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Arqueologia Africana

2015/2016

Mariana Costa Rodrigues


Índice
A Evolução da Historiografia em África ......................................................................................... 4
Lugar da História na Sociedade Africana....................................................................................... 5
Tempo Mítico e Tempo Social ................................................................................................... 5
Os africanos têm consciência de ser os agentes da sua história?............................................. 5
O Tempo Africano é um Tempo Histórico ................................................................................. 6
África Pré-colonial ......................................................................................................................... 6
Antecedentes: ........................................................................................................................... 6
Reino da Etiópia: ....................................................................................................................... 6
Reino do Congo: ........................................................................................................................ 6
Reino de Axum: ......................................................................................................................... 7
Reino do Gana ........................................................................................................................... 7
Reino do Mali ............................................................................................................................ 7
Reino Songhai ............................................................................................................................ 8
Reino Kush:................................................................................................................................ 8
O Comércio no Saara:................................................................................................................ 8
Os Berberes: .............................................................................................................................. 9
Arqueologia no sul de África ......................................................................................................... 9
África do Sul: ............................................................................................................................. 9
Botsuana: .................................................................................................................................. 9
Namíbia: .................................................................................................................................. 10
Moçambique: .......................................................................................................................... 10
Zimbabwe: ............................................................................................................................... 10
Arqueologia em África................................................................................................................. 10
Cruz de Katanga: ..................................................................................................................... 11
Esculturas de terracota: .......................................................................................................... 11
Da evangelização da África à África evangelizadora ................................................................... 12
As Duas Áfricas: ........................................................................................................................... 12
Os Manuscritos de Timbuktu ...................................................................................................... 13
Época de Ouro: ........................................................................................................................ 13
Comércio e conhecimento: ..................................................................................................... 13
Cerâmica africana........................................................................................................................ 14
A importância da arqueologia para o estudo das populações de origem africana .................... 14
A Arte Pré-histórica Africana....................................................................................................... 15
Técnicas ................................................................................................................................... 15
As gravuras: ......................................................................................................................... 15

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As pinturas........................................................................................................................... 16
As joias................................................................................................................................. 17
A cerâmica ........................................................................................................................... 17
A escultura........................................................................................................................... 17
Tipos e Estilos .......................................................................................................................... 17
Os Casos de Angola e Congo ....................................................................................................... 19

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A Evolução da Historiografia em África
 Primeiros trabalhos sobre a história de África surgem com o início da escrita;
 O Norte de África é parte integrante de duas civilizações: velho mundo mediterrânico
e civilização islâmica medieval;
 Constitui ainda uma parte indispensável do estudo da História, até à expansão do
Império Otomano e depois novamente com as expedições de Napoleão Bonaparte ao
Egito (1798). Mais tarde volta à ribalta com os estudos do ponto de vista da Europa
colonizadora (Argel – 1830 – conquista pelos franceses / Egito – 1882 – conquista
pelos britânicos);
 Escolas autóctones de história, surgem devido a: movimento modernista no Islã
(1930), desenvolvimento da instrução de estilo europeu nas colónias da África do
Norte, nascimento dos movimentos nacionalistas norte-africanos;
 África Ocidental – poucos contactos na antiguidade, sobram relatos dúbios;
 Mar Vermelho e Oceano Índico – relacionamento mais sólido com o norte de África –
comércio com Alexandria;
 Época árabe – maior contacto com a África Ocidental (utilização do camelo para o
atravessamento do deserto), instalação de povoados (sobretudo mercadores) na costa
oriental africana;
 O Islã que permanecia no Norte de África expandiu-se para a África Ocidental levando
a escrita árabe. Começa assim a tradição escrita na África Ocidental;
 Escrita árabe – expande-se por toda a África, excetuando alguns locais. Na Etópia, por
exemplo, havia uma língua nativa e uma tradição escrita;
 Século XV – Início do contacto europeu com a costa da África Tropical – novas fontes
históricas escritas – especial atenção: costa da Guiné (primeira descoberta europeia na
África Tropical – testemunhos diretos e datados com grande valor histórico)
(comércio), Baixo Zaire e Angola (ação de missionários), Vale do Zambeze e regiões
altas vizinhas (ação de missionários), Etiópia (ação de missionários);
 Durante o século XVIII a história de África não era considerada como tal e pensava-se
que a única história digna desse nome, relativamente a África, era a história dos
europeus em África. Ainda neste século os movimentos anti escravatura começaram e
surgem os estudiosos da história africana;
 Segundo alguns autores da época:
o Grandes raças (superiores): árabe e ariana;
o Raça negra: raça inferior, os negros apenas atingiam a mentalidade de uma
criança;
 Nova conceção do trabalho do historiador (séc. XIX):
o História = escrito;
o África não tem história antes da chegada dos europeus;
o Passado de África = restos materiais, linguagem, costumes primitivos. Objetos
de estudo de arqueólogos, linguistas e antropólogos;
o História = Europa;
 África do Sul – único local de África onde os europeus realmente se estabeleceram;
 Arqueólogos (séc. XIX) – desinteresse pela África Subsaariana:
o Ciência ainda em desenvolvimento (orientava-se pelas fontes escritas);
o Centrava-se nos monumentos mais conhecidos e na descodificação de
mistérios antigos (Troia, Grécia, Roma, etc…);

