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DIREITO TRIBUTÁRIO 

Profª Betina Grupenmacher

SUMÁRIO

O DIREITO TRIBUTÁRIO 3

DEFINIÇÃO DE TRIBUTO 6

RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA (OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA) 7

A ESTRUTURA DA NORMA TRIBUTÁRIA 12


ASPECTO MATERIAL 14
ASPECTO TEMPORAL 16
ASPECTO ESPACIAL 17
ASPECTO PESSOAL 17

TEORIA DA NORMA JURÍDICA 32

SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 38


COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 38
Competência Privativa; 38
Competência Extraordinária; 38
Competência Residual; 38
Competência Comum 38
PRINCÍPIOS 38
Princípio da ESTRITA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, I) 38
Princípio da ISONOMIA TRIBUTÁRIA (art. 150, II) 38
Princípio da GENERALIDADE 38
Princípio da UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA 38
Princípio da ISENÇÃO HETERÔNOMA 38
Princípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 38
Princípio da IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA (art. 150, III, a) 38
Princípio da ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, III, b) 38
Princípio da ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (art. 150, III, c) 38
Princípio da VEDAÇÃO DO CONFISCO (art. 150, IV) 38
Princípio da VEDAÇÃO DE LIMITAÇÕES AO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS
(art. 150, V) 38
CLASSIFICAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS TRIBUTOS (art. 145, CF) 38
IMPOSTOS 38
TAXAS 38
CONTRIBUIÇÕES 39
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 39

IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS 39


Imunidade Recíproca 39
Imunidade de Partidos, Fundações, Entidades Sindicais e Instituições Educacionais ou
de Assistência Social 39
Imunidade dos Livros, Jornais e Periódicos 39

LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 39
De ofício 39
Por declaração 39
Por homologação 39

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 151) 39


Moratória 39
Depósito do montante integral do crédito tributário 39
Reclamações e Recursos 39
Concessão de liminar em mandado de segurança 39

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 156) 39

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DISCIPLINA

A disciplina do Direito Tributário tem um motivo para estar no 5º ano. Trata-se de


matéria interdisciplinar. É importantíssimo que o aluno saiba tudo sobre direito civil, sobre
direito empresarial etc.

METODOLOGIA DAS AULAS

Serão apresentados seminários. Serão três seminários no 1º e e três no 3º bimestre.


A nota desses bimestres será a média desses seminários, sendo que a pior nota será
retirada. Devem ser realizados em sala de aula. Ou seja, se faltar, não poderá fazer. Não
pode assinar pro coleguinha rs.

As aulas expositivas/teóricas serão apresentadas em slides. O que cai na prova é o


que está no slide.

PROVAS

1º Bimestre = 3 Seminários
2º Bimestre = Prova - Objetiva (tem pegadinhas)
3º Bimestre= 3 Seminários
4º Bimestre = Prova

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1. O DIREITO TRIBUTÁRIO

O Direito Tributário é a disciplina das relações entre FISCO (Sujeito Ativo) e


CONTRIBUINTE (Sujeito Passivo, devedor) . O conjunto das normas que disciplinam essa
relação, sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais é o que chamamos de Direito
Tributário.

AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO

O Direito Tributário é RAMO AUTÔNOMO do direito. Entretanto, os autores


divergem quanto a essa autonomia:

Para FONROUGE e VANONI, é COMPLETAMENTE AUTÔNOMO dos demais


ramos do direito.

Segundo ALFREDO BECKER e PAULO DE BARROS, entretanto, a autonomia do


Direito Tributário é meramente DIDÁTICA, visto que o ordenamento jurídico seria
INDECOMPONÍVEL​. ​A professora BETINA segue essa doutrina.

Há ainda outros autores como ALBERTO XAVIER que falam em uma AUTONOMIA
CIENTÍFICA do Direito Tributário. Segundo Xavier, o Direito Tributário possui princípios
próprios e normas específicas que integra a ordem jurídica global.

Segundo a professora, basta analisar as interconexões do Direito Tributário com os


demais ramos do direito para concluir que não existe, nem de longe, uma autonomia
absoluta do direito tributário - assim, seria mais correto falar em ​AUTONOMIA DIDÁTICA
DO DIREITO TRIBUTÁRIO. ​Ainda, segundo a professora, a autonomia didática é
RELATIVA, visto que o ordenamento jurídico é UNO.

COMPLETAMENTE AUTONOMIA AUTONOMIA


AUTÔNOMO DIDÁTICA CIENTÍFICA

Giuliane Fonrouge Alfredo Becker Alberto Xavier

Ezio Vanoni Paulo de Barros de


Carvalho

Betina Grupenmacher

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INTERDISCIPLINARIEDADE DO DIREITO TRIBUTÁRIO

Segundo ATALIBA, Direito Tributário e Direito Constitucional se


confundem. A Constituição Federal (18 artigos – Capítulo do
Sistema Tributário + outros artigos fora do capítulo) dispõe sobre
DIREITO a ordem tributária e deve ser ponto de partida para o estudo do
CONSTITUCIONAL Direito Tributário, pois os sistemas tributários são muito diversos
a depender do País. No Brasil, estudar direito tributário é
fundamentalmente estudar a partir da Constituição. A
Constituição atribui COMPETÊNCIAS tributárias, classifica os
tributos e estabelece direitos e garantias dos contribuintes.

A rigor, o Direito Tributário é uma parte do Direito Financeiro,


DIREITO que por questões de relevância adquiriu autonomia didática. O
FINANCEIRO Direito Tributário é o responsável pela maior fonte de RECEITAS
do país. Orçamento = Receita + Despesas.

O Direito Tributário trabalha fundamentalmente com a disciplina


da RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA (ESTADO –
CONTRIBUINTE). Antes de serem Estado e Contribuinte, somos
Administração e Administrado, portanto, as regras de direito
DIREITO administrativo se aplicam ao direito tributário.
ADMINISTRATIVO Além disso, o Direito Tributário possui uma série de
interconexões com o Direito Administrativo, principalmente nas
atividades de FISCALIZAÇÃO, ARRECADAÇÃO e
LANÇAMENTO dos tributos. O próprio lançamento, como será
visto adiante, tem natureza de ATO ADMINISTRATIVO e é
realizado pela administração pública.

Existem os ILÍCITOS TRIBUTÁRIOS e os ILÍCITOS PENAIS DE


NATUREZA TRIBUTÁRIA. Ou seja, é possível que o direito
DIREITO PENAL penal sancione aqueles que praticam ilícitos tributários.
Ainda direito penal, o pagamento do tributo extingue a
punibilidade. Trata-se de construção jurisprudencial visando
forçar o recolhimento dos tributos.

O direito tributário, além de envolver pessoas físicas, envolve


também o pagamento de tributos por PESSOAS JURÍDICAS.
DIREITO
COMERCIAL Existe um capítulo no CTN que disciplina a
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS SÓCIOS E
GERENTES DE SOCIEDADES COMERCIAIS.

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TEXTO NORMATIVO X NORMA JURÍDICA X DIREITO POSITIVO x CIÊNCIA DO
DIREITO

Os TEXTOS NORMATIVOS (Textos de Lei) servem de suporte físico ao intérprete


do direito (CIENTISTA DO DIREITO), que o lê e, a partir de sua compreensão, emite a
NORMA JURÍDICA (em sentido estrito)

A NORMA JURÍDICA, nesse sentido, é a significação que é obtida a partir da leitura


dos textos normativos. Trata-se da CONSTRUÇÃO DE SENTIDO.Pode ser dividida em
norma jurídica em sentido amplo​ e ​norma jurídica em sentido estrito​.

Norma Jurídica em SENTIDO AMPLO Norma Jurídica em SENTIDO ESTRITO

ENUNCIADOS PRESCRITIVOS, PRODUTO DA INTERPRETAÇÃO DO


PROPOSIÇÕES JURÍDICAS e TEXTOS TEXTO INTERPRETATIVO. Trata-se da
DE LEI significação que atribuímos aos enunciados
prescritivos. É o suporte físico do direito
positivo, estruturadas na forma
hipotético-condicional (H->C)

O DIREITO POSITIVO, por sua vez, corresponde ao complexo de normas jurídicas


validadas, cuja função é disciplinar o comportamento humano no quadro das relações
intersubjetivas. Possui, portanto, linguagem PRESCRITIVA (descrevem o “DEVER-SER”)

A CIÊNCIA DO DIREITO, ao seu turno, tem linguagem DESCRITIVA (descreve as


normas que estão prescritas no direito positivo, oferecendo seus conteúdos de significação).
É atividade eminentemente interpretativa, portanto. O CIENTISTA DO DIREITO (sujeito
cognoscente), assim, forma a norma jurídica a partir da descrição do texto normativo.

Segundo a professora, muitas definições de Direito Tributário confundem


esses conceitos.

É O EXEMPLO DA CONCEITUAÇÃO RECORRENTE de Paulo de Barros de


Carvalho: “ O Direito Tributário é o ramo do Direito Público Positivo que estuda as relações
jurídicas entre Fisco e Contribuintes, concernentes à instituição, arrecadação e fiscalização
de tributos”. Segundo a Betina, essa definição mistura traços do direito positivo e caracteres
da Ciência do Direito.

Assim, necessária uma distinção:

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DIREITO TRIBUTÁRIO POSITIVO DIREITO TRIBUTÁRIO ENQUANTO
CIÊNCIA

Ramo didaticamente autônomo do direito, Conjunto de proposições científicas que se


integrado pelo volta para a

CONJUNTO​ DAS PROPOSIÇÕES DESCRIÇÃO​ DAS PROPOSIÇÕES


JURÍDICO-NORMATIVAS JURÍDICO NORMATIVAS

que correspondam direta ou indiretamente, relacionadas direta ou indiretamente, à


à instituição, arrecadação e fiscalização de instituição, arrecadação e fiscalização de
tributos. tributos.

SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

O Brasil não tem o sistema tributário mais oneroso do mundo, entretanto, é um dos
mais sentidos pelos particulares, justamente por não existir retorno compatível por parte do
poder público.

2. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO

Para PAULO DE BARROS, a definição jurídica do termo tributo é RELAÇÃO


JURÍDICA TRIBUTÁRIA.

CONCEITO X DEFINIÇÃO

O CONCEITO (concepção sobre um determinado objeto de investigação) de tributo


está contido na Constituição Federal ao passo que a DEFINIÇÃO (descrição dos elementos
do conceito) de tributo está contida no CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL:

CTN, art. 3º Tributo é toda PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA COMPULSÓRIA,


em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que NÃO CONSTITUA
SANÇÃO DE ATO ILÍCITO, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Diante da definição do art. 3º, podem ser feitos os seguintes apontamentos:

O dever de pagar tributos é uma OBRIGAÇÃO que DECORRE DE LEI (ex lege) e é
COMPULSÓRIA (não há discricionariedade do particular, ele é obrigado a pagar).

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TRIBUTO NÃO É MULTA1. Não constitui sanção de ato ilícito. A sanção em matéria
tributária só existe pelo ilícito de NÃO PAGAR o tributo. O Direito Tributário é a
regulamentação jurídica do tributo e não da sanção. Tributo não pode ser confiscatório:
devem ser razoáveis a ponto de não detonar a previsão da propriedade privada (art. 151,
CF). No entanto, segundo a professora Betina, referido artigo é redundante, pois a mera
afirmação de que TRIBUTO NÃO É MULTA torna óbvio que o tributo não pode ser
confiscatório. O fundamento da cobrança da multa é o art. 5º.

