final de uma linha, indicar a separagao das silabas de uma palawa em duas partes (a chamada transiineagéo): com-/parar, gover no. Analisamos, a seguir, 0 uso do hifen em alguns casos principais. 9.1.3.1.1. Hifen entre Vocdbulos a) na composigao de palavras em que os elementos constitutives mantém sua acentuagdo propria, compondo, porém, novo sentido: abaixo-assinado (abaixo assinado, sem hifen, com o sentido de '(aquele) que assina o documento em seu final’: "Jodo Alves, abaixo assinado, requer...”) decreto-lei licenga-prémio mao-de-obra matéria-prima oficialsde-gabinete testa-de-ferro (testa de ferro, sem hifen, papel-moeda significa ‘testa dura como ferro’) processo-crime salério-famiia b) na composigéo de palavras em que o primeiro elemento representa forma reduzida infanto-juvenil(infanto = infantil) nipo-brasileiro (nipo = nipénico) sécio-politico (sécio = social) ©) nos adjetivos gentllicos (que indicam nacionalidade, patria, pais, lugar ou regido de procedéncia) quando derivados de nomes de lugar (topdnimos) compostos: belo-horizontino norte-americano Porto-riquenho Fio-grandense-do-norte 4d) nas palawas compostas em que 0 adjetivo geral é acoplado a substantivo que indica fungao, lugar de trabalho ou 6rgao: ditetor-geral inspetoria-geral procurador-geral secretaria-geral 2) a preposigao sem liga-se com hifen a alguns substantivos para indicar unidade semantica (adquire, assim, valor de prefixo): sem-im sem-nimero semeterra ‘sem-vergonha sem-sal ‘sem-par htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sain e201 Manval_Redagéo #) 0 advérbio de negagao no liga-se com hifen a alguns substantivos ou adjetivos para indicar unidade seméntica (adquire, assim, valor de prefixo): nao-agressao ndo-eu, ndo-metal ndo-ser 9.1.3.1.2. Hifen e Prefixes ndio-ferraso ndo-participante nao-linear nao-alinhado s prefixos utilizados na Lingua Portuguesa provieram do latim e do grego, linguas em que funcionavam como preposicSes ou advérbios, isto é, como vocabulos autnomos. Por essa razdo, os prefixos t8m significagao precisa e exprimem, em regra, circunsténcias de lugar, mado, tempo, etc. Grande parte das palawas de nossa lingua é formada a partir da utilizago de um prefixo associado a outra palavra. Em muitos desses casos, é de rigor o emprego do hifen, seja para preservar a acentuagao propria (t6nica) do prefixo ou sua evidéncia seméntica, seja para evitar prondincia incorreta do vocabulo derivado. a) os seguintes prefixes nunca vam seguidos de hifen (ligam-se, portanto, diretamente ao vocabulo com 0 qual ‘compéem uma unidade): aer(o), aerotransporte agro, agroinduistria ambi, ambidestro anfi, anfiteatro audio, audiovisual i, bicentendrio io, biogenético cardio, cardiovascular cis, cisplatino de(s), desservigo difs), dissociagao ele(c)tro, eletroima filo), flogenético fisio, fisioterapia fon(o), fonoaudislogo fot(o), fotolito gastr(0), gastro}enterologia {96(0), geotécnica hemi, hemicirculo hopta, hoptassilabo hexa, hexafluoreno hidr(), hidro}elétrica hipo, hipatensao homo, homassexual in, inapto intro, ntroverséo Justa, justaposi¢ao ‘micr(o), micromregiéo ‘mono, monateismo ‘moto, motociclo ‘multi, multinacional para, parapsicologia penta, pentacampedo per, perclorato pur, plurianual pol, polivalente psic(o), psicossocial radio), radioamador retro, retroativo tole, teledindmica term(o), term(ojelétrica trans, transalpino tr, tricelular uni, unidimensional 'b) 0 prefixo ex exige hifen quando indica ‘estado anterior’, ‘que fol ex-deputado ex-ministro ©) 0 prefixo vice exige sempre o hifen: vice-almirante vice-diretor ex-mulher ex-secretario. Nice-presidente 4) 08 prefixos pds, pré, pré assim, tGnicos e de timbre aberto — requerem hifen sempre: Pés-escrito os-querra p6s-modemo pés-natal pré-aviso pré-nupcial pré-republicano ‘mas sem hifen quando atenos (e, normalmente, fechados): posfacio ospor Predeterminar @) 0s seguintes prefixos exigem hifen quando combinados com palawas iniciadas por vogal, h, rou s: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im predizer preestabelecer preestipulado preexistir Prejulgar aria e201 Manval_Redagéo auto (auto-estima, auto-retrato, etc.) ‘contra (contra-ataque, contra-oferta, etc.) extra (extra-oficial, extra-humano, extra-sensivel; extraortinario & a (nica excegao — que, no entanto, & licito distinguir de extra-ondindrio ‘nao ordinario, nao rotineiro; imprevisto') infra (infra-estrutura, infra-hepatico, infra-renal, etc.) intra (intra-ocular, intra-hepético, intra-renal, etc.) neo (neo-escolastico, neo-hegeliano, neo-ealismo, etc.) proto (prote-histéria, proto-revolugao, etc.) Pseudo (pseudo-esfera, pseudo-humano, pseudo-sigla, etc.) ‘semi (semi-anual, semi-timido, semi-selvagem, semi-humano, etc.) supra (Supra-renal, supra-sumo, ete.) Ulta (ultra-roméntico, ultra-sensivel, ete.) #08 seguintes prefixos exigem hifen quando combinados com palawas iniciadas por h, rou s: ante (ante-histérico, ante-sala, etc.) anti (anti-humano, anti-heréi, anti-regimental, etc.) arqui (arqui-hist6rico, etc.) ‘bre (sobre-humano, sobre-saia; excegdes: sobressair, sobressalto) hiper (hiper-humano, hiper-realismo, etc.) inter (inter-hemisférico, inter-regional, etc.) Super (Super-homem, super-tequintado, etc.) 9) 08 seguintes prefixos exigem hifen quando combinados com palawas iniciadas por vogal ou h: circum (circum-ambiente, circum-hospitalar, etc.) mal (mal-entendido, mal-humorado, etc.) an (pan-americano, pan-helénico, etc.) fh) os seguintes prefixos exigem hifen quando combinados com palawas iniciadas por ab (ab-rogar: anular, suprimi) ad (ad-rogar: adotar ou tomar por ado¢ao) ‘0b (ob-rogar: contrapor-se) sob (sob-roda: saliéncia capaz de estorvar 0 deslocamento de um veiculo) Sub (Sub-eitor, sub-regido, etc.; no caso de sub também separamos por hifen as palawas iniciadas por b: sub-bloco, sub-bibliotecério) Observacdo: Hifen de composi¢ao vocabular ou de énclise @ meséclise & repetido quando coincide com translineagao: decretor/ei, exigem/4he, far/-se-4 9.1.3.2, Aspas As aspas tém os seguintes empregos: a) usam-se antes e depois de uma citagao textual: A Constituigao da Republica Federativa do Brasil, de 1988, no pardgrafo Unico de seu artigo 12 afima: “Todo 0 poder ‘emana do pove, que 0 exerce por meio de representantes eleitos ou diretamentt ») déo destaque a nomes de publicagées, obras de arte, intituativos, apelidos, etc. © artigo sobre 0 processo de desregulamentagao foi publicado no "Jomal do Brasit A Secretaria da Cultura esta organizando uma apresentagao das "Bachianas", de Villa Lobos. ¢) destacam termos estrangeios: © processo da “détente" tev inicio com a Crise dos Misseis em Cuba, em 1962. “Mutatis mutandis", 0 novo projeto & idéntico ao anteriommente apresentado. d) nas citagdes de textos legais, as alineas devem estar entre aspas: (© tema 6 tratado na alinea "a" do artigo 146 da Constituigao. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im aain20 e201 Manval_Redagéo Atualmente, no entanto, tem sido tolerado 0 uso de italico como forma de dispensar o uso de aspas, exceto na hipétese de citagao textual. ‘A pontuagao do trecho que figura entre aspas seguira as regras gramaticais correntes. Caso, por exemplo, o trecho transcrito entre aspas terminar por ponto-nal, este devera figurar antes do sinal de aspas que encerra a transcrigao, Exemplo: 0 art. 22 da Constituigdio Federal - "So Poderes da Unido, independentes @ harm6nicos entre si, o Legislativo, 0 Executivo 0 Judiciério." —jé figurava na Carta anterior. 9.1.3.3. Parénteses Os parénteses so empregados nas oragbes ou express6es intercaladas, Observe que 0 ponto-fnal vem antes do Ultimo paréntese quando a frase inteira se acha contida entre paréntese: "Quanto menos a ciéncia nos consola, mais adquire condli¢des de nos servi" (José Guilherme Merquior) © Estado de Direito (Constituigao Federal, art. 12) define-se pela submissao de todas as relagSes ao Direito. 9.1.3.4, Travessio travessio, que é um hifen prolongado () |, 6 empregado nos seguintes casos: a) substitui parénteses, virgulas, dois-pontos: O controle inflacionario ~ meta prioritaria do Governo — sera ainda mais rigoroso. As restrigdes ao live mercado — especialmente 0 de produtos tecnologicamente avangados — podem ser muito prejudiciais para a sociedade. ») indica a introdugo de enunciados no didlogo: Indagado pela comissao de inquérto sobre a procedéncia de suas declaragdes, o funcionério respondeu Nada tenho a declarar a esse respeito C) indica a substituigao de um temo, para evitar repeticbes: © verbo fazer (vide sintaxe do verbo -), no sentido de tempo transcorido, ¢ utllzado sempre na 38 pessoa do singular: faz dois anos que isso aconteceu d) dé @nfase a determinada palawa ou pensamento que segue: Nao ha outro meio de resolver o problema — promova-se o funclonatio, Ele reiterou sua idéias @ convicgées — energicamente. 9.2. SINTAXE (do grego syntaxis ‘arranjo, disposiga0) E a parte da Gramatica que estuda a palavra, no em si, mas em relagdo as outras, que com ela se unem para exprimir o pensamento, E 0 capitulo mais importante da Gramatica, porque, a0 disciplinar as relagées entre as palawas, contribui de modo fundamental para a clareza da exposig&o e para a ordenaco do persamento. importante destacar que o conhecimento das regras gramaticais, sobretudo neste capitulo da sintaxe, é condiggo necesséria para a boa redagao, mas no constitui condigao sufciente. A conciséo, clareza, formalidade e preciséo, flementos essenciais da redagao ofcial, somente serio alcangadas mediante a pritica da escrita e a leitura de textos escritos em bom portugués. Dominar bem o idioma, seja na forma falada, seja na forma escrita, ndo significa apenas conhecer excegées gramaticais: ¢ imprescindiel, isso sim, conhecer em profundidade as regularidades da lingua. No entanto, como interessa aqui aplicar principios gramaticais 8 redagdo oficial, trataremos, forgosamente, das referidas excegdes e dos problemas sintaticos que com mais freqiiéncia so encontrados nos textos oficais. \Veremos, a seguir, alguns pontos importantes da sintaxe, relatives A construgdo de frases, concordancia, regén colocago pronominal e pontuagao. 9.2.1, Problemas de Construgao de Frases htpihwuplanalta gaverccil_Oaimanualianual hm sana e201 Manval_Redagéo A clareza e a concisdo na forma escrita sao alcangadas principalmente pela construgao adequada da frase, "a menor unidade aut6noma da comunicagao", na definigao de Celso Pedro Lut ‘A fungao essencial da frase & desempenhada pelo predicado, que para Adriano da Gama Kury pode ser entendido ‘como "a enunciagéo pura de um fato qualquer’. Sempre que a frase possuir pelo menos um verbo, recebe 0 nome de eriodo, que tera tantas oragdes quantos forem os verbos néo auxiliares que o constituem, utra fungao relevante 6 a do sujeito — mas nao indispensavel, pois ha oragdes sem sujelto, ditas impessoals -, de quem se diz algo, cujo nicleo & sempre um substantive. Sempre que o verbo o exigir, teremos nas oragées substantivos (nomes ou pronomes) que desempenham a fungao de complementos (objetos direto e indireto, predicativ e complemento adverbial). Fungo acesséria desempenham os adjuntos adverbiais, que vem geralmente ao final da orag4o, mas que Podem ser ou intercalados aos elementos que desempenham as outras fung6es, ou deslocados para 0 inicio da oragao. Temos, assim, a seguinte ordem de colocagao dos elementos que compdem uma oragao (os parénteses indicam os elementos que podem nao ocorrer) (sujeito) - verbo - (complementos) - (adjunto adverbial). Podem ser identifcados seis padres basicos para as orag5es pessoais (i. & com sujeito) na lingua portuguesa (a fungao que vem entre parénteses & facultativa e pode ocorrer em ordem diversa): 4. Sujetto - verbo intransitive - (Adjunto Adverbial) © Presidente - regressou - (ontem), 2. Sujeito - verbo transitivo direto - objeto direto - (adjunto adverbial) (© Chefe da Diviséo - assinou - 0 termo de posse - (na manha de terga-feira). 3, Sujeito - verbo transitivo indireto - objeto indireto - (adjunto adverbial). © Brasil - precisa - de gente honesta - (em todos os setores). 4, Sujeito - verbo transitive direto e indireto - obj. direto - obj, indireto - (adj. Adw.) (Os desempregados - entregaram - suas reivindicagdes - ao Deputado - (no Congreso). 5, Sujeito - verbo transitivo indireto - complemento adverbial - (adjunto adverbial) ‘A reuniao do Grupo de Trabalho - ocorrera - em Buenos Aires - (na proxima semana). (© Presidente - voltou - da Europa - (na sextafeira) 6, Sujeito - verbo de ligacao - predicativo - (adjunto adverbial) © problema - serd - resohido - prontamente, Esses seriam os padroes basicos para as oragdes, ou seja as frases que possuem apenas um verbo conjugado. Na construgao de periodos, as varias fung6es podem ocorrer em ordem inversa @ mencionada, misturando-se e confundindo- se, Nao interessa aqui andlise exaustiva de todos os padres existentes na lingua portuguesa. O que importa é fixar a ordem normal dos elementos nesses seis padrées basicos. Acrescente-se que periodos mais complexos, compostos por duas ou mais oragées, em geral podem ser reduzidos aos padres basicos (de que derivam). Os problemas mais freqlientemente encontrados na construgao de frases dizem respelto a ma pontuagao, & ambigtiidade da idéia expressa, a elaboragao de falsos paralelismos, erros de comparagao, etc. Decorem, em geral, do desconhecimento da ordem das palavras na frase. Indicam-se, a seguir, alguns desses defeitos mais comuns e recorrentes na construgao de frases, registrados em documentos oficais. 9.2.1.1, Sujeito Como dito, o sujeito 6 o ser de quem se fala ou que executa a ago enunciada na oragao, Ele pode ter complemento, mas no ser complemento, Devem ser evitadas, portanto, construgdes como: Errado: E tempo do Congreso votar a emenda. Certo: E tempo de o Congresso volar a emenda, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sai29 e201 Manval_Redagéo Errado: Apesar das relagGes entre os palses estarem cortadas, (..) Certo: Apesar de as relagdes entre os paises estarem cortadas, (...) Errado: Nao vejo mal no Govemo proceder assim, Certo: Nao vejo mal em 0 Governo proceder assim, Errado: Antes destes requisitos serem cumpridos, (...) Certo: Antes de estes requisitos serem cumpridos, (.. ) Errado: Apesar da Assessoria ter informado em tempo, (..). Certo: Apesar de a Assessoria ter informado em tempo, (..) 9.2.1.2. Frases Fragmentadas A fragmentagao de frases "consiste em pontuar uma oragao subordinada ou uma simples locugao como se fosse uma frase completa’, Decorre da pontuagao errada de uma frase simples, Embora seja usada como recurso estilistico na literatura, a fragmentagao de frases devem ser evtada nos textos ofciais, pois muitas vezes dificulta a compreensdo. Ex, Errado: O programa recebeu a aprovago do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido. Certo: O programa recebeu a aprovagdo do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido. Certo: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovago do Congreso Nacional. Errado: © projeto de Convengao foi oportunamente submetido ao Presidente da Reptiblica, que 0 aprovou. Consultadas as éreas envolvidas na elaboragdo do texto legal Certo: O projeto de Convengao fol oportunamente submetido ao Presidente da Republica, que aprovou, consultadas a Areas envolvidas na elaboragao do texto legal 9.2.1.3, Erros de Paralelismo Uma das convengées estabelecidas na linguagem escrita "consiste em apresentar idéias similares numa forma gramatical idéntica’ , 0 que se chama de paralelismo. Assim, incorre-se em erro ao conferir forma nao paralela a elementos Paralelos. Vejamos alguns exemplos: Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de reducao de despesas. Nesta frase temos, nas duas orag6es subordinadas que completam o sentido da principal, duas estruturas diferentes ara idéias equivalentes: a primeira orag&o (economizar energia) € reduzida de infiniti, enquanto a segunda (que elaborassem planos de redugao de despesas) & uma oragao desenvolvida introduzida pela conjungao integrante que. Ha mais de uma possibilidade de escrevé-la com clareza e corregao; uma seria a de apresentar as duas oragdes subordinadas ‘como desenvolvidas, introduzidas pela conjungde integrante que: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redugo de despesas. utra possibilidade: as duas oragdes so apresentadas como reduzidas de infinitivo: Certo: Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios economizar energia elaborar planos para redugao de despesas. Nas duas corregdes respeita-se a estrutura paralela na coordenagao de orag6es subordinadas. Mais um exemplo de frase inaceitével na lingua escrita culta Errado: No discurso de posse, mostrou detenminago, néo ser inseguro, inteligéncia e ter ambigo. © problema aqui decorre de coordenar palawas (substantivos) com oragées (reduzidas de infntivo. Para tomar a frase clara e correta, pode-se optar ou por transformé-a em frase simples, substituindo as oragées htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 51129 e201 Manval_Redagéo reduzidas por substantivs: Certo: No discurso de posse, mostrou deferminagéo, seguranca, inteligéncia e ambicéo. (Ou empregar a forma oracional reduzida uniformemente: Certo: No discurso de posse, mostrou ser determinado e seguro, ter inteligéncia e ambigéo. Atentemos, ainda, para 0 problema inverso, 0 falso paralelismo, que ocorre ao se dar forma paralela (equivalente) a idéias de hierarquia diferente ou, ainda, ao se apresentar, de forma paralela, estruturas sintaticas distintas: Errado: O Presidente visitou Paris, Bonn, Roma e o Papa, Nesta frase, colocou-se em um mesmo nivel cidades (Paris, Bonn, Roma) e uma pessoa (0 Papa). Uma possibilidade de corregao é transformé-la em duas frases simples, com 0 cuidado de nao repetir o verbo da primeira (vsitar} Certo: O Presidente vsitou Paris, Bonn e Roma. Nesta diltima capital, encontrou-se com o Papa. Errado: O projeto tem mais de cem paginas e muita complexidade. ‘Aqui repete-se a equivaléncia gramatical indevida: esto em coordenagéio, no mesmo nivel sintatico, 0 niimero de paginas do projeto (um dado objetivo, quantificével) © uma avaliacao sobre ele (subjetiva), Pode-se reescrever a frase de duas formas: ou faz-se nova orago com o acréscimo do verbo ser, rompendo, assim, o desajeitado paralelo: Certo: O projeto tem mais de cem paginas e é muito complexo. (Ou se da forma paralela harmoniosa transformando a primeira oragao também em uma avaliagao subjetiva: Certo: O projeto é muito extenso e complexo. (© emprego de expressées correlativas como néo sé ... mas (como) também; tanto ... quanto (ou como); nem ... nem; ou ... OU; ‘etc, costuma apresentar problemas quando nao se mantém o obrigatério paralelismo entre as estruturas apresentadas. Nos dois exemplos abaixo, rompe-se 0 paralelismo pela colocagao do primeiro termo da correlago fora de posigao. Errado: Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma altemnativa. Certo: Vossa Senhora ov apresenta o projeto, ou propée uma altenativa, Errado: interventor néo sé tem obrigagao de apurar a fraude como também a de punir os culpados. Certo: 0 interventor tem obrigago no sé de apurar a fraude, como também de punir os culpados. Mencionemos, por fim, 0 falso paralelismo provocado pelo uso inadequado da expressao e que num periodo que néo ccontém nenhum que anterior, Errado: 0 now procuradoré jursta renomado, ¢ que tem sdlida formagao académica, Para corrgir a frase, ou suprimimos 0 pronome relativo: Certo: © now procurador é jurista renomado e tem sélida formagao académica, (Ou suprimimos a conjungao, que esta a coordenar elementos dispares. Certo: 0 novo procurador é jursta renomado, que tem séiida fornagao académica, Outro exemplo de falso paralelismo com e que: Errado: Neste momento, néo se devem adotar medidas precipitadas, e que comprometam o andamento de todo 0 programa. Da mesma forma com que corrigimos 0 exemplo anterior aqui podemos ou suprimir a conjungéo: Certo: Neste momento, ndo se devem adotar medidas precipitadas, que comprometam o andamento de todo 0 programa. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im saii29 e201 Manval_Redagéo (Qu estabelecer forma paralela coordenando oragées adjetivas, recorrendo ao pronome relative que e ao verbo ser: Certo: Neste momento, nao se devem adotar medidas que sejam precipitadas e que comprometam o andamento de todo 0 programa, 9.2.1.4, Erros de Comparacao A omissao de certos termos ao fazermos uma comparagdo, omissao propria da lingua falada, deve ser evtada na lingua escrita, pois compromete a clareza do texto: nem sempre & possivel identiicar, pelo contexto, qual o termo omitido. ‘A auséncia indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase: Errado: O salario de um professor é mais baixo do que um médico. ‘A omissao de termos provocou uma comparagao indevida: "o salério de um professor com "um médica", Certo: 0 salério de um professor & mais baixo do que o salério de um médico, Certo: salério de um professor & mais baixo do que o de um médico. Errado: O alcance do Decreto & diferente da Portaria, Novamente, a ndo repetigéo dos termos comparados confunde. Altemativas para correcdo: Certo: 0 alcance do Decreto é diferente do alcance da Portaria Certo: 0 alcance do Decreto & diferente do da Portaria. Errado: O Ministério da Educagae dispée de mais verbas do que os Ministérios do Govemo, No exemplo acima, a omissao da palawa “outros” (ou “demais") acarretou imprecisao: Certo: 0 Ministério da Educagao dispde de mais verbas do que 0s outros Ministérios do Govemo. Certo: 0 Ministério da Educagao dispée de mais verbas do que os demais Ministérios do Governo. 9.2.1.5, Ambiglidade ‘Ambigua & a frase ou orago que pode ser tomada em mais de um sentido, Como a clareza 6 requisito basico de todo texto oficial (v 1.4. Conciséo e Clareza), deve-se atentar para as construgées que possam gerar equivocos de ‘compreenséo. A ambiglidade decorre, em geral, da diftculdade de identificar-se a que palawa se refere um pronome que possui mais de um antecedente na terceira pessoa. Pode ocomrer com: 4) pronomes pessoais: Ambiguo: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado. Claro: 0 Ministro comunicou exoneragao dele a seu secretariado, (Ou entdo, caso o entendimento seja outro: Claro: O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneragao deste, b) pronomes possessiws ¢ pronomes obliquos: ‘Ambiguo: O Deputado saudou 0 Presidente da Repiblica, em seu discurso, e solicitou sua intervengdo no seu Estado, mas isso no 0 surpreendeu. Observe-se a multiplicidade de ambigliidade no exemplo acima, as quais tomam virtualmente inapreensivel o sentido da frase. Claro: Em seu discurso 0 Deputado saudou 0 Presidente da Republica, No pronunclamento, solicitou a intervengo federal em seu Estado, 0 que néo surpreendeu o Presidente da Republica, ©) pronome relative: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa29 e201 Manval_Redagéo ‘Ambiguo: Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar. Nao fica claro se 0 pronome relativo da segunda oracao se refere a mesa ou a gabinete, essa ambiglidade se deve a0 pronome relative que, sem marca de género, A solugao é recorrer as formas 0 qual, @ qual, os quais, as quais, que marcam género e nimero. Claro: Roubaram a mesa do gabinete no qual eu costumava trabalhar, Se 0 entendimento é outro, entao Claro: Roubaram a mesa do gabinete na qual eu costumava trabalhar. Hi, ainda, outro tipo de ambighidade, que decore da divida sobre a que se refere a oragdo reduzida: ‘Ambigue: Sendo indisciplinado, o Chefe admoestou o funcionatio, Para eviaro tipo de ambighidade do exemplo acima, deve-se deixar claro qual o sujeito da oragao reduzida, Claro: 0 Chefe admoestou o funcionério por ser este indisciplinado, ‘Ambiguo: Depois ce examinar 0 paciente, uma senhora chamou o médico. Claro: Depois que o mécico examinou o paciente, foi chamado por uma senhora. 9.2.1.6, Tipos de Oragées e Emprego de Conjuncées AAs conjungées so palawras invariéveis que ligam orag6es, termos da oragao ou palawas, Estabelecem relagdes entre rages e entre os termos sintéticos, que podem ser de dois tipos: 4) de coordenagao de idéias de mesmo nivel, e de elementos de idéntica fungao sintatica; ) de subordinagéo, para estabelecer hierarquia entre as idéias, e permitir que uma oragao complemente o sentido da outa Por esta razo, 0 uso apropriado das conjungées & de grande importancia: combinagGes errbneas de idgias (9.3. Semantica), jeu emprego indevido gera impreciséo ou 9.2.1.6.1. Periodos Coordenados e Conjuncées Coordenativas As conjungées coordenativas unem elementos de mesma natureza (substantive + substantivo; adjetivo + adjetivo; advérbio + advérbio; e orago + oragdio). Em periodos, as oragdes por elas introduzidas recebem a mesma classificagao, a saber: Aditivas: relacionam pensamentos similares, So duas: @ © nem. A primeira une duas afrmagées; a segunda, duas negagées: (© Embaixador compareceu a reunigo e manifestou o interesse do seu govemno no assunto, © Embaixador ndo compareceu 4 reunido, nem manifestou 0 interesse de seu governo no assunto, Adversativas: relacionam pensamentos que se opéem ou contrastam. A conjungao adversativa por exceléncia & ‘mas. Outras palawas também t8m forga adversativa na relagéo entre idéias: porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto. O piloto gosta de automéweis, mas prefere deslocar-se em aviées. O piloto gosta de automéveis; prefere, porém, deslocar-se em avides, Alternativas: relacionam pensamentos que se excluem, As conjung6es alternativas mais utllizadas so: ou, quer.,.quer, ora,..07a,jé.. jd © Presidente iré ao encontro (ou) de automével, ou de avido, Conclusivas: relacionam pensamentos tais que 0 segundo contém a conclusao do enunciado no primeiro, Séo: logo, pois, portanto, conseqdentemente, por conseguinte, etc. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sui29 e201 Manval_Redagéo A inflago & 0 maior inimigo da Nago; logo, & meta prioritaria do governo elimind-la Explicativas: relacionam pensamentos em sequiéncia justiicativa, de tal modo que a segundo oragao explica a razao de ser da primeira, Sao: que, po's, porque, portanto. Aceite os fatos, pois eles so 0 espelho da realidade. 9.2.1.6,2, Periodos Subordinados e Conjung6es Subordinativas ‘As conjungées subordinativas unem duas oragées de natureza diversa: a que é introduzida pela conjungéo completa © sentido da oragao principal ou Ihe acrescenta uma determinagao. As oragdes subordinadas desenvolidas (i, 6 aquelas que apresentam verbo em uma das formas finitas, indicativo ou subjuntivo) e as conjungdes empregadas em cada modalidade de subordinagao so as seguintes: ‘Substantivas: desempenham fungbes de substantive, ou seja, sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo. Podem ser introduzidas pelas conjungées integrantes que, se, como; pelos pronomes relativos, que, quem, quantos; pelos pronomes interrogativos quem, (0) que, quanto(ay(s), qual (is), como, onde, quando. De acordo com a fungdo que exercem, as orag6es séo classificadas em: a) subjetivas: E surpreendente que as transformagées ainda néo tenham sido assimiladas. Quem néo tem competéncia néo se estabelece. ) objetivas diretas: (© Ministro anunciou que os recursos serdo liberados. ©) objetivas indiretas: A liberagao dos recursos depende de que o Ministro a autorize. 4) predicativa © problema do projeto foi que ninguém previu todas as suas consequéncias, Adjetivas: desempenham a fungao de adjetivo, restringindo 0 sentido do substantive a que se referem, ou simplesmente the acrescentando outra caracteristica. S4o introduzidas pelos pronomes relativos que, 0 (a) qual, quem, quanto, cujo, como, onde, quando. Podem ser, portanto: a) restritvas: ‘Sé poderdo inscrever-se os candidatos que preencheram todos os requisitos para o concurso, b) ndo-restritivas (ou explicativas) © Presidente da Repdiblica, que tem competéncia exclusiva nessa matéria, decidiu encaminhar o projeto, Observe que o fato de a oragao adietiva restringir, ou ndo, 0 substantivo (nome ou pronome) a que se refere repercute nna pontuagao. Na frases de a), a oragao adjetiva especifica que nao sdo todos os candidatos que poderso inscrever-se, mas somente aqueles que preencherem todos os requisitos para o concurso. Como se verifica pelo exemplo, as oragées adjetivas restritivas nao sao pontuadas com virgula em seu inicio. J4 em b) temos 0 exemplo contrario: como s6 ha um Presidente da Repiblica, a oragao adjetiva néo pode especificé-lo, mas apenas agregar alguma caracteristica ou atributo dele. Este segundo tipo de oragéo vem, obrigatoriamente, precedido por virgula anteposta ao prenome relative que a introduz. Adverbiais: que cumprem a fungéo de advérbios. As conjungées que com mais frequéncia conectam essas oragées vém listadas ao lado da denominagao de cada modalidade, As oragées adverbiais sao classificadas de acordo com a idéia lexpressa por sua fungao adverbial: 4) Causais: porque; como, desde que, jé que, visto, uma vez que (antepostos), (© Coronel assumiu o comando porque o General hava falecido, ‘Como 0 General havia falecido, 0 Coronel assumiu 0 comando, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im s29 e201 Manval_Redagéo ) Concessivas: embora, conquanto, ainda que, posto que, se bem que, etc. © orgamento foi aprovado, embora os pregos estivessem altos, ©) Condicionais: se, caso, contanto que, sem que, uma vez que, dado que, desde que, etc. © Presidente baixaré uma medida provséria se houver necessidade, Informarel o Secretario sobre a evolugao dos acontecimentos contanto que ele guarde sigilo daquilo que ouvir 4) Conformativas: como, conforme, consoante, segundo, ete, Despachei o processo conforme determinava a praxe em vigor. e) Comparativas: que, do que (relacionados a mais, menos, maior, menor, melhor, pior); qual (relacionado a tal) ‘como ou quanto (relacionados a tal, tanto, t&o); como se; etc. Nada to importante como (ou quanto) o respeito aos direitos humanos. 1) Consecutivas: que (relacionado com tal, to, tanto, tamanho); de modo que, de maneira que; etc. © descontrole monetario era tal que ndo restou outra solugao senso 0 congelamento. 4g) Finais: para que ou por que, a fim de que, que, etc. © pai trabalha muito para (ou a fim de ) que nada falte aos fihos. 1h) Proporcionais: a medida ou proporgéo que, ao passo que, et As taxas de juros aumentavam a proporeo (ou medida) que a inflagao crescia. }) Temporais: quando, apenas, mal, até que, assim que, antes ou depois que, fogo que, tanto que, etc. (O acordo sera celebrado quando alcangar-se um entendimento minimo. Apenas iniciado 0 mandato, 0 govemador decretou a moratéria da divida publica do Estado, 9.2.1.6.3, rages Reduzidas ‘A mesma classificagao das oragées subordinadas desenvolvdas vale para as reduzidas, aquelas em que 0 verbo esta ‘em uma das trés formas nominais (infnitivo, participio e gertindio). Mencionemos alguns exemplos: 4) Substantivas: s4o sempre reduzidas de infinitivo (pois este & a forma nominal substantiva do verbo): E obrigatério revisar o texto, © Chefe prefere refazer ele mesmo o texto. Eu gosto de reler todos os textos, 0 grande objetivo é escrever bem. ) adjetivas: Havia la um arquivo contendo leis & decrefos. ©) adverbiais: ocorrem na forma reduzida as oragées causais, concessivas, condicionais, consecutivas, finais temporais: Initou-se por andar excessivamente atarefado. ‘Apesar de ler muito gramatica, néo escreve bem, Elaborado com ateneao, 0 texto melhora muito Nao conseguia trabalhar sem concentrar-s. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa29 e201 Manval_Redagéo Comegou a correr (,) para chegar a tempo. Falando com 0 Ministro, mencione 0 novo projeto. 9.2.2, Concordancia A concordancia é 0 processo sintatico segundo o qual certas palawas se acomodam, na sua forma, as palawas de que dependem, Essa acomodagao formal se chama “flexdo" @ se da quanto a género e nimero (nos adjetivos — nomes ou ronomes), nimeros @ pessoa (nos verbos). Dai a diviséo: concordancia nominal e concordancia verbal. 