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Diagnóstico Social

Plano de Desenvolvimento Social


2008 - 2011
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua
AGRADECIMENTOS

O Diagnóstico Social do Concelho de Peso da Régua resultou do envolvimento e da


participação das diferentes Entidades Públicas e Privadas, às quais o Conselho Local
de Acção Social (CLAS) de Peso da Régua agradece toda a disponibilidade e
colaboração para a execução do Diagnóstico Social e Plano de Desenvolvimento
Social.

O CLAS agradece também aos elementos do Núcleo Executivo pelo trabalho


desenvolvido e que resultou na elaboração do presente documento.

“Nada é permanente, senão a mudança.”

Heráclito

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua


COMPOSIÇÃO DO CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL (CLAS) DE PESO DA RÉGUA

Agrupamento Vertical de Escolas do Peso da Régua

Associação Amigos da Beira-Rio

Associação Cultural de Beneficente de Santa Maria de Sedielos

Associação Cultural do Alto Douro

Associação Comercial e Industrial dos concelhos de Peso da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião –
ACIR

Associação da Região do Douro para Apoio a Deficientes - ARDAD

Associação de Assistência de N.ª Senhora das Candeias- IPSS

Associação de Desenvolvimento de Peso da Régua – ADR

Associação de Moradores do Bairro das Alagoas

Associação Juvenil de Intervenção Cultural – AJIC

Associação “O Baguinho”

Bombeiros Voluntários do Peso da Régua

Casa do Povo de Godim, Régua e Covelinhas

Casa do Povo de Vilarinho dos Freires

Centro Comunitário da Casa de Povo de Fontelas

Centro de Área Educativa de Vila Real

Centro de Emprego e Formação Profissional de Vila Real- CAE

Centro de Saúde de Peso da Régua

Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Vila Real

Centro Hospitalar de Vila Real/Peso da Régua

Centro Social e Paroquial D. Manuel Vieira de Matos

Centro Social Paroquial S. Pedro Loureiro

Centro de Respostas Integradas de Vila Real

Clube Caça e Pesca do Alto Douro

CNE – Agrupamento 282 – Godim

CNE – Agrupamento 324 – Peso da Régua

CNE – Agrupamento 840 – Moura Morta

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Colégio Salesiano de Poiares

Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco - CPCJPR

Cruz Vermelha Portuguesa, Núcleo de Peso da Régua

Destacamento Territorial da GNR de Peso da Régua

Escola Profissional do Desenvolvimento Rural do Peso da Régua

Escola Secundária João de Araújo Correia

Instituto de Reinserção Social – IRS

Instituto Português da Juventude – IPJ

Junta de Freguesia de Canelas

Junta de Freguesia de Covelinhas

Junta de Freguesia de Fontelas

Junta de Freguesia de Galafura

Junta de Freguesia de Godim

Junta de Freguesia de Loureiro

Junta de Freguesia de Moura Morta

Junta de Freguesia de Peso da Régua

Junta de Freguesia de Poiares

Junta de Freguesia de Sedielos

Junta de Freguesia de Vilarinho dos Freires

Junta de Freguesia de Vinhós

Patronato Padre Alberto Teixeira de Carvalho

Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua

Centro de Respostas Integradas – CRI

Núcleo Local de Inserção Social de Peso da Régua – NLI

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COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO EXECUTIVO DO CLAS DE PESO DA RÉGUA

Câmara Municipal de Peso da Régua

Associação Cultural de Beneficiente de Santa Maria de Sedielos

Associação da Região do Douro para Apoio a Deficientes

Centro de Saúde de Peso da Régua

Centro Distrital da Segurança de Vila Real

Centro Comunitário da Casa de Povo de Fontelas

Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua

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ÍNDICE

Agradecimentos ........................................................................................................ 2

Composição do Conselho Local de Acção Social (CLAS) de Peso da Régua ........... 3

Composição do Núcleo Executivo do CLAS de Peso da Régua ................................ 5

Índice ........................................................................................................................ 6

Índice de Figuras ..................................................................................................... 10

Introdução ............................................................................................................... 13

Metodologia............................................................................................................. 15

Parte 1 – Enquadramento Geral do Concelho ............................................................................ 16


1. Quadro Geográfico do Concelho de Peso da Régua ........................................... 17

1.1. Enquadramento ............................................................................................ 17

1.2. Caracterização Física ................................................................................... 21

1.2.1. Caracterização Climática ........................................................................... 24

1.3. Caracterização Demográfica ......................................................................... 26

1.4. Caracterização Sócio-Económica ................................................................. 31

Parte 2 – Realidade do Concelho de Peso da Régua ................................................................... 35


1 - Educação ........................................................................................................... 36

1.1 - Panorama Concelhio ................................................................................... 36

1.2 - Ensino Pré-escolar ...................................................................................... 38

1.3 - 1º Ciclo do Ensino Básico ............................................................................ 40

1.4 - 2º e 3º ciclo do Ensino Básico ..................................................................... 41

1.5 - Ensino Secundário....................................................................................... 44

1.6 - Ensino Profissional ...................................................................................... 45

1.7 – Colégio Salesiano de Poiares ..................................................................... 46

1.8 - Educação e Formação de Jovens e Adultos ................................................ 46

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1.9 - Ensino Recorrente ....................................................................................... 47

1.10 - RVCC – Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências ..... 48

2- Saúde ................................................................................................................. 51

2.1 – Hospital D. Luís I......................................................................................... 51

2.2 - Centro de Saúde de Peso da Régua ........................................................... 52

2.3 - Problemáticas próprias da Saúde ................................................................ 55

3 - Emprego e Formação Profissional ..................................................................... 57

3.1 – Desemprego no Concelho .......................................................................... 58

3.2. A Precariedade do Trabalho ......................................................................... 61

4 - Habitação ........................................................................................................... 62

4.1 – A habitação no Concelho ............................................................................ 62

4.2 – A habitação social no Concelho .................................................................. 66

Bairro da Azenha ................................................................................................. 68

Bairro Calouste Gulbenkian ................................................................................. 68

Bairro Fundação Salazar ..................................................................................... 69

Bairro Fundo Fomento de Habitação ................................................................... 69

Bairro Junto Autónoma de Estradas .................................................................... 70

Bairro Habitacional do Corgo ............................................................................... 70

Bairro das Alagoas (não camarário)..................................................................... 71

5- Acção social ........................................................................................................ 74

5.1 – Acção Social Escolar do Município ............................................................. 74

5.2 – A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens ........................................ 76

5.3 – Rendimento Social de Inserção .................................................................. 79

5.4 – Equipamentos Sociais................................................................................. 89

6 - Associativismo ................................................................................................... 96

Parte 3 – Eixos de Intervenção Estratégica ................................................................................. 99


Eixo I - Grupos Vulneráveis ................................................................................... 100

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1 - Crianças e Jovens em Risco ........................................................................ 100

2 – Famílias Carenciadas .................................................................................. 103

3 - Isolamento da população idosa .................................................................... 106

4 - Minorias étnicas e Comunidade Imigrante .................................................... 111

Eixo II - Qualificação Escolar e Profissional .......................................................... 113

1- Baixa escolaridade ........................................................................................ 113

2- Absentismo/ abandono escolar ...................................................................... 116

Eixo III – Promoção da Saúde ............................................................................... 119

1- Toxicodependências ...................................................................................... 119

2 – Deficiência ................................................................................................... 122

Eixo IV – Qualificação Profissional e Inserção no mercado de trabalho ................ 127

1 – Desemprego e Precariedade do Trabalho no Concelho ............................... 127

2 – Falta de investimento empresarial ............................................................... 131

Parte 4 – Plano de Desenvolvimento Social............................................ 135

Eixo I – Grupos Vulneráveis .................................................................................. 139

Grupo 1 – Crianças e Jovens em Risco ............................................................. 139

Grupo 2 – Famílias Carenciadas ....................................................................... 140

Grupo 3 – Isolamento da População Idosa ........................................................ 141

Grupo 4 – Comunidade Imigrante e Minorias Étnicas ........................................ 142

Eixo II - Qualificação Escolar e Profissional .......................................................... 144

Grupo 1 – Absentismo e Abandono Escolar ...................................................... 144

Grupo 2 - Baixa Escolaridade ............................................................................ 145

Eixo III – Promoção da Saúde ............................................................................... 147

Grupo 1 – Toxicodependências ......................................................................... 147

Grupo 2 – Deficiência ........................................................................................ 148

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua


Eixo IV – Qualificação Profissional e Inserção no mercado de Trabalho ............... 150

Grupo 1 – Desemprego e precariedade do trabalho .......................................... 150

Conclusão ............................................................................................................. 152

Bibliografia ............................................................................................................ 153

Webgrafia.............................................................................................................. 155

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua


ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1- Localização do Concelho de Peso da Régua 16


Figura 2 – Freguesias do Concelho de Peso da Régua 17
Figura 3 – Lugares do Concelho de Peso da Régua 18
Figura 4 – Rede Viária do Concelho de Peso da Régua 19
Figura 5 – Mapa hipsométrico do Concelho de Peso da Régua 20
Figura 6 – Rede Hidrográfica do Concelho de Peso da Régua 21
Figura 7 – Declives do Concelho de Peso da Régua 22
Figura 8 – Declives preferenciais do Concelho de Peso da Régua 22
Figura 9 – Exposições do Concelho de Peso da Régua 23
Figura 10 – Gráfico termopluviométrico da meteorológica do Concelho de Peso da Régua 24
Figura 11 – População residente, por freguesia, em 1991 25
Figura 12- População residente, por freguesia, em 2001 26
Figura 13 – Variação da população residente, por freguesia, entre 1991-2001 27
Figura 14 – População residente por subsecção em 2001 28
Figura 15 – Índice de envelhecimento, por freguesia, em 2001 29
Figura 16 – Pirâmide etária do concelho de Peso da Régua 30
Figura 17 - Proporção da população residente afecta ao sector primário, por freguesia,
31
em 2001
Figura 18 - Proporção da população residente afecta ao sector secundário, por freguesia,
31
em 2001
Figura 19 - Proporção da população residente afecta ao sector terciário, por freguesia,
32
em 2001
Figura 20 – Taxa de analfabetismo, por freguesia, em 2001 33
Figura 21 – Níveis de escolaridade, por freguesia, em 2001 36
Figura 22 – Nº de crianças a frequentar os jardins-de-infância da rede pública, no ano
38
lectivo de 2007/2008
Figura 23 – Distribuição dos alunos a frequentar os jardins-de-infância 38
Figura 24 - Nº de crianças a frequentar os jardins-de-infância da rede privada, no ano
39
lectivo de 2007/2008
Figura 25 – Caracterização do 1º ciclo do ensino básico, quanto aos docentes, alunos e
40
auxiliares de acção educativa
Figura 26 – Nº de alunos matriculados no 2º e 3º ciclo da escola E.B 2,3 de Peso da
41
Régua, por anos escolares
Figura 27 – Nº de alunos matriculados no 3º ciclo da Escola Secundária 41
Figura 28 – N.º de alunos matriculados no 2.º e 3.º ciclo do Agrupamento Vertical de
42
Escolas de Peso da Régua

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 10


Figura 29 – Nº de alunos matriculados no curso PIEF da Escola Secundária 42
Figura 30 – Nº de alunos matriculados nos cursos CEF do Ensino Secundário 43
Figura 31 – Nº total de alunos distribuídos pelos 3 anos do ensino secundário 43
Figura 32 – Caracterização dos cursos profissionais de nível III 44
Figura 33 – Nº de turmas de cursos EFA e ALPHA 46
Figura 34 – Nº de alunos que frequentaram os cursos EFA, em 2007/2008 49
Figura 35 – Caracterização do grau de dependência 54
Figura 36 – Indicadores de Saúde do Concelho 54
Figura 37 – População activa por sectores de actividade em 2001 57
Figura 38 - Habilitações literárias da população activa por sectores de actividade 59
Figura 39 – Caracterização dos desempregados 59
Figura 40 - Edifícios construídos entre 1950 e 1985, por lugar 59
Figura 41 – Edifícios construídos entre 1985 e 2001, por lugar 62
Figura 42 – Dinâmica construtiva da região norte 63
Figura 43 – Alojamentos com esgotos em 2001, por lugar 63
Figura 44 – Alojamentos com electricidade em 2001, por lugar 63
Figura 45 – Indicadores sobre as condições de habitabilidade, em 2001 63
Figura 46 – Bairros de habitação social camarários na cidade de Peso da Régua 64
Figura 47 – Apoios facultados pela autarquia aos alunos do 1º ciclo por ano e escalão, no
65
ano lectivo 2007/2008
Figura 48 – Distribuição dos processos por idade e género 66
Figura 49 – Nº de agregados e beneficiários RSI segundo o género no Concelho 73
Figura 50 – Nº de agregados e beneficiários RSI, por freguesia 82
Figura 51 – Caracterização etária segundo o género da população com RSI total 83
Figura 52 – Tipologia familiar segundo a titularidade RSI 84
Figura 53 – Distribuição dos agregados RSI segundo os valores da prestação 84
Figura 54 – Nº de agregados familiares com e sem acordos de inserção do período de
85
Outubro de 2007 a Agosto de 2008
Figura 55 – Distribuição de beneficiários por acções de inserção 85
Figura 56 – Distribuição das acções de inserção no Concelho 86
Figura 57 – Motivos de cessação dos programas de inserção 86
Figura 58 – Caracterização dos equipamentos sociais por freguesia 90
Figura 59 – Taxa de frequência das respostas sociais existentes no Concelho 92
Figura 60 – Motivos de intervenção da CPCJ, em 2007 99
Figura 61 – Nº de agregados beneficiários de RSI, segundo o género, no Concelho 101
Figura 62 – Caracterização etária segundo o género da população RSI total 102
Figura 63 – Caracterização geral da medida, pelas freguesias do Concelho 103

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 11


Figura 64 – Índice de envelhecimento, por freguesia, em 2001 104
Figura 65 – Nível de instrução da população residente 111
Figura 66 – Caracterização da deficiência por género e tipo de deficiência 120
Figura 67 – Distribuição, por percentagem, das pessoas com deficiência, por freguesia 120
Figura 68 – Tipos de deficiência, por género 120
Figura 69 – Sinalizações de pessoas com deficiência 121
Figura 70 – Crianças abrangidas pelo subsídio de educação especial 122
Figura 71 – População activa, por sectores de actividade, em 2001 124
Figura 72 – Habilitações literárias da população activa por sectores de actividade 126
Figura 73 – Caracterização dos desempregados 126

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 12


INTRODUÇÃO

A pobreza é uma das dimensões, talvez a mais visível, de exclusão social. A evolução
deste conceito procura enquadrar novas realidades associadas à pobreza, surgindo
desta forma, dicotomias neste conceito que dão conta de uma multiplicidade de
significados que pode assumir – pobreza absoluta/pobreza relativa, pobreza objectiva/
pobreza subjectiva, pobreza tradicional/ nova pobreza, pobreza rural/ pobreza urbana,
entre outros. Anthony Giddens defende a existência de dois tipos da pobreza segundo:
a “pobreza de subsistência” que consiste na falta de rendimento básicos necessários
para manter a saúde e o bom funcionamento do organismo e a “pobreza relativa”que
consiste na ausência de recursos suficientes para manter as condições e
comodidades de vida normais da sociedade. A pobreza de subsistência é exclusiva
dos países do terceiro mundo onde milhares de crianças morrem todos os dias por mal
nutrição, por doenças elementares que um simples fármaco antipirético podia afastar.
Quanto à pobreza relativa, ela designa melhor a pobreza que há nas nossas
sociedades ocidentais, mas ela é dissimulada.

A falta de consciência pública em relação à dimensão da pobreza no mundo ocidental


deve-se em grande parte à baixa “visibilidade” dos pobres (Giddens A. 1997).
Contudo, determinados assuntos relacionados com a pobreza infantil e a exploração
económica atraem regularmente a atenção do público, infelizmente, essa preocupação
rapidamente se desvanece.

Para ultrapassar as barreiras das desigualdades, é necessário apostar no


desenvolvimento social e numa comunidade em que os direitos sociais são uma
realidade e um objectivo permanente. Divulgar e difundir os direitos e deveres dos
cidadãos, assim como promover um bom acesso aos benefícios a todos, mas
essencialmente, aos desfavorecidos e marginalizados, é um passo decisivo para
assegurar a cidadania e a qualidade de vida de uma forma justa e igualitária. Desta
forma, contribui-se para a valorização do capital humano existente no território onde se
pretende intervir e atenuação das situações de exclusão social.

Cabe assim, às entidades públicas e privadas que actuam num determinado território,
terem uma relação de abertura, informação e partilha de responsabilidades no sentido
da melhor satisfação colectiva das necessidades sociais das comunidades onde
desenvolvem a sua intervenção e apoio. Este trabalho apenas se torna efectivo se de

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 13


facto as entidades trabalharem em parcerias no sentido de um objectivo comum –
bem-estar da comunidade.

Para se poder definir estratégias de intervenção o mais ajustadas possível, é


fundamental como ponto de partida conhecer o melhor possível, não só o panorama e
contexto gerais, bem como as características e perfis específicos do território humano
e geográfico. Assim, este documento tem por objectivos, não só aprofundar um
conjunto de informações (quantitativas e, particularmente, qualitativas), mas também
identificar as problemáticas evidenciadas pelos actores locais e ao mesmo tempo,
para posteriormente se elaborarem propostas de intervenção com estes mesmos
agentes

Organizar o conhecimento consensualizado da realidade de um território, numa


estrutura técnica e reconhecida, não só a nível local como a nível central, é essencial
para fundamentar orientações estratégicas de desenvolvimento.

Este diagnóstico apresenta o enquadramento geográfico do Concelho e a síntese mais


relevante dos dados recolhidos e respectivo tratamento, identificando-se por fim as
prioridades de intervenção à luz das problemáticas sociais patentes. Este trabalho
deve ser entendido como um documento fundamental na construção do Plano de
Desenvolvimento Social que constitui a etapa seguinte e tem por objectivo principal a
melhoria da qualidade de vida e bem-estar da população residente do Concelho de
Peso da Régua, mas não deve percebido como um documento estanque mas alvo
contínuas reavaliações.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 14


METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho optou-se pela investigação-acção, com a pretensão


de envolver toda a comunidade, para a definição de estratégias eficazes de
intervenção participativa, de encontro à interpretação das causas dos problemas

Recorreu-se ainda à análise documental e estatística, a entrevistas exploratórias a


informantes privilegiados, nomeadamente os Presidentes de Junta, representantes da
educação, representantes da saúde cujos resultados permitiram obter uma
caracterização geral do Concelho, em cada uma das áreas.

Realizaram-se ainda algumas de sessões de trabalho participadas, de modo a


auscultar não só os parceiros do Conselho Local de Acção Social, mas também de
outras entidades que desenvolvem actividades relevantes no domínio social.

Para esta dinamização, as metodologias utilizadas foram a Brainstorning e a


Estratégia Metaplan. Para a identificação e hierarquização dos problemas bem
como dos pontos fracos e fortes relativos a cada problemática, recorreu-se à
técnica Metaplan. A Metaplan consiste numa técnica de visualização que possibilita
tornar visível o debate de ideias através do preenchimento de cartões pelos
participantes e a sua afixação num painel, observável durante toda a sessão. Este
método permite envolver todos os participantes e criar uma dinâmica de grupo que se
traduz numa reflexão geradora de consensos e na responsabilização de todos perante
o resultado.

Após definição e priorização das problemáticas, foram elaboradas grelhas de


priorização de problemas.

Estas sessões de trabalho foram dinamizadas por elementos do Núcleo Executivo,


enquanto elementos moderadores, tentaram assegurar uma boa comunicação e
cooperação dentro do grupo, tarefa facilitada pelo empenho e participação
demonstrados em todas as sessões.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 15


PARTE 1 – ENQUADRAMENTO GERAL DO CONCELHO

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 16


1. QUADRO GEOGRÁFICO DO CONCELHO DE PESO DA RÉGUA

1.1. Enquadramento
O concelho de Peso da Régua localiza-se na região Norte de Portugal, na margem
direita do Rio Douro, sendo a porta de entrada para a mais antiga região demarcada
do mundo. Em 1756, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal,
ministro do Rei D. José I, lançou as bases da constituição da Região Demarcada do
Douro, consagrada como Património Mundial da UNESCO em 2001. Esta distinção
torna Peso da Régua, um concelho integrado numa região com um património
consagrado à escala mundial, com uma forte identidade, ligado à terra e à cultura do
vinho.

Peso da Régua pertence ao distrito de Vila Real, distando da capital de distrito 33 km


para sul. Está integrado na NUT III Douro e tem como limites a Norte os concelhos de
Santa Marta de Penaguião e Vila Real, a Este Sabrosa, a Sul os concelhos de,
Armamar e Lamego, já na margem esquerda do rio Douro, e a Oeste os concelhos de
Mesão Frio e de Baião (Figura1).

Vila Real

Vila Real

Sta. Marta de Penaguião

Sabrosa

Baião
Peso da Régua

Mesão Frio

 Lamego Armamar

Câmara Municipal de Peso da Régua


Legenda:
Legenda:

Concelho de Peso da Régua Concelho de Peso da Régua Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
Distritos
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
Concelhos Limítrofes
0 50 100
0 2 4 Km
Km
Fonte: IGP - Carta Administrativa Oficial de Portugal  

Figura 1 - Localização do concelho de Peso da Régua.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 17


Constituem o concelho de Peso da Régua 12 freguesias, totalizando uma área
94.8Km2, sendo elas: Canelas, Covelinhas, Fontelas, Galafura, Godim, Loureiro,
Mouramorta, Peso da Régua, Poiares, Sedielos, Vilarinho dos Freires e Vinhós.(Figura
2).

Vinhós

Sedielos

Moura Morta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Câmara Municipal de Peso da Régua

Legenda: Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica

Freguesias Sistema de Hayford Gauss Datum 73

0 2 4 Km
Fonte: IGP - Instituto Geográfico de Portugal  

Figura 2 – Freguesias do concelho de Peso da Régua.

Do ponto de vista do povoamento e da distribuição da população no concelho de Peso


da Régua, o rio Corgo separa duas realidades distintas. Na margem esquerda,
especialmente nas freguesias de Covelinhas, Galafura e Poiares, temos um
povoamento mais concentrado, constituindo núcleos populacionais bem delimitados e
relativamente afastados entre si, característicos do povoamento transmontano.

Na margem direita do rio Corgo, o povoamento encontra-se disperso por vários


lugares de pequena dimensão, característico do Minho, à excepção do lugar de Peso
da Régua, que corresponde ao núcleo urbano da Cidade e abrange as freguesias de
Peso da Régua e Godim. É também aqui que reside cerca de metade dos 18.832
habitantes do concelho1 (Figura 3).

Ainda de realçar a ausência de qualquer tipo de povoamento no extremo NW do


concelho que corresponde à Serra do Marão, a área mais acidentada do concelho.

1
Fonte: Censos 2001: Instituto Nacional de Estatística – Portugal.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 18


Câmara Municipal de Peso da Régua

Legenda: Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica

Lugares Sistema de Hayford Gauss Datum 73

0 2 4 Km
Fonte: Instituto Nacional de Estatística - Portugal  

Figura 3 – Lugares do concelho de Peso da Régua.

A cidade de Peso da Régua encontra-se na confluência de dois importantes cursos de


água, o rio Douro e o seu afluente, o rio Corgo. Estes foram estruturantes no
povoamento, no desenvolvimento económico desta região, e decisivos para que a
Régua constituísse o local de concentração das produções vinícolas oriundas do
"Baixo Corgo" e fosse o entreposto comercial por excelência da Região Duriense.

No entanto, a Região Demarcada do Douro oferecia grandes dificuldades à


implementação de vias de comunicação, como afirma PINA (1997), e sofria, por isso,
de graves problemas de acessibilidade.

Até ao final do século XIX, “o Alto Douro continuava extremamente periférico, apesar
do impacte económico do Vinho do Porto na balança comercial portuguesa.” (PINA,
2003, pp. 4). Esta situação só começou a ser alterada com a construção do caminho-
de-ferro, que chegou à Régua em Julho de 1879. O transporte fluvial tornava-se
demasiado moroso e dispendioso e o caminho-de-ferro veio substitui-lo na sua função
de via de comunicação, “era notória a supremacia do transporte de vinhos conquistada
pelo caminho-de-ferro enquanto decaía o transporte fluvial, (...).” (PINA, 2003, pp. 15).

Nas últimas duas décadas, o rio Douro viu a sua função de via de comunicação ser
revitalizada com o impulso que lhe deu o turismo, com inúmeros operadores a fazerem
cruzeiros ao longo do seu curso navegável.

No que diz respeito à rede viária (Figura 4), internamente o concelho de Peso da
Régua é servido por uma rede de estradas que assegura a ligação entre os diferentes
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 19
lugares do concelho e as várias sedes de freguesia. A implementação da rede viária
veio também influenciar a distribuição da população e acompanhar o seu crescimento,
“as manchas de povoamento, (…) posicionam-se preferencialmente em rechãs
situadas entre os 350 e os 500 metros de altitude, expandindo-se sobretudo após a
década de sessenta, ao longo das principais vias de comunicação” (PINA, 1997,
pp.73).

Como é característico das áreas mais rurais e dos concelhos do interior, o concelho de
Peso da Régua conta também com uma grande extensão de caminhos rurais.

No eixo Norte-Sul, Peso da Régua vê assegurada uma ligação rápida a Lamego e Vila
Real através da A24, sendo esta a principal via de comunicação que atravessa o
concelho.

Vinhós

Sedielos

Moura Morta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Rede Viária
Câmara Municipal de Peso da Régua
Caminhos
Caminho-de-Ferro Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica

Freguesias Sistema de Hayford Gauss Datum 73

0 2 4 Km
Fonte: IGeoE - Instituto Geográfico do Exército.  

Figura 4 – Rede viária do concelho de Peso da Régua.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 20


1.2. Caracterização Física
A geomorfologia desta região é fortemente dominada pelo dorso imponente da Serra
do Marão, pelo vale profundo do Douro e pelos vales de alguns afluentes deste rio,
(TEIXEIRA, C.; et al, 1967).

No extremo NW do concelho de Peso da Régua ergue-se a Serra do Marão, de


natureza essencialmente xisto-quartzítica, onde se registam as maiores altitudes do
concelho, 1390 metros (Figura 5). “Estas rochas formam as imponentes cristas do Alto
do Marão e da Fraga da Ermida”. (CMPR, 1993). O concelho está implementando,
quase na totalidade, sobre rochas metassedimentares do complexo Xisto-
Grauváquico, e que conferem a este território uma morfologia de vertentes
arredondadas.

Na localidade de Covelinhas encontra-se o único afloramento granítico do concelho,


definido no PDM de Peso da Régua (1993) como um afloramento de pequenas
dimensões, que parece estar controlado pelo filão-falha de S. Leonardo.

Legenda:
Hipsometria (m)
< 200
200-400
400-600
600-800 Câmara Municipal de Peso da Régua
800-1000
1000-1200 Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica

> 1200 Sistema de Hayford Gauss Datum 73


Rede Hidrográfica
0 2 4 Km
Fonte: IGeoE - Instituto Geográfico do Exército.  

Figura 5- Mapa hipsométrico do concelho de Peso da Régua.

É ainda de destacar o marco geodésico de S. Leonardo de Galafura com uma altitude


de 637 metros. Esta área corresponde a um filão de quartzo que atinge dimensões
consideráveis e uma espessura de 30 metros. Por se encontrar num nível de
aplanamento, definido por LAUTENSACH (1998), como um terraço do rio Douro, assim
como os níveis aplanados aos 300 metros, S. Leonardo destaca-se na paisagem e é

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 21


um ponto de referência do concelho por constituir um miradouro sobre o Rio Douro,
eternizado pela obra de Miguel Torga.

O rio Douro corre na região meridional do concelho num vale apertado e de vertentes,
em geral, abruptas. Apenas na cidade de Peso da Régua, o vale é mais largo existindo
mesmo um pequeno terraço fluvial de pouca altitude, a cerca de 75 metros.

Procurando o seu nível de base, os afluentes do Rio Douro abrem vales profundos,
(Figura 6), mesmo quando são linhas de água de caudal diminuto ou secos grande
parte do ano, “o seu perfil longitudinal em escadaria traduz a penetração regressiva
dos sucessivos níveis de erosão, que os terraços (…) permitem reconhecer no vale do
Douro.“ (LAUTENSACH, 1998, pp.147).

A rede hidrográfica do concelho é ainda influenciada pela falha Verín-Penacova, que


constitui um vale de fractura aproveitado pelo rio Corgo, e condiciona a orientação
Tardi-Hercínica NNE-SSW das principais linhas de água.

Vinhós

Sedielos

Moura Morta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Câmara Municipal de Peso da Régua


Legenda:
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
Rede Hidrográfica
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
Freguesias
0 2 4 Km
Fonte: IGeoE - Instituto Geográfico do Exército.  

