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"Relatório sobre o

Desenvolvimento Mundial 1993


Investindo na Saúde

Resumo

Banco Mundial
Washington; D: C. ~
Copyright 01993 Banco Internacional
para Remnstruçáo e Desenvolvimento / Banco Mundial
1818 H Street, N.W.
Washington, 0-.C. :w433, E.U.A.

Impresso nos Estados Unidos da América


Primeira impressão: junho de 1993

Texto impresso em papel reciclado conforme o American National


Standard for Permanece of Paper for Printed Library Materials, Z39.49-1984.

Este resumo é reproduzido da edição de 1993 do R~latário sobre o Desenvolvimmto Mundial,


publicado pela Oxford University Press para o Banco Mundial. O Relatório é um estudo realizado
por funcionários do Banco, e os juízos nele contidos não expressam necessariamente
os pontos de vista da Diretoria Executiva ou dos governos nela representados. O mapa
da capa, que mostra as oito regiões demográficas utilizadas na análise do Relatório,
procura transmitir a impressão da melhoria geral nas condic;ões de saúde verificada em
todo o mundo durante os últimos quarenta anos.

Este Relatório foi preparado por uma equipe chefiada por Dean T. Jami1011 e int~da por JOlé-Luis BobadiUa, Robert
Hecht,KcnnethHill,Philip Musgrove,HelenSaxenian,Jee-Pen Tane,a tempoparcial,Seth BerkleyeChristopherJ.I.. Murray.
Anthony R. Measham preparou e CX>Ordenou as contribuições do Departamento de População, Saúde e Nutrição do Banco.
Susan Cochrane, Thomas W. Merrick, W. Henry Moaley, Alexander Preker, Lan Prtichett e Michael Walton ofei-eceram
valimas contribuições. A amsiderável contribuição da Organização Mundial da Saúde para o Relatório foi coordenada por
um Comitê Especial presidido por Jean-Paul Jardel. Em todos os estágios da preparação do Relatório, contamos com valima
orientação do Comitê Consultivo, presidido por Richard G.A. Feachem. A lista dos membros desses a,mitês aparece nos
Agradecimentos. Peter Cowley, Anna E. Maripuu, Barbara J. McKiMey, .Karima Saleh e Abdo S. Yazbec:k atuaram como
assistentes de pesquisa, e a equipe amtou a,m o auxfliodos estagiárim Lecia A. Brown, Caroline J. Cook,Anna Goda! e Vito
Luigi Tanzi. O trabalho foi exemtado sob a direção geral de Lawrence H. Summers e Nancy Birdsall.
Muitm outrm, dentro e fora do Bana, Mundial,.ofereceram obeervaçães e contribuições valimas (ver Nota bibliográfica).
O Departamento de Economia Internacional do'Banco contribuiu para o apêndice de dadm e foi responsável pelm
Indicadores do Desenvolvimento Mundial. Do quadro de produção do Relatório fizeram parte AM Beasley, Stephanie
Gerard, Jane Gould, KcMeth Hale, Jeffrey N. Leclcsell, Nancy Levine, Hugh Nees, .Kathy Rmen e Walton Rmenquilt. O
quadro de apoia foi chefiado por Rhoda Blade-Charest e amtou com a participação de Laitan Alli e Nyambura .Kimani.
Trinidad S. Angeles atuou a,mo assistente administrativa, John Browning foi o editor principal e Robert Pennant-Rea editou
dois capítulm.
A preparação do Relatório foi enonnemente ajudada por contribuições dos participantes numa série de consultas e
seminárim; m temas e nomes dos participantes aparecem nos Agradecimentm. A consulta não teria sido pouivel HIii a
cooperação financeira das seguintes organizações, cuja asaistência calormamente agradec:emm: a Agência Canadense para
o Desenvolvimento Internacional (CIDA), a Agência Dinamarquesa pua o Desenvolvimento Internacional (DANIDA), a
Edna McConnell Oark Foundalion, o Ministro das Relações Exteriores da Noruega, a Fundação Rockefeller, a Swiss
Development Cooperalion,a Agência dm Estados Unidm para o Desenvolvimento Internacional,a Oveneas Development
Administration do Reino Unido, a Divisão de Saúde Ambiental e o Prognma Especial de Pesquisa e Treinamento em
Doençu Tropicais da Organização Mundial da saúde. A OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância amtribuíram
para a preparação dm apêndices estatísticos. Três instituições acadêmicas - o Centro de Estudos de População e
Desenvolvimento de Harvard. a Escola de Hi11;iene e Medicina Tropical de Londres e o Instituto Tropical Suíço -
Ptéf4cio·
O Relatório soou o Desmvólvimento Mundiàl1993; infantil nos j,aísés em desenvolvimento fosse re-
décimo sexto desta•sérieanual, examma·as influ- duzida: ao· nível que se observa nos países de alta
.ências recíprocas entre a saúde humana, a política ,; . .rerida, diminúiria em 11 nülhões o número de
de saúde.e o· desenvolvimento econômico. Os três · cr'iànçasque morrem por ano.) Ademais, um nú-
relatórios mais.recentes ~.sobre o meio ambiente, mero crescérite de países em desenvolvimento está
·éstratégias de desenvolvimento e a pobreza - cómeçarido a enfrentar os problemas da alta dos
apresentaram umavisão panorãmicà dás metas e custos dos sistemas de saúde que atualmente se
meios do desenvolviménto. O Relatório deste ãrio, · verifiêa nos países de alta renda.
sobre saúde, como o do ano próximo, sobre ü:úra- · O Relatório propõe um enfoque da política ofi-
estrutura, examina de maneira aprofundada. um . cial para melhória da saúde nos países em desen-
setor único no qual têm particular importância o volvimento por três ângulos. Primeiro, será neces-
financiamento público e a política oficial. sárió que, ós govemós promovam um ambiente
Países situados em todos os níveis de.. renda econômico que possibilite às famílias a melhoria
acusaram grandes avanços na área da saúde; Em- da sua própria saúde. É indispensável que haja
bora uma proporção inaceitavelmente elevada das políticas de cteséimento (inclusive, quando neces-
crianças do mundo em desenvolvimento - uma sário, políticas· de ajustamento econômico) que
em cada dez-morra antes de chegar aos 5 anos de assegurem um aumento da renda dos pobres. É
idade, esse número é inferior à metade do que se igualinenle essencial uma expansáo dos investi-
registravá em 1960; Com os decliníos da pobreza, mentos em instrução escolar, particularmente de
tomou-se possível às familias aumentar o consu- meninas.
mo de alimentos, água pura e habitação, necessá- Segundo, os gastos do governo na área da saúde
rios para a boa saúde. Com a elevação dos níveis de devem ser reorientados para programas mais eco-
instrução, tomou-se maior a capacidade das pes- nômicos, que façam mais em benefício dos pobres.
soas de aplicar novos conhecimentos científicos Os gastos governamentais perfazem metade dos
para promover a sua própria saúde e a de suas USS168 bilhões em despesas anuais com saúde
famílias: Os sistemas de saúde puderam atender à nos países em desenvolvimento. Uma proporção
demanda de uma melhoria das condições sanitá- excessivadessemontanteéconsumidaematenção
rias mediante uma expansáo da disponibilidade especializada em instalações terciárias que poucos
de serviços que oferecem intervenções cada vez ganhos oferecem em relação ao dinheiro gasto.
mais potentes. Muito pequena é a proporção destinada a progra-
Os países em desenvolvimento, e especialmen- mas de baixo custo e altamente eficientes, como o
te os pobres que neles vivem, continuam, porém, controle e tratamento das doenças infecciosas e da
sofrendo uma pesada carga de doenças, grande desnutrição. Os países em desenvolvimento pode-
parte das quais podem ser prevenidas ou curadas riam, no seu conjunto, reduzir em 25% o ônus das
sem grandes gastos. (Se a taxa de mortalidade doenças - o equivalente a evitar mais de 9 mi-

ili
!hões de óbitos infantis - reorientando para pro- Permito-me consignar meu reconhecimento à OMS
gramas de saúde pública e serviços clínicos essen- e aos numerosos membros dos seus quadros que,
ciais cerca de metade, em média, das despesas a nível global e regional, facilitaram essa parceria.
governamentais atualmente aplicadas em servi- O Relatório beneficiou-se consideravelmente da
ços pouco efetivos em relação ao seu custo. ampla experiência técnica da OMS. A partir da
Em terceiro lugar, será necessário que os gover- concepção do Relatório, a OMS teve ativa partici-
nos promovam maior diversidade e concorrência pação, proporcionando dados sobre diversos as-
no financiamento e prestação de serviços de saú- pectos do desenvolvimento da saúde e subsídios
de. O financiamento de medidas de saúde pública sistemáticos em muitas consultas técnicas. A sua
e serviços clínicos essenciais pelo governo deixaria contribuição mais significativa terá sido, talvez,
a cobertura dos serviços clínicos remanescentes umaavaliaçãoconjuntadoônusmundialdasdoen-
para o financiamento privado, via de regra com ças, a qual constitui um elemento chave do Relató-
mediação de seguros ou da previdência social. A rio. Espero que a colaboração entre o Banco Mun-
regulamentação oficial pode fortalecer os merca- dial e a OMS tenha continuidade na discussão e
dos de seguros privados pela melhoria dos incen- implementação das mensagens contidas nesta
tivos a uma cobertura ampla e ao controle de publicação. O Eundo das Nações Unidas para a
custos. Mesmo no caso de serviços clínicos com Infância (UNICEE), várias entidades bilaterais e
financiamento público, os governos podem esti- outras instituições contribuíram com os seus co-
mular a concorrência e a participação do setor nhecimentos especializ.ados, e o Banco Mundial
privado na prestação de serviços e ajudara melho- também lhes manifesta o seu agradecimento. O
rar a sua eficiência mediante a geração e divulga- reconhecimento de contribuições específicas é fei-
ção de ~rmações essenciais. A combinação des- to noutra parte do Relatório.
sas medidas melhor,ará os resultados pata a saúde Como nos anos passados, a edição de 1993 do
e conter os gastos, aUJI\entando ao mesmo tempo a Reuitário sabre o Desenvolvimento Mundial inclui
satisfação dos consumidores. . Indicadores do Desenvolvimento Mundial que
Como já mostrou a experiência de vários países· oferecem uma coletânea de dados estatísticos so-
em desenvolvimento,.é, possível a realiz.ação de ciais e econômicos sobre 127 países. O Relatório é
reformas significativas na política de Sáúde. A · um estudo realizado pelo quadro técnico do Banco
- comunidad~doadora pode ajudar, financiando os e os pontos de vista nele expressos não refletem
custos.transitóri95 damudança,especialmente nos necessariamente as opiniões da Diretoria ou dos
países de baixa, re.nda. As reformas delineadas governos que os seus membros representam.
neste Relatório traduzir-s~o em vidas mais lon-
gas, mais sadias e mais~produtivas em todas as
. partes do mu11do, e especialmente para mais de l
bilhão de pobres. Lewis T. Preston
, , , A Organiz,ação Mundial da Saúde (OMS) este- Presidente
. v~ plenamente associada ao Banco Mundial em Banco Mundial
todit!õ as etapas d.a preparação deste Relatório. 31 de maio de 1993

iv
,f-:...

Sumário do,
Relatório ·sàbre o Desenvolvimento Mundial
1993
Definições e notas sobre os dados

Panorama
Sistemas de saúde e seus problemas
Os papéis do governo e do mercado na saúde
Políticas oficiais para atingirá saúde para todos
Melhoria do ambiente económico para famfüas com boa saúde
Investimento em saúde pública e serviços clínicos essenciais
Reforma dos sistemas de saúde: promovendo a diversidade e a concorrência
Agenda para a ação

1 A saúde nos países em desenvolvimento: sucessos e desafios


Por que a saúde é importante
Registro do sucesso
Medindo o ônus das doenças
Desafios para o futuro
Lições do passado: explicação dos declínios da mortalidade
O potencial para uma ação efetiva

2 A familia e a saúde
A capacidade da famfüa: renda e instrução formal
Políticas para fortalecer a capacidade das famílias
Que se pode fazer?