No Direito Tributário TODA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA DEVE ESTAR


VINCULADA PELO TEXTO DE LEI. Não se pode lançar tributo, por exemplo, sem
descrever a que dispositivo aquele lançamento está vinculado. Toda teoria do Ato
Administrativo se aplica ao agente da administração que cobra o tributo (agente fazendário).
A única atividade administrativa em que há certa desvinculação/discricionariedade é a
definição do PARCELAMENTO do que é devido por lei​.

3. RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA (OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA)

Uma relação jurídica é um VÍNCULO ABSTRATO entre DOIS SUJEITOS em relação


a um OBJETO, que pode ou não de natureza patrimonial. No caso da relação jurídica
tributária, o vínculo se estabelece entre o PODER PÚBLICO e o PARTICULAR, mais
especificamente entre FISCO e CONTRIBUINTE.

A relação jurídica tributária nasce no mundo jurídico com o fenômeno da


INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Para que ocorra a incidência, deve ocorrer um FATO LÍCITO E
JURÍGENO (juridicamente relevante), PREVISTO EM LEI TRIBUTÁRIA.

O FATO LÍCITO e JURIDICAMENTE RELEVANTE é ABSTRATO e HIPOTÉTICO.


O fenômeno da incidência ocorre quando esse FATO OCORRE CONCRETAMENTE no
mundo fenomênico.

Praticado concretamente o FATO IMPONÍVEL (fato gerador), a norma na qual ele


está hipoteticamente prescrito o atinge, recaindo sobre ele e gerando a RELAÇÃO
JURÍDICA TRIBUTÁRIA. Para tanto, o fato concretamente realizado deve corresponder
rigorosamente à previsão abstrata legislativa (hipótese normativa). Há a necessidade de
verificar, portanto a SUBSUNÇÃO, ou seja, a ATRAÇÃO DA NORMA ABSTRATA PELO
FATO CONCRETO, PROVOCANDO A INCIDÊNCIA DA LEI TRIBUTÁRIA e gerando
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA. Nesse sentido, veja-se a opinião de FABIANA DEL
PADRE TOMÉ e PAULO DE BARROS CARVALHO:

“O fenômeno da repercussão jurídica demanda a existência de um fato que,


subsumindo-se à hipótese normativa tributária, implique o surgimento de

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PROVA.
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vínculo obrigacional. é a fenomenologia da incidência. Referida operação,
todavia, não se realiza sozinha: é preciso que um ser humano PROMOVA
A SUBSUNÇÃO e a implicação que o preceito da norma geral e abstrata
determina. Na qualidade de operações lógicas, subsunção e implicação
demandam a presença humana. Daí a visão antropocêntrica, requerendo o
homem como elemento intercalar, CONSTRUINDO, a partir de normas
gerais e abstratas (leis), outras normas, gerais ou individuais, abstratas ou
concretas (interpretação - sentenças, lançamento, etc.)”

A partir da RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA surgirá para o SUJEITO PASSIVO


(contribuinte, devedor) o DEVER JURÍDICO DE PAGAR O TRIBUTO
CORRESPONDENTE, ao passo que SUJEITO ATIVO (Poder Público) terá o DIREITO
SUBJETIVO de demandar judicialmente PRESTAÇÃO/CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO,
caso ela não seja satisfeita pelo devedor.

Por exemplo, se eu tenho um imóvel urbano (fato lícito e juridicamente relevante),


por disposição legal, que recai sobre o fato de eu possuir um imóvel urbano, devo pagar
IPTU, fazendo surtir a Relação Jurídica Tributária entre Município e Contribuinte (visto que o
IPTU é um imposto municipal).

Se o fato gerador for ilícito, a lei deverá ser declarada inconstitucional. Há, quanto a
esse assunto correntes que entendem que mesmo que a renda obtida de forma ILÍCITA é
passível de tributação, ou seja, seria irrelevante a origem do fato lícito e jurígeno, trata-se
do ​princípio do ​pecunia non olet​ - “ o dinheiro não tem cheiro”.

Nesse sentido, segundo RICARDO LOBO TORRES, “​se o cidadão pratica atividades
ilícitas com consistência econômica, deve pagar o tributo sobre o lucro obtido, para não ser
agraciado com tratamento desigual frente as pessoas que sofrem a incidência tributária
sobre os ganhos provenientes do trabalho honesto ou da propriedade legítima​”. A doutrina
nesse sentido é dominante.

Em regra, ​OS FATOS TRIBUTÁVEIS NO BRASIL SÃO SIGNO-PRESUNTIVOS DE


RIQUEZA​. Ou seja, toda vez que alguém manifesta um sinal de riqueza, o Estado irá captar
uma parte através da tributação.

No Direito Brasileiro, em especial no CTN, não se fala em RELAÇÃO JURÍDICA


TRIBUTÁRIA, mas sim em ​OBRIGAÇÃO/CONSEQUÊNCIA TRIBUTÁRIA:

​ obrigação tributária É
CTN, Art. 113. A ​ PRINCIPAL OU ACESSÓRIA.
§ 1º A obrigação p​ rincipal s​ urge com a ocorrência do fato gerador, t​em por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.
​ cessória decorre da legislação tributária e tem por objeto
§ 2º A obrigação a
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da

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arrecadação ou da fiscalização dos tributos.​ ​(EX.: emissão de nota fiscal;
escrituração de livros)
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

MARÇAL JUSTEN FILHO critica a utilização do vocábulo OBRIGAÇÃO


TRIBUTÁRIA para designar a RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA, pois a expressão
“obrigação foi criada no âmbito do direito privado (direito civil), não devendo ser
transportada para uma relação jurídica de direito público.

Bom, diante da definição do art. 113, podem ser feitos os seguintes apontamentos:

Existe uma RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA PRINCIPAL (fruto do fenômeno da


incidência, que tem por objeto o pagamento de determinado tributo e uma RELAÇÃO
JURÍDICA TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA (tem por objeto prestações positivas ou negativas -
dever de fazer e de não fazer) . Ora, além de pagar o tributo, o contribuinte possui uma
série de deveres positivos e negativos que são acessórios à obrigação principal. Esses
deveres são instrumentos dos quais o fisco se vale para saber se o fato concreto foi
realmente praticado.

O não cumprimento dos deveres acessórios pode dar ensejo à sonegação. Por isso
que, para a Administração Fazendária, muitas vezes, a relação tributária acessória é mais
importante que a principal.

Aqui entra a diferenciação entre os conceitos de ​ELISÃO FISCAL X EVASÃO


FISCAL:

ELISÃO FISCAL EVASÃO FISCAL

Forma ​LÍCITA de reduzir a carga tributária. Forma ​ILÍCITA de reduzir a carga tributária (ex.:
Trata-se de planejamento tributário lícito. adulteração de documentos, simulação etc.). É
uma hipótese de fraude que tem por objetivo
esconder a existência ou a ocorrência do fato
gerador (ex.: não emissão de nota fiscal)

Quando o art. 113 menciona que a obrigação principal pode consistir no pagamento
de “PENALIDADE PECUNIÁRIA” há certa incongruência com o art. 3º, visto que, como
analisado, o TRIBUTO NÃO É MULTA e portanto não poderia ter por objeto uma
penalidade. A penalidade pecuniária, nada tem a ver com a relação principal. Portanto,
muitos autores desconsideram essa menção contida no art. 113.

A multa PELO DESCUMPRIMENTO DE DEVER ACESSÓRIO é FIXA (ex.: para


cada nota fiscal não emitida paga-se 500 reais de multa). Já a multa pelo NÃO

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PAGAMENTO DO TRIBUTO (OBRIGAÇÃO PRINCIPAL) é um PERCENTUAL aplicado
sobre o valor devido.

Além disso, o §3º é extremamente confuso. A interpretação literal da norma


permitiria concluir que a não extração da nota fiscal geraria a obrigação de pagar um tributo,
O que acontece, entretanto, é o surgimento da aplicação de uma multa pelo
descumprimento da obrigação acessória. Não se trata de nova obrigação principal, visto
que esta surge pela incidência, e não pelo descumprimento da obrigação acessória.

O termo OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS é contestado pela doutrina​. PAULO DE


BARROS acredita que a obrigação acessória sequer pode ser chamada de obrigação, pois
são meros deveres de fazer ou não fazer. Assim, PAULO DE BARROS, prefere falar em
DEVERES INSTRUMENTAIS OU FORMAIS DO CONTRIBUINTE, que documentam o fato
gerador e instrumentalizam a cobrança do fisco. No Direito Tributário, esses deveres de
fazer ou não fazer ​ANTECEDEM A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E INDEPENDEM DELA ​(ex.:
é a extração da nota fiscal que comprova a necessidade pagar o tributo, e não o contrário),
daí a impossibilidade de algo acessório estar associado a algo principal que sequer existe,
por ora. PAULO DE BARROS também discorda da expressão cunhada por Renato Alessi
(​DEVERES DE CONTORNO)

Por fim, segundo a professora, quanto às OBRIGAÇÕES contidas no art. 113 do


CTN, este deve ser lido da seguinte maneira:

Credor:​ Estado
Devedor:​ Contribuinte
Objeto:​ Patrimonial

Em caso de não cumprimento da obrigação


principal, há aplicação de
RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA
PRINCIPAL MULTA MORATÓRIA + JUROS
(com natureza patrimonial)
A sanção é a multa. Os juros são apenas
uma indenização ao Estado pelo dinheiro
que deixou de receber. Em outras palavras,
a multa tem natureza sancionatória e os
juros têm natureza indenizatória.

Credor:​ Estado
Devedor: ​Contribuinte
RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTÁRIA Objeto:​ Deveres (fazer ou não fazer)
“ACESSÓRIA”
(sem natureza patrimonial) Em caso de não cumprimento​, há aplicação
de uma
DEVERES INSTRUMENTAIS
Ex.: Emissão de nota fiscal. MULTA FORMAL ​(VALOR FIXO).

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DISCUSSÃO JURISPRUDENCIAL: A multa formal é ou não absorvida pela multa
moratória?

Segundo a professora, como ambas as relações jurídico-tributárias são


independentes entre si (ao menos se for aplicada a doutrina de Paulo de Barros Carvalho e
Marçal Justen Filho). Ou seja, para Betina, ambas as multas devem ser cobradas,
justamente por serem autônomas.

O PROBLEMA NA UTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO FATO GERADOR:

Outro problema na dicção do art. 113 é a escolha da expressão FATO GERADOR.


Apesar de esta ter sido a escolha do CTN, ​aqui, há DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA. ​Isto
se dá pelo fato de que a expressão FATO GERADOR possui uma dupla significação,
confundindo FATO ABSTRATO (DESCRIÇÃO LEGAL HIPOTÉTICA DO FATO) e FATO
CONCRETO (OCORRÊNCIA CONCRETA DO FATO NA REALIDADE).

A expressão FATO GERADOR, no próprio CTN tem diferentes significações:

1. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (NORMA - Descrição Legal


Hipotética do Fato)

CTN, Art. 113.​ A obrigação tributária É PRINCIPAL OU ACESSÓRIA.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.

2. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO​ (Ocorrência concreta do Fato)

Art. 105, CTN. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos


geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do art. 116.

3. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO​ (Ocorrência concreta do Fato)

Art. 121, CTN. ​Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao


pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único.​ O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo f​ ato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei;

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Eis algumas denominações sugeridas na tentativa de solucionar essa ambiguidade
semântica:

DESCRIÇÃO PRÓPRIO EVENTO MATERIAL


AUTOR HIPOTÉTICA DO (A OCORRÊNCIA CONCRETA DO FATO NA REALIDADE)
FATO
(ABSTRAÇÃO)

ALFREDO 2
BECKER HIPÓTESE DE HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA REALIZADA
INCIDÊNCIA
Para ALFREDO BECKER, ocorrida a subsunção,a
incidência é infalível - se realiza sozinha.

GERALDO HIPÓTESE DE FATO IMPONÍVEL3


ATALIBA INCIDÊNCIA

FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO


Para PAULO DE BARROS, ​a incidência da norma não
pode ser comparada a um fenômeno natural, infalível
e automático. A subsunção e a incidência não
acontecem de forma instantânea - é preciso a
PAULO DE HIPÓTESE
atuação do intérprete. Ou seja, a fenomenologia da
BARROS TRIBUTÁRIA incidência não se realiza sozinha - é preciso que um ser
operador do direito promova a subsunção e a implicação
que o preceito da norma geral e abstrata determina.

Até mesmo por isso que existe a possibilidade do


contribuinte se defender contra a cobrança do tributo
pelo fisco, dizendo que sua conduta apenas
aparentemente se subsumiu à norma tributária.

4. A ESTRUTURA DA NORMA TRIBUTÁRIA

O papel do operador do direito em matéria tributária é avaliar se há efetivamente


algo a ser cobrado, se o valor está correto, quem é o devedor etc. Entretanto, essa análise
só é possível se o operador conhecer a estrutura da norma tributária. É preciso destrinchar
a norma tributária em todos os seus aspectos a fim de analisar a constitucionalidade e a
legalidade da cobrança do tributo.

No Brasil, o direito tributário nasce em nível CONSTITUCIONAL. Isso, por um lado, é


um problema já que engessa o Sistema Tributário Nacional.

2
Segundo VIEIRA, essa expressão é equivocada pois uma hipótese que se realiza não é mais uma hipótese.
3
Segundo VIEIRA, ,a expressão FATO IMPONÍVEL é equivocada vez que ​a incidência é imediata e concomitante ao fato​.
Ou seja, enquanto houver algo imponível, não será fato, mas apenas abstração, e depois da incidência/imposição, torna-se
fato, nada mais havendo de imponível.
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As subdivisões da Regra Matriz de Incidência tributária são realizadas de formas
diversas de acordo com a doutrina. Para PAULO DE BARROS, por exemplo, temos:

Critério Material:​ Verbo Pessoal +


Complemento

Critério Temporal:​ momento em que surge


HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA a obrigação jurídica tributária

Critério Espacial:​ local em que surge a


obrigação jurídica tributária

Critério Pessoal:
CONSEQUÊNCIA TRIBUTÁRIA Contribuinte/Responsável

Critério Quantitativo:​ Base de Cálculo e


Alíquota

Já para GERALDO ATALIBA, temos:

Aspecto Material: Dimensão do Fato


(Verbo + Complemento)​ + Dimensão da
Riqueza​ (Base de Cálculo)

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA Aspecto Temporal

Aspecto Espacial

Aspecto Pessoal

MANDAMENTO Alíquota:

Sanção

O precursor do estudo da norma da estrutura da norma tributária brasileira é o Prof.


ALFREDO BECKER. Após, seus estudos foram aperfeiçoados por outros professores como
GERALDO ATALIBA e PAULO DE BARROS CARVALHO. ​Para nossos estudos sobre a
norma tributária, iremos seguir a teoria do professor GERALDO ATALIBA​. ​Segundo o
Prof. ATALIBA, a norma jurídica tributária se divide da seguinte forma:

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Segundo ATALIBA, a norma tributária possui a mesma estrutura das demais normas
do ordenamento jurídico. Para ele, as SANÇÕES da normas jurídicas não precisam ter,
necessariamente, a conotação de pena, visto que podem significar ​diversos métodos de
coação que buscam o cumprimento do comando principal ​(ex.: apreensão). Para
ATALIBA, portanto, se mantém na estrutura da norma jurídica tributária visto que é similar
as demais normas jurídicas, gerando, no entanto, uma nova relação jurídica. Não obstante,
ATALIBA foca seus estudos na hipótese de incidência tributária, como será abordado no
próximo tópico (REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA)

PAULO DE BARROS, no entanto, critica essa formulação, pois, segundo ele, A


SANÇÃO NÃO PODE FAZER PARTE DA ESTRUTURA DA NORMA TRIBUTÁRIA, visto
que tributo é diferente de sanção. A sanção pode, então, até integrar o mesmo texto, mas
não a mesma norma. Segundo PAULO DE BARROS, embora compartilhem do mesmo
texto, o mesmo suporte físico, a norma tributária e a norma sancionatória não se
confundem.

Para BETINA, tanto a proposta de ATALIBA, quanto a proposta de PAULO DE


BARROS possuem a mesma utilidade na hora de avaliar a legalidade a constitucionalidade
da cobrança.

No tocante ao nascimento da relação tributária, para GERALDO ATALIBA temos:

A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA corresponde à PREVISÃO DE UM FATO, que, se


ocorrido e quando ocorrido dará nascimento à obrigação tributária.

O FATO IMPONÍVEL, por sua vez, é o FATO CONCRETO DO MUNDO


FENOMÊNICO, que se subsume à hipótese de incidência.

Ou seja, quando o FATO IMPONÍVEL corresponde rigorosamente à HIPÓTESE DE


INCIDÊNCIA, ocorre o nascimento da RELAÇÃO TRIBUTÁRIA.

Adotada a estrutura de GERALDO ATALIBA, passamos a analisar seus


desmembramentos, trazendo também críticas ao seu modelo:

a. ASPECTO MATERIAL

O aspecto material é o NÚCLEO DA NORMA TRIBUTÁRIA. É o aspecto mais


importante da norma. Trata-se da descrição material do fato lícito e jurígeno.

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O intérprete deve procurar o binômio ​VERBO + COMPLEMENTO. ​Por exemplo, o
aspecto material do IPTU é DETER (verbo) + PROPRIEDADE IMÓVEL (complemento). Do
IPI é INDUSTRIALIZAR (verbo) + PRODUTO (complemento).

O núcleo da hipótese de incidência é, portanto, sempre uma manifestação de


riqueza, um ​FATO SIGNO-PRESUNTIVO DE RIQUEZA. Esses fatos possuem
DIMENSÕES DE RIQUEZAS DÍSPARES, visto que cada cidadão contribui na proporção de
sua riqueza. Nesse sentido, a dimensão da riqueza é refletida na base de cálculo do tributo.
Em suma, é preciso saber a dimensão do fato para calcular o valor do tributo.

Para GERALDO ATALIBA​, no aspecto material da norma estão, portanto, a


DIMENSÃO DO FATO e a ​DIMENSÃO DA RIQUEZA (BASE DE CÁLCULO)​, restando ao
mandamento somente a alíquota.

PAULO DE BARROS, no entanto, critica essa construção, afirmando que o Aspecto


Material conjugaria apenas a DESCRIÇÃO DO FATO (do fato tributável). Nesse sentido,
para PAULO, a alíquota e a dimensão da riqueza (base de cálculo) não estariam no
critério/aspecto material da norma. Para Paulo, tratar da base de cálculo no aspecto
material seria uma idolatração excessiva da hipótese de incidência

BASE DE CÁLCULO X BASE CALCULADA:

Geraldo Ataliba Base de cálculo é a perspectiva dimensível do aspecto


material da hipótese de incidência. É a medida do aspecto
material.

Aires Barreto A Base de Cálculo é padrão para medir um fato tributário.


Como se trabalha com uma diferença entre o fato tributário e
o fato concreto, Aires propôs a figura da Base IMPONÍVEL. A
Base IMPONÍVEL/Base CALCULADA seria, nesse sentido o
conceito LEGAL de tamanho, um valor concreto.É aquela que
está relacionada ao fato imponível.

Juan Ramalho A Base calculada é o resultado quantitativo a que se chega


Massanet para um contribuinte concreto

FUNÇÕES DA BASE DE CÁLCULO

A ​BASE DE CÁLCULO é exigência constitucional para todos os tributos e possui 3


funções:

1. OBJETIVA = agregada à alíquota, a base de cálculo permite a determinação


aritmética da dívida; compõe a específica determinação da dívida;

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2. MENSURADORA = mensura as proporções econômicas do fato típico, a “dimensão
real do fato”.

3. COMPARATIVA = ​comparação com o aspecto material da hipótese de incidência de


forma a confirmar4 o fato e verificar a constitucionalidade do tributo. Posta em
comparação com o critério material da hipótese, é capaz de confirmá-lo, infirmar ou
afirmar aquilo que consta no texto da lei, de modo obscuro. Ou seja, a base de
cálculo deve corresponder integralmente à hipótese de incidência, guardando
consonância plena com ela. Se isso não ocorrer, estaremos diante de uma
ilegalidade/inconstitucionalidade. Deve existir perfeita sintonia entre o padrão de
medida e o fato eleito como núcleo da norma. Ou seja, a base de cálculo deve
CONFIRMAR O FATO, DEVE SER A MEDIDA DA RIQUEZA..

b. ASPECTO TEMPORAL

Diz respeito ao momento em que ocorre o fato imponível. É a identificação do


momento em que se dá o fato como consumado. É importantíssimo pois ​é só a partir do
critério temporal que surge a RELAÇÃO JURÍDICA​.

Todos os chamados fatos imponíveis, por Geraldo, acontecem em um determinado


local e um determinado MOMENTO (ASPECTO TEMPORAL). Dentro desse último aspecto,
temos portanto:

1. Fatos INSTANTÂNEOS = ​ocorrem e se esgotam em um átimo, ou seja, no


mesmo momento.
2. Fatos PERIÓDICOS = ​ocorrem durante um período de tempo. Por exemplo,
auferir renda (Hipótese de Incidência do IR) é um fato que se prolonga no
tempo. O tempo considerado é, nesse caso, o exercício financeiro (um ano).
3. Fatos COMPLEXIVOS = se formam com a integração de vários fatores em
um lapso temporal.

Para ​GERALDO ATALIBA, a classificação dos fatos também não é suficiente. Para
ele, há a seguinte divisão: ​a) HIs que preveem o momento para a ocorrência; ​b) HIs que
não preveem o momento para a ocorrência do Fato Imponível.

PAULO DE BARROS, no entanto, acredita que ​não existem fatos periódicos, mas
tão somente fatos instantâneos, pois é o fato completo e final que importa para o direito, e
não o “meio fato imponível”. PB afirma que a Hipótese de Incidência só atinge o resultado
(saída do produto, saldo final de renda, encerramento da prestação de serviço). Ou seja,
todos os fatos são instantâneos.

4
Existe discussão acerca da utilização dos termos INFIRMA e AFIRMA. Segundo Betina, o termo
correto é CONFIRMA.
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Segundo a professora os aspectos temporal e espacial tornam-se ainda mais
importantes no contexto atual de revolução tecnológica (UBER, Spotify, Netflix....).

c. ASPECTO ESPACIAL

Trata-se da coordenada de espaço em que ocorre o comportamento descrito


no critério material. Pode estar explicitamente indicado na lei instituidora do tributo
ou não, e está ligado à COMPETÊNCIA IMPOSITIVA.

É diferente do campo de validade e eficácia da lei. Por exemplo, se o tributo é


criado por lei estadual, nem sempre poderá ser aplicado na totalidade do território do
estado.