9.2.2.1, Concordancia Verbal Regra geral: 0 verbo concorda com seu sujelto em pessoa e niimero. Os novos recrutas mostraram muita disposigao. (CP: eu mostrei, vocé (ou ele) mostrou, nds (eu e,..) mostramos...) Se 0 sujeito for simples, isto é, se tiver apenas um nicleo, com ele concorda o verbo em pessoa e niimero: © Chefe da Segao pedi maior assiduidade, A inflagao deve ser combatida por todos. (Os servidores do Ministério concordaram com a proposta, Quando o sujeto for composto, ou seja, possuir mais de um nucleo, o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver primazia, na seguinte ordem: a 12 pessoa tem prioridade sobre a 22 e a 38; a 22 sobre a 32; na auséncia de uma @ outra, 0 verbo vai para a 32 pessoa Eu e Maria queremos viajar em malo. Eu, tu @ Jodo somos amigos. (© Presidente e os Ministros chegaram logo. Obsenagto: Por desuso do pronome wis respectivas formas verbais no Brasil, tu @.. leva 0 verbo para a 38 pessoa do plural: Tu @ 0 teu colega devem (e nao devels) ter mais calma, Analsaremos a seguir algumas quest6es que costumam suscltar divdas quanto & correta concordéncla verbal 2) Hd trés casos de sujeltoinexistente ~ com verbos de fenémens meteorolégicos: Choveu (geou, vento... ontem — em que o verbo haver & empregado no sentido de exist ou de tempo transconido Haverd descontentes no govemo e na oposi¢so Havia cinco anos néo ia a Brasilia Errado: Se houverom dividas favor perguntar. Certo: Se howver didas favor perguntar Para certificarsse de que esse haver é impessoal, basta recorrer ao singular do indicative: Se ha ( e nunca: *hao) dvidas... Hé (e jamais: "Héo) descontentes, — em que o verbo fazer & empregada no sentido de tempo transcorido: Faz dez dias que nao durmo. ‘Semana passada fez dois meses que iniciou a apurago das iregularidades, Errado: Fazem cinco anos que nao vou a Brasilia. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sri29 e201 Manval_Redagéo Certo: Faz cinco anos que néo wou a Brasilia ‘S40 muito frealientes os erros de pessoalizago dos verbos haver e fazer em locugbes verbais (ou seja, quando acompanhados de verbo auxiliar). Nestes casos, 08 verbos haver e fazer transmitem sua impessoalidade ao verbo auxiiar: Errado: Vo fazer cinco anos que ingressei no Servigo Pablico, Certo: Vai fazer cinco anos que ingressei no Senigo Publico. Errado: Depois das iitimas chuvas, podem haver centenas de desabrigados. Certo: Depois das iitimas chuas, pode haver centenas de desabrigados. Errado: Devem haver solugées urgentes para estes problemas. Certo: Deve haver solugses urgentes para estes problemas. b) Concordéncia facultativa com sujeito mais préximo: quando o sujeito composto figurar apés 0 verbo, pode este ‘lexionar-se no plural ou concordar com o elemento mais préximo. Venceremos eu e voc’. ou: Vencerei eu e voce. = ou, ainda: Vencerd vocé ¢ eu. 2) Quando 0 sujeito composto for constituido de palawas sinénimas (ou quase), formando um todo indiviso, ou de elementos que simplesmente se reforgam, a concordancia é facultativa, ou com 0 elemento mais préximo ou com a idéia plural contida nos dois ou mais elementos: A sociedade, 0 povo une-se para construir um pals mais justo. — ou entao: A sociedade, 0 povo unem-se para construir um pais mais justo, 4), © substantive que se segue a expresso um e outro fica no singular, mas o verbo pode empregar-se no singular ou no plural Um e outro decreto trata da mesma questao juridica, ou: Um e outro decreto tratam da mesma questao juridica, @) As locug5es um ou outro, ou nem um, nem outro, seguidas ou néo de substantive, exigem o verbo no singular: Uma ou outra opedo acabaré por prevalecer. Nem uma, nem outra medida resolvers o problema, f) No emprego da locugdo um dos que, admite-se dupla sintaxe, verbo no singular ou verbo no plural (prevalece este nouso tual} Um dos fatores que influenciaram (ou influenciou) a decisao foi a urgéncia de obter resultados concretos. A adogao da trégua de pregos foi uma das medidas que geraram (ou gerou) mais impacto na opinido publica. 4g) © verbo que tiver como sujeito 0 pronome relative quem tanto pode ficar na terceira pessoa do singular, como concordar com a pessoa gramatical do antecedente a que se refere 0 pronome: Ful eu quem resolveu a questéo. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa129 e201 Manval_Redagéo ou: Ful eu quem resolvi a questao. 1) Verbo apassivado pelo pronome se deve concordar com o sujeito que, no caso esta sempre expresso e vem a sero Paciente da ago ou objeto direto na forma ativa correspondente: \Vendem-se apartamentos funcionais e residéncias oftiais, Para obterem-se resultados so necessérios sacrificios Compare: apartamentos so vendidos e resultados so obtidos; vendem apartamentos e obtiveram resultados. \Verbo transitive indireto (i. & que rege preposigo) fica na terceira pessoa do singular, 0 se, no caso, nao é apassivador pois verbo transitive indireto nao & apassivavel *O prédio 6 carecido de reformas. *E tratado de questées preliminares, Assim, 0 comreto ¢: Assiste-se a mudangas radicais no Pais, (E nao “Assistem-se a...) Precisa-se de homens corajosos para mudar o Pais. (E no “Precisam-se de...) Trata-se de quest6es preliminares ao debate, (E nao “Tratam-se de...) ‘) Expresses de sentido quantitativo (grande niimero de, grande quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc) acompanhadas de complemento no plural admitem concordancia verbal no singular ou no plural Nesta tltima hipétese, temos "concordédncia ideolégica", por oposigao & concordancia légica, que se faz com o nucleo Sintatico do sintagma (ou locugao) nominal (a maioria + de...): ‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar sua culpa, Um grande ndmero de Estados aprovaram (ou aprovou) a Resolugao da ONU. Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as medidas. J) Concordancia do verbo ser: segue a regra geral (concordancia com o sujeito em pessoa e niimero), mas nos seguintes casos 6 feita com o predicativo: — quando inexiste sujeito: Hoje sao dez de julho, Agora sfo seis horas. Do Planalto ao Congreso so duzentos metros. Hoje 6 ofa quinze. — quando 0 sujeito refere-se a coisa e esté no singular € o predicativo & substantivo no plural: Minha preocupagao so os despossuldos. © principal erro foram as manifestagées extemporaneas. — quando os demonstrativos tudo, isto, isso, aquilo ocupam a funcao de sueito: Tudo sao comemorag6es no aniversario do municipio. Isto so as possibilidades concretas de solucionar 0 problema Aquilo foram gastos ingteis. — quando a fungao de sujeito exercida por palava ou locugo de sentido coletivo: a maionia, grande nimero, a maior parte, etc. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa129 e201 Manval_Redagéo ‘A maioria eram senidores de repartig&es extintas. Grande niimero (de candidatos) foram reprovados no exame de redacao. ‘A maior parte so pequenos investidores. — quando um pronome pessoal desempenhar a fungao de predicativo: Naquele ano, o assessor especial fui eu. © encarregado da supenisdo és tu, © autor do projeto somos nds. Nos casos de frases em que sdo empregadas expressdes 6 muito, 6 pouco, 6 mais de, 6 menos de 0 verbo ser fica no singular Trés semanas é muito, Duas horas & pouco. Trezentos mil 6 mais do que eu preciso. 1) A concordancia com expressées de tratamento ¢ tratada em detalhe em 2.1.2. Concordéncia com os Pronomes de Tratamento, p. 14, 'm) Concordancia do Infnitivo Uma das pecullaridades da lingua portuguesa é o infinitive flexionavel: esta forma verbal, apesar de nominalizada, pode ‘lexionar-se concordando com 0 seu sujeito. Simpliicando 0 assunto, controverso para os graméticos, valeria dizer que a {lexdo do infiitivo 56 cabe quando ele tem sujeito proprio, em geral distinto do sujeito da oragao principal: Chegou ao conhecimento desta Reparticio estarem a salvo todos os atingidos pelas enchentes. (sujeito do infinitivo: todos os atingidos pelas enchentes) A imprensa estrangeira noticia sermos nés os responsaveis pela presenvagao da Amaz6nia. (sujeito do infnitivo: nés) Nao admitimos sermos nds... Ndo admitem serem eles... © Govemo afima nao existirem tais doengas no Pais. (sujeito da oragao principal: 0 govemo; suieito do infnitivo: fais, doengas) ‘Quvimos baterem 4 porta. (sujeito (do infinitiv) indefinido plural, como em Batem (ou Bateram) a porta) O infiniti € inflexionavel nas combinagdes com outro verbo de um s6 e mesmo sujeito ~ a esse outro verbo é que cabe a concordancia: As assessoras podem (ou devem) ter dtividas quanto a medida, (Os sorteados nao conseguem conter sua alegria Queremos (ou precisamos, etc.) destacar alguns pormenores. Nas combinagées com verbos factitives (fazer, deixar, mandar...) @ sensitivos (sentir, ouvir, ver.) 0 infinitive pode concordar com seu sujeito proprio, ou deixar de fazé-lo pelo fato de esse sujeito (\égico) passar a objeto direto (sintatico) de um daqueles verb © Presidente fez (ou deixou, mandou) os assessores entrarem (ou entrar). ‘Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou vacilar) nos debates, Naturalmente, 0 sujeito seméntico ou légico do infinitive que aparece na forma pronominal acusativa (0,-10, -no & flex6es) s6 pode ser objeto do outro verbo: © Presidente fé-1os entrar (e no *entrarem) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eure e201 Manval_Redagéo ‘Sentimo-fos (ou Sentiram-nos, Sentiv-os, Viu-as) vacilar (@ no *vacilarem), 9.2.2.2, Concordancia Nominal Regra geral: adjetivos (nomes ou pronomes), artigos e numerais concordam em género e ntimero com os substantivos de que dependem: Todos 0s outros duzentos processos examinados... Todas as outras duzentas causas examinadas.. Alguns casos que suscitam dévida a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com o substantive em género e ndmero: ‘Anexa a presente Exposigao de Motives, segue minuta de Decreto, Vo anexos 0s pareceres da Consultoria Juridica, Remeto inclusa fotocépia do Decreto. Silenciar nesta circunstancia seria crime de lesa-patria (ou de Jeso-patriotismo), ) 2 olhos vistos é locugo com fungao adverbial, invariavel, portanto: Lucia envethecia a olhos vistos. A situagao daquele setor vem melhorando a olhos vistos. ©) possivel: em expresses superativas, este adjetivo ora aparece invariével, ora flexionado (embora no portugués, ‘modemo se prefira empregé-lo no plural): As caracteristicas do solo so as mals variadas possivels. As caracteristicas do solo so as mais variadas possivel 9.2.3, Regéncia Regéncia 6, em gramatica, sindnimo de dependéncia, subordinacao, Assim, a sintaxe de regéncia trata das relagées de dependéncia que as palavas mantém na frase. Dizemos que um termo rege 0 outro que o complementa, Numa frase, os termos regentes ou subordinantes (substantivos, adjetivos, verbos) regem os termos regidos ou subordinados (substantivos, adjetivos, preposigbes) que Ihes completam o sentido, Termos Regentes Termos Regidos ‘amar, amor a Dous. insistiu, insisténcia ‘om falar. Persuadiu ‘9 Senador a que wtasse. ‘obediente, obediéncia Alsi cuidado, cuidadoso ‘com a revisdo do texto. Como se vé pelos exemplos acima, os termas regentes podem ser substantivos e adjetivos (regéncia nominal) ou verbos (regéncia verbal), ¢ podem reger outros substantivos e adjetivos ou preposigées. As dividas mais freqlientes quanto 2 regéncia dizem respeito & necessidade de determinada palawa reger preposigo, e qual deve ser essa preposig&o. Considerando que, em regra, a regéncia dos nomes segue a dos verbos que thes correspondem (viajar de trem: viagem de trem; anotar no cademo: anotacio no cademo...) analisaremos a seguir alguns casos de regéncia verbal que costumam criar dificuldades na lingua escrita, 9.2.3.1, Regénci de Alguns Verbos de Uso Freqiiente anuir: concordar, condescender.transitivo indireto com a preposi¢ao a: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im enna e201 Manval_Redagéo Todos anuiram aquela proposta. (© Govemo anuiu de boa vontade ao pedido do sindicato, aproveitar: aproveitar alguma coisa ou aproweitar-se de alguma coisa. Aproveito a oportunidade para manifestar repiidio ao tratamento dado a esta matéria. © relator aproveitou-se da oportunidade para emitir sua opiniao sobre o assunto. aspirar: no sentido de respirar, & transitivo direto: Aspiramos 0 ar puro da montanha. Aspiré-o. no sentido de desejar ardentemente, de pretender, & transitivo indireto, regendo a preposigéo a: 0 projeto aspira a estabilidade econémica da sociedade, Aspira a ela, Aspirar a um cargo. Aspirar a ele, assistir: no sentido de auxiiar, ajudar, socom, & transitivo dreto: Procuraremos assistir os atingidos pela seca (assists) 0 direito que assiste a0 autor de rever sua posi¢ao. O direito que ihe assiste... no sentido de estar presente, comparecer, ver é transitivo indireto, regendo a preposigAo a: Nao assisti reunigo ontem. Nao assisti a ela, Assisti a um documentario muito interessante, Assisti a ele. Nesta acepgéo, o verbo néo pode ser apassivado; assim, em linquagem culta formal, é incorreta a frase: "A reunio foi assistida por dez pessoas”, atender: © Prefeito atendew a0 pedido do vereador. © Presidente atendeu o Ministro (atendeu-o) em sua reivindicagao. Ou © Presidente atendeu a0 Ministro (atendeu a ele) em sua reivindicagao. avisar: avisar alguém (avisé-lo) de alguma coisa: © Tribunal Eleitoral avisou os eleitores da necessidade do recadastramento, ‘comparecer: comparecer a (ou em) algum lugar ou event Compareci ao{ou no) local indicado nas instrugSes. ‘A maioria dos delegados compareceu a (ou na) reuniao compartilhar: compartilhar alguma (ou de alguma) coisa: © pow brasileiro compartiha os (cu dos) ideais de preservagao ambiental do Govemo. consistir: consistir em alguma coisa (consistir de 6 anglicismo) © plano consiste em promover uma trégua de pregos por tempo indeterminado. ‘custar: no sentido usual de fer valor, valer: A casa custou um milhao de cruzeiros. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eines e201 Manval_Redagéo — no sentido de ser dificil, este verbo se usa na 32 pessoa do sing., em linguagem culta formal: Custa-me entender esse problema. (Eu) custo a entender esse problema - 6 linguagem oral, escrita informal, etc. Custoushe aceitar a argumentagao da oposi¢ao, (Como sindnimo de demorar, tardar — Ele custou a aceitar a argumentagao da oposigao — tb. é linguagem oral, vulgar, informal.) declinar: declinar de alguma coisa (no sentido de rejeitar): Declinou das homenagens que Ihe eram devas. implicar: no sentido de acarretar, produzir como conseqiiéncia, 6 transitive direto — implicé-to: © Convénio implica a aceitag3o dos nows pregos para a mercadoria. (O Convénio implica na aceitagao... — & inovagao sintatica bastante frequente no Brasil. Mesmo assim, aconselha-se manter a sintaxe origindria: implica isso, implica-o...) incumbi incumbir alguém (incumbi-to) de alguma coisa: Incumbi o Secretério de providenciar a reserva das dependéncias. ou incumbir a alguém (incumbir-the) alguma coisa’ © Presidente incumbiu ao Chefe do Corimonial preparar a visita do dignitério estrangeio. Informar: informar alguém (informé-fo) de alguma coisa: Informo Vossa Senhoria de que as providéncias solicitadas ja foram adotadas. = informar a alguém (informar-the) alguma coisa: Muito agradecerra informar a autoridade interessada o teor da nova proposta. obedecer: obedecer a alguém ou a alguma coisa (obedecer-the): AAs reformas obedeceram a légica do programa de governo. E necessario que as autoridades constituidas obedegam aos preceitos da Constituicao. Todos ihe obedecem. pedir: pedir a alguém (pedir-the) alguma coisa Pedi ao assessor 0 relatério da reuniao, — pedir a alguém (pedirne) que faga alguma coisa: ("Pedi a alguém para fazer alguma coisa" é linquagem oral, wuilgar, informal.) Pedi aos interessados (pediu-/hes) que (e nao “para que) procurassem a reparticao do Ministério da Satide. preferir: proferir uma coisa (preferila) a outra (evite: "preferir uma coisa do que outa’) Prefiro a democracia ao totalitarismo. Vale para a forma nominal preferivel: Isto @ preferivel aquilo (e nao preferivel do que, proper-se: propor-se (fazer) alguma coisa ou a (fazer) alguma coisa: © decreto propde-se cisciplinar (ou a discipinar) o regime juridico das importagées. referir: no sentido de ‘relatar’ 6 transtivo direto Refer as informagées (rferiu-as) ao encarregado. visar: com o sentido de ter por finalidade, a regéncia originéria 6 transitiva indireta, com a preposicao a. Tem-se htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im cura e201 Manval_Redagéo admitido, contudo, seu emprego com o transitiv direto com essa mesma acepeao: © projeto visa ao estabelecimento de uma nova ética social (Visa a ele). Ou: \isa 0 estabelecimento (vsa-o) As providéncias visavam ao interesse (ot o interesse) das classes desfavorecidas. Observagéo: Na lingua escrita culta, os verbos que regem determinada preposigéo, ao serem empregados em ‘rages introduzidas por pronome relativo, mantém essa regéncia, embora a tendéncia da lingua falada seja abol-a, Ex: Esses so 0s recursos de que o Estado dispée (e ndo recursos que dispde, préprio da linguagem oral ou escrita informa. Apresentou os pontos em que 0 Govemo tem insistido (endo pontos que o Govero...). 4J4 as oragées subordinadas substantivas (v. 9.2.1.6.2. Periodos Subordinados e Conjungées Subordinativas) introduzidas por conjunggo integrante (que, como e se) dispensam o emprego da preposigao: © Gove insiste que a negociagao ¢ imprescindivel Nao ha diivida que o esforgo 6 fundamental Lembre como revsar um texto. 9.2.4, Pontuacao Os sinals de pontuagao, ligados a estrutura sintatica, tém as seguintes finalidades: a) assinalar as pausas e as inflexdes da voz (a entoagdo) na leitura; ») separar palawas, expresses ¢ oragdes que, segundo 0 autor, devem merecer destaque; ) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambighidades, 9.2.4.1, Virgula A Virgula serve para marcar as separagées breves de sentido entre termos vizinhos, as invers6es @ as intercalagées, quer na oragao, quer no periodo, A seguir, indicam-se alguns casos principais de emprego da vrgula: a) para separar palawas ou oragées paralelas justapostas, i, &, nao ligadas por conjungao: Chegou a Brasilia, visitou o Ministério das Relagées Exteriores, levou seus documentos ao Palacio do Burt, voltou ao Ministério e marcou a entrevista ‘Simplicidade, clareza, objetividade, conciséo sao qualidades a serem observadas na redagao ofcial, 'b)as intercalag6es, por cortarem 0 que esta sintaticamente ligado, devem ser colocadas entre virgulas: 0 proceso, creio eu, deverd ir logo a julgamento, ‘A democracia, embora (ou mesmo) imperfeita, ainda & o melhor sistema de governo. ©) expressées corretivas, explicativas, escusativas, tais como isto é, ou melhor, quer dizer, data venia, ou seja, por ‘exemplo, etc., devem ser colocadas entre virgulas: © politico, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de facil compreenséo. ‘As Nagées Unidas decidiram intervir no contlto, ou por outra, iniciaram as tratativas de paz. 4) Conjungdes coordenativas intercaladas ou pospostas devem ser colocadas entre virgula Dedicava-se ao trabalho com afinco; nao obtinha, contudo, resultados. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im oan e201 Manval_Redagéo © ano foi difcil; no me queixo, porém. Era mister, pois, levar o projeto as citimas conseqdéncias. ©) Vocativos, apostos, oragées adjetivas ndo-restritivas (explicativas) devem ser separados por virgula’ Brasileiros, 6 chegada a hora de buscar 0 entendimento., Aristételes, 0 grande filésofo, foi o criador da Logica ‘Ohomem, que 6 um ser mortal, deve sempre pensar no amanha. fa vigula também & empregada para indicar a elipse (ocultagdo) de verbo ou outro termo anterior: 0 decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (A vigula indica a elipse do verbo regulamenta.) As vezes procura assisténcia; outras, toma a iniciativa. (A virgula indica a elipse da palawa vezes.) 9) nas datas, separam-se os topdnimos: So Paulo, 22 de margo de 1991, Braslia, 15 de agosto de 1991 E importante registrar que constitui erro crasso usar a vigula entre termos que mantém entre si estreita ligagao sintatica ~ p. ex., entre sujeito e verbo, entre verbos ou nomes @ seus complements. Errado: O Presidente da Repablica, indicou, sua posi¢&o no assunto. Certo: O Presidente da Reptibica indicou sua posigao no assunto. Nos casos de 0 sujeito ser muito extenso, admite-se, no entanto, que a virgula 0 separe do predicado para conferir maior clareza ao periodo. Ex. Os Ministros de Estado escolhidos para comporem a Comissao e os Secretarios de Govemo encarregados de supenisionar o andamento das obras, devem comparecer a reuniao do préximo dia 15. © problema que nesses casos o politico enfrenta, sugere que os procedimentos devem ser revistos, 9.2.4.2, Ponto-e-Virgula © ponto-e-virgula, em principio, separa estruturas coordenadas ja portadoras de virgulas intenas, E também usado ‘em lugar da virgula para dar énfase ao que se quer dizer. Ex. ‘Sem virlude, perece a democracia; o que mantém 0 govemo despatico é o medo, As leis, em qualquer caso, ndo podem ser infringidas; mesmo em caso de divida, portanto, elas devem ser respeitadas. Art. 15. E vedada a cassagao de direitos politicos, cuja perda ou suspensao sé se dard nos casos de! 1 ~cancelamento da naturalizago por sentenga transitada em julgado; 1 ~incapacidade civil absolut; 111 — condenagso criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV — recusa de cumprir obrigagao a todos imposta ou prestagao altemativa, nos termos do art. 52, Vil; V = improbidade administrativa, nos tormos do art. 37, § #2. 9.2.4.3. DoisPontos Emprega-se este sinal de pontuago para introduzir citagSes, marcar enunciades de diélogo e indicar um esclarecimento, um resumo ou uma conseqiiéncia do que se afimou. Ex htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im oar e201 Manval_Redagéo Como afrmou o Marqués de Maric em suas Maximas: "Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar. Encerrado 0 discurso, o Ministro perguntou — Foi bom o pronunciamento? — Sem divida: todos parecem ter gostado. Mais que mudangas econémicas, a busca da mademidade impde sobretudo profundas alteragdes dos costumes e das tradigées da sociedade; em suma: uma transformagao cultural. 9.2.4.4, Ponto-de-Interrogagao © ponto-de-interrogagao, como se depreende de seu nome, é utlizado para marcar o final de uma fase interrogativa direta: [Até quando aguardaremos uma solugéo para 0 caso? Qual serd 0 sucessor do Secretério? Nao cabe ponto-de-interrogaeao em estruturas interrogativas indiretas (em geral em titulo — Por que a inflagao nao baixa — Como vencer a crise — Ete, © que & linguagem ofcial 9.2.4.5, Ponto-de-Exclamacao © ponto-de-exclamagao 6 utilizado para indicar surpresa, espanto, admirago, siplica, etc. Seu uso na redagao oficial fica geralmente restrito aos discursos e as pegas de retorica Povo deste grande Pais! Com nosso trabalho chegaremos lal 9.2.8, Colocagao dos Pronomes ‘Seré oportuno relembrar a posigéo das formas obliquas atonas dentro do quadro geral dos pronomes pessoais: Retos: Obliquos atonos: Obliquos Ténicos: ou me mim, comigo tu te ti, contigo ale, ola se, the, 0, a si, consigo nos. nos conosco ws wos conosco ales, olas 0, Ihes, 0s, as si, consigo Trata-se, aqui, de examinar a colocaco das formas obliquas tonas, que constituem com o verbo um todo fonético. Sao colocados, freqlentemente, apés a forma verbal (énclise); muitas vezes, antes (préclise); mais raramente, intercalam- se a cla (meséclise), ‘A Gramatica tradicional tem disciplinado a matéria — para a linguagem escrita formal - da maneira como se expde a seguir. 9.2.5.1. Enclise AAs formas verbais do infinitive pessoal, do imperativa afirmativo e do gerindio exigem a énclise pronominal Ex. Cumpre comportar-se bem. Essas ordens devem cumprinse rigorosamente. ‘Aqui estéo as ordens: cumpra-as. Aventurou-se pelo desconhecido, afastando-se dos objetivos iniciais. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im cara e201 Manval_Redagéo ‘Se 0 gertndio vier precedido da preposigao em, antepée-se o pronome (préclise) Em se tratando de uma situagao de emergéncia, justifica-se a mobilizagao de todos os recursos. A énclise é forgosa em inicio de frase. Ou seja: ndo se principia frase com pronome atono, Ex.: Pediram-he (e no “Lhe pediram) que comparecesse & reuniao do Congresso, 9.2.5.2, Préclise Como norma geral, deve-se colocar © pronome atono antes do verbo, quando antes dele houver uma palawa pertencente a um dos seguintes grupos a) palawas negativas: ndo, nada, nunca, jamais, nem, nenhum, ninguém, (© assessor nao Ihes forneceu detalhes do projeto? Jamais nos afastaremos das promessas de campanha; ») relativos: quem, 0 qual, que, quanto, cujo, como, onde, quando: (Os homens que se prezam sabem que devem pensar antes no interesse piblico que nos pessoais. (© chefe de departamento com quem nos entrevistamos afrmou que o problema esta resolvdo. ©) interrogativos: quem, (0) que, qual, quantofa)(s): como, onde, quanto. Quem nos apresentou o projeto? Quanto tempo se perde! 4) conjungdes subordinativas: quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que, etc. Lembrei de confirmar a reserva no Wo quando me despedia do chefe da divisao. Se eles se dispusessem ao didlogo... Logo que o vi, chamei-o para o despacho, infinitive precedido de uma das palawas ou expresses mencionadas acima, admite o pronome dtomo em préclise ou énclise, Ex. Nada Ihe contamos para nao 0 aborrecer (ou para nao aborrecé-0). 9.2.8.3, Meséclise Usa-se 0 pronome no meio da forma verbal, quando esta estiver no futuro simples do presente ou do pretérito do indicatho, Ex. Quando for possivel, transmitirshes-i mais informagées. ‘Ser-nos-ia itl contar com 0 apoio de todos. Fica prejudicada a meséclise quando hover, antes do futuro do presente ou do pretérito, uma das palawas ou expressées que prowocam a préclise: Nada ihe dlremos (e no “Nada dir-he-emos) até termos confirmacao do fato, Essa é a resposta que she enviariamos (endo “que enviar-Ihe-/amos) caso ele voltasse ao assunto, Espera o Estado que a Unido Ihe dard (e nao “que ... dar-he-4) mais verbas. 9.2.8.4, Casos Especiais a) E inviavel a @nclise com o participio, Ex.: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im orinza e201 Manval_Redagéo A inflagdo havia-se aproximado (nunca: *havia aproximado-se) de limites intoleravels. Jamais nos tinhamos enfraquecido (e nao: *tinhamos enfraquecido-nos) tanto. Teé-lo-ia afetado (e no *Teria afetado-he) 0 isolamento constante? 'b) Colocagio do pronome Atono em locugdes € combinagées verbals, Nas combinagées de verbo pessoal (auxiliar ou no) + infinitive, 0 pronome atono pode ser colocado antes ou depois do primeiro verbo, ou depois do infinitivo. Ex. Devemos-the dizer a verdade, Ou 'Nés Ihe devemos dizer a verdade. Ou, ainda: Devemos dlizer-he a verdade, No caso, a préclise com o infinitivo & prépria da linguagem oral, ou escrita informal: Devemos Ihe dizer... Evite-se esta colocagao na redagao oficial. ‘Se, no caso mencionado, houver palawa que exige a préclise, s6 duas posigées seréo possiveis para 0 pronome 4tono: antes do auxiliar (préclise) ou depois do infnitivo (&nclise). Ex, Nao he devemos dizer a verdade. Nao devemos dizershe a verdade. 9.3. SEMANTICA (do grego semantiké, i. , téchne semantiké ‘arte da significagao’) A seméntica estudo o sentido das palawas, expresses, frases @ unidades maiores da comunicagao verbal, os signficados que Ihe 40 atribuidos. Ao considerammos 0 significado de determinada palavra, levamos em conta sua historia, sua estrutura (radical, prefixos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, do contexto em que se apresenta, Quando analisamos o sentido das palawas na redagao ofcial, ressaltam como fundamentais a historia da palawa e, ‘obviamente, os contextos em que elas ocorrem A histéria da palawa, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem e as alteragées softidas no correr do tempo, ‘ou seja, a maneira como evoluiu desde um sentido original para um sentido mais abrangente ou mais especifico. Em sentido restrito, diz respeito a tradicao no uso de determinado vocabulo ou expresséo. ‘So esses dois aspectos que devem ser considerados na escolha deste ou daquele vocabulo, ‘Sendo a clareza um dos requisitos fundamentals de todo texto oficial, deve-se atentar para a tradigéio no emprego de determinada expressdo com determinado sentido. O emprego de expressées ditas “de uso consagrado" confere Uniformidade e transparéncia a0 sentido do texto, Mas isto nao quer dizer que 0s textos oficiais devam limitar-se a repetigao de chavies e clichés. Verifique sempre o contexto em que as palawas estdo sendo utllizadas. Cerlifique-se de que ndo ha repeti¢ées desnecessarias ou redundéncias. Procure sinénimos ou termos mais precisos para as palawas repetidas; mas se sua substituigao for comprometer o sentido do texto, tomando-o ambiguo ou menos claro, nao hesite em deixar 0 texto como esta, E importante lembrar que o idioma esté em constante mutagao. A prépria evolugao dos costumes, das idéias, das ciéncias, da politica, enfim da vida social em geral, impée a criagéo de novas palavas e formas de dizer. Na definicao de Serafim da Silva Neto, a lingua: “(..) 6 um produto social, 6 uma atividade do espirito humano. Nao 6, assim, independente da vontade do hhomem, porque 0 homem nao & uma folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade desconhecida e cega. Nao esté obrigada a prosseguir na sua trajetéria, de acordo com leis determinadas, porque as linguas segue o destino dos que as falam, so 0 que delas fazem as sociedades que as empregam." Assim, continuamente, novas palawas sao criadas (os neologismos) como produto da dinémica social, e incorporados a0 idioma indmeros vocdbulos de origem estrangeira (os estrangeirismos), que vém para designar ou exprimir realidades htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eure e201 Manval_Redagéo 1ndo contempladas no repertério anterior da lingua portuguesa, ‘A redagao oficial néo pode alhear-se dessas transformag6es, nem incorporé-las acriticamente. Quanto as novidades vocabulares, elas devem sempre ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substituldas por vocabulos ja de uso consolidado sem prejuizo do sentido que se Ihes quer dar. De outro lado, ndo se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das comunicagées oficials que imune as criagées vocabulares ou a empréstimos de outras linguas. A rapidez do desemohimento tecnologico, por exemplo, impée a criagdo de inimeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a velocidade com que a lingua deve incorporé-los. O importante @ usar 0 estrangeirismo de forma consciente, buscar o equivalente portugués quando houver, ou conformar a palawra estrangeira ao espiito da lingua portuguesa, © problema do abuso de estrangeirismos indteis ou empregados em contextos em que nao cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de nossa lingua, ou pela incorporagao acritica do estrangeirismo, 9.3.1, Homénimos e Parénimos Muitas vezes temos diividas no uso de vocabulos distintos provocadas pela semelhanga ou mesmo pela igualdade de proniincia ou de grafia entre eles, E 0 caso dos fendmenos designados como homonimia e paronimia, ‘A homonimia & a designagao geral para os casos em que palawras de sentidos diferentes tm a mesma gratia (os homénimos homégrafos) ou a mesma prontincia (os homénimos homéfonos). Os homégrafos podem coincidir ou no na prondncia, como nos exemplos: quarto (aposento) e quarto (ordinal), ‘manga (ruta) © manga (de camisa), em que temos pronincia idéntica; e apolo (pedido) e apelo (com @ aberto, 12 pess. do sing do pres. do ind. do verbo apolar, cansolo (allio) © consolo (com 0 aberto, 12 pess. do sing. do pres. do ind. do verbo consolar), com pronincia diferent. Os homégrafos de idéntica prontincia diferenciam-se pelo contexto em que sao empregados. Nao ha divida, por exemplo, quanto ao emprego da palawa séo nos trés sentidos: a) verbo ser, 3 pess. do pl. do pres., b) saudével @ c) santo Palavas de grafia diferente e de pronincia igual (homéfonos) geram dividas ortogréficas. Caso, por exemplo, de acentolassento, coserlcozer, dos prefixes ante-/anti-, etc. Aqui o contexto nao é suficiente para resolver 0 problema, pois sabemos 0 sentido, a divida 6 de letra(s). sempre que hower incerteza, consulte a lista adiante, algum dicionario ou manual de ortografia 48 0 termo paronimia designa 0 fendmeno que ocorre com palawas semelhantes (mas nao idénticas) quanto a gratia ou & proniincia. E fonte de muitas dinidas, como entre descrigéo (ato de descrever) © discri¢ao (qualidade do que & discrete), retiicar (conigir) e ratficar(confimar) Como no interessa aqui aprofundar a discussao teérica da matéria, restringlmo-nos a uma lista de palawas que costumam suscitar divdas de grafia ou sentido. Pracuramos incluir palavas que com mais freqUéncia provocam dinvdas na elaboracao de textos oficiais, com o cuidado de agregé-las em pares ou pequenos grupos formals. Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O jiri absolveu o réu. Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a agua da chuva. Acender: atear (fogo), infamar. Ascender: subir, elevarse, Acento: sinal gréfico; inflexéo vocal: Vocabulo sem acento, Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo. Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou acerca de seus planos. A cerea de: a uma distancia aproximada de: O anexo fica a cerca de trinta metros do prédlo principal. Estamos a cerca de um més ou (ano) das eleigées. Ha cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Hé cerca de um ano, tratamos de caso idéntico; existem aproximadamente: Hé cerca de mil titulos no catalogo. Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um acidente na sua vida profissional. 0 stibito temporal provocou terrivel acidente no parque. Incidente: episédio; que incide, que ocorre: O incidente da demisséo jé fol superado. Adotar: escolher, prefer, assumir; pér em pratica. Dotar: dar em doagdo, beneficiar. htpihwiplanalta gavrccil_0aimanualianual im eure e201 Manval_Redagéo Afim: que apresenta afinidade, semelhanga, relagdo (de parentesco): Se o assunto era afim, por que néo foi tratado no ‘mesmo parigrafo? ‘A fim de: para, com a finalidade de, com 0 fito de: O projeto foi encaminhado com quinze dias de antecedéncia a fim de pemnitir a necesséria reflexdo sobre sua pertinéncia, Alto: de grande extenséo vertical; elevado, grande. Auto: ato puilico, registro escrito de um ato, pega processual Aleatério: casual, fortuito, acidental. Alheatério: que alheia, alienante, que desvia ou perturba, ‘Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. Imoral: contratio a moral, aos bons costumes, devasso, indecente. Ante (preposi¢ao): diante de, perante: Ante fal situagéo, néo feve altemativa, Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, anteprojeto ante-diluviano. Anti- (prefixo}: expressa contrariedade; contra: anticientifico, antibidtico, anti-igiénico, anti-Marx. ‘Ao encontro de: para junto de; favordvel a: Fo! ao encontro dos colegas. O projeto salarial veio ao encontro dos anseios dos trabalhadores. De encontro a: contra; em prejuizo de: O carro foi de encontro a um muro. O govero no apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos menores. ‘Ao invés de: ao contrario de: Ao invés de demitir dez funcionérios, a empresa contratou mais vinte. (Inaceitével 0 cruzamento “ao em vez de.) Em vez de: em lugar de: Em vez de demir dez funcionério, a empresa demitiu vinte. A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro esté a par (var.: ao par) do assunto; ao lado, junto; além de. ‘Ao par: de acordo com a convengdo legal: Fez a troca de mil délares ao par. Aparte:interupgao, comentario & margem: © deputado concedeu ao colega um aparte em seu pronunciamento A parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por expedienta a parte. ‘Apregar: avaliar, por prego: O perito aprecou imrisoriamente o imével. Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras ndo for apressado, ndo seré cumprido 0 cronograma. Area: supecie deliitada, regido. Aria: canto, melodia Aresto: acérdéo, caso juridico julgado: Neste caso, o aresto é inecorrivel Arresto: apreenséo judicial, embargo: Os bens do traficante preso foram todos arrestados. Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito, Arroxar: ou arroxear, roxear: tomar roxo. As: eximio em sua atividade; carta do baralho. Az (p. us.): esquadréo, ala do exército, Atuar: agir, por em aco; pressionar. ‘Autuar: lavar um auto; processar. Auferir: obter, receber: Auferir ucros, vantagens. Aferir: avaliar, cotejar, medit, confer: Aferir valores, resultados, Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou sucesso ao seu par americano. Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os técnicos agouram desastre na colheita, Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competéncias de outrem. Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso 0 comego de sua carreira Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, invocou a ajuda de Deus. Cagar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). Cassar: tomar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar, Garear: atrair, ganhar, granjear. Cariar: criar care, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ra29 e201 Manval_Redagéo Carrear: conduzir em carro, carregar. Casual: fortuito, aleatério, ocasional Causal: causativo, relativo a causa. Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. Cavalheire: individu distinto, gentil, nobre, Censo: Senso: alistamento, recenseamento, contagem. entendimento, juizo, tino, Cerra Serra fechar, encerrar, unit, juntar. : cortar com serra, separar, divi to de ceder: A cesséo do local pelo municipio tomou possivel a realizagao da obra. ‘setor, subdivisdo de um todo, repartigo, diviséo: Em qual segao do ministério ele trabalha? sspago de tempo que dura uma reunido, um congresso; reunido; espago de tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A préxima sessao legislativa sera iniciada em 12 de agosto. Cha: planta, infusao. Xa: antigo soberano persa. Cheque: ordem de pagamento a vista. Xeque: dirigente arabe; lance de xadrez; (ig) perigo (por em xeque). jo: vela de cera Sirio: da Siria Cive!: relative a jurisdi¢ao dos tribunais civis Civil: relativ a0 cidadao; cortés, polido (dal civlidade); nao militar nem, eclesiastico. trombar, chocar, contrariar: A nova proposta colide frontalmente com o entendimento havido, colecionar, reunir, juntar: As Jeis foram coligidas pelo Ministério da Justica, Comprimento: medida, tamanho, extenséo, altura Cumprimento: ato de cumprir, execugao completa; saudacéo. Concetho: circunscrigao administrativa ou municipio (em Portugal). Conselho: aviso, parecer, 6rgao colegiado, Concerto: acerto, combinagao, composigao, harmonizagao (op. concertar}: O concerto das nagdes... O concerto de Guamier. Conserto: reparo, remendo, restauragao (cp. consertar): Certos problemas crénicos aparentemente ndo tém conserto, Conje(c}tura: suspeita, hipotese, opiniao. Conjuntura: acontecimento, situaco, ocasido, circunstancia Contravengao: transgressao ou infragdo a normas estabelecidas. Contraversao: versao contraria, inversao. Coser: costurar, ligar, unir. Cozer: cozinhar, preparar. Costear: navegar junto a costa, contomar. A fragata costeou inimeras praias do litoral baiano antes de partir para alto-mar. Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa disposta a custear tal projeto? Custar: valer, necessitar, ser penoso, Quanto custa o projeto? Custa-me crer que funcionara, Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir Delatar (delagao): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os traficantes foram delatados por membro de quadtilha rival. Dilatar (dilagoy: alargar, estender, adiar, diferir: A dilagdo do prazo de entrega das declaragdes depende de decisao do htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im run29 e201 Manval_Redagéo Diretor da Receita Federal Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. Descrigao: ato de descrever, representagao, definicao. Discrigdo: discemimento, resena, prudéncia, recato, Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. Discriminar: diferengar, separar, discemir. Despensa: local em que se guardam mantimentos, depésito de provisées. Dispensa: licenca ou permissdo para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; demissao. Despercebido: que nao se notou, para o que no se atentou: Apesar de sua importancia, o projeto passou despercebido. Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a misao na Amazénia totalmente desapercebido dos desafios que the aguardavam. Dessecar: secar bem, enxugar, tomar seco, Dissecar: analisar minuciosamente, divdir anatomicamente, Destratar: insultar, maltratar com palawas. Distratar: desfazer um trato, anular. Distensio: ato ou efeito de distender, torgao violenta dos ligamentos de uma articulagao. Distingao: elegancia, nobreza, boa educa¢ao: Todos devem portar-se com distingo. Dissensao: desavenga, diferenga de opiniées ou interesses: A dissensdo sobre a matéria impossibilitou 0 acordo. Elidir: suprimir, eliminar. Hidir: contestar, refutar, desmenti Emenda: comegao de falta ou defeito, regeneragao, remendo: ao tomé-lo mais claro e objetivo, a emenda methorou 0 projeto. Ementa: apontamento, simula de decisdo judicial ou do objeto de uma lei. Procuro uma lei cuja ementa é “dispde sobre a ropriedade industrial”. Emergir: vir a tona, manifestar-se. Imergir: mergulhar, afundar submergin), entrar. Emigrar: deixar o pais para residir em outro. Imigrar: entrar em pais estrangeiro para nele vver, Eminente (eminéncia): alto, elevado, sublime. Iminente (iminéncia): que esta prestes a acontecer, pendente, préximo, Emitir (emissao): produzir, expedir, publicar. Imitir (imissao): fazer entrar, introduzir, investir. Empogar: reter em pogo ou poga, formar poca. Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. Enerostar: criar crosta. Incrustar: cobrir de crosta, adomar, revestir, prender-se, arraigar-se. Entender: compreender, perceber, deduzir Intender: (p. us): exercer vgiléncia, superintender. Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. Inamero: inumeravel, sem conta, sem ndmero, Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetaculo, testemunha, Expectador: que tem expectativa, que espera Esperto: inteligente, wvo, ativo Experto: perito, especialista, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im rai29 e201 Manval_Redagéo Espiar: espreitar, obsenvar secretamente, olhar. Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. Estada: ato de estar, permanéncia: Nossa estada em So Paulo fo! muito agradvel Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: O "Rio de Janeiro” foi autorizado a uma estadia de trés dias. Estancia: lugar onde se esta, morada, recinto, Instancia: solicitagao, pedido, rogo; foro, jurisdigao, juizo. Estrato: cada camada das rochas estratificadas. Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cépia; perfume, Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar (agrante delito), Fragrante: que tem fragrancia ou perfume; cheiroso. Florescente: que floresce, préspero, vigoso, Fluorescente: que tem a propriedade da fuorescéncia. Fothar: produzir folhas, omar com folhagem, revestir Iéminas. Folhear: percorrer as folhas de um livo, compulsar, consulta. Incert Inserto: 140 certo, indeterminado, duvidoso, varidve troduzido, incluido, inserido, Incipiente: iniciante, principiante. Insipiente: ignorante, insensato. Incontinente: imoderado, que ndo se contém, descontrolado. Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupgao, Induzi Aduzi sausar, Sugeri, aconselhar, levar a: O réu declarou que havia sido induzido a cometer o delito. ‘expor, apresentar: A defesa, entéo, aduziu novas provas, Inflagao: ato ou efeito de inflar; emisso exagerada de moeda, aumento persistente de pregos. Infragao: ato ou efeito de infringir ou Volar uma norma, Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensdo, derrota): O juiz infligiu pesada pena ao réu. Infringir: transgredir, volar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (op. infragdo): A condenagéo decorreu de ter ele infringido um sem nimero de artigos do Cédigo Penal. Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar, Inquirir: procurar informagées sobre, indagar, investigar, interrogar. Intercessdo: ato de interceder. Interse(c)gao: ago de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou superfcies. Inter- (prefixo): entre; preposig&o latina usada em locugées: inter alia (entre outros), inter pares (entre iguais), Intra- (prefixo): interior, dentro de, Judicial: que tem origem no Poder Judicidrio ou que perante ele se realiza, Judiciario: relativo ao direito processual ou a organizagao da Justiga, Liberagao: ato de liberar, quitagao de divida ou obrigagao, Libertagao: ato de libertar ou libertar-se. Lista: relagao, catélogo; var. pop. de listra. Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista). Locador: que dé de aluguel, senhorio, arrendador, Locatario: alugador, inquilino: © locador reajustou 0 aluguel sem a concoredancia do locatério. Lustre: briho, gléria, fama; abajur. Lustro: qdinquénio; polimento. Magistrado: juiz, desembargador, ministro. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im rane e201 Manval_Redagéo Magistral: relativo a mestre (latim: magisten}; perfeito, completo; exemplar. Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual liquido e certo; ato de mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrativa: um mandado de seguranca, mandado de prisdio. ‘Mandato: autorizacao que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; procuragao; delegagao: 0 mandato de um deputado, senador, do Presidente. Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato. Mandatério: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante, procurador. Mandatério: obrigatorio. Obcecagao: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira. Obsessdo: impertinéncia, perseguigao, idéia fxa, Ordinal: numeral que indica orcem ou série (primeiro, segundo, milésimo, etc.) Ordinario: comum, frequente, trial, vulgar Original: com carater proprio; inicial, primordial. Originario: que provém de, oriundo; inicial, primitivo. Pago: palacio real ou imperial; a corte Passo: ato de avangar ou recuar um pé para andar, caminho, etapa. Pleito: questo em juizo, demanda, Itigio, discuss: O pleito por mais escolas na regido foi muito bem formulado. Preito: sujeigo, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito ao antigo reitor, Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se. Proceder: originar-se, deriva, provi, levar a efeito, executar. Pés- (prefixo}: posterior a, que sucede, atrés de, apés: pés-modemo, pés-operatério. Pré- (prefixo): anterior a, que precede, a frente de, antes de: pré-modemista, pré-primério. Pré (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-se contra, mas dei meu parecer pré. Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto, Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda, Preposigao: ato de prepor, preferéncia; palawa invariével que liga constituintes da frase. Proposigao: ato de propor, proposta; maxima, sentenga; afirmativa, assergao. Presar: capturar, agarrar, apresar. Prezar: respeitar, estimar muito, acatar, Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explicito, determinar; ficar sem efeito, anular-se: O prazo para entrada do proceso prescreveu ha dois meses. Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar, desterrar. O uso de varias substéncias psicotrépicas foi proscrito por recente portaria do Ministro. Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria previu acertadamente o desfecho do caso. Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O chefe do departamento de pessoal proveur os cargos vacantes, Provir: originar-se, proceder; resultar: A dlivida provém (Os erros provém) da falta de leitura Prolatar: proferir sentenga, promulger. Protelar: adiar, prorrogar. Rattficar: validar, confirmar, comprovar. Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisao apés o texto ter sido retificado em suas passagens ambiguas. Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegra. Reeriar: criar de novo, Reincidir: tomar a incidir, recair, repetit Rescindir: dissolve, invalidar, romper, desfazer: Como ele reinciaiu no erro, 0 contrato de trabalho foi rescindido. Remigao: ato de remir resgate, quitagao. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im rai129 e201 Manval_Redagéo Remissio: ato de remiti, intermisséo, intervalo; perdao, expiagéo. Repressio: ato de reprimir, contengao, impedimento, proibigao. Repreensao: ato de repreender, enérgica admoestacao, censura, adverténcia. Rugo: grisalho, desbotado, Russo: referente a Rissia, nascido naquele pais; lingua falada na Russia. ‘Sango: confrmagao, aprovagao; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua infragao. ‘Sansao: nome de personagem biblico; certo tipo de guindaste. ‘Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente).. Cedente: que cede, que da. Sobrescritar: enderegar, destinar, dirigir. ‘Subscritar: assinar, subscrever. Sortir: variar, combinar, misturar. Surtir: causar, originar, produzir (efeito). ‘Subentender: perceber o que nao estava claramente exposto; supor. ‘Subintender: exercer fungdo de subintendente, dirigit Subtender: estender por baixo. ‘Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se), Suster: sustentar, manter, fazer parar, deter. Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. Taxa: espécie de tributo, tarifa. Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (taché-lo) de subversivo. Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: faxar mercadorias. Tapar: fechar, cobrir, abafar. ‘Tampar: por tampa em, Tengao: intengao, plano (deriv. tencionar}; assunto, tema. Tensao: estado de tenso, rigidez (deriv: tensionar) diferencial elétrico, Trafego: transito de veiculos, percurso, transporte. Trafico: negécia ilicito, comércio, negociagao. Tras: atras, detras, em seguida, apés (cf. em locug6es: de trés, por tras), Traz: 32 pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. Vestiario: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. Vestuario: as roupas que se vestem, traje. Vultoso: de grande wilto, volumoso. Vultuoso (p, us.): atacado de vultuosidade (congestao da face), 9.3.2. Expressdes a Evitar e Expressdes de Uso Recomendavel Como mencionado na introdugao deste capitulo, o sentido das palawas liga-se intimamente a tradi¢ao e ao contexto de seu uso. Assim, temos wocabulos © expressdes (locucdes) que, por seu continuado emprego com determinado sentido, passam a ser usados sempre em tal contexto e de tal forma, tomando-se expressdes de uso consagrado, Mais do que do sentido das palawas, trata-se aqui também da regéncia de determinados verbos @ nomes (v. 9.2.3.Regéncia), © esforgo de classificar expresses como de uso a ser evitado ou como de uso recomendével atende, primordiaimente, ao principio da clareza e da transparéncia que dew nortear a elaboragao de todo texto oficial. Nao se trata, pois, de mera preferéncia ou gosto por determinada forma, A linguagem dos textos oficiais deve sempre pautar-se pelo padrao culto formal da lingua (v. 1.2. A Linguagem dos Atos © Comunicacées Oficiais). Nao 6 aceitével, portanto, que desses textos constem coloquialismos ou expressdes de Uuso restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua propria compreensao pelo piblico. Acrescente-se que indesejavel 6 também a repeticao excessiva de uma mesma palava quando ha outra que pode substitut-la sem prejuizo ou htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ra129 e201 Manval_Redagéo alteragao de sentido. Quanto a determinadas expresses que devem ser evitadas, mencionem-se aquelas que formam cacéfatos, ou seja, encontro de silabas em que a malicia descobre um novo temo com sentido torpe ou ridiculo". Nao ha necessidade, no entanto, de estender a preocupagao de evitar a ocoméncia de cacéfatos a um sem-nimero de locuges que produzem terceiro sentido, como por cada, vez passada, etc. Trata-se, sobretudo, de uma questo de estilo e da propria sensibilidade do autor do texto, Nao faz sentido eliminar da lingua indmeras locugSes que s6 causam espanto ao leitor que esta a procura do duplo sentido, Essa recomendagao vale também para os casos em que a partigao silébica (translineagao) possa redundar em sentido torpe ou obsceno. Apresentamos, a seguir, lista de expressGes cujo uso ou repeti¢ao deve ser evitado, indicando com que sentido devem ser empregadas sugerindo altematias vocabulares a palawas que costumam constar com excesso dos expedientes ofciais. medida que/na medida em que A medida que (locugao proporcional) — proporg&o que, ao passo que, conforme: Os pregos deveriam diminuir & ‘medida que diminui a procura. Na medida em que (locugao causal) ~ pelo fato de que, uma vez que: Na medida em que se esgotaram as possibilidades de negociagao, 0 projeto foi integralmente vetado, Evite os cruzamentos — bisonhos, canhestros — *a medida em que, *na medida que. a partir de A partir de deve ser empregado preferencialmente no sentido temporal: A cobranga do imposto entra em vigor a partir do inicio do préximo ano, Evite repetita com o sentido de ‘com base em’, preferinds considerando, tomando-se por base, fundando-se em, baseando-se em. ambositodos os dois Ambos significa ‘os dois' ou ‘um e outro’. Evite expressdes pleonasticas como ambos dois, ambos os dois, ambos de dois, ambos a dois, Quando for 0 caso de enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: Todos os dois Ministros assinaram a Portaria. anexolem anexo © adjetivo anexo concorda em género @ niimero com o substantivo ao qual se refere: Encaminho as minutas anexas. Dingimos os anexos projetos a Chefia. Use também junto, apenso. A locugdo adverbial em anexo, como é proprio aos advérbios, ¢ imvariavel: Encaminho as minutas em anexo. Em anexo, dirigimos os projetos 4 Chefia. Empregue também Conjuntamente, juntamente com. a0 nivel de/em nivel (de) ‘A locugao ao nivel tem o sentido de 4 mesma altura de: Fortaleza localiza-se ao nivel do mar. Evite seu uso com 0 sentido de em nivel, com relacao a, no que se refere a. Em nivel significa ‘nessa instancia’: A decisao foi tomada em nivel Ministerial; Em nivel politico, sera difeil chegar-se ao consenso. A nivel (de) constitui modismo que é melhor evar assim Use apés a apresentacéio de alguma situago ou proposta para ligé-a & idéia seguinte, Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto, diante disso, conseqiientemente, portanto, por conseguinte, assim sendo, em conseqiiéncia, em vista disso, em face disso. através de/por intermédio de Através de quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluia deslocamentos através de boa parte da floresta. Evite 0 emprego com o sentido de meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio, por, mediante, por meio de, segundo, servindo-se de, valendo-se de: O projeto foi apresentado por intermédio do Departamento. © assunto deve ser regulado por meio de decreto. A comissao foi criada mediante portaria do Ministro de Estado. bem como Evite repetir, alterne com e, como (também), igualmente, da mesma forma. Evite 0 uso, polémico para certos autores, da locugao bem assim como equivalente. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im rae e201 Manval_Redagéo cada Este pronome indefinido deve ser usado em fungao adjetiva: Quanto 4s familias presentes, foi distribuida uma cesta basica a cada uma, Evite a construgao coloquial foi distribuida uma cesta basica a cada causar Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar, levar a, criar. constatar Evite repetir. Alteme com atestar, apurar, averiguar, certificar-se, comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, venticar. dadolvisto/haja vista s participios dado e visto t8m valor passivo € concordam em género e nimero com o substantivo a que se referem: Dados 0 interesse e 0 esforgo demonstrados, optou-se pela permanéncia do servidor em sua fungdo. Dadas as circunstancias... Vistas as provas apresentadas, ndo houve mais hesitagdo no encaminhamento do inquérito. JA a expressao haja vista, com o sentido de uma vez que ou seja considerado, veja-se, ¢ invariavel: O servidor tem qualidades, haja vista o inferesse e o esforgo demonstrados. Haja visto (com -0) é inovagéo oral brasileira, evidentemente descabida em redacéo oficial ou outra qualquer. de forma que, de modo que/de forma a, de modo a De forma (ou maneira, modo) que nas orag6es desenvolvidas: Deu amplas explicag6es, de forma que tudo ficou claro, De forma (maneira ou modo) a nas oragées reduzidas de infinitive: Deu amplas explicag6es, de forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro, S40 descabidas na lingua escrita as pluralizac6es orais wulgares “de formas (maneiras ou modos) que. deste ponto de vista Evite repetir; empregue também sob este angulo, sob este aspecto, por este prisma, desse prisma, deste modo, assim, destarte. detaihar Evite reper; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, minudenciar. devide a Evite repetir ulize igualmente em vitude de, por causa de, em raza de, gragas a, provocado por. dirigir Quando empregado com o sentido de encaminhar, alteme com transmitir, mandar, encaminhar, remeter, enviar, cenderegar. lisruptivo" Aportuguesamento do inglés disruptive (de disrupt: ‘desorganizar, destruir, despedacar’), a ser evitado dada a existéncia de inimeras palawas com 0 mesmo sentido em portugués (desorganizador, destrutivo, destruidor, e 0 bastante préximo, embora pouco usado, diruptivo). Acrescente-se, ainda, que, por ser de uso restrito ao jargao de economistas e socidlogos, 0 uso dessa palawa confunde e nao esclarece em linguagens mais abrangentes. "ele 6 suposto saber" Construgao tomada de empréstimo ao inglés he is supposed fo know, sem tradigao no portugués. Evite por ser ma tradugao. Em portugués: ele deve(ria) saber, supde-se que ele saiba. em face de ‘Sempre que a expresso em face de equivaler a diante de, é preferivel a regéncia com a preposigéo de; evite, Portanto, face a, frente a. enquanto htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im m9 e201 Manval_Redagéo Conjungo proporcional equivalente a ao passo que, 4 medida que. Evitar a construgao coloquial enquanto que. especialmente Use também principaimente, mormente, notadamente, sobretudo, nomeadamente, em especial, em particular. inclusive Advérbio que indica incluso; opde-se a exclusive. Evite-se 0 seu abuso com o sentido de ‘até’; nesse caso utilize 0 proprio até ou ainda, igualmente, mesmo, também, ademais, informar Alteme com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar, instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, inquii, indagar. nem Conjungao aditiva que significa ‘e nao’, ‘e tampouco’, dispensando, portanto, a conjungao e: Ngo foram feitos reparos 4 proposta inicial, nem 4 nova verso do projeto. Evite, ainda, a dupla negagao néo nem, nem tampouco, etc. “Nao péde ‘encaminhar o trabalho no prazo, nem néo teve tempo para revisé-fo. O correto & ...nem teve tempo para revisé-lo. no sentido de ‘empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuit, fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou ‘mira, tendo por fim objetivariter por objetivo Ter por objetivo pode ser alternado com pretender, ter por fim, ter em mira, ter como propésito, no intuito de, com 0 fito de, Objetivar significa antes ‘materializar, ‘tomar objetivo’ (objetivar idéias, planos, o abstrato), embora possa ser empregado também com 0 sentido de ‘ter por objetivo’, Evite-se 0 emprego abusive alternando-o com sinénimos como os referidos. onde Como pronome relative significa em que (lugar): A cidade onde nasceu. O pals onde viveu. Evite, pois, construgées ‘como "a lei onde 6 fixada a pena” ou "o encontro onde o assunto foi tratado”. Nesses casos, substitua onde por em que, na qual, no qual, nas quais, nos quais. 0 correto &, portanto: a /ei na qual é fixada a pena, o encontro no qual (em que) © assunto foi tratado. operacionalizar Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefra realizar, fazer, executar, levar a cabo ou a efeito, por em obra, praticar, cumprir, desempenhar, produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer, E da mesma familia de agilizar, objetivar € outros cujo problema esta antes no uso excessivo do que na forma, pois 0 acréscimo dos sufixos -izar e -ar é uma das Possibilidades normais de criar novos verbos a partir de adjetivos (Agi! + izar = agilizar, objetivo + ar = objetivar). Evite, poi a repetigo, que pode sugerir indigéncia vocabular ou ignordncia dos recursos do idioma, opiniao/“opinamento” Como sinénimo de parecer, prefira opinido a opinamento, Alteme com parecer, juizo, julgamento, voto, entendimento, percepoao. ‘oper veto (¢ nao apor) \Vetar € opor veto, Apor é acrescentar (dai aposto, (0) que vem junto). © veto, a contrariedade so opostos, nunca apostos. pertinente/pertencer Pertinente (derivado do verbo latino pertinere) significa pertencente ou oportuno. Pertencer se originou do latim pertinescere, derivado sufxal de pertinere, Esta forma no sobreviveu em portugués; no empregue, pois, formas inexistentes como "no que pertine ao projeto"; nesse contexto uso no que diz respeito, no que respeita, no tocante, com relagao. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im raa9 e201 Manval_Redagéo posigéo/posicionamento Posigéo pode ser alterado com postura, ponto de vista, atitude, maneira, modo. Posicionamento significa disposi¢ao, arranjo', e nao deve ser confundide com posi¢o. relative a Empregue também referente a, concemente a, tocante a, atinent a, pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita ressaltar Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair. pronome “se” Evite abusar de seu emprego como indeterminador do sujeito. O simples emprego da forma infinitiva ja confere a almejada impessoalidade: "Para atingir esse objetivo ha que evitar 0 uso de coloquialismo" (e nao: Para atingir-se .. Hi que se evitar...). E cacoete em certo registro da lingua escrita no Brasil, dispensavel porque initil tratar (de) Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar, versar, referir-se, ocupar-se de. viger Significa vigorar, ter vigor, funcionar. Verbo defective, sem forma para a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, nem para qualquer pessoa do presente do subjuntivo, portanto. O decreto prossegue vigendo. A portaria vige. A lei tributaria vigente naquele ano (... PARTE I OS ATOS NORMATIVOS CAPITULO IV QUESTOES FUNDAMENTAIS DE TECNICA LEGISLATIVA “Legislar 6 fazer experiéncias com o destino humano’ (Jahrreiss) 10. Questées Fundamentais de Técnica Legisiativa 10.1. Consideragées Preliminares ‘A modema doutrina constitucional ressalta que a utilizagao de formulas obscuras ou criptograficas, motivadas por raz0es polticas ou de outra ordem, contraria principios basicos do proprio Estado de Direito, como os da seguranga juridica © 08 postulados de clareza e de preciso da norma juridica, 0 Estado de Direito busca submeter todas as relapbes 20 regime da lei. E da esséncia do sistema democratico, por outro lado, que as decisées fundamentais para a vida da Sociedade sejam tomadas pelo Poder Legislatio, instituigao fundamental do regime democratico representative Assim, v6-8e 0 legistador confrontado com ampla e variada demanda por novas normas. A competéncia legislativa implica responsabilidade © impSe ao legislador a obrigagao de empreender as providéncias essenciais reclamadas, Compete a ele ndo sé a concretizagao genérica da vontade constitucional. Cumpre-the, igualmente, colmatar as lacunas ou comtigir 05 defeitos identificados na legislagao em vigor. O poder de legislar converte-se, pois, num dever de legislar. AAinstituigao de mecanismos especiais destinados a0 controle judicial da omissao legislatha, tais como o mandado de injungao (Constituigdo, art. 52, LX!) e a apo direta de controle da omissao (Constituigéo, art. 103, § 29), revela que o préprio sistema constitucional passou a reconhecer a existéncia de pretensao a edigdo de um ato normati. Assinale-se, por outro lado, que as exigéncias da vida modema nao s6 impdem ao legislador um dever de agir, mas também Ihe cobram uma resposta rapida e eficaz aos problemas que se colocam (dever de agir com a possivel presteza e htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ra129 e201 Manval_Redagéo eficdcia). E exatamente a formulagao apressada (2, no raras vezes, irefletida) de atos normativos que acaba ocasionando aS suas malores deficiéncias: a incompletude, a incompatibiidade com a sistemdtica vgente, incongruénci inconstitucionalidade, etc. Nunca é demasiado enfatizar a delicadeza da tarefa confiada ao legislador. A generalidade, a abstragao e 0 efeito \inculante que caracterizam a lei revelam néo s6 a grandeza, mas também a problematica que marcam a afividade legislativa. A despeito dos cuidados tomados na feitura da lei (0s estudos minudentes, os prognésticos realizados com base em levantamentos cuidadosos, etc.), nao ha como deixar de caracterizar o seu afazer como uma experiéncia. Trata- se, porém, da mais dificil das experiéncias, a “experiéncia com o destino humano" Essas peculiaridades do processo de elaboragao legislativa foram percebidas por Victor Nunes Leal, que anotou, a propésito: “Tal € 0 poder da lei que a sua elaboragao reclama precaugdes severissimas. Quem faz a lei 6 como se estivesse acondicionando materiais explosives. As conseqliéncias da impreviséo @ da impericia no serdo (40 espetaculares, @ quase sempre s6 de modo indireto atingiro 0 manipulador, mas podem causar danos imeparéveis”. Os riscos envolvidos no afazer legislativo exigem peculiar cautela de todos aqueles que se ocupam do dificil processo de elaboragéo normativa, Eles estdo obrigados a colher variada gama de informagées sobre a matéria que deve ser regulada, pesquisa esta que nao pode ficar limitada a aspectos estritamente juridicos. E certo que se faz mister realizar minuciosa investigagao ne ambit legislative, doutrinario e jurisprudencial Imprescindivel revela-se, igualmente, a anélise da repercussao econdmica, social e politica do ato legislative. ‘Somente a realizagao dessa complexa pesquisa, que demanda a utiizagao de conhecimentos interdisciplinares, oderd fomecer elementos seguros para a escolha dos meios adequados para atingir os fins almejados. 