3 Os papéis do governo e do mercado na saúde


Despesas de saúde e seus resultados
Fundamentos racionais da açãc:> do governo
Real valor do dinheiro em saúde
Política sanitária e o desempenho dos sistemas de saúde

4 Saúde pública
Serviços de saúde baseados na população
Regime alimentar e nutrição
Fecundidade
Reduzindo o abuso do fumo, do álcool e das drogas
Influências ambientais sobre a saúde
SIDA: uma ameaça ao desenvolvimento
O esquema essencial de saúde pública

V
5 Serviços clínicos
Financiamento público e privado de serviços clínicos
Definição e financiamento do esquema clínico essencial
Seguro e financiamento de serviços clínicos optativos
Prestação de serviços clínicos
Reorientação de serviços clínicos e o futuro

6 Insumos para a saúde


Realocação de investimentos em instalações e equipamento
Equacionando os desequilíbrios de recursos humanos
· Melhoria da seleção, aquisição e utilização de medicamentos
Geração de informações e fortalecimento da pesquisa

7 Agenda para a ação


Reforma da política de saúde nos paises em desenvolvimento
Assistência internacional para a saúde
Enfrentando os desafios da reforma da política de saúde

Agradecimentos

Nota bibliográfica

Apêndice A. Dados sobre população e saúde

Apêndice B. O ônus global das doenças, 1990

Indicadores do Desenvolvimento Mundial

vi
Panorama
Nos últimos 40 anos, a esperança de vida acusou anos, 7 milhões de adultos morrem em condições
um aumento maior do que em todo o período .. que poderiam ser evitadas ou curadas sem gran-
anterior da história da humanidade. A esperança des gastos; só a tuberculose causa 2 milhões desses
de vida nós países em desenvolvimento, que era óbitos. ·eerca de 400.000 mulheres morrem em
de 40 anos ém 1950, havia subido para 63 anos em conseqüência direta de complicações da gravidez
1990. Em 1950; de cada 100 crianças, 28 morriam e do parto. Os coeficientes médios de mortalidade
antes do seu quinto aniversário; em 1990, a cifra materna são 30 vezes maiores nos países em de-
•havia ~do para 10. A varíola, que matava mais de senvolvimento do que nos países de alta renda.
5 milhões pessoas por ano nos primeiros anos da Embora se hajam registrado melhoramentos da
década Q.e 50, está· inteiramente. erradicada. As saúde nos países mais pobres, o ritmo de progresso
vacinas reduziram drasticamente a ocorrência de tem sido desigual. Em 1960, em Gana e na Indoné-
sarampo e poliomielite. l:.sses melhoramentos tra- sia, aproximadamente uma de cada cinco crianças
duzem-se não somente em ganhos diretos e signi- morria antes de chegar aos 5 anos - uma taxa de
ficativos de bem-estár como também reduzem o · mortalidade infantil típica de muitos países em
ônus econômico imposto por trabalhadores debili- desenvolvimento. Em 1990, a taxa na Indonésia
tados e doentes ou crianças ausentes das escolas. caira para aproximadamente metade do nível de
Esses triunfos se verificaram em parte pelo inae- •. 1960, mas a de Gana acusara apenas pequeno
mento da renda e pelo fomento da educação em · declínio. A Tabela 1 apresenta um resumo do
todo o mundo, e em parte pelos esforços envida- progresso regional na redução da mortalidade,
dos pelos governos para ampliar serviços de saúde · entre 1975 e 1990. (A Figura 1 ilustra as regiões
que foram, ademais, enriquecidos pelo progresso demográficas utilizadas na Tabela 1 e várias ou-
tecnológico. tras partes deste Relatório.)
Apesar desses notáveis melhoramentos, conti- Além da mortalidade prematura, uma propor-
nuam existindo enormes problemas de saúde. Os ção substancial dó ônus das doenças consiste de
níyeis absolutos de mortalidade nos países em incapacitação, da paralisia infantil à cegueira e ao
desenvolvimento ainda são inaceitavelmente ele; sofrimento resultante de psicoses agudas. Para
vados:as taxas de mortalidade infantil são cerca de· medir o ónus das doenças, utilizamos neste relató-
dez vezes maiores do que as das economias de rio o ano devida ajustado por debilitações (AV AD),
mercado estabelecidas. Se as taxas de mortalidade medida que combina os anos de vida sadia perdi-
·entre crianças dos países pobres fossem reduzidas dos em conseqüência de mortalidade prematura
ao nível das que se observam nos países ricos, o com os perdidos em virtude de incapacitação.
·número de óbitos infantis diminuiria em 11 mi- De uma pará outra região, verifica-se uma enor-
lhões por ano. Quase metade dessas mortes e~itá- me variação nas perdas de AVAD per capita, devi-
veis resulta de doenças diarréicas e respiratórias, do principalmente a diferenças quanto à mortali-
agravadas pela desnutrição. Ademais, todos os dade prematura; são muito Jnenores as diferenças
As seis primeiras regiões mdicaaas na chave estão em estágios intermediários da transição demográfica.

Figure 1 Demographic regions used in this Report

.R

+. ~ +
Sub-Salwan Africa Latin America anci the Cmbbean
lndia Middle Eutmt crncent
China Fonneriy socwilt eamomies of Eurcpe
Other Alia anci wandl Establisheci marlcet ~ e s

Tabela 1 . População, indicadores econômicos é progresso em saúde por região demográfica, 1975-90
Reruill per arpita

p~ Moota crmci,,w,to Mortlllúll&U


1990 1990 00..... 1975-90 in(1111til
(,nilhõo) (,nilhõa) 1990 (,./ano) 1975 1990 1975 1990
África Subsaariana 510 7,9 510 -1,0 212 175 48 52
frtdia 850 9,3 360 2,5 195 127 53 58
CJüna 1.134, 8,9 370 7,-i 85 43 56 69
outros países e
illwdaÁ$ia 683 5,5 1.32D 4,6 135 97 56 62
América Latina
eCaribe 3,0 2.190 -0,1 104 60 62 70
Oriente Médio
aescmte 503 4,4 1.720 -1,3 174 111 52 61
,\nligas ~omiu
socialista•
da Europa (AES) 346 3,8 2.850 0,5 36 22 70 72
Economias de mercado
estabelecido (EME) · •· 798 7,1 19.900 2.2 21 u 73 76
Grupo demograficamente
em desenvolvimento" 4.123 39,1 900 3,0 152 106 56 63
AESeEME 1.144 10,9 14.690 1,7 25 15 72 75
Mundo 5.11,7 50,0 4.000 1,2 135 96 60 65
Not& Mortalidade infantil é aprobabilidàde de morrer enm o nascimento em S u\09 de idade, êXpresaa por 1.000 nascidm vivm;
esperança de vida ao nucer é o número médio de anm que uma pessoa viveria, segundou taxas de mortalidade corresponden~
à sua idade. -
, a. 0s ~ais .. : áas ttgiôes ci.e·mográricas i\rnca Su~~•nan,~, Ír.i,d-1, ,.:,.nina~ Outros paises e unas aa Asu1, Amc:nca Latina e Caribe, e
Oriente Médio Crescente.
Fonte: Renda perc:apít,,, Banco Mundial; outras categorias, Apêndice A.

2
regionais em perdas de. AVAD em 'virtude_ de mortalidade infantil e. das taxas de fecundidade
incapacitação (Figura 2). À perda tola! de AVAD imporá ·novas demandas aos sistemas de atenção
dá-se nome de ônus global das doenças. . . de saúd_e. As mortes por doenças do coração e
, O mundo tem pela frente novos e grave,S:desa- ,cãncer'devidos ao fumo provavelmente duplica-
fi~s na área da saúde. Até o ano 2DOO, o crescente rão na primeira década do próximo século, che-
tributo cobrado pela síndrome de imunodeficiência_ -. gando a 2 milhões por ano, e, a persistirem os
adquirida (SIDA ou AIDS) nos países em desen~ padrões atuais de uso do tabaco, subirão a mais de
volvimento poderia facilmente subir a màis de 1,8 ·12 milhões por ano nos países em desenvolvimen-
milhão.de mortes por ano, anulandQ décadas de ~o no segundo quartel do século XXI.
arduamente conquistadas reduções da mortalida-
de. O aumento da resistência do par~ito da malá~_ Sistemas de saúde e seus problemas
ria às drogas disponíveis poderia resulta.r_numa
. duplicação das mortes por malária, que subiria.m Embora os serviços desa úde sejam apenas um dos
a quase 2 milhões por ano dentro de um decênio. fatores que explicam os triunfos registrados, não
Com o envelhecimento das populações e a proje- há dúvida dâ importância do seu papel no mundo
ção de caras doenças não transmissíveis dos adul- desenvolvimento. Medidas de saúde pública trou-
tos e dos idosos, o rápido progresso na red~ção da xeram a erradicação da varíola e tiveram papel

O ônus d11S doenças é maior. nos países pobres, mas II inazpacitaçiió ainda é problema em todllS as regiões.

. .
Figure 2 Burden of disease attributable to prema~re mottality and disability,
by demographic region, 1990 , . . _ ..

IID Premature mortality


Disability

DALYs lost per UXXl p.opuiation


. -600,'

1.atin · China Formerly Established.


Àmm:a socialist.· market
andthe - -economies •eammnies• -
.. Cáribbean ofEurope

Soul'CII: Appendix B.

('
central na redução da. mortalidade causada por Estados Unidos gastaram 41 % do total mundial-
doenças da infância evitáveis pelá' vacinação. A mais de 12% do seu produto nacional bruto (PNB).
atenção clínica ampliada e melhorada salvou mi- Os países em desenvolvimento gastaram cerca de
lhões de vidas das dóenças infecciosas e das lesões: USS170 bilhões, ou 4% do seu PNB, com uma
Mas os sistemas de saúde têm também grandes . média de USS41 per capita- menos de metade do
.problemas que, se não forem resólvidos, dificul- montante gasto pelos países ricos.
tarão o progresso na redução do ônus da mor- Nos países de baixa renda, os hospitais e clíni-
talidade prematura e da incapacitação, e frustra- cas do governo, que dispensam a maior parte da
rão os esforços no sentido. de responder aos rto'lfos atenção médica moderna, muitas vezes são inefici-
desafios à saúde e às novas ameaças de doenças. entes, sofrendo as conseqüências de um processo
.. • Má iiloc.açiio ~ recursas. O dinheiro público é decisório altamente centralizado, consideráveis
gasto em intervenções pouco econômicas - por flutuações nas alocações orçamentárias e pouca
,,exemplo, a cirurgia na maioria dos casos de câncer motivação dos administradores de serviços e tra-
-, ao mesmo tempo que continua insuficiente o balhadores em atenção de saúde. Os provedores
financiamento de intervenções critiéas e altamente privados - principalmente organizações não-go-
efetivas pelo seu· custo,. e.orno o tratamento da - vemamentais (ONG) religiosas, na África, e médi-
tuberculose e das doenças transmitidas por conta- cos privados e práticos não licenciados, na Ásia
to sexual (DTCS). Em alguns países, um único Meridional-, muitas vezes são tecnicamente mais
hospital de ensino pode absonrer 2D% ou mais do eficientes do que o setor público e oferecem um
orçamento do Ministério da Saúde, muito embora - serviço considerado de melhor qualidade, mas
seja mais eficaz a aplicação das intervenções mais não têm apoio da política oficial. Nos países de
econômicas em instalações de nível mais baixo. baixa renda, os pobres muitas vezes perdem na
• Desigwiúúuie. Os pobres .não têm acesso a ser- área da saúde porque os gastos públicos no setor
viços básicos de saúde e recebem uma atenção de apresentamumdeddidoviésemfavordosgrupos
baíxa qualidade. Uma: pàrcela désproporcionàl urbanos melhor situados. Na Indonésia, apesar
dos gastos do governo em saúde é encaminhada dos esforços concertados do Governo para melho-
para os ricos, na forma de atenção gratuita ou rar os serviços de saúde para os pobres na década
abaixo do custo, em requintados hospitais públi- de 1980, os subsídios oficiais de saúde para os 10%
cos de atenção terciária, e seguros privados e pú- mais ricos das famílias eram ainda três vezes mai-
blicos subsidiados. ores em 1990 do que os subsídios aos 10% mais
• Ineficiênciii. Grande parte do dinheiro gasto pobres da população.
em saúde é desperdiçada: em vez de medicamen- Nos pllÍses de renda médúz, os governos freqüen-
tos genéricos, compram-se produtos farmacêuti- temente subvencionam o seguro que protege ape-
cos de marcas famosas, os trabalhadores em saúde nas os relativamente ricos - uma minoria pe-
são mal distribuídos e supervisados, e os leitos quena e abastada no caso do seguro privado na
hospitalares são subutilizados. Africa do Sul e de Zimbábue, e na América Latina,
• &plosia dos custos. Em certos países em de- a mão-de-obra industrial, que é maior e tem cober-
senvolvimento de renda média, as despesas em tura do seguro público obrigatório (o chamado
atenção de saúde estão crescendo muito mais rapi- seguro social). A maior parte da população, espe-
damente do que a renda. Um número crescente de cialmente os pobres, tem de se contentar com ser-
clínicos gerais e especialistas, a disponibilidade de viços contra pagamento imediato e direto e com
novas tecnologias médicas e a expansão do seguro serviços prestados pelo governo, grande parte dos
.saúde vinculada ao serviço contrà pagamento es- quais lhes podem ser inacessíveis. No Peru, por
tão rapidamente gerando, em conjunto, uma de- exemplo, mais de 60% dos pobres têm de viajar
manda cada vez maior de dispendiosos exames, mais de uma hora para obter atenção primária de
procedimentos e tratamentos. saúde, em comparação com menos dos 3% da
São enormes os gastos mundiais em saúde-e população que estão imis bem situados. A quali-
assim também o potencial de má alocação, desper- dade da a~nção também é baixa, são escassos os
dício e distribuição desigual dos recursos. Em 1990, medicamentos e o equipamento, os pacientes têm
em todo o mundo, os gastos públicos e privados de esperar longo tempo, as consultas médicas são
em serviços de saúde foram de aproximadamente de curta duração; e são comuns os erros de diag-
US$1.700bilhões,ou8%doprodutomundialtotal. nóstico e os tratamentos incorretos.
Os países de alta renda gastaram quase 90% desse Nas iintig11S eamamias socialistas, onde sempre
total. co~ •·ma média de TJ'S51.500 r,er amita. Só os cot?be aos governos a responsabilidade t.nto pelo