Sobre isso, existe até uma classificação dos tributos elaborada por Paulo de Barros:

1 CRITÉRIO ESPACIAL = todo o território de validade e eficácia da lei ​(ex.:


IPI, ICMS)

2 CRITÉRIO ESPACIAL = área menor do que o território de validade e


eficácia da lei (ex.: IPTU, a lei que cria o tributo tem eficácia em todo o território do
município, entretanto, o fato que faz surgir a obrigação do pagamento do IPTU só
pode ocorrer na área URBANA do município.)

3 CRITÉRIO ESPACIAL = lugares específicos dentro do território ​(ex.


IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO, a lei é federal, tendo
validade em todo país, mas o fato só pode acontecer nos portos e aeroportos
alfandegários

d. ASPECTO PESSOAL

Trata-se da indicação dos SUJEITOS DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA. São eles:

i. Sujeito Ativo

CREDOR da obrigação tributária. Ou seja, é quem pode existir o pagamento do


tributo.

Para a ​identificação do sujeito ativo​, basta olhar a legislação (Constituição ou lei que
delega a capacidade ativa). Sendo assim, ​a identificação do sujeito ativo pode ser feita
antes da ocorrência do fato jurídico tributário.

Em regra, são sujeitos ativos: UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS e DF. Entretanto, há


a exceção do fenômeno da PARAFISCALIDADE.

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A ​PARAFISCALIDADE é a possibilidade de um terceiro - que não a autoridade que
criou a lei - cobrar um tributo e aplicar o valor para suas finalidades.

ii. Sujeito Passivo

DEVEDOR​ da obrigação tributária. Ou seja, é quem deve pagar o tributo.

A identificação sujeito passivo​, por outro lado, não é apenas normativa, pois exige
uma análise do fato concreto. É uma identificação NORMATIVO-FÁTICA. A norma fornece
um critério que será analisado diante de um fato. A identificação do sujeito passivo,
portanto, só pode ser realizada após a ocorrência do fato jurídico tributário.

Ou seja, a lei não diz quem é o sujeito passivo, mas ela dá dicas e critérios de como
identificá-lo - assim, o sujeito passivo é indeterminado na lei, mas identificável a partir da
avaliação do fato gerador5.

Segundo o CTN:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada


ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único.​ O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:


I - contribuinte,​ quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável​, quando, sem revestir a condição de contribuinte,
sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada


às prestações que constituam o seu objeto.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções


particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos,
não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Como se pode notar, contribuinte, em regra é o sujeito passivo, NO ENTANTO, o


sujeito passivo não se restringe à figura do contribuinte.

CONTRIBUINTE ​é aquele que pratica diretamente o fato imponível. É o destinatário


constitucional tributário. O que sofre o ônus da tributação. É aquele que a Constituição
aponta como quem praticou o fato imponível.

Importa comentar que há uma diferença internacionalmente: no Brasil, é na


Constituição que está indicado quem deve sofrer o ônus da tributação - todos os aspectos
da hipótese de incidência estão, expressa ou implicitamente dispostos na CF, e o legislador
ordinário só pode reproduzir o que está no texto constitucional, enquanto nos demais países
essa tarefa é exercida pela lei infraconstitucional.

5
Marçal Justen Filho.
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Quanto ao ​RESPONSÁVEL​, a figura surge do art. 128 do CTN6, que informa que a
LEI pode, expressamente, atribuir a responsabilidade pelo pagamento do tributo a terceiro
que não o contribuinte. Esse terceiro, entretanto, não pode ser qualquer pessoa, mas sim
alguém que ​detenha vínculo com o fato gerador​, ou seja, é a pessoa que não praticou o
fato gerador, mas, mesmo assim, será responsável pelo pagamento.

O contribuinte sempre existirá, ele continua suportando o ônus da tributação,


entretanto, pode ocorrer a transferência do dever de pagar o tributo para um terceiro
responsável que guarde alguma relação como o fato gerador. Assim, ​afirmar que
contribuinte é aquele que deve pagar o tributo é incorreto​, em face da existência da
figura do responsável.

Em geral, o responsável é um terceiro que detém um DEVER DE COLABORAÇÃO


PARA COM O FISCO, por exemplo fiscalizando o pagamento do tributo pelo contribuinte.
Caso não haja essa colaboração esperada,o responsável pode ser chamado a pagar ele
mesmo o tributo respectivo.

Existem três tipos de responsabilidade no sistema tributário, (​ 1) a responsabilidade


por transferência e ​(2) a responsabilidade por infração e ​(3) responsabilidade por
substituição:

Por SUCESSÃO (arts. 130 a 132, CTN)

Responsabilidade por TRANSFERÊNCIA Por TERCEIROS (art. 134, CTN)

Por SÓCIO GERENTE (art. 135, CTN)

Infrações à OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS


(art. 136, CTN)
Responsabilidade por INFRAÇÕES
INFRAÇÕES PENAIS
(art. 137)

Responsabilidade por SUBSTITUIÇÃO PROGRESSIVA

Assume a condição de sujeito passivo


pessoa diversa do destinatário REGRESSIVA
constitucional tributário

Podem ainda ser por solidariedade, por subsidiariedade ou pessoal:

SOLIDARIEDADE Mais de uma pessoa integra o polo passivo da relação jurídica.

Não há benefício de ordem. Ou seja, o fisco não fica adstrito a

6
​Art. 128. ​Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
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uma ordem de preferência, podendo cobrar discricionariamente
tanto do contribuinte quanto do responsável.

SUBSIDIARIEDADE Responsável somente se o devedor originário não pagar.

Há benefício de ordem.

PESSOAL A responsabilidade é exclusiva do responsável. Direta e imediata.

A ​SOLIDARIEDADE​ está prevista no art. 124 do CTN:

Art. 124.​ São solidariamente obrigadas:


I - as pessoas que tenham ​interesse comum na situação que constitua o
fato gerador da obrigação principal;
​ xpressamente designadas por lei​.
II - as pessoas e
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta
benefício de ordem.

O inciso I se refere às situações quando dois contribuintes praticam em


CONSÓRCIO um fato lícito e jurígeno previsto em lei. é a prática conjunta de duas ou mais
pessoas de um fato. Aqui a solidariedade é entre contribuintes, ou seja, não se trata de
hipótese de responsabilidade. O inciso II é o que nos reporta a uma hipótese de
responsabilidade. Aqui, há solidariedade entre contribuinte e responsável. Assim, há
necessidade de observância dos limites LEGAIS para a escolha do sujeito passivo, postas
pelo CTN.

1. A responsabilidade por transferência

A responsabilidade por transferência se dá em razão da ocorrência de situação


APÓS o nascimento da relação tributária. Isso ocorre, em regra, pelo INADIMPLEMENTO
DO CONTRIBUINTE. Trata-se da ​“t​ransladação da sujeição passiva para outro que não o
contribuinte em razão de ​fato posterior​ ao surgimento da obrigação​”.

O dever imposto ao responsável por transferência corresponde exatamente à


prestação exigível do contribuinte. Agora, se o contribuinte saldar o débito, nada é exigido
do responsável.

É um modo que o fisco encontrou para transformar alguns cidadãos em auditores


fiscais, fiscalizando uns aos outros no que tange ao pagamento de tributos (“dever de
colaboração”). Atualmente, com a era digital, o dever de colaboração é ainda mais
expressivo, justamente em razão da troca facilitada de informações.

Podemos dividir a responsabilidade por transferência da seguinte forma:

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Imobiliária (art. 130, CTN)

Por ​SUCESSÃO Comercial (arts. 132 e 133, CTN)


(arts. 130 a 133,
CTN) Mortis Causa (art. 132, II, CTN)
Responsabilidade
Sui Generis (art. 131, I, CTN)
por
TRANSFERÊNCIA Por ​TERCEIROS
(art. 134, CTN)

Por ​SÓCIOS Atos de Excesso de Poderes ou infração de


GERENTES lei, contrato social ou estatutos
(art. 135, CTN)

1. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO - o responsável SUCEDE o contribuinte


na relação tributária. Pode ser:

a. SUCESSÃO IMOBILIÁRIA​ (art. 130, CTN)

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato


gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se
na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do
título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a
sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.​

Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador tenha conexão


com a propriedade imobiliária subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes,
salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Assim, o adquirente do imóvel sempre deve requerer uma certidão negativa


de todos os tributos relacionados com aquela propriedade. Caso não solicite, ele se
sub roga na obrigação de pagar os tributos após adquirir o imóvel​. Nesse caso, o
adquirente herda 100% do débito, não podendo invocar nem a subsidiariedade nem
a solidariedade. ​Trata-se de uma responsabilidade pessoal.

No caso de arrematação em hasta pública, a sub rogação ocorre sobre o


respectivo preço - tanto no caso de dívida dos proprietário ou do imóvel. Retira-se o
valor dos tributos devidos e devolve a diferença ao proprietário. Afinal, o valor dos
tributos se sub rogam no valor da arrematação. Ou seja, EXTINGUE-SE O ÔNUS.

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b. SUCESSÃO COMERCIAL (arts. 132 - i. Fusão, Transformação ou
Incorporação e 133 - ii. Compra, CTN):

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de ​FUSÃO,


TRANSFORMAÇÃO OU INCORPORAÇÃO de outra ou em outra é
responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único​. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio,
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual​.

A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO que resultar de FUSÃO,


TRANSFORMAÇÃO ou INCORPORAÇÃO é responsável pelos tributos devidos até
a data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas
ou incorporadas.

O parágrafo único do art. 132 dispõe ainda que o disposto nesse artigo
aplica-se aos casos de EXTINÇÃO de pessoas jurídicas de direito privado, quando a
exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma razão social ou sob firma individual.

OU SEJA, o empresário não pode “criar um novo CNPJ” para fraudar o fisco,
pois a nova pessoa jurídica herda as dívidas tributárias da antiga. O mais comum,
entretanto, é que a junta comercial não dê baixa na pessoa jurídica quando existirem
dívidas tributárias pendentes.

(Incluído pela LCPnº 118/05) A ​ rt. 133. A pessoa natural ou jurídica de


direito privado que A ​ DQUIRIR ​de outra, por qualquer título, fundo de
comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, ​e continuar
a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido,​ devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria
ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1o​ O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de
alienação judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação
judicial.
§ 2o​ Não se aplica o disposto no § 1o​ deste artigo quando o adquirente
for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade
controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;

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II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o​ (quarto) grau, consangüíneo
ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de
seus sócios; ou
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação
judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.
§ 3o​ Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa,
filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à
disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de
alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário.

O objetivo do art. 133 é ​(1) incentivar a aquisição do fundo de comércio e do


estabelecimento comercial de empresa em processo de falência/recuperação
judicial, bem como ​(2)​ coibir a fraude praticada pelo adquirente.

CUIDADO: antes da inscrição em dívida ativa, o contribuinte pode praticar


FRAUDE À EXECUÇÃO (art. 133) - a pessoa natural ou jurídica que adquirir de
outra fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, responde ​pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento, devidos até a data do ato, PESSOAL e INTEGRALMENTE, se o
alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; ou
SUBSIDIARIAMENTE com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar
dentro de seus meses nova atividade no mesmo ou em outro ramo do comércio,
indústria ou profissão)

c. SUCESSÃO MORTIS CAUSA ​(art. 131, II)

Art. 131, II - O sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, são


pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos pelos cujos até a data da
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão do legado ou da meação.
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão

No momento da morte, o DOMÍNIO do patrimônio se transmite para o


herdeiro. Com essa transmissão há também uma transferência de responsabilidade
pelo pagamento do tributo, responsabilidade esta que não envolve diretamente o
patrimônio pessoal do responsável.

