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Revista Eletrônica de Educação Física

A INFLUÊNCIA DO KARATÊ NO
DESENVOLVIMENTO MOTRÍCIO EM CRIANÇAS

Ruyter da Costa Almeida


Orientador: Joelma Montelares da Silva.

SUMÁRIO

1. Introdução
1. Referencial Teórico
1.1. Historia do Karatê
1.2. Características do Karatê
1.3. Karatê para crianças de 7 a 10 anos
1.4. Características do Desenvolvimento Motrício de crianças de 7 a 10 anos
2. Metodologia
2.1. Tipo de pesquisa
2.2 Amostra
2.3. Instrumento de medida
2.4. Procedimentos para coleta de dados
2.5. Tratamento Estatístico
3. Analise de resultados
4. Considerações Finais
5. Referencial Bibliográfico

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1. INTRODUÇÃO

O Karatê é uma arte marcial japonesa que chegou ao Brasil na década de


50, com os imigrantes japoneses. Sua característica implica na formação do caráter,
disciplina, controle emocional e principalmente defesa pessoal, esse esporte
desenvolve um grande acervo motrício.
A prática do karatê se expandiu em diferentes segmentos sociais, no
município de Campo Magro, sobre a supervisão do Departamento de Esportes, é
realizado o Projeto Karatê, para crianças da rede municipal e estadual de ensino em
contra turno escolar, que participam de aulas práticas de Karatê-Do Tradicional.
Por estarmos inseridos nesse contexto, surgiu o interesse em compreender
a influência do karatê no desenvolvimento motrício das crianças.
Esta pesquisa é relevante devido à importância da prática esportiva como
estimulação no desenvolvimento motrício de crianças, na fase do seu
desenvolvimento. O Karatê é uma modalidade bastante procurada pelas famílias
para iniciação no esporte de crianças. Consideramos que a realização desta
pesquisa é de interrese de todos os profissionais da área do Karatê, por ser uma
fonte científica sobre o tema: Desenvolvimento Motrício do Karatê.
Neste sentido a pesquisa tem como problemática: a prática do Karatê como
possibilidade de desenvolvimento motrício de praticantes. E o nosso questionamento
é: Será que o Karatê-Do Tradicional é capaz de influenciar o desenvolvimento
motrício da faixa etária de 7 a 10 anos?
Tem-se como objetivo principal, verificar se há influência na prática do
Karatê-Do Tradicional no Desenvolvimento Motrício em participantes de 7 a 10 anos
do Projeto Karatê de Campo Magro, e objetivo secundário, se estas influências são
responsáveis pela evolução dos elementos básicos da motricidade.
O referencial teórico inicialmente discute a evolução do karatê e sua
introdução no Brasil, na seqüência as características do Karatê e sua influência no
desenvolvimento motrício das crianças. Para finalizar abordamos as áreas motoras
características das crianças de 7 a 10 anos.
A pesquisa é experimental que utiliza dados qualitativos para revelar dados
quantitativos. O grupo pesquisado envolve quinze crianças praticantes do Karatê-Do

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Tradicional há um ano, grupo este que consideramos: o grupo experimental (G1).
Enquanto que outras quinze crianças que compõem o grupo de controle
(G2) que não praticam nenhum esporte fora do contexto escolar.
Utilizei para mensurar o objetivo, a escala de desenvolvimento motor de
Rosa Neto, que demonstra dados do perfil motor das crianças de acordo com sua
faixa etária e apresentando dados das idades: motora geral e cronológica.
Os resultados encontrados demonstram que as crianças do grupo
experimental (G1) apresentam idade motora acima da média da idade cronológica
nas áreas motricidade fina, global e equilíbrio. Já o grupo de controle apresenta uma
idade superior à idade cronológica nas áreas de organização espacial e temporal.
Outro fator analisado é quanto ao esquema corporal. Nesse item os dois grupos
apresentaram idade cronológica abaixo da média: o grupo de controle (G2)
apresentou 93,4% dos integrantes no estágio normal médio da escala de
desenvolvimento motor, resultado melhor que o grupo experimental que
apresentaram resultados de 46 % dos integrantes que estão na classificação normal
médio.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. História do Karatê