4
_, '" - . -
financiamento como pela prestação da atenção de · trazem externalidades positivas e desencorajar
saúde, esta é, em princípio gratuita; e existe lima· aqueles que têm' externalidades negativas.
ampla cgbertura da população. Isso resultou numa • A provisão de serviços de saúde econômicos
·eqüidade aparentemente maior. Na realidade, aos pobres é uma forma eficaz e socialmente acei-
porém,; os consumidores melhor situados fazem tável de enfocar a redução da pobreza. A maioria dos
pagamentos diretos e imediatos para obter uma países tem o acesso à atenção básica de saúde na
atenção melhor: cerca de 25% dos custos de saúde conta de um direito humàno. Essa perspectiva está
-na Romênia e 20% na Hungria, pQr exemplo, çor- inca,rporada na meta da conferência realizada pela
respondem ao pagamento "debaixo do pano" de Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo
produtos farmacêuticos e gorjetas aos provedores Fundo das Nações Unidas para a Infância
de atenção de saúde. Há uma ineficiência genera- (UNICEF) em Alma-Ata em 1978- "Saúde para
lizada -por ser o sistema de saúde operado pelo •,: To~os no Ano 2000" ..:.., que desencadeou o atual
governo altamente centralizado, burocrático e in- movimento da atenção primária de saúde. Os
sensível às necessidades do público. Os governos mercados privados não darão aos pobres acesso
-·,,têm-se retardàdo na reguíamentàção da seguran- adequado a serviços clínicos essenciais ou ao segu-
ça no trabalho e da poluição ambienta,!, e não ro que freqüentemente é necessário para pagar
chegaram a lançar campanhas eficazes contra for~ :e- tais serviços. Assim, justifica-se o financiamento
' mas pouco sadias de comportamento pessoal - público da atenção clínica essencial para aliviar a
especialmente o consumo 'de álcool e de cigarros. pobreza. Esse financiamento público pode assu-
Nos últimos anos;.os gastos reais dos governos em mir diversas formas: subsídios a provedores pri-
saúde caíram dramaticamente, com a transição vados e ONG que atendem aos pobres; guías que
para economias mais orientadas para o mercado: os pobres privados podem a presentar ao provedor
O setor público viu-se a, braços com episódios de sua preferência; e prestação de serviços públi-
.agudos de esc:a5&ez de medicamentos e équípa- cos aos pobres gratuitamente ou abaixo do custo.
ménto e com a falta de pessoal habilitado para • Pode haver necessidade de ação do governo
manejar instituições de saúde em fase de mudan- para compensar problemas gerados pela incertaa
ça. Disso resultou o declínio do moral do pessoal e e pelafiilêncúz do merciido de seguros. As grandes
a queda da qualidade da atenção. incertezas que envolvem a probabilidade de do-
ença e a eficácia da •tenção dão ensejo tanto a uma
Os pápéis do góvemà e do mercado na saúde intensa demanda de seguros como a deficiências
na operação dos mercados privados. Uma das
Três fundamentos racionaisda atribuição de um razões pelas quais os mercados podem operar
papel importante ao governo deveriam orienta a deficientemente é o fato de que as variações quan-
reforma dos sistema:s de saúde: to ao risco de saúde criam incentivos para que as
• Muitos serviços ligados à saúde, êomo a infor- companhias de seguros se recusem a segurar exa-
mação sobre doenças contagiosas e o seu controle, tamente as pessoas que mais necessitam do seguro
são bens públia,s. O uso de informações sanitárias · saúde-os que já estão doentes ou têm probabili-
por uma pessõa não as deixa menos disponíveis dades de adoecer. Outra está ligada ao Nrisco mo-
para serem consumidas por outros; não é possível ral": o seguro reduz os incentivos para que os
que uma pessoa se beneficie do controle de mos- individuas evitem riscos e despesas, comportan-
quitos transmissores da malária enquanto é e,i:clu- do-se com prudência, e pode criar tanto incentivos
ída outra pessoa na mesma área. Uma vez que os- comQ oportunidades para que os médicos e hospi-
mercados privados por si mesmos proporçionam tais d~m aos pacientes .mais atenção do que eles
: uma porção muito pequena dos bens públicos ,necessitam. Uma terceira razão está ligada à
cruciais para •a saúde, é necessária a intervenção · assiínetriadainformaçãoentreoprovedordeaten-
·, do governo para aumentar a disponibilidade des- ção e o paciente, no que se refere aos resultados da
ses bens. Outros serviços de saúde têm sr-ndes intervenção: os provedores tendem a aconselhar
extémalidiuks: o consumo por um indivídiJo 1Jfeta - os pac;ientes sobre a escolha de tratamento, e quan-
os demais. A imunização de uma criança reduz•- do a renda do provedor está ligada a esses conse-
transmissão do sarampo e de ou~s doenças, con- lhQ!I; isso pode resultar em tratamento excessivo.
ferindo-lhe uma extemalidade positiva. Os polui- .'Ecm "9n&eqüência destas duas últimas considera-
dores e os· motoristas que dirigem empriagados , ções, os custos sobem rapidamente nos mercados
criam externalidáges sa,nitárias negativas. Os go- privados não reg.ulamentados, sem apreciáveis
vernos terão de encorajar comportamentos que · g1Jnhos de saúde para o paciente. Cabe aos gover-

5
Quadro 1 Investimento em saúd~: principais mensagens deste Relatório
Este Relatório propõe o enfoque das políticas do governo melhor - para os pobres.
para melhorar u a,ndições de saúde por três ingulos: • Melhorar a gestão dos serviços públicm de aaúde por
medidwcx,mo a descentralização da autoridade orçamen-
FOfflfflutr 11111 ambiente que poail,ilite às jll1fU1ias tária e administrativa e a contratação de serviços de
mdhorrff' a ....úk terceiros.

As decisões familiares dão forma à saúde mas


são limita-
das pela renda e pelo gT!IU de instrução de seu_s membros.
Além de promO'l/er o crescimento econômico geral, os O financiamento pelo governo de programas de saúde
governos podem ajudar a melhorar a saúde, se: pública e de um esquema de serviços clínicos essenciais
• Adotarem políticas de crescimento econômico que be- definidos nacionalmente deixaria o financiamento dos
neficiem os pobres (indusive, quando necessário, políticas demais serviços clínicos nas mãos do setor privado ou do
dê ajustamento que preservem a efetividade du despesas segurosoc:ial,nocontextode urna estrutura política estabe-
de saúde em relação ao seu custo). lecida pelo governo. Os governos podem promover
• Expandirem os investimentos em instrução formál, _ diversidade e cona>rrência na prestação de serviços de
particularmente para meninas. - saúde e de seguros, mediante a adoçío de políticas para:
- • Promoverem os direitos e o stotw: da mulher outorgan- • Estimular o seguro social ou privado (com incentivoa
do-lhe direitos p_olíticos e econômia>s e protegendo-a regulamentares para um acesso eqüitativo e contenção de
juridicamente a>ntra abusos. - custm) para servi? clínicos nio incluídos no esquema
essencial.
• Estimular os fornecedon,s (tànto públia» como priva-
dos) a concorrer na prestação de servic;m dínia. e na
O desafio enfrentado pela maioria dos governos é concen- provisão de insumos tais como medicamentos a serviçoa
trar recursos para cx,mpensar deficiências do mercado e de aaúde que têm financiamento público e privado. Os
financiar eficientemente servic;m que beneficiarão particu- fornecedons nacionais não devem ser protegidos contra •
larmente os pobres. A política poderia tomar'VIÍria direçóes - concorrência internacional.
em resposta a ate desafio: • Gerar • diwlgar infonnaçáo sobre o desempenho de
• Reduziros-guadogovemoeminatalaçiiaterciárias, proved- de alençío, aobre equipamentos e medica-
fonnação de especialistas e intervençiia que prodmzm mentoa eaaenàais, sobre os custos e a eficácia das
poue111 ganhos de uúde em relação.ao dinheiro gasto. intervençiia e sobre a situação du inatituic;,ões e doa pro-
• Financiar e implementar um esquema de intervenc;,ões vedores em termos de credenciamento.
de uúde pública para enfrentar u aubatanciais extema-
lidadn relativu aó controle de doenças infecciOHa, Grande parte doa dramátia» melhoramentos ocorridos
prevençío da SIDA, poluiçáo ambiental e a,mportarnen- neste século deve-R à melhoria doa conhecimento. àentí-
•tosquemiocamoutrosem riam(comodirigirembriagado). ficoa, graças ao fornecimento de informações que
• Financiar e assegurar a entrega de um nquema de conatituem a bue da ação du famfüas e dos governos e à
serviçosdínie111~Oalcanc:eeaa,mposiçiod- definlçio preé:iaa do desenvolvimento de lealologias pre•
nquem• aópodemaerdefinidosporc• da paía,lev• ndoem ventivu, curativa e de diagnósticx>. O invntimento na
COl)ta ~ aindiçóea epidemiológicu,u preferinciu locais continuaçáodoprogreaaocienüfim•umentaráaefetivida-
e a renda. Na maioria dos países, o financiamento do de de cada um doa três ângulos do enfoque proposto neste
esquema dínico nsencial, pelo setor público ou imposto Relat6rio. Como os mau. da àênc:ia beneficiam a todos os
pelogovemo, proporcionaria um mec• nismopolitic:• rnen- paían, os nforços de c:olaboraçio internacional, doa quais
teaceitável para distribuiçáotantodàe melhmúnenaem exiatem várioa exemploa excelentes, conatituirio muitas
• bém-eatar como 4e um ativo produtivo - uma aaúde vem o caminho certo a seguir.

nos um papel importante na regulamentaÇão do ·degasto total, os contribuintes e, em certos países,


seguro saúde privado ou na determiliação de al- os doadores querem ver o máximo de ganhos de
temativu mmo a do seguro social, para assegurar saúde pelo dinheiro gasto. Uma importante fonte
ampla cobertura e manter baixos os custos. de orientação para obter real valor pelo dinheiro
O governo que se decide a intervir deve fazê-lo gàsto em saúde é medir a relação efetividade-
de uma forma mteligenté; caso contrário, correrá o custo de diferentes intervenções de saúde e proce-
risco de agravar- justamente ós probleniás que dimentos médicos - ou seja, a relação entre os
querresolver.Quandoosgovernossetomamdire- custos da saúde e os benefícios (os ganhos em
tamente envolvidos no setor da saúde-oferecen- AVAD).
do programas de saúde pública ou füiàildando Até recenteménte, pouco se fez para aplicar a
serviços. clínicos essenciais para os pobres - os análise de custos-benefícios no setor da saúde. Isso
responsáveis pelas decisões políticas vêem-se a ocorre, em parte, por se tratar de uma tarefa difícil.
braços com opções difíceis no tocante à álocação de Os dados sobre custos e efetividade das inter-
~cursos tiúblicos. Para ai:a!:lüer dado tnorttantc
• < <
••enções de saúde muitas ve::-· são fracos. O;:

