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FORMAÇÃO GERAL
de
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PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL
CASA DE NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA
CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM DOS FRADES MENORES
Presidente
Frei Thiago A. Hayakawa, OFM
Diretor Geral
Jorge Apóstolos Siarcos
Reitor
Vice-Reitor
Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM
Pesquisadoras
Claudia de Jesus Abreu Feitoza
Luzia Bueno
Milena Moretto
Elaboração do Material
Claudia de Jesus Abreu Feitoza
Luzia Bueno
Maria Helena Peçanha Mendes
Milena Moretto
Colaboradores
Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação
Diagramadoras
ponto de vista.
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importa ainda sua língua, religião, opinião política, país ou a família de que ele venha. Não importa
que ele seja rico ou pobre, nem que o país de onde ele venha seja uma república ou um reinado. Estes
direitos devem ser gozados por todos.
Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Ninguém pode ser escravo
de ninguém.
Não se podem maltratar as pessoas ou castigá-las de maneira cruel ou humilhante.
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As leis devem ser iguais para todos e devem
proteger as pessoas.
Todos os homens têm o direito de receber a
proteção dos tribunais para que seus direitos não
sejam contrariados.
Não se pode prender as pessoas ou mandá-
las embora de seus país a não ser por motivos
muito graves. Todo homem tem o direito de ser
julgado por um tribunal justo quando é acusado
de alguma falta.
Ninguém tem o direito de interferir na vida
particular das pessoas, na sua família e na sua
correspondência.
Toda pessoa tem o direito de se movimentar dentro das fronteiras de seu país. E tem o direito de
sair e voltar ao seu país.
Ninguém deve ser privado de sua nacionalidade. Quer dizer, toda pessoa tem o direito de pertencer
a alguma nação. E tem o direito de trocar de nacionalidade por sua vontade.
Todos os homens e mulheres, depois de certa idade, não importa sua raça, religião ou nacionalidade,
têm o direito de se casar e começar uma família. Um homem e uma mulher só podem se casar se os
dois quiserem.
Todas as pessoas têm direito à propriedade. E aquilo que uma pessoa possui não pode ser tirado
dela, a não ser que haja um motivo justo.
Todas as pessoas têm o direito de pensar como e o que quiserem. Elas têm direito de trocar suas
ideias e praticar sua fé em público ou particular, e de contar a todos sua opinião.
Todas as pessoas têm o direito de se reunir ou de se associar. Mas ninguém deve ser obrigado a isso.
A autoridade do governo vem da vontade do povo. O povo deve mostrar qual é a sua vontade
pelo voto. Todas as pessoas têm o direito de votar.
Todas as pessoas têm direito ao tipo de trabalho que preferirem e a boas condições de trabalho.
Todos devem receber remuneração igual quando fazem o mesmo trabalho e devem ganhar o suficiente
para a saúde, alimentação e vestuário.
Todo homem tem o direito ao descanso e deve ter um número de horas de trabalho limitado e
férias pagas.
Todas as crianças têm os mesmos direitos, sejam ou não nascidas de um casamento.
Todas as pessoas têm direito a escola gratuita. Todos têm direito de aprender uma profissão. A
escola deve promover o entendimento, a compreensão e a amizade.
Todos os homens têm deveres para com o lugar onde vivem e para com as pessoas que ali vivem
também.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL
Não se deve usar o que está escrito neste documento para destruir os direitos e deveres aqui
estabelecidos.
Há muitos anos esta declaração foi aprovada, mas ainda existem países que não obedecem este
documento. Para que isto aconteça, é preciso que todos aprendam, nas escolas de todo o mundo, o
conteúdo desta declaração.
Fonte: ROCHA, Ruth & ROTH, Otávio (Adaptação). Declaração Universal dos Direitos Humanos. São Paulo: Salamandra, 2010.
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=527. Acesso em: 23 fev. 2019.
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DIREITOS HUMANOS
Toda pessoa humana tem direitos. Isso acontece em qualquer parte do mundo. Em grande
número de países há pessoas que têm mais direitos do que as outras. Existem diferenças
também quanto ao respeito pelos direitos, pois enquanto em certos países os direitos
fundamentais da pessoa humana são muito respeitados em outros quase não há respeito.