O Karatê tem suas origens mais remotas, oriundas de métodos de combate


sem armas, vindas da China e da Índia, devido à cultura da prática de artes marcias
no oriente e devido a proximidade destes paises, teve uma grande aceitação na
Coréia e nas Ilhas Ryukyu, atualmente Okinawa, e foi em nesse país onde ocorreu a
modernização destes métodos, resultando no surgimento do Karatê para o mundo.
De acordo com RATTI & WESTBROOK, (2006, p.389), no final do século
XIX, Gichin Funakoshi (1868 -1957) foi responsável pela criação de uma nova arte
marcial: o Karatê. Com uma combinação de métodos, técnicas e características das
escolas Surite e Nahate, famosas escolas de artes marciais de Okinawa.

O homem que, em tempos modernos, estudou a maioria dos métodos


ensinados nessas escolas e que logo combinou as características que mais

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lhe impressionaram do ponto de vista do estilo e da eficácia em combate foi
Funakoshi, fundador do método moderno de Karatê conhecido como
Shotokan. (RATTI & WESTBROOK, 2006, p.389)

Funakoshi, modernizou os métodos destas escolas e durante 30 anos lutou


para que o Karatê tivesse o reconhecimento e a aceitação dos japoneses,
tradicionalmente amantes de artes marciais como Judô e o Aikidô.
Segundo a FEDERAÇÃO PARANAENSE DE KARATÊ TRADICIONAL,
quando Jigoro Kano, pai do Judô soube de uma nova arte de luta em Okinawa,
convidou Funakoshi para que viesse para Tókio, mostrar sua arte na Kodokan,
quartel general do Judô, para Kano e alguns de seus alunos. Kano ficou
impressionado com a demonstração de inteligência e a sinceridade de Funakoshi e
o convidou para que ficasse no Japão e os ensinassem alguns movimentos de sua
arte, que seriam futuramente introduzidas em alguns katas do Judô por Kano.
Funakoshi ficou e lecionou na Kodokan, onde teria seus primeiros alunos fora de
Okinawa.
No dia 20 de março de 1928, Funakoshi seria surpreendido por um convite
inesperado. Era um convite feito pela família real japonesa para uma apresentação
no Palácio Real, da arte Japonesa chamada Karatê. Para Funakoshi, um
estrangeiro, apresentar sua arte para o rei, foi o salto que ele esperava.
Depois desta apresentação, o Karatê e Funakoshi teriam o reconhecimento
dos japoneses e a introdução em Universidades, escolas e grandes indústrias, foi o
resultado de trinta anos de luta, de um grande mestre e sua arte marcial.
Mas, ainda faltava uma escola de Karatê em Tókio, e em meados de 1938,
quando Funakoshi tinha 71 anos, foi inaugurada a primeira escola de Karatê do
Japão, onde seus alunos penduraram sobre a porta, uma placa com a inscrição:
Shoto-Kan, que significa “a sala de Shoto”. Shoto era o apelido de Funakoshi e
Shoto-Kan foi o nome da primeira escola de Karatê do Japão.
No Brasil, o Karatê desembarcou junto com os primeiros japoneses no estado
de São Paulo, entre 1950 e 1957, a primeira escola de Karatê surgiu na Vila
Prudente, onde os amigos da Universidade Takugi, os imigrantes Juichi Sagara,
Yassutaka Tanaka, Sadamu Uriu e Tetsuma Higashino ministravam aulas de Karatê
Shotokan.

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Em 1957, no Estado da Bahia, quando o japonês Eisuki Oishi, com apenas 19
anos e não sendo faixa preta foi considerado o precursor no estado. Sua atuação
inicia no Karatê Denílson Caribe, o famoso: karateca baiano.
Atualmente, o Karatê, se tornou um esporte praticado em todo o mundo, por
homens e mulheres de todas as idades, que buscam na modalidade, uma melhor
qualidade de vida ou resultados em competições da modalidade.
Portanto a seguir será relatado características do Karatê.