6
custos. variam de país para país e podem subirnu : e·squema·mínimc;> çle .s~rviços clínicos essenciais
baixar ptonunciadamente, com a expansão· dos • ·compreenderia .at~nção das crianças doentes, pla-
serviços. Alguns grupos de intérvenções sãoofere 0 ·nejamento familiar, atenção pré-natal e no parto, e
cidos conjqntamente;e os seus custos são compara tratamento de tuberculose e·DTCS. Os países de
tilh.ados. Não obstante, a análise de custo-beneff- · ·,baixa renda teriam de reencaminhar os gastos
éio já está demonstfando a sua utílidade como públic;os.atuaispara a saúde e aumentar as despe-
instrumento para a escolha dentre póssíveisinter• • ·sas (de gover.nos, doadores:e pacientes) para fazer
venções de saúde. em diferentes pàíses e para face às necessi!iades de saúde pública e ao esque-
equacionar problemas específicos de saúde,. como ma mínimo de serv~ços clínicos essenciais para as
a propagação da SIDA. suas populações. A necessidade de realocar recur-
O simples fato de determinada intervenção ser · sos seria meno"r nos países de renda média. Conti-
efetiva em relação ao seu custo não quér dizer que nuará havendo atenção terciária e serviços menos
nela se devam àplicar recursos públicos. As famí,: ei:orrômicos, inas os subsídios a eles destinados, se
lias podem comprar atenção de saúde utiliZàndo beneficiam principalmente os ricos, devem ser
seu próprio dinheiro e, quando bem informadas, gradualmente. abolidos, durante um período de
fazer isso melhor do que o governo poderia fazer transição.
por elas. Mas ,as famílias também querem real · ·•·Pêlo fato de que a competição pode melhorar
valor pelo dinheiro,~ os governos, facilitando:.a . a qualidade e forçar a baixa dos custos, os gover-
disponibilidade de informações sobre efetividade nos devem fomentar a concorrência e a diversida-
em relação ao custo, muitas vezes podem ajudar a de na .oferta de serviços e insumos de saúde,
melhorar as decisões dos consumidores privados, especialmente remédios, material e equipamento.
provedores de atenção e seguradores. · Quando exeqüível, isso poderia incluir a oferta
privada de serviços. de atenção de saúde pagos
Políticas oficiais para atingir a s.aúde para todos pelo..governo 9u pelo seguro social. Há também
c:onsiderávelmargem pa~ melhorar a qualidade e
Este Relatório concentra-se principalmente na re, , .a eficiência dos serviços de saúde mediante a com-
lação entre opções de poütica, tanto dentro como . binação de dçsc:entralização, incentivos de desem-
fora do setor da saúde, assim como nQS resultados penho para administradores e c:linicos e ativid.a-
· de saúde, especialmente para os pobres. O Quadro d~·c9rrelatas de treinamento e aperfeiçoamento
1 resume as três principais mensagens do Relató- de· sjstemas. de administração. A exposição do
rio para a política dos governos e assinala a impPl'.· ,setor público à concorrência com provedores pri-
tânci.a de contilluar investindo no progressQ cien~ vados pode ajudar a estimular tais melhoramen-
tffico. tos. t.crucial também uma regulamentação oficial
• Uma vez que e> crescimento econômico geral firme, compreendendo a fisc:.aliz.ação da prestação
-pamcularmente o crescimento que reduz.a po- ·· privaAA de serviços de saúde, para garantir a segu-
breza ....- e a educação têm papel central na bQa :r11-nça e a qualidade, bem como dos seguros priva-
··saúde, é necessário que os governos sigam pollti~ dos,para fc>mentar o acesso universal à cobertura
cas ·macroeconômicas bem fundamentadas, q\H! e desel,(corajar práticas - como o serviço contra
dêem destaque à redução d.a pobreza. :É necessário pagamento a provedores reembolsados por um
também qu.e ampliem a instrução formal básica, • terceiro" segurador - que resultam em uso ex-
especialmentedasmemnas, porque amaneira pela, cessivo dos serviçPs l! alta acentuada dos custos.
qual as familias, e especialmente as mães, utilizam ·--- ,,

em
a informação e os recursos financeiros para fazer Melhoria do ambiente econômico para famílias
suas escolhas referen.tes a regime alimentar; fe- boa saúde .
cundidade, atenção de sa4de e outros estilos de
vida tem poderosa influência sobre a saúde dos . Graças à meihori.a a.a renda e à elevação dos níveis
membros d.a famfü.a. de instrução, .a saúde familiar melhorou em quase
•. Os governos dos. países em c:içsenvolvimento ·todo o mundo. Na década de 1980, mesmo em
·· devem gastar muito menos -em média, cerca de· países que acusaram queda da renda média, as
50.% menos---dp quegastamhoje em intervenções taxas de mortalidade de crianças menores de 5
de custo menos econô~ico e, em vez disso, dobrar anos c:.aír~ quase 30%. A taxa de mortalidade
ou. triplicar os gastos em programas básicos de infantil, contudo, teve. uma queda de mais que
saúde públiça, tais como a vacinação e a prevenção dobro disso em países onde a renda média cresceu
da SIDA, e em serviços clínicos essenciais. Um mais de 1 %ao ano. Assim, uma oolítica econômica

7
que leva ao crescimento sustentado está entre as As taxas de mortalidade em todas as idades são muito
inâis importantes medidas que um governo pode mais altas·entre os pobres do que entre os ricos
·· · tornãr para melhorar a saúde dos seus.cidadãos.
No toéartte a políticas econômicas, a·elevação
·,,da: rerida dos que vivem na pobreza é a mais eficaz Figure 3 lnfant and adult mortality in poor
para a melhoria da saude. Isso se deve ao fato de and nonpoor neighborhoods of
que os poores têm mais probabilidades de gastar a Porto Alegre, Bra,zil, 1980
rénda adicional de uma forma que melhore a sua
saúde: uma alimentação melhor, obtenção·de água
lnfant mortality Adult mortality
pura e melhótarhento das condições sànitárias e
(ages4~)
da habitação. E correspondem aos pobres as mai-
ores Iiécessidadede saúde ainda por atender, como Deaths per 1,000 Dea ths per year per l 00,000
mostra à Figura 3 no .càso de Porto Alegre, Brasil. live births persons in age group
· Assim, uma política oficialque promova a eqüida... 50 2,000
de juntamente com o·crescimentoserá melhor pari}
as condições de saúde do que uma política que
40
promova apenas o crescimento. 1,500
· Na déada de 1980, ºmuitos países adotaram
progtamàs de ajustamento e estabiliz.ação macro- 30
econômica formulados para corrigir pronuncia-
dos desequilíbrios econômicos e colocar os paises 1,000
no caminho do desenvolvimento sustentável. Há 20
clara necessidade de. um ajustamento desse tipo
·para que haja gànhos de sa.úde de longo prazo. 500
Durante o período de transic;ão, contudo, e espe~ 10
cialmente nos primeiros programas de ajustamen-
to, a recessão e os cortes das despesas públicas
redúziram o ritmo dos melhoramentos da saúde.
o
Males Females,
Esse efeito foi. rio entanto, menor do que a prind-
pio se temia -devido éin parte à influência dura- • .Poor'.: • Nonpoor e

doura de gàstos anteriores na melhoria das condi-


Çóes de saúde e <ia educação. Devido a essa expe-
riência, os programa$ de ajustamento da maioria
dos países hoje em dia procura racionalizar os
gastos geniis do governo; mantendo ao mesmo
tempoasdespesasemsãúdeeeducaçãoquesejam
eficazes em relãção ao·seu custo. Apesar desses que compram e preparam os alimentos, mantêm
melhoramentos, aindà há ·muito que aprender so- limpo o domic:flio, cuidam das crianças e dos ido-
bre formas mais eficientes de levar a cabo progra- sos e iniciam .os contatos com o sistema de saúde.
mas de estabiliz.ação e ajustamento, protegendo os Além da educação, uma política oficial que apóie
pobres ao mesmo tempo. os direitos e as oportunidades econômicas para as
Uma política de expansão da ihstrução fotinàl mulheres contribui também para a boa saúde e o
também é essencial para a promoçio dá saúde. bem-estar geral da familia.
Aqúeles que têm mais alto grau de ihstrução pro-
curam e utiliz.am a informação sanitária mais efi- Investimento em saúde pública e serviços
cientemente do que os que têm nível baixo óu nulo clínicos essenciais
de instrução. Isso quer dizer que uma rápidà ex- ·
pansão das oportunidades educacionais - em O ganho de saúde por dólar gasto varia enorme-
parte pelo estabelecimento de um padrão mínimo mente entre as diversas intervenções atualmente
elevado (por exemplo, seis anos éompletos) para financiadas pelos governos. A reorientação dos
todos - constitui uma maneirá econômica de recursos de intervenções de alto custo por A V AD
melhorar a saúde. A educação das meriinas e mu- ganho para aquelas que custam pouco poderia
lheres é particularmente benéfica para a saúde da reduzir dramaticamente o ônus das doenças sem
r::.mílL .,oraue s:o !'rincip:iimemi. as :::-.ulncre;; .:.üme:-::.ir a àcspes::.. C .::~anoamento governa-

8
mental de um esquema limitado de medidas de iodad~s:, Na maioria dos países em desenvolvi-
saúde pública e intervenções clínicas essenciais é mento, uma seqüência de intervenções mediante
de altà pr:ioridade; alguns governos, depois de um "PAI Autnentado" no primeiro ano de vida
, cobrir aquele mínimo para todos, podem querer teria a mais alta efetividade de custo dentre todas
definir em termos mais amplos o séu esquema as _medidas de saúde hoje disponíveis no mundo.
essencial nacional. üutra a_lta prioridade dos governos seria a pro-
visão de medicamentos baratos e altamente efica-
Saúde pública zes pata tratamento de escolares acometidos de
esquistossomíase, verminoses intestinais e carên-
A ação do governo em muitas áreas da· saúde cia de micronutrientes. O tratamento dessas afec-
·· pública já produziu um importante dividendo. ,A ções pela' distribuição de remédios e suplementos
imunização está salvando atualmente um total micronutrientes nas escolas melhoraria considera-
, estimado de 3 milhões de vidas por ano. O market- velmente a saúde, o comparecimento e o aproveita-
ing social de preservativos para evitar a transmis- mento escolar de centenas de milhões de alunos, a
, · · são do vírus da imunodeficiência humana (HIV) . um custo anual de um a dois dólares por criança.
. ·foi al.tàment1; coroado de êxito em 'Uganda, Zaire e Além do tratamento, os escolares podem receber
' outros países. A informação sobre os riscos do · de seus professores ou pelo rádio instruções sobre
· tabagismo e os impostos sobre o fumo e o álcool ecorpohumanoesÓbremeiosdeevitarosriscosde
estão mudando o comportàmentó em alguns paí- saúde resultantes, por exemplo, do uso do fumo e
ses -émb'ora se trate até agora principalmente de da atividade sexual desprotegida.
países mais ricosh Será preciso que os governos estimulem formas
Os governos terão de íncrementàr esses esfor- de comportamento mais saudáveis por parte dos
. ços e dar andamento a outras iniciativas promisso- indivíduos e das familias, mediante a provisão de
ras na área dà saúde pública. Várias atividades se informações sobre os benefícios do aleitamento
destacam pelo fato de serem altamente eficazes materno e sobre rneios de melhorar a dieta das
• em relação ao seu custo:. o custo de um AV AD crianças. O potencial de êxito é mostrado por pro-
ganho pode ser excepcionalmente baixo - não gramas executados na Colômbia, na Indonésia e
passando, por vezes, de USS25 e situando-se mui- noutros países. É também crítica a informação
tas vezes entre USSS0 e USSIS0. Nessa categoria, sobre os benefícios do planejamento familiar e
incluem~ atividades tais como: sobre a disponibilidade de tais serviços. A disse-
• linunizações ' minação· dessas informações pelo governo pode
• Serviços de saúde baseados nas éscolas assumir diversas formas criativas,comoo demons-
___ • Informação e serviços selecionados de plane- tra o uso eficiente de radioteatro e teatro popular
jamento familiar e nutrição em Quênia e Zimbábue.
. • Programasparareduzirocônsumodetabaco· · Medidas para controlar o uso de tabaco, álcool
e álcool e outras substância adicttvas - por meio de cam-
• Atividade reguladora, informação e investi- panhas de informação, impostos, proibição de
mento limitado de recursos públicos para melho- publicidade e, ·em certos casos, controle da impor-
rar o ambiente familiar tação ---'.podem ajudar a reduzir substancialmente
'• Prevenção da SIDA. asafecções pulmonates crônicas, as cardiopatias, o
Há necessidade de intensificar o apoio dos go- câncer e as lesões. Amenos que haja uma mudança
vernos à expansão do Programa Ampliado de no comportamento dos fumantes, o número de
Imunização (P An, que protege atualmente cerca mortes prematuras causadas pelo tabaco no mun-
_ de 80% das crianças do mundo em desenvolvi- do em desenvolvimento será, daqui a três decêni-
mento contrà seis importantes doenças, a um custo os, superior ao total combinado de mortes por
anual de aproximadamente USSI,4 bilhão. A ex- SIDA, tuberculose e complicações do parto.
pansão da cobertura do PAI para 95% de todas as Os governos terão de fazer mais para promover
crianças teria significativo impacto sobre os filhos um ambiente mais saudável, especialmente para
cfe familias pobres, que representam uma parcela os pobres, que enfrentam riscos de saúde conside-
desproporcionalmente elevada das crianças que ravelmente aumentados por más condições sani-
não são atingidas. pelo. programa. Poder-se-iam . tárias, abastecimento de água insuficiente ou im-
aaescentar outràs vacinas, especialmente contrà puro, falta de higiene pessoal e alimentar, disposi-
hepatite B e febre amarela, às seis que hoje inte- ·. ção inadequada de lixo, poluição do ar dentro de
gram o PAI, bem como vitamina A e su~lementos · casa e habitacão congestionada e inferior. Esses

