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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE FOZ DO IGUAÇU

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

O ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL E A


RESOLUÇÃO DO CNMP

FOZ DO IGUAÇU
2018

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE FOZ DO IGUAÇU


O ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL E A RESOLUÇÃO DO CNMP

Trabalho apresentado pela acadêmica DIANE DA


SILVA ROSA, Registro Acadêmico de Nº 06010002553,
do 8º período do Curso de Bacharelado em Direito, à
CESUFOZ, como um dos requisitos para a obtenção de
nota parcial na disciplina de Recursos e Execução Penal.

Professor:
Jacksanderson Farias Rizatti.

FOZ DO IGUAÇU
2018
RESUMO

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O presente trabalho apresenta o acordo de não-persecução penal e diversos temas relacionados a este
instituto, bem como seu conceito doutrinário e os requisitos necessários para a configuração da sua
efetivação e seus impactos perante os indivíduos envolvidos.

Palavras chaves: PERSECUÇÃO PENAL, RESOLUÇÃO DO CNJP, PROCESSO PENAL.

SUMÁRIO

3
1. INTRODUÇÃO 5

2. DESENVOLVIMENTO 6

2.1 Conceito e Requisitos necessários para o Acordo de Não-persecução Penal 6

3. CONCLUSÃO 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10

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INTRODUÇÃO

O presente estudo visa demonstrar como a Resolução 181 do CNMP (Conselho


Nacional do Ministério Público) de 07 de agosto de 2017, alterada recentemente pela
Resolução 183 do CNMP de 24 de janeiro de 2018, estabeleceu uma nova disciplina
para a instauração e tramitação do procedimento investigatório criminal a cargo do
Ministério Público. E em seu artigo 18, permitiu a celebração de acordos de não
persecução penal para crimes de menor gravidade.

Em suma, ao tomar conhecimento da prática de um delito, o Ministério Público


poderá, antes do oferecimento da denúncia ou da instauração do inquérito policial, no
curso de um procedimento investigatório criminal ou mesmo durante a realização da
audiência de custódia, celebrar com o investigado um acordo de não persecução penal
na esfera extrajudicial em sua natureza jurídica de procedimento administrativo, ao
serem preenchidos alguns requisitos essenciais, que levarão ao não oferecimento da
ação penal.

Desse modo, haveria uma mitigação ao princípio da obrigatoriedade da ação


penal pública, de maneira semelhante ao que ocorre quando há uma transação penal nos
Juizados Especiais Criminais. Forma esta, que será objeto de estudo do presente
trabalho.

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2.1 CONCEITO E REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA O ACORDO DE NÃO
PERSECUÇÃO PENAL

O acordo de não persecução penal é um instituto do direito processual penal,


onde sua finalidade é abortar a própria instauração da ação penal, possibilitando que o
Ministério Público deixe de oferecer a devida ação penal pública, caso obtenha um
acordo com o autor da infração, na forma regrada da Resolução, tendo como alguns
pressupostos para sua realização. Este instituto do processo penal pode ser realizado
quando forem observados os seguintes requisitos cumulativos:

 Delitos em que a pena mínima cominada seja inferior a 4 anos, e que dentro
deste parâmetro sejam consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto;
 Crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa;
 A prática do crime tenha sido confessada pelo investigado;
 Não ser caso de arquivamento da investigação.

Além desses requisitos supracitados, também poderão ser estabelecidos pelo Ministério
Público alguns outros requisitos, em junto com o investigado e seu Advogado ou
Defensor Público, de modo cumulativo ou alternado:

 Reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, salvo se houver impossibilidade de


fazê-lo;
 Renunciar, de forma voluntária aos bens e direitos apontados pelo Ministério
Público como instrumentos ou produtos gerados em proveito do crime;
 Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito, diminuída de 1/3 a 2/3, em
local a ser indicado pelo Ministério Público.

Porém, os acordos não poderão ser promovidos nas seguintes hipóteses:

 Quando o dano causado for superior a 20 salários mínimos, em regra;


 O delito for hediondo ou equiparado;

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 Nos casos de violência doméstica em que se demonstra a Lei 11.340/06.
 O aguardo para o cumprimento do acordo possa acarretar a prescrição da
pretensão punitiva estatal;
 Ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa
de liberdade por sentença definitiva;
 Ter sido beneficiado anteriormente, no prazo de 5 anos, pela aplicação de PRD
ou multa;
 Não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
medida;
 A celebração do acordo não atender ao que seja necessário e suficiente para a
reprovação e prevenção do crime.
 Além disso, o acordo somente será pactuado de forma subsidiária. De modo que,
uma vez cabível a transação penal, esta prevalecerá sobre eventual proposta de
não persecução penal.