Figura 6 – Rede hidrográfica do concelho de Peso da Régua.

Pelas suas características geológicas e hidrográficas Peso da Régua é um concelho


com declives bastante acentuados. Destacam-se as vertentes da Serra do Marão,
onde se registam os maiores declives, acima dos 45º, o vale do Rio Corgo, o vale da
Ribeira de Covelinhas e as vertentes do Rio Douro. LAUTENSACH (1998) diz-nos que é
sobretudo junto do Douro, onde a densidade dos vales é elevada e forte a intensidade
da erosão recente, que encontramos vertentes muito inclinadas (Figura 7).

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 22


Legenda:
Declives (º)
<2
2-5
Câmara Municipal de Peso da Régua
5 - 10
10 - 17
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
17 - 25
25 - 35 Sistema de Hayford Gauss Datum 73

> 35 0 2 4 Km
Rede Hidrográfica  

Figura 7 – Declives do concelho de Peso da Régua.

As áreas mais planas localizam-se do terraço fluvial de Peso da Régua, ao longo da


Ribeira da Meia Légua, e no planalto de Galafura, Poiares e Canelas, cortado pela
instalação da Ribeira de Covelinhas.

Se definirmos os declives em apenas duas classes, tendo como valor de referência os


17º, valor a partir do qual o território é integrado em Reserva Ecológica Nacional,
vemos de forma mais nítida as características acidentadas do concelho (Figura 8) e os
seus níveis de aplanamento, onde encontramos a maior parte da área urbana.

Legenda: Câmara Municipal de Peso da Régua

Declives (º)
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
0 - 17
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
> 17
0 2 4 Km
Rede Hidrográfica  

Figura 8 – Declives preferenciais do concelho de Peso da Régua

Devido à sua posição geográfica, as exposições do concelho de Peso da Régua são


maioritariamente ao quadrante Sul, apenas nos vales de algumas linhas de água se
encontram exposições a Norte. Na Serra do Marão, pela sua orientação Tardi-

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 23


Hercínica, as exposições dominantes são a Este, assim como no vale da Ribeira da
Meia Légua e na Ribeira de Covelinhas.

Legenda:
Exposições
Todas
Norte Câmara Municipal de Peso da Régua

Este Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica


Sul
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
Oeste
0 2 4 Km
Rede Hidrográfica  

Figura 9 – Exposições do concelho de Peso da Régua.

1.2.1. Caracterização Climática

O clima de Portugal está relacionado com o jogo de massas de ar e centros de acção,


que a circulação geral da atmosfera comanda nestas latitudes. Situado nas
vizinhanças dum limite meteorológico importante, Portugal fica no Verão sob a
influência do anticiclone subtropical dos Açores que origina tempo quente e seco,
enquanto nas outras estações do ano, com a descida do anticiclone para Sul, fica
enquadrado na faixa dos ventos variáveis de Oeste, os quais arrastam com
frequência, para o território, depressões que correspondem a ondulações da superfície
frontal polar e dão tempo chuvoso e instável.

Além das condições gerais existem condicionalismos locais que influenciam o clima e
o tornam tão díspar no território nacional. Eles são em parte resultantes da própria
repartição das massas montanhosas, concentradas na metade setentrional do país e
interpostas entre a faixa litoral e os planaltos interiores.

Na região do Douro, a própria disposição do vale limita a deslocação das massas de


ar para o interior, fazendo com que o ar húmido do Atlântico não penetre para além da
barreira montanhosa constituída pela serra de Montemuro, Marão e Alvão, resultando

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 24


em temperaturas mais elevadas, precipitação e humidade mais reduzidas, que
caracterizam a Terra Quente.

Da análise do diagrama termopluviométrico da estação meteorológica de Peso da


Régua para o período 1930-1961 (Figura 10), verificamos que o valor máximo de
temperatura se regista no mês de Julho e Agosto, 23.2ºC. É no mês de Julho que se
registam os menores valores de precipitação com 12.2 mm.

Como é característico do clima mediterrâneo, Peso da Régua conta com quatro meses
secos, de Junho a Setembro, ou seja, meses em que o valor médio de temperatura é
superior ao valor médio de precipitação.

Peso da Régua (1931-1960)


R (mm) T (ºC)
160,0 50,0
140,0 45,0
40,0
120,0
35,0
100,0 30,0
80,0 25,0
60,0 20,0
15,0
40,0
10,0
20,0 5,0
0,0 0,0
J F M A M J J A S O N D

R (mm) T (ºC)

Figura 10 – Gráfico termopluviométrico da estação meteorológica de Peso da Régua.

O pico do valor médio das precipitações verifica-se no mês de Março, enquanto que os
meses mais pluviosos são os de Dezembro e Janeiro. Isto porque na Primavera a
influência dos anticiclones formados no interior da Península Ibérica cessa e todo o
território é invadido por depressões e chuvas abundantes. Os menores valores da
precipitação mensal correspondem, naturalmente aos meses de Julho e Agosto, época
em que a intensidade do Anticiclone dos Açores é maior. Segundo RIBEIRO (1999), o
clima mediterrâneo no território português sofre alterações resultantes das
características locais, sem contudo lhe retirar as características fundamentais.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 25


1.3. Caracterização Demográfica
A Região Norte apresentou nas últimas década um crescimento demográfico positivo,
superior à média de Portugal Continental. Contudo o município de Peso da Régua
registou uma perda acentuada de população.

Em 1991 o concelho de Peso da Régua contava com 21 567 habitantes (Figura 11),
três das suas freguesias tinham mais de 1500 habitantes: Godim com 5028 habitantes,
Peso da Régua com 5249 habitantes e Loureiro com 1778 habitantes. Godim e Peso
da Régua, por constituírem o núcleo urbano do concelho, concentravam 47% da
população residente.

Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
População Residente em 1991 Câmara Municipal de Peso da Régua

< 500
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
500 - 1000
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
1000 - 1500
0 2 4 Km
> 1500  

Figura 11 - População residente, por freguesia, em 1991.

As restantes freguesias apresentavam quantitativos populacionais bastante mais


baixos. Covelinhas era a freguesia com menos população do concelho, contava
apenas com 416 habitantes concentrados num único lugar, a sede de freguesia. As
freguesias de Vinhós e Moura Morta também registaram valores diminutos de
população residente, 866 habitantes a primeira e 702 a segunda.

Em 2001, Peso da Régua possuía 18 832 habitantes, o que significa uma diminuição
de 2735 habitantes em relação a 1991, cerca de 12% da população.

A diminuição da população residente é acompanhada por um envelhecimento dos


seus habitantes. Esta tendência já se verifica desde a década de 60 e têm-se
prolongado até à actualidade. CRISTÓVÃO (1995) aponta diversos factores que
explicam este cenário demográfico, como a falta de investimento e a escassez de
oportunidades de emprego, que levam as pessoas a emigrar.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 26
Apenas as freguesias de Godim e Peso da Régua têm uma população acima dos 1500
habitantes (Figura 12.), mas também estas assistem a uma diminuição de população,
apesar de diminuta, menos 196 habitantes em Peso da Régua e menos 77 habitantes
em Godim. A par desta diminuição verifica-se um aumento da concentração de
população nestas duas freguesias. Em 2001, 51% dos habitantes vivia na cidade de
Peso da Régua o que significa mais 4% da população do que em 1991.

Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
População Residente em 2001 Câmara Municipal de Peso da Régua

< 500
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
500 - 1000
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
1000 - 1500
0 2 4 Km
> 1500  

Figura 12 - População residente, por freguesia, em 2001

A freguesia de Covelinhas continua a ser a freguesia menos populosa do concelho,


contando em 2001 com apenas 296 habitantes, registando uma diminuição acentuada
da sua população residente. Esta tendência estende-se a todo o concelho, como
podemos verificar na figura 13.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 27


Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Variação da População Residente (1991-2001)
< -20
-20 - -10 Câmara Municipal de Peso da Régua

-10 - -2
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
-2 - 2
2 - 10 Sistema de Hayford Gauss Datum 73

10 - 20 0 2 4 Km
> 20  

Figura 13 - Variação de população residente, por freguesia, entre 1991-2001.

Godim é a freguesia que apresenta uma diminuição menos significativa, seguida de


Peso da Régua. Nos casos de Vinhós, Vilarinho dos Freires, Fontelas e Covelinhas a
diminuição de população é muito acentuada. Vinhós é a freguesia que mais perde
população (-36,3%), pois é a freguesia mais afastada da sede de concelho e também
a que se encontra numa área mais montanhosa. Segue-se Covelinhas com uma
diminuição de 35,3%, Vilarinho dos Freires também regista uma diminuição acentuada
de - 32,2%, e Fontelas de - 25,5%.

No seu conjunto, o concelho de Peso da Régua vê a sua população reduzir 12,6% em


apenas 10 anos. Esta é uma tendência que contraria os valores nacionais e regionais.
À escala nacional verifica-se um aumento populacional de 4,9%, e a Região Norte
apresenta um crescido superior à média nacional, de 6,1%. No entanto, esta tendência
só se verifica nas área litorais da Região Norte, pois a NUT III Douro, onde o concelho
de Peso da Régua está integrado, regista uma diminuição de população de - 7% e a
NUT III de Alto Trás-os-Montes de - 5%.

Ao analisarmos a distribuição da população residente por subsecção estatística2,


destacam-se os lugares de Poiares e Canelas com mais de 400 habitantes e depois
Peso da Régua e Godim. Canelas e Poiares apresentam-se bem definidos pois o

2
Entende-se por subsecção estatística a unidade territorial que identifica a mais pequena área
homogénea, de construção ou não, existente dentro da secção estatística. Corresponde ao quarteirão nas
áreas urbanas, ao lugar ou parte do lugar nas áreas rurais, ou a áreas residuais que podem conter ou não
alojamentos (isolados). Fonte: Instituto Nacional de Estatística – Portugal.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 28


povoamento aqui é mais concentrado enquanto em Godim e Peso da Régua apenas
algumas subsecções apresentam este quantitativo populacional.

Predominam os lugares com menos de 200 habitantes, característica de um


povoamento disperso e constituído por pequenos povoados.

Legenda:
População Residente por Lugar em 2001 Câmara Municipal de Peso da Régua

< 50
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
50 - 150
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
150 - 300
0 2 4 Km
> 300  

Figura 14 – População Residente por subsecção em 2001.

A par da tendência de decréscimo populacional, o concelho de Peso da Régua


também apresenta um elevado índice de envelhecimento da população, como
podemos observar na figura 15.

O índice de envelhecimento3, para o território nacional, ultrapassou o índice 100 em


2001, fixando-se em 102.2. Na Região Norte ainda se encontra abaixo deste valor, no
entanto a NUT III Douro apresenta um índice de envelhecimento de 128,0. Neste
contexto, o concelho de Peso da Régua regista um valor mais favorável que o nacional
e que o regional, com um índice de 95.4.

3
Entende-se por índice de envelhecimento a relação entre a população idosa e a população
jovem, definida habitualmente como o quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o
número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos. Fonte: Instituto Nacional de
Estatística – Portugal.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 29


Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Índice de Envelhecimento em 2001
< 80 Câmara Municipal de Peso da Régua

80 - 100 Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica


100 - 120
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
120 - 130
0 2 4 Km
> 130  

Figura 15 – Índice de Envelhecimento, por freguesia, em 2001.

Contudo, existem várias freguesias que apresentam elevados índices de


envelhecimento. As freguesias de Poiares e Loureiro registam um índice de
envelhecimento acima dos 130. Seguem-se as freguesias de Sedielos com 127.6,
Covelinhas com 120.4, Fontelas com 111.4, e Vinhós com 100.0.

As freguesias onde o número de idosos ainda é inferior ao número de jovens são Peso
da Régua (95.4), Mouramorta (85.6), Vilarinho dos Freires (84.7), Canelas (81.9),
Godim (79.4), e a freguesia mais jovem do concelho é Galafura com um índice de
69.3.

Segundo o Retrato Territorial de Portugal (2005), este comportamento do índice de


envelhecimento resulta do efeito combinado da diminuição dos efectivos populacionais
com 14 ou menos anos e do aumento dos efectivos populacionais no grupo de
população com 65 e mais anos.

Como podemos observar na pirâmide etária do concelho de Peso da Régua (Figura


16), existe uma redução significativa dos grupos etários com menos de 15 anos,
enquanto os grupos etários acima dos 65 anos têm mantido um quantitativo
populacional elevado. O fenómeno do envelhecimento, como podemos observar na
figura, é mais forte entre as mulheres, reflectindo a sua maior longevidade.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 30


Figura 16 – Pirâmide Etária do concelho de Peso da Régua, em 2001.

A pirâmide etária do concelho apresenta a forma de uma pirâmide adulta, de facto


cerca de 67% da população encontra-se nos grupos etários entre os 15 e os 64 anos.
A população jovem representa 17% da população do concelho enquanto 16.2% dos
habitantes do concelho de Peso da Régua tem 65 ou mais anos. ∗

1.4. Caracterização Sócio-Económica


O sector primário tem um peso muito elevado na empregabilidade da população
residente no concelho de Peso da Régua. Quando a média nacional de população
empregada neste sector é de 5%, em Peso da Régua esta percentagem sobe para
20,9%. A NUT III Douro, na qual o concelho de Peso da Régua está integrado,
apresenta o valor mais elevado de toda a Região Norte, também de 20,9%.

São as freguesias mais afastadas da sede de concelho que apresentam maior


população afecta ao sector primário, como podemos observar na figura 17. Destacam-
se as freguesias de Vinhós (71.2%), Covelinhas (68.8%), Galafura (63.8%) e Sedielos
(55.3%) com as maiores percentagens de população empregada afecta a este sector,
sempre superior a 50%.

A freguesia de Peso da Régua, por ser a freguesia sede de concelho, é aquela que
regista a menor percentagem, 4.3%, segue-se Godim com 5.8% e Fontelas com
14.5%.


Nota: Encontram-se em anexo as pirâmides etárias de todas as freguesias do concelho de Peso
da Régua.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 31


Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Sector Primário Câmara Municipal de Peso da Régua

< 15
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
15 - 30
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
30 - 45
0 2 4 Km
> 45  

Figura 17 - Proporção de população residente afecta ao sector primário, por freguesia, em 2001.

Relativamente ao sector secundário (Figura 18), enquanto que em Portugal 35.1% da


população empregada está afecta ao sector secundário, no concelho de Peso da
Régua esse valor desce para 22.8%. Apenas as freguesias de Fontelas e Loureiro
registam percentagens mais elevadas que a média nacional, 35.2% e 37.6%,
respectivamente.

As actividades secundárias que mais empregam população são a construção civil, e


as indústrias transformadoras ligadas à produção de vinho.

Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Sector Secundário Câmara Municipal de Peso da Régua

< 10
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
10 - 20
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
20 - 30
0 2 4 Km
> 30  

Figura 18 - Proporção de população residente afecta ao sector secundário, por freguesia, em 2001.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 32


O sector terciário emprega 56.3% da população de Peso da Régua (Figura 19). Aqui
as actividades ligadas à educação são as que empregam mais população, seguidas
da administração pública, saúde, alojamento e restauração e por fim as actividades
imobiliárias.

As freguesias com maior percentagem de população afecta ao sector terciário são,


naturalmente as freguesias que constituem o núcleo urbano, Peso da Régua (76.1%) e
Godim (71.3%).

As freguesias de Fontelas, Loureiro e Poiares também apresentam elevadas


percentagens de população afecta ao sector terciário, 50.3%, 42.7% e 43.5%
respectivamente.

Por outro lado, as freguesias de Vinhós (16.7%) e Galafura (15.1%), são aquelas que
têm menos população empregada no sector terciário.

Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Sector Terciário Câmara Municipal de Peso da Régua

< 20
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
20 - 40
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
40 - 60
0 2 4 Km
> 60  

Figura 19 - Proporção de população residente afecta ao sector terciário, por freguesia, em 2001.

Esta estrutura económica está estreitamente ligada ao nível de qualificação da


população residente. De facto, a taxa de analfabetismo no concelho de Peso da
Régua ainda é bastante elevada, 11.9% em 2001. No entanto, este valor é inferior ao
da NUT III Douro, que regista 13.7% de população analfabeta.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 33


Vinhós

Sedielos

Mouramorta
Poiares
Loureiro
Galafura

Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Taxa de Analfabetismo em 2001 (%) Câmara Municipal de Peso da Régua

8 - 10
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
11 - 15
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
16 - 20
0 2 4 Km
21 - 30  

Figura 20 – Taxa de analfabetismo, por freguesia em 2001.

As freguesias onde a população está mais afecta ao sector primário e onde o índice de
envelhecimento é maior, são as que apresentam taxas mais elevadas, a saber:
Covelinhas (29.7%), Canelas (23.6%), Sedielos (18.3%) e Vinhós (18.2%).

Pelo contrário, as freguesias de Godim e Peso da Régua são as que apresentam


menores taxas de analfabetismo, 8.1% e 7.7%, sendo as únicas freguesias do
concelho com taxas inferiores a 10%.

Perante o quadro geográfico de Peso da Régua aqui traçado, torna-se evidente que é
fundamental e prioritário fixar a população residente, para isso é necessário criar infra-
estruturas base e melhorar a qualidade de vida da população. Os equipamentos de
apoio à comunidade, podem ser entendidos como fazendo parte dessas infra-
estruturas integrando uma estratégia global de planeamento, por isso é fundamental
conhecer o que existe, detectar eventuais necessidades e criar uma estrutura social
coesa e sustentável, que abranja toda a população.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 34


PARTE 2 – REALIDADE DO CONCELHO DE PESO DA RÉGUA

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 35


1 - EDUCAÇÃO

“Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião,


porque não me envergonho de raciocinar e aprender.”
Alexandre Herculano

1.1 - Panorama Concelhio


Uma análise ao panorama concelhio, no que diz respeito ao nível de instrução da
população do Peso da Régua, permite constatar que apresenta 15,86% de
analfabetismo, segundo os Censos de 2001 e ainda que uma grande parte da
população, cerca de 41,43%, possui apenas o 1º ciclo do ensino básico.

Quanto ao 2º ciclo, segundo os dados dos Censos do mesmo ano, a nível concelhio, é
possível apurar que 12,52% da população possuem este nível de instrução e apenas
10,72% da população possui a escolaridade mínima obrigatória. Estes dados podem
indicar que os recursos humanos desta região são pouco qualificados.

Aumentando os níveis de ensino, a percentagem da população diminui


significativamente: 11,68% terminaram o ensino secundário, apenas 0,45% possuem o
ensino médio e 7,34% terminaram o ensino superior. Conclui-se que a maioria da
população possui um nível de instrução muito baixo e que se torna urgente reflectir
sobre as formas de alterar estes valores.

É fundamental investir em acções de formação profissional de forma a ultrapassar o


baixo nível de escolarização e de qualificação de mão-de-obra, até porque os recursos
humanos qualificados são cada vez mais o factor-chave para o desenvolvimento
integrado e para o aproveitamento de recursos e potencialidades endógenas da
sociedade. Mantendo-se este quadro, torna-se difícil para o concelho do Peso da
Régua dar o salto para o exterior e assumir-se como um concelho cheio de
potencialidades e recursos, assim como competir com outras cidades do país e da
união europeia.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 36


Doutoramento

Mestrado

Licenciatura

Bacharelato

Ensino Médio

Ensino Secundário

Ensino Básico- 3º Ciclo

Ensino Básico- 2º Ciclo

Ensino Básico- 1º Ciclo

Sabe ler e escrever sem possuir qualquer grau

Não Sabe Ler Nem Escrever

Total

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Covelinhas N.º Fontelas N.º Galafura N.º Godim N.º Loureiro N.º Moura Morta N.º
Peso da Régua N.º Poiares N.º Sedielos N.º Vilarinho dos Freires N.º Vinhós N.º Canelas N.º

Figura 21 – Níveis de escolaridade, por freguesia em 2001.

Através da leitura da figura anterior, pode-se observar que existe um grande fosso a
separar as dez freguesias mais rurais das duas mais urbanas. Assim, a partir do 2º
ciclo do ensino básico, só as freguesias do Peso da Régua e Godim possuem valores
relevantes. As razões para este quadro podem estar associadas ao facto de as
freguesias rurais mais isoladas, desertificadas e envelhecidas terem um nível de
instrução mais baixo pois está associado às camadas etárias mais altas. Ao diminuir a
população nas faixas etárias jovens, a percentagem de frequência de ensino diminui.
Pelo contrário, as duas freguesias urbanas estão praticamente juntas. Têm boas
acessibilidades entre elas, uma razoável rede de transportes, possuem todos os níveis
de ensino, à excepção do ensino superior, o que facilita a continuidade dos estudos
porque os alunos não têm que se deslocar para outra freguesia como acontece com
os jovens das freguesias rurais.

Quanto aos estabelecimentos de ensino público no concelho, constata-se que o 1º


ciclo do ensino básico é o mais representativo com treze escolas repartidas pelas
várias freguesias. Ao nível do pré-escolar, existem cinco estabelecimentos, repartidos
por cinco freguesias. Godim é a freguesia do concelho que reúne todos os níveis de
ensino desde o jardim-de-infância até ao ensino profissional.

“A escolaridade é obrigatória dos 6 aos 15 anos de idade. Os alunos que tenham


atingido a idade limite da escolaridade obrigatória sem terem concluído o 3.º ciclo
podem prosseguir os estudos, através de diversas modalidades de educação
destinadas a jovens e adultos.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 37


No 1.º ciclo, o ensino visa o desenvolvimento de competências básicas definidas para
este nível de ensino. Com a implementação da escola a tempo inteiro, as escolas
funcionam, no mínimo, oito horas por dia, permitindo oferecer actividades de
enriquecimento curricular em que se inclui o ensino de Inglês nos quatro anos de
escolaridade e o apoio ao estudo para todos os alunos (de carácter obrigatório), bem
como a actividade física e desportiva, o ensino da música ou outras expressões
artísticas. Este nível de ensino funciona em regime de monodocência, havendo a
possibilidade de recurso a professores especializados em determinadas áreas, como
os professores do Ensino especial.

No 2.º ciclo, o ensino está organizado por disciplinas e áreas de estudo de carácter
pluridisciplinar.

No 3.º ciclo, o ensino está organizado por disciplinas. Tem por objectivos principais a
aquisição de conhecimentos e competências indispensáveis ao ingresso na vida activa
e ao prosseguimento de estudos.

Os 2º. e 3º. Ciclos funcionam em regime de pluridocência, com professores


especializados nas diferentes disciplinas. O ensino das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) é obrigatório no 9.º ano de escolaridade. No ensino básico, os
alunos são sujeitos à avaliação sumativa interna e externa através das provas de
aferição. No 3.º ciclo, os alunos são submetidos a uma avaliação sumativa externa,
através de exames nacionais, nas disciplinas de Português e Matemática. Aos alunos
que completam com sucesso o 3.º ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.4”

1.2 - Ensino Pré-escolar


A educação pré-escolar destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 3 e
os 5 anos, antecedendo a entrada oficial na escolaridade obrigatória. É de frequência
facultativa e é ministrada em jardins-de-infância públicos ou privados. Os jardins-de-
infância públicos são gratuitos.

Os jardins-de-infância (JI) que integram a rede pública existentes no concelho, no ano


lectivo de 2007/2008, totalizam 170 crianças distribuídas nas cinco freguesias do
Concelho (Godim, Fontelas, Loureiro, Galafura, Peso da Régua).

4
Fonte: Site oficial do Ministério da Educação: Portal da Educação

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 38


Nº de crianças a frequentar o jardim-de-infância
Godim 72
Loureiro 14
Galafura 18
Freguesia Fontelas 16
Peso da Régua 50
Total 170
Figura 22 – Nº de crianças a frequentar o jardim-de-infância da rede pública no ano lectivo 2007/2008.

Do total das crianças a frequentar, 41% encontram-se na freguesia de Godim e 29%


na freguesia de Peso da Régua. As restantes freguesias do concelho apresentam
valores abaixo dos 11%.

Distribuição dos alunos por idades a frequentar os JI

3 Anos 4 Anos 5 Anos Total


Godim 22 24 26 72
Loureiro 5 4 5 14
Freguesias Galafura 6 4 8 18
Fontelas 6 5 5 16
Peso da 13 19 18 50
Régua
Figura 23 – Distribuição dos alunos por idades a frequentar os JI no ano lectivo 2007/2008.

Da totalidade das crianças a frequentar o pré-escolar público, o jardim-de-infância de


Godim apresenta 3 crianças com necessidades educativas especiais em que duas
crianças apresentam deficiências sensoriais (surdos mudos). O jardim-de-infância de
Peso da Régua tem uma criança com deficiência músculo-esquelética.

As necessidades educativas especiais abrangem todas as crianças cujas


necessidades se relacionem com deficiências ou dificuldades escolares. Inclui,
crianças deficientes ou sobredotadas, crianças da rua ou que trabalham, crianças de
populações remotas ou nómadas, crianças de minorias étnicas ou culturais e crianças
de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginalizados.

Existem ainda estabelecimentos do pré – escolar ligados à rede privada que


apresentam, para além do serviço de jardim-de-infância, as valências de creche e
ATL.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 39


Jardim-
Creche de-
infância ATL

Associação Assistência N.
Canelas 25 50 0
Sr.ª das Candeias

Patronato Padre Alberto


Godim 51 110 63
Teixeira

“O Baguinho” 36 83
Freguesias

Peso da 43
Régua
Santa Casa da Misericórdia 64
42 0
de Peso da Régua

Centro Social e Paroquial


Poiares Padre Manuel Vieira de 37 54 0
Matos
Associação Cultural
Sedielos 0 25 30
Beneficente STª Maria
5
Figura 24 – Nº de crianças a frequentar o jardim-de-infância da rede privada no ano lectivo 2007/2008 .

1.3 - 1º Ciclo do Ensino Básico

No Concelho, existem 13 escolas de 1º ciclo, distribuídas por 10 das 12 freguesias,


que integram o Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua. A figura 25
apresenta a caracterização do 1º ciclo do ensino básico, quanto aos docentes, alunos
e auxiliares de acção educativa.

Estas escolas apresentam no seu total 837 alunos, 47 professores e ainda 24


auxiliares de educação. Verifica-se que é a escola EB1 de Godim que detém a maioria
dos alunos do 1ºciclo, 36% dos alunos, seguindo-se da EB1 de Peso da Régua – nº1
com 30% dos alunos do 1º ciclo do ensino básico do Concelho.

Freguesia Estabelecimento Nº Total de Nº de Nº de Auxiliares


de Ensino Alunos Professores de Acção
lectivos Educativa
Canelas EB1 de Canelas 42 2 1
Galafura EB1 de Galafura 47 3 2
Godim EB1 de Peso da 245 12 6
Régua Nº3
Loureiro EB1 de Loureiro 13 1 1
EB1 de Gervide 25 2 1
Moura Morta EB1 de Moura 22 2 1
Morta

5
Fonte: IPSS’s e Juntas de freguesia do Concelho, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 40


Peso da Régua EB1 de Peso da 221 11 6
Régua Nº1
EB1 de Peso da 64 4 1
Régua Nº2
Poiares EB1 de Poiares 42 2 1
Nº1
Sedielos EB1 de Carvalho 29 2 1
EB1 de Sobre-a- 21 2 1
Fonte
Vilarinho dos EB1 de Vilarinho 41 2 1
Freires dos Freires
Vinhós Eb1 de Cóvo 25 2 1
Total 837 47 24
Figura 25 – Caracterização do 1º ciclo do ensino básico, quanto aos docentes, alunos e auxiliares de
6
acção educativa.

Uma análise ao número de estabelecimentos de educação do 1.º Ciclo do Ensino


Básico, permite verificar a diminuição do número de escolas a ministrarem este nível
de escolaridade entre 2001 e 2007, devido à reorganização da rede escolar do 1º ciclo
do ensino básico, existindo presentemente 11 escolas.
Relativamente ao nº de alunos inscritos neste nível de ensino, verificamos uma
diminuição gradual e constante desde o início do milénio. De 2001 a 2007, verificamos
uma variação negativa de -19,3%, o que corresponde a uma redução de 71 alunos. A
rarefacção demográfica, o envelhecimento progressivo das populações, a
predominância de actividades de rendimento incerto, são os principais factores que
ajudam a explicar esta realidade.

1.4 - 2º e 3º ciclo do Ensino Básico


O Concelho de Peso da Régua possui 3 equipamentos de ensino de 2º e 3º CEB: a
EB 2, 3 de Peso da Régua e o Colégio Salesiano de Poiares (rede privada), o 3º CEB
é ainda assegurado pela Escola Secundária Dr. João Araújo Correia.