9
-· ris~os 11ssociam-se coletivamente com quase 30% missão do l-IlV: um número substancial de prosti-
do ônus global das doenças. Para ajúdar os pobres tutas e altas taxas de prevalência de outras DTCS,
a melhorar seu ambiente doméstico, os governos tais como sífilis, gonorréia e cancróide, que facili-
podem oferecer uma estru.tura regulamentar e tam a propagação do vírus da SIDA. Faz-se neces-
administrativa dentro da qual provedores eficien- sária vigorosa ação pública para reduzir a trans-
tes e responsáveis (muitas vezes do setor privado) missão do l-IlV. Têm particular importância os
são incentivados a oferecer às famílias os serviços esforços orientados para grupos de alto risco: in-
que elàs desejam e pelos quais estão dispostas a formação para promover mudanças no comporta-
pagar, compreendendo abastecimento de água, mento sexual, distribuição de preservativos e tra-
saneamento, coleta de lixo, fogões não pol11idores tamento de outras doenças venéreas. A pronta
e habitação. Cabe ao governo um papel vital na redução da transmissão do l-IlV por indivíduos em
disseminação de informações sobre práticas de alto risco é muito eficiente em relação ao seu custo,
higiene. O governo pode também melhorar o uso · ·mas a eficácia da intervenção numa fase posterior
de recursos públicos mediante a eliminação. de de uma epidemia de AIDS diminui substancial-
subsídios generalizados para água e saneamento, . mente, considerado o seu custo. As despesas atu-
que beneficiam a classe média. A legislação e os . ais para prevenção da SIDA nos países em desen-
regulamentos do governo para aumentar a segu- volvimento - que totalizam menos de USS200
rança da posse da terra pelos pobres estimularia as . milhões por ano - são dolorosamente inadequa-
famílias cíe baixa renda a investir mais na habita- · das. Seriam necessários cinco a dez vezes esse
ção maJS segura e saudável. nível para fazer face à nova epidemia.
Um desafio especial à ação de saúde pública é
reduzir a propagação da SIDA., A epidemia de Serviços ci{nicos 11Ssmciais
SIDA já se converteu em preocupação dominante
da saúde pública em muitos países. Emborà a Os componentes de um esquema de serviços clíni-
propagação do HIV, o vírus causador da SIDA, cos essenciais altamente eficazes em relação ao seu
entre populações humanas tenha começado há custo variará de um país para outro, dependendo
relativamente pouco tempo, ele já causou 2 mi- das neces~idades locais de saúde e do nível de
lhões de mortes e infetou cerca de 13 milhões de renda. Um esquema desse tipo deveria incluir, no
pessoas. Algumas partes do mundo em desenvol- mínimo, cinco grupos de intervenções, cada uma
vimento já estão acentuadamente infetadas: na das quais voltada para muito grandes ônus de
África subsaariana, uma média de um entre qua- doenças. Os cinco grupos são:
renta adultos tem o vírus, é em algumas cidades a • Serviços para assegurar atenção relacionada
taxa é de um em três. Na Tailândia, um adulto em comagravidez(pré-natal, no parto eno puerpério );
cinqüenta está infetado. Mais de 90% dos indiví- a intensificação dos esforços poderia evitar a mai-
duos infetados estão na sua fase economicamente or parte de quase meio milhão de mortes maternas
mais produtiva, entre os 15 e os 40 anos de idade. que ocorrem todos os anos nos países em desen-
Essaspessoas serão acometidas de SIDA e morre- volvimento.
rão no curso da próxima década. São sombrias as • Serviços de planejamento familiar; a melho-
projeções do curso futuro da epidemia: segundo ria do acesso a tais serviços poderia salvar da
estimativas conservadoras da OMS, até o ano 2000 morte quase 850.000 crianças por ano e eliminar
estarão infetados por HIV 2.6 milhões de indMdu- até 100.000 dos óbitos matemos que se verificam
os,eJ,8 milhão porano morrerão de SIDA. Destru- anualmente.
indo os siste~ imunes dos indivíduos, o HIV • Controle da tuberculose, principalmente pela
também agravará consideravelmente a propága- quimioterapia, para combater uma doença que
ção de outras doenças, especialmente tuberculose. mata mais de 2 milhões de pessoas por ano, faz.en-
Em áreas altamente afetadas, a demanda de trata- do dela a principal causa ae mone entre adultos.
. mento de SIDA sobrecarregará a capacidade de • Controle das DTCS, responsáveis por mais de
tratamento clínico e causará uma deterioração da 250.000 novos casos anuais de doenças debilita-
atenção a outras doenças. doras e por vezes fatais.
· O que os governos terão de fazer está claro: • Atenção das doenças graves comuns em cri-
intervir prontamente, antes que se instale uma anças pequenas - diarréias, infecções respira-
grande epidemia. Encontram-se em países tão di- tórias agudas, sarampo, malária edesnutrição agu-
. ferentes como Bangladesh, Gana e a.Indonésia as , da -, que causam quase 7 milhões de mortes
mesr:;:!s condições favoráveis a uma :-:'.-:da tr:i~~ infal)tis. por ano.

10
Essas intervenções clínicas são altamente efica- go, das car;is quimioterapias nas infecções por
zes em relação ao seu custo - custando muitas · HIV e do tratamento intensivo de crianças acen-
vezes. consideraveÍ~ente menos de USSSO por tuadàmente prematuras. É difícil justificar o uso
AVADganho. .. de recursos do governo para esses tratamentos
O esquema mínimo de serviços clínicos essenci- . médicos, ao mesmo tempo que deixam de ser
ais1ncluiria. também o tratamento de certas infec- adequadamente financiados serviços muito mais
ções e traumatismos menores e de problemas de éconômicos,, que beneficiam principalmente os
saúde que não podem ser totalmente resolvidos pob~.
com os recursos existentes, bem· como de · A adoção gerálde esquemas clínicos essenciais
à.conselhaménto e alívio de dor. A provisão de teria tremendo impàcto positivo sobre a saúde dos
· outras formas de atenção hospitalár de'emérgên- habitantes dos países em desenvolvimento. Se fos-
cia além das intervenções acima mencionadas de- sem à.tingidos 80% da população, 24 % do ônus
penderia da capacidade verificada a cada dia e da· atual das doenças nos países de baixa renda e 11 %
disponibilidade de recursos. Essa atençâo de emer- ·· nos de• renda média poderiam ser evitados (ver
gência inclui, por exemplo, o tratamento.da -maio- Tabela 2).0 impacto estimado da implementação
ria das fraturas, bem como apendicectomias. De- de serviços clúiicos mínimos é mais de duas vezes
pendendo da disponibilidade de recursos ê dos maior que o do esquema de saúde pública acima
valores sociais, alguns países podem definir o seu delineado;·quandb combinada com o esquema de
esquema clínico essencial incluindo uma varieda- saúde pública, a proporção das doenças atuais que
de de intervenções muito maior do que esse míni- · põderiam ser eliminadas sobe a, talvez, 32% para
mo. Com incrementas moderados da despesa; se- · países de báixa renda e 15% para países de renda
· ria passivei incluir medidas relativàmenté·econô- intermediária. Essa redução das doenças em ter-
.. micas para tratamento de certas doenças comuns . mos de ganhos de A VAD equivale ao salvamento
não transmissíveis, como, por exemplo, protócolos ànual de mais de 9 milhões de vidas infantis.
de baixo custo para tratar afecções cardíacas com
. uso de aspirina e medicamentos anti-hipertensivos, · Pagámento do esquima
tratamento de câncer cervical, tratamento
· quimioterápico de certas psicoses e remoção de A dependência mais sofisticada necessária para
cataratas. · oferecer os elementos mínimos do esquema clínico
Muitos serviços de saude têm graus tão baixos essencial é um hospital distrital. A prestação de
de eficácia relativamente ao seu custo que os go- · serviços em instalações de níveis mais baixos per-
. vemos se vêm forçados a considerar a possibilida- mite conter os custos das versões mínimas do
de de exclui-los do esquema clínico essencial. Nos · esquema clínico essencial em níveis moderados. O
países de baixa renda, tal poderia ser o caso da custo é de àptoximadamente USSS anuais pt!razpÍ·
cirurgia cardfàcà, do tratamento de cânceres alta- • ta nos países de baixa tenda e USSS nos de renda
· mente leti.is dos pulmões, do fígado e do estõma- média·. As vàriações de custo resultam de diferen-

Tabela 2 Custos estimados dos benefício• de saúde do esquema mínimo de saúde pública e serviços
clínicos euenciau em paúu de baixa imda e renda int!!Dllediúiâ
Ciuto , Ciuto .Raduç4ío
(dálans per mpit11 como percent11gem a-pn,ximlldll do ônus
por,mo) da rmdll per capita das doenÇIIS (%)
PIIÍ.-ile i,,ii.u renda
•. ·(Renda ,-...,,;t&aWO>
Saúde pública 4,2 1,2 8
Serviçoa dínic:m essenciais' 7,S 2.2 24
Total 12.0 3,4· 32

.(R;..,.i.
P•-•,..,,,. ,,,.;.
per a,pitaaSLJOOJ
Saúde pública 6,8 0,3 4
Servi,;m dínic:m enenciais' 14,7 · 0,6 11
Total 21.S 0,9 15
a. O. cmtoa ..timad.. d.. refwrni• • um équema mínimaeaeilàal de NrViçcs~amíonnedefiniçio no IIIXto.
Muitcia paiNs podem Gllerel', • dillp11Nfttft de recunoa, d~ir mais amplamente NU esquema clínim ISNftcial.
Fonte Cálculoe do·bana, M11nd1ài.