Na formalização desse domínio é que serão verificados os débitos tributários


do de cujus e esses débitos, se existentes, serão pagos com preferência à partilha.
Ou seja, a partilha só vai acontecer quando os tributos do de cujus forem quitado: o
cartório ou juiz, a depender de onde vai tramitar o inventário, vai requisitar como
condição para homologar a partilha, todas as certidões negativas do de cujus, de
forma a identificar se este deixou débitos de natureza tributária e se estes foram
pagos.
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Como dito, no pagamento desses débitos, ​os herdeiros ou cônjuges não
respondem com seu patrimônio particular, podendo deixar de, no máximo,
receber seu quinhão do legado ou sua meação​. Ainda, segundo o inciso III, do
mesmo artigo, ​o espólio também é responsável pelos tributos devidos pelo falecido.

Importante ressaltar que caso os herdeiros não paguem o tributos com o


domínio recebido (inércia dos herdeiros), aí sim podem responder com seu
patrimônio pessoal (verificar com a professora essa informação, n tenho ctz)

d. SUCESSÃO SUI GENERIS​ (art. 131, I):

O ADQUIRENTE ou REMITENTE é pessoalmente responsável pelos tributos


relativos aos bens adquiridos ou remidos - bens penhorados ou comprometidos em
processo de falência. Aqui temos um problema, pois a redação da lei não diz se são
bens móveis ou imóveis. Uma interpretação conjunta com o art. 130 leva a
conclusão de que o bem deve ser BEM MÓVEL, entretanto, referida interpretação
deve ser feita com cautela, não podendo se aplicar a todos os bens móveis. Na
prática, em razão de sua redação confusa, o art. é pouco aplicado.

2. TERCEIROS ​(art. 134, CTN)

Art. 134.​ Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da


obrigação principal pelo contribuinte, respondem ​SOLIDARIAMENTE7 com
este, nos atos em que intervirem ou pelas omissões de que forem
responsáveis:
I - os ​PAIS,​ pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os ​TUTORES E CURADORES, pelos tributos devidos por seus tutelados
ou curatelados
III - os A ​ DMINISTRADORES DE BENS DE TERCEIROS,​ pelos tributos
devidos por estes;
IV - o​ INVENTARIANTE​, pelos tributos devidos pelo espólio.
V - oS ​ ÍNDICO e o COMISSÁRIO, pelos tributos devidos pela massa falida
ou pelo concordatário;
VI - os ​TABELIÃES,ESCRIVÃES, e demais SERVENTUÁRIOS DE OFÍCIO,​
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em
razão de seu ofício.
VII - os ​SÓCIOS,​ no caso de liquidação de SOCIEDADE DE PESSOAS​.

7
Apesar do texto da lei falar em responsabilidade SOLIDÁRIA, segundo a professora, se é
impossível exigir do contribuinte, o responsável responde SUBSIDIARIAMENTE, e não
solidariamente. Alguns autores, ainda, dizem que, na verdade, sequer seria uma responsabilidade
subsidiária, mas sim PESSOAL do responsável.
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3. POR SÓCIO GERENTE - Responsabilidade por atos com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos​ ​(art. 135)​:

Segundo o parágrafo único, o disposto no art. 134 só se aplica, em matéria de


penalidades às de caráter moratório. Nesse sentido, a professora comenta sobre o princípio
da vedação ao confisco.

Art. 135. São P ​ ESSOALMENTE responsáveis pelos créditos


correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com
excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no art. 134;
II - os ​MANDATÁRIOS, PREPOSTOS e EMPREGADOS.
III - Os D​ IRETORES, GERENTES OU REPRESENTANTES DE PESSOAS
JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO​;

REQUISITOS PARA A APLICAÇÃO DO 135 (hipóteses de defesa para o


advogado):

1. Para serem incluídas na CDA, essas pessoas devem ter sido


notificadas a produzir defesa na via administrativa, pois se existe a
chance delas responderem judicialmente pelo débito, também devem
ser chamados ao processo administrativo.
2. Na CDA vai estar indicado quem praticou o fato gerador e o quantum
devido. Hoje, segundo a professora, se entende que as CDAs bem
feitas devem indicar os devedores solidários, os gerentes, os
responsáveis. Como eles descobrem quem colocar? Consultam a
Junta Comercial sobre quem são os gerentes financeiros da
sociedade;
3. O sujeito indicado, para ser indicado na CDA, deve ter exercido a
gerência, ou ter sido responsável pelo planejamento tributário da
empresa, e o fato gerador que gerou a obrigação inadimplida deve ter
ocorrido durante a gerência dele​. Já existe súmula do STJ - o gerente
só responde por fatos contemporâneos a sua gerência. Ou seja, para
que o sócio seja diretamente responsável, seu nome também deve
constar na CDA emitida no nome do contribuinte (a empresa da qual
é sócio). No caso dos gerentes/diretores, a responsabilidade só
existirá se estivessem presentes na empresa no período em que
ocorreu o fato.

4. Elemento pessoal (imprescindibilidade do dolo): responsável pela


prática do ilícito (executor material, partícipe ou mandante da
infração); a intenção de fraudar, de agir de má fé e de prejudicar
terceiros é prévia, é condição necessária, é fundamental.

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5. Elemento fático: condutas reveladoras da infração - infração à lei, ao
contrato social ou ao estatuto. E O QUE CONFIGURA ESSAS
INFRAÇÕES?

(A) INFRAÇÃO À LEI: violação de norma vinculada ao exercício da


administração empresarial. Ex.: Importação de mercadoria

(B) INFRAÇÃO AO CONTRATO SOCIAL​: excesso de poderes;


desvio de finalidade que provoca consequências fiscais típicas; Trata-se dos
casos em que o administrador pratica algum ato, ainda que em nome da
sociedade, extrapolando os limites estabelecidos no contrato social. é o ato
“além do autorizado”. Configura-se quando o fato for alheio aos fins da
sociedade. Ex.: sócio de sociedade exclusivamente.

(​C) INFRAÇÃO AO ESTATUTO​:

(D) DISSOLUÇÃO IRREGULAR​: ​Súmula 435, STJ​: ​"Presume-se


dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio
fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.”

Para o STJ, a dissolução irregular (“fechar as portas” da empresa


quando não consegue dar baixa na junta comercial) é um ilícito que justifica o
art. 135. Para alguns autores, essa dissolução irregular seria infração à lei.
Betina, no entanto, acredita que não seja. Isto pois A DISSOLUÇÃO
IRREGULAR não é hipótese nem no 135 nem no 137. Não é prévia ao
nascimento da relação jurídica tributária. Não é ilícito penal tributário. Por
isso trata-se de puro ATIVISMO JUDICIAL.

Para a professora, embora o art. 135 esteja no capítulo sobre responsabilidade de


TERCEIROS no CTN, a responsabilidade é DIRETA E PESSOAL: a pessoa, ao praticar o
ilícito ou infracional, dá causa ao surgimento da relação tributária pela qual será obrigado e
deve ser responsabilizada de forma DIRETA, PESSOAL e EXCLUSIVA. Ou seja, não se
trata de uma hipótese de responsabilidade por transferência, mas sim uma hipótese de
responsabilidade ORIGINÁRIA, devendo essa espécie de responsabilização (por sócio
gerente) sair da hipótese de responsabilidade por terceiros e entrar nas hipóteses de
responsabilidade por infração, que serão vistas no próximo ponto. Portanto, a execução
deveria de pronto ser contra o sócio gerente, e não contra PJ.

Daí a incoerência em se “desconsiderar a PJ” através do redirecionamento quando


ocorrida de alguma das infrações colocadas no inciso III. A PJ não deveria nem ter sido

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colocada como parte na execução, porque, de acordo com o inciso III, o sócio-gerente é
pessoalmente responsável pela obrigação tributária, desde que tal relação seja fruto de um
ato ilícito ou infracional​.Ou seja, o sócio é DIRETAMENTE responsável pelo pagamento do
tributo se praticar ilícito ou infracional.

Segundo a professora, nesse âmbito, merece elogios a ​PORTARIA PGFN


180/904/2010​, segundo a qual:

Art. 1º Para fins de responsabilização com base no inciso III do art.


135 da Lei nº 5.172/66 - CTN, e ​ ntende-se como responsável
solidário ​o sócio, pessoa física ou jurídica,ou o terceiro não sócio,
que possua poderes de gerência sobre a pessoa jurídica​ (...)
Art. 2º A inclusão do responsável solidário na Certidão de Dívida Ativa
da União, s​ omente ocorrerá após a DECLARAÇÃO
FUNDAMENTADA DA AUTORIDADE COMPETENTE da Secretaria
da Receita Federal do Brasil (RFB, do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) ou da PGFN, acerca da ocorrência de ao menos uma
das quatro situações a seguir: I - excesso de poderes; II - Infração à
lei; III - infração ao contrato ou estatuto; IV - dissolução irregular da
pessoa jurídica ​(Incluída após a Súmula 435 do STJ)
Parágrafo único. Na hipótese de dissolução irregular da pessoa
jurídica, os sócios-gerentes e os terceiros não sócios com poderes de
gerência à época da dissolução, bem como do fato gerador

Segundo Betina, no entanto, o art. 135 é artigo coringa para a Fazenda Pública,
sendo geralmente levantado como argumento na execução fiscal que está parada há anos
para incluir no polo passivo o sócio da empresa executado. Ou seja, não achando bens da
empresa para fazer frente ao débito, as procuradorias requisitam o redirecionamento da
execução fiscal para a figura física do administrador.

Para a lente, esse redirecionamento, que já se tornou praxe, é, na verdade, uma


hipótese de ​desconsideração da pessoa jurídica sem a devida instauração de incidente.
Trata-se requisição de DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA por vias
oblíquas, a partir da aplicação dissimulada do art. 135, por vezes até mesmo sem a devida
comprovação da má-fé da agente

Hoje, com a previsão do INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO do CPC, o art. 135


não poderia mais ser utilizado para esse fim. No entanto, a jurisprudência tem entendido
que não cabe incidente de desconsideração da personalidade jurídica (IDPJ) no processo
de execução fiscal. Mero redirecionamento bastaria.

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Em dois seminários apoiados pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
de Magistrados (ENFAM), MAGISTRADOS MANIFESTARAM-SE pela não aplicação do
IDPJ às execuções fiscais.

Enunciado nº 53: “O redirecionamento da execução fiscal para o


sócio-gerente prescinde do incidente de desconsideração da personalidade
jurídica previsto no art. 133 do CPC/2015”

Enunciado nº 6: “A responsabilidade tributária regulada no art. 135 do CTN


não constitui hipótese de desconsideração da personalidade jurídica, não se
submetendo ao incidente previsto no art. 133 do CPC/2015”

Ainda temos a Súmula 112/TRF4:

Súmula 112/TRF4: “A responsabilização dos sócios fundada na dissolução


irregular da pessoa jurídica (​CTN, art. 135​) prescinde de decretação da
desconsideração de personalidade jurídica da empresa e, por conseguinte,
​ PC/2015, arts. 133​ a 137”
inaplicável o incidente processual previsto no C

(PERGUNTA MINHA) Se para executar o sócio, este deve ter constado na CDA; se
para a inclusão do sócio na CDA deve ter sido oportunizada defesa administrativa bem
como é necessária ​a DECLARAÇÃO FUNDAMENTADA DA AUTORIDADE COMPETENTE
demonstrando dolo, para a aplicação do 135, III; se a comprovação do dolo já é difícil, a
instauração de incidente de desconsideração de personalidade para comprovação dele não
coloca em risco o prazo prescricional de 5 anos ?