O descumprimento do acordo pelo investigado pode levar a duas


consequências:

 Imediato oferecimento da denúncia pelo MP;


 Poderá servir de fundamento ao MP para o não oferecimento da suspensão
condicional do processo.

Uma questão polêmica e que levou ao ajuizamento das ADI’s 5790 e 5793, e
também alterou a redação originária do art. 18 da Resolução 181 do CNMP foi a
desnecessidade de homologação judicial do acordo celebrado entre o MP, o investigado
e sua defesa. Isso porque, quando se é celebrado o acordo e cumpridas todas as suas
disposições, o PIC é arquivado, cabendo ao juiz homologar o arquivamento do
procedimento, não carecendo de apreciação dos termos dispostos no acordo por parte do
magistrado, o que para alguns violaria o princípio da inafastabilidade da jurisdição.

Além disso, muitos criticaram o acordo em virtude de eventual sensação de


impunidade experimentada pela vítima, que não poderia fazer uso da ação penal privada

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subsidiária da pública, pois somente é possível diante da inércia do MP, o que não
ocorreria em casos de celebração de acordos de não-persecução penal.

Para as críticas acima, foi editada a Resolução 183 do CNMP que promoveu nesses
pontos as seguintes alterações:

 Ao ser realizado o acordo, a vítima deverá ser comunicada;


 Após ser celebrado, o acordo deverá ser submetido à apreciação judicial.
 A análise do juiz passa a ser um ato prévio para a celebração do acordo. Assim,
se o juiz considerar o acordo cabível e as condições adequadas e suficientes,
devolverá os autos ao Ministério Público para sua implementação. Porém, se o
juiz discordar deverá remeter o acordo para apreciação do PGJ (Procurador
Geral de Justiça) ou ao órgão superior interno responsável por sua apreciação,
em procedimento análogo ao disposto no art. 28 do CPP.
 O Procurador Geral de Justiça ou o órgão superior interno responsável poderá
oferecer a denúncia ou designar outro membro para oferecê-la; complementar as
investigações ou designar outro membro para complementá-la; reformular a
proposta de acordo de não persecução, para apreciação do investigado; ou
manter o acordo de não persecução, que vinculará toda a instituição.

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CONCLUSÃO

Apesar da maioria da doutrina apontar o acordo de não persecução penal como


uma versão brasileira do instituto da plea bargaining do direito norte-americano
baseado na common law, a Resolução 181/2017 do CNMP é fortemente influenciada
pela experiência alemã, cuja possibilidade de acordo surgiu, mesmo sem previsão legal,
em decorrência de práticas informais dos promotores, que constataram a incapacidade
do sistema processar todos os casos. A Suprema Corte alemã reconheceu a
constitucionalidade dessa prática mesmo sem previsão legal.

O STF ainda não julgou as Adi’s propostas contra a Resolução 181 do CNMP,
mas seguindo a tendência do direito comparado, tudo leva a crer que será reconhecida
sua constitucionalidade, principalmente em virtude das alterações realizadas em 2018 na
redação original do art. 18, por meio da Resolução 183 do CNMP. Ademais, já foram
celebrados os primeiros acordos no Brasil, cite-se como exemplo o acordo celebrado
pelo MP-MG e o acordo celebrado em Rondônia com a participação da DPE-RO em
conjunto com o MP-RO.

Por fim, por tratar-se de um tema novo, a celebração de um acordo de não


persecução penal não está livre de críticas, assim, é importante buscar entender de
forma imparcial os argumentos favoráveis e contrários a este.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOUZA, Motauri Ciocchetti de. Ministério Público e o princípio da


obrigatoriedade: ação civil pública. São Paulo: Método, 2007.

TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:


Saraiva, 2010.

FERNANDES, Fernando. O processo penal como instrumento de política


criminal. Coimbra: Livraria Almedina, 2001.

FERNANDES, Antonio Scarance. Processo Penal Constitucional. 5. ed. São


Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

ALBUQUEQUE, Paulo Sergio Pinto de. Comentário do Código de Processo


Penal: à luz da Constituição da República e da Convenção Europeia dos Direitos
do Homem. 4. ed. Lisboa: Universidade Católica Editora, 2011.

SILVA, Danni Sales. Acordo de não-persecução penal: Inconformidade


jurídico constitucional da Resolução nº 181/2017 do Conselho Nacional do
Ministério Público. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 22, n.
5192, 18 set. 2017. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/60570>. Acesso em: 25
set. 2018.

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