11
, ,tes estruturas demográficas, condições epidemio- mento Econômico (OCDE), os governos financiam
, lógicas e custos de mão-de--0bra nas duas situa- (ou determinam o financiamento de) esquemas
"Çóes. Quando se acrescenta.o custo das interven- mínimos essenciais amplamente definidos para
ções de saúde pública descritas, o custo total sobe praticamente todos os cidadãos .
. a USS12 per capita nos pàíses de baixa renda e Nos países de baixa renda, onde o gasto público
USS~ per capita nos de renda intermediária. atual em saúde é inferior ao custo de um esquema
A adoção do ,esquema eín todos os países em essencial, é inevitável certa definição de grupos
desenvolvimento ex~giria a quadruplicação das alvos. Se os ricos já estão optando por não utilizar
despesas de saúde pública, de USS? bi.lhões atual- serviços financiados pelo governo em virtude da
mente para US$20 bilhões dentro de um ano, e um melhor qualidade e conveniência de serviços fi-
aumento das despesas com serviços clínicos essen- nanciados em caráter privado, é relativamente
ciais de aproximadarnente US$20 bilhões para fácil a definição de grupos alvos. Os esquemas de
, US$40 bilhões. Nos países mais pobres, os gover- financiamento pela·.comunidade, nos quais os pa-
r nos gastam, tipicamente, cerca de US$6 per capita cientes pagam taxas moderadas aos centros de
em ,saúqe e a despesa total de saúde é de cerca de saúde e farmácias locais, constituem outra opção
U$$14 per capita. Nesses países, o pagamento de que pode ajudar tanto a melhorar a qualidade da
um esquema essencial exigirá o aumento das des- atenção como a, quando as taxas são retidas e
pesas dos governos, instituições doadoras e paci- , manejadas a nível local, custear os serviços. Gran-
entes, combinado com certa reorientação dos gas- de número de países da África logrou certo êxito
tos públicos atuais em saúde. Em países de. renda inicial no financiamento comunitário, no ãmbito
intermediária, onde a despesa pública média em dalniciativadeBamako,encabeçadapela UNICEF
saúde é de US$62 per capita, o custo de US$22 do e pela OMS. A experiência até agora, contudo,
esquema é financeiramente exeqüível, desde que parece indicar que a introdução de taxas de uso em
haja um firme empenho de transferir os recursos níveis que não desencorajam os pobres tem proba-
existentes dos serviços optativos menos eficientes · bilidades de ser útil mais na melhoria da eficiência
em relação ao seu custo para programas de saúde técnica (facilitando, por exemplo, o fornecimento
pública e atenção clinica essencial. Essas grandes de medicamentos) do que no levantamento de
mudançasnãopodemserfeitasda.noiteparaodia, receitas substanciais numa base nacional.
mas é importante iniciá-las e concluí-las o mais
depressa possível, antes que a base da reforma seja Reforma doe sistemas de saúde: promovendo a
.minada por grup~ de interesse e pela inércia diversidade e a concorrência
burog-átiça. .. ..
Uma indagação crítica na formulação de um . Para assegurar serviços básicos de saúde pública e
esquema clínico essencial é a da extensão do finan- atenção clínica essencial, serão necessárias refor-
. ciamento pelo governo. Devem os governos pagar mas substanciais dos sistemas de saúde e redistri-
para todos ou apenas para os pobres? No tocante buição dos gastos públicos. Somente com a redu-
ao financiamento público universal, o principal ção ou eliminação de gastos com serviços clínicos
problema é que os ricos, que estariam em condi- optativos poderão os governos concentrar-se em
ções de pagar pelos serviços que recebem, são assegurar atenção clinica econômica para os po-
subsidiados, com o quê testam ao governo menos bres; Um meio de fazer isso é cobrar taxas dos
recursos para os pobres. Úma política. que exige pacientes ricos que se utilizam de hospitais e servi-
daqueles que podem fazê-lo pagamento total ou ços do governo. No Oille, Quênia, Lesoto e outros
parcial dos seus custos tem sentido em termos de paises, os governos estão aumentando as taxas de
eqüidade mas também apresenta desvantagens. uso cobradas aos ricos e aos que têm cobertura de
Muitas vezes, é alto o custo administrativo da seguros, e fortalecendo os sistemas jurídicos e ad-
definição de grupos alvos, e a exclusão de grupos ministrativos para faturar os serviços e receber
ricos e de renda média pode causar erosão do rendas dos pacientes.
apoio político para o esquema essencial e diminui- A promoção do seguro autofinanciado, elimi-
ção do financiamento e queda da qualidade da nando assim os grandes e injustos subsidias aos
atenção. Ademais, o financiamento privado pode grupos mais ricos que têm cobertura securitária,
ser complicado por problemas de alta acentuada também ajudaria a liberar fundos do governo para
de custos e de acesso ao seguro por grupos de alto programas de saúde pública e atenção clínica es-
risco; Por essas razões, na maioria dos paises mem- sencial. Os subsídios, na forma de isenções tributá-
bros da 0:~::miz.-i cfo de Coóoeracão ~ Desenvi:,lv;. ::-!:is ?ara contribuit:ões oara o ~~7-':.lro r,rivado equi-

12
· valem a quase urrí qúintô dos gastos totais em 0
gir a ineficiência geral d os programas e facilidades
sàúde do Góvetno dá África d.o Sul: Na América clínicas de saúde, e especialmente dos serviços do
Latina, os subsídios aos sistemas de seguro social governo. Os programas clínicos e de extensão fun-
são muito comuns e compreendem isenções tribu- cionam mal devido à escassez de medicamentos,
tárias, transferências diretas para cobrir déficits de transporte e manutenção. Os hospitais retêm paci-
operações dos fundos de saúde da seguridade entes por mais tempo do que o necessário e são mal
social e fundos governamentais de contrapartida organizados e administrados. Os países pagam
às contribuições em folha dos empregados. Nos demais por medicamentos pouco eficazes e os
países onde esses subsídios beneficiam somente os remédios e materiais são roubados ou deixados a
que têm melhor situação social, será necessário perder em armazéns e hospitais do governo.
dimirtuí-los gradativamente. A curto prazo, as reformas no uso de produtos
As reformas requerem a transferência dos no- farmacêuticos oferecem os maiores ganhos de efi-
vos gastos de saúde do governo em pessoal, equi- ciência. Via de regra, os governos que introduzi-
pamento e jnstalações especializadas e em servi- - ram a concorrência no fornecimento de medica-
ços situados no ápice do sistema desa úde, descen- mentos realizaram economias de 40% a 60%. Os
do·do "àlto dã pitâíniden para a·base ampla de governos podem também elaborar listas nacionais
atenção acessível à maioria, em instalações e cen- de medicamentos essenciais, compreendendo um
tros de saúde comunitários. Muito poucas são as número limitado de remédios baratos que resol-
intervenções eficazes pelo custo que dependem de vem importantes problemas de saúde da popula-
hospitais sofisticados e médicos especializados: ção. Muitos países contam com tais listas, mas nem
todos os serviços contidos no esquema clínico es- todos servem-se delas para orientar a seleção e
sencial mínimo proposto neste Relatório podem aquisição de medicamentos para o setor público. A
ser prestados por centros de saúde· e hospitais adoção de novos protocolos de tratamento e o uso
distritais. Contudo, instá.lações especializadas ab- àltetnãtivo das instalações podem também au-
sorvem em toda parte uma grande quantidade de mentar a eficiência. A cirurgia ambulatorial pode,
recursos públicos, problema que freqüentemente com considerável economia, tomar o lugar de cer-
é agravado por investimentos .feitos por doadores tos procedimentos geralmente executados com
em facilidades de atenção ten:iária. Na década de internamento.
1980, para corrigir a concentração·excessiva de A longo prazo, a des~ntralização pode ajudar
recursos em instalações de nível mais alto, o gasto a aumentar a eficiência, quando existe adequada
público em hospitais em Papua Nova Guíné foi capacidade e responsabilidade nos níveis mais
limitado a 40% do orçamento corrente do Ministé- . baixos do sistema nacional de saúde. Certos paí-
rio da Saúde - muito abaixo do nível da maioria ses, como Botsuana e Gana, delegaram a reparti-
dos países em desenvolvimento. ções regionais e distritJis do Ministério da Saúde
Será preciso que os governos_ sigam políticas · toda uma série de responsabilidades administrati-
mais eficazes para financiar o treinamento (inclu- · vas; outros, como o Chilé e aPolônía, devolveram
sive o uso de mecanismos nacionais de serviço) a áutoridade e ôs tecUrsos a repartições dos gover-
para atender à necessidade de provedores de aten- nos locais. A experiência desses países demonstra
ção primária, particularmente enfermeiras e par-. que é possível o êxito. - mas também que uma
teirlls, bem como de pessoal de saúde pública, descentralização apressada e não planejada, por
política sanitária e administração, Actmesmo tem- vezes unicamente para atender a pressões políti-
po, devem os governos limitar ou eliminar os ·cas,·podegerar novos problemas.
subsidios para a formação de especialistas. O for- _Uma utilização maior do setor privado como
talecimento do apoio do governo a sistemas de · · fornecedor de serviços clinicas, compreendendo
informação sanitária e pesquisas de operações con- tanto os que são incluídos no esquema essencial de
tribuíria para orientar as políticas oficiais para a _ um país como os que são optativos, pode contri-
saúde. As estimativas do ônus nacional da doen- buir para aumentar a eficiência. O setor privado já
ças segundo as linhas da metodologia para definir atende a uma clientela grande e diversificada nos
o ônus global utilizada neste Relatório e informa- países em desenvolvimento, e muítas vezes presta
çõéS locais sobre a eficácia de diferentes interven- serviços de melhor qualidade, sem as longas filas
ções relativamente 'ao seu custo, possibilitariam e a carência' de süpriméntos frequentemente en-
'. ·aos governos estabelecer prioridades sanitárias. contradas em instalações do governo. Em muitos
Em todos os países em desénvolvimento, ·fa~. ·países;os médicos e farmácias privadas enfrentam
zem-se necessárias medidas decisivas para corri- • obstáculos juridicos e administrativos desnecessã-

13
Tabela 3 Contribuição da mudança de política para os objetivos do setor da saúde

Contribuição para as metas

~ ~
e: -
Objetivos ·e políticas do ~ovemo ua
o "'

Seguir políticas de aescimentcreconômico que beneficiem os pobres

Expandir o investimento em instrução formal, especialmente de meninas

.Prómover às direitos e o status da mulhér outorgando-lhe·direitos


políticos e ec:onômicos e proteção jurídica contra abusos,

Reduzir os gastos do governo em serviços de atenção teráária, formação


de especialisllls e serviços de baixa efetividade em elação ao seu custo

· ·Finànciar e ássegurar a entrega de um esquema dnaúcie pública,


indusive a prevenção da SID.A

Financiar e assegurar a entrega de um esquema de serviços clínia,s


. essenciais definidos nacionalmente . .

', 'Melhorar à àdministraçio cfoíservic;os de saúde do governo.

Estimular o seguro soàal ou privado (com inc:entiv01 regulamentares à


eqüidade e efidmcia) para serviços dín,ia>s fan do esquema essencial

Estimular a amcmrêriéia na prestação de serviços clínicos (inclusive·


aqueles que têm financiamento públia,)

Disseminar informações IObre o desempenho dos provedores de


aten -o e sobre o custo dos servi

ÍÍI Muito grande •crande Cl Moderada C Nenhuma

rios, OS qµais será preciso remover. Contudo, a paga antecipadamente (estimulando; por exem-
tendência dos fome«:e!iores que buscam o luao a plo, as organizações de manutenção da saúde).
çometet excessos na presaição de medicamentos, Os governos poderiam também subvencionar
proceciimentos e diagnósticos tem de ser neutrali- os provedores privados de atenção de saúde que
. zada; um enfoque ex~qüível é encorajar o setor em prestam serviços clínicos essenciais aos pobres .
busca .!,:l_e luÇI'O!i a abandon;; r a prestação de servi- Isso já está começando a acontecer e precisa ir um
~::is pagos diretamente e~· .. :;r áe uma cobertura p,:; i.;.:o ma.is aicm. Em mui.o:, pais:;.s a.."Tlcanos,