1.2. Características do Karatê

Segundo NAKAYAMA (1978, p.11): ”O Karatê como uma arte de defesa


pessoal de mãos vazias, na qual os braços e pernas são treinados sistematicamente
e um inimigo atacado de surpresa, pode ser controlado por uma demonstração de
forca igual a que faz uso de armas reais”.
O karateca deve dominar a técnica do Kime, o autor destaca que o kime
como técnica, o praticante deve em menor tempo possível utilizar uma maior
explosão, resultando em um único golpe potente, para derrubar o adversário.
A filosofia do Karatê é focada na formação de um ser mais crítico e forte
para enfrentar os desafios que todas as pessoas encontram em seu dia a dia.
Como forma de manter e melhorar a saúde o Karatê também tem seus
benefícios: a prática regular da modalidade que proporciona o desenvolvimento da
saúde física e mental, como modalidade esportiva os eventos têm como propósito,
determinar as habilidades dos atletas, sem valorizar somente as competições e
resultados, esta prática contraria a filosofia da modalidade, onde o desenvolvimento
do caráter através do treinamento é o objetivo principal.
Segundo RATTI & WESTBROOK (2006, p.439): “A estabilidade mental para
o controle total e a extensão do poder coordenado”. Esta é a interpretação dos
movimentos, golpes básicos e os katas do Karatê, que têm como características:
velocidade, força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação, agilidade, noção espaço
temporal. Essas são qualidades necessárias para os treinamentos do Karatê.

1.3. Karatê para crianças de 7 a 10 anos

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Criança na faixa etária de 7 a 10 anos, praticante do Karatê, desenvolve
características como: velocidade, força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação,
agilidade, noção espaço temporal, e esta estimulação beneficia a coordenação viso-
motriz em crianças de 7 e 8 anos ainda em desenvolvimento, e na faixa etária de 9 e
10 anos a coordenação viso-motriz.
Na faixa etária pesquisada o Karatê participa do desenvolvimento de uma
forma global, pelas suas características motoras e pelas características sociais,
onde a disciplina, o respeito e o autocontrole são ensinados como plataforma no
desenvolvimento do caráter do praticante.
A metodologia do Karatê é direcionada para a formação de uma pessoa com
valores morais e éticos, onde o relacionamento social é de extrema importância e
seu comportamento seja sempre adequado e responsável. O praticante de Karatê
também tem como características: concentração, atenção, disciplina, respeito e
principalmente autocontrole sobre seus atos.

1.4. Características do Desenvolvimento Motrício de crianças de 7 a 10 anos

Autores como NEGRINE (1986, p.17), relatam a existe de uma relação entre
a capacidade de aprendizagem escolar e o desenvolvimento motrício, pois este
desenvolvimento é adquirido através das experiências em atividades físicas, assim
apresentam uma relação tridimensional da educação psicomotora: aspectos
biofísicos – aspectos sócio-afetivos – aspectos intelectivos.
Segundo ROSA NETO (2002, P.12), “a motricidade é a interação de
diversas funções motoras (perceptivomotora, neuromotora, psicomotora,
neuropsicomotora, etc.)”, através da estimulação motora, a criança desenvolve uma
consciência do seu corpo, de si mesma e do mundo a sua volta.
Crianças a partir de sete anos, apresentam-se na fase dos movimentos
especializados, segundo GALLAHUE citado por FERREIRA, (2005) “a fase dos
movimentos especializados envolvem a interação de um ou mais movimentos
fundamentais na execução de movimentos complexos”. Desta forma fases
anteriores do desenvolvimento motrício, em crianças, são fundamentais para o
desenvolvimento das habilidades e capacidades motoras especializadas e
esportivas.

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DASSEL e HAAG classificam como capacidades motoras: força,


velocidade, resistência e suas combinações; e qualidades motoras:
Habilidade, agilidade, mobilidade e elasticidade. (DASSEL e HAAG citado
por DARTAGNAN, 1997, p.66).