A escola EB 2, 3 de Peso da Régua, desde o ano lectivo de 2003/2004, tem vindo a


sentir um decréscimo, cerca de 20,5%, no que diz respeito ao número de alunos
matriculados no 2º ciclo e 3º ciclo. O mesmo cenário é verdadeiro para todos os níveis
de ensino do concelho. Esta situação pode ser explicada se se recorrer aos dados dos

6
Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua, 2007/2008

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 41


censos de 1991 e 2001, os quais revelam que a faixa etária dos [0-14) apresenta uma
variação negativa de - 35,1% e o grupo dos [15 -24[ uma variação de - 27,5%7.

Em 2003, no 2.º Ciclo, estavam matriculados no Agrupamento Vertical de Escolas de


Peso da Régua 511 alunos que diminuíram para 392 alunos no presente ano. No 5º
ano, em 2003, existiam 270 alunos; actualmente, apenas existem 188 alunos
matriculados. O mesmo se faz sentir relativamente ao 6º ano que apresentava 241e
agora 195 alunos matriculados. Verifica-se também a descida de valores relativos nos
7º e 8º anos. Actualmente, no 7º ano, há 72 alunos matriculados e 51 alunos no 8º ano
(figura 26).

O mesmo não se verifica em relação ao 9º ano que acaba por ser o único ano de
escolaridade, relativo ao 3º ciclo, que apresenta um acréscimo de alunos matriculados.
Este aumento é sentido nos anos lectivos a partir de 2003/2004, apesar de pouco
significativo, e que contrasta, precisamente, com o actual ano lectivo de 2007/2008. A
figura seguinte apresenta os dados relativos a essa mesma evolução ao longo dos
últimos cinco anos lectivos.

Nº de alunos matriculados

Ano Lectivo 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano Total

2003/2004 270 241 76 69 44 700

2004/2005 241 270 54 67 53 685

2005/2006 239 226 52 56 57 630

2006/2007 191 233 52 46 66 588

2007/2008 188 195 72 51 50 556

Total 1399 1165 306 289 270 3429

Figura 26 – Nº de alunos matriculados no 2º e 3ºciclo da Escola EB. 2,3 de Peso da Régua, por anos
8
escolares

Nº de Alunos matriculados no 3º ciclo

Ano Lectivo2006/2007 7º Ano 8ºAno 9ºAno

Nº de alunos 120 114 121


9
Figura 27 – Nº de alunos matriculados no 3ºciclo da Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia

7
Fonte: INE 2001
8
Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas, 2007
9
Fonte: Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 42


A tabela que se segue apresenta o número de turmas relativo ao 2º e 3º ciclo do
Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua.

Nº de Turmas de 2º, 3º ciclo

Ano 5º Ano 6º Ano 7º Ano 8º Ano 9º Ano


Lectivo:

20072008 8 9 3 2 9

Figura 28 – Nº de alunos matriculados no 2 º e 3º ciclo do Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da


10
Régua

Para responder a situações de iminente risco de abandono escolar ou em efectivo


abandono escolar, foram desenvolvidas respostas diversificadas como o Programa
Integrado de Educação e Formação e os Cursos de Educação e Formação.

“O PIEF é o Programa Integrado de Educação e Formação, medida de excepção que


se apresenta como remediação quando tudo o mais falhou e à qual os jovens e suas
famílias efectivamente aderem (depois de terem rejeitado outras existentes quer no
sistema educativo quer na formação profissional ou de terem sido rejeitados...).
O PIEF foi criado pelo Despacho conjunto n.º 882/99 do Ministério da Educação e do
Trabalho e da Solidariedade, tendo sido revisto e reformulado pelo Despacho conjunto
n.º 948/2003 dos Ministérios da Educação e da Segurança Social e do Trabalho,
publicado a 26 de Setembro, DR n.º223, II série.”11

Nº de Alunos matriculados nos PIEF:


Ano Lectivo 2006/2007 Electricista de Instalações
Nº de Alunos: 17
Figura 29: Nº de alunos matriculados no curso PIEF da Escola Secundaria Dr. João de Araújo Correia12

A partir do ano lectivo de 2003/2004, foi criada uma oferta formativa de educação e
formação de níveis de qualificação 1 e 2, através do Despacho Conjunto nº 279/2002 -
os Cursos de Educação e Formação – CEF.
Os CEF pretendem proporcionar aos jovens um conjunto de ofertas diferenciadas que
permitem o cumprimento da escolaridade obrigatória e a obtenção de qualificações
profissionais, devidamente classificadas.

10
Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua, 2007/2008
11
Fonte: Site oficial do Programa para a prevenção e eliminação do trabalho infantil.
12
Fonte: Escola Secundaria Dr. João de Araújo Correia

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 43


Nº de Alunos matriculados nos CEF:
Ano Lectivo 1A – Assistente 1B – Reparação 1C –
Administrativo de computadores Electricista de
2006/2007 Instalações
Nº de Alunos: 18 15 14
Figura 30: Nº de alunos matriculados nos cursos CEF da Escola Secundaria Dr. João de Araújo Correia13

1.5 - Ensino Secundário


O Ensino Secundário é assegurado ao nível público pela Escola Secundária Dr. João
de Araújo Correia. Esta escola tem a funcionar o 3º ciclo e o ensino secundário, no
total existem 904 alunos no Secundário.

Anos Nº turmas Nº de Nº total de Nº tota de


Agrupamento alunos turmas
lectivos alunos

Ciências e
4 93
Tecnologias
10 º Ano Línguas e 7 171
2 51
Humanidades
Artes Visuais 1 27
Ciências e
4 78
Tecnologias
11 º Ano Ciências Sociais e 6 120
1 23
Humanas
Artes Visuais 1 19
Ciências e 4 95
Tecnologias
12 º Ano Ciências Sociais e 2 38 7 149
Humanas
Artes Visuais 1 16
14
Figura 31 – Número total de alunos distribuídos pelos três anos do ensino secundário

A Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia oferece ainda dois cursos
profissionais, um curso de técnico de recepção com 16 alunos e outro de técnico de
multimédia com 20 alunos, (no ano lectivo 2007/2008).

13
Fonte: Escola Secundaria Dr. João de Araújo Correia,2007
14
Fonte: Escola Secundário Dr. Araújo de Correia, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 44


1.6 - Ensino Profissional
A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo está sedeada na Quinta do
Rodo, freguesia de Godim, do concelho de Peso da Régua. Detém uma área de
aproximadamente nove hectares e uma exploração agrícola que abrange os sectores
da fruticultura, viticultura, horticultura (uma estufa com área de 1000 metros quadrados
dotada de fertilização, irrigação e controlo de temperatura informatizadas), enologia
(adega e laboratórios) bem como um pequeno parque animal com fins exclusivamente
pedagógicos.

Está dotada de duas residências, uma de carácter misto e com capacidade para alojar
90 alunos, e uma segunda, destinada a um único sexo, com capacidade máxima para
60 utentes.

Esta escola tem uma grande variedade de cursos de níveis II, III e IV. No curso de
nível IV, os alunos têm à disposição o Curso de Especialização Tecnológica na área
da viticultura e tecnologia de vinhos em colaboração com a Escola Superior Agrária de
Bragança.

Em Designação do cuso Tipo Nível 2007- 2008-


Funcionamento 2006 2008 2009
(EF)/ -
Em 2007
Candidatura(EC)
EC Serviço de Mesa Curso prof. II
EF Logística e armazenagem Curso prof. II
EF Operador de máquinas Curso prof. II
EF Processamento e Controlo da Curso prof. III X X X
Qualidade Alimentar
EF Turismo Ambiental e Rural Curso prof. III X X X
EF Produção Agrária Curso prof. III X X X
EF Viticultura e Enologia Curso prof. III X X X
EC Turismo Curso prof. III X X X
EC Termalismo Curso prof. III X X X
EC Animador Sócio-cultural Curso prof. III X X X
EC Informática de Gestão Curso prof. III X X X
EC Jardinagem e Espaços verdes Curso prof. III X X X
EC Higiene e Segurança no Trabaçho e Curso prof. III X X X
Ambiente
EC Restauração - Variante Cozinha e Curso prof. III X X X
Pastelaria
EC Viticultura e tecnologias de vinhos Curso prof. IV
15
Figura 32 – Caracterização dos cursos profissionais do nível III

Em 2007, verificou-se o aumento do número de alunos que passou de 70 para 248,


oriundos do Norte e Sul do País. Esta escola é ainda produtora-engarrafadora de

15
Escola Profissional do Rodo

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 45


vinho e detentora da marca registada “Quinta do Rodo”, lançando no mercado em
Dezembro de 2005. Está ainda constituída como Entreposto Fiscal e possui um
património de velhos Vinhos do Porto.

São ainda ministrados nesta escola um curso tecnológico de desporto (2 turmas, uma
10º e outra de 11º ano)

1.7 – Colégio Salesiano de Poiares


O Colégio Salesiano de Poiares possui um protocolo de associação celebrado com a
Direcção Regional de Educação Norte (DREN) sendo responsável pela escolarização
dos alunos do 2º e 3º CEB das 3 maiores Freguesias do sector Nascente do Concelho:
Canelas, Galafura e Poiares. Assim, este estabelecimento de ensino da rede privada é
responsável pela escolarização dos alunos que finalizam o 1º CEB nestas Freguesias,
e que são assim directamente encaminhados para o Colégio Salesiano de Poiares a
fim de frequentarem os 2º e 3º CEB.

A nível do 2º ciclo do ensino básico no ano lectivo 2007/2008 verificava-se um


universo de 159 alunos e a taxa de sucesso era de 95%. Relativamente ao 3º ciclo, o
número de alunos era de 199 (mais 32 dos CEF) e a taxa de sucesso era de 93,5%.

Salienta-se a existência de 2 turmas de Cursos de Educação e Formação (CEF) no


Colégio Salesiano de Poiares no ano lectivo de 2007/08. Estes cursos, com a duração
de um ou dois anos, destinam-se a jovens com idade igual ou superior a 15 anos e
que sofreram um elevado número de retenções, permitindo-lhes completar o 3º CEB
em apenas 2 anos. No ano lectivo 2007/2008 teve em funcionamento um CEF de 1º
ano de Empregado de Bar com 17 alunos e um CEF de 2º ano de Operador agrícola
com 15 alunos. No CEF a taxa de sucesso foi de 100%.
O Colégio Salesiano de Poiares encontra-se equipado com 9 campos de jogos, 2
salas de desporto e um pavilhão desportivo e apresenta ainda, actividades como
complemento curricular: desporto, formação musical, actividades culturais. Tem ainda
a vertente de Internato.

1.8 - Educação e Formação de Jovens e Adultos

A educação e formação de jovens e adultos oferece uma segunda oportunidade a


indivíduos que abandonaram a escola precocemente ou que estão em risco de a
abandono, bem como àqueles que não tiveram oportunidade de a frequentar quando

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 46


jovens e, ainda, aos que procuram a escola por questões de natureza profissional ou
valorização pessoal, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.

No sentido de proporcionar novas vias para aprender e progredir surge a Iniciativa


“Novas Oportunidades” que tem como objectivo alargar o referencial mínimo de
formação ao 12.º ano de escolaridade e cuja estratégia assenta em dois pilares
fundamentais: tornar o ensino profissionalizante uma opção efectiva para os jovens e
elevar a formação de base da população activa.

As diferentes modalidades de educação e formação de jovens e adultos permitem


adquirir uma certificação escolar e/ou uma qualificação profissional e, ainda, o
prosseguimento de estudos de nível pós -secundário ou o ensino superior.

A educação e formação de jovens e adultos compreende as seguintes modalidades:

- Sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências


(RVCC),

- Cursos de educação e formação – CEF- (a partir dos 15 anos);

- Cursos de educação e formação de adultos – EFA - (a partir dos 18 anos);

- Sistema nacional de aprendizagem, em regime de alternância, da


responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (a partir
dos 15 anos);

- Ensino recorrente (a partir dos 15 anos ou 18 anos de idade, para o ensino


básico ou ensino secundário, respectivamente);

A figura que se segue apresenta o número de turmas dos cursos ALFA (1º ciclo) e
EFA (2º ciclo) a decorrer no Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua.

Ano Lectivo: Cursos ALFA Cursos EFA

20072008 2 2
16
Figura 33 – Nº de turmas que compõem os cursos Alfa e EFA

1.9 - Ensino Recorrente


O ensino recorrente corresponde à vertente da educação para adultos que, de uma
forma organizada e segundo o plano de estudo, conduz à obtenção de um grau e à

16
Fonte: Agrupamento Vertical de Escolas, 2007/2008

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 47


atribuição de um diploma ou certificado, equivalentes aos conferidos pelo ensino
regular.

Através desta modalidade é assegurada uma nova oportunidade de acesso à


escolaridade aos que não usufruíram na idade adequada, aos que abandonaram
precocemente o sistema educativo e aos que o procuram por razões de promoção
cultural ou profissional.

O ensino recorrente pode dar-se a nível dos 3 ciclos do ensino básico e pretendem a
eliminação do analfabetismo, a atribuição do diploma de escolaridade obrigatória, o
prosseguimento de estudos e o desenvolvimento de algumas competências
profissionais.

A escola secundária Dr. João de Araújo Correia oferece dois cursos (Electricidade,
Administração e Comercio) de equivalência ao 12 º ano, que funcionam em regime
não presencial, em que os alunos têm de se propor a exame às unidades

1.10 - RVCC – Reconhecimento, Validação e Certificação de


Competências
No concelho de Peso da Régua o processo de RVCC – Reconhecimento, Validação e
Certificação de Competências, foi criado de forma a aumentar o número de
alternativas e oportunidade aos adultos, de modo a reconhecer e/ou identificar, as
competências das sua vidas.

Todas estas competências, serão futuramente guardados e registadas na sua carteira


de competências chave, servindo no futuro de certificado relativo ao nível B1,B2, B3,
ou seja, (4º, 5º,6º e 9º ano, respectivamente). Este certificado é emitido pelo Ministério
da Educação.

Os destinatários são sujeitos com idades superiores a 18 anos, desempregados ou


empregados activos, que através de experiência profissional ou de outros contextos,
adquiriram competências e pretendem o seu reconhecimento, através de um diploma
escolar de 4º, 6º ou 9º ano de escolaridade.

O processo de RVCC, apresenta a seu cargo diferentes etapas, Acolhimento,


Profissional de RVCC, balanço de Competências, profissional de RVCC/Formadores,
formação complementar, formadores, júri de Certificação e por ultima o profissional de
RVCC, formadores e Avaliador externo.

Este processo desenvolveu-se ao longo de um conjunto e sessões onde os


candidatos, através do apoio de técnicos e formadores da área profissional, procuram
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 48
identificar e reconhecer as respectivas competências, comprovar e demonstra a sua
aquisição.

A avaliação destes candidatos é realizada por uma comissão que valida as


competências de cada um e identifica as que tem em falta, apontando a formação
adicional a frequentar no sentido de obter a certificação final, frente a um júri de
certificação.

Este processo visa a auto – valorização dos adultos, a obtenção de um complemento


de formação e possibilita a candidatura a empregos que exijam níveis de escolaridade
superiores ao possuído.

O Centro de RVCC do Instituto de Emprego e Formação Profissional tem parceria com


o Município de Peso da Régua e tem as suas instalações no Pavilhão
Gimnodesportivo e apresenta na actualidade 22 alunos a frequentar e 11 alunos em
lista de espera, tendo sido já certificados 110 alunos. Para equivalência ao 12º ano
existem 100 pessoas inscritas.

Também existe parceria com a Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia, onde
funciona presentemente o RVCC, de equivalência ao Ensino Básico e Secundário
(anteriormente encontravam-se em funcionamento na escola Secundária e Profissional
do Rodo). Em termos de ensino Básico, no total de 504 alunos, encontram – se já 461
inscritos, 14 em diagnóstico, 23 em reconhecimento e 6 em processo de transferência.
Até à presente data, concluíram com certificação 154 alunos.

No que diz respeito ao ensino Secundário, encontram-se já 300 alunos inscritos, 2 em


diagnóstico e 4 em processo de transferência, perfazendo um total de 306 alunos.

Em suma,

Como reflexo da consciencialização de que são detentores de baixos níveis de


instrução, uma franja da população do concelho procura retomar os estudos, seja
através da frequência do Ensino Recorrente dos vários ciclos de ensino, de Cursos de
Educação e Formação de Adultos (EFA) ou da frequência do Centro de
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC).

No ano lectivo de 2007/2008, 27 indivíduos matricularam-se para a frequência do 1º


ciclo do Ensino Recorrente. Constituíram-se 2 turmas, a funcionar nas antigas
instalações militares. Estas turmas são compostas essencialmente por adultos em
situação de desemprego ou beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI).

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 49


Um total de 56 indivíduos matriculou-se no 2º ciclo do Ensino Recorrente, distribuídos
por 3 turmas. Uma frequenta a Escola Secundaria Dr. João de Araújo Correia e duas a
EB 2,3 de Peso da Régua nas instalações da Ludoteca de Godim.

No mesmo ano lectivo, registam-se 65 inscrições no nível Secundário do Ensino


Recorrente, distribuídos pelo Curso Geral,

A procura de qualificação/formação escolar, teimando em dar por terminado um


percurso escolar abandonado anteriormente, denota a valorização da educação formal
e a importância das habilitações académicas como uma arma para prosseguir numa
realidade cada vez mais exigente e competitiva.

Nível de ensino Nº de formandos Funcionamento

1º ciclo 27 Ex- Manutenção Militar

Escola Secundaria/ EB 2,3 de Peso da Régua-Ludoteca de


2º ciclo 56
Godim

Secundário 65 Escola Secundaria

Figura 34 – Nº de alunos que frequentaram os Cursos EFA, no ano lectivo 2007/2008

A adesão ao Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências


(CRVCC) tem sido bastante significativa. Desde 2006 que o CRVCC já certificou 154
indivíduos com o 9º ano de escolaridade. Em 2008, no que diz respeito ao ensino
básico, existe um total de 504 alunos. Destes, encontram – se já 461 inscritos, 14 em
diagnóstico, 23 em reconhecimento e 6 em processo de transferência. A Escola
Secundária Dr. João de Araújo Correia para todo este processo conta com a presença
de dois psicólogos na avaliação psicológica, acompanhamento e orientação
vocacional dos alunos das suas escolas mas que são insuficientes para dar cobertura
a toda a população escolar concelhia.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 50


2- SAÚDE

“Saúde é o mais completo bem-estar físico, mental e social e não só a ausência de doença ou
enfermidade” (OMS, 2005)

Para que seja possível manter e elevar o nível de saúde das populações, torna-se
indispensável a existência de infra-estruturas de saúde organizadas, distribuídas de
acordo com as necessidades, que sejam física e economicamente acessíveis a toda a
população.

Os recursos saúde existentes no concelho de Peso da Régua são o Hospital D. Luís I


o Centro de Saúde, farmácias, laboratórios de análises, clínicas privadas, entre outros

2.1 – Hospital D. Luís I


O hospital D. Luís I, localiza-se na praceta Delfim Ferreira, funciona desde 1957, e
presta serviços de cuidados diferenciados à população. Actualmente integra o centro
hospitalar Vila Real/Peso da Régua.

Os serviços existentes nesta instituição de saúde são:

- Cirurgia Geral

- Medicina Interna

- Consulta Externa

A Consulta externa funciona com as especialidades de:

- Medicina Interna

- Nutrição

- Psiquiatria

Ao nível dos recursos humanos, possui 3 médicos, 1 técnico superior de nutrição, 18


enfermeiros, 19 administrativos e 53 auxiliares de acção médica. Não se pode inferir
relativamente aos números apresentados, visto que estes profissionais podem ser
deslocados para o Hospital de Vila Real.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 51


Relativamente aos recursos materiais possui RX, bem como o restante material para
assegurar os serviços acima referido

2.2 - Centro de Saúde de Peso da Régua


Centro de Saúde (CS) é um “estabelecimento público de saúde integrado, polivalente
e dinâmico, prestador de cuidados de saúde primários, que visa a promoção e a
vigilância da saúde, a prevenção, diagnostico e o tratamento da doença, dirigindo
globalmente a sua acção ao individuo, família e comunidade.” MINISTÉRIO DA
SAÚDE ( 1994)

De acordo com a Declaração de Alma-Ata Conferência Internacional sobre Cuidados


de Saúde Primários (CSP) (1978), estes “[...] são cuidados essenciais de saúde
baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e
socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance de todos os indivíduos e famílias da
comunidade, mediante a sua plena participação […]”, representando “[…] o primeiro
nível de contacto com dos indivíduos, da família e da comunidade, com o sistema
nacional de saúde, devendo ser levados o mais próximo possível dos lugares onde as
pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um processo
continuado de assistência à saúde.”

O CS do Peso da Régua abrange o respectivo concelho, e é constituído pelo edifício


sede que funciona na cidade do Peso da Régua, nove extensões de saúde (Canelas,
Fontelas, Galafura, Loureiro, Moura Morta, Poiares, Sedielos, Vilarinho dos Freires e
Vinhos).

No que respeita à estrutura física do CS, este é constituído por dois pisos., sendo que
no piso inferior é no qual se encontram os módulos e sala de vacinas enquanto que no
piso superior encontram-se os vestiários, serviços administrativos e gabinetes.

No piso inferior, todos os módulos são constituídos por um gabinete de apoio


administrativo, uma sala de despir e pesar, dois gabinetes médicos (à excepção do
módulo A que tem três gabinetes médicos), uma sala de enfermagem, outra sala de
apoio ou de saúde materna, e uma sala de tratamentos. Neste piso, também existe a
sala de vacinação e o “módulo” no qual funciona as consultas de nutrição, psicologia,
e o Centro de Diagnóstico Pneumológico.

No piso superior, encontram-se o bar, a esterilização, salas de stock de material,


biblioteca, gabinete da assistente social, uma sala destinada a delegados de
informação médica, três gabinetes de serviços administrativos, uma sala de trabalho e

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 52


os gabinetes do Delegado de Saúde Pública, da Directora do CS, da Enfermeira Chefe
e da Chefe Administrativa.

O Centro de Saúde desenvolve os vários programas de saúde, preconizados pela


Direcção Geral de Saúde (DGS):

- Consultas de Medicina Geral e Familiar;

- Consulta de Planeamento Familiar;

- Consulta de Saúde Materna;

- Consulta de Saúde Infanto-juvenil;

- Consulta do Adulto Idoso;

- Consulta de Grupos de Risco – Hipertensos e Diabéticos

- Consulta do Pé diabético;

- Consulta de Cessação tabágica;

- Consulta de Alcoologia

- Visitação domiciliária de promoção da saúde;

- Visitação domiciliária a doentes dependentes;

- Saúde Escolar;

- Vacinação

- Programa das escolas livres de Tabaco (PELT)

Para desenvolver os vários programas anteriormente referidos, conta uma equipa de


profissionais constituída por 13 médicos, 19 enfermeiros, 18 administrativos, 8
auxiliares de apoio e vigilância, tendo ainda 1 motorista, 1 um técnico de saúde
ambiental, 1 técnica superior de serviço social, 1 técnica superior de psicologia e 1
nutricionista (três dias/ semana).

O CS do Peso da Régua (sede e extensões) funciona por equipas de saúde


compostas por médicos, enfermeiros e administrativos.

Em termos de cooperações interinstitucionais, está presente nos núcleos:

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 53


- Do Rendimento Social de Inserção;

- Da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco;

- Do Projecto de Intervenção Precoce;

- É parceiro da Rede Social de Peso da Régua.

- É parceiro do Sim Saúde – Projecto de Saúde da Escola Secundária João


de Araújo Correia.

O Centro de Saúde dispõe da consulta para situações agudas, não programadas, ou


seja, com aparecimento recente, que não sendo urgências ou emergências, carecem
de resolução rápida - no mesmo dia ou em horas, também designada por “Consulta
aberta”, funciona fora das instalações do cento de saúde, nas antigas instalações do
serviço de urgência do hospital da Régua. O horário de funcionamento é dias úteis das
8.00 às 24 horas, sábados, domingos e feriados das 8 ás 22 horas. Sendo assegurada
por um médico, um enfermeiro e um administrativo.

Foram registados pelo Centro de Saúde (C.S) entre o período de 1 de Janeiro de 2007
a 31 de Dezembro de 2007, 1895 consultas de planeamento familiar.

Ao nível da Saúde Infantil, relativamente às consultas de vigilância até aos 23 meses e


às consultas juvenis, foram efectuadas para o mesmo período 1161 e 2491 consultas,
respectivamente. O que soma neste serviço um total de 3652 consultas.

No que diz respeito ao Serviço de Saúde Materna e Obstetrícia, foram efectuadas para
o mesmo período 733 consultas.

Relativamente à visitação Domiciliária de Enfermagem, foram efectuadas 1532 visitas


domiciliárias de promoção de saúde e 6346 visitas para tratamentos, curativos de
pessoas em situação de dependência (perfazendo um total de 7878 visitas), no ano
2007. No mesmo período foram efectuados 891 visitas médicas ao domicílio.

No ano de 2006 foi efectuado a caracterização das pessoas dependentes no concelho


de Peso da Régua 2006, utilizando a escala de Barthel (escala de avaliação do grau
de dependência) sendo que num total de 491 pessoas, 22.6% apresentavam uma
dependência total.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 54


GRAU DE DEPENDÊNCIA Nº

Dependência Total 111

Dependência Grave 18

Dependência Moderada 37

Dependência Leve 117

Independente 208
17
Figura 35 – Caracterização do grau de dependência

Entre o período de 1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2008, foram efectuadas


56807 consultas de adultos entre os 19 e os 65 anos.

Os indicadores de saúde permitem medir a situação de saúde de uma população.


Indicadores de natalidade, mortalidade e morbilidade dão uma visão genérica do nível
de saúde. A figura que se segue, traduz de maneira sintética, alguns indicadores de
impacto no conselho do Peso da Régua.
18
INDICADORES DE SAÚDE DO CONCELHO

Índice de Envelhecimento, 2001 95,69


Índice de dependência jovem (2001) 25,44
Índice de dependência idoso (2001) 24,34
Índice de dependência total ( 2001) 49,77
Taxa de Natalidade, 2006- ( por mil habitantes) 8,23
Taxa de Mortalidade Infantil,2006- ( por mil habitantes) 0,05
Taxa de mortalidade Geral,2006- ( por mil habitantes) 10,46
Índice de Fecundidade (2006) ( %) 2,99

Figura 36 – Indicadores de Saúde do concelho 18

2.3 - Problemáticas próprias da Saúde


No que respeita às problemáticas próprias da saúde, refere-se especificamente ao
campo das adições, nomeadamente, estupefacientes e álcool e de seguida à temática
da deficiência.

De destacar, mais uma vez, que não existem diagnósticos que apontem com precisão
não só a quantidade, como as características destes grupos, sejam os relativos aos
consumidores, sejam às das pessoas portadoras de deficiência, por forma a termos

17
Fonte: Centro de Saúde de Peso da Régua, 2006
18
Fonte: INE, 2001 e Centro de Saúde de Peso da Régua, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 55


uma leitura social da situação destas pessoas, principalmente no que respeita à sua
situação face à integração social e necessidades específicas.

Em termos de ambulatório, o Centro de Saúde possui em funcionamento as consultas


de tabagismo, uma vez por semana, sendo que relativamente ao consumo de
estupefacientes não existe um sistema de detecção, atendimento e encaminhamento
de indivíduos.

Relativamente às consultas anteriormente referidas, o Centro de Saúde tem


capacidade para tratamento em ambulatório, inclusivé e como já se constata, em
funcionamento, a administração de medicação de substituição para os adictos em
estupefacientes.

Quanto ao tratamento com internamento: para os casos de alcoolismo, existe uma


estrutura a nível regional, o ex-Centro Regional de Alcoologia do Norte (CRAN), actual
Unidade de Alcoologia do Norte e, para atendimento e encaminhamento a casos de
toxicodependência, a nível distrital, o Centro de Repostas Integradas (CRI) do IDT,
(ex-CAT), em Vila Real.

Desta forma, e porque aferir o número aproximado à realidade de toxicodependentes


se torna extremamente difícil sem um diagnóstico realizado no terreno, e em termos
estatísticos não existem dados, tendo-se sobretudo como base de informação os
dados proporcionados pelo CRI, sendo que em relação ao alcoolismo não possuímos
nenhum dado oficial. E mesmo em relação aos dados do CRI, estes tornam apenas
visíveis oficialmente resultados que sabemos ser apenas uma parte de um todo, pois
nem todos os toxicodependentes recorrem a este serviço e quando o fazem é o
geralmente em situações limite ou por consequência de pressões.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 56


3 - EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

"A experiência não é aquilo que nos acontece


É o que fazemos com aquilo que nos acontece"
Aldous Huxley

O emprego é um direito social básico que se encontra reconhecido a todos os


cidadãos e cidadãs na Constituição da República Portuguesa (4ª revisão de 1997).

No seu artigo 58º a Constituição refere que incumbe ao Estado promover a “execução
de políticas de pleno emprego”; saliente-se a alínea a) do artigo 59º onde se escreve
que todos/as trabalhadores/as têm direito, sem distinção de idade, sexo, raça,
cidadania, território de origem, convicções políticas ou ideológica, “à retribuição do
trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade, observando-se de que para
trabalho igual salário igual, de forma a garantir uma existência condigna.