14
como~o Malavi, Uganda e Zâmbia, os governos que os seguradores combinem os riscos correspon-
subvencionam as despesas de o,perações de hospi- dentes a um grande número de pessoas. Para
tais e clínicas mantidos por igrejas em zonas rurais, controlar os custos, os governos contam com diver-
bem como o trei.namento do seu pessoal de saúde. sas opções para limitar os pagamentos aos prove-
Em Bangladesh, Quênia, Tailândia e outros países, dores de saúde. Um enfoque é encorajar o paga-
os governos, com assistência de doadores, estão m_ento antecipado de uma importância fixa por
apoiando o trabalho de parteiras tradicionais na .pessoa, como se faz atualmente nas organizações
a)enção ao parto e de éurandeiros tradicionais no de manutenção da saúde e no Serviço Nacional de
controle de doenças infecciosas como a malária, a Saúde britânico. Outro é a negociação conjunta de
diarréia e a SIDA. taxas uniformes pelos seguradores com os médi-
A regulamentação constitui um elemento es- cos e hospitais, como se faz,no sistema de seguro
sencial dos (tsforços dos governos para encorajar s9tjal do Japão e no sistema de seguro de assistên-
os provedores de atenção primária de saúde. Na cia médica privada no Zimbábue; ou os próprios
· , · maiótia dos países, os governos têm um importan- ·· seguradores podem estabelecer pagamentos fixos
te papel a desempenhar na garantia dá qualidade por diagnósticos médicos especializados, como no
da atenção de saúde prest11da pelos setor privado, Brasil. Um terceiro enfoque, testado em escala
pelo credenciamento de hospitais e laboratórios, limitada nos Estados Unidos, é a "concorrência
•· licenciamento de escolas de medicina e médicos; administrada", que tem.vista, simultaneamente,
regulamentação de medicamentos e revisão dé os três objetivos da eficácia pelo custo das despe-
.. procedimentos médicos. Certos países, onde é par- sas de saúde, da cobertura universal de seguros e
ticularmente fraca a capacidade do governo para da contenção de custos, por meio de uma concor-
regulaméntar, poderiam cogitar da auto-regula- rência rigorosamente regulamentada entre em-
mentação cios· provedores de atenção primária, presas que oferecem um esquema determinado de
fortalecendo ao mesmo tempo a capacidade do atenção de saúde por uma taxa fixa anual. Todos
·· governo. No Brasil, estão em curso experiências esses enfoques demonstraram a sua viabilidade,
em auto-regulàmentação de associações hospita~ mascada um deles tem também limites e desvan-
lares locais e juntas éticas de medicina. tagens. Os responsáveis pela politica não contam
Igualmente importante é a regulaméfitaçãó qós ·com respostas simples.
seguros pelo governo. Em certos países, o seguro é
negado a parte da população em virtude do viés _ Agenda para a ação
da seleção no seguro privado voluntário. Nos Es-
tados Unidos, milhões de pessoas com altos riscos A adoção das principáis recomendações deste Re-
de saúde - e, conseqüentemente, alta necessida- . latório pelos países em dese1,1volvimento melhora-
de de seguro saúde - estão impossibilitados de , ria enormemente as condições de saúde de seus
obter cobertura a um preço acessivel. Certos tipos habitantes, especialmente as familias pobres, e
de planos de seguros parecem também contribuir ajudaria também a controlai: os gastos em atenção
para forçar a alta dos custos da atenção de saúde. .de saúde (Tabela 3). Poder-se-iam poupar milhões
Isso ocorre particularmente com sistemàs a cargó de vidas e bilhões de dólares. A implementação
de terceiros e sistemas que reembolsam os hospi- dos esquen,as de saúde pública e de atenção clini-
tais e médicos discriminadamente, por todos e ca essencial, a adoção de estratégias de crescimen-
éada um dos serviços prestados. Tanto na Repúbli- , to que reduzem a pobreza e um incremento dos
ca da Coréia, onde prevalece o seguro social uni- .· investimentos em instrução escolar para meninas
versal, como nos Estados Unidos, que u ~ produziriam os maiores dividendos em termos de
. principalmente o seguro privado, a atenção de óbitos evitados e redução das incapacitações. A
saúde já absorve uma proporção .extremamente diminuição do gasto público em instalações de
elevada do PNB-e os custos continuam subindo. atenção terciária, formação de especialistas e aten-
Na década de 1980, por exemplo, as despesas de ção clinica menos eficiente em relação ao seu custo
saúde na Coréia subiram de 3,7% para quase 7% ajudaria a aumentar a efetividade das despesas
do PNB, em grande parte pela expansão da cober- em saúde. Assim também, o estimulo à concorrên-
tura de seguros por terceiros, combinada com a cia na prestação de serviços de saúde e a regula-
compensação dos provedores pelo pagamento di- mentação dos seguros e dos sistemas de pagamen-
reto de serviços. ' to aos provedores de atenção.
, . Para eliminar o viés da seleção e ampliar a Estas recomendações facilitarão o progresso
cobertura securitária, os governos podem exigir , rum.9 à meta contida na declaração da histórica

15
QÚadro 2 A Conferência de Cúpula Mundiál pela Criança

À declaraçâo e o plano de áçãoadotado na Conferência de paraquesejàmalingidasúpnoridadesdodesenvoivimento


CúpulaMundial pela Criança, realizada em Nova York em hum~no. As metas de saúde do plano de ação da conferên-
1990, ina>rporam uma agenda politicamente saliente para cia de cúpula compreendem:
a .saúde. A conferência a>ncentrou-se particularmente nas • Erradicação da poliomielite até o ano 2000
necessidades da criança e da mulher, mas mlocou-se no • Eliminação do tétano neonatal até 1995
contexto mais amplo das metas humanas e comunitárias. • Reduçãode90% noscasosdes.arampoereduçãode9%
Os 71 ci,eíes de Eslado que compare<2ram e outros 77 que nas mortes por ele causa.das
posteriormente assinaram a dedaração comprometeram- • Consecução(até 2000) e manutenção de uma cobertura
se em nome dos. seus países a desenvolver programas de de imunização de pelo menos 90% das crianças de 1 ano de
ação nacionais (PAN) para atingir aquelas metas. Até hoje, idade, assim como imunização universal contra o tétano
cerca de 85 paÍS<!S formularam PANi e outros 60 estão das mulheres em idade fecunda
empenhaíios em prepará-los. • B,edução à metade dos óbitos infantis causados por
De modo geral, o PAN ,cobre, entre outros aspectos, diarréia e redução de um quarto na incidência de doenças
atenção primária de saúde, planejamento familiar, água diarréias
pura, saneamento ambiental. nutrição e educação básica. • Redução em um terço dos óbitos infantis cauaados por
Pelo falo de se concentrarem no bem-estar da aiança, os· infecções respiratórias agudas
PAN podem transcender as divergências piirtid~ia1. Eles • Virtual eliminação dos distúrbios devidos à carência
oferecem um meio de mobilizar toda a sociedade civil - de vitamina A e à deficiência de iodo
agremiações de bairro e associações cívicas, gnipos religi- • Redução da incidência de peso baixo (2,5 kg ou menos)
osoa e entidades profissionais, empresas, organizações de ao nascer a nãó mais do que 10%
· voluntários, sindicatos e univenidades-para •causado • Redução em um terço da anemia ferropriva entre mu-
investimento para• aaúd.e. · lheres, em relação aos níveis de 1990
Os PAN estão sendo integrados no planejamento nacio- • Acesso de todas as mulheres à atenção pré-natal, a
nal do desenvolvimento. São neles estabelecidas ptetas atendentestreinadosduranteopartoeàhospitalizaçãoem
mensuráveis e exeqüíveis - a serem atingida até o ano ca- de gravidez de alto risco e emergênciu obetétricas.
2000, senão antes -. adaptadu às realidades do país.
Quantificando os recúrsóa neceaários para atingir _.. Em termos gerai9, a ·agenda de ação da a>nferência de
metas,os PAN ajudam a identificar u mudanças que têm cúpula pela criança coincide com u mensagem deste
de ser feitas nor orçamentos nacionais e na ajuda externa, Relatório.

conferência de Alma-Ata, em 1978: "A consecução viços clínicos essenciais deveria estar no topo da
por todos os povos do mundo até o ano 2000deum agenda política. Na maioria dos países de renda
nível de saúde que lhes permita levar uma vida intermediária, essas políticas ainda se aplicam,
social e ea,nomicamente produtiva." A Coníerên- mas a redução dos subsídios públicos para segu-
-cia de Cúpula Mundial pela Criança conferiu con- ros e atenção optativa também produziria grandes
tinuado impulso rumo a essa meta. Quase 150 benefícios e deveria ser, por isso mesmo, elemento
países já assinaram compromissos para com metas essencial da mudança de políticas. Nas antigas
·• específicas para melhorar a saúde das suas aian- economias socialistas, existem duas áreas particu-
ças e mulheres (Quadro 2). Essas metas são: redu- larmente cruciais em matéria de política - o me-
as
. ·• zir taxas de mortalidade infantil em um ~ lhoramento da administração dos serviços de saú-
(ou à 70por 1.000 nascidos vivos, conforme seja a de dos governos e o desenvolvimento de sistemas
menor) no demrrer da década de 1990, reduzir a sustentáveisdefinandamentodasaúde,queman-
mortalidade materna à metade, e,:radicar a polio- tenham a cobertura universal, encorajando ao
mielite ereduzirs consideravelmente a morbidade mesmo tempo a concorrência entre fornecedores
e da.Ínortalidadeporvárias outras doenças. Foram conscientes dos custos.
também feitos compromissos com vistas a melho- .À primeira vista, poderia parecer que a adoção
ramentos específicos em educação, nutrição, abas- das principais recomendações deste Relatório será
tecimento de água e saneamento. Esses compro- fácil. Para atingir a maioria dos habitantes do
missos põem em evidência o potencial politico de mundo em desenvolvimento com um esquema
agendas de ação para a melhoria da saúde. mínimo de serviços de saúde pública e serviços
A relevância das principais recomendações clínicos essenciais eficazes em relação ao seu custo,
deste Relatório varia de um para outro cenário. seria necessário reorientar cerca de metade dos
Nos países de baixa renda, a renovação da ênfase gastos atuais do governo com outras formas de
dada à educação básica das meninas, ao fortaleci- atenção mais optativa. Na realidade, porém, a
mento dos programas de saúde pública e do apoio mudança será difícil, pelo fato de que grande
a uma !'"uansão do financiamento pú:::lico de se!"- ~úmero cie~:::,os de inte!' .. • -ê-àos iornecec.•-

16
res de serviços médicos aos ricos beneficiadós por problemas sanitários dos países em desenvolvi-
subsídios públicos e aos laboratórios farmacêuti- - menta - cofuó a busca de novos medicamentos
cos protegidos - teriam algo a perder. Muitas das contra a malária e novas vacinas - poderia pagar
mudanças levarão anos para se concretizar, pelo dividendos muito altos e tiraria partido da vanta-
fato de implicarem uma drástica reorientação de gem compata:tiva dos países doadores na realiza-
recursos públicos e requerer o desenvolvimento ção de pesquisas científicas. O fato de que a maio-
de novas capacidades institucionais.· · ria das pesquisàs de saúde beneficia muitos países
Diversos países em desenvolvimentõ já mostra- justifica ainda mais o apoio dos doadores, particu-
ram nos últimos anos que as reformàs amplas do • larmente através de mecanismos eficazes de cola-
setor da saúde são possíveis quando há suficiente· ·1,óração internacional como o Programa Especial
determinação política e quando as mudanças no de'Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais.
sistema de saúde são formuladas e executadãs por • Os doadores e os governos dos países em desen-
planejadores e administradores capazés. O volvimento podem também fazer muito maís para
Zimbábue impôs uma moratória de dez anos a melhorar a eficácia da ajuda para a saúde. Isso é
novos investimentos em hospitais centrais e con- especialmente importante no caso da África de
centrou-se na melhoria dos centros de saúde e baixa renda, onde a ajuda externa já cobre uma
outros elementos da infra-estrutura de nível média de 20% das despesas de saúde, e mais de
distrital. A Tunísia converteu 11 grandes hospitais metade em Burundi, Chade, Guiné-Bissau, Mo-
do governo em instituiçôes semi-autônomas, com çambique e Tanzânia. Mesmo noutras regiões
vigorosos incentivos ao aprimoramento do seu em desenvolvimento, onde a ajuda externa cobre
desempenho. Na década de 1980, o Chile delegou 2% ou menos dos gastos em saúde, uma definição
aos governos locais a responsabilidade por todo o melhor de alvos e uma administração melhor des-
seu sistema de atenção clínica primária e fomen- sa assistência poderiam catalisar mudanças de
tou uma concorrência pública e privada maior na política.
prestação de serviços de saúde e nos seguros. A A reorientação do dinheiro dos doadores, dos
Costa Rica e a Coréia atingiram a cobertura de hospitais e da formação de especialistas para pro-
saúde universal pelo seguro social. gramas de saúde pública e atenção clíníca essenci-
A comunidade internacional pode fazer mais al -especialmente para controle de tuberculose,
em apoio às reformas das políticas de saúde. Em o programa PAI Aumentado, prevenção de AIDS
1990, os doadores desembolsaram cerca de USS4,8 e redução do consumo de tabaco - contribuiria
bilhões em assistência à saúde, ou cerca de 2.5% de significativamente para a reforma de políticas.
todas as despesas de saúde dos países em desen- Assim também, o apoio ao incremento da capaci-
volvimento. A parcela da ajuda total para o desen- dade. Os países que estejam dispostos a empreen-
volvimento destinada à saúde sofreu ligeira que- der grandes mudanças na política de saúde devem
da na década de 1980, de 7% para 6%, apesar dos ser candidatos fortes ao aumento da assistência
apelos gerais no sentido de que fossem aumenta- externa, inclusive o financiamento de despesas
dos os investimentos no desenvolvimento de re- correntes pelos doadores. Um número crescente
cursos humanos, inclusive a saúde. Como passo de doadores, inclusive o Banco Mundial, está ago-
inicial imediato, cumpre aos doadores restabele- ra dando apoio a esse tipo de reforma setorial
cer aquela parcela no seu nível anterior. Poder-se- ampla. Uma coordenação maior entre os doado-
ia justificar um aumento mais substancial, dada a res, especialmente a nível de países clientes indivi-
importância da saúde na redução da pobreza e a duais em desenvolvimento, melhoraria o impacto
grandedecalagementreosgastosatuaisenecessá- positivo da assistência externa sobre a saúde, como
rios em programas de saúde pública e serviços o demonstroua experiência de Bangladesh, Senegal
clínícos mínimos. Um acréscimo de USS2 bilhões eZimbábue.
por ano nas contribuições dos doadores cobriria São enormes os benefícios que o mundo em
um quarto dos custos da estabilização da epide- desenvolvimento obteria da adoção de políticas de
mia de SIDA (USSSOO milhões) e um sexto dos saúde bem fundamentadas. Há grande potencial
recursos adicionais necessários para que os países para mudança durante os anos finais desta déca-
de baixa renda pudessem contar com o esquema da, na medida em que mais países encorajam a
de saúde pública e atenção clinica (USSl,5 bilhão participação política ampla e a responsabilidade
dos USSlO bilhões necessários). pública, elevam-se os níveis de instrução e conhe-
O aumento da assistência externa para pesqui- cimentos e aumenta a compreensão da biologia
sas de saúde que se concentrem nos principais humana, da saúde pública e dos sistemas de aten-