A coordenação motora segundo estes autores, cumpria a função de unir os


dois grupos.
De acordo com FONSECA (1998, p.386) “Qualquer movimento como
conduta surge como uma resposta a uma situação a resolver, quer decorrente de
situações exteriores”. Estas respostas são essenciais no dia a dia de todos, e como
acreditamos que o Karatê como forma de estimulação motrícia, através das suas
características prepara os praticantes, principalmente crianças em uma fase
importante no seu desenvolvimento motrício.
Como as características do Karatê são: velocidade, força, flexibilidade,
equilíbrio, coordenação, agilidade, noção espaço temporal, acreditamos que
crianças praticantes têm um nível superior de Desenvolvimento Motrìcio, segundo
GO TANI (2005, p.37): ”Desenvolvimento é mudança; entretanto, a representação
mais comum desse processo enfoca a estabilidade do comportamento”.
Como citado no item 1.3, crianças na faixa etária de 7 e 8 anos e 9 e 10
anos apresentam fases distintas no desenvolvimento motrício, consequentemente a
prática do Karatê desenvolve nestes praticantes, suas características conforme a
fase de desenvolvimento de cada criança. Para ROSA NETO (2002, p.37), elas
podem apresentar idade cronológica e idade motora diferentes, devido as
experiências vividas. A idade motora é o método utilizado para pontuar e avaliar os
resultados de testes motores, e a pontuação obtida revelam em meses a idade
motora. A idade cronológica é obtida através da data de nascimento da criança, e
descrita em meses.
O Karatê é uma modalidade esportiva, que envolve aspectos físicos, sociais
e morais, a formação global do praticante é um fenômeno natural na evolução do
aluno, esta pesquisa quer demonstrar que além desta formação global o Karatê é
fundamental no Desenvolvimento Motrício de crianças de 7 a 10 anos, e que sua
prática beneficia este desenvolvimento.

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Os elementos básicos da motricidade são responsáveis pelo
desenvolvimento do ser humano. Estes elementos são a motricidades fina e global,
equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e lateralidade.

A coordenação visuomanual representa a atividade mais frequentemente e


mais comum no homem, a qual atua para pegar um objetivo e lançá-lo,
para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de
transporte da mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação,
resultando em um conjunto com seus três componentes: objeto/olho/mão.
ROSA NETO (2002, p.14)

Estas manipulações normais, no dia a dia de crianças e adultos, são


conseqüências do desenvolvimento de um dos elementos básicos da motricidade
humana, a motricidade fina, que como citado acima é essencial um bom
desenvolvimento deste elemento por sua importância na vida de qualquer pessoa.
O controle de músculos e articulações de um membro superior representa
uma atividade intencional e controlada, responsabilidade da motricidade fina.
Desse modo, ROSA NETO (2002, p.15) menciona que “A coordenação
visuomotora é um processo em que existe coincidência entre o ato motor e uma
estimulação visual percebida”.
A motricidade global é responsável pelo movimento através do envolvimento
de grandes grupos musculares. O movimento motor global envolve movimentos
sinestésicos, táteis, labirínticos, visuais, espaciais, temporal. A importância da
brincadeira e dos esportes em atividades regulares de crianças é de extrema
importância no desenvolvimento motrício, alcançando assim um controle de si
mesma e uma maior qualidade, nas execuções de movimentos mais elaborados, por
envolverem grandes grupos musculares ou a combinações deles.
O equilíbrio ”É o estado de um corpo quando forças distintas que atuam
sobre ele se compensam e anulam-se mutuamente”. (ROSA NETO 2002, p.17)
Este elemento é de grande importância na qualidade do movimento, a falta
de equilíbrio estático e dinâmico resulta em um maior gasto energético, aumenta o
nível de estresse e esta ligado diretamente a outros elementos do desenvolvimento
motrício humano. Sendo assim, o autor destaca que “O equilíbrio é a base primordial
de toda ação diferenciada dos segmentos corporais”.

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O esquema corporal é denominado: uma organização das sensações
relativas ao próprio corpo faz conexão com vários dados do mundo exterior. É a
construção, de um modelo de postura, de nós mesmos, a relação entre a imagem do
corpo e da personalidade de uma pessoa com o meio.

