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brasileira. Arno Vogel, Marco Antonio da Silva Mello, José Flávio Pessoa de Barros. Niterói:
EDUFF, 1993. 228p.
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O prefácio escrito por Antonio Olinto busca apresentar a obra a partir da ênfase na
relação entre troca material e espiritualidade - “O Mercado e o Sagrado”. Semelhante aos
mitos de fundação, o autor afirma: “No princípio era o mercado”. Evidencia, assim, a
importância basilar dos mercados para a integração e conservação das relações sociais como
“elemento aglutinador [...] das comunidades”, pois todas precisam de “pontos de reunião e de
permutas”. Para o povo de língua portuguesa a centralidade do mercado se expressa de muitas
formas, como ele nos mostra, ao apresentar o nome dos dias com suas feiras como “ponto de
referência”; “indicação normativa da semana” (Vogel, 1992, p. IX).
Antonio Olinto traz a cena sua viagem com Zora Seljan aos mercados do litoral oeste
africano, intelectualmente guiada pelos estudos de Roger Bastide e Pierre Verger. Informa
que os “quatro dias da semana iorubá [...] eram dias de mercado, como de feira são os
portugueses”. Estes mercados iorubás formam uma “tetra-série” e esses formam conjuntos em
cada região. Cada dia da semana é dedicado a um orìsà e às qualidades afins. Por isso, grosso
modo, todo dia é dia “de feira e férias, de labuta e lazer” (idem. pp. XI-XII).
O livro em questão aqui é, para Olinto, o “ápice” dos estudos sobre o tema. Aponta o
início destes tipos de estudos sobre “identidade nacional brasileira” na obra/pesquisas de Nina
Rodrigues. Os autores, assim como Nina Rodrigues, marcam no mercado a possibilidade de
entender o mundo afro-brasileiro. O mercado atende a “demanda sacrificial”, sacraliza objetos
e animais ao transformar em símbolo os bichos (sacramentais) com os quais “os deuses se
alimentam”. A galinha d’angola na sua “condição de ‘oferenda preferida’ [...] da maioria dos
deuses” se explica, então, pelo mercado, ou melhor, pelas feiras (id. pp. XII-XIII).
O livro explora essa polissemia porque é ela mesma devota da pluralidade que é o
Brasil “como um todo e um caos”. A nação vista no livro é “um retrato pluridimensional do
Brasil como estranho e poderoso conjunto de realidades e influências” (idem. p. XIV).
O livro, por fim, é definido em sua importância teórica como um “tratado que abre
horizonte e eleva nossos estudos de antropologia religiosa a nível não alcançado antes” (idem.
p. XVI).
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“esquadrinhamos [...] discurso sobre a galinha d’angola”; “os episódios da saga mítica da
galinha d’angola”; “o rito é o lugar dos pontos equidistantes entre o puro sensível e o puro
inteligível – no campo da ação.”; “contextos cerimoniais” “rastrear o caminho feito pelos
neófitos” “situações etnográficas”; “desdobramentos do seu papel sacrificial”; (Vogel, 1992,
p. 1).
“todos os ritos são agregados de símbolos que se relacionam formando uma rica e refinada
trama expressiva”; “forma peculiar de conjunção e conjugação simbólica”; “centro da ação
ritual”; “símbolos focais ou dominantes”; “peculiaridades de sua morfologia social”; “uma
clivagem litúrgica entre as nações”; “Nossa trajetória etnográfica começa nos terreiros de rito
angola, deteve-se no cerimonial Kétu, para terminar numa incursão ao universo litúrgico
jeje.”; “Em obediência a um princípio recomendado por Marcel Mauss – ‘il faut toujours
relire’, tratamos de buscar na literatura etnográfica consagrada, de Nina Rodrigues e João do
Rio aos contemporâneos, toda a informação elucidativa para o nosso problema[...]”; “ao
coração do mundo afro-brasileiro com os seus problemas de identidade e inserção nas nossas
hierarquias sociais” (idem, p. 2).
“pedir aos nossos leitores [...] - a virtude da paciência”; “porque a galinha d’angola é, de
pleno direito, o símbolo focal do candomblé”; “adesão a um conjunto de atitudes [...] o que
Descartes chamava Regulae ad directionem ingenii, e que Dumézil resume em uma espécie
de pentálogo”; (idem, p. 3).
“Da observância mais ou menos escrupulosa desses preceitos resultam os possíveis acertos do
nosso método, que, ao invés de preceder o objeto, se desenvolveu com ele” (idem, p. 4).
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A divina proporção
Casa de Candomblé
A grande obra
A transmutação
O renascimento
A plenitude
A chave
A substância da vida
O animal cerimonial
Os deuses rivais
A liturgia do nome
A farsa do mercado
O desafio do santuário
As ligações perigosas
Da Capo al Fine: o debate do bedel Pedro Arcanjo com o Prof. Nilo Argolo