Por que existem esses direitos? Porque todas as pessoas têm algumas necessidades fundamentais
que precisam ser atendidas para que elas possam sobreviver e para que mantenham sua dignidade.
Cada pessoa deve ter a possibilidade de exigir que a sociedade e todas as demais pessoas
respeitem sua dignidade e garantam os meios de atendimento daquelas necessidades básicas.
Além disso, as pessoas são todas iguais por natureza e todas valem a mesma coisa, mas cada uma tem
suas preferências, suas particularidades e seu modo próprio de apreciar os acontecimentos. Por causa
dessas diferenças as pessoas nem sempre estão de acordo e é preciso que existam regras regulando os
comportamentos, estabelecendo o que cada um deve ou não fazer, o que é permitido e o que é proibido.
O fato de haver divergências e conflitos não é mau. Ao contrário disso, onde as pessoas são livres é natural
que não concordem em tudo e é bom que possam manifestar suas discordâncias. É desse modo que cada um
se sente completo como pessoa e dá sua contribuição para o aperfeiçoamento da vida em sociedade. Não
se pode, entretanto, dispensar a existência de regras de convivência, não para sufocar as pessoas e impedir
que se manifestem as divergências, mas para regular as manifestações e dar a elas um sentido positivo.
Mas como todos os seres humanos valem a mesma coisa não é justo que só alguns estabeleçam as
regras e os outros só fiquem com a obrigação de obedecer. Essas regras é que constituem o direito.
E para que o direito seja legítimo e justo é preciso que todas as pessoas possam dar sua opinião no
momento em que as regras são escolhidas. É preciso também que todas as pessoas, mesmo aquelas
que estão no governo, ou que são poderosas, sejam obrigadas a obedecer e a respeitar o direito.
(Dalmo de Abreu Dallari)
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Fonte: https://ponte.org/charge-nove-mentiras-e-uma-verdade-sobre-direitos-humanos-e-seguranca-publica-charge-juniao-
ponte-jornalismo/. Acesso em: 23 fev. 2019.
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A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu no currículo de ensino fundamental e médio, oficiais
e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina que
o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade, resgatando a contribuição do
povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil, além de instituir, no
calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”.
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à violência associada à pobreza, à ignorância e à miséria. É o medo dos de baixo - que, um dia, podem
se revoltar - que motiva os de cima a manterem o estigma sobre a ideia de direitos humanos.
A questão dos direitos da cidadania diz respeito a ordem jurídica-política de um país, no qual uma
Constituição define e garante quem é cidadão, que direitos e deveres ele terá em função de uma série
de variáveis tais como a idade, o estado civil, a condição de sanidade física e mental, o fato de estar
ou não em dívida com a justiça penal etc.
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Atenção: Os direitos do cidadão e a própria ideia de cidadania não são universais , pois variam
de país para país. A ideia da cidadania é uma ideia política que não está ligada a valores universais,
mas a decisões políticas. Um determinado governo, por exemplo, pode modificar as penalidades do
código penal; pode modificar o código civil para equiparar direitos entre homens e mulheres; pode
modificar o código de família no que diz respeito aos direitos e deveres dos cônjuges em relação aos
filhos, etc. Tudo isso diz respeito à cidadania. No entanto, em muitos casos, os direitos do cidadão
coincidem com os direitos humanos, que são mais amplos e abrangentes. Em sociedades com mais
tradição democrática é geralmente, o que ocorre e, em nenhuma hipótese, direitos ou deveres do
cidadão podem ser invocados para justificar violação de direitos humanos fundamentais. Os direitos
do cidadão não são direitos naturais, são direitos criados e devem necessariamente estar especificados
num determinado ordenamento jurídico.
Os Direitos Humanos devem ser universais e naturais, no sentido em que, seja no Brasil ou
em qualquer país do mundo, devem ser respeitados por serem referentes à pessoa humana na sua
universalidade. Por isso são chamados de direitos naturais, porque dizem respeito à dignidade da
natureza humana, porque existem antes de qualquer lei, e não precisam estar especificados numa lei,
para serem exigidos, reconhecidos, protegidos e promovidos.
Evidentemente, é ótimo que eles estejam reconhecidos na legislação, é um avanço, mas se não
estiverem, deverão ser reconhecidos assim mesmo. Poder-se-ia perguntar: mas por quê? Por que são
universais e devem ser reconhecidos, se não existe nenhuma legislação superior que assim o obrigue?
