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Desejos que matam

(Números 11)

Quem não tem desejos? Os desejos movimentam pessoas. O guerreiro deseja a vitória.
O faminto deseja o pão. Os apaixonados desejam o amor. Os encarcerados desejam a
liberdade. O poeta deseja a inspiração. O desesperado deseja consolo. O religioso deseja Deus.
Podemos parar por aqui. Meus exemplos não são reducionistas. O guerreiro pode desejar
muito mais ou muito menos que a vitória. Apenas quero mencionar como o desejo se espraia
pela vida de muitos. Mas pergunto: será que existe alguém extremamente apático, sem
manifestar qualquer desejo? Quero desconsiderar essa possibilidade assumindo o risco da
generalização, pois até aqueles que não desejam viver, desejam alguma coisa, “desejam” a
morte. Aqueles que não desejam nada, “desejam” algo, “desejam” o nada.
As pessoas são impulsionadas por desejos, alguns deles bons: desejam progredir na vida,
constituir família, adotar crianças, oferecer o melhor aos filhos, ser bons profissionais, ajudar
os marginalizados, revolucionarem a política, transformarem o mundo [...]. Mas não quero
falar sobre os bons desejos que muitas pessoas têm. O texto bíblico que encabeça essa
pastoral fala de desejos que tomaram conta do coração dos judeus em determinado contexto,
mas não eram bons desejos, eram desejos danosos, que produziram a morte do povo,
portanto, desejo tecer alguns comentários sobre desejos que matam. Eles existem e podem
ocupar nossos corações. Vejamos quais são os desejos que matam. São eles:
Desejos que desprezam a ira de Deus (v.1-3)
O povo de Israel estava a caminho da Terra Prometida. Havia saído do Egito, de uma
escravidão amarga, de uma opressão sem precedentes, para rumarem em direção a uma terra
que manava leite e mel. Mas a caminhada não era fácil. Era escarpada. Às vezes, pensamos que
Deus nos liberta para uma caminhada glamorosa, sem dores de cabeça, sem dificuldades.
Grande engano. O povo de Israel estava decepcionado com as condições de viagem. Do
versículo 1 a 3, encontramos o relato do povo reclamando de sua sorte. Isso fez com que a ira
do Senhor se ascendesse “... e fogo do Senhor ardeu entre eles e consumiu extremidades do
arraial”. Desconsiderando o anacronismo, certamente, Israel não cantaria aquela música que
empolgados cantamos: “incendeia Senhor a sua noiva, incendeia Senhor a sua Igreja”.
Precisamos pensar melhor sobre aquilo que cantamos. Fogo significa juízo. O juízo veio sobre
Israel.
No versículo 4 encontramos: “E o populacho que estava no meio deles veio a ter grande
desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também
disseram: Quem nos dará carne a comer?” (grifo meu). O povo havia murmurado e o Senhor
respondeu com ira e fogo. Mais uma vez, em nome do desejo pela comida do Egito, o povo
chora e reclama de sua condição. Do versículo 33 a 35, observamos a morte dos desejosos. O
desejo que nutria o povo o matou.
Em nome de muitos de nossos desejos, desprezamos a ira de Deus. Achamos que assim
como saímos de uma condenação sairemos de outra. Moisés intercedeu e o Senhor retirou o
fogo consumidor do arraial. Mas, depois, o povo voltou a manifestar seus desejos, desprezando
a ira de Deus. Esses são desejos que matam, desejos que desprezam a ira de Deus, mas,
também:
Desejos que desdenham a provisão de Deus (v.4-9)
O desejo do povo aguçava as lembranças. Lembravam-se dos peixes do Egito, que
comiam de graça, dos pepinos, dos melões, das cebolas e dos alhos, e afirmavam: “Agora,
porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná”. Desejavam e
lembravam-se do cardápio egípcio, mas desdenhavam a provisão de Deus manifesta pelo envio
do maná. O que era o maná para ser tão desprezado? Diz o versículo 7: “Era o maná como
semente de coentro, e a sua aparência, semelhante à de bdélio”. Bdélio era uma espécie de
goma-resina comum no Oriente Médio.
Muitos dos desejos que temos desdenham a provisão de Deus. Deus nos manda o
necessário, mas desejamos muito mais, desta maneira, menosprezamos aquilo que o Senhor
nos concede bondosamente. Esse tipo de desejo mata. Desejos que desdenham a provisão de
Deus são desejos que matam, mas também percebo:
Desejos que rejeitam a presença de Deus (v.20)
O povo reclamou porque comia apenas maná. Deus disse que mandaria carne, não
apenas como uma inserção esporádica, mas mandaria carne em abundância, “... um mês
inteiro, até vos sair pelos narizes, até que vos enfastieis dela, porquanto rejeitastes o Senhor,
que está no meio de vós, e chorastes diante dele, dizendo: Por que saímos do Egito?” (v.20). O
desejo pelas coisas do Egito fazia com que o povo rejeitasse a presença de Deus. Por vezes,
nossos desejos tomam conta de nosso coração a tal ponto de rejeitarmos a presença de Deus,
de não reconhecermos que o Senhor é melhor do que as iguarias do Egito. O Senhor foi
trocado pelo desejo de retornar ao Egito. O povo teve carne em abundância. Sua reivindicação
foi atendida. Mas o desejo do povo o levou à morte:
“Estava ainda a carne entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, quando se
acendeu a ira do Senhor contra o povo, e o feriu com praga mui grande. Pelo que o nome
daquele lugar se chamou Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o
desejo das comidas dos egípcios”. (v.33-34 – grifo meu).
Cuidado! Há desejos que matam.
Soli Deo gloria.
Rev. Junio Cezar da Rocha Souza.

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