10.1.1. Fungdes das Normas Juridicas As normas juridicas cumprem, no Estado de Direito, a nobre tarefa de concrefizar a Constituigao. Elas devem criar os fundamentos de justiga e seguranga que assegurem um desenvolvimento social harmdnico dentro de um contexto de paz € de liberdade, Esses complexos objetivos da norma juridica s8o expressos nas fungSes: = de integragao: A lei cumpre uma fungao de integragao ao compensar as diferengas juridico-politicas no quadro de formagao da vontade do Estado (desigualdades sociais, regionais, etc.); — de planificagao: A lei 6 o instrumento basico de organizagao, definigdo e distribuigao de competéncias; — de protegao: A lei cumpre uma fungao de protege contra 0 arbitio, ao vincular os proprios érgaos do Estado; — de regulagao: A lei cumpre uma fungao reguladora ao direcionar condutas mediante modelos; — de inovagao: A lei cumpre uma fungdo de inovagao na ordem jurdica e no plano social 10.1.2, 0 Cardter Subsidiario da Atividade Legislativa E certo que a lei exerce um papel deveras relevante na ordem juridica do Estado de Direito. Assinale-se, porém, que 0s espagos ndo ocupados pelo legislador ndo so dominados pelo caos ou pelo arbitrio, Embora a competéncia para editar normas, no tocante & matéria, quase nao conhega limites (universalidade da atividade legislativa), a atividade legislatia é, e deve continuar sendo, uma ativdade subsididria, Significa dizer que 0 exercicio da atividade legislativa esta submetido ao principio da necessidade, isto é, que a promulgagao de leis supértuas ou iterativas configura abuso do poder de legislar. E que a presunedo de liberdade, que lastreia 0 Estado de Direito democratico, pressupée um regime legal minimo, que no reduza ou restrinja, imotivada ou desnecessariamente, a liberdade de ago no Ambito social. As leis hao de ter, pois, um fundamento objetivo, devendo mesmo ser reconhecida a inconstitucionalidade das normas que estabelecem restrigdes dispensaveis. 10.1.3. Vinculagao Normativa do Legislador e Controle de Constitucionalidade AA atividade legislativa ha de ser exercida em conformidade com as normas constitucionais (Constituigao, art. 12, pardgrafo Unico, © art. 5°), Da mesma forma, © poder regulamentar (Constituigao, art. 84, IV) dove ser exercido dentro dos limites estabelecidos pela le. Isso significa que a ordem jurdica nao tolera contradig6es entre normas juridicas ainda que situadas om planos diversos. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eni29 e201 Manval_Redagéo Nem sempre se logra observar esses limites normativos com o necessério rigor, Fatores politicos ou razdes econdmico-fnanceiras ou de outra indole acabam prevalecendo no processo legislative, dando azo aprovagao de leis manifestamente inconstitucionais ou de regulamentos flagrantemente ilegais. Assinale-se, porém, que a aprovagao da lei nao garante sequer a sua aplicagao, pois ¢ muito provavel — sobretudo quando se tratar de matéria concemente a direitos individuals — que as questdes controvertidas sejam submetidas ao Judiciario, ‘A Constituigo de 1988 ampliou as possibilidades de questionar a constitucionalidade das leis e dos atos normativos. do Poder Puibico. O constituinte preservou integro o sistema de controle incidental de normas, permitindo que qualquer Juiz ou Tribunal afaste a aplicagao da lei inconstitucional no caso concreto, A par desse amplo sistema de controle de constitucionalidade difuso, houve por bem o constituinte ampliar, de forma signiicatia, 0 chamado controle abstrato de normas (Ago Direfa de Inconstitucionalidade), que, no modelo anteriormente consagrado, somente podia ser instaurado pelo Procurador-Geral da Repiblica, além de ter sido introduzido pela Emenda Constitucional n? 3, de 17 de margo de 1993, a Agao Declaratéria de Constitucionalidade. Nos termos da Constituigao de 1988, podem propor a ago direta de inconstitucionalidade os seguintes Orgos ou autoridades: a) Presidente da Repablica; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da Camara dos Deputados; d) Mesa de Assembiéia Legislativa; ) Goverador de Estado; f) Procurador-Geral da Republica; 49) Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil h) Partido poltico com representagao no Congresso Nacional i) Confederagao sindical ou entidade de classe de ambito nacional ‘A amplitude outorgada ao controle abstrato de normas acabou por conferirthe quase 0 significado de uma agao ‘popular de inconstitucionalidade, pois permite que qualquer um do pow logre induzir um dos entes legitimados a propor a ago direta de inconstitucionalidade pretendida. Ja a Agao Declaratéria de Constitucionalidade pode ser proposta apenas pelo Presidente da Reptibica, pela Mesa do ‘Senado Federal, pela Mesa da Camara dos Deputados ou pelo Procurador-Geral da Repiiblica. Assinale-se, ainda que, tal como a Constituig’o de 1967/69 (art. 119, |, "p"), a Constituigao de 1988 (art. 102, |, outorgou ao Supremo Tribunal Federal a competéncia para conceder medida cautelar nas ages diretas de inconstitucionalidade. Assim, o Tribunal podera suspender, liminarmente, a execugao do ato normativo, se considerar Presentes 0s pressupostos relatives a plausibiidade juridica da arguigao (fumus boni juris) @ a possibilidade de que a aplicagao da lei venha acarretar danos irreparaveis ou de dificil reparagao (periculum in mora). Outrossim, o STF entendeu possivel a concessao de liminar nas A¢des Declaratérias de Constitucionalidade, apesar de no expresso na Constituigao. Por fim, a Lei n® 9.882, de 3 de dezembro de 1999, que reguiamentou o art. 102. § 12. da Constiticao, instituiu a Argiligéo de Descumprimento de Proceito Fundamental, cabivel quando hower relevante fundamento em controvérsia Constitucional, sobre ei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluides os anteriores @ Constituigao, © no houver qualquer outro meio eficaz para sanar a lesividade. Diz-se, por isso, tratar-se de uma agdo subsicléia Todo asse complexo instrumentarium de controle de constitucionalidade esta a recomendar a todos os participes do processo de elaboragao de leis especial cautela no exame da constitucionalidade das proposic&es normativas. Mesmo aqueles que se orientam por parémetros de indole marcadamente pragmatica devem estar advertidos de que, jé do prisma estritamente pratico, eventual ofensa a Constituigao nao deverd trazer qualquer utlidade, pois € muito provavel que se suspenda a eficacia do dispositive questionado antes mesmo de sua aplicagao. 10.2. Sistematica da Lei AAs leis destinam-se a disciplinar uma variedade imensa de situagSes. Dai parecer recomendavel que o legislador redija as leis dentro de um espirito de sistema, tendo em vista nao s6 a coeréncia e harmonia intema de suas disposigbes, mas também a sua adequada insergao no sistema juridico como um todo. Essa classificagdo © sistematizagéo expressam néo s6 uma caracteristica da cientificidade do Direito, mas htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im avi29 e201 Manval_Redagéo correspondem também as exigéncias minimas de seguranga juridica, na medida em que impedem uma ruptura arbitréria com a sistematica consagrada na aplicagao do direito. Costuma-se distinguir a sistematica da lei em sistematica intema (compatibilidade teleolégica e auséncia de contradigo Logica) e sistematica externa (estrutura da lei). 10.2.1. Sistematica Interna A existéncia de um sistema intemo deve, sempre que possivel, evitar a configuragao de contradicbes Iégicas, teleologicas, ou valorativas. Tem-se uma contradi¢ao logica se, v. g., a conduta autorizada pela norma "A" & proibida pela norma "B", Verifica-se uma contradi¢ao valorativa se se identificam incongruéncias de contetido axiolégico dentro do sistema, E 0 que resulta v. g., da consagragao de normas discriminatérias dentro de um sistema que estabelece a igualdade como principio basilar. Constata-se uma contradigao teleolégica se ha uma contradigao entre os objetivos Perseguidos por disposigées diversas, de modo que a observéncia de um preceito importa a nulificagao dos objetivos visados pela outra, 10.2.2. Sistematica Externa © exame da estrutura basica de uma lei talvez constitua a forma mais adequada de aprender aspectos relevantes de sua sistematica exter, Tomemos como exemplo a estrutura da Constituigao de 1988: Constituigao Federal de 1988, PREAMBULO TITULO | Dos Principios Fundamentais TITULO I Dos Direitos e Garantias Fundamentals CAPITULO | Dos Direitos ¢ Deveres Individuais e Coletivos CAPITULO II Dos Direitos Sociais CAPITULO I Da Nacionalidade CAPITULO IV Dos Direitos Politicos CAPITULO V Dos Partidos Pollticos TITULO II Da Organizacao do Estado CAPITULO | Da Organizagao Palitico-Administrativa CAPITULO I Da Uniao CAPITULO II Dos Estados Federados CAPITULO IV Dos Municipios ‘CAPITULO V Do Distrito Federal e dos Territérios, Secaol Do Distrito Federal Segao Il Dos Territérios CAPITULO VI Da Intervengao CAPITULO VII Da Administragao Pablica Segaol Disposigées Gerais Secao Il Dos Servidores Publicos Segao Ill Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territérios SegaoIV Das Regides ( htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eaii29 e201 Manval_Redagéo A sistematizagao das leis mais complexas obsena, entre nés, 0 seguinte esquema basico: Livos, Titulos, Capitulos, ‘Segdes, Subsegdes ¢ Artigos. 10.2.2.1. Artigo Atigo @ a unidade bésica para apresentagao, dviso ou agrupamento de assuntos num texto normative. No tocante & numeracao, consagrou-se a praxis, hoje positivada pela Lei Complementar n2 95, de 26 de fevereiro de 1998, de até o artigo nono (art. $2) adotar a numeragdo ordinal. A partir do de niimoro 10, emproga-se o algarismo ardbico correspondente, seguido de ponto-fnal (art. 10). Os artigos sero designados pola abrevatura "Art." sem trago antes do inicio do texto. OS textos dos artigos serdo iniciados com letra maiuiscula e encerrados com ponto-nal, exceto quando tiverem incisos, caso ‘em que serdo encerrados por dois-pontos. 0s artigos podem desdobrar-se, por sua vez, em parigrafos @ incisos; e estes, em alinaas. 10.2.2.2. Pardgrafos (§§) Os paragrafos constituem, na técnica legislativa, a imediata divisdo de um artigo, ou, como anotado por Arthur Marinho, "(...) pardgrafo sempre foi, numa lei, disposi¢do secundaria de um artigo em que se explica ou modifica a disposigao principal” (© pardgrafo representado pelo sinal grafico §. ‘Também em relagao ao pardgrafo, consagra-se a prética da numeragao ordinal até 0 nono (§ $2) e cardinal a partir do pardgrafo dez (§ 10). No caso de haver apenas um pardgrafo, adote-se a grafia Pardgrafo nico (e néo "§ tinico"). Os textos dos pardgrafos sero iniciados com letra maitiscula e encerrados com ponto-nal 10.2.2.3. Incisos e Os incisas so utilizades como elementos discriminatives de artigo se 0 assunto nele tratado néo puder ser condensado no proprio artigo ou no se mostrar adequado a constituir paragrafo. Os incisos so indicados por algarismos romanos e as alineas por letras ‘As alineas ou letras constituem desdobramentos dos incisos e dos paragrafos. A alinea ou letra seré grafada em minusculo e seguida de paréntese: a); b); c); etc. O desdobramento das alineas faz-se com nimeros cardinais, seguidos do ponto: 1.; 2.; etc. Por exemplo, at. 8 da Constituigao: “Art, 52 Todos sé0 iguais perante a lei, sem distin¢do de qualquer natureza, garantindo-se 30s brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pals @ inviolabilidade do direito & vida, a liberdade, a igualdade, & seguranga e & propriedade, nos termos seguintes: ) LXXX — conceder-se-é mandado de injungéo sempre que @ falta de norma regulamentadora tome invidvel 0 exercicio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes a nacionalidade, a soberania e a cidadania; LXXII ~ conceder-se-s habeas-data: a) para assegurar 0 conhecimento de informagées relativas 4 pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentals ou de caréter pablico; b) para a retificagao de dados, quando néo se prefira fazé-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; a) § 12 As normas definidoras dos direitos @ garantias fundamentais tém aplicacéo imediata. § 2 Os direitos o garantias expressos nesta Constituigao nao excluem outros decorrentes do regime dos principios por ela adotados, ou dos tratados intemacionais em que a Republica Federativa do Brasil soja parte,” Na elaboracao dos artigos devem ser obsenadas algumas regras basicas, tal como recomendado por Hesio htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ea29 e201 Manval_Redagéo Femandes Pinhelto: a) cada artigo deve tratar de um Gnico assunto; b) 0 artigo conterd, exclusivamente, a norma geral, o principio, As medidas complementares @ as excegdes deverso ser expressas em paragrafos; ©) quando 0 assunto requerer discriminagées, 0 enunciado comporé o caput do artigo, e os elementos de discriminagao serdo apresentados sob a forma de incisos; 4) as expressées devem ser usadas em seu sentido corrente, salvo se se tratar de assunto técnico, quando entéo sera preferida a nomenclatura técnica, peculiar ao setor de atividades sobre o qual se pretende legislar; @) as frases devem ser concisas; {) nos atos extensos, os primeiros artigos devem ser resenados & definig’o dos objetivos perseguidos pelo legislador © A limitagao de seu campo de aplicagao, 10.2.2.4. Agrupamento de Artigos a) Das Segbes A Segao 6 0 conjunto de artigos que versam sobre o mesmo tema, As segGes so indicadas por algarismos romanos (v. g.: Segdo | Sega Il; etc.) e grafadas em letras mindsculas em negrito, Eventualmente, as Segdes subdivdem-se em Subsegdes 'b) Dos Capitulos © Capitulo € formado por um agrupamento de Segées e, assim como os Titulos, Livros e Partes so grafados em letras maitisculas e identiicados por algarismos romanos. ©) Titulo (© Titulo engloba um conjunto de Capitulos. 4) Lio Nas leis mais extensas — normalmente, na legislagao codificada podendo estes ser desdobrados em Parte Geral Parte Especial +08 conjuntos de Titulos sao reunidos em Livos, 10.2.2.5. Critérios de Sistematizagao Embora o legislador disponha de margem relativamente ampla de discricionariedade para eleger os critérios de sistematizagao da lei, n4o pode subsistir divida de que esses critérios devem guardar adequagao com a matéria regulada. Nao 6 concebivel, por exemplo, que o legislador sistematize a Parte Especial do Cédigo Penal segundo as penas prevstas, Algumas regras basicas podem ser enunciadas, a propésito: a) matérias que guardem afinidade objetiva devem ser tratadas em um mesmo contexto; ») os procedimentos devem ser disciplinados segundo uma ordem cronolégica; ©) a sistematica da lei deve ser concebida de modo a permitir que ela fomega resposta a questéo juridica a ser disciplinada e no a qualquer outra indagagao; 4) deve-se guardar fdelidade basica com o sistema escolhido, evitando a constante mistura de critérios; ©) Institutes diversos dever ser tratados separadamente, A natureza e as pecullaridades de cada disciplina juridica tém influéncia decisiva sobre o madelo de sistematizagao a ser adotado, como se pode depreender de alguns exemplos: — Classificago segundo os bens tutelados — Parte Especial do Cédigo Penal: Parte Especial Titulo | - Dos crimes contra a pessoa Titulo II— Dos crimes contra o patriménio htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ew29 e201 Manval_Redagéo Titulo Il Dos crimes contra a propriedade imaterial Titulo IV — Dos crimes contra a organizagao do trabalho Titulo V — Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos Titulo VI~ Dos crimes contra os costumes Titulo Vil Dos crimes contra a famtia Titulo VIll- Dos crimes contra a incolumidade pablica Titulo IX- Dos crimes contra a paz publica Titulo X— Dos crimes contra a f6 publica Titulo X|— Dos crimes contra a administragao piblica — Classificagao segundo os institutos juridicos e as relagées juridicas — Cédigo Civil de 12 de janeiro de 1916: Parte Especial Lio! Do Direito de Familia Titulo | Do casamento Titulo I Dos efeitos juridicos do casamento Titulo mi Do regime dos bens entre os cénjuges Titulo IV Da dissolugdo da sociedade conjugal e da protecdo da pessoa dos filhos. Titulo V Das relagées de parentesco — Classificagao segundo a ordem cronolégica dos procedimentos — Codigo de Processo Civil Titulo Vib DO PROCEDIMENTO ORDINARIO Capitulo | — Da peti¢ao inical Capitulo — Da resposta do réu (..) Capitulo VI Das provas (..) Capitulo Vill DA SENTENGA E DA COISA JULGADA (...) Titulo X— Dos recursos 10.3. Requisitos Essenciais que Devem ser Observados na Formulagao de Disposic6es Legais ou Regulamentares Alguns principios constitucionais balizam a formulagao das disposi¢5es legals. Do principio do Estado de Direito @ de alguns postulados dele derivados pode-se inferir alguns requisitos que devem nortear a elaboracao de atos normativos. O principio do Estado de direito exige que as normas juridicas sejam dotadas de alguns atributos, tais como preciso ou determinabilidade, clareza © densidade suficiente para permitir a definicao do objeto da protegao juridica e 0 controle de legalidade da a¢ao administrativa 10.3.1. Clareza e Determinagao das Normas principio da seguranca juridica, elemento fundamental do Estado de Direito, exige que as normas sejam pautadas pola precisao @ clareza, permitindo que 0 destinatario das disposig6es possa identificar a nova situagao juridica as conseqiiéncias que dela decorrem. Devem ser evitadas, assim, as formulagées obscuras, imprecisas, confusas ou contraditorias. 10.3.2. 0 Principio da Reserva Legal A Constituicdo consagra, no art_37, a idéia de que a administragao publica esta submetida, entre outros principios, a0 da legalidade, que abrange postulados de supremacia da lei e 0 principio da reserva legal. ‘A supremacia da lei expressa a vinculacao da Administragao ao Direito, 0 postulado de que o ato administrativo que Contraria norma legal é invlido. O principio da resena legal exige que qualquer interven¢ao na esfera individual (restrigoes 20 direito de liberdade ou ao direito de propriedade) seja autorizada por le. Esse principio esta sintetizado, na Constituigdo (art. 62, I), pela seguinte formula "Ninguém serd obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em vitude do lei". Os postulados do Estado de Direito, da Democracia (art. 12) ¢ o principio da resena legal (art. 52, I) impéem que as htpihwuplanalta gavericcil_ Oaimanualianual im e209 e201 Manval_Redagéo decisdes normativas fundamentais sejam tomadas diretamente pelo legislador, Assinale-se, a propésito, que a utiizagao de férmulas legais exageradamente genéricas e a outorga de competéncia ara sua conoretizagao a 6rgaos administrativos, mediante expedi¢ao de atos regulamentares (regulamentos, instrugées, ortarias), podem configurar ofensa ao principio estrito da legalidade, caracterizando, ademais, legitima delegacao legislativa, ‘A douttina assinala, majoritariamente, que ha delegagao indevida quando se permite ao regulamento inovar na ordem juridica, atribuindo-se-the a definigdo de requisitos necessérios ao surgimento de direito, dever, obrigagao ou restrigao. Explicitando esse entendimento, sustenta Celso Antonio Bandeira de Mello que “inovar quer dizer introduzir algo cuja preexisténcia no se pode conclusivamente deduzir da lei requlamentada’. Verifca-se a inovagao proibida toda vez que nao seja possivel “afirmar-se que aquele especifico direito, dever, obrigacao, limitagao incidentes sobre alguém néo estavam Instituldos e identificados na lei requlamentada". E verdade que a identificagao de uma delegagao legislativa indevida, em virtude da adogao de clausulas de contetido abdicatério ou demissério, ha de ser feita em cada caso. A jurisprudéncia do Supremo Tibunal Federal fornece, todavia, elementos para que se estabelega uma orientagao mais ou menos segura sobre o assunto. Embora considerasse nulas as autorizagées legislativas incondicionadas ou de cardter demissério, a doutrina dominante sempre entendeu legitimas as autorizagées fundadas no enunciado da lei formal, desde que do ato legislative constassem os standards, isto &, os principios juridicos inerentes 4 espécie legislativa. Esforgando-se por sistematizar esse entendimento, afrma Carlos Maximiliano que seriam inconstitucionais as leis cujo contetido se cingisse ao seguinte cenunciado: "0 Poder Executivo é autorizado a reorganizar 0 Tribunal de Contas”. Aceitam-se, porém, como legitimas formulas que enunciam, v. g.: "Fica 0 Poder Executivo autorizado a reorganizar o Ensino Superior, sobre as seguintes bases: 1) s6 obtém matricula 08 bacharéis em letras dlplomados por gindsios oficiais; 2) (..)". Na elaboragao da lei devem ser evitadas as autorizagées legislativas puras ou incondicionadas, de nitido & inconfundivel carater renunciativo. Elas representam inequivoca desereao da obrigagéo de deliberar paliicamiente © podem caracterizar affonta ao principio da reserva legal. Assim, 08 érgdos incumbidos de elaborar projetos de lei, bem como aqueles competentes para exercer 0 controle de juridicidade dessas disposi¢oes, devem verificar se as proposig6es formuladas contém os elementos essenciais que Permitam identiicar nao 6 a sua finalidade, mas também o proprio contetido da decisao para 0 caso concreto. 10.3.2.1. Reserva Legal Qualificada ‘Além do principio genérico da legalidade, consagrado no art. 52, ll, da Constituigao, exige 0 Texto Constitucional, de forma expressa, quo algumas providéncias sejam precedidas de especifica autorizagao legislativa, vinculada a determinada situagao ou destinada a atingir determinado objetivo (reserva legal qualificada), [Assim, estabelece-se, no art. 52, Xil, da Consttuigae Federal, ser "live o exerciclo de qualquer trabalho, offcio ou profisséo, atendidas as qualificagées profissionais que @ lei estabelecer". Da mesma, forma, consagrasse no art. 52, Xl, {ue “a propriedade atenderé a sua fungdo sociar. Eventuais restrigdes liberdade de exercicio profssional somente podem ser levadas a efeito no tocante as qualiicagées profissionais. Assim, as restrigées ao direto de propriedade somente se legitimam, igualmente, se tiverem por escopo assegurara sua fungao Social 10.3.2.2. Pri jade no Ami jo da Legalidade e da Ante! Ponal e Tributario ‘A Constituigo consagra, no art. 6°, 1000 expressa exigéncia de previsto legal para a definigdo de crime e a ominagao de pena, e proibe a retroatiidade da lei penal (art. 52, XL). Exige, pois, que o crime seja previsto em lei escrta, sendo vedada a ullizapgo de analogia em relagao as normas ineriminadoras, e defeso o emprego de formulas vagas ou indeterminadas. Como acentua Soler, "a sd existéncia de lei prévia nfo baste; esta lei deve reunir certos caracteres: deve ser concretamente definitoria de uma ae4o, deve tracar uma figura cerrada em si mesma, por forga da qual se conheca nao somente qual é a conduta compreendida, sendo também qual & a néo compreendida’ (Cf, também infra: 10.3.2. Densidadte da Norma), Da mesma forma, a instituigao ou elevagao de tributos somente pode ser levada a efeito mediante lei formal (Constituigao, art. 150, | — principio da legalidade). E vedada, ademais, a cobranga de tributos no mesmo exercicio financeiro em que haja sido publicada a lei que os hower instituido ou aumentado (Constituigao, art. 150, Il, "6" principio da anterioridade). Finalmente, proibe a Constituigao a cobranga de tributos em relagao a fato gerador ocorrido antes do htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ear29 e201 Manval_Redagéo inicio da vigancia das leis que os howverem instituide ou aumentado (Constituigdo, art, 150, tlh Iiretroativadade). ‘a’ = principio da 10.3.2.3. A Reserva Legal e o Principio da Proporcionalidade A simples existéncia de lei nao se afigura sufciente para legitimar a intervengo no Ambito dos direitos e liberdades individuais. Faz-se mister, ainda, que as restrigdes sejam proporcionais, isto é, que sejam "adequadas e justficadas pelo Interesse piiblico" e atendam “ao critério de razoabilidade". Em outros termos, tendo em vista a obsenancia do principio da roporcionalidade, cabe analisar nao s6 a legitimidade dos objetivos perseguidos pelo legislador, mas também a adequago dos meios empregados, a necessidade de sua utilizagao, bem como a razoabilidade, isto é, a ponderagao entre a restrigdo a ser imposta aos cidados © os objetivos pretendidos, 10.3.2.4. Densidade da Norma A generalidade a abstragao constituem apanagio da lel, Esses atributos concorrem para maior inteligibilidade da le facilitando a sua aplicagao a uma universalidade de situagées ou de pessoas. O principio da resena legal exige ndo s6 expressa autorizagdo legislativa para intervenco no Ambito dos direitos indivduais, mas pressupSe também que a previsdo legal contenha uma disciplina sufcientemente concreta (densa, determinada). E essa densidade suficiente que, de um lado, ha de definir as posigées juridicamente protegidas e, de outro, pautar a agao do Estado, A exigéncia relativa a uma adequada densidade da norma assume peculiar relev no Ambito do Direito Penal, orquanto eventual incriminago vaga ou imprecisa de certos fatos poderia reduzir a seguranca juridica, nulificando a garantia que se pretende alcangar com o principio da reserva legal. 10.3.2.5. Atos normativos primarios emanados exclusivamente do Poder Executivo Existem hipéteses constitucionalmente previstas em que o Poder Executive, por conta propria, produz atos normativos primarios, |. 6., normas que se subordinam diretamente 4 Constituigéio © ndo a Lei, Como exemplo de tais hipoteses temos a competéncia do Presidente da Repiblica para dispor, mediante decreto, sobre organizago e funcionamento da administragao federal, quando nao implicar aumento de despesa nem criagao ou extingdo de drgaos publicos (art. 84, VI, a, da Constituigao) e extinguir, mediante decreto, fungées ou cargos piblicos, quando vagos (art. 84, Vib), 10.3.2.6. A Lei e 0 Respeito ao Direito Adquirido, ao Ato Juridico Perfeito e a Coisa Julgada ‘A Constituigio Federal de 1988 reproduz no art. 5° XXXVI, formula ja tradicional do Direito Constitucional brasileiro, segundo a qual "a lei ndo prejudicara o direito adquirido, o ato juridico perfeito © a coisa julgade". Trata-se de postulado fundamental de seguranga juridica, pedra angular do Estado de Direito. Com a consagragao dessa formula, impbe o constituinte que o legistador nao s6 respeite as situacSes juridicas indivduais consolidadas, mas que também presen os efeitos que hao de se protrair. Da mesma forma, exige-se que a lei respeite a coisa julgada, abrangida tanto a coisa julgada formal, que impede a discussao da questo decidida no mesmo processo, quanto a coisa julgada material, que obsta a discussdo da questao decidida em outro proceso. 10.3.3, As Remissoes Legisiativas ‘A remissao constitui técnica legislativa conhecida. Enquanto a remissao a norma de um mesmo texto legislative nao se afigura problematica (remissao interna), as remissGes a outros textos legislativos (remissao extema) so passiveis de sofrer obje¢Ges de indole constitucional, pois podem afetar a clareza © precisao da norma juridica. Particularmente problematicas afiguram-se as remissdes encadeadas, isto 6, a remissao a dispositivos que, por sua vez, remetem a outras proposicSes. A remissao pura e simples a disposigSes constantes de outra lei pode preparar dificuldades adicionais, uma vez que, fem caso de revogagao ou alteragao do texto a que se fez referéncia, subsistira, quase inevtavelmente, a divida sobre 0 ‘fetivo contetido da norma, Recomenda-se, por isso, que, 8¢ as remiss6es forem inevitaveis, sejam elas formuladas de tal modo que permitam ao intérprete aprender o seu sentido sem ter de compulsar o texto referido. Acentue-se, ademais, que a remissao a atos secundérios, como reguiamentos ou portarias, pode configurar afronta ‘0s principios da resena legal e da independéncia entre os poderes, Por fim, deve-se indicar expressamente o dispositive objeto de remissao intema, em vez de usar as expressdes "anterior", “seguinte" ou equivalentes. 10.4. Desenvolvimento de uma Le! htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im arii29 e201 Manval_Redagéo 10.4.1. Consideragées Preliminares A atividade legistativa nao constitu um sistema linear e unidimensional no qual os atores procedem de forma previsivel ou planejada, Ao revés, a atividade legislativa ¢ formada por um conjunto de interesses diferenciados e relagbes de forga no complexo campo politico, Embora os procedimentos atinentes formacao da lei estejam previstos de modo mais ou menos detalhado na Constitui¢ao, ndo subsiste duvida de que a metodologia empregada na elaboragao das leis néo obsena, necessariamente, um programa previamente definido. E possivel, todavia, fixar planos para a elaboragao legislativa, como corre, nommalmente, nos Planos de Governo, nos quais se estabelecem as diretrizes para a legislatura vindoura, Nao obstante, muitas iniciativas, no plano legislativo, so determinadas por circunstancias ou eventos imprevistos ou imprevisiveis, que exigem uma pronta aco do legislador. Assim, a despeito de toda a boa vontade e organizagéo, ndo se afigura possivel planejar, de forma absolutamente satisfatéria, a apo legislativa, Deve-se concluir, pois, que a impossibilidade de um planejamento rigoroso da atividade legislativa acaba por fazer ‘com que 0 desenvolvimento da lei dependa, nao raras vezes, de impulsos isolados. Cumpre diferengar os impulsos de indole juridica daqueles de cardter marcadamente politico. Os primeiros decorrem, hormaimente, de uma exigéncia expressamente estabelecida na Constituigao, isto é de um dever constitucional de legislar, Alguns exemplos de inequivocos deveres impostos ao legislador podem ser mencionados: a) Constituigao, art, 52, X0X: "a lei asseguraré aos autores de inventos industriais privilégio temporario para sua utlizago, bem como protecdo as criagdes industriais, @ propriedade das marcas, aos nomes de empresas @ a outros signos distintivos, tendo em vista 0 interesse social e 0 desenvolvimento tecnolégico © econémico do Pais": b) Constituigdo, art. 52 X00 "0 Estado promoverd, na forma da lel, a defesa do consumidor’; ¢) Constituigao, art. 72 "Sao direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem & melhoria de sua condigéo social: 1 = relago de emprego protegida contra despedida arbitréria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverd indenizagéo compensatéra, dentre outros direitos; () IV - salério minimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades Vitals bésicas e as de sua familia, com moradia, alimentagdo, educagéo, satide, lazer, vestuario, higiene, transporte e previdéncia social, com reajustes periédicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vineulagao para qualquer fim; () XI ~ patticipagao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneragéo, e, excepcionalmente, articipagao na gestdo da empresa, canforme definido em lei.” As vezes, pode-se deriar um dever constitucional de legislar de principios gerais consagrados na Constituigdo, como 6 postulados da Democracia, do Estado de Direito e Social e da dignidade da pessoa humana. Outras vezes esse dever toma-se manifesto em virtude de uma deciséo judicial proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos processos de mandado de injungao ou na agao direta de controle da omissao (Constituigdo, artigos 2, LX, e 103, § 22). A decisao politica de deflagrar 0 processo legislative decorre, muitas vezes, de iniciativas de érgdos da sociedade lvl, tais como: — as resolugées aprovadas nas convengées partidérias; — as propostas formuladas por assoclagées, drgdos de classe, sindicatos, igrejas, ete — a discussao nos érgdos de opinio pica 10.4.2. 