Além disso, a jurisprudência, em muito casos, afirma tratar-se de dever do


sócio/gerente provar que não agiu com dolo. Ou seja, inverte-se o ônus da prova sem a
devida fundamentação, para legar ao réu a prova negativa de dolo.

Ademais, apesar da Súmula nº 435 falar em “comunicação a autoridade”, na


realidade, a jurisprudência considera que a dissolução irregular ocorre com o não
pagamento dos tributos. Ou seja, mera comunicação não bastaria para a não aplicação do
art. 135. Jurisprudencialmente falando, é necessária baixa na Junta Comercial bem como
pagamento dos tributos para que uma empresa seja dissolvida regularmente.

As decisões judiciais estão nos SLIDES.

Diante de tantas incoerências jurisprudenciais, devemos estudar o INCIDENTE DE


DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA, previsto nos arts. 133 e 134 do CPC:

CAPÍTULO IV

DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

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Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica
será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando
lhe couber intervir no processo.
§ 1o​ O pedido de desconsideração da personalidade jurídica
observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o​ Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de
desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as
fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e
na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1​o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas.
§ 2​o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em
que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o​ A​ instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na
hipótese do § 2o​ .​
§ 4o​ O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos
pressupostos legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica.
Art. 135. ​Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será
citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de
15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será
resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo
interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a
oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em
relação ao requerente.

O incidente, portanto, suspende a execução, permitindo o redirecionamento da


execução com segurança.

Ainda, segundo o CC (art. 50), a Desconsideração da Pessoa Jurídica só deveria


ocorrer em 3 hipóteses: ABUSO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, DESVIO DE
FINALIDADE ou CONFUSÃO PATRIMONIAL.

2. A responsabilidade por infração

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por


infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou
do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do
ato.
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Art. 137.​ A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou
contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de
administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no
cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente
seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo
específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem
respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus
mandantes, preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de
direito privado, contra estas.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo
devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa
de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia
apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou
medida de fiscalização, relacionados com a infração

Temos a SÚMULA DO STJ nº 430: “O inadimplemento da obrigação tributária não


gera por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Alguns procuradores tentam o redirecionamento com base nos arts. 136 e 137. Para
a professora, tal argumentação é menos mal do que fundamentar no 135 (90% dos
procuradores fundamentam no 135). No entanto, ainda assim, esses arts. não deveriam ser
tratados como hipóteses de desconsideração.

Daí o problema de admitir a desconsideração velada no processo de execução fiscal


com base nos arts. 135, 136 e 137.

A professora trouxe diversas jurisprudências nos Slides, dando destaque ao Parecer


Normativo COSIT/RFB Nº 04/12/2018.

Trouxe também a MP da LIBERDADE DE ATIVIDADE ECONÔMICA - 881

3. A responsabilidade por substituição


.

PERGUNTA NA PROVA: RESPONSABILIDADE POR TRÂNSFERENCIA X SUSTITUTO

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Na RP, o responsável paga um imposto que originariamente era do contribuinte e o direito a
pedir de volta para o contribuinte. O DT não disciplina essa relação. Na responsabilidade
por substituição, há recomposição imediata

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA - FATO GERADOR FUTURO

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
§7º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a
condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição,
cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata
e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato
gerador presumido​.

O §7º art. 150 foi emendado pela EC. Trata-se de regra que auxilia ao fisco ao
encontrar meios de conseguir satisfazer o pagamento do tributo.

Aqui, o Fisco diz que o pagamento do tributo será de responsabilidade do substituto


tributário em relação a FATO GERADOR FUTURO. Isso concretamente: uma indústria
automobilística, por exemplo, tem que recolher o imposto de ICMS por operação própria -
industrializou carro e vendeu para concessionária - e por operação imprópria - da
concessionária para o comprador final. Ou seja, recolhe o imposto dela e todos os impostos
das fases decorrentes do processo produtivo/distributivo. O instituto pretende que o
fabricante recolha o imposto ANTECIPADAMENTE pelo valor da última operação no varejo,
deixando livre todos os demais participantes da cadeia de circulação.

Trata-se de regra criada para evitar a sonegação de imposto na cadeia de


circulação.O pior de tudo isso é que há uma PRESUNÇÃO DA BASE DE CÁLCULO, pelo
executivo.

Aí tem a discussão de que, se a base de cálculo for presumida a maior, e portanto o


contribuinte pagou imposto a maior, o Fisco é obrigado a restituir a quantia paga a maior.
Entretanto, como há uma lacuna legal e jurisprudencial sobre o assunto, o que o fisco tem
feito é pedido a restituição de base de cálculo calculada a menor. SEgundo a professora,
essa regra é inconstitucional, pois não se pode impor pagamento de imposto sem a
ocorrência de fato gerador.

Para a professora, esse método de cobrança de imposto deveria ser alterado na


Reforma Tributário. Para betina, a Tributação deveria ser no DESTINO. Agora, se o
contribuinte brasileiro é maduro o suficiente para arrecadar o imposto no destino sem
sonegar, a professora acredita que não.

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SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA CONCOMITANTE

Aqui, assume a condição de sujeito passivo pessoa diversa do destinatário


constitucional tributário. Por exemplo, o empregado deve reter o valor e recolher o imposto
em nome do empregado (essa retenção da fonte é uma hipótese de substituição tributária).
Assim, há uma transferência da responsabilidade pelo pagamento do tributo do empregado
ao empregador. Ou seja, a lei determina que o empregador é responsável pelo pagamento
do IR de seu empregado. Ao mesmo tempo, a lei permite que ele retenha aquele valor na
fonte para poder recolher apropriadamente o tributo. É necessário cuidado pois se o
empregador reter o valor e não recolher o tributo, estará praticando o crime de
APROPRIAÇÃO INDÉBITA.

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA REGRESSIVA - POR FATO GERADOR

FALTEI

5. TEORIA DA NORMA JURÍDICA

Vamos rever alguns aspectos da Teoria da Norma Tributária antes de adentrarmos


no Sistema Constitucional Tributário. Assim vamos rever as teorias Kelseniana e
Cossioniana sobre a Norma Jurídica para posteriormente especificarmos características da
Norma Jurídica Tributária.

1. TEORIA KELSENIANA (2º metade do século XX)

TEORIA PURA DO DIREITO (1934 – Vienna – 1º Kelsen)

Anteriormente, estudava-se a norma sob uma perspectiva INTEGRAL. K​elsen


revolucionou ao propor uma estrutura de norma COMPLEXA/DUPLA​, composta de:
​ anção
a) NORMA PRIMÁRIA​ = aquela que estabelece uma s
b) NORMA SECUNDÁRIA​ ​= aquela que estabelece a ​conduta desejada

Kelsen sofreu uma ​crítica muito forte pois a interpretação que se deu mundo afora é
que com essa proposta, Kelsen dava uma importância muito maior à norma sancionadora e
uma importância secundária à norma que estabelece uma conduta desejada​. O professor
argumenta que o critério adotado por kelsen, no entanto, não foi um critério de relevância,
sendo portanto a crítica infundada. O critério adotado era de explicitude(norma primária)
/implicitude (norma secundária), não de importância. Ex. Matar. Sanção: anos de cadeia. A
conduta desejada “não matar” está implícita, e não explícita.

TEORIA GERAL DAS NORMAS (1979 – 2º Kelsen)

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Entretanto, ​a crítica fez com que Kelsen, em sua obra TEORIA GERAL DAS
NORMAS (1979), invertesse a classificação, adotando desta vez o critério da relevância:

​ onduta desejada;
a) NORMA PRIMÁRIA​ = aquela que estabelece a c
b) NORMA SECUNDÁRIA = aquela que estabelece uma ​sanção pelo
descumprimento da conduta desejada.

2. TEORIA EGOLOGISTA (CARLOS COSSIO)

Um dos maiores críticos de Kelsen. COSSIO fala em:

a) ENDONORMA ​= estabelecem a ​conduta desejada;


b) PERINORMA = estabelece uma ​sanção pelo descumprimento da conduta
desejada

A terminologia que adota COSSIO tem relação com a natureza (o professor dá o


exemplo da maçã – endocarpo e pericarpo). ​Para que essas normas que determinam a
conduta desejada (endonormas), é preciso que haja normas externas (perinormas), que
façam com que as endonormas sejam cumpridas/observadas, que as protegem,
estabelecendo sanções ao seu descumprimento​.

A diferença entre a teoria Kelseniana e a teoria de Cossio parece meramente


terminológica. Entretanto, o professor comenta que se formos estudar as teorias mais
aprofundadamente, ​Kelsen aponta que entre a norma primária e a norma secundária há
um juízo hipotético (se A então deve ser B; se não B, C) e Cossio afirma que entre a
endonorma e a perinorma há um juízo DISJUNTIVO (Se A, então deve ser B ou então
C).

O JUÍZO HIPOTÉTICO é o juízo que parte de uma hipótese; é o juízo que estará
sempre vinculado a certo resultado/consequência. Esse juízo está presente tanto nas
normas da NATUREZA quanto nas normas JURÍDICAS. Entretanto, entre estas há certa
diferença:

A =​ HIPÓTESE; o conteúdo da hipótese é sempre a DESCRIÇÃO DE UM FATO.


B = CONSEQUÊNCIA; preceito; disposição; estatuição; mandamento; o conteúdo da
consequência é sempre a PRESCRIÇÃO/IMPOSIÇÃO DE UMA RELAÇÃO JURÍDICA.

NORMAS DA NATUREZA X NORMAS JURÍDICAS

NORMAS DA NATUREZA​ = ​Se A, então B.


A ligação entre fato e consequência é feita por uma ​CAUSALIDADE – algo
necessário/inevitável).
Ex.:​ Se a temperatura da água é elevada a 100 ºC, então a água ferve.

NORMAS JURÍDICAS =​ ​Se A, então ​deve ser​ B

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A ligação entre fato e consequência é feita por uma ​IMPUTAÇÃO​, no sentido de que o
legislador imputa o resultado B à ocorrência de A; há autores, entretanto, que falam em
CAUSALIDADE JURÍDICA, que não é uma causalidade necessária/inevitável
Ex.: ​Norma jurídica primária (endonorma) =​ SE TENHO UM CARRO, DEVO PAGAR IPVA;
Norma jurídica secundária (perinorma) = SE NÃO PAGO IPVA TEMPESTIVAMENTE,
INCIDE MULTA.

TEXTO DO DIREITO POSITIVO X NORMAS JURÍDICAS

No que se distingue a norma jurídica dos textos do direito positivo? A norma origina do
texto​.

TEXTOS DO DIREITO POSITIVO = enunciados legais, encontrados na letra da lei. São


fruto do trabalho do LEGISLADOR.

NORMAS JURÍDICAS = Significação que se obtém a partir dos textos do direito positivo.
São fruto do trabalho do JURISTA (intérprete do direito/operadores do texto).