A imagem corporal como resultado complexo de toda a atividade cinética,


sendo a imagem do corpo a síntese de todas as mensagens, de todos os
estímulos e de todas as ações que permitam à criança se diferenciar do
mundo exterior e de fazer do “eu” o sujeito de sua própria existência. ROSA
NETO (2002, p.21)

O espaço físico, o espaço psicológico, dados sensoriais e perceptivos


relativos ao espaço, que nos rodeiam, nos informam, sobre as relações entre os
objetos que ocupam o espaço. O autor relata que organização espacial, ao mesmo
tempo, exige, tanto da estrutura de nosso próprio corpo, como da natureza do meio
que nos rodeia e de suas características.
A visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato, participam em certa
medida na percepção espacial, ROSA NETO (2002, p.21) ”A orientação espacial
designa nossa habilidade para avaliar com precisão a relação física entre nosso
corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no curso de deslocamentos”.
O conhecimento da ordem e da duração, o sistema cultural de referências
gerais como: horas, dias, semanas, meses e anos, a percepção e memória da
sucessão e da duração dos acontecimentos, estas noções são de responsabilidade
do elemento organização temporal.

A consciência do tempo se estrutura sobre as mudanças percebidas


independentemente de ser sucessão ou duração, sua retenção esta
vinculada à memória e à codificação da informação cotidiana nos
acontecimentos. ROSA NETO (2002, p.21)

Quando menciona-se a lateralidade, pode-se indicar que a maioria dos


autores determina que é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do
corpo: mão, olho, ouvido, perna. Estas especialidades são de responsabilidades de
um dos hemisférios cerebrais, quanto ao tratamento da informação sensorial ou
quanto ao controle de certas funções.

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A lateralidade como predominância de um dos dois hemisférios auxilia na
iniciativa da organização do ato motor, que acarretará a aprendizagem e a
consolidação das praxias. (ROSA NETO, 2002)

Os vastos campos do estudo do movimento, na evolução da pessoa


humana, estão ligados a todas as multiplicidades do seu comportamento,
não só no desenvolvimento das suas potencialidades, mas também nos
processos cognitivos da sua maturação integrativa superior. FONSECA
(1998, p.164)

Percebe-se também que as crianças que recebem estímulos motrícios,


apresentam também uma resposta cognitiva mais eficiente, e será no futuro uma
pessoa crítica e com relações sociais mais sólidas.

2. METODOLOGIA

2.1. Tipo de pesquisa

A pesquisa apresentada é experimental, segundo pesquisas da UNIBERO,


há um alto nível de controle da situação, podendo isolar todas as estruturas de
qualquer interferência do meio exterior, gerando maior confiabilidade em seus
resultados. Mesmo assim ela é flexível, podendo dar inúmeras respostas diferentes
a problemas diferentes com um experimento apenas. São de caráter qualitativo, por
compreender que analisa-se a qualidade do movimento apresentado pelos grupos
pesquisados e quantitativo por demostrar em dados numéricos os resultados da
escala de desenvolvimento de Rosa Neto.

2.2. Amostra

A amostra constitui-se de dois grupos de 15 crianças na faixa etária de 7 a


10 anos para melhor mensuração dos dados e comparação entre eles. Um grupo
experimental (G1) são de praticantes do Projeto Karatê de Campo Magro, e o grupo
de controle (G2) de alunos da rede municipal de ensino que não praticam nenhuma
atividade esportiva orientada, totalizando 30 criançcas de 7 a 10 anos pesquisadas.

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2.3. Instrumento de medida

O instrumento de medida consta da Escala de Desenvolvimento Motor –


E.D.M de Rosa Neto que encontra-se anexo. A Escala de Desenvolvimento Motor
segundo ROSA NETO (2002, p.31), “Compreende um conjunto de provas muito
diversificadas e de dificuldade graduada, conduzindo a uma exploração minuciosa
de diferentes setores do desenvolvimento”, aplicando testes motores nas áreas:
motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização
espacial e organização temporal com o objetivo de classificar dentro da escala de
desenvolvimento os resultados de cada aluno, e determinar o seu perfil motor
através de reprodução gráfica, colocando em evidência os pontos fortes e fracos de
cada individuo, facilitando a comparação dos resultados dos grupos pesquisados.