0 Proceso Legislative interno htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ea129 e201 Manval_Redagéo ‘Além do proceso legislativo disciplinado na Constituigao (processo legislative extemo), identifica a doutrina chamado processo legislativo interno, que se refere ao modus faciendi adotado para a tomada da decisao legislativa, Nao se pode negar que, a despeito de sua relativa informalidade, o proceso legislativ infemo traduz um esforco de racionalizagao dos procedimentos de decisao, que configura uma exigéncia do priprio Estado de Direito. A doutrina esforga-se por identificar o roteiro basico obsenvado na definicdo de uma decisao legislativa, 10.4,2.1. Identificagao e Definigéo do Problema Antes de decidir sobre as providéncias a serem empreendidas, cumpre identificar © problema a ser enfrentado, Realizada a identificagéo do problema em witude de impulsos extemos (manifestagées de érgdos de opiniéo publica, criticas de segmentos especializados) ou gragas a atuagao dos mecanismos proprios de controle, cumpre delimité-lo, de forma precisa. A reuniéo de informagées exatas sobre uma situagdo considerada inaceitével ou problematica & imprescindivel tanto para evitar a construgao de falsos problemas, quanto para afastar 0 perigo de uma avaliagdo errénea (superestimagao ou subestimagao), 10.4,2.2. Andlise da Situago Questionada e de Suas Causas ‘A complexidade do processo de elaboragao de lei as sérias conseqléncias que podem advir do ato legislative fexigem que a instauragao do processo de elaboragao legislativa seja precedido de rigorosa analise dos fatos relevantes (apontar as distorgées existentes, suas eventuais causas), do exame de todo 0 complexo normativo em questo (andlise de julgados, pareceres, criticas doutrinarias, etc.), bem como de acurado levantamento de dados sobre a questo (audiéncia de entidades representativas dos alingidos ou afetados pelo problema, etc.). ‘A andlise da situagao questionada deve contemplar as causas ou complexo de causas que eventualmente determinaram ou contribuiram para 0 seu desenvohimento, Essas causas podem originar-se de influéncias diversas, tals como condutas humanas, desenvolvmentos socials ou econdmicos, influéncias da politica nacional ou internacional, conseqiiéncias de novs problemas técnicos, efeitos de leis antigas, mudangas de concepcdo, etc. 10.4,2.3. Definicao dos Objetivos Pretendidos Para verificar a adequagao dos meios a serem utilizados deve-se proceder a uma anélise dos objetivos que devem ser atingidos com a aprovago da proposta. A a¢ao do legislador, nesse Ambito, nao difere, fundamentalmente, da atuagao do homem comum, caracterizando-se mais por saber exatamente 0 que ndo quer, sem precisar o que efetivamente pretende, A axaliagéo emocional dos problemas, a critica generalizada e, as vezes, irefletida sobre 0 estado de coisas dominante acabam por permitir que predominem as solugdes negativistas, que tém, fundamentalmente, por escopo Suprimir a situagao questionada sem contemplar, de forma detida e racional, outras possiveis alternativas ou as causas determinantes desse estado de coisas negative, Outras vezes deixa-se orientar por sentimento inverso, buscando, pura e simplesmente, a presenvago do stafus quo. Essas duas posigdes podem levar, nos seus extremos, a uma imprecisa definipao dos objetivos a serem alcangados. A definigao da decisao legislativa deve ser precedida de uma rigorosa avaliagao das altemativas existentes, seus prés contras. A existéncia de altemativas diversas para a solugao do problema nao s6 amplia a liberdade do legislador, como também permite a melhoria da qualidade da deciséo legislativa. 10.4.2.4, Critica das Propostas Antes de decidir sobre a altemativa a ser positivada, devem-se avaliar e contrapor as altemativas existentes sob dois Pontos de vista: a) de uma perspectiva puramente objetiva, cumpre verificar se a andlise sobre os dados faticos e prognésticos se mostra consistente; b) de uma perspectiva axiolégica, impée-se aferir, com a utilizagao de critérios de probabilidade (prognésticos), se os meios a serem empregados se mostram adequados a produzir as conseqiiéncias desejadas. Devem-se contemplar, iquaimente, as suas deficiéncias e eventuais efeitos colaterais negativos. A critica das proposigées formuladas deve indagar se as medidas a implementar so compativeis com 0 principio da proporcionalidade, que exige que a interven¢ao no ambito do direito individual seja nao sé indispensavel, mas também adequada e razodvel, E exatamente a observancia do principio da proporcionalidade que recomenda que, no conjunto de alterativas existentes, seja eleita aquela que, embora tenha a mesma efetividade, afete de forma menos intensa a situago individual. Na avaliagao das altemativas, nao se devem perder de vista aspectos relevantes relativos @ aplicagao e a execugao da lei (andlises das repercussées econémico-financeiras; exame da relagao custo-beneficio; testes e experimentos htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im eai129 e201 Manval_Redagéo relacionados com as possiveis consequéncias que poderdo advr da aplicago do novo modelo legal; etc.) Na comparagao das altemativas, deve-se dar preferéncia aquelas que se mostrem compativeis com todo o sistema Juridico (harmonia com o sistema juridico). Finalmente, compete avaliar o grau de aceitabilidade pelos cidadaos das medidas propostas e de sua factibidade ou exeqliblidade, Tanto a possibilidade de resisténcia séria contra a apicagao de determinada norma por parte dos eventual atingidos, quanto a probabilidade de que ela venha a ser objeto de impugnagées judiiais fundadas, ho de ser levadas em Conta na formulagao das proposigées normativas. 10.4.2.8. Controle de Resultados ‘A metodologia empregada para obtengao da decisao legislative estaria incompleta se entendéssemos que a tarefa do legislador se encerra com a edigdo do ato normative. Uma planificago mais rigorosa do processo de elaboragao legistativa ‘exige tm cuidadoso controle das diversas conseqiéncias produzidas pelo novo ato normativo. Mencionem-se algumas formas de controle a posteriori dos resultados da lei a) afima-se, ordinariamente, que o legislador esta submetido nao 6 ao dever de legislar, mas também a um dever geral de aferigdo e de adequagao dos atos legislativos jé em vigor. Esse dever de adequagdo manifesta-se, especialmente, naquelas decisbes legislativas tomadas com base em prognésticos ou em juizos de probabilidade, tal como ocome com 05 Planos Econémicos © com as leis que disciplinam realidades técnico-cientiicas; b) outra forma convencional de controle s’o os chamados "relatérios de experiéncias”, elaborados com a finalidade de avaliar ¢ sistematizar os resultados e experiéncias colhidos com a aplicagao da lei. No tocante a execugao orpamentaria, howe por bem o proprio constitute estabelecer exigéncia de elaboragao @ publicagao de relatéro circunstanciado (Constituigao, art. 165, § 98). A elaboragao desses relatérios pode ser prevista, iqualmente, em lei ou ser requerida por iniciativa parlamentar (Constituigéo, art. 58, § 22, i}; ) a andlise das decisées judiciais, proferidas no Ambito do controle judicial da constitucionalidade das leis © da logitimidade dos atos administrativos, permite, igualmente, aferir 0s resultados obtidos na aplicagao e execugao da lei; d) outras modalidades de controle devem ser contempladas, tals como as crticas cientificas, as manifestagées dos cidadaos, por meio de érgaos de representacao ou isoladamente, criticas de érgaos de imprensa, etc. A falta de um efetivo controle de resultados pode ensejar a configuracao de inconstitucionalidade por omissao, uma vez que 0 legislador esté obrigado a proceder a permanente atualizacao e adequagao das normas. 10.4.3. Quostées que Devem Ser Analisadas na Elaboragao de Atos Normatives no Ambito de Poder Executive Devem ser examinadas sobretudo as seguintes questées (Anexo Ido Decreto n® 4.176, de 28 de marco de 2002}: 1. Deve ser tomada alguma providéncia? 41.1. Qual 0 objetivo pretendide? 1.2. Quais as razées que determinaram a iniciativa? 1.3. Neste momento, como se apresenta a situagao no plano fético @ no plano juridico? 1.4. Que falhas ou distorg6es foram identificadas? 1.5. Que repercussdes tem 0 problema que se apresenta no 4mbito da economia, da ciéncia, da técnica e da jurisprudéncia? 1.6. Qual 6 0 conjunto de destinatarios alcangados pelo problema, e qual o numero de casos a resolver? 1.7. © que poderd acontecer se nada for feito? (Exemplo: 0 problema tomar-se-4 mais grave? Permanecerd estével? Poderd ser superado pela propria dinamica social, sem a intervengo do Estado? Com que consequiéncias?) 2. Quais as alternativas disponiveis? 2.1. Qual foi o resultado da anélise do problema? Onde se situam as causas do problema? Sobre quais causas pode incidir a ago que se pretende executar? 2.2. Quais os instrumentos da agao que parecem adequados para alcancar os objetivos pretendidos, no todo ou em parte? htpihwuplanalta gaverccil_Oaimanualimanual im sar29 e201 Manval_Redagéo (Exemplo: medidas destinadas a aplicagao e execugdo de dispositivos ja existentes; trabalhos junto a opiniao piblica; ‘amplo entendimento; acordos; investimentos; programas de incentivo; auxilio para que os préprios destinatarios alcangados elo problema envidem esforgos que contribuam para sua resolugao; instaurag4o de proceso judicial com vistas a resolugao do problema.) 2.3, Quais 0s instrumentos de ago que parecem adequados, considerando-se os seguintes aspect * desgaste e encargos para os cidadaos e a economia; * eficacia (preciso, grau de probabilidade de consecugao do objetivo pretendido} * custos e despesas para 0 orgamento piiblico; * efeitos sobre 0 ordenamento juridico e sobre metas jé estabelecidas; © efeitos colaterais e outras consequéncias; * entendimento e aceitagao por parte dos interessados e dos responsaveis pela execugao; ‘+ possibilidade de impugnagao no Judiciario. 3. Deve a Unido tomar alguma providéncia? Dispée ela de competéncia constitucional ou legal para fazé-lo? 3.1. Trata-se de competéncia privativa? 3.2. Tem-se caso de competéncia concorrente? 3.3. Na hipétese de competéncia concorrente, esta a proposta formulada de modo que assegure a competéncia substancial do Estado-membro? 3.4. A proposta ndo apresenta formulagao extremamente detalhada que acaba por exaurir a competéncia estadual? 3.5. A matéria é de fato de iniciativa do Poder Executive? Ou estaria ela afeta a iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores ou do Procurador-Geral da Repiblica? 4. Deve ser proposta edigao de lei? 4.1. Amatéria a ser regulada est submetida ao principio da reserva legal? 4.2. Por que deve a materia ser regulada pelo Congresso Nacional? 4.3. Se néo for o caso de se propor edicdo de lei, deve a matéria ser disciplinada por decreto? Por que no seria suficiente portaria? 4.4. Existe fundamento legal suficiente para a edigo de ato normativo secundério? Qual? 4.5. Destina-se a regra a atingir objetivo previsto na Constituigio? 4.6. A disciplina proposta & adequada para consecugao dos fins pretendidos? 4.7. A regra proposta & necesséria ou seria sufciente férmula menos gravosa? 4.8. A disciplina proposta néo produz resultados intoleraveis ou insuportaveis para o destinatério? 5. Deve a lei ter prazo de vigéncia limitado? 5.1. E alei necesséria apenas por periodo limitado? 5.2. Nao seria o caso de editar-se lel tempordria? 6. Deve ser edit da medida proviséria? 6.1. Em se tratando de proposta de medida proviséria, ha justiicativas plausiveis para a sua edi¢ao? 6.2. O que acontecerd se nada for feito? A proposta néo poderia ser submetida ao Congresso em regime de urgéncia? 6.3. Trata-se de matéria que pode ser objeto de medida provséria, tendo em vista as vedages do § 12 do art. 62 da Constituigao? 6.4, A medida proviséria estaria regulamentando artigo da Constituigao cuja redagao tenha sido alterada por meio de htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ovia9 e201 Manval_Redagéo ‘emenda constitucional promulgada a partir de 12 de janeiro de 1995 @ até 11 de setembro de 2001 (art. 246 da Constituigo)? 6.5, Estéo caracterizadas a relevancia e a urgéncia necessérias para ser editada medida proviséria? 7. Deve ser tomada alguma provi cla neste momento? 7.1. Quais as situag6es-problema e os outros contextos correlatos que devem ainda ser considerados @ pesquisados? Por ue, entao, deve ser tomada alguma providéncia neste momento? 7.2, Por que néo podem ser aguardadas outras alteragées necessérias, que se possam prever, para que sejam ccontempladas em um mesmo ato normative? 8 Adensidade que se pretende conferir ao ato normativo 6 a apropriada? 8.1. O projeto de ato normative esta isento de disposi¢Ses programaticas? 8.2. Pode a densidade da norma (diferenciagao @ detalhamento) ser limitada por férmulas genéricas (tipificagao e utilizagao de conceitos amplos ¢ de clausulas gerais ou atribuigdio de competéncia discricionéria)? 8,3, Podem os detalhes ou eventuais alteragdes ser confiados ao poder reguiamentador do Estado ou da Unido? 8.4. A matéria ja no teria sido regulada em outras disposi¢6es de hierarquia superior (regras redundantes que poderiam ser evitadas)? Por exemplo, em: * tratado aprovado pelo Congresso Nacional; * lei federal (em relagao a reguiamento}; + regulamento (em relagéo a portaria. 8.5. Quais as regras jé existentes que serdo afetadas pela disposigéo pretendida? Sao regras dispensaveis? 9. Asregras propostas afetam direitos fundamentais? As regras propostas afetam garantias constitucionais? 9.1. Os direitos de liberdade podem ser afetados? * Direitos fundamentais especiais podem ser afetados? * Qual é 0 ambito de protegao do direito fundamental afetado? * 0 ambito de protegdo sofre restrigio? * A proposta preserva o niicleo essencial dos direitos fundamentais afetados? * Cuida-se de direito individual submetido a simples reserva legal? * Cuida-se de direito individual submetido a reser legal qualificada? © Qual seria 0 outro fundamento constitucional para a aprovagao da lei (exemplo: regulacao de colisao de direitos)? * A proposta nao abusa de formulagSes genéricas (conceitos juridicos indeterminados)? * A formula proposta nao se afigura extremamente casuistica? * Obsenou-se o principio da proporcionalidade ou do devido processo legal substantive? * Pode o cidadao prever e afer as limitagdes ou encargos que Ihe poderao advir? * As normas previstas presenam o direito ao contraditério e & ampla defesa no proceso judicial e administrative? 9.2. Os direitos de igualdade foram afetados? * Observaram-se os direitos de igualdade especiais (proibigao absoluta de diferenciagéo}? ‘0 principio geral de igualdade foi observado? * Quais sao os pares de comparagao? * 0s iguais foram tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual?” * Existem razées que justifiquem as diferengas decorrentes ou da natureza das coisas ou de outros fundamentos de Indole objetiva? * As diferengas existentes justificam o tratamento diferenciado? Os pontos em comum legitimam o tratamento igualitario? 9.3. A proposta pode afetar situag6es consolidadas? HA ameaga de ruptura ao principio de seguranga Juridica? htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sajr29 e201 Manval_Redagéo * Obsenou-se o principio que determina a presenagao de direito adquirido? ‘+ A proposta pode afetar o ato juridico perfeito? ‘A proposta contém possiel affonta & coisa julgada? ‘Trala-se de situagao juridica suscetive! de mudanga (institutos juridicos, situagées estatutérias, garantias institucionais)? Nao seria recomendavel a adogao de cléusula de transi¢&o entre o regime vigante © o regime proposto? 9.4, Trata-se de norma de cardter penal?” ‘* A pena proposta é compativel com outras figuras penais existentes no ordenamento juridico? ‘+ Tem-se agravamento ou methoria da situagao do destinatario da norma? * Trata-se de pena mais grave? ‘* Trata'se de norma que propicia a despenalizagao da conduta? + Elevase 0 prazo de presctig&o do crime? * A proposta ressalva expressamente a aplicacdo da lel nova somente aos fatos supervenientes a partir de sua ‘entrada em vigor? 9.5. Pretende-se instituir ou aumentar tributo? Qual 6 o fundamento constitucional? + Alvi ndo afeta fatos geradores ocorridos antes de sua vigéncia (lei retroativa)? * A cobranga de tributos vai-se realizar no mesmo exercicio financeiro da publicagao da lel? * © princfpio da imunidade reciproca esta sendo observado? * As domais imunidades tributarias foram obsenvadas? ‘© © projeto que institui contribuigao social contém disposigéio que assegura o principio da anterioridade especial (cobranga apenas apés noventa dias a contar da publicago)? * Otributo que se pretende instituir nao tem cardter confiscatério? ‘+ Em se tratando de taxa, cuida-se de exagao a ser cobrada em razao do exercicio de poder de policia ou da prestagdo de senvico piiblico especifico e divsivel prestados ou postos a disposigo do contribuinte? Ha equivaléncia razodvel entre o custo da ativdade estatal e a prestacao cobrada? 10. © ato normative corresponde as expectativas dos cidadaos e é inteligive! para todos? 10.1. © ato normativo proposto serd entendido © aceito pelos cidadéos? 10.2. As limitagées a liberdade individual e demais restrigées impostas sdo indispensdveis? Por exemplo: * proibigées, necessidades de autorizagées; ‘+ comparecimento obrigatorio perante autoridade; * indispensabilidade de requerimento; + dever de prestar informagoes; * imposigéo de multas e penas; + outras sangses, 10.3. Podem as medidas restritivas ser substituidas por outras? 10.4. Em que medida os requisites necessarios a formulacao de pedidos perante autoridades poderia ser reduzido a um minimo aceitével? 10.5. Podem os destinatarios da norma entender 0 vocabulério utilizado, a organizagao @ a extensao das frases @ das disposigses, a sistematica, a légica e a abstraga0? 11. Oaato normative exequivel? 11.1. Por que nao se renuncia a um now sistema de controle por parte da administragao? 11.2. As disposigdes podem ser aplicadas diratamente? 11.3. Podem as disposigOes administrativas que estabelecem normas de conduta ou proibem determinadas priticas ser aplicadas com os meios existentes? htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa29 e201 Manval_Redagéo 11.4, E necessério incluir d'sposi¢ées sobre protegao juridica? Por que as disposigées gerais ndo s4o suficientes? 11.5. Por que nao podem ser dispensadas: ‘+ as regras sobre competéncia e organizagao? = a criagdo de nows érgaos © comissées consultivas? * alintereengtio da autoridade? * exigéncias relativas 4 elaboragao de relatérios? * outras exigéncias burocraticas? 11.6. Quais 6rgaos ou instituigBes que devem assumir a responsabilidade pela execugao das medidas? 11.7. Com que contfitos de interesse pode-se prever que 0 executor das medidas ver-se-a confrontado? 11.8. Disp6e o executor das medidas da necesséria discricionariedade? 11.9. Qual 6 a opinido das autoridades incumbidas de executar as medidas quanto a clareza dos objetivos pretendidos o a possibilidade de sua execugao? 11.10. A regra pretendida foi submetida a testes sobre a possibilidade de sua execugao com a patticipagao das autoridades encarregadas de aplicé-la? Por que ndo? A que conclusao se chegou? 12. Existe uma relagao equilibrada entre custos e beneficios? 12.1. Qual o 6nus a ser imposto aos destinatérios da norma (calcular ou, ao menos, avaliar a dimensao desses custos)? 12.2. Podem os destinatarios da norma, em particular as pequenas © médias empresas, suportar esses custos adicionais? 12.3. As medidas pretendidas impéem despesas adicionais ao orgamento da Unido, dos Estados e dos Municipios? Quais as possibilidades existentes para enfrentarem esses custos adicionais? 12.4. Procedeu-se a andlise da relagao custo-beneficio? A que conclusao se chegou? 12.5. De que forma serdo avaliados a oficacia, o desgaste © os eventuais efeitos colaterais do novo ato normative apés sua entrada em vigor? CAPITULO V ATOS NORMATIVOS CONCEITOS BASICOS 11. Lei Ordinaria 11.1. Definigéo A lei ordinaria 6 um ato normativo primario © contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis sojam definidas, normalmente, pela generalidade e abstracao ("lei material), estas contém, nao raramente, normas singulares ("lei formar’ ou "ato normative de efeitos concretos") Exemplo de lei formal: ~ Lei orgamentéria anual (Constituigdo, art. 165, § 52); = Leis que autorizam a criagéio de empresas pilblicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundagdes (Constituigao, art. 37, XX). (© STF tem entendido que os afos normativos de efeitos concretos, por néo terem 0 contelido material de ato normativo, nao se sujeitam ao controle abstrato de constitucionalidade. 11.2, Objeto © Estado de Direito (Constituigéo, art. 12) define-se pola submissto de diversas relagées da vida ao Direto. Assim, nao deveria haver, em principio, dominios vedados @ lel. Essa afirmativa é, todava, apenas parcialmente coreta. A Constituigdo exclu, expressamente, do dominio da lei, as matérias da competéncia exclusiva do Congreso Nacional (art 49), que devem ser disciplnadas mediante decreto legislativ. Também no podem ser tratadas por lei as matérias que htpihwiplanalta gaverccil_Oaimanualianual im ow29 e201 Manval_Redagéo integram as compet€ncias privativas do Senado e da Camara (Constituigao, arts, 51 @ 2). Por fm, a Emenda Constitucional n? 32, de 11 de setembro de 2001, reservou matérias para decreto do Presidente da Repitblica (art. 84, VI, alineas a eb). Acentue-se, por outro lado, que existem matérias que somente podem ser disciplinadas por lei ordinaria, sendo, alias, vedada a delogagao (Constituigao, art. 68, § 12, |, Hl) 11.3. Forma e Estrutura A estrutura da lei composta por dois elementos basicos: a ordem legislativa e a matéria logislada, A ordem legislativa compreende a parte proliminar © o fecho da lel; a matéria legislada diz respeito ao texto ou compo da lei. 11.3.1. Ordem Legisiativa 11.3.1.1. Das partes do ato normative © projeto de ato normativo é estruturado em trés partes basicas: a) A parte proliminar, com a epigrafe, a ementa, 0 preémbulo, 0 enunciado do objeto e a indicagéo do émbito de aplicagao das disposig6es normativas; ) A parte normativa, com as normas que ragulam o objeto definido na parte preliminar, ©) A parte final, com as disposigdes sobre medidas necessérias a implementagao das normas constantes da parte normativa, as disposi¢des transitérias, se for o caso, a clausula de vigéncia e a clausula de revogagao, quando couber. 1.3.1.2. Epigrat A epigrafe 6 a parte do ato que o qualifica na ordem juridica e o situa no tempo, por meio da data, da numeragéo e da denominagao. Exemplo de eplgrate: LEI N® 8,078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990. 11.3.1.3. Ementa ou Rubrica da Lei A-ementa 6 a parte do ato que sint materia legislada. © conteuido da lei, a fim de permitir, de modo imediato, o conhecimento da Exemplo de ementa: Dispée sobre a protegtio do consumidor e dé outras providéncias, ‘Asintese contida na ementa deve resumir o tema central ou a finalidade principal da lel; evte-se, portanto, mencionar apenas um tépico genérico da lei acompanhado do cliché "e dé outras providéncias". 11.3.1.4, Preambulo © preémbulo contém a declaragéio do nome da autoridade, do cargo em que se acha imvestida e da atribuigéo constitucional em que se funda para promulgar a lei e a ordem de execueao ou mandado de cumprimento, a qual prescreve a forga coativa do ato normative. Exemplo de autoria: © Presidente da Repiblica Fago saber que o Congreso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei (..) Exemplo de ordem de execugdo: (© Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lek htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im o29 e201 Manval_Redagéo 11.3.1.5 Ambito de aplicagao. © primeira artigo da lei indicara 0 objeto eo 2mbito de aplicago do ato normativo a ser editado de forma espectica, ‘em conformidade com o conhecimento técnico ou cientifico da area respectiva. 11.3.1.6. Fecho da L Consagrou-se, entre nés, que o fecho dos atos legislativos haveria de conter referéncia aos dois acontecimentos marcantes de nossa Histéria: Declaragao da Independéncia e Proclamagao da Republica. Exemplo de fecho de lei “Brasilia, 11 de setembro de 1991, 1692 da Independéncia © 1022 da Repdblica." 11.3.1.7. Matéria Legistada: Texto ou Corpo da Lei © texto ow corpo da lei contém a matéria legislada, isto 6, as disposig6es que alteram a ordem juridica. Ele & composto por artigos, que, dispostos em ordem numérica, enunciam as regras sobre a matéria legislada. Na tradigao legislativa brasileira, o artigo constitui a unidade basica para a apresentacao, a divsdo ou 0 agrupamento de assuntos de um texto normativo. Os artigos desdobram-se em paragrafos e incisos, e estes em alineas. Por exemplo, 0 art. 206 do Codigo Civil de 10 de janeiro de 2002: "Art. 208. Proscrove: § 12. Em um ano: | = @ protensdo dos hospedeiros ou fomecedores de viveres destinados a consumo no proprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos; II -a protenséo do segurado contra 0 segurador, ou a deste contra aquole, contado o prazo: 2) para 0 segurado, no caso de seguro do responsabilidade civil, da data om que 6 citado para responder ‘apo de indonizagéo proposta pelo terceiro projudicado, ou da data que a este indoniza, com a anuéncia do segurador, +b) quanto aos demais seguros, da ciéncia do fato gerador da protenséo; (..)" 1.3.1.8. Agrupamento de Artigos Como assinalado no item "9.2.2., Sistematica Extema", a dimensao de determinados textos legais exige uma sistematizagao adequada. No direito brasileiro consagra-se a seguinte pratica para a divséo das leis mais extensas: = um conjunto de artigos compée uma SEGAO; = uma soo 6 composta por varias SUBSEGOES; = um conjunto de segées constitui um CAPITULO; = um conjunto de capitulos constitu um TITULO; = um conjunto de titulos constitui um LVRO. Se a estrutura alentada do texto requerer desdobramentos, adotam-se as PARTES, que se denominam Parte Goral ¢ Parte Especial Por exemplo, 0 Cédigo Civil de 10 de janeiro de 2002: PARTE GERAL Livro! DAS PESSOAS TITULO | DAS PESSOAS NATURAIS CAPITULO | DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sa29 e201 Menual_Redagéo CAPITULO I DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE. CAPITULO I DA AUSENCIA Segaol Da Curadoria dos Bens do Ausente Sega Il Da Sucessio Proviséria Segao Ill Da Sucessao Definitiva 11.3.1.9 Clausula de Revogagao Até a edigao da Lei Complementar n® 95, de 1998, (art. 9° — v. Apéndice) a cléusula de revogagao podia ser specifica ou geral. Desde entao, no entanto, admite-se somente a cldusula de revogagao especifica, Assim, atualmente é incorreto 0 uso de clausula revogatéria do tipo "Revogam-se as disposi¢des em contrario." ‘A revogacao 6 especifica quando precisa a lei ou leis, ou parte da lei que ficam revogadas. Exemplo de clausulas revogatérias especificas: "Fica revogada a Lei nf 4.789, de 14 de outubro de 1965." "Ficam revogadas as Leis n°s 3.917, de 14 de julho de 1961, 5.887, de 31 de maio de 1973, ¢ 6.859, de 24 de novembro de 1980.” "Ficam revogados os arts. 16, 17 ¢ 29 da Lei n® 7.998, de 11 de janeiro de 1990." ‘Ademais, importantes doutrinadores ja ressaltavam a desnecessidade da cléusula revogatéria genérica, uma vez que derrogaco do direito anterior decorre da simples incompatibilidade coma nova disciplina juridica conferida a matéria (Lei de Introdugo a0 Cédigo Civil, art.2%, § 1 Destarte, aigura-se mais util o emprego da cléusula especifica, que — além de cumprir a finalidade de marcar 0 encerramento do texto legislativo — remete com preciso aos dispositivos revogados. 11.3.1.10 Clausula de Vigéncia Além da cldusula de revogagao, 0 texto ou corpo do ato normativo contém, normalmente, cléusula que dispée sobre a sua entrada em vigor. Caso a lei nao consigne data ou prazo para entrada em wgor, aplica-se preceito constante do art. 12, da Lei de Introdugao ao Cédigo Civil, segundo o qual, salvo disposi¢ao em contrario, a lei comega a gorar em todo 0 pals 45 dias apés a sua publicagao. 11.3.2, Assinatura e Referenda Para terem validade, os atos normativos devem ser assinados pela autoridade competente. Trata-se de praxis ‘amplamente consolidada no Direito Constitucional e Administrativo brasileiros, As leis devem ser referendadas pelos Ministros de Estado que respondam pela matéria (Constituigao, art. 87, paragrafo nico, I), que assumem, assim, a co-responsabilidade por sua execugao @ obsenancia. No caso dos atos de nomeagao de Ministro de Estado, a referenda sera sempre do Ministro de Estado da Justica, nos termos do art. 29 do Decreto n? 4.118, de 7 de feversiro de 2002, que “Dispde sobre a organizagdo da Presidéncia da Repiiblica © dos Ministérios @ dé outras providéncias”. 