A exclusão face ao direito ao emprego, ou numa perspectiva mais ampla, ao trabalho,


tem sido uma das questões centrais no debate sobre a exclusão social. Tal exclusão
ultrapassa hoje a vertente mais fácil de identificar, e também a mais visível, que é a do
desemprego mas contempla as dimensões da ausência de qualidade no emprego, que
passam pelo baixo nível de remunerações, pela precariedade ou inexistência de
vínculos contratuais, pela clandestinidade de determinadas actividades profissionais,
pelas enormes desigualdades que caracterizam o sistema de remunerações e que
afectam, em particular, as mulheres e os estratos escolar e profissionalmente menos
qualificados.

A exclusão face ao direito ao emprego é, em si mesmo, uma dimensão da exclusão


social e é, também, um factor potenciador de outras dimensões dessa mesma
exclusão. Repare-se que o emprego, ou o desempenho de uma actividade profissional
remunerada, representa, para a maior parte das famílias, a principal fonte de
rendimentos. Ter um emprego / uma profissão é, pese embora todas as
transformações sociais, ter acesso a um determinado estatuto que, geralmente, se
assume como uma referência social muito importante.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 57


3.1 – Desemprego no Concelho
Nos últimos anos o fenómeno do desemprego tem vindo a crescer progressivamente
na sociedade portuguesa, sendo hoje um dos problemas que, do ponto de vista social,
mais atenção tem merecido.

Pela análise demográfica feita ao concelho, recorrendo aos dados dos censos do
Instituto Nacional de Estatísticas de 1991 e 2001, pode-se concluir que se assiste a
uma perda contínua da população, principalmente nas freguesias mais isoladas.

A distribuição da população activa pelos vários sectores de actividade poderá estar


associada a uma estrutura quase nada industrializada.

Através da leitura do gráfico pode-se verificar que, no Concelho de Peso da Régua, o


sector com maior relevância é o sector terciário, em que mais de metade da população
se encontra empregada nos serviços, nomeadamente, comercio, hotelaria,
restauração e organismos públicos.

População activa empregada por sectores de actividade em


2001

21%

Primario
Secundário
Terciario
56%
23%

19
Figura 37: População activa por sectores de actividade

Esta tendência do sector terciário parece ser comum nas regiões do interior em parte,
devido talvez à falta de incentivos à dinamização do sector industrial. O sector terciário
apesar de estar mais dinamizado continua a processar-se nos moldes mais
tradicionais, consequentemente pouco diversificado.

Esta análise pode ainda traduzir que, a agricultura apesar de continuar a ser na região
um dos eixos estruturantes da vida social, já não parece ser a base do emprego da
população. Sendo assim, é pois urgente criar novas perspectivas de sucesso para
novas actividades económicas em regime de complementaridade com a agricultura.
Estas novas actividades como o turismo, podem ser um dos factores preponderantes

19
Fonte: INE, 2001

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 58


para o desenvolvimento da região. Por outro lado, é igualmente sublinhada a
necessidade de aproveitar as diversidades locais e regionais e as vantagens
específicas de produtos tradicionais de elevada qualidade, como a cultura de vinha.

O sector secundário é o segundo principal sector de actividades no Concelho, em que


a construção civil se destaca como determinante no emprego. No entanto, apesar
deste sector ter vindo a aumentar, ele tem sido marcado pelos seguintes factores:

- Incipiente e atomizada base industrial existente;

- Periferização espacial desta área;

- Deficientes acessos entre concelhos;

- Falta de empreendedorismo.

- Baixa densidade populacional e dispersão do povoamento que


constituem um obstáculo à obtenção de limiares mínimos de
viabilidade de certas empresas que queiram maior dimensão de
mercado e de emprego.

Face a este quadro é fundamental desenvolver um trabalho integrado de forma a


abranger a multidimensionalidade dos problemas que afectam os três sectores de
actividade. Este trabalho integrado deverá ter como objectivo combater os
constrangimentos ao desenvolvimento pretendendo o reforço das capacidades
humanas, técnicas e sócio-culturais como forma de criação de uma dinâmica de
desenvolvimento adequado às necessidades da população de Peso da Régua.

No que se refere à escolaridade e qualificação profissional,pelos Censos de 2001,


constata-se que o nível de instrução da população do concelho de Peso da Régua é
reduzido e que a percentagem de analfabetismo é bastante elevada (15,86%), em que
uma parte significativa da população apenas possui o 1º ciclo (27.8%) e 7.3% tem o 2º
ciclo.

Assim, uma primeira conclusão permite-nos afirmar que este concelho acolhe uma
grande fatia da população com falta de qualificação e formação.

Apenas 4.2% possui o 3º CEB ou seja, concluíram a escolaridade obrigatória. 11,68%


da população terminou o ensino Secundário e, por fim, apenas 7,34% da população
acaba o ensino Superior.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 59


Doutoramento

Mestrado

Licenciatura

Bacharelato

Ensino Médio

Ensino Secundário

Ensino Básico- 3º Ciclo

Ensino Básico- 2º Ciclo

Ensino Básico- 1º Ciclo

Sabe ler e escrever sem possuir qualquer grau

Não Sabe Ler Nem Escrever

Total

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Covelinhas N.º Fontelas N.º Galafura N.º Godim N.º Loureiro N.º Moura Morta N.º
Peso da Régua N.º Poiares N.º Sedielos N.º Vilarinho dos Freires N.º Vinhós N.º Canelas N.º

20
Figura 38: Habilitações literárias da população activa por sectores de actividade

Segundo dados do Centro de Emprego, relativos a Dezembro de 2007, existem 930


desempregados no Concelho de Peso da Régua, dos quais 54% são mulheres. A
tabela seguinte descreve o número de pessoas desempregadas por faixa etária.

Em relação às habilitações académicas, verifica-se que 32% dos desempregados


possui o 1º ciclo completo, 22% possui o 2º ciclo completo e 9,7% habilitações de nível
superior. Estes dados manifestam uma evidente falta de escolaridade neste grupo e
consequente falta de formação profissional. Dos 930 desempregados, 541 são de
longa duração e 381 estão inscritos há menos de um ano. Realça-se ainda que 65.1%
da população desempregada possui habilitações inferiores à escolaridade mínima
obrigatória.

Taxa da população População Desempregada Grupo Etário Tempo de


inscrição no IEFP
<25 25-44 45-54 >=55 Des. D.L.D
anos anos anos anos
HM H M HM H M 202 243 362 123 HM HM
18832 9053 9779 930 500 430 549 381

21
Figura 39 - Caracterização dos desempregados

Se o facto da população desempregada apresentar uma baixa qualificação escolar e


profissional o que pode dificultar a sua entrada para o mercado de trabalho, a
população jovem qualificada também enfrenta fortes dificuldades em integrar o

20
Fonte: INE, 2001

21
Fonte: Concelho: Estáticas Mensais – IEFP, Dezembro, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 60


mercado de trabalho. Esta situação pode ser justificada por um tecido empresarial de
reduzida dimensão e um perfil de empresários que não valoriza a formação académica
e/ou profissional.

3.2. A Precariedade do Trabalho


A qualidade do próprio emprego é factor de vulnerabilidade, ou de protecção, à
pobreza. Neste sentido, no levantamento efectuado pela ex-DASC, actualmente
denominada Divisão de Desenvolvimento Social (DDS), da Autarquia de Peso da
Régua, relativamente aos pedidos da habitação social e de informações sobre a
caracterização do agregado familiar de algumas famílias que integram a CPCJ,
verifica-se a existência de uma parte importante dos trabalhadores/as que não efectua
descontos para a segurança social. Muitos destes/as trabalhadores/as enquadram-se
na indústria da construção civil e na agricultura e os restantes, nos serviços pessoais e
domésticos.

Esta forma de precariedade afecta sobretudo os/as trabalhadores/as designados como


“por conta própria”, entre os quais a situação mais frequente é a do trabalhador/a sem
trabalho certo, que “faz o que aparece”. Por outro lado, é entre os indivíduos menos
escolarizados que se registam as maiores percentagens de ausência de descontos
para a Segurança Social. Esta situação pode significar que a integração profissional
destas pessoas se faz fortemente através da economia informal.

A precariedade do emprego é, ainda, consubstanciada pelo tipo de contrato dos/as


trabalhadores/as por conta de outrém. Neste grupo, menos de metade tem um
contrato de trabalho permanente; entre os restantes, salienta-se a importância dos
contratos a prazo, ou a termo, e do trabalho à empreitada.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 61


4 - HABITAÇÃO

“As condições de habitação constituem um indicador privilegiado para a detecção de fracções


mais marginalizadas da população” (Couto, 1999)

O artigo 65ª da Constituição da Republica Portuguesa consagra os direitos básicos à


habitação nos seguintes termos: “Todos têm direito, para si e para a sua família, a
uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que
preserve a intimidade pessoal e privacidade familiar” (art. 65º, nº1).

A expressão mais visível da exclusão relativamente ao direito “habitação” tem sido,


sem dúvida, a existência de bairros de abarracados nas principais aglomerações
urbanas e, por outro lado, a persistência, no País em geral, de certos indicadores que
atestam, ainda, deficientes condições de habitabilidade, ausência de privacidade e
conforto, pese embora as grandes evoluções a este nível.

Para além das dimensões mais objectivas o alojamento transporta consigo uma
dimensão simbólica que é necessário ter em conta, sobretudo aquando do processo
de realojamento sob pena de se criarem autênticos guettos. “É que o espaço
alojamento é ele próprio um signo de estatuto social. E esta simbologia do espaço dá
lugar a uma competição cujo resultado é a exclusão, ou marginalização, de alguns em
relação a certos locais; esta marginalização consiste não apenas da incapacidade
económica de escolher, de facto, o seu alojamento mas resulta também de uma
imagem estigmatizada de certas categorias da população. A ideia de que ter certa
vizinhança é factor de despromoção social é bem patente na desvalorização efectiva
dos preços de habitações, do mercado formal, a quando da instalação, nas
proximidades, de bairros de realojamento e na concomitante reacção das populações
de acolhimento, perante situações de realojamento” (Cardoso, 2000).

4.1 – A habitação no Concelho


A qualidade de vida da população depende, em grande parte, do acesso à habitação e
das características da mesma. As condições de habitabilidade são analisadas
genericamente através dos seguintes indicadores de qualidade: serviço de infra-
estruturas, instalações existentes, tipo de ocupação do alojamento e índice de lotação.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 62


22
Figura 40 – Edifícios construídos entre 1950 e 1985,por lugar.

Legenda:
Edificios construídos entre 1985 e 2001 (%)
< 20 Câmara Municipal de Peso da Régua

20 - 40
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
40 - 60
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
60 - 80
> 80 

 0 2 4
Km

Figura 41 – Edifícios construídos entre 1985 e 2001,por lugar

Como se pode verificar pelas figuras 40 e 41, grande parque habitacional é constituído
por habitações bastante envelhecidas e, ainda, geralmente, de arquitectura exígua. Os
dados dos censos de 2001 permitem ainda constatar necessidades extremamente
básicas, em termos de condições de habitabilidade, de destacar que ainda existem no
concelho: 2225 alojamentos sem electricidade, 2885 alojamentos sem retrete e 3455
alojamentos sem esgotos.

Em termos de dinâmica efectiva de construção de habitação, no período de 1990 a


2005, construíram-se 599 novas habitações (85% do total de edifícios construídos).
Neste período, construíram-se em média 37 habitações por ano no concelho da

22
Fonte: INE, 2001

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 63


Régua. Na região Norte do País, apenas Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião
apresentaram uma dinâmica construtiva mais baixa que a Régua (Quaternaire, 2007).

23
Figura 42 – Dinâmica construtiva da Região Norte

As figuras seguintes, mostram a distribuição dos alojamentos com esgotos e com


electricidade no concelho, em 2001.

Legenda:
Alojamentos com Esgotos em 2001 (%)

< 20 Câmara Municipal de Peso da Régua

20 - 40
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
40 - 60
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
60 - 80


0 2 4
> 80 

Km

24
Figura 43 – Alojamentos com esgotos em 2001,por lugar

23
Fonte: Quaternaire, 2007
24
Fonte: INE, 2001

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 64


Legenda:
Alojamentos com Electricidade em 2001 (%)
< 20 Câmara Municipal de Peso da Régua

20 - 40
Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
40 - 60
Sistema de Hayford Gauss Datum 73
60 - 80


0 2 4
> 80 

Km

Figura 44 – Alojamentos com electricidade em 2001,por lugar

Segundo um levantamento, realizado pela ex-Divisão da Acção Social e Cultural


(DASC), actual Divisão de Desenvolvimento Social (DDS) da Câmara Municipal de
Peso da Régua, existem 253 famílias residentes no Concelho que habitam em
condições precárias. Do total de famílias sinalizadas, 60 vivem em construções
antigas, 140 residem em construções clássicas em mau estado de conservação e 13
habitam em barracas, sejam estas de alvenaria ou de madeira, as restantes não
apresentam deficiências significativas em termos de habitabilidade mas rendas
demasiado altas para os rendimentos do agregado.

Por ordem crescente, pode-se assumir como sendo situações mais críticas as que se
referem ao alojamento de pessoas idosas, famílias numerosas em situação de risco e
por último, a existência de algumas barracas pertencentes à etnia cigana. Tal foi
possível verificar anteriormente, através dos dados recolhidos nos censos de 2001,
ainda se constatam necessidades extremamente básicas, em termos de condições de
habitabilidade.

A figura com o quadro seguinte apresenta alguns indicadores sobre as condições de


habitabilidade que permitem justificar os dados referidos anteriormente. De facto, pela
análise do quadro pode-se verificar que o Concelho de Peso da Régua apresenta
valores acima da média nacional no que se refere a alojamentos sem electricidade, ou
sem retrete ou ainda sem banho ou duche, destacando-se que na situação de
alojamento sem retrete ultrapassa de forma preocupante os valores para a região
Douro.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 65


Peso da Régua Douro Portugal
Indicadores

2001 2001 2001

Alojamentos s/ electricidade 0.75 0.79 0.5

Alojamentos s/ retrete 10.72 6.06 2.5

Alojamento s/ instalação de
3.28 4.63 6.3
banho ou duche

Figura 45 – Indicadores sobre as condições de habitabilidade, censos 2001

4.2 – A habitação social no Concelho


Para as famílias a qualidade da habitação, bem como das condições que reúne como,
por exemplo, o estado de conservação e as infra-estruturas de que dispõe, é, extrema
importância para a qualidade de vida das pessoas que nela residem.

A questão da habitação pode ainda constituir um factor de vulnerabilidade face à


exclusão, na medida que é neste espaço que decorre parte importante da vida familiar
e do processo de socialização dos seus habitantes, principalmente das crianças.

Abordar a Política Social de Habitação, é em primeiro lugar pensar nas pessoas, isto
é, pensar numa política de valorização da qualidade de vida da população que
passando muito pela habitação, não se acaba nela, pelo contrário dá inicio a um
processo global de melhoria da qualidade de vida das pessoas. A problemática dos
bairros sociais estende-se à sua interferência com a cidade que os acolhe, na vida de
quem os habita e de quem é vizinho destes.

É pois necessário fazer coincidir a melhoria das condições de alojamento, com a


melhoria das condições envolventes aos conjuntos habitacionais, por forma a criar nos
moradores, através de uma participação activa destes, uma identificação positiva do
conjunto habitacional onde moram.

A mudança de casa deve significar uma mudança efectiva de vida e se muitas


famílias conseguem produzir essa mudança qualitativa com esforço pessoal dos seus
membros, outras há que revelam dificuldades e debilidades e que, por isso, requerem
ajuda e acompanhamento, desde a simples adaptação a uma casa com condições de
habitabilidade normal que anteriormente tinham, até a problemas mais vastos como
alcoolismo, deficiência, inserção no mercado de trabalho, insucesso e abandono
escolar, falta de cuidados a dispensar às crianças, aos jovens, aos idosos, etc.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 66
Todo este processo é moroso, requer dedicação e esforço, bem como recursos
humanos para se poder dinamizar acções de intervenção, inserção e valorização
social.

Loureiro

Bairro das Alagoas


!
(
Bairro da Azenha
"Bairro Branco" !
(
(
! Peso da Régua
Godim

Bairro do Fundo de Fomento de Habitação


!
(

Fontelas
Vilarinho dos Freires

Bairro do Corgo
!
(

Canelas

Vinhós

Sedielos

Moura Morta
Poiares
Legenda: Câmara Municipal de Peso da Régua
Loureiro
Vilarinho dos Freires Galafura

(
! Bairros Sociais Municipais Gabinete de Sistemas de Informação Geográfica
GodimPeso da Régua
Covelinhas
Fontelas Canelas
Área Edificada Sistema de Hayford Gauss Datum 73
0 2 4 0 200 400
Km Freguesias 

 Meters

25
Figura 46 – Bairros de Habitação Social camarários na Cidade de Peso da Régua

De seguida apresentam-se tabelas dos vários Bairros camarários, que permitem traçar
um perfil individual, com a informação relativa à sua constituição (tipologia, numero de
blocos, anos de construção, obras realizadas, carências), assim como a descrição dos
respectivos arrendatários.

No que se refere à Habitação Social, o concelho possui quatro bairros sociais


camarários e dois pertencentes ao Instituto Nacional da Habitação. No entanto, este
número de fogos é insuficiente para a elevada procura (254 pedidos). A procura de
habitação é mais significativa nas freguesias urbanas (Peso da Régua e Godim),
apesar de se registarem maiores problemas habitacionais nas freguesias rurais.

25
Fonte: DDS da Câmara Municipal de Peso da Régua, 2008

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 67


De seguida seguem-se os quadros com a caracterização de cada Bairro Social
Camarário:

Bairro da Azenha

Localização Dentro do centro da cidade.

Tempo de Construção Oito anos de construção e três anos de habitabilidade.

Número de Blocos Cinco, com seis fogos por bloco.

Fogos da Autarquia Trinta fogos.

Tipologia T2 (dois quartos, sala cozinha e uma casa de banho), T3 (três quartos, sala
cozinha uma ou duas casas de banho) e T4 (quatro quartos, sala cozinha
duas ou três casas de banho).

Renda Média Mensal 46.12 Euros/mês.

Famílias Residentes Trinta.

Média de Indivíduos por Agregado De quatro a seis.

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Desempregados e feirantes.

Serviços Próximos do Bairro Centro de Saúde, Escolas e Autarquia.

Bairro Calouste Gulbenkian

Denominação Bairro Branco.

Localização Fora do centro da cidade de Peso da Régua, numa área já na saída da


cidade em direcção ao Porto, denominada Godim.

Tempo de Construção Quarenta anos.

Número de Blocos 14 blocos, com seis fogos por bloco.

Fogos da Autarquia Catorze fogos. Muitos fogos deste complexo habitacional já foram comprados
pelos arrendatários, existindo apenas alguns ainda propriedade da autarquia.

Tipologia T3, três quartos, sala cozinha uma ou duas casas de banho.

Renda Média Mensal 9.67 €/Mês.

Famílias Residentes Treze

Média de Indivíduos por Agregado 1.5

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Reformados.

Doenças Predominantes Diabetes e osteoporose.

Serviços Próximos do Bairro Hipermercados (Intermarché e Pingo Doce, Escola Secundaria, Escola
primária nº1.

Levantamento de Necessidades Pintura dos prédios.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 68


Bairro Fundação Salazar

Denominação Bairro Branco.

Localização Fora do centro da cidade de Peso da Régua, numa área já na saída da


cidade em direcção ao Porto, denominada Godim.

Tempo de Construção Trinta e cinco anos.

Número de Blocos Três, com seis fogos por bloco.

Fogos da Autarquia Treze.

Tipologia T3 (três quartos, sala, cozinha, uma ou duas casas de banho).

Renda Média Mensal 28,68 Euros/mês.

Famílias Residentes Treze.

Média de Indivíduos por Agregado 1.5

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Reformados.

Serviços Próximos do Bairro Hipermercados (Intermarché e Pingo Doce, Escola Secundaria, Escola
primária nº3, Apeadeiro de Godim.

Levantamento de Necessidades Pintura dos prédios.

Bairro Fundo Fomento de Habitação

Denominação Bairro Branco.

Localização Fora do centro da cidade de Peso da Régua, numa área já na saída da


cidade em direcção ao Porto, denominada Godim.

Tempo de Construção Vinte e oito anos.

Número de Blocos Três blocos, com seis fogos cada.

Fogos da Autarquia Vinte.

Tipologia T3 (três quartos, sala, cozinha, uma ou duas casas de banho).

Renda Média Mensal 5.47 Euros/mês.

Famílias Residentes Vinte.

Média de Indivíduos por Agregado De um a três.

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Reformados e desempregados.

Doenças Predominantes Diabetes e sistema nervoso.

Serviços Próximos do Bairro Hipermercados e escolas.

Levantamento de Necessidades Pintura dos prédios.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 69


Bairro Junto Autónoma de Estradas

Localização Fora do centro da cidade de Peso da Régua, numa área já na


saída para a variante em direcção a Vila Real, denominada Peso.

Tempo de Construção Vinte e sete anos.

Número de Blocos Quatro blocos, com seis fogos cada.

Fogos da Autarquia Vinte e quatro

Tipologia T3 (três quartos, sala cozinha uma ou duas casas de banho) e T4 (quatro
quartos, sala cozinha duas ou três casas de banho)

Renda Média Mensal 9.77 Euros/mês.

Famílias Residentes Vinte e quatro.

Média de Indivíduos por Agregado De um a três.

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Reformados e desempregados.

Doenças Predominantes Diabetes

Serviços Próximos do Bairro Centro de Saúde, Escola e mercearia

Levantamento de Necessidades Pintura dos prédios e implementação de uma farmácia

Bairro Habitacional do Corgo

Localização Fora do centro da cidade de Peso da Régua, numa área já na saída para a
variante em direcção a Vila Real, denominada Peso.

Tempo de Construção Doze anos.

Número de Blocos Seis blocos, com seis fogos cada e nove caves

Fogos da Autarquia Quarenta e três

Tipologia T2 (dois quartos, sala cozinha e uma casa de banho), T3 (três quartos, sala
cozinha uma ou duas casas de banho) e T4 (quatro quartos, sala cozinha
duas ou três casas de banho)

Renda Média Mensal 44.71 Euros/mês.

Famílias Residentes Quarenta e três

Média de Indivíduos por Agregado De um a três.

Escolaridade Predominante Quarta classe e sexto ano

Profissões Predominantes Desempregados e domésticas

Doenças Predominantes Diabetes e hepatite C

Serviços Próximos do Bairro Não existem

Levantamento de Necessidades Vedação das marquises

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 70


Bairro das Alagoas (não camarário)

Denominação Bairro Verde

Número total de residentes em 600 moradores


Alagoas:

Famílias residents 160 famílias

Número de residentes de etnia cigana : 125 moradores

Número de famílias de etnia cigana cerca de 30 famílias

Tempo de Construção 28 anos

Número de Blocos Três blocos, com seis fogos cada.

Fogos da Autarquia nenhum – IHRU

Tipologia T1; T2;T3;T4

Renda Média Mensal 5.47 Euros/mês.

Famílias Residentes Vinte.

Média de Indivíduos por Agregado 5

Escolaridade Predominante Quarta classe.

Profissões Predominantes Reformados; trabalhadores por conta de outrem

Doenças Predominantes osteoporose; reumatismo; diabetes

Serviços Próximos do Bairro Hipermercados, escolas.e farmacia

Levantamento de Necessidades Arranjos nos interiores das habitações; escolaridade dos moradores;
trabalhos precários; dependência estatal

Alagoas é uma pequena área de habitação social. Foi construída em 1979 para
realojar famílias de baixo estatuto sócio – económico (condição social modesta) que
viviam em condições de habitação precária e/ou eram vítimas desalojadas das cheias
do Douro.

O bairro é constituído por 8 blocos, 22 entradas e nele residem aproximadamente 600


moradores, 160 famílias, onde 20% são de etnia cigana.

Este bairro foi alvo de intervenção, com um projecto denominado: “Velhos Guetos,
Novas Centralidades”. Este projecto resulta de uma candidatura do Instituto Nacional
da Habitação e do Estado Português aos fundos do Instrumento financeiro do Espaço
Económico Europeu (EFTA).

Esta candidatura visou duas áreas de intervenção (Alagoas e Rabo de Peixe) que
partilham do mesmo estatuto periférico, caracterizado por dois grandes problemas: a
insularidade e a interioridade e por graves assimetrias sociais e económicas. O
projecto Alagoas, tem por base princípios orientadores do espírito do Plano Nacional
de Acção para a inclusão: promover a sustentabilidade ambiental e a requalificação

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 71


urbana; assegurar a coesão social e a qualidade de vida; promover novas formas de
regulação social entre os diferentes níveis de administração pública e a sociedade
civil; implementar uma abordagem multidimensional a problemas e potencialidades;
utilizar a inovação e conhecimento em termos Know-how organizacional, técnico e
prático.

No seu interior existem na sua generalidade dois problemas estruturais evidentes e


que deram origem a alguns problemas específicos: inexistência de gestão
consolidada; intervenção descontinuada no tempo; guetização social e urbana. A
materialização destes problemas específicos é sentida na degradação do ambiente
construído; na existência e prevalência de trajectórias de vida de pobreza e exclusão
social; na guetização da zona habitacional em relação à envolvente e no
desenvolvimento de uma imagem do bairro negativa.

Como potencialidades em Alagoas e sendo estas um ponto de partida para a


intervenção no terreno foram identificados alguns aspectos positivos como a
centralidade urbana do bairro (dado que a cidade envolveu o bairro ao longo do seu
crescimento e ali foram criadas infra-estruturas, desde a educação, à segurança,
superfícies comerciais); prevalência de uma população jovem e
disponibilidade/predisposição interna para a mudança. Assim, e tendo em
consideração os problemas e potencialidades mencionados, foram definidas quatro
áreas de intervenção, todas elas interligadas: residentes, ambiente construído, gestão
e comunicação e representações sócio – espaciais.

Ao nível dos residentes, gestão e comunicação bem como ao nível das


representações sócio – espaciais e falando de um primeiro nível de intervenção no
terreno, foram desenvolvidas actividades que aumentassem a qualificação
profissional, bem como o nível de escolaridade dos residentes tendo como objectivo
primordial a facilitação da inserção no mercado de trabalho. Promoção de actividades
que visassem o desenvolvimento de competências pessoais e sociais, dinamização de
seminários no ensino escolar para adultos para uma população beneficiaria de RSI
residente em Alagoas, criação e apoio nas actividades promovidas pela Associação de
moradores, as mesmas e todas as acções colocadas em prática foram direccionadas
para a diminuição da rejeição e do preconceito social dentro e fora das Alagoas.

Num segundo momento da intervenção pretendeu-se aproximar a população da


cidade ao bairro, sendo importante que em conjunto com a Associação de moradores,
em que se pretende que a mesma adquira uma estrutura forte o suficiente para que se
torne autónoma e prevaleça no tempo, e a Equipa Executiva Local definissem
actividades a realizar dentro do bairro, atractivas o suficiente para aliciar a população

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 72


para dentro do espaço habitacional de Alagoas, contemplando-se a diminuição do
estereótipo criado em relação às Alagoas e aos seus residentes.

Ao nível do ambiente construído foi renovado o sistema de águas e esgotos, o sistema


de águas pluviais, o sistema de iluminação pública, as áreas de estacionamento,
criação de arruamentos transversais interiores ao Bairro; acessos pedonais a
equipamentos envolventes; zona de lazer e actividades sócio-culturais e recreativas;
remodelação do campo de jogos; reconstrução e remodelação do parque infantil;
construção do novo edifício multifuncional para associações; criação de passeios
envolventes aos blocos habitacionais; criação de zonas verdes e sistemas de rega
automática; criação de pérgolas de sombreamento; colocação de estendais; criação
de zonas de estacionamento automóvel na proximidade dos blocos.26

26
Ver documento em anexo

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 73


5- ACÇÃO SOCIAL

“A acção social é um sistema que tem como objectivos fundamentais a prevenção e reparação
de situações de carência e desigualdade socio-económica, de dependência, de disfunção,
exclusão ou vulnerabilidade sociais, bem como a integração e promoção comunitárias das
pessoas e o desenvolvimento das respectivas capacidades”

ISS, 2005

A Autarquia e o Serviço Local de Segurança Social apresentam competências e


acções distintas e de relevância no domínio público. Por sua vez, o papel das IPSS’s
destaca-se dado a proximidade que têm junto da população, o que permite um
diagnóstico dos problemas de índole social da comunidade em que se encontram
inseridas, obrigando à procura de soluções com mais rapidez, eficiência e eficácia.