2.4 Procedimentos para coleta de dados

Foi aplicada a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto para o grupo


experimental (G1) praticantes de Karatê, e para o grupo de controle (G2) estudantes
da rede municipal de ensino de Campo Magro.
Antecipadamente, foi preparado o lugar e os materiais para a realização dos
testes, durante os testes e procedimento de avaliação os dados foram coletados em
folha resposta (modelo em anexos), o protocolo da E.D.M. foi aplicado conforme
determinado pelo autor e os resultados foram classificados conforme as tabelas da
E.D.M. (em anexos).
Foram consideradas as variáveis das idades motoras - IM (positivas e
negativas) e Escala de desenvolvimento.
Foram aplicados os testes da Escala de Desenvolvimento Motor - EDM no
grupo experimental (G1) no dia17/05 e o grupo de controle (G2) no dia 24/05.

2.5 Tratamento estatístico

Realizado no Excel 2003, Windows XP foi utilizado para a verificação de


diferenças existentes entre os grupos de amostra nas variáveis qualitativas e

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quantitativas. A utilização da estatística descritiva, mediante as análises das
freqüências simples e percentuais, representados em gráficos com barras e pizza.

3. ANÁLISES DOS RESULTADOS

Os resultados apresentados pelo grupo experimental (G1) demonstraram-se


positivos nas áreas de motricidade fina – IM1, motricidade global – IM2 e equilíbrio –
IM3 em relação ao grupo de controle (G2). Em 73% das crianças do G1
apresentaram idade motora positiva nas três áreas. Em 66% das crianças
pesquisadas no G1, apresentaram idades negativas nas áreas de esquema corporal
- Im4, organização espacial – IM5 e organização temporal – IM6. A média de idade
dos componentes do G1 é de 9 anos ou 108 meses.
O grupo de controle (G2), apresentou resultados melhores do que o grupo
experimental (G1) nas áreas de organização espacial – IM5 e organização temporal
– IM6, mas 66% das crianças do G2 apresentaram idades negativas, mas superiores
do que o grupo G1, pela sua média de idade 8.4 anos ou 100 meses.
As variáveis desta pesquisa serão representadas no gráfico 01 pelas
seguintes siglas: motricidade fina – IM1, motricidade global – IM2, equilíbrio – IM3,
esquema corporal - Im4, organização espacial – IM5 e organização temporal – IM6.
E os resultados obtidos serão e apresentados em meses como demonstrado no
gráfico abaixo.

GRÁFICO 01 – VALORES DAS VARIÁVEIS DAS IDADES MOTORAS,


COMPARATIVO ENTRE GRUPO EXPERIMENTAL (G1) E GRUPO DE CONTROLE
(G2) EM MESES.

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140
Áreas motoras siglas
120
Motricidade fina IM1
100
Motricidade global IM2
80 G1

60 G2 Equilíbrio IM3

40 Esquema corporal Im4


20 Organização espacial IM5
0 Organização temporal IM6
IM1 IM2 IM3 IM4 IM5 IM6

Os bons resultados obtidos nas áreas de motricidade fina – IM1, motricidade


global – IM2 e equilíbrio – IM3 pelo grupo experimental não são nenhuma surpresa,
já que são características do Karatê, como citado no item 1.2., fica então
comprovada nesta pesquisa a influência do karatê no desenvolvimento destas áreas
motoras no grupo experimental (G1).
A motricidade fina na rotina das pessoas é de extrema importância nas
atividades diárias de todas. ROSA NETO (2002, p.14), “A coordenação visuomanual
representa a atividade mais freqüente e mais comum no homem, a qual atua para
pegar um objeto e lança-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc“.
A motricidade global, é uma área motora que esta relacionada com outras
áreas no desenvolvimento das crianças e em sua maturação dos centros nervosos.
A influência do karatê nesta área motora é muito importante no processo de
desenvolvimento motrício dos praticantes, citado por ROSA NETO (2002, p.16), “O
movimento motor global, seja ele mais simples, é um movimento sinestésico, tátil,
labiríntico, visual, espacial, temporal e assim por diante“.
A importância do equilíbrio no Karatê fica evidente nos resultados obtidos
pelo grupo experimental (G1) nos testes motores da área motora de equilíbrio, como
é uma das características da prática do Karatê, não foi nenhuma surpresa um
melhor resultado do que o grupo de controle (G2). O relato de NAKAYAMA (1978, p.
96), “Sem equilíbrio, nenhuma técnica consegue ser eficaz e tampouco se pode