42. Lei Complementar 12.4. Definigéo As leis complementares constituem um terceiro tipo de leis que nao ostentam a rigidez dos preceitos constitucionais, fe tampouco comportam a revogacao por forga de qualquer lei ordindria supeneniente. Com a instituigo de lei complementar buscou 0 constituinte resguardar certas matérias de cardter paraconstitucional contra mudangas céleres ou apressadas, sem Ihes imprimir uma rigidez exagerada, que difcultaria sua modificagao. lei complementar deve ser aprovada pela maioria absoluta de cada uma das Casas do Congreso (ConstituigAo, art 69). htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sri29 e201 Manval_Redagéo 12.2, Objeto Caberia indagar se a lei complementar tem matéria propria. Poder-se-ia afimar que, sendo toda e qualquer lei uma complementagao da Constituigao, a sua qualidade de lei complementar seria atribuida por um elemento de indole formal, que 6 a sua aprovacdo pela maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso. A qualificagao de uma lei como complementar dependeria, assim, de um elemento aleatério, Essa néo 6 a melhor interpretagao, Ao estabelecer um terceiro tipo, pretendeu o constituinte assegurar certa estabilidade e um minimo de rigidez as normas que regulam certas matérias. Dessa forma, eliminou-se eventual discricionariedade do legislador, consagrando-se que leis complementares propriamente ditas s80 aquelas exigidas expressamente pelo texto constitucional Disto decorre que: — Nao existe entre lei complementar e lei ordindria (ou medida proviséria) uma relagao de hierarquia, pois seus ‘campos de abrangéncia sao diversos. Assim, a lei ordinéria que invadir matéria de lei complementar inconstitucional e no ilegal; — Norma pré-constitucional de qualquer espécie que verse sobre matéria que a Constituigéo de 1988 resenou a lei complementar foi recepcionada pelo nova ordem constitucional como lei complementar. — Lei votada com 0 procedimento de Lei Complementar e denominada como tal, ainda assim, tera efeitos juridicos de lei ordinaria, podendo ser revogada por lei ordinania posterior, se versar sobre matéria nao reservada constitucionalmente a lei complementar, = Dispositivos esparsos de uma lei complementar que néo constituirem matéria constitucionalmente reservada a fei Complementar possuem efeitos juridicos de lei ordinaria, No texto constitucional sao previstas as seguintes leis complementares: — Lei que aisciptina a protegaio contra despedida arbitraria (Constituigdo, at. 72, ) = Lei que estabelece casos de inelegiblidade © prazos do sua cossagao (art. 14, § 8°); — Lei que regula a criagao, transformagao em Estado ou reintegragao ao Estado dos Territérios Federais © que define a incorporagao, subdivisdo e desmembramento dos Estados mediante plebiscito e aprovagéo do Congresso Nacional (art 18, §§ 29, 32 42), = Lei que dispde sobre os casos em que se pode permitir 0 transito ou a permanéncia temporaria de forcas estrangeiras no terrtério nacional (art. 21, IV) — Lei que faculta aos Estados legislar sobre questées especificas das matérias relacionadas na compeléncia legislativa privativa da Unido (art. 22, pardgrafo Unico); = Lei que fixa normas para a cooperagao entre a Unido e os Estados, o Distrito Federal e os Municipios, tendo em Vista 0 equilibrio do desenvolvimento e do bem-estar em ambito nacional (art. 23, pardgrafo inico); — Lei dos Estados que institui regides metropolitanas, aglomeragées urbanas microrregides. (art. 25, § 32) = Lei que define as areas de autuagao de sociedades de economia mista, empresas piiblicas e fundagées criadas pelo poder pablico (art. 37, XX); — Lei que estabelece excegies aos limites de idade para aposentadoria do servidor piblico no caso de exercicio de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas (art. 40, § 42} = Lei que dispée sobre as normas gerais para a instituigao de regime de previdéncia complementar pela Unido, Estados, Distrito Federal e Municipios, para atender aos seus respectivos seridores titulares de cargo efetivo (art. 40, § — Lei que estabelece 0 procedimento de avaliagao periédica para perda de cargo de senvidor publico (art, 41, §1° = Lei que dispée sobre as condigées para integragao das regiées em desenvolimento © a composigo dos organismos regionais (art. 43, § 12, |, I); = Lei que estabelace © ntimero de Deputados, por Estado e pelo Distrito Federal, proporcionalmente @ populagao (ar. 45, § 1%), htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sar29 e201 Manval_Redagéo = Lei que autoriza 0 Presidente da Reptiblica a permitir, sem manifestagao do Congresso, em determinadas hipoteses, que forgas estrangeiras transitem pelo territério nacional ou nele permanegam temporariamente, (art, 49, Il, ¢ art 84, X04), — Lei que dispde sobre a elaboracdo, redagéo, alteragao e consolidagao das leis (art. 59, paragrafo Unico); = Lei que confere outras atribuig6es ao Vice-Presidente da Repiblica (art. 79, paragrafo nico); — Lei que dispde sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93); — Lei que dispée sobre organizacao e competéncia dos tribunais eleitorais, dos julzes de direito e das juntas eleitorais (art. 121); — Lei que estabelece a organizacto, as atrbuigées e 0 estatuto do Ministério Piblico (art. 128, § 52): — Lei que dispde sobre a organizagao e o funcionamento da Advocacia-Geral da Unido (art. 131); = Lei que disp6e sobre a organizacao da Defensoria Publica da Unido, do Distrito Federal e dos Territérios, @ prescreve normas gerais para sua organizagao nos Estados (art. 134, paragrafo Gnico); — Lei que estabelece normas gerais a serem adotadas na organizago, no preparo © no emprego das Forgas Armadas (art. 142, § 19) — Lei que dispde sobre confitos de competéncia, em matéria tributaria, entre a Unido, os Estados, o Distrito Federal e 0s Municipios, regula limitagées ao poder de tributar e estabelece normas gerais, em matéria tbutara (art. 146, |, 1, Ila, be}: = Lei que institui empréstimos compulsérios para atender a despesas extraordinarias, decorrentes de calamidade publica, de guerra extema ou sua iminéncia, ou para possibilitar investimento pablico de cardter urgente e de relevante interesse nacional (art. 148, | I); = Lei que institui imposto sobre grandes fortunas (art. 153, Vi); — Lei que institui outros impostos federais nao previstos na Constituigao (art. 154, I) = Lei que regula a competéncia para instituigao do imposto de transmiss’o causa mortis @ doagao, se 0 doador tiver domicilio ou residéncia no exterior, ou se 0 de cujus possula bens, era residente ou domiciliado ou teve © seu inventario processado no exterior (art. 155, § 19, i); ~ Lei que define os senigas sujeitos a imposto sobre senigos de qualquer natureza, define as suas aliquotas maxima fe minima, exclui da sua incidéncia a exportagao de senigos para o exterior e regula a forma e as condices como isengées, incentivos e beneficios fiscais serdo concedidos e revogados (art. 156, Ill e § 32); — Lei que estabelece normas sobre distribuigao das quotas de receitas tributérias (art. 161, | Il, Ill e paragrafo Gnico), ~ Lei que regulamenta as finangas piblicas; o controle das divas extema e intema; a concessao de garantias pelas entidades piblicas; a emissdo e o resgale de titulos da dhida piblica; a fiscalizagéo das instituigées financeiras; as operagées de cémbio realizadas por érgaos e entidades da Unido, do Distrito Federal ¢ dos Municipios; a compatibilizago das fungdes das instiluigdes oficials de crédito da Unido (art. 163, 1a Vil} — Lei que regulamenta 0 exercicio e a gestao financeira e patrimonial da administragao direta e indireta, bem como as condig6es para a instituigao e o funcionamento de fundos (art. 165, § 92, |e I); — Lei que estabelece limites para a despesa com pessoal ativo @ inativo da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios (art. 169); — Lei que estabelece procedimento contraditrio especial para o processo judicial de desapropriagao (at. 184, § 32); — Lei que alispde sobre o sistema financeiro nacional (art. 192); — Lei que estabelece 0 montante maximo de débito para a concessao de remissao ou anistia de contribuig6es socials = Lei que regula a aplicagao de recursos dos diversos entes da faderagao em sale (art. 198, § 32); = Lei que estabelece casos de relevante interesse piiblico da Unido, quanto aos ates que tratam da ocupagao, do htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im oair29 e201 Manval_Redagéo dominio e da posse das terras indigenas, ou da exploragdo das riquezas naturais do solo, fuvais e lacustres nelas oxistentes (art. 231, § 62). 13, Lei Delegada 13.4. Definigéo Lei dolegada 6 0 ato normative elaborado e editado pelo Presidente da Republica em virtude de autorizagao do Poder Legislative, expedida mediante resolugao e dentro dos limites nela tragados (Constituigao, art. 68, caput e §§). De uso bastante raro, apenas duas leis delegadas foram promulgadas apds a Constituigso de 1988 (Leis Delegadas 12, de 7 de agosto de 1992 © n® 13, 27 de agosto de 1982). 13.2. Objeto ‘A Constituigao Federal (art. 68, § 12) estabelece, expressamente, que nao padem ser abjeto de delegacao os atos de competéncia exclusiva do Congresso Nacional, os de competéncia privativa da Cémara ou do Senado Federal, a matéria resenada & lei complementar, nem a legislagao sobre: a) erganizagao do Poder Judiciério e do Ministério Publico, a carreira ¢ a garantia de seus membros; ») nacionalidade, cidadania, direitos indiiduais, politicos e eleitorais; ) planos plurianuais, diretrizes orgamentérias e orgamentos. 43.3, Forma e Estrutura ‘Sobre a estrutura ¢ a forma da Lei Delegada so vAlidas, fundamentalmente, as consideragées expendidas em 11.3. Forma e Estrutura. Exemplo de Lei Delegada: "LEI DELEGADA N® 12, DE 7 DE AGOSTO DE 1992. Dispée sobre a instituigo de Gratificagéo de Atividade Militar para os senidores militares federais das Forgas Armadas. © PRESIDENTE DA REPUBLICA, Fago saber que, no uso de delegacao constante da Resolugao r® 1, de 1992 - CN, decreto a seguinte le: Art. 12 Fica institulda a Gratificagao de Atividade Militar, devida mensal e regularmente aos servidores militares federais das Forgas Armadas, pelo efetivo exercicio de atividade militar, ou, em decorréncia deste, quando na inatividade, () Art, 52 Esta lei delogada entra om vigor na data de sua publicapao, com ofeitos financeiros a contar de 1° de julho de 1992, observada a graduagao estabelecida pelo art. 2 Brasilia, 7 de agosto de 1992; 171° da Independéncia © 104° da Repiblica FERNANDO COLLOR Célio Borja ‘Marcilio Marques: Moreira” 14, Medida Proviséria 14.1. Definigéo Medida Proviséria ato normativo com forga de lei que pode ser editado pelo Presidente da Repiblica em caso de relevancia e urgéncia. Tal medida deve ser submetida de imediato deliberagao do Congrasso Nacional ‘As medidas provisérias perdem a eficdcia desde a edigao se nao foram convertidas em lei no prazo de 60 dias, prorrogavel por mais 60. Neste caso, o Congresso Nacional deverd disciplinar, por decreto legislative, as relagées juridicas htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sowie e201 Manval_Redagéo decorrentes da medida proviséria, Se tal disciplina ndo for feita no prazo de 60 dias apés a rejeigdio ou perda de eficdcia de medida provsoria, as relagdes juridicas constituldas e decorentes de atos praticados durante a wgéncia da medida provis6ria conservar-se-do por ela regidas. 14.2. Objeto As Medidas Provisérias tém por objeto, basicamente, a mesma matéria das Leis Ordinarias; contudo, no padem ser objeto de medida proviséria as seguintes matérias: a) nacionalidade, cidadania, direitos politicos, partidos politicos e direito eleitoral; ») direito penal, processual penal e processual civil; ©) organizagao do Poder Judiciario e do Ministério Publico, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orgamentarias, orgamento e créditos adicionais © suplementares, ressahada a abertura de crédito extraordinario, a qual 6 expressamente resenada a Medida Provséria (Constituicao, art. 167, § 32) 8) as que visem a detengdo ou seqiestro de bens, de poupanca popular ou qualquer outro ativo fnanceiro; f) as reservadas a lei complementar, 4g) ja disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sangao ou veto do Presidente da Repiiblica; h) aprovagao de Codigo; e {) regulamentagao de artigo da Constitui¢ao cuja redagao tenha sido alterada por meio de emenda constitucional promulgada no periodo compreendido entre 12 de janeiro de 1995 até a promulgagao da Emenda Constitucional n2 32, de 11 de setembro de 2001 Por fim, 0 Decreto n® 4.176, de 2002, recomenda que nao seja objeto de Medida Provséria a matéria"que possa ser aprovada dentro dos prazos estabelecidos pelo procedimento legislative de urgéncia previsto na Constituicdo" (at. 40, V) 14.3. Forma e Estrutura ‘Sao vdlidas, fundamentalmente, as consideragées expendidas em 10.3. Forma e Estrutura. Exemplo de Medida Provséria “Medida Proviséria n® 65, de 7 de julho de 2002. Autoriza condigées especiais para o crédito de valores iguais ou inferiores a RS 100,00, de que trata a Lei Complementar n2 110, de 29 de Junho de 2001, ¢ da outras providéncias. © PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso da atribui¢éo que the confere o art. 62 da Constituigdo, adota @ seguinte Media Proviséria, com forga de lei: Art. 12 Fica a Caixa Economica Federal autorizada a creditar em contas vinculadas especificas do Fundo de Garantia do Tempo de Servigo - FGTS, a expensas do préprio Fundo, (os valores do complemento de atualizagéo monetéria de que trata o art. #2 da Lei Complementar n® 110, de 29 de junho de 2001, cuja importéncia, em 10 de julho de 2001, seja igual ou inferior @ R$ 100,00 (cer reais). § 12 adesdo de que trata art. 4° da Lei Complementar n2 110, de 2001, em relagao as contas a que se refere o caput, seré caracterizada no ato de recebimento do valor creditado na conta vinculada, dispensada a comprovagéo das condigdes de saque previstas no art. 20 da Lei 1 8.036, de 11 de maio de 1990. § 2 Caso a adesao néo se realize até o final do prazo regulamentar para 0 seu exercicio, © crédito sera imediatamente revertido ao FGTS. htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sour e201 Manual_Redagso Art, 220 titular de conta vinculada do FGTS, com idade igual ou superior a setenta anos ‘ou que vier a completar essa idade até a data final para firmar o termo de adeso de que trata 0 art, € da Lei Complementar n2 110, de 2001, fard jus a0 crédito do complemento de atualizagao monetéria de que trata a referida Lei Gomplementar, com a reducao nela provista, ‘em parcela tinica, no més seguinte ao de publicagao desta Medida Proviséria ou no més subsequente ao que completar a mencionada idade. Art, 32Esta Medida Proviséria entra em vigor na data de sua publicagéo. Brasilia, 12 de julho de 2002; 181° da Independéncia ¢ 114° de Replica. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Pedro Malan Paulo Jobim Filho" 45, Decreto Legislative 45.1. Definigéio Decretos Legislativos sao atos destinados a regular matérias de competéncia exclusiva do Congresso Nacional (Constituigdo, art. 49) que tenham efeitos extemos a ele. 18.2. Objeto Objeto do Decreto Legislative sdo as matérias enunciadas no art. 49 da Constituig&o, verbis: “Art, 48, E da competéncia exclusiva do Congreso Nacional: 1 = resolver defintivamente sobre tratados, acordos ou atos intemacionais que acarretem tencargos ou compromissos gravosos ao patrimSnio nacional 11 = autorizar 0 Presidente da Repiiblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forgas estrangeiras transitem pelo teritéio nacional ou nele permanegam temporariamente, ressalvados os casos provisos em lei complementar, 1i1~ autorizar o Presidente ¢ o Vice-Presidente da Repiblica a se ausentarem do Pais, quando 2 auséncia exceder a quinze dias; 1V = aprovar 0 estado de defesa @ a intervengao federal, autorizar o estado de siti, ou suspender qualquer dessas medidas; \V- sustar os atas normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delogacdo legislatva; VI mudar temporariamente sua sede; Vil = fxar idéntico subsidio para os Deputados Federais © os Senadores, observado 0 que dispem os arts. 37, XI, 39, § 4, 150, ll, 153, Il, © 183, § 2, |: Vill = fixar 0s subsidios do Presidente e do Vice-Presidente da Repiblica @ dos Mnistros de Estado, observado o que dispdem os arts. 37, XI, 39, § 42, 150, II, 153, Ill, e 153, § 2%, |; IX — julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repiblica e apreciar os relatérios sobre a execugéo dos planos de govern: X-~ fiscalizar ¢ controlar, dietamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includes os da administragéo indireta; “XI zelar pola preservagéo de sua competéncia legislativa em face da atrbuigdo nonmativa dos outros Poderes; Xil_~ apreciar 0s atos de concessdo @ renovagéo de concessio de emissoras de rédio © televiséo Xill —escolher dois tereos dos membros do Tribunal de Contas da Unio: XXIV— aprovarinciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; XV -~ autorizarreferendo © convocar plebiscito; XVI — autorizar, em terras indigenas, a exploragao e o aproveitamento de recursos hidricos, @ a pesquisa e lava de riquezas minerals; XVII ~ aprovar, previamente, a alienagéo ou concesséo de terras piiblicas com area superior @ dois mile quinhentos hectares." provis6ria no convertida om lei (Constituigao, art. 63, § 32) 15.3, Forma e Estrutura Acrescente-se, ainda, como objeto do Decreto Legislative a disciplina das relagées juridicas decorrentes de medida ‘Sao validas, fundamentalmente, as considerag6es expendidas no item 11.3. Forma e Estrufura, Ressalte-se, no htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im soair29 e201 Manval_Redagéo entanto, que no decreto legislative a autoria e o fundamento de autoridade antecedem o titulo. Exemplo de Decreto Legislatio: "Fao saber que 0 Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente do Senado Federal, nos termos do art. 48, item 28, do Regimento Intemo, promulgo o seguinte DECRETO LEGISLATIVO N® 57, DE 2002 Aprova solicitagao de o Brasil fazer a declaragao, ‘acultativa prevista no artigo 14 da Convengao Intemacional sobre a Fliminago de Todas as Formas de Discriminagao Racial, reconhecendo a competéncia do Comité Intemacional para a Eliminagao da Discriminagao Racial para receber © analisar dentncias de volagdo dos direitos humanos cobertos na Convengao. © Congreso Nacional decreta Art. 12 Fica aprovada solicitagao de fazer a declaragéo facultativa provista no artigo 14 da Convengéo Intemacional sobre a Eliminacao de Todas as Formas de Discriminagéo Racial, reconhecendo a competéncia do Comité sobre a Eliminago da Discriminacao Racial para receber e analisar deniincias de violacSes dos direitos humanos cobertos na Convengao. Pardgrafo tinico. Ficam sujeitos & aprovagao do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em revisdo da referida Convengéo, bem como, nos termos do inciso | do art. 49 da Constitui¢ao Federal, quaisquer ajustes complementares que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patriménio nacional, Art, 2 Este Decreto Legislative entra em vigor na data de sua publicagéo. ‘Senado Federal, em 26 de abril de 2002 Senador RAMEZ TEBET Presidente do Senado Federal” 16. Decreto 16.1. Definigéo Decretos so atos administratives da competéncia exclusiva do Chefe do Executio, destinados a prover situagées gerais ou individuals, abstratamente prevstas, de modo expresso ou implicito, nallel. . Esta é a definigo classica, a qual, no entanto, é inaplicdvel aos decretos auténomos, tratados adiante. 16.2. Decretos Singulares (Os decretos podem conter regras singulares ou concretas (v. g., decretos de nomeagao, de aposentadoria, de abertura de crédito, de desapropriacdo, de cessdo de uso de imével, de indulto de perda de nacionalidade, etc.) 16.3. Decretos Regulamentares Os decretos regulamentares so atos normativos subordinados ou secundarios. A diferenga entre a lel e o regulamento, no Direito brasileiro, nao se limita & origem ou @ supremacia daquela sabre este, A distinggo substancial reside no fato de que a lei inova originariamente o ordenamento juridico, enquanto regulamento nao 0 altera, mas fixa, téo-somente, as “regras orgénicas e processuais destinadas a por em execucao os principios institucionais estabelecides por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou implicitos, dentro da érbita por ela circunserita, isto 6, as diretrizes, em pormenor, por ela determinadas” Nao se pode negar que, como obsena Celso Anténio Bandeira de Mello, a generalidade e o cardter abstrato da lei permitem particularizagdes gradativas quando nao tém como fim a especificidade de situagdes insuscetiveis de redugao a lum padrao qualquer.Disso resulta, ndo raras vezes, margem de discrico administrativa a ser exercida na aplicacdo da lei Nao se hé de confundir, porém, a discricionariedade administrative, atinente ao exercicio do poder regulamentar, com delegagao disfargada de poder, Na discricionariedade, a lei estabelece prevamente o direito ou dever, a obrigagdo ou a restrig&o, fixando os requisitos de seu surgimento e os elementos de identificagao dos destinatarios. Na delegagao, ao htpihwuplanalta gaverccil_Oaimanualimanual im sovre9 e201 Manval_Redagéo revs, ndo se identificam, na norma regulamentada, o direito, a obrigagao ou a limitagao. Estes sdo estabelecidos apenas no regulamento, 16.4, Decretos Auténomos. Com a Emenda Constitucional n® 32, de 11 de setembro de 2001, introduziu-se no ordenamento patrio ato normative conhecido doutrinariamente como decreto auténomo, i. 6, decreto que decorre diretamente da Constituigao, possuindo efeitos andlogos ao de uma lei ordinaria. ‘Tal espécie normativa, contudo, limita-se as hipéteses de organizagao e funcionamento da administragao federal, quando nao implicar aumento de despesa nem criacdo ou extingdo de drgdos pablicos, @ de extingao de fungdes ou cargos Publicos, quando vago (art. 84, VI, da Constituigao). 16.5. Forma e Estrutura Tal como as leis, 0s decretos compbem-se de dois elementos: a ordem legislativa (predmbulo fecho) e a materia legistada (texto ou corpo da lel) Assinale-se que somente sao numerados os decretos que contém regras juridicas de carater geral e abstrato. Os decretos que contenham regras de carater singular nao séo numerados, mas contém ementa, exceto os relatives ‘a nomeagao ou a designacao para cargo piiblico, os quais no serao numerados nem conteréo ementa. Todos os decretos serdo referendados pelo Ministro competent. Exemplo de Decreto: "DECRETO N@ 4.298, DE 11 DE JULHO DE 2002 Dispde sobre a atuagao dos érgéos e entidades da Administrago Publica Federal durante 0 processo de transig0 govemamental © PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso da atnbuigdo que Ihe confere o art. 84, inciso Vi, alinea "a", da Constituigéo, DECRETA: Art. 12. Transi¢&o govemamental é 0 proceso que objetiva propiciar condigbes para que © candidato eleito para 0 cargo de Presidente da Reptblica possa receber de seu antecessor todos os dados e informagées necessérios 4 implementagdo do programa do novo govemo, desde a data de sua posse. Parégrafo ‘nico. Caberé a0 Chele da Casa Civil da Presidéncia da Repiblica a coordenago dos trabalhos vinculados transigéo governamental. Art. 22 0 processo de transigéio govemamental tem inicio seis meses antes da data da posse do novo Presidente da Repiiblica e com ela se encerra Art. 32 O candidato eleito para 0 cargo de Presidente da Repiblica poder indicar equipe de transicao, a qual tera acesso as informagdes relativas as contas publicas, aos programas @ 0s projetos do Govemo Federal. Pardgrafo Unico. A indicagao a que se refere este artigo sera feita por meio de oficio a0 Prosidente da Republica. Art, 42 Os pedidos de acesso as informacées de que trata o art. 32, qualquer que seja a sua natureza, deverdo ser formulados por escrito © encaminhados a0 Secretério-Executivo da Casa Civil da Presidéncia da Repiiblica, a quem competiré requisitar dos érgaos e entidades da Administragao Publica Federal os dados solicitados pola equipe de transi¢ao, observadas as condigées estabelecidas no Decreto n? 4.199, de 16 de abril de 2002, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sowie e201 Manval_Redagéo Art. $2 Os Secretérios-Executivos dos Ministérios deverdo encaminhar ao Secretério- Executive da Casa Civil da Prosidéncia da Reptilia as informagées de que trata o art. 42, as quais seréo consolidadas pola coordenagéo do processo de transigéo. Art. 62 Sem prejuizo do disposto nos arts. 12 a 52, o Secretério-Executivo da Casa Civil solictaré aos Secretérios-Executivos dos Ministérios informagées circunstanciadas sobre: | - programas realizados @ em execupdo relatives ao periodo do mandato do Presidente da Republica; 11 - assuntos que demandaro agéio ou decisdo da administragéio nos cem primeiros dias do novo governo; I - projetos que aguardam implementacao ou que tenham sido interrompidos; e IV - glossario de projetos, termos técnicos e siglas utilizadas pela Administragéo Pablica Federal Art. 72 Chefe da Casa Civil expediré normas complementares para execugao do disposto no art. 5% Art. 8 As reunides de servidores com integrantes da equipe de transi¢ao devem ser objeto de agendamento e registro sumério em atas que indiquem os participantes, os assuntos tratados, as informagdes solicitadas 0 cronograma de atendimento das demandas apresentadas. Art. 98 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 11 de julho de 2002; 1812 da Independéncia e 1142 da Repubblica FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Silvano Gianni" 47. Portaria 417.1. Definigéo e Objeto E o instrumento pelo qual Ministros ou outras autoridades expedem instrugSes sobre a organizagdo e funcionamento de seniga e praticam outros atos de sua competéncia, 417.2 Forma e Estrutura Tal como os atos legislativos, a portaria contém preémbulo e corpo. Séo validas, pois, as consideragées expendidas no item 17.3. Forma e Estrutura, Exemplo de Portaria: "Portaria n25,, de 7 de Fevereiro de 2002. Aprova 0 Regimento Intemo do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ. © CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA, no uso da atrbuicéo que Ihe confere o art. 9° do Decreto n® 4.073, de 3 de janeiro de 2002, RESOLVE: Art. 12. Fica aprovado, na forma do Anexo, 0 Regimento Intemo do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ. Art. 22 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicagéo. PEDRO PARENTE” htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 09129 e201 Manval_Redagéo 18. Apostila, 18.1. Definigdo e Finalidade Apostila 6 a averbacdo, felta abaixo dos textos ou no verso de decretos e portarias pessoais (nomeagao, promocao, ascensdo, transferéncia, readaptagao, reverséo, aproveitamento, reintegragao, recondugo, remogéo, exoneragéo, demissao, dispensa, disponibilidade e aposentadoria), para que seja corigida flagrante inexatidao material do texto original (erro na grafia de nomes préprios, lapso na especificagao de datas, etc.), desde que essa corregao nao venha a alterar a substancia do ato j4 publicado. Tratando-se de erro material em decreto pessoal, a apostila deve ser feita pelo Ministro de Estado que 0 propés. Se 0 lapso houver ocorrido em portaria pessoal, a corre¢o por apostilamento estara a cargo do Ministro ou Secretério signatario da portaria. Nos dois casos, a apostila deve sempre ser publicada no Boletim de Serco ou Boletim Intemo corespondente , quando se tratar de ato referente a Ministro de Estado, também no Didrio Oficial da Unido. A finalidade da corregio de inexatiddes materials por meio de apostila é evitar que se sobrecarregue o Presidente da Repiblica com a assinatura de atos repetides, e que se onere a Imprensa Nacional com a republicagao de atos. 2. Forma e Estrutura A apostila tem a seguinte estrutura: a) titulo, em maidsculas e centralizado sobre o texto! APOSTILA; ) texto, do qual deve constar a corregdo que esta sendo feita, a ser iniciada com a remissao ao decreto que autoriza esse procedimento; ©) data, por extenso: Braslia, em 12 de novembro de 1990; 4d) identificagéo do signatéiio, abaixo da assinatura: NOME (em maitisculas) Secretario da Administragao Federal No original do ato normativo, préximo apostila, devera ser mencionada a data de publicago da apostila no Boletim, de Senigo ou no Boletim Intemo. Exemplo de Apostila: "APOSTILA © cargo a que se refere 0 presente ato foi transformado em Assessor da Diretoria-Geral de Administragao, cédigo DAS-102.2, de acordo com 0 Decreto n2 99.411, de 25 de julho de 1990, Brasilia, 12 de novembro de 1990. NOME ‘Subchefe da Secretaria-Geral da Presidéncia da Republica” CAPITULO VI © PROCESSO LEGISLATIVO 19. Introdugao ‘Tal como fixado na Constituigao (art. 58), 0 proceso legislativo abrange nao s6 a elaboragao das leis propriamente ditas (lei ordinaiia, lei complementar, lei delegada), mas também a das emendas constitucionais, das medidas provsérias, dos decrotos legislativos @ das resolugdes. A orientagdo adotada pelo constituinte revela-se problematica, pois, se, de um lado, contempla as emendas constitucionais, que, nao obstante dotadas do cardter material de lei, devern ser distinguidas destas por serem manifestagdo do poder constituinte derivado, contempla, de outro, as resolugdes e 0s decretos legistativos, que, pelo menos do ponto de vista material, nao deveriam ser equiparados as leis, por nao conterem, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sowr29 e201 Manval_Redagéo normalmente, regras de direito gerais e impessoais. Ressalvada a exigancia de aprovagao por maioria absoluta em cada uma das Casas do Congresso Nacional, aplicével s leis complementares (Constituigao, art. 69), 0 processo de elaboragao das leis ordinarias e complementares segue 0 ‘mesmo itinerario, que pode ser desdobrado nas seguintes etapas: a) iniciativas, ») discussao; ©) deliberagao ou votagao; 4) sangdo ou veto; 2) promulgagao; 1) publicagao. 19.1. Iniciativa A iniciativa & a proposta de edigao de direito novo. Por forga de disposigao constitucional, a discussdo e a volagao dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da Repiblica, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores tera inicio na Camara dos Deputados (Constituigo, art, 64), Da mesma forma, a iniciativa popular sera exercida pela apresentagao a Cémara dos Deputados do projeto de lei (Constituigao, art. 61, § 22). Embora a Constituigao nao tenha tratado do tema, 6 certo, igualmente, que os projetos de lei de iniciativa do Ministério Publico comegardo a tramitar na Camara dos Deputados, como se extrai do art. 109, § 12, Vil, do Regimento Interno da Camara dos Deputados. A iniciativa deftagra o pracesso legislativo © determina a obrigagao da Casa Legislativa destinataria de submeter 0 projeto de lei a uma deliberagao definitiva, 19.1.1. Iniciativa Comum ou Concorrente A iniciativa comum ou concorrente compete ao Presidente da Republica, a qualquer Deputado ou Senador, a qualquer comisséo de qualquer das Casas do Congresso, ¢ aos cldadaos ~ iniciativa popular (Constituigao, art. 61, caput). A iniciativa popular em matéria de lei federal esta condicionada @ manifestagao de pelo menos um por cento do eleitorado nacional, que deverd estar distrbuido em no minimo cinco Estados, exigida em cada um deles a manifestagao de trBs décimos por cento de seus eleitores (Constituigao, art. 61, § 2%) A Constituigao outorga a iniciativa da legislagao sobre certas matérias, privativamente, a determinados érgaos. 19.4.2.4. 1 iativa Reservada do Presidente da Repiblica Oat 61, § 19, da Constituigdo, resene ao Presidente da Repilblica a iniciativa das leis que: — eriem cargos, fungdes ou empregos pilblices, ou aumentem sua remuneragao, — fixem ou modifiquem os efetivos das Forgas Armadas; — disponham sobre organizago administratva e judiciaria = disponham sobre matéria tributéria © orgamentéria, senigos piblicos e pessoal da administragao dos Territérios; — disponham sobre a organizaco do Ministério Pablico ¢ da Defensoria Publica da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Terrtérios (cf. art. 128, § 5% da Constituigo); —criem e extingam érgdos da administragao pablica; = disponham sobre militares das Forgas Armadas, 19.1.2.2. Iniciativa Reservada da Camara dos Deputados e do Senado Federal htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sonina9 e201 Manval_Redagéo A Camara dos Deputados e 0 Senado Federal detém poder de iniciativa reservada sobre os projetos de lei de organizagao de seus senigos administrativos (Constituigao, art. 63), 19.1.2.3, Iniciativa Reservada dos Tribunais. Os Tribunais detém competéncia privativa para propor a criagao de novas varas judiciarias. Compete privativamente ao ‘Supremo Tribunal Federal e aos Tribunais Superiores propor a criagao ou extingdo dos tribunais inferiores, bem como a alteragao do ndmero de membros destes, a criago e a extingo de cargos e a fixagao de vencimentos de seus membros, dos juizes, inclusive dos tribunais inferiores, dos senvicos auxiliares dos juizos que Ihes forem vinculados, e a alteragao da organizagao e da diisao judiciéria (Constituigao. arts. 96, |, “d", € 96, Ile alineas), Compete, ainda, privativamente ao Supremo Tribunal Federal a iniciativa da lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura (Constituigao, art. 93), 19.1.2.4, Iniciativa Reservada do Ministério Publico A Constituigao assegurou, igualmente, ao Ministério Pablico a iniciativa privativa para apresentar projets sobre a criagao ou a extingo de seus cargos ou de seus senicos auxiliares (Constituigao, art. 127, § 29) 19.1.3. Iniciativa Vinculada Prevé, ainda, a Constituigao sistema de iniciativa vinculada, na qual a apresentagao do projeto é obrigatéria, E 0 que se depreende, v. g., dos artigos 84, XXII, @ 165, da Constituigao, que prevéem 0 envio, pelo Chefe do Executivo Federal, ao Congreso Nacional, do plano plurianual, do projeto de lei de diretrizes orgamentarias e do projeto de orgamentos anuais. 19.1.3.1. Iniciativa Vinculada e Controle da Omissio A sistematica do controle judicial da omissao logislativa consagrada na Constituigao de 1988 (Constituigao, art. 52, 04, ¢ art. 103, § 2%) permite converter direito de iniciativa assegurado em dever de deflagrar 0 procedimento legislativo, ou, mais propriamente, em dever de legislar. Assim, reconhecida a inconstitucionalidade da omissao, na deciséo proferida no rmandado de injungao (Constituigdo, art. 5°, LXX) ou na agao direta de inconstitucionalidade por omissao (Constituigdo, art. 103, § 22), cam os érgaos com poder de iniciar 0 processo legislative obrigados a empreender a iniciativa reclamiada. 