17
çáo de saúde. Se forem tomadas~ decisões polítia
c;as acertadas,serão altos o~ dividendos. O 4npeto
gerado pelas reduções já verificadas no õnµs das ·
doenças infecciosas nos paíst!s em desenvolvimento,
· pode ser mantido e ac!!lerado. A epidemia de
SIDA pode .ser sustada ou revertiq.a. O apareci- ,
men.to dos proi,lemas das doenças não transmissí- ·
veis nas populações mais idosas pode ser controla-
do sem aumentos rápidos das despesas de ;;aúde.
No fim, isso se trac:iuzirã em vidas mais longas,
_ mais ~dias e mais produtivas para os habitantes
àe t9do o mundo, e espE!l:ialmente mais de 1 bilhão
de pessoas que atualmentl;! viven:i, na pobreza.

18
Box 1.3 Medindo'<> ônus das doenças

- A maioria das aváliações da importância relativa de dife- demográfica, com base em levantamentos comunitários
rentes doenças baseia-se no número de mortes por elas ou, na falta destes, na opinião de especialistas; obteve-se
causadas. Essa convenção tem certos méritos: a. morte é emseguidaonúmerodeanosd·evidasadiamultiplicando-
uma ocorrência.sem ambigüidade e os sistemas estatísticos se a duração esperada da condição (até a remissão ou a
de muitos países produzem rotineiramente os ·dados ne- morte) por um peso que media a gravidade da incapacita-
cessários. Há, porém, muitas doenças ou condic;ões que, ção em comparação com a perda devida.As doenças foram
embora não sejam fatais, são responsáveis por· grande agrupadas segundo!' g_ravidade em seis classes. A classe 2.,
perda de vida sadia, como, por exemplo, a depressão por exemplo, que inclui a maioria dos casos de lepra e
crônica e a paralisia por poliomielite. Essas condi,;ões são metade dos casos de inflamação pélvica, recebeu o peso
comuns, podem durar muito tempo e freqüentemente im- 0'A e a classe 4, que inclui 30% dos casos de demência e
põem significativas demar,das aos sistemas de saúde. 50% dos de cegueira, o peso 0,6. Em seguida, combinaram-
Para quantificar a perda, total de vida sadia, o Banco se as perdas por morte e incapacitação, dando-se margem
Mundial e a Organização Mundial·da S.úde..levaram a para uma taxa de desconto de 3% (para que os anos futuros
cabo um exercício conjunto para este Relatório. As doenças devida sadia p_udessem ser avaliados a níveis progressiva-
foram classificadas em 109 categorias, com base na Oassi- mente mais baixos) e para fatores de idade (para que os
ficaÇQD- /nt,,.,,acional. de Doenças (nona revisão). Essas anos de vida perdidos em diferentes idades pudessem
categorias abrangem todas as possíveis causas de morte e - receber diferentes valores relativos). O valor para cada ano
cerca de 95% das possíveis causas de incapacitação. Utili- de vida perdido, mostrado no gráfico à esquerda da Figura
zando.a cau·sa de morte reg;strada, quando disponível, e o•: 1.3, sobe pronunciadamente, de zero no nascimento a um
juí:w de especialistas quando nio havia registros disponí- pico aos 2.5 anos de idade, passando entio a declinar
veis; o estudo atribuiu a essa• categorias todas as mortes progressivamente, com o aumento da idade. Essas idades
ocorridas em 1990, por idade, sexo e região demográfica. ponderadas refletem um jui:w consensual, mas seria pos-
Para cada morte, o número de anos de vida perdidos foi sível usar outros padrões - com, por exemplo, idades
definido como a diferença entre a idade real ao sobrevir o ponderadas uniformes, atribuindo-se o mesmo valor a
óbito e a esperança devid.a naquela idade numa população· cada ano de vida, o que aumenta.ria a importância relativa
com baixa taxa de mortalidade. No caso da incapacitação, du doenças da infância.
estimou-se a incidência de casoa pot idade, sexo e reg;io A combinação de descontos e idades ponderada produz

Box figurel.3 Agepattems of age weights and PALY losses

Value of a yur of life DALYs lost by death at given year (females)

Relative value of a year of life a t age x J Disability-adjusted life years (DALYs)


1--1._6_,._..,.._.,.........,_ _,._..,._.,.........,_...,._..,..'"":,; 40

-.........
-.. . (41
1.2 /
I

0.8

i-:aº:.;;:·4~/....,._l--+--+---+--+.---+r--...-+-,~---1!
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1-.:::.._.__...__...__...__...__..__,.__..__..__....-ti
O 10 20 30 40 50 60 70 80 90 O 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Agex Age at death in years

So11m:: World Bank daÍa.

19
"'~

Tabela 1.J Dislribuiçio de perdas de A V AD por causa e! re_~io demográfica, 1990

--
Antrva.s
Á_/naz
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Ch,tn:,s Amfflca On,nt, Eanonm
Sub- ptause !Atm4e Mái., ,caaír.wn de,-,:ado
e.,,,.- Mun,lo [,,,iú, cnma ilhosd4Án4 Cano, CT1'SaflU d4EM,..,,,.. elal,ae,,/o
Popwaç.io (111ilhõn) 5.267 510 850 1.134 683 444 503 346 798
Doença truwauaiveis 45,8 71;3 50,5 25,3 48,5 42.2 51,0 8,6 9,7
Tuben:ulme 3,4 4,7 3,7 2.9 5,1 2.5 2.8 0,6 0,2
DTCSeHIV 3,8 8,8 2,7 1,7 1.5 6,6 0,7 1,2 3,4
-Diarréia• 7,3 10,4 9,6 2,1 8,3 5,7 10,7 0,4 0,3
I n f ~ cu, infóncia
evitáveà ~ r v • ~ 5,0. - 9,6 6,7 0,9 4,5 1,6 - 6,0 0,1 0,1
- ,Malária 2,6 10,8 0,3 1,4 0,4 0,2
Venninola 1,8 1,8 0,9 3,4 3,4 2,5 0,4
Infeci;óes rapinlórias 9,0 10,8 10.9 6.4 11,1 6,2 Íl,5 2.6 2.6
Afecções du lllies - 2,2 2.7 2.7 1,2 2.5 1,7 2.9 0,8 0,6
e•.,.. perinatais 7.3 . 7,1 9,1 5,2 7,4 9,1 10,9 2.4 2.2
Outrucausa 3,5 4,6 .4,0 1,4 3,3 5,8 4,9 0,6 0,5
Doe~ nio trannriiahreis 42.2 19,4 40,4 58,0 40,1 42.8 36,0 74,& 78,4
Câncer 5,8 1,5 - 4,1 9,2 4,4 5,2 3,4 14,8 19,1
Cvmciu nutricionais 5,8 2.a 6,2 3,3 4,6 4,6 3,7 1,4 1,7
Distúri>ioaneuropaiquálna>a 6,8 3,3 6,1 8,0 7,0 8,0 5,6 11,1 15,0
~ .-liavasculara 3,2 1,5 2.1 6,3 2.1 2.6 2.4 8,9 5,3
Lsqunnia cardíaca 3,1 0,4 2.a 2.1 3,5 2.7 1,a 13,7 10,0
Obstnaçio pubnonar 1,3 - 0,2 0,6 5,5 0,5 0,7 0,5 1,6 1,7
Outnaca- l&,O 9,7 l&,5 23,6 17,9 19~1 18,7 23,4 25,6
l..,_;.s 11,9 9,3 9,1 16,7 11,3 15,0 13,0 16,6 11,9
Veiculm de molor 2.3 - 1,3 - 1,1 2.3 2.3 5,7 3,3 3,7 3,5
Auto-infligicl• 3,7 4,2 1,2 5,1 3,2 4,3 5,2 4.8 4,0
s,a
·out-leoões 5,9 3,9
'·ª 9,3 5,0 4,6 8,1 4,3

Total too.o 100,0 100,0 100,0 too.o 100,0 100,0 100,0 100,0

Milhões de AV AD l.362 283 292 201 177 103 144 58 94


Equivalfflle em óbitm
i,._ (milhãos) _42.0 9,0 9,0 6,2 5,5 3,2 4,4 u 2.9
AV AD eor 1.000 habitanlft 259 575 344 178 260 233 286 168 117
• Mtnmde o.m,i..
N - AVAO-ano devida a.....» p o r ~ orcs.-.·-por·oonra10oaual:HIV•vlruada lmunoddlcltnda humana,
f..,cO.-do-Mundl&I.

o padnlo de A VAD (anca de vida ajustadca por debilita- porque todas as perdas futuras são expressas em rela,;ão à
ções)perdidos porumamorteemcada idade.Comommtn popula,;ãoatual ea medida pode facilmente pauarde um
o gráfico à direita da Figura l.J, a morte de unia recém- ano por pessoa. Um recém-nasàdo que morreu em 1990
nucida representa uma perda de 32,.5 AVA_D; a morte de contribuiu com aproximadamente 32anca (o valor descon-
uma mulher aca 30 anca de idade significa a perda de 2.9 tado de cerca de 80 anca devida esperada) para o ônus mas
A VAD; e a morte de uma mulher aca60all09 representa 12 contou como um na população. Para tomar um caso extre•
AVADperdidca.(OsvaloreuãoalgomenOft9panoHXO mo, H toda a população do mundo foaemorta em um ano,
ma1e111ino.) A IOffla correspondente a todu as idades, o ônus por 1.000 habitantes naquele ano seria superior a
condições e regiões mzbe o nome de ônus global das 20.000A VAD. Auim,nãoexiste escalaabaolutacomaqual
doenças (CGD). Encontram-se mais detalhes IObre oOGD se poasa comparar o CGD por 1.1)00 habitantes; as únicas
no Apêndice B. comparações que faum sentido são u entre categorias-
O ônus global Íl\ede o valor atual da corrente futura de de regiões, fatores de risco, grupoa de doenças ou sexo. A
vida livre de doenças perdida em conseqüência de mortes, Tabela 1.3 moatn o OGD por causa e região demográfica.
doenças ou lesõn em 1990. BaHi• -se, portanto, em em O enfoque seguido na computação do CGD pode ser
aconteàmentos ooorridca em 1990, mas inclui a perda de usado também para seguimento dos melhoramentoa nu
vida livre de incapacitaçiio em anos futuros.. Este Relatório condições de saúde de um país, acompanhando as va-
expressa o ônus de três diferentes maneiras: o número de riações do ônus nacional das doenças. Foram elaborados
A VAD, como percentagem de um agregado maior (p. ex., planos preliminares para avaliações nacionais iniciais para
uma percentagem da perda total imputável a uma doença 1 C011ta Rica.a África do Sul eo Estadode Andhra Pradesh,
espeáfica)eem rela,;ãoao tamanho da popula,;ãoem 1990. _na Índia. .
Esta última meâida pede uma interpretação cuidadosa,

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