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assumir uma posição para a técnica seguinte. E a defesa contra o ataque fica
impossível”.
Na área de esquema corporal – IM4, os maus resultados obtidos pelo grupo
experimenta (G1) demonstram uma deficiência na metodologia utilizada pelo Karatê
nesta área motora, as crianças com uma média de idade de 108 meses, obtiveram
uma idade motora na área de esquema corporal de 96.8 meses. Comprovando
assim que o Karatê, utilizando esta metodologia tradicional, não influência no
desenvolvimento desta área motora, demonstrando desta forma a necessidade de
enfatizar uma maior importância para essa área motora na metodologia de crianças
na faixa etária pesquisada.
Os melhores resultados do grupo de controle (G2) nas áreas de organização
espacial – IM5 e organização temporal – IM6, demonstram a deficiência do grupo
experimental (G1) por serem alunos iniciantes, com apenas um ano de treinamento,
onde a repetição de movimentos e a falta de combates são características desta
fase de aprendizagem do Karatê. Estas conclusões, influenciaram nos resultados
das idades positivas e negativas, como também na classificação da E.D.M., como
pode ser visto nos gráficos a seguir.
A média de idade dos componentes do G1 é de 9 anos ou 108 meses. Onde
46.6% apresentaram idade positiva e 53.3% apresentaram idade negativa.
O gráfico 02 e 03 apresentarão os resultados das idades motoras positivas e
negativas do grupo experimental (G1) e do grupo de controle (G2). A idade motora é
procedimento aritmético para pontuar e avaliar os resultados dos testes. A
pontuação assim obtida expressa em meses é a idade motora.
O resultado entre a diferença da idade motora geral (IMG), obtido nas provas
motoras durante a aplicação da Escala de Desenvolvimento Motor e a idade
cronológica (IC) irá demonstrar segundo o autor a idade positiva caso o número for
positivo e a idade negativa caso o número for negativo.

GRÁFICO 02 - PERCENTUAL DAS IDADES POSITIVAS E NEGATIVAS DO G1.

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G1

idade positiva
46.6%
idade negativa
53.3%

O grupo de controle (G2) exibiu uma idade motora em média de 8.4 anos ou
100 meses, onde 73.3% aparecem com idade positiva na E.D.M. e 26.7%
apresentaram idade negativa.
O gráfico 03 apresenta os resultados das idades motoras positivas e
negativas do grupo de controle (G2).

GRÁFICO 03 – PERCENTUAL DAS IDADES POSITIVAS E NEGATIVAS DO G2.

G2

idade positiva
73.3%
idade negativa
26.7%

A diferença entre a média de idade dos dois grupos, é pequena para um


resultado expressivo, em relação à idade positiva e negativa exibida pelos
resultados, detectando assim um resultado inferior do grupo experimental (G1) em
relação ao grupo de controle (G2).