Essa é a grande questão da Idade Moderna. Porque é uma grande conquista da humanidade ter
chegado a algumas conclusões a respeito da dignidade e da universalidade da pessoa humana. É uma
conquista universal que se exemplifica no fato de que hoje, pelo menos nos países mais democráticos
não se aceita mais a prática da escravidão nem o trabalho infantil nem a tortura.
É claro que existe o ideal e o real; a escravidão é um absurdo, mas ainda há trabalho escravo em
lugares distantes no interior do Brasil, por exemplo. O trabalho infantil é outro absurdo, mas há crianças
vivendo e sendo exploradas nas ruas das maiores capitais do Brasil.
Assim, percebemos que os direitos naturais e universais são diferentes dos direitos ligados às ideias
de cidadão e cidadania. Exemplo: uma criança ainda não é uma plena cidadã, no sentido de que ela
não tem certos direitos do adulto, responsável pelos seus atos, nem tem deveres em relação ao Estado,
nem em relação aos outros; no entanto, ela tem integralmente o conjunto dos Direitos Humanos. Um
doente mental não é um cidadão pleno, no sentido de que ele não é responsável pelos seus atos,
portanto ele não pode ter direitos, como, por ex., o direito ao voto, o direito plena à propriedade e
muito menos os deveres, mas ele continua integralmente credor dos Direitos Humanos. Outro exemplo
seria o dos grupos indígenas.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL
Quais são esses DH? Direito à vida, à liberdade, a ser tratado com dignidade (sem tortura ou
crueldade), direito a uma justiça verdadeira, ou seja, são os mais básicos direitos básicos que todo ser
humano deve ter, sem distinção de etnia, nacionalidade, sexo, raça, classe social, nível de instrução,
cor, religião, opção sexual, ou de qualquer tipo de julgamento moral. Mas a não discriminação por
julgamento moral é uma das mais difíceis de aceitar; é justamente o reconhecimento de que toda pessoa
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humana, mesmo o pior dos criminosos, continua tendo direito ao reconhecimento de sua dignidade
como pessoa humana. É o lado mais difícil no entendimento dos Direitos Humanos.
É bom lembrar que esse julgamento moral pode ser de vários tipos, pode ser, por exemplo,
aquele que exclua determinados militantes políticos como o terrorista, o pedófilo, o latrocida, etc..
Esses bandidos podem perder a cidadania e ser execrados pela opinião pública, mas continuam sendo
portadores de direitos fundamentais, os direitos humanos.
Além de serem naturais e intrínsecos à natureza humana e universais, os DH também são históricos,
no sentido de que mudaram ao longo do tempo.
O núcleo fundamental dos DH é, evidentemente, o direito à vida, porque de nada adiantaria os
outros direitos se não valesse o direito à vida. Quando se admite, por exemplo, o direito de se escravizar
outra pessoa, se está colocando em dúvida o direito à vida, pois quem tem o direito de propriedade
sobre outra tem também o direito sobre a vida e a morte dessa pessoa.
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Temos um grande desafio nos dias de hoje: como ampliar a luta pelos direitos e desejos humanos,
como levar todas essas gerações de direitos aos mais de 5.560 municípios de nosso país?
Prosseguir no desafio, desdobrar os avanços que aconteceram após a Campanha pela Anistia e
na construção democrática a partir de 1988, quando a ideia de criar uma cultura de direitos humanos
germinou com mais rapidez.
Já em 1993, tivemos a Conferência de Viena e no seu desdobrar-se em Programas de Direitos
Humanos a nível nacional (PNDH I e II) , estaduais e municipais, seguidos de Conselhos de Direitos
Humanos englobando a sociedade civil e parceiros estatais, além das Comissões Legislativas Estaduais
e Municipais, que criaram suas Comissões de Direitos Humanos enquanto Comissões Permanentes.
Em 2004 tivemos a IX Conferência Nacional de Direitos Humanos já pensando a construção de
um Sistema Nacional de Direitos Humanos, um espécie de SUS dos DH, sempre naquele clima de
desdobramento, afinal de contas, se temos um Sistema Global de Direitos Humanos(ONU), Sistemas
Regionais(Europeu, OEA e Africano), qual a razão de não existirem Sistemas Nacionais, Estaduais e
Municipais também?