A Autarquia reconhece a importância de um trabalho participado com outros parceiros


locais, destacando o papel crucial das IPSS, com larga experiência de intervenção no
território. Esta parceria possibilita uma coesão da consciência colectiva, uma vez que
se representam localmente as populações, permitindo ainda envolver e sensibilizar a
sociedade civil;

5.1 – Acção Social Escolar do Município


No que se refere à acção social escolar, a Câmara Municipal presta apoios às crianças
e jovens dos diversos ciclos e níveis de ensino, actuando com maior incidência e
aplicando mais meios financeiros, no ensino pré-escolar, 1º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino
Básico. Estes apoios baseiam-se em:

Os alunos do ensino secundário que necessitam, recebem apoio ao nível do


transporte em circuitos especiais de ligação às carreiras públicas (16 alunos
beneficiados em 2006-2007), em carreiras públicas/CP (300 alunos beneficiados em
2006-2007) e em veículos privativos do Município, suportando apenas o encargo de
50% do custo das viagens nas carreiras públicas.

Actualmente o apoio prestado aos alunos do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, centra-
se na garantia de transporte gratuito em circuitos especiais de ligação às carreiras
públicas, em carreiras públicas e em veículos privativos do Município, para os que dele
necessitam (em 2006-2007 beneficiaram 191 alunos do 2.º Ciclo e 343 do 3.º Ciclo)

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 74


Os alunos do 1.º Ciclo têm apoios ao nível das seguintes medidas:

- Transporte Escolar gratuito, através de circuitos especiais (88 alunos beneficiados


em 2006-2007) e viaturas Municipais (26 alunos beneficiados em 2006-2007) criados
para alunos oriundos da área geográfica de influência das escolas extintas, para as
escolas de acolhimento;

- Livros Escolares e Almoço nos refeitório escolares, cujo apoio é concedido aos
alunos que se candidatam e cujo resultado do cálculo da capitação mensal se
enquadra num dos dois escalões de capitação mensal definidos “NORMAS
INTERNAS DE APLICAÇÃO DAS MEDIDAS DE ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR DO
MUNICIPIO DO PESO DA RÉGUA -1.º CICLO DO ENSINO BÁSICO” actualizáveis
anualmente, tendo sido atribuídos no ano lectivo 2007-2008 os seguintes apoios:
27 28
Alunos que frequentam o 1 º ciclo Total de alunos Escalão A Escalão B
1º ano 185 100 10
2º ano 240 103 12
3º ano 201 89 6
4º ano 212 91 11
Total 838 383 39
29
Figura 47 – Apoios facultados pela Autarquia aos alunos do 1º ciclo por ano e escalão, no ano lectivo 2007-
30
2008

Os alunos beneficiados com o Escalão A (45,7% do total dos alunos) recebem


gratuitamente da Câmara Municipal, os livros adoptados pelo Agrupamento de escolas
para as disciplinas curriculares e almoçam gratuita e diariamente nos refeitórios
escolares.

Os alunos beneficiados com o Escalão B (4,65% do total dos alunos), recebem


gratuitamente da Câmara Municipal, os livros de português e matemática adoptados
pelo Agrupamento de escolas para essas disciplinas curriculares e pagam apenas
50% do custo do almoço nos refeitórios escolares.

A Câmara Municipal no ano lectivo 2006-2007, aderiu e empenhou-se na


implementação do programa da escola a tempo inteiro proporcionando também
gratuitamente aos alunos, de cada ano escolar, três actividades de enriquecimento

27
Escalão A: 100% do custo dos livros adoptados e alimentação em refeitórios escolares
28
Escalão B: 50% do custo dos livros adoptados (Língua Portuguesa e Matemática) e
alimentação em refeitórios escolares
29
Fonte: Divisão de Acção Social e Cultural da Câmara Municipal de Peso da Régua, 2008

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 75


curricular (Ensino do Inglês, Ensino da Música e Actividade Física e Desportiva),
ministradas por 9 licenciados em cada área/ com mérito reconhecido na respectiva
área. A adesão dos alunos à participação nas actividades é em elevada percentagem.

Com o objectivo de proporcionar a todos os alunos do 1º ciclo do ensino básico do


concelho, a Câmara apostou no apetrechamento informático. Assim, cada sala de
cada escola do 1º ciclo do ensino básico está dotada de computador com acesso à
internet e impressoras, dispondo ainda de variados conteúdos multimédia educativos
adequadas à idade das crianças.

Destaca-se ainda como o equipamento de interesse para apoio das escolas mais
afastadas da sede do Concelho a biblioteca itinerante.

Relativamente ao ensino Pré-escolar a Câmara Municipal assegura gratuitamente às


crianças que desejem recorrer a esses apoios, os serviços da componente de apoio à
família que se baseiam no fornecimento do almoço no respectivo refeitório escolar e
actividades lúdico-didáticas no período de prolongamento de horário que vai do final
das actividades educativas até às 19H00, sendo que do total das 170 crianças que
frequentam o pré-escolar no Concelho 88,82% recorreram a esse apoio.

5.2 – A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens


A Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo (Lei 147/99, de 1 de Setembro)
regula a criação, competência e funcionamento das Comissões de Protecção de
Crianças e Jovens (CPCJ) em todos os concelhos do país, valendo como lei geral da
república. A CPCJ de Peso da Régua foi constituída ao abrigo da Portaria de
instalação nº 50 de 22 de Janeiro de 1999.

A CPCJ de Peso da Régua exerce a sua competência na área do Município de Peso


da Régua e tem a sua sede e local de funcionamento no Bairro das Alagoas – Bloco 5
R/C Esquerdo, Godim.

As CPCJ’s enquanto entidades não judiciárias com marcada expressão territorial, são
um exemplo ao nível da participação e mobilização da comunidade, uma vez que são
constituídas por elementos representantes de serviços e entidades do concelho. A
saber: Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Instituto de Solidariedade e
Segurança Social, Centro de Saúde, Guarda Nacional Republicana, Representante da
Associação dos pais, Instituto Português da Juventude, Instituições de Solidariedade
Social de relevância, entre outros.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 76


A Comissão é constituída por parceiros, técnicos de outras instituições que são
destacados pelos seus serviços, por um determinado número de horas semanais. A
CPCJ é dividida em duas, uma parte denominada Comissão Alargada tem função de
implementar programas de prevenção primária, a outra, conhecida como Comissão
Restrita, é composta por alguns técnicos que intervêm directamente nas situações de
perigo sinalizadas.

Volume Processual de 2007 Em 2007, o volume processual global da


Comissão de Protecção de Crianças e
Nº Processos Transitados 88 Jovens de Peso da Régua (CPCJPR)
ascendia aos 133 processos. Destes 88
Nº Processos Reabertos 5 transitaram de anos anteriores, 5 foram
reabertos e 40 foram instaurados.
Nº Processos Instaurados 40 Destacando-se que 7 foram arquivados
liminarmente.
O público-alvo das CPCJ’s é crianças e jovens dos 0 aos 18 anos que sejam
sinalizadas por instituições ou pessoas singulares, por se encontrarem em situação de
perigo. As crianças são sinalizadas por vários motivos, tais como: abandono; abuso
sexual; abandono escolar; maus-tratos; exposição a comportamentos desviantes;
negligência; pornografia infantil. De uma forma genérica, pode considerar-se criança
em risco/ perigo, aquela que pelas suas características biológicas e/ou pelas
características do seu contexto familiar e social, está sujeita a elevadas probabilidades
de vir a sofrer omissões e privações que comprometam a satisfação das suas
necessidades básicas, de natureza material ou afectiva (Canha, 2003).

A figura seguinte apresenta a distribuição dos processos por faixa etária e género. Da
análise do gráfico verifica-se que existe uma maior sinalização das situações na faixa
etária dos 6-10 anos, talvez por coincidir com a entrada para a escola primária.

Distribuição dos processos por idade e género

25 22

20
15
15 13
12 Masculino
11
10
9 Feminino
10 8 8
7
5
4
5 3
1
0
0-2 3-5 6-10 11-12 13-14 15-17 18-21
Faixa Etária

Figura 48 – Distribuição dos processos por idade e género31

31
Fonte: CPCJ de Peso da Régua, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 77


Existe ainda um elevado número de sinalizações no género masculino coincidente
com a faixa etária dos 13-14 anos, possivelmente associado às situações de
absentismo/ abandono escolar.

A Negligência é o principal motivo de sinalização da CPCJ. Ocupa 53,3% das


sinalizações que ocorrem na CPCJ32.
MOTIVOS DE INTERVENÇÃO EM 2007
Trata-se de pais e famílias que
Negligência 71
acumulam comportamentos negligentes
Maus-tratos 12
Violência Doméstica 4 quanto à saúde, higiene, alimentação,
Abandono Escolar 14 com comportamentos de
Absentismo Escolar 20
desresponsabilização educativa,
Tentativa de Suicídio 1
Exposição comportamento desviante 3 ausência de regras e desinvestimento
Prática de facto qualificado como crime 1 afectivo. Não raramente, encontram-se
nestes agregados familiares distorções ao nível conjugal e parental sendo que, quer a
função vinculativa, quer a função socializadora dos pais estão perturbadas. Com
efeito, o cuidado emocional é substituído pela utilização instrumental das crianças, os
membros deste tipo de família revelam dificuldades na capacidade de escuta e
compreensão e, em gerir os seus sentimentos e dos outros (Strecht, 2001).

Na maioria das situações, as famílias das CPCJ’s apresentam um défice de


competências parentais e sociais, que deveriam ser trabalhadas de modo a que estas
famílias adquirissem competências. Associado ao défice de competências das
famílias, acresce ainda problemas de alcoolismo, falta de recursos económicos,
desemprego e, algumas vezes, trafico e consumo de drogas. De facto, as questões
relacionadas com a falta de competências parentais, negligência e ausência de
estruturas de acolhimento surgem no actual diagnóstico como problemas de prioridade
de intervenção.

Em alguns casos, apesar das crianças viverem com os seus pais, elas são
emocionalmente órfãs e necessitam de um ambiente que lhes possibilite experiências
estimulantes e securizantes, capazes de conter e reparar as experiências relacionais
primárias pouco gratificantes e distorcidas desde idades muito precoces.

A seguir à problemática da negligência, absentismo/ abandono escolar apresenta uma


taxa de 26% das sinalizações. Trata-se de um problema grave visto que, compromete
o futuro destes jovens, que sem habilitações literárias, têm dificuldade em entrar no
mercado de trabalho e acabam por reproduzir o ciclo de pobreza dos pais. Esta

32
Fonte: CPCJ de Peso da Régua

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 78


problemática é muitas vezes percebida pelos pais como pouco relevante, talvez
porque os mesmos apresentam uma taxa de alfabetização baixa e não valorizem o
papel da escola no processo de socialização dos filhos.

Para melhorar a intervenção junto deste publico alvo, é importante a criação de um


serviço multidisciplinar de apoio parental e familiar, de modo a possibilitar o
atendimento e acompanhamento ajustado ao indivíduo e sua família, através da
melhoria das suas competências parentais e responsabilização progressiva pela
educação, socialização e desenvolvimentos dos seus filhos, como um por exemplo,
um projecto de intervenção precoce (PIP) e um centro de aconselhamento familiar e
apoio parental (CAFAP).

É também fundamental que existam respostas para as situações em que se verifica a


impossibilidade da continuidade da criança/jovem no seu seio familiar. No concelho
existe resposta de acolhimento de crianças de género feminino e inexistência deste
tipo de resposta de acolhimento de curta ou longa duração para crianças de sexo
masculino. Esta situação provoca muitas vezes a separação de irmãos, originando
perdas sucessivas e agravando os sentimentos de desamparo e desesperança na
criança/ jovem, com repercussões incalculáveis no seu desenvolvimento pessoal e
social.

Seria igualmente pertinente, treinar famílias de acolhimento para receberem crianças


com problemas de comportamentos mais desajustados e com origens familiares mais
traumatizantes, uma vez que estas crianças/ jovens são muitas vezes desgastantes
emocionalmente, o que leva a que as famílias que as acolheram, as rejeitem.

5.3 – Rendimento Social de Inserção


Em termos legislativos importa começar por se referir que a Lei nº 13/2003, de 21 de
Maio veio revogar o Rendimento Mínimo Garantido, previsto na Lei nº 19-A/96, de 29
de Junho substituindo-o pelo Rendimento Social de Inserção (RSI).

As competências e linhas orientadoras de funcionamento dos Núcleos Locais de


Inserção (NLI), encontram-se definidas na Lei nº 13/2003, de 21 de Maio que revogou
o RMG e criou o RSI, no diploma que os regulamenta (Decreto – Lei nº 283/2003, de 8
de Novembro), no Despacho nº 1810/2004, de 27 de Janeiro, assim como na Lei nº
45/2005, de 25 de Agosto que introduziu algumas alterações à Lei nº 13/2003.

Por conseguinte, os Núcleos Locais de Inserção, são estruturas operativas do RSI,


aos quais compete a aprovação dos programas de inserção e a organização dos

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 79


meios inerentes à sua prossecução das suas atribuições, procedendo ao
acompanhamento e avaliação da respectiva execução. Assumem também um papel
relevante na dinamização e sensibilização das comunidades locais e dos agentes
sociais para a partilha das responsabilidades de inserção social e económica.

Os NLI ‘s integram os representantes dos organismos públicos, responsáveis na


respectiva área de actuação, pelos sectores da segurança social (que acumula a
coordenação desta estrutura, de acordo com nº 2 do art.º 33º da Lei nº 13/2003 de 21
de Maio), do emprego e formação profissional, da educação, da saúde e das
autarquias locais. Não obstante, podem ainda fazer parte do NLI, representantes de
outros organismos, públicos ou não, sem fins lucrativos, que desenvolvam actividades
na respectiva área geográfica. Para o efeito, é necessário que as instituições
interessadas “(…) se disponibilizem, contratualizando com o núcleo competente a
respectiva parceria e comprometendo-se a criar oportunidades efectivas de inserção”
(nº 4 do artº. 33º da mesma lei).

Quanto às competências atribuídas aos NLI, cabe-lhes:

- No domínio da atribuição e pagamento da prestação de RSI, a responsabilidade de


elaborar o relatório social e a informação social que servem de suporte à decisão de
concessão da prestação pecuniária;

- No domínio da inserção, elaborar, aprovar e acompanhar o cumprimento do


programa de inserção, procedendo à sua avaliação quanto à sua adequação e
eficácia.

- Cabe-lhes ainda, de acordo com a Lei nº 45/2005, de 29 de Agosto, que vem


introduzir alterações à Lei nº 13/2003, de 21 de Maio (n.2 do art.17.º), o envio dos
documentos necessários à entidades distrital de segurança social da área de
residência dos interessados, para desencadeamento e instrução da prestação e
programa de inserção, assim como (segundo o nº 4 do art.18. da mesma Lei) a
elaboração do relatório social relativos ao programa de inserção com todos os apoios
a conceder e as obrigações assumidas pelo titular do direito ao RSI assegurando o
cumprimento do programa de inserção.

Os NLI funcionam em permanência para assegurar o desenvolvimento do RSI na


respectiva área de intervenção e os Centros Distritais devem prestar o apoio
necessários aos NLI, designadamente, financeiro, administrativos e mesmo em termos
de afectação de recursos humanos.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 80
Cabe também aos NLI acompanhar e avaliar a execução de protocolos e ainda neste
domínio a lei refere que devem avaliar, em articulação com os Conselhos Locais de
Acção Social do programa da Rede Social, os recursos e meios existentes na
comunidade para a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho e da
comunidade.

No âmbito da articulação e colaboração com outras entidades, os NLI podem propor


aos Centros Distritais a celebração de protocolos com IPSS ou outras entidades com
os mesmos fins, protocolos estes que visam o desenvolvimento de acções de
acompanhamento dos beneficiários do RSI. O Despacho nº 451/2007, de 10 de
Janeiro, vem justamente regulamentar e propor um modelo de protocolo a estabelecer
entre as referidas entidades.

5.3.1 Constituição

O NLI do Peso da Régua é composto pelas seguintes entidades obrigatórias:


Agrupamento Vertical de Escolas do Peso da Régua, Centro de Emprego de Vila Real,
Centro de Saúde do Peso da Régua, Centro Distrital de Segurança Social de Vila Real
e Município do Peso da Régua.

Posteriormente aderiram ao núcleo 4 entidades não obrigatórias: Santa Casa da


Misericórdia PRG, ARDAD, CPCJ e ADR.

O NLI tem sede na sala de reuniões do Município do Peso da Régua. Sempre que for
decidido pelos parceiros, o NLI pode funcionar noutro local a designar.

Compete ao coordenador do NLI convocar e dirigir as reuniões de trabalho. O NLI


reúne obrigatoriamente com periodicidade mensal, tendo em atenção a eficácia de
funcionamento e exercício das acções a desenvolver e o número de beneficiários a
acompanhar.
Os representantes das entidades que compõem o NLI podem fazer-se representar nas
reuniões por outro elemento credenciado, em situações de impedimento do
representante formal, devidamente justificado.
De cada reunião deverá ser lavrada uma acta a remeter a cada entidade representada
no NLI, devendo a mesma ser apreciada e aprovada na reunião seguinte. Da mesma
deverá constar a data, hora e o local da reunião seguinte.
O NLI deverá elaborar o plano de acção anual e o relatório das actividades
desenvolvidas anualmente.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 81


Deverá o NLI articular com o Concelho Local de Acção Social do programa da Rede
Social, com vista ao desenvolvimento de respostas territorializadas de prevenção e
minimização de problemas sociais, no âmbito da sua intervenção social.

As decisões são tomadas por maioria absoluta dos presentes e, em caso de empate, o
coordenador tem voto de qualidade.

O regulamento Interno do NLI do Peso da Régua foi aprovado por unanimidade no dia
14/09/2007.

5.3.2 – Eixos de actuação do NLI

1 – Reunir mensalmente com a equipa do protocolo, com o objectivo de aprovar os


programas de inserção, organizar os meios para a sua prossecução e acompanhar e
avaliar a respectiva execução;
2 – Articular com o Programa da Rede Social, no sentido de informar a evolução da
medida RSI no concelho e encontrar respostas e recursos na comunidade para a
prossecução dos objectivos a alcançar junto dos beneficiários da medida
(Desenvolvimento pessoal e desenvolvimento local);
3 – Identificar outros recursos locais que promovam a autonomização das famílias e
indivíduos;
4 – Promover o cumprimento da inserção dos beneficiários de RSI em 90% até final
de 2008;
5 – Divulgação/promoção de boas práticas.

5.3.3 – Constituição e objectivos da Equipa do RSI

A equipa foi constituída a 2 de Junho de 2007 através do protocolo assinado entre o


ISS, IP e a Sta. Casa da Misericórdia Peso da Régua, e iniciou funções a 11 de Junho
de 2007.

A equipa de RSI é constituída por 12 elementos, 5 Técnicos Superiores e 7 Ajudantes


de Acção Directa.

• Técnica – Gestora do Processo


Gestão dos processos de cada Agregado Familiar (AF), enquanto mediadora da
intervenção em articulação com os diferentes intervenientes e entidades envolvidas no
desenvolvimento do Programa Inserção.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 82


• Ajudante de Acção Directa
“Estimular e desenvolver com a família conhecimentos sobre as diversas áreas das
competências familiares, bem como as suas competências sociais básicas,
potenciando os recursos e saberes existentes (educação parental; relações inter-
familiares; relações de vizinhança e de proximidade; relações institucionais).” (In,
Manual de Protocolos RSI, ISS, IP 2007)

Objectivos estratégicos da equipa RSI

1 – Actualização/caracterização diagnóstica de todas as famílias e indivíduos


beneficiários da prestação RSI;

2 – Reunir periodicamente com a Coordenadora de NLI, com o objectivo de obter:


orientações técnicas, supervisão de casos e avaliação da intervenção; ao nível da
gestão da equipa, promover relações interpessoais funcionais;

3 – Diagnosticar, definir e negociar programas de inserção com as famílias


beneficiárias de RSI tendo em conta as suas necessidades, potencialidades e
recursos disponíveis da comunidade;

Desde Junho de 2007 até 31 de Agosto de 2008, foram realizados 1256 atendimentos
e 672 visitas domiciliárias.

5.3.4 Caracterização geral da medida RSI no Concelho

Numa análise comparativa com a população residente, 18 832 habitantes (a data do


recenseamento geral da população, censos 2001) observou-se que o nº de
beneficiários de RSI em Agosto de 2008 representava 6,8% da população.

Em termos, de distribuição por sexo observou-se a mesma tendência desde o inicio da


prestação, ou seja há um predomínio das mulheres, pois são as que mais se
mobilizam para requerer o RSI: 53% face a 47% do sexo masculino.

Nº BENEFICIARIOS M F

1145 540 605

Titulares. M F

412 107 305

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 83


33
Figura 49- Nº de agregados e de beneficiários RSI segundo o género no Concelho do PRG

Em Agosto de 2007 o número de beneficiários activos do RSI perfaziam um total 1145,


destaca-se as freguesias de PRG e Godim com o maior nº de AFs.

Em análise do quadro podemos concluir que as freguesias com maior densidade


populacional, correspondem ao maior nº de AFs beneficiários de RSI, assim como as
de menor densidade populacional correspondem ao menor número de AFs
beneficiários da medida (Vinhós, Galafura e Moura Morta).

Nº FREGUESIA Nº agregados RSI Nº Beneficiários

1 Canelas 17 61

2 Covelinhas 13 29

3 Fontelas 14 40

4 Galafura 12 33

5 Godim 136 368

6 Loureiro 22 59

7 Moura Morta 14 52

8 Peso da Régua 101 279

9 Poiares 35 98

10 Sedielos 15 35

Vilarinho dos
11 23 58
Freires

12 Vinhós 10 33

13 TOTAL 412 1145


34
Figura 50 – Nº Agregados e Beneficiários RSI segundo as freguesias de PRG

Em termos etários, a população beneficiária RSI caracterizou-se por ser


predominante uma população jovem, onde 38% tem idades inferior a 18 anos,

33
In: Listagem mensal de processamentos RSI 18 de Agosto de 2008 – CDSS Vila Real
34
Idem

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 84


o que evidencia o peso das crianças e jovens dos agregados familiares que
beneficiam desta prestação. Relativamente ao restastes escalões etários
verifica-se que 20 % se situam nos escalões entre os 19 e o 34 (jovens adultos)
e 29% da população entre os 35 e os 64, sendo menos relevantes os restantes
escalões etários, registando-se nomeadamente a baixa expressividade da
população mais velha, com 3%.

35
Figura 51- Caracterização etária segundo o género da população RSI total

A tipologia dominante dos AF’s beneficiários de RSI corresponde em Agosto de


2008 as famílias Nucleares com filhos, perfazendo um total 42,7% do total dos
AFs considerados. Seguem-se os AF’s Isolados com 22%, Monoparentais com
15%, Nuclear sem filho 14,5%. As restantes tipologias (alargada e composta)
assumem valores residuais.

35
Idem

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 85


36
Figura 52- Tipologia familiar segundo a titularidade RSI

O valor médio da prestação de RSI paga por agregado, em Agosto de 2008, situa-se
entre os 100 e os 200€ mensais (40%)

<100 100<200 200<300 300<400 400<500 500<600 >600


66 164 64 60 30 19 9
Figura 53 - Distribuição dos agregados RSI segundo os valores da prestação RSI

5.3.5 Inserção RSI

De acordo com a competência atribuída ao NLI, cabe-lhe elaborar, aprovar e


acompanhar o cumprimento o PI, procedendo a sua avaliação quanto, a sua
adequação e eficácia.

Face ao exposto apresentamos de seguida o nº total de acordos assinados até Agosto


de 2008 e respectivas áreas de inserção.

O programa de inserção é um conjunto de acções estabelecido por acordo entre os


núcleos executivos dos NLI e os titulares do direito à prestação de RSI e membros dos
respectivos AF’s, no sentido, de criar, de acordo com as respectivas situações,
facilitadoras do acesso à sua autonomia social e económica.

Com a definição de Programa de Inserção pretende-se a inserção dos beneficiários


por áreas adequadas às suas especificidades: emprego, formação profissional,
educação, saúde, e habitação, correspondendo a cada uma destas áreas acções
específicas ao nível da inserção

O acordo de inserção passa pela formalização do PI, através da subscrição pela


coordenadora do NLI, pelos representantes das entidades parceiras responsáveis

36
Idem

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 86


pelas acções de inserção previstas, pelo titular da prestação ESO e pelos indivíduos
maiores de 16 anos que integrem o respectivo AFs e sejam beneficiários daquelas
acções. O seu inicio deverá ter lugar no prazo máximo de três meses a contar da data
em que tiver inicio da concessão da prestação.

Figura 54– Nº de AF’s com e sem acordos de inserção do período de Outubro de 2007 a Agosto de
37
2008

Numa análise do concelho verifica-se que no período compreendido entre Junho de


2007 (inicio do trabalho da equipa RSI) a Agosto de 2008 de um total de 306 acordos
de inserção assinados. O que perfaz um total de 74% de AFs com acordos de
inserção.

38
Figura 55- Distribuição de beneficiários por acções de inserção

37
In: Relatório de execução mensal do NLI PRG de 31 de Agosto de 2008
38
Idem

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 87


Do total das 1325 acções de inserção definidas, em termos de temáticas destacaram-
se as áreas de acção social com 997 acções (75%), de saúde com 79 acções (6%), de
Educação 58 acções (4%). As que registaram pesos menores foram as de Emprego
as áreas de Habitação com 52 acções (4%), formação profissional com 46 acções
(3,5%) e Emprego com 23 acções (1,7%).

39
Figura 56 - Distribuição das acções de inserção do concelho

Com a apresentação deste quadro pretendemos especificar as áreas de inserção no


concelho. Do total das 1255 acções de inserção frequentadas, em termos de temáticas
destacam-se as áreas de acção social com 987 acções (79%), de saúde com 79
(6.2%), de Educação com 58 (5%) e habitação com 52 (4%). As que registaram pesos
menores foram as de Formação Profissional com 46 acções (4%) e Emprego com 23

(2%).

.
40
Figura 57 - Motivos da cessação dos Programas Inserção

39
Idem
40
Idem

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 88


A alteração de rendimentos constitui-se como o principal motivo que conduziu à
cessação da prestação de RSI (53%), embora com pesos menos relevantes são ainda
de salientar o incumprimento do Programa de Inserção (PI) com 18% e
encaminhamento para CSI com 14%.

5.4 – Equipamentos Sociais


Em relação às valências/respostas sociais existentes no concelho apresenta-se uma
breve caracterização das áreas mais comuns desenvolvidas por estas entidades:

Creche – Resposta social a funcionar em estabelecimento da instituição. Destina-se a


Crianças a partir dos quatro meses até aos 3 anos de idade;

Jardim-de-infância – Resposta social a funcionar em estabelecimento institucional.


Destina-se a crianças a partir dos 3 anos de idade até aos 6 anos de idade.

Actividade de Tempos Livres (ATL) – Modalidade de apoio, a funcionar em


estabelecimento da instituição. Destina-se a crianças entre os 6 e 12 anos de idade.

Apoio Domiciliário – Resposta social que assegura a prestação de cuidados


individualizados e personalizados na residência dos indivíduos e famílias, quando
estes por motivos de doença, deficiência ou incapacidade não possam assegurar,
temporária ou permanente, a satisfação das suas necessidades básicas.

Centro de Convívio – Proporciona serviços de apoio e desenvolvimento de


actividades sócio recreativas, culturais e de lazer organizadas e dinamizadas pelas
instituições e seus utilizadores;

Centro de Dia – Assegura um conjunto de serviços tais como refeições,


convívio/ocupação, cuidados de higiene, tratamento de roupas, férias organizadas e
outros que contribuem para a manutenção dos Idosos no seu meio sócio familiar;

Atendimento/Acompanhamento Social – Consiste no encaminhamento informação


e apoio a indivíduos e famílias, prestado por técnicos habilitados, com a observação e
garantia do sigilo profissional.

No Concelho, as Instituições Particulares de Solidariedade Social constituem um


importante recurso social e local para a promoção da igualdade de oportunidades e
cidadania. Com efeito, são estas entidades que intervêm directamente com as
populações que se encontram numa situação de maior vulnerabilidade económica e
social, proporcionando-lhes, desta forma, a prestação de serviços de apoio.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 89
Em jeito de síntese, pode-se considerar que no concelho do Peso da Régua, existem
três tipos de entidades vocacionadas para a intervenção:

Instituições de apoio à Infância - entidades vocacionadas para o apoio específico,


através da prestação de serviços a este grupo etário;

Instituições de apoio população Idosa - entidades vocacionadas para o apoio


específico através da prestação serviços de diversa ordem a este grupo específico;

Centros Comunitários - entidades polivalentes e flexíveis, vocacionadas para apoio


à comunidade e família, incluindo a prestação de serviços tanto na área da infância
como na área dos idosos.