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Em 53.4% dos casos do G1, encontram-se dentro da classificação da
Escala do Desenvolvimento Motor – E.D.M. no estágio normal médio, 6.6% no
estágio normal alto e 6.6% no estágio superior, apresentando resultados
semelhantes ou superiores relacionados à média de idade do grupo. E 33.4% dos
pesquisados apresentam resultados dentro da média de idade, mas abaixo do
satisfatório.
O resultado melhor do grupo de controle (G2) nas idades motoras positivas e
negativas, é devido à proximidade da idade cronológica das crianças com os
resultados dos testes motores em todas as áreas motoras. O grupo experimental
não foi tão bem nas áreas de esquema corporal - Im4, organização espacial – IM5 e
organização temporal – IM6, resultando desta maneira em piores resultados nas
idades positivas e negativas na Escala de Desenvolvimento Motor.
A seguir, apresentarei nos gráficos 04 e 05 a classificação dos resultados da
E.D.M. dos grupos experimental (G1) e grupo de controle (G2) segundo os
resultados da subtração entre a idade motora geral (IMG) e a idade cronológica (IC).

O grupo experimental (G1), apresentou 53.4% dos pesquisados


classificados na fase do desenvolvimento normal médio, 6.6% classificados na fase
de desenvolvimento normal alto, 6.6% classificados na fase de desenvolvimento
superior. O mau resultado do grupo experimental (G1) fica evidente em 33.4% dos
pesquisados que se apresentam na classificação normal baixo.

GRÁFICO 04 – RESULTADO DA CLASSIFICAÇÃO ESCALA MOTORA DA E.D.M.


DO G1.

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G1

normal baixo
33.4%
normal médio
53.4%
normal alto 6.6%

superior 6.6%

O grupo de controle (G2) apresentou 93.4% dos pesquisados classificados


na fase do desenvolvimento normal médio e 6.6% na fase de desenvolvimento
superior segundo a Escala de Desenvolvimento Motor – E.D.M., como representado
no gráfico 05.

GRÁFICO 05 – RESULTADO DA CLASSIFICAÇÃO ESCALA MOTORA DA E.D.M.


DO G2.

G2

normal médio
93.4%
superior 6.6%

Novamente o grupo de controle (G2) teve resultados melhores do que o


grupo experimental (G1), onde o grupo de controle (G2) não teve nenhum
pesquisado que se encaixe dentro da fase de desenvolvimento normal baixo, já o

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grupo experimental (G1) apresentou 33.4 % dos pesquisados nesta fase de
desenvolvimento.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal desta pesquisa foi concluído, o Karatê exerce influência


no desenvolvimento motor dos praticantes pesquisados nas áreas motoras de
motricidade fina, motricidade global e equilíbrio, obtidos pelo grupo experimental
(G1). Já nas áreas de esquema corporal, organização espacial e organização
temporal, os resultados ficaram abaixo do esperado que o grupo de controle e da
idade cronológica dos integrantes do grupo experimental (G1), segundo a
metodologia utilizada para a aplicação dos testes. Rosa Neto, autor da E.D.M.,
afirma que os testes motores devem ser realizados com sucessos pelos
pesquisados a partir de sua idade cronológica, os maus resultados obtidos pelo
grupo experimental nos testes de esquema corporal, organização espacial e
organização temporal, resultaram na conclusão de uma influência deficiente do
Karatê nestas áreas motoras durante a realização da bateria de testes. Desta
forma, a utilização de uma metodologia mais adequada nesta faixa etária, pode ser
uma maneira de correção desta deficiência do Karatê e uma sugestão para a
realização de futuras pesquisas que visam solucionar as deficiências apontadas pela
pesquisa nestes seguimentos.
Sugiro a realização de novas pesquisas que possam minimizar as
deficiências apresentadas pelo Karatê nas áreas de esquema corporal, organização
espacial e organização temporal. A conscientização, informação e instrução dos
profissionais de Karatê poderá ser uma solução para a falta de estimulação motrícia
para crianças em suas aulas, a partir de melhor planejamento e de novas
metodologias a serem utilizadas.
Esta pesquisa foi importante para o Karatê, no apontamento de deficiências
em sua metodologia e planejamentos de aulas. O desenvolvimento motrício nesta
fase de desenvolvimento do ser humano e de extrema importância, onde qualquer
modalidade esportiva deve apresentar influências positivas para formação de uma
criança mais preparada para o desenvolvimento físico e cognitivo.

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5. REFERENCIAL BIBLOGRÁFICO

A PRIMEIRA exibição atlética


KARATÊ chega ao Japão

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Alegre, 2002.

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