19.2. Discussdo A disciplina sobre a discusséo e instrugdo do projeto de lei é confiada, fundamentalmente, aos Regimentos das Casas Legislativas. O projeto de lei aprovado por uma casa seré revisto pela outra em um s6 tumo de discussao e votagao, Nao ha tempo prefixado para deliberagdo das Camaras, salvo quando o projeto for de iniciativa do Presidente e este formular pedido de apreciagao sob regime de urgéncia (Constituigao, art. 64, § 12). No caso de proposi¢ao normativa submetida a regime de urgéncia, se ambas as Casas nao se manifestarem cada qual, sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, 0 projeto deve ser incluido na ordem do dia, ficando suspensas as daliberagées sobre outra matéria, alé que soja votada a proposigao do Presidente (art. 64, §§ 12 0 29) 19.3. Emenda Segundo 0 direito positive brasileiro, emenda 6 a proposi¢ao legislativa apresentada como acesséria de outra (Regimento intemo da Camara dos Deputados, art. 118), 19.3.1. Titularidade do Direito de Emenda [Nem todo titular de inictativa goza do poder de emenda. Esta faculdade é resenaada aos parlamentares. Todavia, a praxis consolidada parece assegurar, aos titulares extraparlamentares da iniciativa, a possibilidade de alteragao do projeto mediante a apresentagao de mensagens aditivas. Essa alterativa tem seus limites, nao podendo dar ensejo @ supressdo ou a substituigéo de dispositivas. A supressdo ou a substituigao somente poderd realizar-se pela rotirada e posterior reapresentagao do projeto. 19.3.2. Emendas om Projeto de Iniciativa Resorvada Cumpre indagar se seria admissivel a propositura de emenda a todo © qualquer projeto de lei. Ao contrario do Texto Constitucional de 1967/69, a Constituicao de 1988 veda, tdo-somente, a apresentaco de emendas que aumentem a despesa prevista nos projetos de iniciativa reservada (Constituigao, art. 63, 1e I). Ficou autorizada, pois, a apresentacao de htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sowr29 e201 Manval_Redagéo ‘emendas a qualquer projeto de lei oriundo de iniciativa resenvada, desde que nao implique aumento de despesa. 19.3.3. Emendas ao Projeto de Lei de Orcamento Anual e ao de Lei de Diretrizes Orcamentarias A Constituigéo de 1988 nao impede a apresentacdo de emendas ao projeto de lei orgamentaria. Elas hao de ser, todavia, compativeis com o plano plurianval e com a lei de diretrizes orgamentarias e devem indicar os recursos necessérios, sendo admitidos apenas aqueles provonientes de anulagao de despesa (Constituigdo, art. 166, § 3°) A Constituigao veda a propositura de emendas a0 projeto de lei de diretrizes orgamentarias que nao guardem ‘compatibilidade com o plano plurianual (Constituigao, art. 166, § 42). 19.3.4. Esp 's do Emondas ‘As propostas de modificagao de um projeto em tramitagao no Congresso Nacional podem ter escopos diversos. Elas padem buscar a modificagao, a supressdo, a substituigao, 0 acréscimo ou a redistnibuigao de disposigdes constantes do projeto. Nos termos do art. 118, § 12, do Regimento interno da Camara dos Deputados, "as emendas s4o supressivas, aglutinativas, substitutivas, modificativas, ou aditivas'. Os paragrafos subsequentes definem esses diversos tipos de ‘emendas: — Emenda supressiva & a que manda erradicar qualquer parte de outra proposigao (art. 118, § 22); — Emenda aglutinativa & a que resulta da fusdo de outras emendas, ou destas com o texto, por transago tendente & aproximago dos respectivos objetos (art. 118, § 22); — Emenda substitutiva & a apresentada como sucedénea a parte de outra proposigao (art. 118, § 42); — Emenda modificativa a que altera a proposi¢ao sem a modificar substancialmente (art. 118, § 52); — Emenda aditiva é a que se acrescenta a outra proposigao (art. 118, § 62); — Subemenda 6 a emenda apresentada em Comissao a outra emenda, e pode ser supressiva, substitutiva, ou aditiva (art. 118, § 79). ~ Emenda de redagao & a emenda modificativa que Visa a sanar vicio de linguagem, incorregao de técnica legislative ou lapso manifesto (art. 118, § 8). 19.4, Votacdo A volagéo da matéria legislativa constitul ato coletivo das Casas do Congreso. Realiza-se, normalmente, apés a Instrugao do Projeto nas comissées e dos debates no Plenério. Essa deciséo toma-se por maloria de votos: — maioria simples (maioria dos membros presentes) para aprovagao dos projetos de lei ordindria — desde que presente ‘a maioria absoluta de seus membros: 253 Deputados na Camara dos Deputados e 42 Senadores no Senado Federal (Constituigao, art. 47); — maioria absoluta dos membros das Cémaras para aprovagao dos projetos de lei complementar ~ 253 Deputados e 42 Senadores — (art. 69) e maioria de trés quintos dos membros das Casas do Congreso, para aprovagdio de emendas constitucionais - 302 Deputados e 49 Senadores — (Constituigao, art. 60, § 2! 19.5, Sangdo A sancao 6 0 ato pelo qual 0 Chefe do Executive manifesta a sua aqulescéncia ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo. Verifica-se aqui a fuséo da vontade do Congreso Nacional com a do Presidente, da qual resulta a formagao da lei, A sancao pode ser expressa ou facia 19.5.1. Sangao Expressa Sera expressa a sangao quando 0 Presidente da Repablica manifestar a sua concordancia com 0 Projeto de Lei aprovado pelo Congreso Nacional, no prazo de 15 dias tteis, contados daquele em que o recebeu, excluido esse. Formula utiizada no caso de sangao expressa: htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sowr29 e201 Manval_Redagéo "O PRESIDENTE DA REPUBLICA Fago saber que 0 Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: (...)" 19.5.2. Sangao Tacita A Constituigo confere ao siléncio do Presidente da Repiblica o significado de uma declaragao de vontade de indole positiva, Assim, decortido 0 prazo de quinze dias Gteis sem manifestagdio expressa do Chefe do Poder Executio, considera-se sancionada tacitamente a lel Exemplo de lei promulgada apés a verificagao da sangdo tacita: "Lei n® 8.172, de 18 de janeiro de 1991. Fago saber que 0 CONGRESSO NACIONAL aprovou, 0 Presidente da Repiblica, nos termos do § 32 do art. 66 da Constitui¢ao, sancionou, eu, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 72 do mesmo artigo, promulgo a seguinte Lei Restabelece o Fundo Nacional de Desenvohmento Cientifico e Tecnolégico. Art. 12 Fica restabelecido 0 Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico Teenolégico — FNDCT, criado pelo Decreto-Lei n® 719, de 31 de julho de 1969. Art. 22 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao, produzindo os efeitos a partir de 5 de outubro de 1990. Art. 32 Revogam-se as disposi¢6es om contrario. Senado Federal, em 18 de janoiro de 1991. Nelson Cameiro Presidente” 19.5.3. Sango e Vicio de Iniciativa Questo que ja ocupou os Tribunais © a doutrina diz respelto ao eventual caréter comalidatério da san¢ao de projeto resultante de usurpagao de iniciatha reservada ao Chefe do Poder Executive. O Supremo Tribunal Federal afirmou, inicialmente, que "a falta de iniciativa do Executivo fica sanada com a san¢ao do projeto de ler" (Simula r® 5), © Tebunal afastou-se, todavia, dessa orientagdo, assentando que a sangdo no supre defeito de iniciatva 19.6. Veto © veto 6 0 ato pelo qual o Chefe do Poder Executive nega sangéo ao Projeto — ou a parte dele -, obstando @ sua converséo em lei (Constituigao, art. 66, § 12). Trata-se, pois, de ato de natureza legislative, que integra 0 proceso de elaboragdio das leis no direito brasileiro. Dois séo os fundamentos para a recusa de sangao (Constituigao, art. 66, § 12) — inconstitucionalidade; ~ contrariedade ao interesse pablico. Exemplo de veto por inconstitucionalidade: Veto ao art, 39, inciso X do Projeto de Lei que dispunha sobre a protegdo do consumidor, convertido na Let n? 8,078, de 11 de setembro de 1990: "Art. 39. E vedado ao fomecedor de produtos ou servigos: Inciso X — praticar outras condutas abusivas.” htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im ssu29 e201 Manval_Redagéo Razées de veto: “0 principio do Estado do Direito (Constituigao, art. 12) exige que as normas legais sejam formuladas de forma clara @ precisa, permitindo que os seus destinatarios possam prever e avaliar as consequiéncias juridicas dos seus atos”. Exemplo de veto om razao de contrariedade ao interesse publico: Voto do § 22 do art. 231 do Projato de Lei que instituia o Regime Unico dos servidores Publicos "Art 231. (..) § 2 O custeio da aposentadoria é de responsabilidade integral do Tesouro Nacional." Razées do veto: "A matéria acha-se adequadamente disciplinada nos arts. 183 ¢ 231, caput. Assim, ao estabelecer que o custeio da aposentadoria & de responsabilidade integral do Tesouro, o § 22 do art. 231 revela manifesta incongruéncia frente aos textos referidos, podendo gerar equivocos indesejéveis". 19.6.1. Motivagao e Prazo do Veto © velo hd de ser expresso e motivado, devendo ser oposto no prazo de 15 dias titeis, contados da data do recebimento do projeto, e comunicado ao Congresso Nacional nas 48 horas subseqiientes & sua oposi¢ao. 19.6.2. Extensio do Veto Nos termos da Constituigao, o veto pode ser fotal ou parcial (Constituigao, art. 66, § 12). O veto total incide sobre 0 Projeto de Lei na sua integralidade. O veto parcial somente pode abranger texto integral de artigo, de pardgrafo, de inciso ou de alinea (Constituigao, art. 66, § 2°), 19.6.3. Efeitos do Veto A principal consequéncia juridica que decorre do exercicio do poder de veto 6 a de suspender a transformagao do projeto — ou parte dele — em lei. Em se tratando de veto parcial, a parte do projeto que logrou obter a sangao presidencial converte-se em lei e passa a obrigar desde a sua entrada em vigor. ‘A parte vetada depende, porém, da manifestagao do Legislative Se o veto for mantido pelo Congresso Nacional, 0 projeto, ou parte dele, ha de ser considerado rejeitado, podendo a matéria dele constante ser objeto de nova proposicao, na mesma sesso legislativa, somente se for apresentada pela aioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congreso Nacional (Constituigao, art. 67). 19.6.4. Irretratabilidade do Veto Uma das mais relevantes conseqiiéncias do veto é a sua iretratabilidade. Tal como ja acentuado pelo Supremo Tribunal Federal, manifestado 0 veto, no pode o Presidente da Repiiblica retiré-lo ou retratar-se para sancionar 0 projeto vwetado, 19.6.5. Rejeigao do Veto Como assinalado, 0 veto néo impede a conversao do Projeto em Lei, podendo ser superado por deliberagao do Congresso Nacional. Dai afrma-se, genericamente, ter sido adotado, no Direito Constitucional brasileiro, o sistema de veto relativo. Feita a comunicagao do motivo do veto, dentro do prazo de 48 horas, 0 Congresso Nacional podera, em sesso Conjunta, no prazo de 30 dias a contar do recebimento, rejeitar, em escrutinio Secreto, 0 veto, pela manifestagao da maioria absoluta de Deputados ¢ de Senadores. Esgotado sem deliberagao o prazo estabelecido no § 42, o veto serd colocado na ordem do dia da sessao imediata, sobrestadas as demais proposicdes, até sua votacao final, (Constituigao, art. 66, § 62). Se 0 velo nao for mantido, seré 0 projeto enviado, para promulgagao, ao Presidente da Repiiblica (Constituigdo, art. 66, § 52), Se a lei nao for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da Repiblica, 0 Presidente do Senado 0 promulgard, e, se este nao o fizer em igual prazo, caberd ao Vice-Presidente do Senado fazé-o (art. 66, § 72). htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im s1un9 e201 Manval_Redagéo Exemplo de Promulgagdo pelo Presidente do Senado Federal de lel vetada pelo Presidente da Reptblica: “Lei n® 7.788, de 3 de julho de 1989 Dispée sobre a politica salarial e da outras providéncias. © Prosidente do SENADO FEDERAL promulga, nos termos do art. 66, § 72, da Constituigao Federal, a seguinte Lei, rosultante de Projeto vetado polo Presidente da Repiiblica ‘© mantido pelo Congreso Nacional: (..)" 19.6.6. Ratificago Parcial do Projeto Vetado Em se tratando de vetos parcia rejeitar outras. poderd © Congresso Nacional acolher certas objegées contra partes do Projeto e No caso de rejeigfo do veto parcial, verficada nos termos do art. 66, § 42, da Constituigéio, compete ao Presidente da Repiiblica (Constituigéo, art. 66, § 52) ¢, se este ndo o izer, ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado Federal a Promulgagao da lel (Constituiggo, art. 66, § 72) Exemplo de Promulgagao pelo Presidente do Senado Federal de parte de lei vetada: "Lei n® 7.712, de 22 de dezembro de 1968 Parte votada pelo Presidente da Reptblica © mantida pelo Congresso Nacional, do Projeto quo se transformou na Lei n2 7.712, de 22 de dezembro de 1988, quo “dispde sobre a cobranca de pedagio nas Rodovias Federais e dé outras providéncias", na parte referente ao parégrafo 22 do art. © Presidente do Senado Federal: Fago saber que 0 CONGRESSO NACIONAL manteve, e eu, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 72 do art. 66 da Constitui¢ao Federal, promulgo a seguinte parte da Lei n® 7.712, de 28 de dezembro de 1988: Art. 2 (..) § 2 Alo do Ministro dos Transportes, om 60 dias, definiré os trochos considorados urbanos em cada Estado, para efeito do disposto neste artigo. ‘Senado Federal, em 12 de abril de 1989. ‘Nelson Cameiro" 19.6.7. Ratificago Parcial de Veto Total Questdo mais embaragosa diz respeito a possibilidade de rejei¢ao parcial de veto total. Alguns autores de tomo, como Themistocles Brandéo Cavalcanti, consideram que "o veto fofal se possa apresentar como um conjunto de vetos parciais, tal a disparidade o diversidade das disposigées que constituem o projeto". Também © Supremo Tribunal Federal ja reconheceu admissibilidade de rejeigéo parcial de veto total. Essa parece ser a posigéio mais adequada. A possibilidade de veto parcial legitima a concepeao de que o veto total corresponde a uma recusa singular de cada disposigao do projeto. 19.6.8. Rej igo do Veto @ Entrada em Vigor da Parte Mantida pelo Congresso Nacional Considerando que a lei sancionada parcialmente entra em vigor consoante cldusula de vgéncia nela estabelecida, ou ros termos do disposto na Lei de Introdugao ao Cédigo Civil (Decreto-Lei n® 4.567, de 4.9, 1942, art, 12), resta indagar se se aplicam, no caso de rejei¢ao de veto parcial, as regras relativas entrada em wgor da lei como ato normativo auténomo, ou se a parte vetada tem a vigéncia idéntica da parte néo vetada. © tema nao tem merecide maior atengfio da doutrina. Parece razoavel, todava, considerar, como 0 faz José Afonso da Silva, que "a vigéncia da parte vetada, transformada em lei por rejei¢éo do veto, deve ser contada segundo o previsto na lei de que faz part Promulgada a parte anteriormente vetada, volta ela a integrar o texto no qual se encontrava inserida, incidindo sobre essa parte a cldusula de vgéncia aplicavel a todo o complexo normativo. Em outros termos, a cldusula de vigéncia é a htpihwiplanalta gavbrccil_Oaimanuaimanual im sana e201 Manval_Redagéo mesma, tendo, porém, termos iniciais diversos, uma vez que ha de ser aplicada a partir da data das respectivas publicagées. 19.6.9. Tipologia do Veto Pode-se afirmar, em sintese, que, no Direito brasileiro, 0 veto observa a seguinte tipologia: a) quanto a extensdo, o velo pode ser total ou parcial; ») quanto a forma, 0 veto ha de ser express c) quanto aos fundamentos, 0 veto pode ser juridico (inconstitucionalidade) ou politico (contrariedade ao interesse publico); 4) quanto ao efeito, 0 veto ¢ relative, pois apenas suspende, até a deliberagao defintiva do Congresso Nacional, a cconversao do projeto em lei; 2) quanto a devolugéo, a atribuigao para apreciar 0 veto é confiada, exclusivamente, a0 Poder Legislative (veto legistativo). 19.7. Promulgagao ‘A promulgago e a publicagao constituem fases essenciais da eficacia da lei. A promulgagao atesta a existéncia da lei, produzindo dois efeitos basicos: a) reconhece os fatos e atos geradores da lel; b) indica que a lei é valida. 19.7.1 Obrigagao de Promulgar ‘A promulgagao das leis compete ao Presidente da Repiblica (Constituigao, art, 66, § 72), Ela deverd ocorrer dentro do prazo de 48 horas decorrido da san¢ao ou da superacao do veto. Neste iltimo caso, se 0 Presidente nao promulgar a lei, competiré a promulgagao ao Presidente do Senado Federal, que dispord, igualmente, de 48 horas para fazé-lo; se este nao o fizer, devera fazé-lo 0 Vice-Presidente do Senado, em prazo idéntico. 19.7.2, Casos e Formas de Promulgagao ‘A complexidade do processo legislative, também na sua fase conclusiva — sangao, veto, promulgagao a necessidade de desenvolverem-se formas diversas de promulgagao da lei, , faz que haja Podem ocorrer as seguintes situagoes: a) 0 projeto expressamente sancionado pelo Presidente da Republica, verificando-se a sua conversdo em lei, Nesse caso, a promulgagao ocorre concomitantemente a san¢ao; b) 0 projeto 6 vetado, mas 0 veto & rejeitado polo Congresso Nacional, que converte 0 projeto, assim, em lel. Nao ha sangéo, nese caso, devendo a lei ser promulgada mediante ato solene (Constituigéo, art. 66, § 5°) ©) 0 projeto & comertido em lei mediante sangdo técita, Nessa hipétese, compete ao Presidente da Repiiblica - ou, no caso de sua omissao, ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Senado — proceder a promulgagao solene da le. Exemplos de Atos Promulgatérios de Lei: 1a) Sango expressa e solene: "0 Presidente da Repiiblica: Fago saber que 0 Congreso Nacional decreta © eu sanciono a soguinte lo: (..." ») Promulgagéo pelo Presidente da Republica de lel resultante de veto total rejeitado pelo Congresso Nacional: "O Presidente da Repiiblica: Fago saber que o Congresso Nacional manteve @ eu promulgo, ros termos do art. 66, § 82, da Constituigéo, a seguinte Lei: (..) c) Promulgagéo pelo Presidente do Congreso Nacional de lel resultante de veto total rejetado: htpdhwuplanalta gavbrccil_Oaimanualimanual im san9 e201 Manval_Redagéo "0 Presidente do SENADO FEDERAL promulga, nos termos do art. 66, § 72, da Constituigao Federal, a seguinte Lei, resultante de Projeto vetado pelo Presidente da Repiblica e mantido pelo Congresso Nacional: (..)” 4d) Parte vetada pelo Presidente da Republica e mantida pelo Congresso Nacional: "0 Presidente da Repiiblica: Fago saber que 0 Congresso Nacional mantove @ eu promulgo, rnos tormos do art. 66, § 52, da Constituigao, 0 seguinte (ou seguintes dispositivos) da Loi r®..., 0, den, dO 1991: (..)" ) Promulgagao pelo Presidente do Senado Federal de parte vetada pelo Presidente da Republica e mantida pelo Congresso Nacional: "0 Presidente do Senado Federal: Fago saber que 0 CONGRESSO NACIONAL manteve, e ou, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senado Federal, nos termos do § 72, do art. 66, da Constituigéo Federal, promulgo a seguinte parte da Lei n? 7.712, de 22 de dezembro de 1988 oe ) Promulgagao pelo Presidente do Senado Federal de lei sancionada tacitamente pelo Presidente da Repiblica: "Fago saber que o CONGRESSO NACIONAL aprovou, o Presidente da Reptiblica, nos termos do § 3% do art. 66 da Constitui¢ao, sancionou, e eu, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senadio Federal, nos termos do § 72 do mesmo artigo promulgo a seguinte Lei: (..)". 4) Promulgagao pelo Presidente do Senado Federal de Lei resultante de Medida Provséria integralmente aprovada pelo Congresso Nacional: "Faco saber que o Presidente da Repiblica adotou a Medida Proviséria n® 293, de 1991, que 0 Congreso Nacional aprovou © ou, NELSON CARNEIRO, Presidente do Senado Federal, para 08 efeitos do disposto no pardgrafo tinico do art. 62 da Constituigéo Fedoral, promulgo a seguinte Loi: (.)" 19.8. Publicacao ‘A publicagao constitu a forma pela qual se dé ciéncia da promulgagao da lei aos seus destinatarios. E condigao de vigéncia © ofcdcia da li 19.8.1. Modalidades de Publicagéo Embora se encontrem, historicamente, outras modalidades de publicagao, como a leitura publica, 0 anincio, a proclamagao ou publicagao por bando, consagra-se, hodieriamente, a praxis de inserira lei promulgada num érgao oficial No plano federal, as leis e demais atos normativos sao publicados no Disrio Oficial da Unido. 19.8.2. Obrigacao de Publicar Prazo de Publicagao ‘A autoridade competente para promulgar 0 ato tem 0 dever de publicé-lo. Isso nao significa, porém, que o prazo de publicagdo esteja compreendido no de promulgacéo, porque, do contrario, ter-se-ia a redugao do prazo assegurado para a promulgagao. Assinale-se, todavia, que a publicagao do ato legislative hé de se fazer sem maiores delongas 19.8.3. Publicagdo e Entrada em Vigor da Lei ‘A entrada em vigor da lei subordina-se aos seguintes critérios: a) 0 da data de sua publicagao; ) 0 do dia prefixado ou do prazo determinado, depois de sua publicagao; ) © do momento em que ocorrer certo acontecimento ou se efetivar dada formalidade nela previstos, apés sua publicagao; 4d) 0 da data que decorre de seu carater. 19.8.4. Cldusula de Vigéncia ‘Ai6 0 advento da Lei Complementar n® 95, de 1998, (v. Apéndice) a cléusula de vigéncia vinha expressa, no mais das htpihwuplanalta gaverccil_Oaimanualimanual im swine e201 Manval_Redagéo vezes, na formula tradicional: “Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao” No entanto, a Lei Complementar n? 95, de 1998, dispés em seu artigo 82 que as leis passariam a indicar 0 inicio da \géncia de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoavel para que delas se tenha conhecimento, resenando-se a clausula anteriormente referida para as leis de pequena repercusséo. Assim, a clausula padrao passou a ser: “Esta Lei entra em vigor apés decoridos [ntimero de dias] de sua publicagao oficial" 19.8.4.1. Falta de Clausula de Vigéncia: Regra Supletiva Na falta de disposigao expressa, consagra a Lei de introdugéio ao Cédigo Civil (Decreto-Lei n 4.657, de 4 de setembro de 1942, at. 12) a seguinte regra supletiva "Salvo disposigao contraria, a lei comeca a vigorar em todo o pals 45 dias depois de oficialmente publicada’. Denomina-se vacatio legis 0 periodo intercorrente entre a publicago da lel e a sua entrada em vigor. Na falta de disposigao especial, vigora o principio que reconhece o decurso de um lapso de tempo entre a data da publicagao e 0 termo inicial da obrigatoriedade (46 dias), Portanto, enquanto ndo se vence prazo da vacatio legis, considera.se em vigor a lel antiga sobre a mesma materia, ‘A forma de contagem do prazo da vacatio legis é a dos dias corridos, com excluséio do de comeco e incluso do de encerramento, computados domingos e feriados (dies a quo non computatur in terming; dies termini computatur in termino). Nao se aplica, portanto, ao cémputo da vacatio legis o principio da prorrogacao para o dia til imediato quando o timo dia do prazo for domingo ou feriado. 19.8.4.2:1, A Vacatio Legis e 0 Inici da Obrigatoriedade da Lei Brasileira no Estrangeiro Quando admitida, a lei brasileira torna-se obrigatéria, nos Estados estrangeiros, noventa dias apés sua publicacao (Lei de Introdugio 20 Cédigo Civil, art. 12, § 19) 19.8.4.2.2, A Vacatio Legis e as Normas Complementares, Suplementares e Regulamentares ‘A vacatio legis nao se veriica apenas durante o prazo que a propria lei estabelece para sua entrada em vigor. Dé-se também quando esta, para ser executada, reclama ou exige a edigdo de normas complementares, suplementares ou regulamentares. Tem-se pois, nesse caso, um intenalo de tempo entre a publicagao da lei @ 0 inicio de sua obrigatoriedade, que ha de encerrar-se, em principio, com a entrada em vigor dessas normas derivadas ou secundarias. 19.8.5. A Nao-Edig&o do Ato Regulamentar Reclamado e a figéncia da Lei A tese dominante no Direito brasileiro era a de que lei, ou parte dela, cuja execugdo dependesse de regulamento, deveria aguardar a expedigdio deste para obrigar. Essa concepeo, que poderia afigurar-se inquestiondvel em um regime que admite a delegagdo de poderes, revela-se problemélica no atual ordenamento constitucional brasileiro, que consagra a separagao dos poderes como um dos seus principios basilares. Quid juris, entéo, se 0 titular do Poder Regulamentar néo expede os atos secundérios imprescindiveis a execugao da lei no prazo estabelecido? Além de eventual responsabilidade civil da pessoa juridica de direito pubblico cujo agente politico deu azo & “omissdo regulamentar’, signficativa corrente doutrinéria considera que, quando a lei fixa prazo para sua regulamentago, decorrido este sem a publicagao do decreto regulamentar, podem os destinatérios da norma legislativa invocar utilmente os seus preceitos e auferir as vantagens dela decorrentes, desde que se possa prescindir do regulamento. 19.8.6. Vacatio Legis e Republicagao do Texto para Corregéo Podera ocorrer que a lei — ou outro alo normativo — ao ser publicada, contenha incorregdes e erros materiais que the desfiguram o texto, impondo-se sua republicagao parcial ou total Se tiver de ser republicada a lei, antes de entrar em vigor, a parte republicada tera prazo de vigéncia contado a partir dda nova publicagao (Lei de Introdugao ao Cédigo Civil, art. 12, § 32) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 9129 e201 Manval_Redagéo ‘As emendas ou as corregées a lei que j4 tenha entrado em vigor so consideradas lei nova (Lei de Introdugao ao Cédigo Civil, art. 12, § 42). Sendo lei nova, dew obedecer aos requisitos essenciais © indispensaveis a sua oxisténcia © realidade, 20, Procedimento Legislative Procedimento legislative pode-se conceituar como cada um dos ritos do proceso legislative, ou o conjunto de atos destinados a realizar esse proceso. ‘Segundo a Constituigao Federal (art. 59), compreende a elaboragao dos seguintes atos normativos: emendas a Constituigao, leis complementares, leis ordinarias, lei delegadas, medida provisérias, decretos legislativos e resolugdes. ‘A matéria-prima sobre a qual trabalha 0 Congresso Nacional, ou que se submete ao proceso legislative, assume a forma de proposi¢ao, estagio embrionario da norma legal. Como definido pelo Regimento Intemo da Camara dos Deputados, roposi¢do é toda materia sujeita a sua deliberagao (art. 100). Para o Senado Federal, as proposi¢Ses compreendem, além das propostas de emenda a Constituigao e dos projetos de Lei, de decreto legislative e de resolugao, os requerimentos, as indicag6es, os pareceres e as emendas. Esse enfoque permite distinguir seis tipos de procedimento legislative: — Procedimento legislative normal; — Procedimento legislative abreviado; — Procedimento legislativo sumério; — Procedimento legislativo sumarissimo; — Procedimento legislativo concentrado; — Procedimento legislative especial 20.1, Procedimento Legislative Normal Cuida da elaboracao das leis ordinarias (excluidas as leis financeiras e 0s cédigos) @ complementares. Tem lugar nas Comissées Permanentes @ no Plendrio de cada uma das Casas Legislativas. Inicia-se com a apresentacao e leitura do projeto, realizada em Plenario; prossegue nas Comissdes Permanentes, que, apés estudos e amplo debate, e também possiveis alteragdes, emitem parecer, volta a transcorrer no Plenario, depois do pronunciamento de todas as Comissdes a ue tenha sido distribuido 0 projeto, com a fase de discussao @ votacao. Excotuadas as proposi¢6es oferecidas por Senador ou Comissao do Senado (além das medidas provis6rias © projetos de leis fnanceiras, como adiante se verd), todos 0s demais projetos de lei tém seu procedimento legislative iniciado no Camara dos Deputados (Constituigao, arts. 61, § 22, ¢ 64). © procedimento legislative pode findar antecipadamente, se ocorrer alguma das diversas hipéteses que ensejam declaragao de prejudicialidade ou arquivamento. Considera-se prejudicada a proposigao idéntica a outra aprovada ou rejeitada na mesma sesso legislativa; aquela que tiver substitutive aprovado ou for semelhante a outra considerada inconstitucional; aquele cujo objeto perdeu a oportunidade; etc. (Regimento Intemo da Camara, arts. 163 © 164). O arquivamento ocorre por sugestéo da Comissao (art. 57, IV); quando todas as comissées de mérito déo parecer contrario (art. 133); ao fim da legistatura (art. 105, caput), etc Geralmente a proposigéo recebe emendas, tanto nas Comissées quanto no Plenario; neste, na fase de discuss caso em que retoma aos érgaos técnicos. Os projetos de lei ordinaria sujeltam-se, de regra, a tumo Gnico de discusso e votagéio; os de lei complementar, a dois tumos, salvo quando hajam passado a Casa revisora. Encerrada a discussao, cumpridos todos os prazos e intersticios cablwis, o projeto sera votado. Tratando-se de projeto de lei ordinaria, as deliberagoes serdio tomadas por maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos membros da Casa ondo esteja tramitando a proposigao. O quorum exigido para aprovagao do projeto de lei complementar 6 © da maioria absoluta dos votes dos membros da Casa onde esteja no momento da votagao, ou seja, metade mais um. Aprovada a redag&o final, vai o projeto, em forma de autégrafo, para a Casa revisora. Lé se repete todo o procedimento 6, se receber novas emendas, a proposigao retomard 4 Casa de origem, que entéo se restringira a aprovar ou rojeitar as femendas, sendo-Ihe defeso subemendar. Rejeitadas ou aprovadas as emendas, a instncia de origem ena o projeto a sangao. (v. 19.5. Sango) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sara9 e201 Manval_Redagéo Se a Casa revisora ndo emendar a proposigo, a ela caberd remeter o projeto a sangéo. 20.2. Procedimento Legislative Abreviado Este procedimento dispensa a competéncia do Plenério, ocorrendo, por isso, a deliberaco terminativa sobre o projeto de lei nas proprias Comiss6es Permanentes (Constituigao, art. 58, § 22, |). Do Regimento interno da Camara dos Deputados (art. 24, I) e do Regimento interno do Senado Federal (art. 91) se extral a informagao de que esse rito nao se aplica a a) projetos de lei complementar; ») projetos de cédigos; ©) projetos de ei de iniciativa popular, d) matéria nao delegével, elencada no § 12 do art. 68 da Constituigao; ©) projetos de lei de Comissées; 4) projets de lel oriundos da outra Casa do Congresso, onde tenha ido a Plenario; 4g) projeto de lei com pareceres divergentes; h) projetos em regime de urgéncia. ‘Além destes, 0 Regimento interno da Cémara dos Deputado (art. 213, § 62) obriga a submissdo ao Plenario dos Projetos de Lei de Consolidacao (v. 20.6.4. Consolidacéo da Legislagéo). Facil notar que © procedimento abreviado confere celeridade ao proceso. No entanto, Cémara e Senado, como se percebe, reduziram drasticamente sua utilizagao. ‘A propria Constituigao diminui as oportunidades de se concluir nas Comissées 0 pracedimento, quando, em seu art 58, § 22, |, faculta a um décimo dos membros da Casa Legislativa recorrer da decisao das Comissdes, levando 0 assunto para o Plenario, 20.3. Procedimento Legislative Sumario Entre as prerrogativas regimentais das Casas do Congresso, situa-se a de conferir urgéncia a certas proposigdes, Mas existe um regime de urgéncia estabelecido pela prépria Constituigao. Eo que se aplica aos projetos de lei de iniciativa do Presidente da Repiblica (excluidos os cédigos), desde que a mensagem de encaminhamento consigne manifestagao da vontade presidencial no sentido de prevalecer a urgéncia (ConstituigAo, art, 64, §§ 12.a 42), Defnindo esse rito sumério, a Constituigao estipula o prazo de 45 dias de tramitagao em cada Casa e determina que, decorido esse prazo, a proposigéo seja incluida no Order do Dia, sobrestando a deliberagao sobre outros assuntos até que se ultime a votagao (Constituigao, art. 64, § 22), © prazo total, portanto, nao seria de noventa dias (45+45). Alias, 0 proprio Regimento Intemo da Camara dos Deputados prevé que, sendo emendado no Senado 0 projeto, a apreciagao dessas emendas pela Camara dos Deputados farse-ia no prazo de dez dias, elevando a cem dias o prazo aparentemente final. Transcorridos dez dias, ficaria a proposicao na Ordem do Dia, sobrestando a votagao das demais matérias (RI da CD, art. 204, 1) Para nao prejudicar a celeridade, o Senado Federal fixou a apreciagao simultanea do projeto pelas Comissdes, reservando-lhes apenas 25 dos 45 dias para apresentarem parecer (RI do SF, art. 375, Ile Il). Cumpre lembrar que este procedimento sumario sere também para o exame, pelo Congresso Nacional, dos atos de outorga ou renovacdo das concess6es de emissoras de radio e TV (Constituigao, art. 223, § 12). 