5.4.1 – Caracterização dos Equipamentos Sociais

Existem no Concelho do Peso da Régua, 11 Instituições que prosseguem objectivos


de âmbito de Acção Social e que, segundo a sua natureza jurídica, se caracterizam
como Entidades sem Fins Lucrativos. Estas Entidades sem Fins Lucrativos, também
conhecidas/classificadas como IPSS ou Instituições de Utilidade Pública asseguram,
neste concelho, a maior parte dos equipamentos sociais existentes. Quanto à tipologia
jurídica dos equipamentos vigentes, estes subdividem-se em:

- 5 Associações de Solidariedade Social: Associação Cultural e Beneficente de


Santa Maria de Sedielos; Associação de Assistência Nossa Senhora das
Candeias; Associação O Baguinho; Associação da Região do Douro para Apoio a
Deficientes e o Patronato Padre Alberto Teixeira de Carvalho;

- 2 Centros Sociais e Paroquiais: Centro Social e Paroquial São Pedro de


Loureiro e Centro Social e Paroquial D. Manuel Vieira Matos.

- 3 Casas do Povo: Centro Comunitário da Casa de Povo de Fontelas; Casa de


Povo de Godim e Casa do Povo de Vilarinho dos Freires.

- 1 Irmandade da Misericórdia: Santa Casa da Misericórdia do Peso da Régua.

Para a execução das suas actividades de apoio às populações, estas Instituições


celebram, na sua maioria, Acordos de Cooperação com o Instituto de Segurança
Social (no caso da Associação “O Baguinho” os Acordos realizados são com o
Ministério da Educação e, no caso da A.R.D.A.D, celebram-se protocolos com o
Instituto de Emprego e Formação Profissional), que lhes permite assegurar uma parte

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 90


importante dos seus financiamentos. Importa referir que, em obediência aos princípios
e fins que prosseguem, as mensalidades /pagamentos decorrentes do benefício,
usufruto dos serviços e apoios prestados aos beneficiários não é uniforme, ou seja,
tem por base os rendimentos e/ou a sua inserção social, havendo, por isso, situações
isentas de pagamento.

Apresenta-se, de seguida, a figura 58 onde é possível obter-se uma análise por


freguesia da rede de respostas sociais existentes por áreas de intervenção; o número
de valências; a capacidade/lotação das respostas e o número de utentes abrangidos.
O mesmo permite, ainda, auferir informação relativa quanto ao número de pessoas em
lista de espera para as diversas valências.

FREGUESIA DESIGNAÇÃO ÁREA VALÊNCIAS CAPACIDADE ACORDO FRE LISTA


QUÊ ESPER
INTERVENÇÃO
NCIA A

Poiares Centro Social e Terceira Idade S.A.D. 35 35 35 15


Paroquial
Manuel Vieira de Infância Creche 35 35 35 15
Matos Pré-Escolar 50 50 50 9
Canelas Associação Terceira Idade Centro Conv. 18 18 18 0
Assistência Nª
Srª Candeias S.A.D. 50 50 50 0

Infância Creche 40 40 25 0
Pré-Escolar 50 50 50 5
Vilarinho Casa Povo Terceira Idade Centro Dia 30 20 19 0
Freires Vilarinho Freires S.A.D
30 25 25 0
Peso da Sta Casa Terceira Idade Lar Idosos 60 60 60 200
Régua Misericórdia
Peso Régua Infância/ A.T.L. 44 44 44 6
Juventude Creche 62 62 46 0
Pré-Escolar 75 75 75 7
Lar Jovens 30 30 19 0
41
O Baguinho Infância/ A.T.L. 40 (ver) 40 3
Juventude Creche 47 43 0
Pré-Escolar 69 69 0
Godim Patronato Infância/ A.T.L. 40 40 40 23
P.Alberto
Teixeira Juventude Creche 50 50 50 4
Pré-Escolar 110 110 109 0

41
Refira-se que esta Instituição não tem firmado qualquer acordo de cooperação com o
Instituto de Segurança Social. O financiamento é-lhes atribuído segundo o espaço e o pessoal
docente a recrutar.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 91


Casa Povo Terceira Idade Centro Dia 25 25 25 4
Godim
Centro Conv. 15 15 15 113
S.A.D. 45 45 45 8
Fontelas Centro Terceira Idade Centro Dia 30 19 19 15
Comunitário da
Casa Povo S.A.D. 30 20 20 15
Fontelas Juventude A.T.L 20 20 20 20
Família Atend. Integ. ACORDO ATIPICO
Loureiro Centro Social Terceira Idade S.A.D. 35 35 35 20
Paroquial S.
Pedro de
Loureiro
Sedielos Associação Terceira Idade Centro Dia 20 20 20 8
Cultural
Beneficente Stª S.A.D. 20 20 20 12
Maria Infância/ A.T.L. 30 30 30 0
Juventude Pré-Escolar 40 25 21 0
Figura 58 – Caracterização dos equipamentos sociais por freguesias

5.4.2 - Cobertura das valências da área social

Da análise da figura supra, verifica-se que o concelho é servido por um leque de


valências de apoio social que prestam serviços, cada vez mais diversificados e
abrangentes, em áreas como a Infância e Juventude, a Terceira Idade e a Família.

Quanto às áreas de intervenção verifica-se que das 32 valências em funcionamento,


17 se destinam a crianças/jovens, 14 a idosos e apenas 1 à Família. Note-se que o
concelho se encontra totalmente desprovido de equipamentos que prestem apoio
social ao portador de deficiência.

Relativamente à cobertura das áreas do concelho verifica-se que, de um modo geral,


todas as instituições possuem listas de espera em quase todas as respostas sociais.
Esta premissa pressupõe que o número de utentes que recorrem a estes serviços é
superior à oferta designada nos Acordos de cada valência dos equipamentos sociais
em análise. Concorda-se, portanto, que a oferta de respostas é inferior à procura.

Na área da Infância e Juventude é de se realçar a capacidade que os equipamentos


que desenvolvem a resposta de A.T.L. mostraram ao se adaptarem activamente às
novas exigências decretadas para o seu funcionamento. O quadro acima exposto
referencia a necessidade de se proceder ao alargamento da oferta nas freguesias
rurais de Poiares e Canelas bem como na freguesia urbana do Peso da Régua.

Saliente-se ainda que a Associação O Baguinho apoia, na sua totalidade, 156 crianças
dos 3 meses aos 12 anos de idade. Contudo, as suas infra-estruturas apresentam-se
bastante deterioradas pondo em risco o nível de qualidade e bem-estar a que as
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 92
nossas crianças têm direito. Urge a necessidade de candidaturas a apoios estatais, de
forma a garantir o financiamento necessário para o melhoramento das condições
físicas existentes, de acordo com as normativas do Instituto de Segurança Social.

As Valências de Apoio à Deficiência são, como se pode verificar, inexistentes. Existe,


em todo o concelho, apenas uma instituição, a Associação da Região do Douro para
Apoio a Deficientes, que opera a nível do emprego e formação profissional e tem como
objectivo desenvolver e potenciar competências nos indivíduos com deficiência física e
mental, de forma a promover a integração destes indivíduos no mercado de trabalho.
Saliente-se que a mesma está a perspectivar a implementação de duas respostas de
apoio social para o concelho, nomeadamente um C.A.O. e um Lar Residencial.

As IPSS do concelho tentam minimizar as consequências desta falta de infra-


estruturas, apoiando-os, pontualmente, nas suas respostas sociais. Considera-se
urgente a emergência de respostas direccionadas para o portador de deficiência, quer
para o próprio concelho quer para os concelhos limítrofes (Lamego; Mesão Frio; Santa
Marta de Penaguião) devido à sua localização privilegiada.

No que diz respeito às valências de apoio à Terceira Idade, um dado importante é o


facto destas Instituições terem, na sua totalidade, uma listagem de frequência até ao
limite permitido bem como uma lista de espera significativa. Conclui-se, portanto, que
estes equipamentos estão a trabalhar no limite das suas capacidades o que as impede
de aceitar novos utentes. É nesta área de intervenção que a sobrelotação dos
equipamentos se revela mais preocupante. No nosso concelho a oferta destas
respostas apresenta-se muito inferior à procura, nomeadamente, na valência de Lar
para Idosos onde a lista de espera ronda as 200 pessoas ultrapassando o número de
utentes que estão, efectivamente, a ser apoiados - 58 utentes. Saliente-se que este
equipamento, pertença da Santa Casa da Misericórdia, é único em todo o concelho.
Neste contexto, merece referência a Associação Cultural e Beneficente de Santa
Maria de Sedielos que, no âmbito do programa PARES, teve a sua candidatura
aprovada para a construção de um Lar de Idosos com capacidade para 25 utentes.
Este equipamento irá atenuar as necessidades sentidas de uma população, que se
apresenta, na sua maioria, envelhecida.

Torna-se crucial para os equipamentos que desenvolvem respostas sociais


direccionadas ao idoso Reguense, apostar em candidaturas a projectos sociais, por
exemplo, o PARES, bem como sensibilizar o Centro Distrital de Segurança Social para
o alargamento dos acordos com as Instituições que tenham capacidade e condições
de resposta. Por fim, é de se realçar a necessidade evidente da resposta de Serviço

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 93


de Apoio Domiciliário Integrado, justificado pelo elevado Índice de Dependência vivido
no concelho (24,2%).

Relativamente ao Apoio à Família, existe para todo o concelho, um único Acordo de


Cooperação celebrado entre o Instituto de Segurança Social e o Centro Comunitário
da Casa de Povo de Fontelas, que promulga uma prestação de serviços, por parte da
Técnica da Instituição, três vezes por semana, no Centro Local de Segurança Social
do Peso da Régua. Sugere-se, contudo, a celebração destes protocolos de forma a
que os mesmos se possam desenvolver nas freguesias rurais. Esta medida iria
atenuar um dos maiores problemas destes serviços: a afluência em massa ao Serviço
Local.

Das efectivas parcerias que se realizam com as demais entidades (Juntas de


Freguesia; dirigentes de IPSS; representantes da Educação e Saúde, entre outras) é
referido, por unanimidade, a falta de equipamentos que ofereçam as respostas sociais
de Lar de Idosos; CAO; Gabinetes de Atendimento; Serviço de Apoio Domiciliário
Integrado e Creches em todo o concelho. Esta insuficiência é sentida não só a nível de
freguesias mas sim em todo o município.

5.4.3 – Repartição das respostas sociais pelas freguesias

Pelo exposto conclui-se que as IPSS se encontram sedeadas, em maior número e


maior variedade, nas freguesias urbanas do concelho. Verifica-se, ainda, que as
freguesias de Covelinhas, Moura-Morta e Galafura estão completamente a descoberto.
Ainda que as IPSS existentes façam um esforço no sentido de colmatar esta situação
e tentem alargar o seu apoio para além das suas zonas de implementação, refira-se
que as necessidades sentidas estão muito além da oferta disponível.

Apresenta-se, de seguida, o gráfico da figura 48, onde se pode analisar a taxa de


frequência destes equipamentos por respostas sociais no nosso concelho.

98,80% 100 100 100% 100 85,00% 98,60% 63,30%

Centro S.A.D Lar Centro de A.T.L. Creche Pré Lar


di Idoso Convvio Escolar Criança
e
Respostas Sociais

Figura 59 – Taxa de frequência das respostas sociais existentes no Concelho de Peso da Régua

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 94


A figura 59 vem reforçar, uma vez mais a ideia que as Instituições actuam de forma
exaustiva no terreno, de forma a fazer face às necessidades emergentes.

A realidade acima esboçada apela ao carácter urgente das entidades competentes


tomarem noção do panorama social vigente, uma vez que a rede de equipamentos
sociais que o concelho dispõe está-se a revelar insuficiente para dar resposta às
necessidades em geral, e de forma mais particular às necessidades sentidas pela
população mais velha do concelho. Esta situação justifica-se, essencialmente, com o
progressivo envelhecimento da população, associado ao fenómeno de isolamento dos
idosos, bem como à dificuldade crescente das famílias em conciliarem a vida
profissional com os cuidados à terceira idade.

De forma a dar a conhecer estas Instituições, esboçou-se um modelo de


caracterização individual para cada equipamento que se encontra em anexo.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 95


6 - ASSOCIATIVISMO

“O homem é, por natureza, um animal social, nisso, afinal, residem as raízes do


associativismo.”

Anónimo

A vida associativa só tem sentido quando vivida com intencionalidade ética, como
caminho para agir, intervir e viver de forma plena a cidadania, para que juntos
caminhemos num só rumo, de forma a alcançar o bem-estar social.

Para tal as Associações42 têm uma dupla função no seu papel na sociedade, um papel
de carácter social fazendo intervenção directa com todos os grupos etários, com as
suas expectativas, gostos e interesses e também um carácter associativo de
divulgação de uma determinada cultura, forma de vida e forma de pensar.

As Associações são focos de intervenção social, na medida em que são responsáveis


pela ocupação cultural e social de uma parte da população que vive nas freguesias, às
quais as Associações pertencem, não só de uma camada jovem, mas também de uma
parte da população activa do Concelho.

Com isto, pode dizer-se que quanto maior for o número de associações existentes
num Concelho, maior o envolvimento da sua população e maior o dinamismo em
diversos aspectos, contribuindo assim para uma sociedade activa e mais aberta aos
impulsos exteriores que são agentes modificadores quer de comportamentos, quer de
mentalidades.

No Concelho de Peso da Régua o Associativismo, envolve todas as freguesias e todos


os escalões etários. O papel desempenhado pelas diversas associações, permite que
a Cultura duriense se vá divulgando por todo o país e até pelo mundo.

O associativismo também está intrinsecamente ligado ao espírito do povo e da sua


mentalidade. O povo duriense sempre foi muito acérrimo em juntar-se em grupo,
defender os seus interesses e também aliar a isso a parte cultural e de divertimento de
cada associação.

Podem dividir-se em oito tipologias, as associações do Concelho do Peso da Régua:

42
Associação é uma organização resultante da reunião legal entre duas ou mais pessoas, com ou
sem personalidade jurídica, para a realização de um objectivo comum.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 96


Tipologia Associações
43
1- AEP Grupo 21;
44
2- Agrupamento CNE nº 638;
3- Agrupamento CNE nº 324;
Juvenil 4- Agrupamento CNE nº 282
5- Agrupamento CNE Nº 840;
6- Agrupamento CNE nº 116;
45
7- AJIC
8- Caminho Jovem
1- Amadores de Pesca da Régua;
2- Associação Desportiva de Godim;
3- Clube de Pesca de Competição Reguense;
Desportivo 4- Grupo Desportivo e Recreativo da Ferraria;
5- União Recreativa Poiarense;
6- Sport Clube da Régua;
7- Sport Clube de Fontelas;
1- Rancho Folclórico de Loureiro;
2- Rancho Folclórico de Mouramorta;
3- Rancho Folclórico e Recreativo de Godim;
Folclore 4- Rancho Folclórico e Teatral de S. José de Godim;
5- Rancho Folclórico da Casa do Povo de Godim;
6- Rancho Folclórico de Galafura;
1- Conjunto Regional Duriense;
Cantar 2- Grupo Coral Nª Sª do Socorro;
Duriense
3- Grupo Coral S. José de Godim;
4- Grupo de Cantares “Os Rabelos do Douro”
1- Associação Cultural do Alto Douro;
2- Associação Cultural e Recreativa de Vila Seca de Poiares;
Cultural e 3- Associação Cultural Social e Desportiva de Galafura;
Recreativo
4- Associação Desportiva e Cultural de Alvações do Tanha;
5- Grupo Cultural e Artístico Nª Sª das Neves;
6- Grupo Cultural e Recreativo de Vilarinho dos Freires;
7- Tertúlia Dr. João de Araújo Correia;
8- Associação Cultural da Casa do Povo de Fontelas.
46
Comercial 1- ACIR

1-Conferência de S. Vicente de Paulo de Godim;


Religioso e 2- Conferência de S. Vicente de Paulo de Peso da Régua;
Social
3- Cruz Vermelha;
4- Associação dos Amigos dos Animais.

43
Associação dos Escuteiros de Portugal.
44
Corpo Nacional de Escutas.
45
Associação Juvenil
46
Associação de Comerciantes.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 97
Para além do trabalho social feito entre os vários constituintes das Associações, estas
correspondem a uma forma de dinamizar o Concelho com festas, convívios, saraus e
uma infinidade de situações que agitam a população com carácter cultural, social e até
educacional e consequentemente corresponde a uma forma de Ocupação de Tempos
Livres, e de intercâmbio Cultural e Pessoal.

Das entrevistas semi-estruturas às Associações concelhias foi possível concluir que a


maior parte não possui instalações, viaturas e outro tipo de material relacionado
directamente com o seu carácter associativo;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 98


PARTE 3 – EIXOS DE INTERVENÇÃO ESTRATÉGICA

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 99


EIXO I - GRUPOS VULNERÁVEIS

“Os países somente chegarão mais perto das suas metas de paz e desenvolvimento se
chegarem mais perto da realização dos direitos de todas as crianças”

Kofi A. Annan

Na tabela seguinte apresentam-se esses mesmos problemas, já com a devida


priorização.

Identificação de Problemas

1 - Crianças e Jovens em Risco


2 - Famílias Carenciadas
3 - Isolamento da população idosa
4 - Comunidade Imigrante e minorias étnicas

1 - Crianças e Jovens em Risco

A palavra família tem a sua origem etimológica no latim, do vocábulo “famulus”, que
significa servidor, apenas no Séc XVII aparece com uma definição moderna mais
próxima da dos nossos dias, dicionário de Academia, 1835 “(…) parentes que habitam
em conjunto; e mais particularmente do pai, da mãe e dos filhos”. Actualmente, a
família tem entrado em profundas mutações, pelo que parece dissipar as certezas
(Leandro, 2001).

Desta maneira, a família tem-se tornado uma noção polissémica, em virtude da


diversidade das suas estruturas, formas de organização e representações, que integra
uma componente da estrutura da sociedade. Podemos entender a família como um
grupo institucionalizado, relativamente estável, e que constitui uma importante base da
vida social (Alarcão, 2000).

Em algumas famílias verifica-se negligencia familiar que pode ser definida como a
omissão dos pais ou familiares nos cuidados básicos (alimentação, higiene, educação,
vestuário, entre outros) das crianças, com claros reflexos no seu desenvolvimento
físico e psicológico, é uma problemática a ter em atenção no Concelho de Peso da
Régua. É contudo necessário distinguir o não provimento das necessidades dos

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 100


cuidadores dos casos em que há dolo, ou seja, em que estes são bem cientes do que
a criança/jovem precisa e não provimento a essas necessidades.
Esta problemática assume uma transversalidade em relação a outros problemas
relacionados com os comportamentos de risco. A negligência familiar surge
recorrentemente associada ao consumo abusivo de substâncias aditivas,
nomeadamente álcool e estupefacientes. Este consumo interfere mental e fisicamente
com o indivíduo que a consome, uma vez que se vê incapaz de resolver os seus
próprios problemas e de dar apoio à família.

A principal problemática que motivou a intervenção da CPCJ de Peso da Régua foi


precisamente a negligência familiar (71 processos), o absentismo/ abandono escolar
(34 processos), maus-tratos (12 processos). Não se verificam no Concelho de Peso da
Régua casos relacionados com a prostituição ou pornografia infantil, com a corrupção
de crianças e jovens ou com a mendicidade

Motivos de Intervenção

Negligência 71
Maus-tratos 12
Violência Doméstica 4
Abandono Escolar 14
Absentismo Escolar 20
Tentativa de Suicídio 1
Exposição a modelos de 3
comportamento desviante
Prática de facto qualificado 1
como crime

Figura 60 – Motivos de intervenção, CPCJ 2007

Relativamente ao tipo de família, 113 das crianças vivem com a família biológica. O
principal rendimento destes agregados advém do trabalho, segue-se o Rendimento
Social de Inserção (RSI) como meio de subsistência destas famílias.

A maioria das medidas aplicadas é em meio natural de vida, tal como é definido na Lei
de Protecção de crianças e jovens (Lei 147/99 de 1 de Setembro). Assim foram
aplicadas em 113 das situações apoio junto dos pais, 12 apoio junto de outro familiar e
8 em acolhimento institucional. De referir que as medidas de colocação, tal como a
medida de acolhimento institucional apenas devem ser usadas em último recurso, pois
a Lei 147/99 defende que se deve sempre privilegiar a família em primeiro lugar.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 101


Apesar de reconhecer que se verifica défice de competências parentais, o mesmo não
implica que a criança/jovem esteja em perigo de vida e muitas vezes é possível
trabalhar e desenvolver essas mesmas competências.

Dos 133 processos activos, 73 apresentam elementos com algum problema de saúde.
Destes 47%, manifestam problemas de alcoolismo, sendo este o principal problema de
saúde a afectar estas famílias. Os consumos aditivos não se ficam pelo alcoolismo, já
que o consumo de estupefacientes persiste em 14 agregados.

Recursos Existentes no Concelho

- Autarquia

- Escolas;

- IPSS’s;

- Centro de Saúde;

- GNR;

- Ministério Público

- Serviço Local da Segurança Social

- CPCJ

- Escuteiros

- Associações Juvenis;

- Associações Desportivas

- Paróquias

- Bombeiros Voluntários

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Criação de um gabinete de atendimento a jovens e APAV;

- Gabinete de Atendimento Integrado

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 102


- Criação de um Centro de Atendimento Temporário (CAT);

- Criação de um Centro de Atendimento Familiar e Acompanhamento


Parental

- Formação dos técnicos e pessoal auxiliar das Escolas, IPSS’s e


CPCJ’s na área das crianças e jovens em Perigo

- Acção de sensibilização à comunidade.

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação;

- Falta de conhecimento da Lei de Protecção de Crianças e Jovens


em Perigo por parte das entidades com competência em matéria de
infância e juventude de 1ª linha;

- Falta de motivação das famílias

- Inadequação das respostas existentes

- Falta de recursos humanos e materiais

2 – Famílias Carenciadas
Enquanto medida de protecção social, o RSI pretende proporcionar aos indivíduos por
eles abrangidos os apoios que possam contribuir para a satisfação das suas
necessidades e a sua integração social.

Existem no Concelho de Peso da Régua 412 agregados a beneficiar desta medida,


dos quais 107 são do género masculino.

Nº BENEFICIARIOS M F

1145 540 605

Titulares. M F

412 107 305

Figura 61- Nº Agregados e Beneficiários RSI segundo Género concelho PRG

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 103


Figura 62 – Caracterização etária segundo o género da população RSI total

Recursos Existentes no Concelho

- IPSS’s do Concelho;

- Autarquia (Acção Social / Habitação)

- Serviço Local da Segurança Social

- Escuteiros

- Associações Juvenis;

- Associações Desportivas

- PCAAC- Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados

- Instituto de emprego e formação profissional (IEFP)

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Criação de um gabinete de atendimento a jovens e APAV;

- Gabinete de Atendimento Integrado

- Criação de um Centro de Atendimento Familiar e Acompanhamento


Parental

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 104


- Formação dos técnicos das Escolas, IPSS’s e CPCJ’s a nível do
atendimento integrado

- Criação do Cartão Social do Munícipe para famílias carenciadas

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação entre os serviços;

- Falta de motivação das famílias

- Inadequação das respostas existentes;

- Falta de recursos humanos e materiais.

Observando a distribuição geográfica dos beneficiários do RSI por freguesia constata-


se que os mesmos se concentram nas freguesias de Godim (34,77%) e Peso da
Régua (24,43%).

Nº FREGUESIA Nº agregados RSI Nº Beneficiários

1 Canelas 17 61

2 Covelinhas 13 29

3 Fontelas 14 40

4 Galafura 12 33

5 Godim 136 368

6 Loureiro 22 59

7 Moura Morta 14 52

8 Peso da Régua 101 279

9 Poiares 35 98

10 Sedielos 15 35

11 Vilarinho dos Freires 23 58

12 Vinhós 10 33

13 TOTAL 412 1145

47
Figura 63 - Caracterização geral da medida pelas freguesias do concelho

47
Relatório de execução mensal Núcleo de Inserção Social de Peso da Régua

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 105


Um outro grupo social particularmente vulnerável a situações de exclusão social e de
pobreza são as famílias monoparentais com filhos. Os censos de 2001 indicam como
valor 8.3% no concelho de Peso da Régua a par com os valores nacionais (8.3%).
Estes valores são preocupantes e indicam que é urgente procurar uma política de
apoio a este “novo” tipo de família, que na sua esmagadora maioria são femininas.

3 - Isolamento da população idosa

A população residente no concelho com idades compreendidas entre os 0 e os 14


anos tem vindo a diminuir. Paralelamente, a população com 65 anos ou mais tem
vindo a aumentar. Neste sentido, esta é uma problemática sobre a qual é urgente
reflectir e na qual é necessário investir, atendendo a que representam uma grande
parte da população que partilha necessidades e preocupações comuns. Como já foi
referido anteriormente a maior parte dos equipamentos existentes apresenta como
valência o apoio domiciliário, seguido pela dos Centros de dia e até ao momento um
único lar, ressalvando que está aprovado um Programa Pares para construção de lar
na freguesia de Sedielos.

Apresenta-se então um quadro de envelhecimento da população do concelho que tem


vindo a agravar-se. O concelho de Peso da Régua apresentava, em 2001, um índice
de envelhecimento de 95.4. Fixando-se assim em 3048 indivíduos com idade superior
a 65 anos contra 3194 indivíduos com idade inferior a 14 anos. Para este panorama
terá contribuído, certamente a percentagem de população muito idosa (75 ou mais
anos) 6.52% residente no concelho em 2001.

Vinhós

Sedielos

Mouramort
a Poiare
Loureiro
s Galafura
Vilarinho dos Freires

Peso da Régua
Godim
Covelinhas
Fontelas
Canelas

Legenda:
Índice de Envelhecimento em 2001
< 80 Divisão de Acção Social e Cultural

80 - 100
100 - 120
120 - 130
> Sistema de Hayford Gauss Datum
73
130 0 2 4
Fonte: Instituto Nacional de Estatística - Portugal
 Km

Figura 64 – Índice de Envelhecimento, por freguesia, em 2001.


Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 106
O envelhecimento da população está directamente relacionado com indicadores como
o Índice de Dependência dos Idosos e com a Proporção dos Idosos na população
residente. Existem várias freguesias que apresentam elevados índices de
envelhecimento. As freguesias de Poiares e Loureiro registam um índice de
envelhecimento acima dos 130. Seguem-se as freguesias de Sedielos com 127.6,
Covelinhas com 120.4, Fontelas com 111.4, e Vinhós com 100.0.

As freguesias onde o número de idosos ainda é inferior ao número de jovens são Peso
da Régua (95.4), Moura Morta (85.6), Vilarinho dos Freires (84.7), Canelas (81.9),
Godim (79.4), e a freguesia mais jovem do concelho é Galafura com um índice de
69.3.

É do conhecimento geral que, por tradição, o principal suporte dos idosos costuma ser
os filhos. No entanto, a realidade contemporânea não se processa de forma tão linear.
A existência de uma cultura de propriedade nas pessoas idosas, e a prevalência do
culto da auto-suficiência, essencialmente nos meios rurais favorece, regularmente, o
isolamento dos idosos. Estes recusam-se a abandonar as suas casas, para irem, por
exemplo, para casa dos seus descendentes ou para instituições especializadas,
conduzindo a situações de ausência de apoio familiar.

Este modo de vida está associado a outro problema: más condições habitacionais.
Pois se as pessoas envelhecem, as habitações também e, assiste-se muitas vezes à
não existência de condições económicas para as manter ou recuperar. Em geral, a
população idosa manifesta sérias dificuldades financeiras que, por vezes, não
permitem suprir as suas necessidades básicas, quanto mais investir nas suas
habitações de forma a garantir boas condições de habitabilidade e de acessibilidade.
O Programa Conforto Habitacional para Idosos (PCHI) permitiu a sinalização por parte
dos presidentes de Junta de Freguesia, das situações de idosos com 65 ou mais anos
a residirem em habitações sem condições mínimas de habitabilidade.

O sentimento de perda de relações leva a que os idosos se recolham ao seu espaço e


não interajam com a família. As diferenças de interesses acentuam-se, não falam dos
mesmos assuntos e a vida exterior é de tal forma frenética que não conseguem
acompanhar a evolução de muitas coisas. Surge assim o sentimento de inutilidade,
têm medo de serem esquecidos pela família, e sentem vergonha por serem velhos.

A não valorização da pessoa idosa leva a que muitos agregados votem o seu idoso ao
abandono. As situações de doença são outro motivo justificativo do abandono, pois a
família alega não ter condições, financeiras e outras, para cuidar dele
convenientemente. A partilha de espaço está também associada a situações de
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 107
abandono. Muitas famílias apresentam dificuldades na gestão do espaço habitacional,
seja para acolher mais uma pessoa, ou porque o espaço ocupado pelo idoso é
necessário para, por exemplo, um filho mais crescido.

Existem, segundo dados do INE (Censos 2001) no concelho de Peso da Régua, 605
famílias unipessoais, compostas por idosos. O que significa que os idosos vivem sós e
/ou não têm qualquer família. O facto de viverem sós não implica que vivam sem
apoio, mas essa situação indicia por si só a verdadeira dimensão do problema.

