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Homem e mulher: a parelha consciencial

Walter S. Barbosa1
Por que nos relacionamos? Segundo os sociólogos, vivemos juntos para facilitar a
existência neste mundo, dividindo esforços na produção de utilidades. Relacionamento é só
isso? Bem mais. Na prática, contudo, vivemos juntos mas “ilhados” em nós mesmos, de
maneira competitiva até no encontro mais íntimo de todos: entre o homem e a mulher.
Onde está a matriz da sociedade? Na família, com seus pilares “macho e fêmea”. Aí se
estabelecem as condições ideais – material, biológica, psíquica – para a vinda de uma nova
consciência a este mundo, o filho. Além da ligação cármica, ele traz as características
genéticas do pai e da mãe, assim como o Filho é encarnação de Deus, o todo poderoso Pai-
Mãe. Essa idéia encontra-se na base da “Santíssima Trindade” cristã, assim como na egípcia
(Osíris, Ísis e Hórus) e em outras mais.
Cumprindo os desígnios da natureza sob a força dos hormônios, lado a lado o homem e a
mulher vão desenvolver a consciência do Andrógino Divino, latente nos dois.
Partilhando energias, anseios, vibrações, a mulher trabalha em si o Poder do Amor
(realização no coração), estimulando-o no parceiro, enquanto o homem trabalha o Poder do
Pensamento (realização no intelecto), estimulando-o na mulher. Se conscientes disso,
colaboram entre si – em lugar de competir ou criticar – caminhando para a realização final no
Eu, e não na “relação”, nas posses ou na família (meros suportes para chegar ao Eu).
Quanto ao filho, obterá o conhecimento inicial de sua própria identidade nos pilares
macho-fêmea. O que ocorrerá se esses pilares não estiverem lá, ou forem distorcidos?
A realização feminina no coração desenvolve a sensibilidade, o conhecimento do outro. A
realização do homem no intelecto desenvolve a razão, o conhecimento das coisas.
Desenvolver é palavra-chave, significando tirar o envoltório que esconde algo, provavelmente
existindo muitos homens e mulheres já com essas qualidades no mundo. O objetivo final é
sempre o conhecimento do Eu, onde o desenvolvimento total do Ser leva ao supremo Poder da
Vontade, superando fraquezas e possibilitando-nos agir em todos os planos.
O Eu é Deus, a Consciência Pura, dividida em espírito e matéria, base da relação macho-
fêmea. Daí nosso anseio de “completude”, buscando fora o que está dentro. Ao encarnar no
sexo atual, a missão é aprofundar a lição desse corpo. Negá-lo, incluindo a identidade sexual, é
como voltar ao útero materno e ficar lá, dizendo “Não, não, não”. Um atraso consciencial,
como toda negação. Outra perda é agir no corpo inconscientemente, pela força do pensamento
(criadora ou destrutiva, conforme nossa escolha), gerando um problema que pode se arrastar
por séculos no “átomo permanente físico” (matriz do corpo na encarnação futura).
Texto recente de Luís F. Veríssimo fala da “superioridade da mulher”. Desde pequena ela
brinca de boneca, pensa em amor, relacionamentos. Já o garoto se diverte com games
violentos, competição e outras inclinações que embasam problemas no mundo. Cultura
machista? Pode ser. Mas, como é que no reino animal os machos ganham as fêmeas e seu
próprio território? Nossas tendências de “gênero” têm muito da herança animal. Como as
fêmeas animais, as humanas defendem suas crias até contra o próprio macho.
Exceto para os que estão buscando atalhos evolutivos – por meio da meditação, do
autoconhecimento – a humanidade ainda tem muito chão pela frente. Estamos pouco além da
metade desse caminho, segundo Helena Blavatsky (A Doutrina Secreta). Quando superarmos
as tendências instintivas da relação macho-fêmea, realizando também a meta da raça humana –
que pode ser a Intuição, a Fraternidade Universal – o que acontecerá?
Jesus nos mostra isso, encarnando o Amor-Sabedoria – união da inteligência com o amor
– sob o comando do poder inflexível da vontade. Um Homem-Deus.
1
Membro da Sociedade Teosófica e da Universidade Livre para a Consciência.

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