20.4. Procedimento Legislative Sumarissimo ‘Além do regime de urgéncia, que pode ser atribuido as proposi¢6es para seu andamento ganhar rapidez, existe nas duas Casas do Congresso mecanismo que assegura deliberagao instantanea sobre matérias submetidas a sua apreciagao. Trata-se do regime informaimente denominado de urgéncia urgentissima. No Regimento Intemo da Cémara dos Deputados, acha-se previsto no art. 155; no Regimento interno do Senado Federal, no art. 363, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im satin e201 Manval_Redagéo Salvo as exigéncias de quorum, pareceres e publicagées, todas as demais formalidades regimentais, entre elas os prazos, sao dispensadas com a adogao da urgéncia urgentissima, Cogitando-se de matéria de relevante e inadiavel interesse nacional, basta, na Camara dos Deputados, que lideres ‘com representagao de metade mais um dos Deputados, ou a maioria absoluta destes, requeiram a urgéncia urgentissima para a proposi¢do entrar automaticamente na Ordem do Dia, em discussao e votagao imediata — ainda que ja iniciada a sesso em que for apresentada (art. 156). Assim, na Camara dos Deputados 0 procedimento legislative sumarissimo pode- se encerrar de maneira extremamente rapid, Iguaimente no Senado Federal, quando se culde de matéria que envolva perigo para a seguranga nacional ou calamidade piblica, ou ainda simplesmente quando se pretenda incluir a matéria na mesma sesso, tudo pode ser resolvido no mesmo dia, praticamente, sob o regime sumarissimo, 20.5. Procedimento Legislative Concentrado © procedimento legislative concentrado tipiica-se, basicamente, pela apresentagdo das matérias em reuniées Conjuntas de Deputados e Senadores, Sujeitam-se a esse procedimento as lei financeiras e as leis delegadas. Com maior precisao, pode-se dizer que ha lum procedimento concentrado para as leis financeiras e outro ainda para as leis delegadas, 20.5.1. Leis financeiras plano plurianual, as diretrizes orgamentérias, os orgamentos anuais @ os projetos de abertura de crédito adicional subordinam-se a tramite peculiar, disciplinado no art. 166 da Constituigo, Nota-se uma certa prowsoriedade no tocante materia de prazos de apresentacao e elaboragao das principais leis financeiras. Isso porque o § 92 do art. 165 @ 0 § 72 do art. 166 estipuiam que a organizacdo, a elaboragao, 0 encaminhamento, prazos, wgéncia, etc. dessas leis, sero disciplinados em lei complementar. Como essa lei complementar ainda nao se materializou, prevalecem os prazos assinalados no § 22 do art. 35 do Ato das Disposigdes Constitucionais Transitérias, quanto época de envio das leis financeiras ao Congresso Nacional e do prazo do processo legistativ. [A deliberagio sobre os projetos de leis financeiras ocorreré em sesso conjunta do Congreso Nacional, apés a emissao de parecer por uma Comissao Mista. Os §§ 32 © 42 do artigo 166 da Constituigao disciplinam a possibilidade de emendar esses projetos na referida Comisséo, Se 0 Presidente da Repablica, apés enviar tais proposigbes ao Congresso Nacional, desejar modificé-las, podera dirgivlhe mensagem nesse sentido no caso de Comissdo Mista ndo houver ainda votado a parte a alterar (Constituigao, 166, § 52) 20.5.2. Leis delegadas A Constituigo atual mantém as leis delegadas (art. 68) que constavam da antetior, embora néo tenha relterado a competéncia concorrente das comissées do Poder Legislative para elaboré-las, assegurada na Carta substituida. Afora isso, pouco mudou no tocante a essas leis, © Regimento Comum trata da delegacdo legislativa nos seus artigos 116 a 127. Mutatis mutandis, 0 procedimento adotado no Regimento Comum para a feitura das leis delegadas pode ser usado, enquanto ndo alualizada essa norma intema do Congresso Nacional Serd a proposta de delegagao encaminhada ao Presidente do Senado Federal, que convocaré sesso conjunta para, dentro de 72 horas, o Congresso Nacional dela tomar conhecimento (art. 119 do Regimento Comum). Na sesso conjunta, distribuida a materia em avulsos, constitui-se-4 Comissao Mista para emitir parecer sobre a proposta © parecer concluird pela apresentagao de projeto de resolugdo, no qual se especificard o contetido da delegagéo, os termos para 0 seu exercicio @ a fixagéo de prazo, néo superior a 45 dias, para remessa do projeto de lei delegada & apreciacéo do Congresso Nacional (Regimento Comum do CN, § 22 do art. 119, e Constituigao, art. 68). AA discusso do parecer dar-se-a em sessdo a realizar-se cinco dias apés a distribuigao dos avilsos com o seu texto, Encerrada a discussao, se houver emendas, retoma a matéria & Comissao Mista, Caso contrario, vai a votagdo. Proferido parecer sobre as emendas, comvoca-se a sesso de wtagao. Aprovado 0 projeto de resolugao, sera esta promulgada em 24 horas, comunicando-se 0 fato ao Presidente da Repiiblica (Regimento Comum do CN, art. 122). htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im stan29 e201 Manval_Redagéo Se a resolugzio do Congreso Nacional houer determinado a votagaio do projeto pelo Plenario, este, ao recebéHo, examinaré sua conformidade com 0 contetido da delegago. O Plenério votaré 0 projeto em globo, admitido 0 destaque de partes que, segundo a Comissao, hajam extrapolado 0 ato delegatério, ndo podendo, no entanto, emendéo (Constituigao, art, 68, § 32), Consoante os termos do Regimento Comum, art. 127, ndo realizada no prazo assinalado pelo § 22 do art. 119, a romessa do projeto pelo Presidente da Reptblica ao Congresso Nacional, considerar-se-ainsubsistente a delegagao. 20.6. Procedimento Legislativo Especial Neste procedimento se englobam dois ritos distintos, com caracteristicas préprias: um destinado a elaboragao de ‘emendas 4 Constituigdio, outro, a de cédigos. Em ambos os casos, a apreciago cabe a uma Comisséo especial, quo, na Camara, também 6 designada para dar parecer sobre projetos suscetiveis de serem examinados no mérito por mais de trés Comissao permanentes (RI da CD, art. 34, I) 20.6.1. Emendas a Constituigao Como se sabe, a Constituig’o pode ser modificada a qualquer tempo, pelo voto de trés quintos dos congressistas, desde que nao esteja em vigor intervangao federal, estado de defesa ou de sitio, nem se pretenda abolir a federagao, 0 voto direto, secreto, universal e periédico, a separagao dos Poderes e os direitos © garantias indivduais. Além disso, é preciso que o objeto da emenda nao constitua matéria rejeltada ou projudicada na mesma sessao legislativa (Constituigao, art. 60, §§ 12a 52) A iniciativa, no caso, é concorrente, e compete aos membros da Cémara ou do Senado (um tergo das membros), a0 Presidente da Repiblica ¢ as Assemblélas Legislativas (mals da metade delas, com 0 voto da maioria relatia de seus ‘membros ~ art. 60, incisos | Ml) ‘A-emenda constitucional tramitar em dois tumos em cada uma das Casas do Congresso Se aprovada, ao contrario do projeto de lel, nd ira a sangfo, sendo promulgada pelas Mesas da Camara e Senado. No Regimento Intemo da Camara, o rio a ser imprimido ao procedimento de Emenda Constitucional vem descrito nos oto parégrafos do seu artigo 202, aplicavel também quando a Emenda se tenha originado no Senado ou quando este subemendou aquela iniciada na Camara (art. 203) {luz do artigo 212 do Regimento Intemo do Senado, a tramitago de emenda constitucional sé néo se iniciard na Camara, e sim no Senado, quando proposta por no minimo um tergo dos seus membros ou se proposta por mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federagao (Constitigéo, Il do at. 60) 20.6.2. Cédigos © procedimento de elaboragio de cédigos, dada a complexidade e extenstio da matéria de que geralmente se ecupam, subordina-se a rito bastante lento, que comporta amplo e profundo debate. Basta dizer que os prazos na sua tramitagéio podem ser quadruplicados © mesmo suspensas por até 120 sessées, desde que a necessidade de aprofundamento das andlises a efetuar recomende tals dilagses, Considera o Regimento intemo do Senado Federal que esse trémite se aplica exclusivamente “aos projetos de cédigos elaborados por juristes, comisséo de juristas, comissdo ou subcomisséo especialmente criada com esta finalidede © que tenham sido antes amplamente divulgados" (art. 374, parégrafo ‘nico) 4J4 © Regimento Intemo da Camara dos Deputados 6 taxativa: $6 receberd projetos de lei com o procedimento aqui tratado quando a matéria, por sua complexidade e abrangéncia, deva ser apreciada como cédigo (art. 205, § 82). Na area do Poder Executive, antes de enviar a0 Congreso Nacional projeto de cédigo, & comum publicé-lo no Diario Oficial da Unio como anteprojeto, para receber sugestées e ser aperfeigoado. O procedimento especial de elaboragao de cédigos se inicia com a instalagao de érgo espectico para cuidar do assunto. Na Camara dos Deputados, chama-se Comisso Especial; no Senado Federal, Comissao Temporaria. Depois haverd eleigdo do seu presidente e de trés vice-presidentes (apenas um vice-presidente no Senado Federal). O presidente or sua vez, designara um relator-geral e tantos relatores parciais quantos sejam necessérios para as diversas partes do cédigo. Durante os trabalhos da Comissao, seus integrantes disporao de prazos bem flexiveis para debater a matéria, apresentar emendas, dar pareceres, sempre intercalados por regulares intervalos para publicagao em avulsos. Na fase de Plenatio, a ténica é a mesma, ld, geralmente, novas emendas so apresentadas, com conseqtiente retomo do projeto & Comissao. Todo esse ritual repete-se na Casa revisora htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im 929 vans Manual Redasso Em razao dessa lentidéo indispensével ao tratamento de matéria elevante mas no urgente, 0 Senado Federal nao permite a tramitaggo simultanea de projetos de cédigos (RI do SF, art. 374, XV), admitindo a Camara dos Deputados no maximo dois nessa situagao (RI da CD, art. 205, § 72). 20.6.3, Medidas Provisérias. Inspirado no art. 77 da Constituigdo italiana de 1947, 0 Constituinte brasileiro incorporou a Constituicao de 1988 a medida proviséria (art. 62), ato legislativo primario — isto 6, fundado diretamente na Constitui¢ao ~ emanado pelo Presidente da Republica, com forga de lei (ordinaria), condicionada a sobrevida da disciplina normativa nela contida a converso da medida em lei formal Com o advento da Emenda Constitucional n® 32, de 2001, 0 procedimento legislative concentrado da medida prowséria (vale dizer, deliberago © votago em reunido conjunta das duas Casas do Congresso Nacional) foi abandonado. © § 92 do art. 62, acrescentado pela Emenda Constitucional n? 32, de 2001, deixa a alteragao bastante evdente: " -apreciadas, em sesso separada, pelo plendrio de cada uma das Casas do Gongresso Nacional.” (grfamos) © Congresso Nacional inicia a tramitagao ao ter noticia, pelo Didrio Ofcial da Unido © concomitante mensagem presidencial, da publicagdo da medida provséria. Nas quarenta ¢ oito horas seguintes & publicagdo, o Presidente do Congreso Nacional faz distribuir awilsos com o texto da medida proviséria e designa comisséo mista para estudéa ¢ dar parecer (art. 22 da Resolugao n® 1, de 2002, do Congreso Nacional). Inaugurando a fase preliminar, examinam-se os pressupostos de constitucionalidade, urgéncia, relevancia adequagdo financeira e orgamentaria, ou seja, a admissibilidade da medida provis6ria (§ 5° do art. 62 da Constituigao de 1988, acrescentado pela Emenda Constitucional n2-32, de 2001, combinado com o art, 52 da Resolugao n? 1, de 2002, do Congresso Nacional). Qualquor alteragao no texto da medida proviséria implicaré apresentagao de projeto de lel de comversao (§ 42 do art 52 da Resolugdo n? 1, de 2002, do Congresso Nacional. ‘Superada a fase preliminar em comissao, a volagao da medida proviséria inicia-se pela Camara dos Deputados (§ 8% do art. 62 da Constituigao de 1988, acrescentado pela Emenda Constitucional n® 32, de 2001), seguindo, se aprovada, ao ‘Senado Federal Caso aprovado 0 texto como editado pelo Presidente da Republica, o Presidente do Congresso Nacional o romulgard, enviando autégrafo para publicagao na Imprensa Oficial (art. 12 da Resolugao n2 1, de 2002, do Congresso Nacional), Por outro lado, se @ medida proviséria originar projeto de lei de conversao (PLV) — que somente surge se acaso sugerida modifcagdo - © sendo esse aprovado, vai a sangao presidencial (§ 12 do art. 62 da Constituigdo de 1988, acrescentado pela Emenda Constitucional n® 32, de 2001, combinado com o art. 13 da Resolucao n® 1, de 2002, do Congreso Nacional). No periodo de sangao ou velo (isto &, quinze dias ttels, a teor do § 12 do art. 66 da Constituigao de 1988), permanoce om vigor o texto original da medida proviséria (§ 12 do art. 62 da Constituigao de 1988, acrescentado pela Emenda Constitucional n? 32, de 2001). Com a perda da eficécia da medida proviséria, quer pela rejeicao, quer pela nao apreciagao, a comissao mista elaborara projeto de decreto legislative disciplinando as relagSes juridicas decorrentes da vigéncia da medida provséria (§ 32 do art. 62 da Constituigao de 1988, acrescentado pela Emenda Constitucional n® 32, de 2001, combinado com o art. 11 dda Resolugéo n? 1, de 2002, do Congresso Nacional). Se o decreto legislativo em causa néo for editado até sessenta dias apés a rejeigéo ou perda de eficacia da medida provséria, as relagdes juridicas constituidas e decorrentes de atos braticados durante sua vgéncia consener-se-do por ela rides (§ 11 do at. 62 da Constiuigao de 1988, acrescentad pela Emenda Constitucional n® 32, de 2001, combinado com o § 22 do art. 11 da Resolugao n® 1, de 2002, do Congresso Nacional) Por ultimo, releva assinalar que o procedimento aqui abordado vale para a abertura de crédito extraordinario (alinea d do inciso | do § 12 do art. 62 da Constituigdo de 1988, acrescentada pela Emenda Constitucional n® 32, de 2001, combinado com 0 § 72 do art. 167 da Constituigao de 1988) 20.6.4. Consolidagées da Legislacao A.Lei Complementar n® 95, de 1998, em seus arts. 19 e ss. (v. Apéndice) determinou a elaborago da Consolidagao da Legislagéo Federal, consistindo “na integragao de todas as leis pertinentes @ determinada matéria num tnico diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas & consolidacéo, sem modificagao do alcance nem interupeao dat htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sauna e201 Manval_Redagéo forga normativa dos dispositivos consolidados” (Lei Complementar n? 95, § 12 do art. 13) ou “doclaragao de revogagao de leis © dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficdcia ou validade encontre-se completamente prejudicada” (Lei Complementar n? 95, art. 14, § 32, inciso I. © Projeto de Lei de Consolidagao tera, assim, de manter o contetido normativo original dos dispositivos consolidados, nao sendo meio habil para alterar opedes polticas anteriormente tomadas. Isto, no entanto, néo significa vedagao de alteragao no texto das normas. Pelo contrério, a Consolidagao dovera efetuar a divséo do texto logal segundo os eritérios atualmente adotados (v. 10.2.2. Sistomatica Extoma © 11.3.1.8. Agrupamonto de Artigos), atualizar termos © denominagées, rotiicar © homogeneizar o vernéculo, fundir dispositives andlogos, atualizar valores monotérios, suprimir dispositivos revogados tanto expressamente quanto implicitamente e suprimir dispasitives declarados inconstitucionais pelo Plenétio do Supremo Tribunal Federal (Lei Complementar n? 95, art. 13, § 2 Denomina-se matriz de consolidagéo a lei geral basica & qual se integraréo os atos normativos esparsos (art. 29 do Decreto n2 4.176, de 2002). A Consolidagao nao pode abranger medidas provisérias no convertidas em lei, nem ser combinado na mesma matriz de consolidagao leis ordinarias e leis complementares. A iniciativa do Projeto de Consolidagao pade ser tanto do Poder Executive quanto do Poder Legislative. O procedimento legislative adotado, segundo a Lei Complementar n® 95, seré “simplificado, na forma do Regimento Intemo de cada uma das casas. O Regimento Intermo da Camara dos Deputados disciplinou a matéria nos arts. 212 ¢ 213. APENDICE LEI COMPLEMENTAR Nf 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 Dispée sobre a elaboragao, a redagao, a alteragao ea consolidacao das leis, conforme determina o paragrafo tnico do art, 59 da Constituigo Federal, e estabelece nommas para a consolidagao dos atos normativos que menciona, © PRESIDENTE DA REPUBLICA Faco saber que o Congreso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: CAPITULO | DISPOSIGOES PRELIMINARES. Art. 12 A elaboragio, a radago, a alteragao @ a consolidagéio das leis obedecerao ao disposto nesta Lei Complementar. Paragrafo nico. As disposigées desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, as medidas provsérias © demais atos rnomativos referidos no art. 69 da Constituigao Federal, bem como, no que couber, aos decretos © aos demais atos de regulamentagao expedidos por érgaos do Poder Executive Att. 22 (VETADO) § 12 (VETADO) § 22 Na numeragao das leis serdo obsenados, ainda, os seguintes criterios: |-as emendas & Constituigso Federal teréo sua numerag8o iniciada a partir da promulgagao da Constituigéo; Il as leis complementares, as leis ordinarias ¢ as leis delegadas teréo numeragdo seqiiencial em continuidade as séties iniciadas em 1946, CAPITULO I DAS TECNICAS DE ELABORAGAO, REDAGAO E ALTERAGAO DAS LEIS. Secdol Da Estruturagao das Leis htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im s2un9 e201 Manval_Redagéo Art. 32A lei sera estruturada em trés partes basicas | parte preliminar, compreendendo a epigrafe, a ementa, o preambullo, 0 enunciado do objeto e a indicagao do ambito de aplicagao das disposigdes nomativas; 1 parte normativa, compreendendo o texto das normas de conteido substantivw relacionadas com a matéria regulada; I - parte final, compreendendo as disposig6es pertinentes as medidas necessarias a implementagao das normas de contetido substantivo, as disposi¢ées transitérias, se for o caso, a clausula de igéncia e a cldusula de revogagao, quando ccouber, At. 42 A epigrate, gratada em caracteres maiisculos, propiciaré identificagao numérica singular lei @ sera formada polo titulo designativo da espécie normativa, pelo nlimero respectivo e pelo ano do promulgagao. ‘Art. 52.A ementa seré grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitaré, de modo conciso e sob a forma de titulo, 0 objeto da le. 620 preambulo indicaré 0 érgo ou instituic&o competente para a pritica do ato e sua base legal. Art. 720 primeiro artigo do texto indicaré o objeto da lel e 0 respective ambito de aplicagao, obsenados os seguintes principios: |- excetuadas as codificagées, cada lei tratara de um Unico objeto: Il- a lei nao contera matéria estranha a seu objeto ou a este nao vinculada por afinidade, pertinéncia ou conexao; IL-0 Ambito de aplicagao da lel serd estabelecido de forma t8o especifica quanto 0 possibile o conhecimento t€cnico ou cientifico da area respectiva, IV - 0 mesmo assunto ndo poderd ser disciplinado por mais de uma lei, exceto quando a subseqiiente se destine a ‘complementar lei considerada basica, vinculando-se a esta por remissao expressa, Art, 82 A vigéncia da lei sera indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoavel para que dela se tenha amplo conhecimento, resenada a cléusula “entra em vigor na data de sua publicagao" para as leis de pequena repercussao. § 12 A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabelegam periodo de vacdncia far-se- com a inclusao da data da publicagao e do timo dia do prazo, entrando em vgor no dia subseqUente & sua consumagao integral (Paragrafo incluido pela Lei Complementar no 107, de 26.4.2001) § 22 As leis que estabelegam periodo de vacdncia deverdo utilizar a cldusula ‘esta lei entra em wgor apés decoridos (0 numero de) dias de sua publicacao ofcial’. (Pardgrafo incluido pela Lei Complementar no 107, de 26.4.2001) Art, 92,4 clausula de revogagdo devera enumerar, expressamente, as lels ou disposigdes legals revogadas. (Paragrafo incluido pela Lei Complementar no 107, de 26.4.2001) Segdo ll Da Articulagdo e da Redagao das Leis Art. 10. Os textos legais serdo articulados com obsenancia dos seguintes princfpios: ||- a unidade basica de articulagao sera o artigo, indicado pela abrevatura “Art.", seguida de numeragao ordinal até o nono e cardinal a partir deste; Il 08 artigos desdobrar-se-do em pardgrafos ou em incisos; os pardgrafos em incisos, os Incisos em alineas ¢ as alineas em itens: IIl- 0 pardgrafos sero representados pelo sinal gréffco "§", seguido de numeragao ordinal até o nono e cardinal a partir deste, utilizando-se, quando existente apenas um, a expresso "paragrafo tinico" por extenso; IV - os incisos serdo representados por algarismos romanos, as alineas por letras mintsculas e os itens por algarismos arabicos; htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im wana e201 Manval_Redagéo \V -0 agrupamento de artigos poderd constituir Subsegbes; 0 de Subsegées, a Segdo; ode SegGes, o Capitulo; o de Capitulos, 0 Titulo; o de Titulos, 0 Liwo e o de Liwos, a Parte; VI - 08 Capitulos, Titulos, Liwos e Partes serdo grafados em letras maidisculas e identificados por algarismos romanos, podendo estas iitimas desdobrar-se em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes expressas ‘em numeral ordinal, por extenso; VIl- as Subsegdes e Segées serdo identificadas em algarismos romanos, grafadas em letras minsculas e postas ‘em negrito ou caracteres que as coloquem em realce: Vill - a composige prevista no inciso V podera também compreender agrupamentos em Disposig6es Preliminares, Gerais, Finais ou Transitérias, conforme necessario, Art, 11. As disposigées normativas sergio redigidas com clareza, precisao e ordem légica, obsenadas, para esse propésito, as seguintes normas: | para a obtengdo de clareza a) usar as palawas © as expressées em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipétese em que se empregar a nomenclatura propria da area em que se esteja legislando; ») usar frases curtas ¢ concisas; ©) construir as oragdes na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivagdes dispensaveis; ) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo 0 texto das normas legals, dando preferéncia ao tempo presente ou a0 futuro simples do presente; @) usar os recursos de pontuagao de forma judiciosa, evitando os abusos de carater estilistico; Il- para a obtengao de preciso: a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensdo do objetivo da lei e a permitir que seu texto evidencie com clareza 0 contetde e 0 alcance que © legislador pretende dar 4 norma; b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palawas, evitando o emprego de sinonimia com ropésito meramente estilistico; ©) evitar © emprego de expresso ou palawa que confira duplo sentido ao texto; 4d) escolher termos que tenham 0 mesmo sentido e significado na maior parte do terrtério nacional, evitando 0 uso de express6es locais ou regionals; ©) usar apenas siglas consagradas pelo uso, obsenado 0 principio de que a primeira referéncia no texto seja acompanhada de explicitagao de seu significado; 4) grafar por extenso quaisquer referéncias a nimeros e percentuais, exceto data, numero de lei e nos casos em que houver prejuizo para a compreensao do texto; (Redagao dada pela Lei Complementar no 107, de 26.4.2001) 4) indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissao, em vez de usar as expressées "anterior", "seguinte” ou fequivalentes; (Alinea incluida pela Lei Complementar n? 107, de 26.4.2001) Il - para a obtengao de ordem légica: a) reunir sob as categorias de agregagao - subsecao, segao, capitulo, titulo e livo - apenas as disposigées, relacionadas com o objeto da lel; ') restringir 0 contetido de cada artigo da lei a um nico assunto ou principio; ) expressar por meio dos pardgrafos os aspectos complementares norma enunciada no caput do artigo @ as excegdes 4 regra por este estabelecida; 4d) promover as discriminagses e enumeragSes por meio dos incisos, alineas ¢ itens. Segao It! Da Alteragao das Leis htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im sana e201 Manval_Redagéo Art. 12. A alteragao da lei sera feita: |- mediante reprodugao integral em now texto, quando se tratar de alteragao considersvel Il mediante revogagao parcial; (Redagao dada pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) --nos demais casos, por meio de substituigao, no proprio texto, do dispositive alterado, ou acréscimo de dispositive now, observadas as seguintes regras' a) nao podera ser modificada a numeragao dos dispositivs alterados; b) 6 vedada, mesmo quando recomendavel, qualquer renumeragao de artigos e de unidades superiores ao artigo, referidas no inciso V do art. 10, devendo ser utilizado 0 mesmo nimero do artigo ou unidade imediatamente anterior, seguido de letras maidsculas, em ordem alfabética, tantas quantas forem suficientes para identificar os acréscimos; (Redagao dada pela Lei Complementar n2 107, de 26.4.2001) ©) € vedado 0 aproveitamento do numero de dispositivo revogado, vetado, declarado inconstitucional pelo Supremo ‘Tribunal Federal ou de execugao suspensa pelo Senado Federal em face de decisao do Supremo Tribunal Federal, devendo 2 [ei altorada mantor essa indicagao, seguida da exprossao ‘evogado’, ‘votado', ‘declarado inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supreme Tribunal Federal, ou ‘execugdo suspensa pelo Senado Federal, na forma do art. 52, X da Constituigao Federal’; (Redago dada pela Lei Complementar n° 107, de 26.4.2001) d) 6 admissivel a reordenagio interna das unidades em que se desdobra o artigo, identificande-se o artigo assim modificado por alteragéio de redagdo, supressfo ou acréscimo com as letras ‘NR’ maidisculas, entre parénteses, uma dnica vez ao seu final, obedecidas, quando for o caso, as prescri¢des da alinea c. (Redagdo dada pela Lei Complementar n® 107, de 26.4,2001) Pardgrafo nico, © termo “dispositive” mencionado nesta Lei refere-se a artigos, pardgrafos, incisos, alineas ou itens, (Paragrafo incluido pela Lei Complementar n? 107, de 26.4.2001) CAPITULO I DA CONSOLIDAGAO DAS LEIS E OUTROS ATOS NORMATIVOS Secaol Da Consolidagao das Leis ‘Att. 13. AS leis federais serdo reunidas em codificagées e consolidagées, integradas por volumes contendo matérias onexas ou afins, constituindo em seu todo a Consolidagéo da Legislagao Federal. (Redagdo dada pela Lei Complementar 2 107, de 26.4.2001) § 12 consolidagao consistira na integragao de todas as lois pertinentes a determinada matéria num tnico diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas consolidacao, som modiicagao do alcance nem interupgao da forga normativa dos dispositivos consolidados. (Pardgrafo incluido pela Lei Complementar n@ 107, de 26.4.2001) § 22 Presenando-se 0 contetido normativo original dos dispositives consolidados, poderdo ser feitas as seguintes alteragdes nos projetos de lei de consolidagéo: (Parégrafo includo pela Lei Complementar n2 107, de 26.4,2001) | -introdugao de novas divisées do texto legal base; (Inciso incluido pela Lei Complementar n? 107, de 26.4,2001) I~ diferente colocagao © numeragao dos artigos consolidados; (Inciso incluido pela Lei Complementar n® 107, de 264.2001), II - fusdo de disposigées repettivas ou de valor normativo idéntico; (Inciso incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001), IV = atualizagao da denominagao de érgaos @ entidades da administragao publica; (Inciso incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) \V— atualizagao de termos antiquados ¢ modos de escrita ultrapassados; (Inciso incluido pela Lei Complementar n2 107, de 26.4.2001) VI — atualizagao do valor de penas pecuniérias, com base em Indexagéio padrdo; (Inciso incluldo pela Lel Complementar n? 107, de 26.4,2001) htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im swr29 e201 Manval_Redagéo VII eliminagao de ambigtidades decorrentes do mau uso do vernéculo; (Inciso incluido pela Lei Complementar 107, de 26.4.2001) VIII = homogeneizagao terminolégica do texto; (Inciso incluido pela Lei Complementar n@ 107, de 26.4.2001) IX supresstio de dispositives declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, obsenada, no que couber, 2 susponsao polo Senado Federal de execugao de dispositives, na forma do art. 52, X, da Constituigao Fedora; (Inciso incluido pela Lei Complementar n? 107, de 26.4 2001) X- indicagao de dispositivos nao recepcionados pela Constituigéio Federal; (Inciso incluido pela Lei Complementar 107, de 26.4.2001) 1 — declaragao expressa de revogagao de dispositivos implicitamente revogados por leis posteriores. (Inciso incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) § 32As providéncias a que se referem os incisos IX Xe XI do § 22 deverdo ser expressa e fundadamente justificadas, ‘com indicagao precisa das fontes de informagao que Ihes seniram de base. (Paragrafo incluldo pela Lei Complementar n2 107, de 26.4.2001) ‘Att. 14. Para a consolidagao de que trata 0 art. 13 serdo observados os seguintes procedimentos: (Redacao dada pela Lei Complementar n@ 107, de 26.4.2001) |= © Poder Executive ou o Poder Legislative procederé ao levantamento da legislagao federal em vigor e formulard projeto de lei de consolidagao de normas que tratem da mesma matéria ou de assuntos a éla vinculados, com a indicago precisa dos diplomas legais expressa ou implicitamente revogados; (Redagdo dada pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) Il a apreciagao dos projetos de lei de consolidacao pelo Poder Legislativo seré feita na forma do Regimento Interna de cada uma de suas Casas, em procedimento simpliicado, visando a dar celeridade aos trabalhos; (Redagao dada pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) Iil-a Mesa do Congresso Nacional adotard todas as medidas necessérias para, no prazo maximo de cento e oitenta dias a contar do recebimento dos textos de que tratam os incisos I Il, ser efetuada a primeira publicagéo da Consolidagéo das Leis Federals Brasilelras. § 12 Nao serdo objeto de consolidagao as medidas provis6rias ainda no convertidas em lel. (Pardgrafo incluido pela Lei Complomentar n® 107, de 26.4.2001) § 22 A Mesa Diretora do Congreso Nacional, de qualquer de suas Casas e qualquer membro ou Comissao da Camara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional poder formular projeto de lei de consolidacao. (Pardgrafo incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) § 32 Observado 0 disposto no inciso II do caput, seré também admitido projeto de lei de consolidaeao destinado exclusivamente a: (Pardgrafo incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) | -declaragao de revogagao de leis e dispositivos implicitamente revogados ou cuja eficacia ou validade encontre-se completamente prejudicada; (Inciso incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) I~ incluso de dispositios ou diplomas esparsos om lois preexistentes, revogando-se as disposigées assim consolidadas nos mesmos termos do § 12 do art. 13. (Inc'so incluido pela Lei Complementar n® 107, de 26.4.2001) Art. 15, Na primeira sessao legislativa de cada legistatura, a Mesa do Congresso Nacional promoverd a atualizago da Consolidacao das Leis Federais Brasileiras, incorporando as coletdneas que a integram as emendas constitucionais, leis, decretos legislativos © resolug6es promulgadas durante a legislatura imediatamente anterior, ordenados e indexados sistematicamente. Segdo Il Da Consolidagao de Outros Atos Normativos Art. 16. Os érgaos diretamente subordinados Presidéncia da Republica e os Ministérios, assim como as entidades da administragao indireta, adotardo, em prazo estabelecide am decreto, as providéncias necesséirias para, obsenvado, no que couber, 0 procedimento a que se refere o art. 14, ser efetuada a triagem, 0 exame e a consolidacao dos decratos de contetido normativo e geral e demais atos normatives inferiores em vigor, vinculados as respectivas areas de competéncia, htpihwiplanalta gaverccil_0aimanualimanual im vaan29 e201 Manval_Redagéo remetendo 0s textos consolidados a Presidéncia da Repablica, que os examinara e reuniré em coletaneas, para posterior publicagao, Att. 17. O Poder Executivo, até cento e citenta dias do inicio do primeiro ano do mandato presidencial, promovera a atualizagao das coletaneas a que se refere o artigo anterior, incorporando aos textos que as integram os decretos e atos de ccontetido normativo e geral editados no titimo quadriénio, CAPITULO IV DISPOSIGOES FINAIS Art. 18, Eventual inexatidéo formal de norma elaborada mediante processo legislative regular nao constitui escusa valida para o seu descumprimento, Art, 19, Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de noventa dias, a partir da data de sua publicagao. Brasilia, 26 de fevereiro de 1998; 1772 da independéncia e 1102 da Repiblica FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende BIBLIOGRAFIA Capitulo |— Aspectos Gerais da Redacao Oficial Capitulo Il— As Comunicagées Oficiais Capitulo Ill — Elementos de Ortografia e Gramatica ALMEIDA, Napoledo Mendes de. Dicionario de quest6es vemaculas. Sao Paulo: Caminho Suave, 1981. —. 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