Neste momento apenas existe uma instituição com a valência de Lar para idosos, que
pertence à Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua, Os motivos que levaram à
institucionalização destes idosos são: insuficiência/ ausência de apoio familiar;
situação grave de doença; opção própria.

O único lar do Concelho está sujeito a uma lista de espera de 200 idosos com diversas
origens geográficas e que apresentam vários motivos para a sua institucionalização.

Existem cinco instituições no Concelho de Peso da Régua a funcionar com a resposta


social de centro de dia:

 Associação Cultural e Beneficente Stª Maria de Sedielos;

 Centro Comunitário de Fontelas;

 Casa do Povo de Godim, Peso da Régua e Covelinhas;

 Associação Nª Srª das Candeias;

 Associação Vilarinho de Freires

Os motivos que levam os idosos a procurarem os centros de dia são diversos. A


solidão, necessidade de cuidados e acompanhamento diário por questões de saúde, a
ausência de apoio familiar por inexistência ou por impedimento profissional são as
razões mais enunciadas.

Em relação à dinâmica familiar estabelecida entre os utentes deste tipo de resposta


social e a família, é mantida normalmente dada a existência da relação diária e/ou fim-
de-semana, não se registaram situações graves.

È importante implementar um trabalho de parceria no sentido de se efectuarem


melhoramentos a nível da intervenção junto dos idosos institucionalizados e não
institucionalizados.

Assim, sempre assente numa lógica de parceria, as instituições deverão procurar:

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 108


- Ajuste dos cuidados básicos em termos de higiene e equilíbrio alimentar;

- Melhoramentos a nível da higiene pessoal, com uma sensibilização para a


utilização e respectiva aquisição de equipamentos facilitadores desta tarefa;

- Actividades de ocupação e valorização que contribuam para a saúde


psicológica;

- Despiste de situações de desequilíbrio do foro psíquico (ex: depressões,


ansiedade, etc) bem como consequências de doenças degenerativas (ex:
Alzheimer, demência, etc.) e prevenção das mesmas;

- A existência de técnicos nas instituições, não só para a gestão geral, mas


sobretudo no caso específico dos processos dos utentes e proceder-se às
necessárias articulações inter-institucionais que garantam a resolução dos
bloqueios ou de necessidades específicas. Também poderia ser um factor
de abertura à comunidade, já que o técnico poderia integrar uma rede de
atendimento disseminado e organizada a nível concelhio, que realizaria
também serviço para a população da freguesia em que se encontra
sedeada.

A nível dos idosos não institucionalizados:

- Promoção do acesso à saúde;

- Promoção de um envelhecimento activo;

- Promoção e melhoramento das condições de habitabilidade;

- Suprir o mito de que as IPSS’s servem apenas para as pessoas mais


carenciadas;

Recursos Existentes no Concelho

- IPSS’s;

- Autarquia (Acção Social / Habitação)

- Serviço Local da Segurança Social

- Associações Culturais e Desportivas

- Unidade de Cuidados Continuados

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 109


- PCAAC- Programa Comunitário de Ajuda Alimentar a Carenciados;

- Juntas de freguesia;

- Centro de Saúde.

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Gabinete de Atendimento Integrado

- Formação dos técnicos e dos auxiliares das IPSS’s a nível de


Geriatria e de Apoio à Comunidade e à Família

- Criação do Cartão Sénior;

- Desenvolvimento uma rede de informação que esclareça e apoie no


que respeite aos benefícios disponíveis;

- Dinamização de formas, preferencialmente articuladas, de resposta


às necessidades dos cuidados de saúde dos idosos
(essencialmente nas situações de dependência);

- Realização e promoção de actividades que promovam a saúde,


tanto física como psíquica

- Famílias de acolhimento

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação entre os serviços;

- Falta de motivação dos idosos

- Inadequação das respostas existentes

- Baixos rendimentos / pensões

- Dificuldades de acesso a transportes e equipamentos de utilidade


pública

- Dependência física e mental

- Ausência de apoio familiar ao idoso

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 110


4 - Minorias étnicas e Comunidade Imigrante

No contexto dos grupos socialmente marginalizados, encontramos também a situação


das famílias de etnia cigana. Estes concentram-se essencialmente na freguesia de
Godim e de Canelas (Barragem do Bagaúste). Presentemente existem,
aproximadamente, 250 habitantes de etnia cigana no concelho.

Neste momento, não existe nenhuma iniciativa especifica para a integração social
deste segmento populacional não só dos adultos em actividade activa, como também
das crianças e jovens, que pelas particularidades da cultura cigana, poderão sentir
obstáculos constrangedores para um pleno exercício da cidadania, com incidência
especifica nos direitos sociais, tais como, o acesso à educação, emprego e saúde. Em
termos de actividade laboral, verifica-se que o comércio (feiras) é a actividade mais
motivadora para este grupo, onde encontra a sua principal fonte de subsistência. Em
termos de condições de habitação, verificam-se fracas condições de habitabilidade e
até ilegalidade na ocupação dos espaços (situação das barracas na Barragem do
Bagaúste onde se encontram treze famílias de etnia cigana).

Outra desvantagem deste grupo, relaciona-se com o fraco investimento na formação


escolar e profissional que condiciona a sua inserção no mercado de trabalho e
consequentemente na sociedade.

Recursos Existentes no Concelho

- IPSS’s do Concelho;

- Autarquia (Acção Social / Habitação)

- Serviço Local da Segurança Social

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Gabinete de Atendimento Integrado

- Desenvolvimento uma rede de informação que esclareça e apoie no


que respeite aos benefícios disponíveis;

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação entre os serviços;

- Falta de motivação das pessoas de etnia cigana

- Inadequação das respostas existentes

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 111


- Baixos rendimentos

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 112


EIXO II - QUALIFICAÇÃO ESCOLAR E PROFISSIONAL

QUALIFICAÇÃO ESCOLAR E PROFISSIONAL


Identificação de Problemas

1- Baixa Escolaridade
2 - Absentismo/ abandono escolar

A educação é um domínio de vulnerabilidade à pobreza e à exclusão social. Os baixos


níveis de instrução e qualificação académica vão condicionar o acesso e as condições
de acesso ao mercado de emprego.

A educação é um dos motores senão o mais importante, de desenvolvimento de um


pais e/ou região. De facto, a importância do ensino e da formação profissional é
decisiva no processo de desenvolvimento, pois desempenha um papel activo na
consciencialização e mobilização dos actores locais. Por outro lado, pessoas com
maiores qualificações académicas e profissionais terão maior autonomia e poder de
negociação nas relações laborais. O que lhes confere maior poder de reivindicação,
mais afectação ao trabalho e maior estabilidade financeira, com todas as
consequências positivas que isso lhes pode trazer para as outras da sua vida.

1- Baixa escolaridade
Segundo os Censos de 2001, constata-se que o nível de instrução da população do
concelho de Peso da Régua é reduzido e que a percentagem de analfabetismo é
bastante elevada (15,86%), em que uma parte significativa da população apenas
possui o 1º ciclo (27.8%) e 7.3% tem o 2º ciclo.

Assim, uma primeira conclusão permite-nos afirmar que este concelho acolhe uma
grande fatia da população com falta de qualificação e formação.

Apenas 4.2% possui o 3º CEB ou seja, concluíram a escolaridade obrigatória. 11,68%


da população terminou o ensino Secundário e, por fim, apenas 7,34% da população
acaba o ensino Superior.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 113


Nível de Instrução da População residente em, Portugal, no Douro e no Concelho de Peso da
Régua em percentagem

Nenhum
Ensino Ensino Ensino
nível de 1º ciclo 2º ciclo 3º ciclo
Secundário Médio Superior
ensino

Peso da
15.9 27.8 7.3 4.2 4.1 0.4 4.1
Régua

Douro 15.3 25.9 7.9 3.7 4 0.4 4

Portugal 14.2 35 14.6 11 12 0.4 6

Figura 65 – Nível de instrução da população residente, Censos 2001

Da análise com base nos resultados dos Censos 2001, é possível inferir que o
concelho da Peso da Régua apresenta um quadro global de instrução baixo, na sua
comparação com o enquadramento nacional, o concelho apresenta valores mais
abaixo do que a média nacional no que concerne às habilitações mais baixas, e
valores mais altos no que respeita a habilitações escolares acima do ensino médio.
Relativamente ao ensino superior, o concelho apresenta mais de metade do valor
percentual do quadro nacional.

No que respeita aos indicadores de analfabetismo, constata-se que o concelho de


Peso da Régua, em 2001, apresentava uma taxa de 15.86%. Esta taxa é ligeiramente
superior à registada para o total nacional (2001 – 15.3%). Note-se ainda que a
condição de analfabeto atinge sobretudo o contingente feminino, situação enquadrada
na especificidade do fenómeno em Portugal.

Analisando a população residente no concelho do Peso da Régua em 2001, segundo


a qualificação académica por grupo etário, importa destacar alguns aspectos que
sobressaem; a ausência de qualificações académicas é tendencialmente maior a partir
dos 30 anos, adquirindo um peso claramente superior (acima de 10%) na população
com mais de 65 anos. A observação deste quadro reflecte o crescente processo de
democratização do acesso ao ensino em Portugal que se verificou nos últimos 30 anos
onde é patente um decréscimo no número de indivíduos sem qualquer qualificação
académica. No entanto destaca-se uma especial atenção para os indivíduos que se
situam nos grupos etários dos 15-19 anos (0.4%) e 20-24 anos (0.5%) que não
atingiram nenhum nível de instrução, intimamente relacionado com o fenómeno do
abandono escolar precoce. De um modo geral constata-se que é entre os 20 e os 44
anos que se encontram os maiores índices de escolaridade. Assim sendo, apartir dos

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 114


45 anos verifica-se um decréscimo de habilitações literárias, situação visível de
proporcionalidade inversa ao referido anteriormente.

Face a este panorama, é essencial reflectir sobre novas formas que permitam alterar
estes valores, apostando em formação adicional e profissional, no sentido de
ultrapassar estes níveis de escolarização, qualificando cada vez mais os recursos
humanos do nosso concelho. Só assim criamos um concelho desenvolvido
culturalmente, crescido, capaz e bem formado, no sentido de ser capaz de competir
com outros do nosso país.

Recursos Existentes no Concelho

- Escolas do Concelho;

- Associações Juvenis

- Autarquia (Educação)

- Serviço Local da Segurança Social

- IEFP

- ADR –Univa

- Centro Novas Oportunidades

- ACIR/ Formação

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Gabinete de Orientação Vocacional

- Associações culturais e recreativas do concelho

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação entre os serviços;

- Falta de empreendedorismo

- Incapacidade de aplicabilidade da lei da escolaridade obrigatória

- Inexistência de um centro de acolhimento de crianças e jovens em


risco;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 115


- Inexistência de um centro de acolhimento temporário (CAT) de
crianças e jovens em risco;

- Não valorização da escola por parte dos pais;

- Baixos níveis de escolaridade

2- Absentismo/ abandono escolar

No Concelho de Peso da Régua, verifica-se insucesso escolar em todos os ciclos de


ensino e é no nível secundário que se encontra mais patente. Estes dados são
bastante visíveis nas taxas de retenção. Assim, no 1º ciclo de escolaridade, verifica-se
uma taxa de insucesso escolar de 10,4% e no 2º ciclo a taxa sobe para os 12,0%. A
nível concelhio, no que diz respeito ao 3º ciclo, constata-se uma taxa de insucesso
escolar de 17,78%. Importa não esquecer que no concelho apenas existe uma escola
Secundária onde se leccionam o 10º, 11º, 12º anos de escolaridade. No 10º ano existe
uma taxa de retenção de 26,47% que sobe para os 27% no 11º ano. A taxa de
retenção no 12º ano diz respeito, ou não, ao término do ensino Secundário; por isso, o
cálculo desta taxa pode ser de aparente, razão pela qual não é apresentada.

Os censos de 91, indicavam que os níveis de abandono escolar correspondiam a


12.5% da população dos 10 aos 15 anos. O mesmo diminuiu drasticamente em 2001
apresentando como valores 2.7%. Em 2001, o concelho de Peso da Régua
apresentava valores superiores à média nacional com 5.01% de jovens, em idade de
escolaridade obrigatória, que não concluíram o 3º ciclo e que não se encontrava a
frequentar o sistema de ensino.

No ano lectivo de 2006/2007, a taxa de retenção geral fixava-se nos 7.8%. Por força
do Despacho Normativo nº 30/2001, de 19 Julho de 2001, no 1º ano de escolaridade a
taxa de aproveitamento é de 100%. Assim, a taxa de não aproveitamento começa a
ser calculada no 2º ano de escolaridade que é, precisamente, aquele que vai registar a
mais elevada taxa de não aproveitamento em todo o ciclo na ordem dos 15.7%.
Segue-se o 3º ano com 10.8% e, por último, o 4º ano com 4.8%.

Comparando as taxas de aproveitamento do 2º e 3º ciclo do ensino básico conclui-se


que a taxa do 2º ciclo (88%) é bastante inferior à do 3º ciclo (94%). No gráfico seguinte
apresentam-se os valores das taxas de aproveitamento relativo a todos os anos do 2º
e 3º ciclo do ensino básico.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 116


No mesmo ano lectivo, a taxa de aproveitamento escolar no ensino secundário
situava-se nos 73.26%, mostrando 26.74% de não aproveitamento.

A criação de um serviço de psicologia e orientação é uma solução a considerar e


apontada por alguns agentes educativos. Reconhece-se que nenhum dos
estabelecimentos de educação pré-escolar tem Serviço de Psicologia e Orientação e,
apenas este ano, o Agrupamento Vertical de Escolas de Peso da Régua se viu
presenteado por serviço de psicologia. Assim, à luz do artigo 38º do Decreto-lei
115/98, o qual pretende dar resposta à necessidade de pessoal técnico na área da
Psicologia nas Escolas e atendendo à transferência de atribuições e competências
para as autarquias, é de todo pertinente a existência de um gabinete de psicologia
apoiado Autarquia para responder às actuais necessidades da comunidade educativa.
Este serviço tem como primordial objectivo contribuir para a detecção antecipada de
dificuldades de base, de ritmos diferentes de aprendizagem ou de outras
necessidades das crianças/jovens.

Recursos Existentes no Concelho

- Escolas do Concelho;

- Projectos desenvolvidos pelos Agrupamentos de Escolas e Jardins-


de-infância;

- Equipas de Apoio Educativo

- Associações Juvenis

- Autarquia (Educação)

- Serviço Local da Segurança Social

- IEFP

- CPCJ

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Gabinete de Orientação Vocacional e de apoio à família

- Associações culturais e recreativas do concelho

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 117


Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação entre os serviços;

- Falta de empreendedorismo/ expectativas

- Incapacidade de aplicabilidade da lei da escolaridade obrigatória

- Inexistência de um centro de acolhimento de crianças e jovens em


risco

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 118


EIXO III – PROMOÇÃO DA SAÚDE

“A Promoção da Saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades
para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar”

Carta de Ottawa

1- Toxicodependências
No concelho de Peso da Régua não existe qualquer instituição para o tratamento ao
nível das toxicodependências. Têm sido feitas consultas, neste âmbito, pelo
Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de Vila Real e Peso
da Régua situado na Cidade de Vila Real e no Centro de Respostas Integradas do
Instituto da Droga e Toxicodependência, sito em Vila Real.

Os toxicodependentes a fazer antagonista (tratamento com metadona ou outro) no


Centro de Saúde de Peso da Régua e encaminhados pelos CRI´S de Vila Real e do
Porto, são 7 (apenas se verificam elementos do género masculino) e com idades
compreendidas entre os 25 e os 45 anos.

No ano de 2007, foram identificados 44 Doentes Activos nos ex-CAT´S (actuais CRI’s)
da Direcção Regional do Norte/Instituto das Drogas e Toxicodependências, com
residência no concelho de Peso da Régua. Do total de toxicodependentes, 41 eram do
sexo masculino e 3 do sexo feminino e a maioria (54.4%) tinham idades
compreendidas entre os 30 e os 39 anos.

Importa referir que estes utentes são os que activamente procuraram ajuda para a sua
recuperação, não se distinguindo entre o tipo de substancia psicoactiva que
consomem, se estupefacientes ou se álcool. Desconhece-se o número de
toxicodependentes residentes no concelho de Peso da Régua. Seria necessário fazer-
se um estudo de investigação que permitisse identificar e caracterizar os
toxicodependentes residentes no concelho, de forma a definir medidas de actuação
sistémicas conducentes à sua reinserção sócio-profissional. Realça-se que em
parceria com a antiga Unidade de Prevenção do IDT de Vila Real foi elaborado em
estudo para possível implementação de um programa de acção territorial (PRI) que
integrasse respostas transdisciplinares (prevenção, dissuasão, tratamento, redução de
riscos e minimização de danos e reinserção social). No território do concelho de Peso
da Régua foram identificados diversos problemas associados a factores de risco, entre
os quais, se salientam a prevalência do consumo e a disponibilidade de substâncias

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 119


psicoctivas, a existência de problemas sociais relacionados com substâncias
psicoctivas e a prevalência de doenças infecto-contagiosas. È um território cujo
diagnóstico identifica uma problemática de maior magnitude, visibilidade e
transversalidade, com ausência de recursos institucionais e/ou com dificuldade ao
nível da mobilização intra-institucional, que necessita de uma intervenção integrada
nas áreas do tratamento e da redução de danos.

Ao nível do alcoolismo, não existe referências específicas no ex-Centro de Alcoologia


do Norte apesar de se ter conhecimento de que é muito elevado o número de
alcoólicos. O alcoolismo, segundo o testemunho dos vários técnicos a exercer funções
no Concelho, está na base de grande parte dos problemas familiares. Como tal, tem
vindo a aumentar o número de atendimentos de apoio psicossocial, na área da acção
social, muitos encaminhados pelos clínicos, de mulheres com problemas de
depressão, devido ao alcoolismo do cônjuge e a situações de violência doméstica.

Recursos Existentes no Concelho

- CRI – Vila Real

- Apoio na área do Serviço Social – Centro de Saúde

- Apoio da Câmara Municipal de Peso da Régua em parceria com o


CRI de Vila Real ao nível da prevenção primaria e secundária de
toxicodependência.

- Articulação dinâmica e efectiva entre os técnicos das diversas


entidades ( autarquia, centro de saúde, segurança social, IPSS´s)

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Criação de um CRI – Peso da Régua

- Candidatura ao PRI

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Hábitos culturais fortemente enraizados - consumo de álcool;

- Desconhecimento da adição como doença Não-aceitação /


“vergonha social” da doença;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 120


- Inexistência de transportes públicos em horários compativeis para
deslocação ao CRI para tratamentos

- Inexistência de um diagnóstico de nº de indivíduos dependentes do


álcool

- Insuficiência de resposta face às necessidades sentidas pela


população

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 121


2 – Deficiência
“Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros que temos: não os sentimos, eles só
incomodam aos outros.”
Lambert, Anne

No que respeita à problemática específica da deficiência, é de notar que apenas


existem os dados dos Censos 2001 e um levantamento de necessidades “Peças
perdidas no jogo da vida”48 elaborado pela Associação da Região do Douro para Apoio
a Deficientes O número de deficientes em Portugal era segundo os censos de 2001 de
6,1% da população total residente. Os homens eram os mais afectados por todo o tipo
de deficiências, mas sobretudo pelas motoras, assim em Portugal por cada 131,7
homens portadores de deficiência existiam 100 mulheres.

Sexo Tipo de deficiência População com deficiência (N.º) por Sexo e Tipo
de deficiência

Período de referência dos dados

2001

Local de residência

Portugal

N.º

HM Total 636 059

Auditiva 84 172

Visual 163 569

Motora 156 246

Mental 70 994

Paralisia cerebral 15 009

Outra deficiência 146 069

H Total 334 879

Auditiva 43 533

Visual 77 800

Motora 88 829

Mental 38 113

Paralisia cerebral 8 014

Outra deficiência 78 590

M Total 301 180

Auditiva 40 639

Visual 85 769

Motora 67 417

48
O documento encontra-se em anexo

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 122


Mental 32 881

Paralisia cerebral 6 995

Outra deficiência 67 479


49
Figura 66: Caracterização da deficiência por género e tipo de deficiência

Segundo as estatísticas recolhidas (censos de 2001) a nível concelhio, verificamos


que num universo de 18832 indivíduos residentes existiam no total 979 indivíduos com
deficiência, o que representa 5,1% da população reguense.

14

12

10
Percentagem

8
Percentagemde pessoas com
6 deficiencia

0
Peso da Régua

Vinhós

Sedielos

Régua

Loureiro

Galafura

Covelinhas

50
Figura 67: Distribuição por percentagem das pessoas com deficiência por freguesia

O tipo de deficiência mais frequente é a motor, seguindo-se a visual, a mental e depois


a auditiva e a paralisia cerebral. Quanto aos dados dos últimos censos, regista-se um
total de 979 casos de pessoas portadoras de deficiência. A tabela seguinte apresenta
os dados relativos aos tipos de deficiência no concelho de Peso da Régua,
relacionando-se com o género.
HM H M
Total 979 488 491
Auditiva 81 42 39
Visual 141 70 71
Motora 351 173 178
Mental 121 68 53
Paralisia Cerebral 43 13 30
Outras 248 122 120
deficiências
51
Figura 68: Tipo de deficiência por género

49
Fonte: INE 2001
50
Fonte: INE 2001

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 123


Em termos de respostas sociais directas ou adaptadas a estas problemáticas, existe
um único equipamento social no concelho que tem capacidade de resposta neste
domínio, a ARDAD. Este equipamento apenas tem a vertente de Formação
Profissional, procurando nesta mesma vertente desenvolver outro tipo de actividades
de carácter ocupacional de forma a ajustar-se às necessidades dos formandos.

A ARDAD é uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos,


destinada à providência de meios educativos, sócio-culturais, profissionais e
reabilitação. Os destinatários são pessoas com deficiência entre os 15 e os 56 anos de
idade. Estes integrados em cursos de duração de quatro anos, tendo como objectivo a
integração no mercado normal de trabalho.

Actualmente, a ARDAD tem como principais zonas de influência os concelhos de


Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Lamego, Mesão Frio, Resende. Do
levantamento efectuado por esta instituição, salvaguardando que muitas instituições e
e entidades concelhias não responderam ao questionário, verifica-se que o concelho
de Peso da Régua, apresenta um numero significativo de pessoas com deficiências.

A ARDAD apresenta um total de 57 casos em lista de espera. Destes 57, 20 indivíduos


apresentam uma Deficiência Mental; 7 apresentam uma Paralisia Cerebral; 4
Deficiência Mental e Trissomia 21, 3 apresentam uma Deficiência Motora; 3
Multideficiências; 2 apresentam Trissomia 21; 2 Deficiência Mental e Epilepsia e outros
2 apresentam Deficiência Mental+Afasia.

Nº de
Concelhos
sinalizações
Lamego 26
Peso da Régua 107
Resende 67
Santa Marta de Penaguião 21
Total 221
52
Figura 69: Sinalizações de pessoas com deficiência

A figura seguinte apresenta o número de pessoas abrangidas pelo Subsídio de


Educação Especial, por parte da Segurança Social. Assim, no concelho do Peso da
Régua 26 indivíduos estão a receber Subsidio de Educação Especial, sendo o
segundo do concelho do Distrito com maior atribuição desta prestação

51
Fonte: INE 2001
52
Fonte: ARDAD, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 124


Este subsídio de educação especial é atribuído a crianças e jovens de idade não
superior a 24 anos que possuam comprovada redução permanente da capacidade
física, motora, orgânica, sensorial ou intelectual. A tabela seguite apresenta as
atribuições deste subsídio por concelho.

Concelho Subsídio de Educação Especial


Peso da Régua 26
Mesão Frio 18
Sabrosa 4
Santa Marta de Penaguião 1
Vila Real 41
Figura 70: Crianças abrangidas pelo subsídio de Educação Especial (CDSS de Vila Real)

Existe a necessidade de promover a acessibilidade das pessoas portadoras de


deficiência, não só, aos edifícios, como igualmente à informação e meios que
potenciem a autonomia destas pessoas.

Começando nas ajudas técnicas, passando pelas adaptações nas habitações, e


acabando na inserção social e profissional, não será de todo errado dizer, que existe
uma necessidade generalizada a todos os níveis, desde realização de um
levantamento diagnóstico da situação, à criação ou adaptação de respostas, bem
como o acesso aos benefícios, não só de ajudas técnicas como dos suportes de
inserção sócio profissional. Por esse motivo, tal como a área da toxicodependências a
deficiência, surgiu como uma questão chave a constar no Diagnóstico Social do
Concelho, visto que perante dados e algumas informações que foram recolhidos de
forma informal de diversas áreas (educação, representantes das IPPS’S, entre outras),
parece que esta questão deve ser analisada com alguma pertinência.

Recursos Existentes no Concelho

- ARDAD

- Apoio na área do Serviço Social – Centro de Saúde

- Câmara Municipal de Peso da Régua

- Serviço Local da Segurança Social

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 125


Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Criação de um CAO;

- Criação de um Lar Residencial;

- Gabinete de Orientação Vocacional e Apoio à Família

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Inexistência de um diagnóstico de número de indivíduos


dependentes do álcool;

- Insuficiência de resposta face às necessidades sentidas pela


população, nomeadamente a nível da problemática das
toxicodependências;

- Falta de projectos residenciais para pessoas com deficiência

- Inexistência de um CAO

- Inexistência de um diagnóstico mais exaustivo ao nível da


deficiência no Concelho

- Isolamento dos deficientes

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 126


EIXO IV – QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Identificação de Problemas

1- Desemprego e precariedade do trabalho


2 – Falta de investimento empresarial

1 – Desemprego e Precariedade do Trabalho no Concelho


Nos últimos anos o fenómeno do desemprego tem vindo a crescer progressivamente
na sociedade portuguesa, sendo hoje um dos problemas que, do ponto de vista social,
mais atenção tem merecido.

Pela análise demográfica feita ao concelho, recorrendo aos dados dos censos do
Instituto Nacional de Estatísticas de 1991 e 2001, pode-se concluir que se assiste a
uma perda contínua da população, principalmente nas freguesias mais isoladas.

A distribuição da população activa pelos vários sectores de actividade poderá estar


associada a uma estrutura quase nada industrializada.

Através da leitura da figura 71 pode-se verificar que, no Concelho de Peso da Régua,


o sector com maior relevância é o sector terciário, em mais da metade da população
se encontra empregada nos serviços, nomeadamente, comercio, hotelaria,
restauração e organismos públicos.

População activa empregada por sectores de actividade em


2001

21%

Primario
Secundário
Terciario
56%
23%

53
Figura 71: População activa por sectores de actividade, em 2001

Esta tendência do sector terciário parece ser comum nas regiões do interior em parte,
talvez à falta de incentivos à dinamização do sector industrial. O sector terciário apesar

53
Fonte: INE, 2001

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 127


de estar mais dinamizado continua a processar-se nos moldes mais tradicionais,
consequentemente pouco diversificado.

Esta análise pode ainda traduzir que, a agricultura apesar de continuar a ser na região
um dos eixos estruturantes da vida social, já não parece ser a base do emprego da
população. Sendo assim, é pois urgente criar novas perspectivas de sucesso para
novas actividades económicas em regime de complementaridade com a agricultura.
Estas novas actividades como o turismo, pode ser um dos factores preponderantes
para o desenvolvimento da região. Por outro lado, é igualmente sublinhada a
necessidade de aproveitar as diversidades locais e regionais e as vantagens
específicas de produtos tradicionais de elevada qualidade, como a cultura de vinha.

O sector secundário é o segundo principal sector de actividades no Concelho, em que


a construção civil se destaca como determinante no emprego. No entanto, apesar
deste sector ter vindo a aumentar, ele tem sido marcado pelos seguintes factores:

- Incipiente e atomizada base industrial existente;

- Periferização espacial desta área;

- Deficientes acessos entre concelhos;

- Falta de empreendedorismo.

- Baixa densidade populacional e dispersão do povoamento que


constituem um obstáculo à obtenção de limiares mínimos de
viabilidade de certas empresas que queiram maior dimensão de
mercado e de emprego.

Face a este quadro é fundamental desenvolver um trabalho integrado de forma a


abranger a multidimensionalidade dos problemas que afectam os três sectores de
actividade. Este trabalho integrado deverá ter como objectivo combater os
constrangimentos ao desenvolvimento pretendendo o reforço das capacidades
humanas, técnicas e sócio-culturais como forma de criação de uma dinâmica de
desenvolvimento adequado às necessidades da população de Peso da Régua.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 128


Doutoramento

Mestrado

Licenciatura

Bacharelato

Ensino Médio

Ensino Secundário

Ensino Básico- 3º Ciclo

Ensino Básico- 2º Ciclo

Ensino Básico- 1º Ciclo

Sabe ler e escrever sem possuir qualquer grau

Não Sabe Ler Nem Escrever

Total

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Covelinhas N.º Fontelas N.º Galafura N.º Godim N.º Loureiro N.º Moura Morta N.º
Peso da Régua N.º Poiares N.º Sedielos N.º Vilarinho dos Freires N.º Vinhós N.º Canelas N.º

54
Figura 72: Habilitações literárias da população activa por sectores de actividade

Segundo dados do Centro de Emprego, relativos a Dezembro de 2007, existem 930


desempregados no Concelho de Peso da Régua, dos quais 54% são mulheres. A
tabela seguinte descreve o número de pessoas desempregadas por faixa etária.