6. TEORIA DA NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA

DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES

As subdivisões da Regra Matriz de Incidência tributária são realizadas de formas


diversas de acordo com a doutrina. Para GERALDO ATALIBA, por exemplo, temos:

Aspecto Material: Dimensão do Fato ​(Verbo +


Complemento)​ + Dimensão da Riqueza​ (Base
de Cálculo)

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA Aspecto Temporal

Aspecto Espacial

Aspecto Pessoal

MANDAMENTO Alíquota

Sanção

Para PBC, Geraldo Ataliba é adepto da teoria da “Glorificação do Fato Gerador” -


aquela segundo a qual há inclusão de todos os aspectos na hipótese. Assim, PAULO DE
BARROS propõe uma subdivisão mais lógica:

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UM COMPORTAMENTO DE PESSOAS (físicas ou
jurídicas) QUE SE EXPRIME POR UM ​VERBO
Critério Material PESSOAL9 e TRANSITIVO + UM COMPLEMENTO.
(núcleo da O professor comenta que às vezes, em vez de um
hipótese)8 verbo, temos uma locução verbal. EX.: IPTU tem
Indica o fato como núcleo de incidência “ser proprietário + de
tributável um imóvel”

Trata-se da coordenada de espaço em que ocorre


o comportamento descrito no critério material.
Pode estar explicitamente indicado na lei
instituidora do tributo ou não, e está ligado à
HIPÓTESE DE COMPETÊNCIA IMPOSITIVA.
INCIDÊNCIA É diferente do campo de validade e eficácia da lei.
(Descritor/Antecedente) Por exemplo, se o tributo é criado por lei estadual,
nem sempre poderá ser aplicado na totalidade do
O legislador a chama de território do estado.
FATO GERADOR​. Sobre isso, existe até uma classificação dos
Entretanto,essa tributos elaborada por Paulo de Barros:
expressão é equivocada Critério Espacial
1 CRITÉRIO ESPACIAL = todo o território de
pois possui uma dupla
validade e eficácia da lei ​(ex.: IPI, ICMS)
significação,
2 CRITÉRIO ESPACIAL = área menor do que o
confundindo: DESCRIÇÃO
território de validade e eficácia da lei
HIPOTÉTICA DO FATO
(abstrata) X FATO (ex.: IPTU, a lei que cria o tributo tem eficácia em
BRUTO (concreto) todo o território do município, entretanto, o fato
que faz surgir a obrigação do pagamento do IPTU
só pode ocorrer na área URBANA do município.​)
3 CRITÉRIO ESPACIAL = lugares específicos dentro
do território
(ex. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO E IMPOSTO DE
EXPORTAÇÃO, a lei é federal, tendo validade em
todo país, mas o fato só pode acontecer nos portos
e aeroportos alfandegários​)

Identificação do ​momento em que se dá o fato


Critério Temporal como consumado. É importantíssimo pois ​é só a
partir do critério temporal que surge a RELAÇÃO
JURÍDICA​.

8
​Mesmo sendo o critério mais importante, ​a definição do critério material como “descrição objetiva do fato” é
equivocada​, pois a hipótese de incidência tributária sim é que representa a descrição do fato. O critério material é apenas
uma das partes da hipótese, não podendo corresponder ao seu todo.

9
​Alguns autores apontam ainda para a existência de um ​critério pessoa​l, que não se trata de sujeito passivo e
sujeito ativo. Entretanto, segundo o professor, como o critério material já especifica um comportamento de
PESSOAS, não há necessidade de um critério pessoal na hipótese de incidência. A única hipótese em que seria
compreensível é no caso do tributo do ICMS Ex.: ICMS, a pessoa que realiza a operação de circulação de
mercadorias só pode ser COMERCIANTE, INDUSTRIAL OU PRODUTOR.
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Sujeito Ativo: ​Para a ​identificação do sujeito ativo​,
basta olhar a legislação (Constituição ou lei que
delega a capacidade ativa). Sendo assim, ​a
identificação do sujeito ativo pode ser feita antes
da ocorrência do fato jurídico tributário.
Critério Subjetivo
Sujeito Passivo: ​A identificação sujeito passivo​, por
outro lado, não é apenas normativa, pois exige
uma análise do fato concreto. É uma identificação
NORMATIVO-FÁTICA. A norma fornece um critério
que será analisado diante de um fato. A
identificação do sujeito passivo, portanto, só pode
ser realizada após a ocorrência do fato jurídico
tributário.

Base de cálculo: ​exigência constitucional para


todos os tributos.

A base de cálculo tem 3 FUNÇÕES:


1. OBJETIVA = Determinação aritmética da
CONSEQUÊNCIA dívida
TRIBUTÁRIA 2. MENSURADORA = mensura as proporções
(Prescritor/Consequente) econômicas do fato típico
3. COMPARATIVA = ​comparação com o
critério material da hipótese de incidência

A base de cálculo deve corresponder


integralmente à hipótese de incidência, guardando
Critério
consonância plena com ela. Se isso não ocorrer,
Quantitativo
estaremos diante de uma
ilegalidade/inconstitucionalidade.
10
O professor comenta que o art. 4 do CTN já está
ultrapassado, pois após a CF de 88 (art. 145 §2º;
174, I) foi estipulado que dispomos de um
BINÔMIO ​para a identificação de um tributo qual
seja:

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA+BASE DE CÁLCULO.

Alíquota: ​promove o cálculo do tributo.

Não se trata de mero dado formal. Existe o


princípio da SELETIVIDADE em que se faz a seleção

10
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes para qualificá-la: I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;II – a destinação legal do
produto da sua arrecadação.

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das alíquotas dos produtos de acordo com o seu
grau de essencialidade, sempre de maneira
inversamente proporcional: quanto mais essencial
o produto, menor a alíquota. Mede a capacidade
contributiva do cidadão também.

A professora comenta ainda, acerca do problema da expressão “FATO GERADOR” no


CTN:

A expressão “fato gerador” surgiu por sugestão de um jurista francês, chamado


GAZTON JÉZE, que influenciou os constituintes e tornou-se corrente na legislação e na
doutrina brasileira.

O legislador brasileiro chama a HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA de FATO GERADOR.No


entanto, essa expressão possui uma dupla significação, confundindo a DESCRIÇÃO
HIPOTÉTICA DO FATO, a descrição legal (uma abstração) e a OCORRÊNCIA CONCRETA
DO FATO NA REALIDADE.

Somente as legislações mais recentes têm buscado trocar a expressão “fato gerador”
por outra expressão mais adequada. Algumas expressões consideradas pela doutrina como
corretas são:

AUTOR DESCRIÇÃO HIPOTÉTICA DO PRÓPRIO EVENTO MATERIAL


FATO
(A OCORRÊNCIA CONCRETA DO
(ABSTRAÇÃO) FATO NA REALIDADE)

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA


ALFREDO REALIZADA
BECKER

GERALDO HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA FATO IMPONÍVEL


ATALIBA

PAULO DE HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO


BARROS TRIBUTÁRIA

A professora comenta que a doutrina mais atualizada de Paulo de Barros, este criou
a expressão EVENTO para designar

Como exemplos no CTN temos:

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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS

7. Normas que estabelecem PRINCÍPIOS


8. Normas que estabelecem PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
9. Normas que estabelecem a INCIDÊNCIA DOS TRIBUTOS – Trata-se de NORMAS
TRIBUTÁRIAS ​EM SENTIDO ESTRITO/REGRA MATRIZ/modelo/padrão DE
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA;

10. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO

A professora comenta que opta por uma maneira diferente de ensinar a matéria de
Direito Tributário, iniciando não pelo Sistema Constitucional Tributário (mais comum entre
os doutrinadores), mas sim pela Teoria da Norma, na concepção de Geraldo Ataliba, por
considerá-la menos complexa que a do professor Paulo de Barros de Carvalho.

No entanto, após a introdução ao Direito Tributário pela Teoria da Norma de Geraldo


Ataliba e a complementação com a teoria da Regra Matriz de Incidência Tributária,
passamos agora ao estudo do Sistema Constitucional Tributário.

Sistema é um conjunto de elementos aglutinados e relacionados entre si perante


uma referência central determinada.

A Constituição Federal (18 artigos – Capítulo do Sistema Tributário + outros artigos


fora do capítulo) deve ser ponto de partida para o estudo do direito tributário, pois os
sistemas tributários são muito diversos a depender do País. O único sistema que se
assemelha um pouco com o nosso é o sistema tributário da Índia. Segundo o professor, no
Brasil, estudar direito tributário é fundamentalmente estudar a partir da Constituição.

A CF é um sistema de proposições normativas integrante do ordenamento jurídico


vigente (sistema com amplitude global). Dentro do texto da constituição, temos o
Subsistema do Direito Tributário.

A Constituição define os lineamentos básicos do Sistema Tributário Nacional:

1) Atribui e distribui competências tributárias


2) Classifica os tributos
3) Relaciona e explicita os princípios constitucionais tributários
4) Estabelece as imunidades tributárias

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a. COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS

Competência é a aptidão genérica que as pessoas jurídicas de direito público


possuem para criar “in abstrato” tributos, descrevendo (ou alterando), por meio de lei, seus
elementos essenciais (hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito passivo, base de cálculo
e alíquota), ou seja, é a faculdade potencial que a Constituição confere a determinadas
pessoas para que tributem (“faculdade de editar a hipótese de incidência/a lei”). Trata-se de
uma AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL PARA EDITAR A LEI TRIBUTÁRIA.

A competência tributária é, portanto, lógica e cronologicamente anterior ao


nascimento do tributo. A Constituição, assim, NÃO CRIA TRIBUTOS, mas apenas atribui
competências.

Nesse ponto, no entanto, temos uma divergência doutrinária. Para VIEIRA e SOUTO
MAIOR BORGES, a CONSTITUIÇÃO CRIA TRIBUTO. Isto porque a CF estabelece quase
todos os critérios do tributo (sujeito ativo, sujeito passivo, hipótese de incidência, base de
cálculo etc). Nesse sentido, a CF cria o tributo, e a Lei institui. No entanto, a Constituição
não expressa o aspecto da BASE DE CÁLCULO, o que para a maioria da doutrina, implica
a afirmação de que “a Constituição não cria tributo”, visto que a devida regra matriz do
tributo só está verdadeiramente expressa na Lei que edita o tributo.

É importante frisar que COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA é diferente de CAPACIDADE


TRIBUTÁRIA. A competência tributária se refere à competência para editar a lei, enquanto a
capacidade tributária é a capacidade para cobrar e arrecadar o tributo. Assim, todos que
possuem competência também terão capacidade, mas nem todos que possuem capacidade
terão competência.

Geralmente, a Competência Tributária e a Capacidade Tributária se acumulam em


uma mesma pessoa.

Para Paulo de Barros Carvalho:

“A Competência Tributária, em síntese, é uma das parcelas entre as prerrogativas


legiferantes de que são portadoras as pessoas políticas, consubstanciada na
faculdade de legislar para a produção de normas jurídicas sobre tributos. Mas essa é
apenas uma entre as várias proporções semânticas com que a expressão se
manifesta, justificando o asserto de Becker segundo o qual o jurista é o semântico da
linguagem do direito. Não podemos deixar de considerar que têm, igualmente
competência tributária o Presidente da República, o magistrado, o tribunal, bem
como os órgãos que irão participar da discussão administrativa instaurada com a
peça impugnatória....No curso do presente trabalho, tomaremos competência
tributária com a significação acima especificada, vale dizer, de LEGISLAR (pelo
Poder Legislativo, já que “legislador”, em sentido amplo, todos nós os somos).”

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Pela lógica jurídica, o conceito de Competência é muito mais amplo do que apenas
LEGISLAR. Não diz respeito apenas à legislação, porque além das normas gerais e
abstratas, estão presentes as normas individuais concretas, como decisões judiciais e
lançamento. Portanto, competência, enquanto aptidão de faculdade de editar a lei em
abstrato não diz respeito à verdade concreta. Seria, além da possibilidade de criar normas
gerais e abstratas, também criar normas individuais e concretas, englobando edição de lei,
expedição de lançamento, prolação de decisão etc.”