Nesse diapasão o CDHMP -Centro de Direitos Humanos e Memória Popular transforma-se em
Rede Estadual de Direitos Humanos e vai para as ruas, pega a ideia de Marcos Rolim na Comissão de
Direitos Humanos da Câmara Federal e invade o Rio Grande do Norte com suas Caravanas de Direitos
Humanos, com muito teatro de rua e animação lançando a seguinte palavra de ordem:
“Direitos Humanos para todos os Potiguares!!!”
Além das Caravanas de Direitos Humanos, ir beber na fonte, na mais pura expressão da Teologia
da Libertação, é também necessário ousar para conquistar corações e mentes e nesse intuito que
criamos e avançamos na DHnet - Rede de Direitos Humanos e Cultura e o jornal online Tecido Social.
A ideia de uma Rede Estadual de Direitos Humanos, englobando uma unidade da federação vai
tomando corpo mas é necessário avançar nas ferramentas metodológicas e eis que entre 2004/2005
surge após vários anos de discussões, um arcabouço de planejamento estratégico, uma Arquitetura
Global da Rede Estadual de Direitos Humanos/CDHMP, pensando ousar (ousar sempre) a questão
dos direitos humanos no estado do Rio Grande do Norte para os anos de 2006 a 2016, sem perder de
conta que em 2008(dez anos após o seu lançamento, diz o mesmo) teremos a revisão do Programa
PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERAL
Estadual de Direitos Humanos do estado do Rio Grande do Norte e em 2007 estaremos percorrendo
todo o estado discutindo e construindo o Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos, também
um desdobramento em termos de unidade federativa do Plano Nacional de EDH que será lançado
em setembro próximo.
Não esquecer também da nossa Rede Inter-Estadual de Direitos Humanos que estamos compondo,
incluindo inicialmente os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará, sonho sonhado inicialmente
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através do nosso Observatório do Turismo Sexual Infanto-Juvenil de Italianos que começou como do
RN e tornou-se Brasil, Nordestino.
Saltos mais ousados nos levam para países lusófonos, a Cabo Verde, a Portugal, a Angola,
retomando nossos elos com a Mãe-África
Como se vê, as ditas condições objetivas vão sendo construídas e a partir de agora com tais
ferramentas e sentimento de mundo, é necessário e fundamental mapear o Rio Grande do Norte na
questão dos Direitos Humanos, sem esquecer as nossas tradicionais pitadinhas de arte e cultura e
memória histórica.
Mapear o Rio Grande do Norte nas suas mais diversas dimensões e indicadores, sair de um IDH
-índice de Desenvolvimento Humano que pense o Brasil, chegue ao Rio Grande do Norte e a totalidade
de seus municípios e transforme-se em IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.
Experiências no país inteiro estão aí para a gente ver, mas existem outros pontos a mirar e a refletir:
cidades de direitos humanos estão sendo construídas, é necessário avançarmos na discussão para a
criação do Conselho Municipal de Direitos Humanos para Natal e mesmo para a Grande Natal e lá vem
de novo aquela onda de programas, conselhos, comissões, ouvidorias, etc.
Perseguir Sonhos e construir Redes, fazer um laboratório de Insurreição Imaginativa,
Uzinando Utopias e Sintonizando Paixões, não esquecendo jamais que
A Luta contra o Poder é a Luta da Memória contra o Esquecimento
Esse é o nosso desafio, juntar saberes e mentes para re-pensar os indicadores de nosso estado,
aglutinar tudo que fizemos até hoje em uma grande matriz que pense Direitos G(L)ocais em um Mundo
Global e para tanto, muito em breve colocaremos em nossa DHnet e no Tecido Social o que é o nosso
Mapa dos Direitos Humanos do RN.
Como diz aquela música de Ana Carolina, é isso aí e aqui estamos, abertos em conhecer realidades
e interagir com todos nesse país, que acreditam que
Um outro mundo é possível, com pitadas de direitos e desejos humanos!!!
* Coordenador da Rede Estadual de Direitos Humanos do Rio Grande do Norte e criador da
DHnet - Rede Direitos Humanos e Cultura
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