Em relação às habilitações académicas, verifica-se que 32% dos desempregados


possui o 1º ciclo completo, 22% possui o 2º ciclo completo e 9,7% habilitações de nível
superior. Estes dados manifestam uma evidente falta de escolaridade neste grupo e
consequente falta de formação profissional. Dos 930 desempregados, 541 são de
longa duração e 381 estão inscritos há menos de um ano. Realça-se ainda que 65.1%
da população desempregada possui habilitações inferiores à escolaridade mínima
obrigatória.

Taxa da população População Grupo Etário Tempo de inscrição no


Desempregada IEFP
<25 25-44 45-54 >=55 Des. D.L.D
anos anos anos anos
HM H M HM H M 202 243 362 123 HM HM
930 500 430 549 381
55
Figura 73: Caracterização dos desempregados

Se o facto da população desempregada apresentar uma baixa qualificação escolar e


profissional o que pode dificultar a sua entrada para o mercado de trabalho, a
população jovem qualificada também enfrenta fortes dificuldades em integrar o
mercado de trabalho. Esta situação pode ser justificada por um tecido empresarial de

54
Fonte: INE, 2001
55
Fonte: Concelho: Estáticas Mensais – IEFP, Dezembro, 2007

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 129


reduzida dimensão e um perfil de empresários que não valoriza a formação académica
e/ou profissional.
A qualidade do próprio emprego é factor de vulnerabilidade, ou de protecção, à
pobreza. Neste sentido, no levantamento efectuado pela ex-DASC, actual DDS, do
Município de Peso da Régua, relativamente aos pedidos da habitação social e de
informações sobre a caracterização do agregado familiar de algumas famílias que
integram a CPCJ, verifica-se a existência de uma parte importante dos
trabalhadores/as que não efectua descontos para a segurança social. Muitos
destes/as trabalhadores/as enquadram-se na indústria da construção civil e na
agricultura e os restantes nos serviços pessoais e domésticos.

Esta forma de precariedade afecta sobretudo os/as trabalhadores/as designados como


“por conta própria”, entre os quais a situação mais frequente é a do trabalhador/a sem
trabalho certo, que “faz o que aparece”. Por outro lado, é entre os indivíduos menos
escolarizados que se registam as maiores percentagens de ausência de descontos
para a Segurança Social Esta situação pode significar que a integração profissional
destas pessoas se faz fortemente através da economia informal.

A precariedade do emprego é, ainda, consubstanciada pelo tipo de contrato dos/as


trabalhadores/as por conta de outrém. Neste grupo, menos de metade tem um
contrato de trabalho permanente; entre os restantes, salienta-se a importância dos
contratos a prazo, ou a termo, e do trabalho à empreitada.

Recursos Existentes no Concelho

- IEFP;

- Escola Profissional do Rodo;

- Câmara Municipal de Peso da Régua;

- Serviço Local da Segurança Social;

- Unidade de Inserção na Vida Activa (UNIVA) no Concelho/


Associação de Desenvolvimento Rural (ADR);

- Empresas do Concelho que desenvolvem cursos de Formação;

- Turismo/habitação e agroturismo;

- ACIR

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 130


Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- Acções de sensibilização sobre micro-crédito;

- Centro Novas Oportunidades;

- Gabinete de Orientação Vocacional e Apoio à Família

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Dificuldade de escoamento de mão-de-obra agrícola e pesca (sector


primário)

- Falta de acções de sensibilização para orientação/reorientação


profissional, em especial com intervenção no sector primário

- Aumento de exigências de qualificação profissional (e formação) por


parte das entidades empregadoras (causando desmotivação deuma
parcela da população activa)

- Ineficácia das políticas de fiscalização e erradicação do trabalho


precário

2 – Falta de investimento empresarial


O Peso da Régua, apesar de apresentar uma concentração significativa da população
em áreas urbanas, é um concelho marcadamente rural, apresentando todos os traços
socioeconómicos que usualmente caracterizam as economias rurais.

Em termos gerais, podemos dizer que o Peso da Régua é um concelho com baixo
poder de compra, com um tecido empresarial débil (reduzido número absoluto e
relativo de empresas sedeadas e sociedade comerciais), com baixa atractibidade para
investimento directo estrangeiro (peso do emprego em sociedade maioritariamente
estrangeiras praticamente nulo) e com um grande défice de tecnologia, conhecimento
e inovação (peso muito baixo do emprego em serviços intensivos em conhecimento,
em actividades TIC e em sectores de média e alta tecnologia).

Do ponto de vista da estrutura produtiva, o Peso da Régua é um concelho com as


suas actividades económicas muito polarizadas entre a agricultura, a construção, o
comércio, o alojamento e restauração e os serviços públicos. Este grupo de sectores é
responsável por mais de 65% do emprego por conta de outrem no concelho.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 131


Ao nível das indústrias transformadoras, existe neste concelho um défice estrutural,
que sai ainda mais agravado quando se constata que as actividades centradas neste
tipo de indústrias respeitam quase exclusivamente ao agro-alimentar, designadamente
ao vinho.

Em termos de evolução recente, as actividades mais dinâmicas no Peso da Régua


estão circunscritas a duas grandes áreas: turismo e vitivinicultura. Na área do turismo,
entre 1998 e 2004, verifica-se que o emprego por conta de outrem cresceu no
concelho cerca de 51% no sector do alojamento e restauração e 113% nas actividades
imobiliárias. Neste padrão, infelizmente, o sector do comércio não acompanhou esta
dinâmica, registando um crescimento do emprego de apenas de 16%. Na área da
vitivinicultura, neste mesmo período, verifica-se que o emprego por conta de outrem
cresceu 99% na agricultura e 68% nas indústrias transformadoras essencialmente
ligadas ao vinho.

O sector do comércio assume uma enorme importância na Régua, respondendo hoje


por quase 22% do emprego concelhio por conta de outrem. A centralidade histórica da
Régua na região do Douro potenciou o desenvolvimento neste concelho de um
comércio tradicional forte e vigoroso. Contudo, as dinâmicas recentes registadas neste
sector em outros concelhos centrais do Douro (designadamente em Vila Real e em
Lamego), materializadas no aparecimento de centros comerciais e de grandes
superfícies, tem vindo a ameaçar a sustentabilidade deste tipo de comércio na Régua.
Apesar disso, fruto de significativos investimentos públicos e privados efectuados em
tempos recentes ao abrigo do PROCOM e do URBCOM, foi possível iniciar na Régua
um processo de modernização do comércio tradicional e de requalificação da zona
histórica com resultados muito positivos. Uma parte importante das lojas existentes na
zona histórica da cidade têm já o seu interior modernizado e várias são as suas ruas
que foram reabilitadas. Permanece, porém, a necessidade de reabilitação exterior de
grande parte dos edifícios comerciais e habitacionais existentes na zona histórica e
comercial da cidade da Régua e de criação de soluções bem dimensionadas de
estacionamento automóvel. A construção de um centro comercial devidamente
enquadrado na zona histórica e bem entrosado com o comércio tradicional existente
poderá corresponder, igualmente, a uma necessidade latente nesta cidade.

Constata-se que existe na Régua um conjunto de factores que confere a este concelho
condições favoráveis para a sua afirmação enquanto oferta turística diferenciada no
Douro. Para que tal possa acontecer, torna-se desde logo necessário, por um lado,
realizar algumas intervenções que melhorem as condições em que as actividades
turísticas se possam desenvolver no Concelho (ex: melhores condições no Cais e na

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 132


Estação de Caminho de Ferro, repavimentação de estradas panorâmicas, sinalização
turística) e, por outro lado, apoiar os agentes locais e regionais na sua capacidade de
relacionamento com os principais operadores turísticos que actuam na Região, no
sentido de incorporarem novas ofertas nos produtos pré-formatados que
comercializam, e na negociação com entidades responsáveis por algumas
componentes complementares da oferta turística.

Revela-se ainda fundamental mobilizar os agentes locais para o melhor


aproveitamento do Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) e dos apoios a
serem disponibilizados no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional
(QREN), procurando assim ganhar competitividade face a outros destinos
concorrenciais e, sobretudo, valorizando o papel da Régua como porta de entrada e
local de difusão de fluxos turísticos para todo o destino Douro.

Recursos Existentes no Concelho

- IEFP

- Escola Profissional do Rodo

- Câmara Municipal de Peso da Régua

- Serviço Local da Segurança Social

- Unidade de Inserção na Vida Activa (UNIVA) no Concelho

- Empresas do Concelho que desenvolvem cursos de Formação

- Turismo/habitação e agroturismo

Oportunidades que podem ajudar a resolver os problemas

- A integração e centralidade da Régua na RDD e na área classificada


como Património Mundial;

- A parceria existente entre as Caves Vale do Rodo e as empresas


ligadas ao turismo da região é um sucesso;

- O maior interesse das Quintas na actividade turística e no


desenvolvimento de ofertas de enoturismo;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 133


- O rio Douro como activo estratégico para o desenvolvimento de
novas actividades de lazer e para a criação de infraestruturas
diferenciadoras;

- O equipamento termal das Caldas de Moledo (ainda que


desactivado e a necessitar de reabilitação)

- O aumento do envolvimento do município em iniciativas ligadas à


promoção dos vinhos e do turismo da região.

Factores que podem dificultar a solução dos problemas

- Falta de articulação e de práticas de cooperação entre os agentes


económicos do concelho e, em especial, entre os agentes
relacionados com o sector do turismo;

- Reduzido tempo de permanência dos turistas na Régua;

- Excessiva dependência do sector vitivinícola (em dificuldades);

- Falta de profissionais qualificados em diversos domínios ligados ao


turismo (guias, cozinheiros, animadores, etc);

- Escassa oferta de espaços de acolhimento empresarial, factor que


contribui para dificultar a atracção e fixação de empresas (e de
pessoas) no concelho;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 134


PARTE 4 – PLANO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 135


“O Plano de Desenvolvimento Social é um documento de trabalho (…), que pretende
proporcionar instrumentos básicos orientadores de processos de planeamento estratégico,
concebido para dirigentes e técnicos de entidades que intervêm na área social”

Cristina Fangueiro, 2001

O Plano de Desenvolvimento Social (PDS) articula-se com o Diagnóstico, traduzindo


os problemas e as prioridades nele inventariadas, pois é delas que devem decorrer as
grandes orientações e estratégias.

Trata-se de um instrumento de definição conjunta e negociada de objectivos


prioritários para a promoção do Desenvolvimento Social local. Tem em vista não só a
produção de efeitos correctivos ao nível da redução da pobreza, do desemprego e da
exclusão social, mas também efeitos preventivos gerados através de acções da
animação das comunidades e da indução de processos de mudança, com vista à
melhoria das condições de vida das populações. Pode dizer-se que o PDS traça o
retrato de uma situação social desejável, mas também realista.

O PDS pode constituir para o Concelho um importante instrumento de planeamento


estratégico uma vez que visa:

 Planear de forma integrada tendo em conta todas as dimensões dos


problemas;

 Definir as estratégias para atingir os objectivos, assegurando a participação


efectiva de todos os implicados, tendo em conta os recursos humanos,
materiais e o calendário para a sua implementação;

 Planear tendo em conta a realidade presente, mas também as oportunidades e


ameaças;

 Planear identificando as dimensões prioritárias e susceptíveis de produzir


mudanças na realidade do concelho.

A metodologia de trabalho utilizada para o PDS foi em tudo semelhante ao DS,


procurando centrar-se na definição de objectivos gerais e estratégias que descrevem a
situação futura após a resolução dos problemas e, procurar rentabilizar os saberes, o
conhecimento de terreno dos técnicos e das organizações.

Neste documento procurou-se identificar os objectivos gerais, os objectivos


especificos, as acções e as estatégias considerados fundamentais para a
transformação da realidade concelhia.
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 136
Os Objectivos Gerais são pois objectivos de nível superior, devidamente enquadrados
num determinado eixo de desenvolvimento, para o qual a intervenção contribui mas
que por si só não consegue garantir. Trata-se de descrever a situação futura após a
solução dos problemas. Ao atingir os objectivos dos projectos que vierem a ser
implementados (inscritos no Plano de Acção) contribui-se de forma determinante para
alcançar o objectivo geral.

Os Objectivos Específicos são objectivos que devem ser alcançados com a


intervenção e que contribuem para atingir um objectivo geral, ainda que possam não
ser suficientes para tal. Não deve ser definido um conjunto demasiado vasto de
objectivos específicos, de forma que sejam realistas e exequíveis, sem deixarem de
constituir um desafio.

A Estratégia é apresentação descritiva do caminho a seguir para alcançar o objectivo


geral, tendo em consideração os recursos possíveis para o conseguir. Deve resultar
de uma opção clara e partilhada por todos os parceiros quanto aos objectivos
definidos.

Ao longo da elaboração deste PDS, esteve sempre presente a preocupação de


enquadrar planos e medidas definidas a nível local (por exemplo PDM e Carta
Educativa), e nacional (por exemplo, o PNAI e PNS), favorecendo a sua adequação ao
contexto local e potenciando os recursos que poderão vir a ser canalizados para o
concelho. Por outro lado, foram igualmente consideradas as intervenções que já estão
a ser implementadas no concelho e que se enquadram nos objectivos e estratégias
definidos neste PDS.

Em suma,

Este PDS pretende definir estratégias para o desenvolvimento local, retratando e


projectando uma situação social que se quer atingir, numa perspectiva de
planeamento participado e integrando medidas e políticas definidas a vários níveis da
administração pública, encontrar soluções inovadoras, mobilizar e racionalizar os
recursos locais.

Reflecte ainda, o compromisso das instituições parceiras, identifica os grandes


projectos estruturantes para se promover no terreno, onde se define as regras e
procedimentos para a intervenção concertada em parceria.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 137


O nosso Concelho tem reforçado a participação no planeamento da intervenção social,
assim como na construção de vontades colectivas, que asseguram as decisões
concertadas e a mobilização dos recursos. Procura-se com todos os parceiros sociais
combater algumas das necessidades sociais do concelho e é através da participação
de todos, da iniciativa e responsabilização que se desenvolverá as possíveis soluções.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 138


EIXO I – GRUPOS VULNERÁVEIS

Identificação de Problemas

1 - Crianças e Jovens em Risco


2 - Famílias Carenciadas
3 - Isolamento da população idosa
4 - Comunidade Imigrante e minorias etnicas

Grupo 1 – Crianças e Jovens em Risco

Objectivo Geral:

No final de 2010, existem no concelho respostas que promovam a integração de


crianças e jovens em perigo

Objectivo(s) Especifico(s)

- Em 2010 encontra-se em funcionamento um Centro de Atendimento para crianças e


jovens em perigo

- No final de 2009, existe um CAFAP

- Em 2008, os técnicos das escolas, IPSS’s e associações juvenis tiveram uma acção
de formação sobre direitos da criança (Lei 147/99)

- Em 2008, é promovido um curso de formação parental

- Em 2008, é criado um banco local de voluntariado

Acções:

- Acções de formação parental.


- Acções de desenvolvimento de competências pessoais e sociais.
- Actividades lúdico - pedagógicas e desportivas.
- Centro de Actividades Ocupacionais para Jovens.
- Desenvolvimento e valorização do espaço internet.
- Acções de sensibilização / formação no âmbito das drogas (substâncias ilícitas
e álcool).

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 139


- Criação e dinamização de equipa para a construção de uma estratégia de prevenção.
- Elaboração de candidaturas ao Plano Operacional de Respostas Integradas (PORI) e
ao Plano de Intervenção Focalizado (PIF).
- Acções de formação a técnicos/as na área do risco e protecção de menores.
- Criação de uma Bolsa de Entidades para Trabalho a Favor da Comunidade.

Estratégia (s):

Estabelecer uma parceria entre a Comissão Nacional de Protecção de Crianças e


Jovens em Perigo, a Comissão Protecção de Crianças e Jovens local, as Instituições
Particulares de Solidariedade Social e as escolas locais.

Grupo 2 – Famílias Carenciadas

Objectivo Geral:

Até Dezembro de 2010, interveio-se junto das famílias sócio-economicamente


desfavorecidas no sentido de promover a sua capacitação (empowerment)

Objectivo(s) Especifico(s)

- No final de 2009, encontra-se em funcionamento uma micro-empresa no concelho.

- No final de 2008, 90% das famílias beneficiárias de Rendimento Social de Inserção


(RSI) com os requisitos exigidos possuem acordo de inserção assinado.

-No final de 2008 foi promovido um curso de formação parental

- No final de 2009, existe um CAFAP

Acções

- Acções de gestão doméstica;


- Acções de desenvolvimento de competências pessoais e sociais;
- Acções de sensibilização / formação no âmbito do micro-crédito.
- Criação de uma Bolsa de Entidades para Trabalho a Favor da Comunidade.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 140


Estratégia(s):

Estabelecimento de parceria com a Associação Nacional de Direito ao Crédito –


desenvolvimento e implementação do Micro-crédito.

Celebração de protocolo no âmbito do Rendimento Social de Inserção entre uma


Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e o Instituto de Segurança Social
para constituição de equipas multidisciplinares com intervenção directa junto das
famílias.

Estabelecimento de parceria com a Associação Comercial e Industrial (ACIR)

Parcerias e Responsabilidades:

Câmara Municipal de Peso da Régua

Juntas de Freguesia

Associações Locais

Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS´s)

Associação Nacional de Direito ao Crédito

Instituto de segurança Social

Instituto de Emprego e Formação Profissional

Núcleo Local de Inserção do RSI

Grupo 3 – Isolamento da População Idosa

Objectivo Geral:

Até ao final de 2010, existem no concelho respostas que promovem a melhoria da


qualidade de vida da população idosa.

Objectivo(s) Especifico(s)

- Até final de Outubro de 2009, é realizado um diagnóstico sobre a terceira idade;


- Até final de 2008, é criado um banco local de voluntariado;
- Até final de 2009, qualificou-se a intervenção das instituições de apoio a pessoas
idosas;
Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 141
Até final de 2009, são melhoradas as condições habitacionais de 17 idosos que
beneficiem do apoio domiciliário.

Acções:
-Programa de formação contínua dos recursos humanos e do pessoal dirigente
das instituições de apoio às pessoas idosas.
- Criação e dinamização de equipa para a construção de uma estratégia sobre
Envelhecimento.
- Criação do Cartão Sénior;

- Criação de uma Equipa Móvel para pequenas reparações no domicílio.

− Criação de uma residência para pessoas idosas.


− Acções lúdicas e formativas de carácter intergeracional.
- Gabinete de Atendimento Integrado

- Dinamização de formas, preferencialmente articuladas, de resposta às necessidades


dos cuidados de saúde dos idosos (essencialmente nas situações de dependência);

- Realização e promoção de actividades que promovam a saúde, tanto física como


psíquica

Estratégia (s):

-Estabelecer uma parceria entre entra a Autarquia, o Centro de Saúde e as IPSS’s

-Estabelecer parceria entre a Autarquia, as IPSS’s e a REAPN

Grupo 4 – Comunidade Imigrante e Minorias Étnicas

Objectivo Geral:

- No final de 2010, existem no concelho respostas que promovem a integração da


comunidade imigrante e das minorias étnicas

Objectivo (s) Específicos:

No final de 2010, funciona um curso de português para estrangeiros com duração de


1 ano lectivo

- Em Dezembro de 2009, existe um Centro Local de Apoio ao Imigrante (CLAI)

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 142


Estratégia (s):

Estabelecer uma parceria entre o Alto Comissariado para a Imigração e Minorias


Étnicas e o Centro local de Apoio ao Imigrante

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 143


EIXO II - QUALIFICAÇÃO ESCOLAR E PROFISSIONAL

QUALIFICAÇÃO ESCOLAR E PROFISSIONAL


Identificação de Problemas

1 - Absentismo/ abandono escolar


1- Baixa Escolaridade

Grupo 1 – Absentismo e Abandono Escolar

Objectivo Geral:

Até Dezembro de 2010, diminui-se 50% da taxa de abandono e insucesso escolar


concelhia

Objectivo (s) Especifico (s):

Em Setembro de 2009 encontra-se em funcionamento um espaço de avaliação, apoio


e encaminhamento de famílias e jovens em situação de abandono escolar.

Em 2009, realizaram-se actividades destinadas a jovens entre os 6-13 anos com vista
à promoção de competências pessoais e sociais.

Em Dezembro de 2008 realizaram-se 12 sessões temáticas de formação parental


dirigida a pais de jovens em situação de abandono e insucesso escolar.

Acções:

- Acções de formação parental.


- Acções de mediação entre a escola e as famílias.
- Acções de informação sobre percursos escolares e profissionais
- Acções de sensibilização para a valorização da escola.
- Acções de acompanhamento e apoio psicológico para o sucesso escolar.
- Sessões sobre métodos de estudo.
- Implementação do Projecto de sensibilização à leitura em contexto de sala de aula.
- Salas de estudo (fora do espaço escola).

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 144


- Visitas de carácter inter-activo.
- Actividades lúdico-pedagógicas e desportivas.

Estratégia (s):

Candidatura a programas promovidos pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade


Social/ Ministério da Educação.

Grupo 2 - Baixa Escolaridade

Objectivo Geral:

Até Dezembro de 2010, aumentam-se os níveis de escolaridade da população

Objectivo (s) Especifico (s):

Até final de 2009, 25% da população com baixas qualificações escolares, adquiriu
certificação de nível básico.

Acções

- Acções de Alfabetização.
- Cursos de Educação de Adultos
- Acções de Educação Extra-escolar.
- Implementação do Projecto de sensibilização à leitura em contexto de sala de aula.
− Dinamização do Centro de Reconhecimento, Certificação e Validação de
Competências “Novas Oportunidades”.

Estratégia (s):

Parceria com o Agrupamento de Escolas e Juntas de Freguesia com vista à realização


de acções de sensibilização junto da população concelhia para reconhecimento da
escolaridade enquanto mais valia.

Parcerias e Responsabilidades:

Câmara Municipal de Peso da Régua

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 145


Associações Locais

Juntas de Freguesia

Agrupamentos de Escolas

Centro Novas Oportunidades

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 146


EIXO III – PROMOÇÃO DA SAÚDE

Grupo 1 – Toxicodependências

Objectivo (s) Geral (ais):

Até Dezembro de 2010, é implementada uma estratégia de sensibilização e


prevenção no que concerne aos consumos tóxicos.

Objectivo (s) Especifico(s):

- Em Junho de 2009, realizaram-se acções de prevenção e sensibilização sobre a


temática das adições junto dos alunos do 2º ciclo das escolas do concelho.

- Em Dezembro de 2008, elaborou-se um levantamento e caracterização dos


indivíduos em situação de adição que recorreram ao serviço de acção social do Centro
de Saúde.

- Em Dezembro de 2010, 20% do total de população identificada com problemas de


adição iniciou tratamento.

Acções:

- Acções de educação para a saúde e de promoção de estilos de vida saudáveis.


- Acções de formação sobre sexualidade e planeamento familiar.
- Acompanhamento de situações de toxicodependência.
- Criação de uma Unidade de Internamento de Curta Duração.

Estratégia (s):

Estabelecer protocolo com o IDT para a realização de acções de prevenção e


sensibilização em meio escolar. Implementação e dinamização de grupos e alcoólicos
e narcóticos anónimos no concelho. Levantamento de outros programas existentes a
nível nacional direccionado para a prevenção e tratamento de dependências.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 147


Grupo 2 – Deficiência

Objectivo (s) Geral (ais):

Até final de 2010, é promovida a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos


portadores de deficiência.

Objectivo (s) Especifico(s):

-No final de 2009, está elaborado um diagnóstico de indivíduos portadores de


deficiência.

-No final de 2009, elaborou-se um levantamento e caracterização dos indivíduos


portadores de deficiência que recorrem ao serviço de saúde do Centro de Saúde

-No final de 2009, estão criadas as condições para a implementação do Projecto de


Intervenção Precoce(PIP)

-No final 2010, existe uma equipa multidisciplinar a trabalhar a nível da intervenção
precoce.

-No final de 2010, é delineado um plano de Intervenção no âmbito da saúde mental.

Acções:

- Acções de educação para a saúde e de promoção de estilos de vida saudáveis.


- Acções de formação sobre sexualidade e planeamento familiar.
- Levantamento das situações de crianças com atraso de desenvolvimento e/ ou
portadores de deficiência
- Acompanhamento das situações de crianças com atraso de desenvolvimento e/ ou
portadores de deficiência.
- Articulação das diversas entidades concelhias na criação de um instrumento de
trabalho comum para o levantamento dos casos que se dirijam aos serviços.

Estratégia (s):

Estabelecer parceria com o Centro de Saúde e Hospital D. Luís I para trabalhar a


promoção da saúde das pessoas portadoras de deficiência;

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 148


Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 149
EIXO IV – QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Grupo 1 – Desemprego e precariedade do trabalho

Objectivo (s) Geral (ais):

Até 2010, adequar a qualificação às necessidades do mercado de trabalho reguense.

Objectivo (s) Especifico (s):

-No final de 2009, efectuou-se o levantamento das necessidades e das ofertas de


formação/qualificação do mercado de trabalho reguense;

-No final de 2010, criou-se uma base de dados, em permanente actualização, das
ofertas formativas e de emprego no concelho;

- No final de 2009, encontra-se em funcionamento uma micro-empresa no Concelho.

Acções:

Sistematizar a oferta formativa existente;

Realização de acções de formação sobre o micro crédito.

Estratégia (s):

Articulação da informação existente, complementando-a com novos dados.

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 150


Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 151
CONCLUSÃO

O presente documento apresenta-se como o corolário de um ano de trabalho intenso


de planeamento. Com o presente diagnóstico, pretendeu-se identificar e aferir os
problemas sociais locais por um lado, e por outro identificar os eixos prioritários de
intervenção. Através da elaboração do Plano de Desenvolvimento Social foram
seleccionadas estratégias com vista a propor soluções no âmbito dos eixos prioritários
identificados.

Foram trabalhados dados estatísticos a nível sócio-demográfico, habitacional, sócio-


económico, educacional, saúde acção social e associativismo. Do seu cruzamento
com os conhecimentos fornecidos pelos técnicos, pelos representantes locais a
trabalhar no terreno e dos dados recolhidos nas sessões de trabalho realizadas, foi
possível elencar os principais problemas em quatro grandes eixos prioritários.

Este documento pretende ainda fomentar o enraizar de uma cultura de parceria que se
pretende efectiva, em que a articulação e a conjugação de esforços, para o atingir de
um objectivo comum, sejam de facto uma realidade.

Todos os documentos elaborados, Diagnóstico Social, PDS e Plano de Acção serão


periodicamente actualizados. Consequentemente, também as acções planeadas
poderão ser revistas e reajustadas de acordo com os resultados decorrentes da sua
efectivação

Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 152


BIBLIOGRAFIA

Carta Educativa do Concelho de Peso da Régua (2007)

Instituto do Emprego e Formação (2007), Estatísticas Mensais: Desemprego


Registado por Concelhos.

Rede Social de Peso da Régua (2005), Diagnóstico Social do Concelho de Peso da


Régua.

Instituto da Segurança Social (2005), Tipificação das Situações de Exclusão em


Portugal Continental, Lisboa

Instituto da Segurança Social (2004), Guião Prático para a Implementação da Rede


Social, Lisboa.

Canha, J (2003), A criança maltratada. Coimbra: Quarteto Editora.

Instituto da Solidariedade e Segurança Social (2003), Programa Rede Social –


Plano de Desenvolvimento Social, Lisboa.

Censos, 2001 - Resultados Definitivos (2002), Instituto Nacional de Estatística, Lisboa

Strecht, P (2001), Preciso de ti: Perturbações psicossociais em crianças e adolescentes.


Lisboa: Assírio e Alvim.

Leandro, M.E (2001), Sociologia das famílias nas sociedades contemporrâneas. Lisboa:
Universidade Aberta.

Guerra, Isabel Carvalho (2000), Fundamentos e Processos para uma Sociologia da


Acção – O Planeamento em Ciências Sociais, Lisboa, Principia

Alarcão, M. (2000), (des) Equilíbrios familiares. Coimbra: Quarteto Editora.

Fanguero, C (2000), Rede Sociais: filosofia e orientações gerais. Lisboa: ISS

Giddens, A (1998), As consequências da modernidade. Oeiras: Celta Editora

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Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 154
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Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Social de Peso da Régua 155

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