Em síntese, a competência tributária é a capacidade de editar normas, gerais e


abstratas ou individuais e concretas. As normas são frutos da atividade do intérprete (ou
seja, o intérprete emite a norma).

Feita essa ressalva, o professor PBV afirma que, apesar de que, logicamente, a
competência é mais ampla do que a competência do Poder Legislativo de LEGISLAR, é
essa concepção mais restrita a utilizada para fins didáticos.

i. Características

A competência tributária possui algumas características. Em primeiro lugar, é


INDELEGÁVEL e IRRENUNCIÁVEL​. O titular, portanto, não pode transferir a competência,
nem renunciá-la. Contudo, a CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA É DELEGÁVEL.

Além disso, a competência tributária é ​INCADUCÁVEL​, perdurando no tempo. Ou


seja, não se pode impedir o legislativo de legislar.

Em terceiro, a competência tributária é ​INALTERÁVEL​, não podendo ser exercida


parcialmente ou em maior amplitude, não pode ser ampliada ou restringida. Por exemplo,
um município não pode instituir IPTU comercial.

A quarta característica é a da ​FACULTATIVIDADE​, segundo a qual é possível,


conforme o art. 145, da CF, a opção pela criação do tributo por lei - o problema diz respeito
à Lei de Responsabilidade Fiscal, que responsabiliza pessoalmente o Prefeito pela não
criação de tributos. Contudo, os Estados não podem deixar de criar o ICMS, a menos que
haja aprovação unânime do Confaz, para que se evite uma guerra fiscal.

ii. Classificação​ (pouco científica, mais didática)

1. Competência Privativa:

Trata-se da competência para legislar em matéria tributária em relação aos


impostos. Pela Constituição essa competência é PRIVATIVA DOS ENTES FEDERATIVOS.
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Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

2. Competência Extraordinária​ (art. 154, II);

Art. 154. A União poderá instituir:


II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos
extraordinários, compreendidos ​ou não em sua competência
tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

A expressão “ou não” não se confunde com a competência residual da União. O art.
154 dispõe sobre duas situações excepcionais, entretanto, na competência extraordinária
essa competência pode ser até para fins de bi-tributação e confiscatórios, o que não ocorre
na competência residual, a qual deve seguir os princípios baluartes do Direito Tributário.

3. Competência Residual ​- da União para impostos sobre


situações não previstas (art. 154, I);

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;

A professora comenta que escreveu sobre a tributação dos serviços Over the
Top (Spotify, Netflix, Dropbox etc) e ofereceu como solução a tributação desses serviços
intangíveis a criação de um imposto através da competência residual da União.

4. Competência Comum​ - taxas e contribuição de melhoria

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Os autores consideram competências comuns as para taxas e contribuições de
melhoria. Podem ser criadas quantas tanto forem necessárias.

O professor Roque Carrazza, no entanto, discorda que a competência para a


instituição de taxas e contribuições de melhoria seja comum vez que os serviços e obras
públicas já estão atribuídos pelo texto constitucional a cada uma das pessoas jurídicas de
direito público. Ou seja, devemos consultar as competências administrativas dos entes
federativos para verificar quem pode e quem não pode instituir taxas e contribuições de
melhoria, a depender das obras ou dos serviços a serem realizados. Assim, a competência
não seria comum pois deve seguir o estabelecido nos artigos 21, 25, 29, 30 e 32.

Além disso, existe uma Competência Residual dos Estados e Municípios em relação
aos serviços e obras não realizadas pela União, conforme os arts. 25, §1º e 32, § 1º da
Constituição Federal:

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e


leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição.

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-


se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que
a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.

b. PRINCÍPIOS

Conforme Paulo de Barros:

“Os princípios são LINHAS DIRETIVAS que iluminam a compreensão dos


setores normativos, imprimindo-lhes caráter de unidade relativa e servindo de fator
de agregação num dado feixe de normas. Algumas vezes constam de preceito
expresso logrando o legislador constitucional enunciá-los com clareza e
determinação. Noutras, porém ficam subjacentes à dicção do produto legislado,
suscitando um esforço de feitio indutivo para percebê-los e isolá-los. São os
princípios implícitos. Entre eles e os expressos não se pode falar em supremacia, a
não ser pelo conteúdo intrínseco que representam a ideologia do intérprete,
momento em que surge a oportunidade de cogitar-se de princípios e
sobre-princípios.”

Ou seja, os princípios estabelecem limitações e orientam as possíveis


interpretações dos dispositivos constitucionais e legais.

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Segundo a professora existe uma cisão entre os princípios: (i) princípios que
estabelecem limites objetivos e (ii) princípios valores.

i. Princípio da ESTRITA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, I)


ii. Princípio da ISONOMIA TRIBUTÁRIA (art. 150, II)

iii. Princípio da GENERALIDADE


iv. Princípio da UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA
v. Princípio da ISENÇÃO HETERÔNOMA
vi. Princípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA ​(art. 145 §1º,
CRFB)

§ 1º Sempre que possível, os impostos11 terão caráter pessoal e serão


graduados s ​ egundo a capacidade econômica do contribuinte​, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Esse artigo revela que é necessário se fazer justiça social a partir da justiça fiscal.
Para Geraldo Ataliba, o princípio diz: “quem tem mais paga mais, quem tem menos paga
menos e quem não tem, não paga nada. Mas segundo a professora, não é só isso. Há
muito valor em um só princípio.

Para ela, isso não ocorre no Brasil, tendo em vista que não temos uma tributação
progressiva (aumento da alíquota, obedecendo à base de cálculo). Isso só acontece, “bem
meia boca”, no IR e no IPTU. Para que o sistema fosse efetivamente justo, deveria haver
essa progressividade em relação a TODOS OS IMPOSTOS. Entretanto, para tanto,
teríamos um sistema tributário mais ONEROSO e COMPLEXO, o que representa grande
parte do sistema tributário brasileiro.

A ideia é que a tributação tire do “mais rico” e leve ao “mais pobre”. Mas, após a
inserção nos cofres públicos do montante pago a título de tributação, como esse montante
será distribuído aos pobres? Aí temos a questão do princípio da capacidade contributiva
inserido no DIREITO FINANCEIRO.

Para a professora, o princípio da capacidade contributiva tem aplicabilidade


imediata, não precisa de lei integrativa, mas sim apenas de interpretação integrativa.

11
Betina acha que, conforme a redação constitucional, os tributos que estão sujeitos ao princípio da
capacidade contributiva são somente os IMPOSTOS. Nem as taxas, nem as contribuições. Há teses
que procuram estender a observância do princípio para outros tributos, porém nenhuma convenceu a
professora. Assim, para a professora, CAPACIDADE CONTRIBUTIVA SE APLICA SOMENTE AOS
IMPOSTOS.
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A expressão “sempre que possível” não significa que “em alguns casos não será
observado princípio da capacidade tributiva”. Ao contrário, a expressão se justifica na
medida em que existem tributos indiretos no Brasil (cerca de 70% da carga tributária
brasileira é indireta). Nesses tipos de tributos, quem paga o tributo é o contribuinte, mas
quem suporta o ônus do tributo é quem compra o produto ou o serviço (consumidor final),
tendo em vista que o contribuinte repassa o custo ao consumidor final.

Nesses casos, afirma a professora que é muito difícil medir a capacidade


contributiva na tributação indireta, daí a existência do PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE, que
nesta modalidade de tributação, estabelece que esta será seletiva em relação à
ESSENCIALIDADE do produto/serviço. Os menos essenciais, são pesadamente tributados.
Os mais essenciais, são levemente tributados. Aqui é que temos uma forma de “medir a
capacidade contributiva” dos consumidores finais.

A administração tributária pode investigar/identificar o patrimônio, os rendimentos e


as atividades econômicas do contribuinte, DESDE QUE RESPEITADOS OS DIREITOS
INDIVIDUAIS. Ou seja, o auditor fiscal pode obter informações fiscais não declaradas,
desde que obtida AUTORIZAÇÃO JUDICIAL.

O PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA EM OUTRAS CONSTITUIÇÕES

WEIMAR = ​O princípio da capacidade contributiva estava previsto na Constituição


de Weimar no artigo 13412, porém não foi reproduzido na Lei Fundamental de Bonn, porém
é dedutível de outros princípios, como por exemplo o princípio da igualdade (art. 3)

ITALIANA = Na Constituição Italiana, em art. 53, diz “Todos são obrigados a


concorrer com a despesa pública em razão de sua capacidade contributiva (aqui temos
capacidade contributiva, não capacidade econômica - HÁ UMA DIFERENÇA - segundo a
professora, o legislador brasileiro errou). Além disso, estabelece no mesmo artigo que o
sistema tributário deve ser PROGRESSIVO.

ESPANHOLA =

AS DIFERENÇAS ENTRE CAPACIDADE CONTRIBUTIVA, CAPACIDADE


FINANCEIRA e CAPACIDADE ECONÔMICA

CONTRIBUTIVA FINANCEIRA ECONÔMICA

Subjetiva = IR Significa liquidez para Ser detentor de uma


Objetiva = impostos que pagamento. universalidade de bens e
recaem sobre patrimônio real direitos.
(bens etc)
Todos nós podemos ter

12
“ Todos os cidadãos, sem distinção,
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capacidade econômica.

Trata-se do mínimo necessário


para minha existência, que não
poderia ser alcançado pela
tributação, mas que, no Brasil,
é.

Trata-se da aptidão
econômica, potencialidade de
renda/patrimônio, ou
disposição desta através de
consumo.

Quem tem capacidade financeira pode ou não capacidade contributiva e econômica.


Quem tem capacidade contributiva tem capacidade econômica, mas não necessariamente
tem capacidade financeira. Quem tem capacidade econômica não necessariamente tem
capacidade contributiva. E se não tem capacidade contributiva, não tem relevância a
capacidade econômica.

vii. Princípio da IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA (art.


150, III, a)
viii. Princípio da ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150, III, b)
ix. Princípio da ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (art. 150, III, c)
x. Princípio da VEDAÇÃO DO CONFISCO (art. 150, IV)
xi. Princípio da VEDAÇÃO DE LIMITAÇÕES AO TRÁFEGO DE
PESSOAS OU BENS (art. 150, V)

c. CLASSIFICAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS TRIBUTOS (art. 145, CF)


i. IMPOSTOS
1. Impostos Diretos
2. Impostos Indiretos
3. Impostos Pessoais
ii. TAXAS
1. Taxas de Serviço
2. Taxas de Polícia
iii. CONTRIBUIÇÕES
1. Contribuição de Melhoria
2. Outras Contribuições
a. Contribuição de intervenção no domínio
econômico
b. Contribuições Especiais
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c. Contribuições Sociais
iv. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

d. IMUNIDADES E ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS


i. IMUNIDADES (Constituição) X ISENÇÕES (Lei)
ii. IMUNIDADES
1. Imunidade Recíproca
2. Imunidade de Partidos, Fundações, Entidades Sindicais
e Instituições Educacionais ou de Assistência Social
3. Imunidade dos Livros, Jornais e Periódicos

11. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO


a. Tipos de lançamento:
i. De ofício
ii. Por declaração
iii. Por homologação

12. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 151)


a. Moratória
b. Depósito do montante integral do crédito tributário
c. Reclamações e Recursos
d. Concessão de liminar em mandado de segurança

13. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (art. 156)

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