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o Focava-se ainda nas origens do Homem – perspetiva mais geológica do
passado;
 Europeus consideravam que a sua superioridade sobre os negros estava assegurada
pela sua conquista colonial;
 Método funcionalista (1930 – 1950) – tendia a desencorajar o interesse histórico;
 O crescimento do interesse europeu pela cultura africana levou ao aparecimento de
uma grande variedade de culturas escritas, o que desencadeou o interesse africano
pela própria cultura e história;
 No século XIX, os africanos, ameaçados pelo avanço cultural europeu, começam a
escrever o que sabem da história dos seus povos;
 Alguns colonizadores viam o valor prático da história africana – podiam governar
melhor se soubessem o passado do povo;
 A administração colonial francesa tendia a desenvolver culturas mais rígidas, para a
formação e pesquisa, do que a britânica;
 Os historiadores do período colonial permaneceram amadores, marginalizados da
principal corrente historiográfica;
 A meio do séc. XX uma geração de intelectuais africanos que havia dominado as
técnicas europeias de investigação, começou a definir o seu próprio enfoque em
relação ao passado africano e a buscar nele a fontes de uma identidade cultural
negada pelo colonialismo;
 É nesta altura que a Grã-Bretanha instala estabelecimentos universitários em território
africano, a França e a Bélgica seguem o exemplo;
 A partir daqui, a historiografia de África vai-se assemelhando à do resto do mundo.

Nota: não existe nenhum estudo sistemático sobre as mudanças ocorridas ao longo do tempo
e que constituem o verdadeiro objetivo do historiador.

Lugar da História na Sociedade Africana


Tempo Mítico e Tempo Social
 O mito domina o pensamento dos africanos na conceção do desenrolar da vida dos
povos. O mito governa a História. O pensamento histórico está assente na
intemporalidade e numa dimensão essencialmente social;
 Tempo africano tradicional engloba e integra a eternidade em todos os sentidos. As
gerações passadas não estão perdidas para o tempo presente, permanecem sempre
contemporâneas e influentes (Ex: costume – consultar os ancestrais);
 Tempo social – fonte da vitalidade do grupo;
 Chefe – sustentáculo do tempo coletivo. Morte do chefe = rutura do tempo, paralisia
de todas as atividades;
 O tempo social, a história, vivida assim pelo grupo, acumula um poder que é maior
parte do tempo simbolizado e concretizado num objeto transmitido pelo patriarca,
chefe ou rei ao seu sucessor.

Os africanos têm consciência de ser os agentes da sua história?


 Excessivas imposições exteriores levaram ao não desenvolvimento de uma consciência
responsável. Mesmo no período pré-colonial numerosas sociedades africanas
elementares, pareciam só ter consciência de estar a fazer história numa escala muito
reduzida;

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 O papel da mulher nas sociedades africanas era mais importante do que em qualquer
outro lugar (Ex: sucessão matrilinear). Consideradas personagens eminentes na
história dos povos.

O Tempo Africano é um Tempo Histórico


 Para o africano o tempo é dinâmico, é o lugar onde o homem pode, sem cessar, lutar
pelo desenvolvimento da sua energia vital. Vontade constante de invocar o passado
(justificação do presente);
 Além de justificação do passado, a história é, também, exortação do futuro;
 Organização da sociedade em classes etárias – essencial no encaminhamento da
história do povo;
 Ideal importante: desenvolvimento a partir das origens.

África Pré-colonial
Antecedentes:
 África Pré-colonial = período da história de África antes do domínio europeu a partir
do século XV;
 Povos da África Subsaariana – ao Sul do deserto do Saara – tinham uma tradição oral
mesmo depois do aparecimento da escrita. As tradições eram passadas de geração em
geração por via oral;
 É por volta do século VI a.C. que os africanos começam a dominar a indústria de
extração de metais (ferro), antes disso viveriam como pescadores;
 As leis que regiam as sociedades eram cumpridas até pelos reis/ governantes, mesmo
quando estes eram considerados divinos.

Reino da Etiópia:
 O nome Etiópia provém da palavra aithiops, que significa “povo de pele escura”.
Segundo a tradição, fora fundado a 1000 a.C. por Menelique, filho de Salomão e da
Rainha de Sabá;
 Por volta do ano 100 d.C. os etíopes conheceram um período de prosperidade devido
ao comércio de marfim e ouro no Mar Vermelho.
 A Etiópia atingiu o seu apogeu no reinado de Azana (300 - 350 d.C.) que facilitou a
implantação do cristianismo. A Igreja tornou-se muito rica e dona de várias terras na
região;
 Assim tanto os sacerdotes como os reis eram governantes dos agricultores. Os monges
desempenhavam um importante papel nas sociedades e os monastérios eram locais
de sabedoria, leitura e produção de escritos;
 No século XVI o reino da Etiópia conheceu um período de violência, devido às guerras
entre cristãos e muçulmanos. A paz só retomou no século seguinte, uma nova capital
foi construída, Gondar.

Reino do Congo:
 Na região do Rio Congo também se desenvolveram várias sociedades com Estados
centralizados, baseados nas atividades: agrícola, pesqueira e pecuária;
 No fim do século XIV, um grupo de estrangeiros dominou os povos ao sul da foz do rio
Congo, estabelecendo ali o Reino do Congo, cuja capital se chamava Mbanza Kongo;

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 Nas aldeias, o poder era exercido pelo chefe da família mais importantes. Acreditava-
se que este era capaz de comunicar com os seus ancestrais, responsáveis pela
prosperidade;
 A partir de 1438 chegaram à foz do Congo, navegadores portugueses (Diogo Cão),
criando uma série de conflitos com os bakongo – povo do Congo;
 Em 1665, os bakongo foram derrotados pelos portugueses na batalha de Ambuíla,
depois disso o reino do Congo entraria em decadência política e económica.

Reino de Axum:
 Antecessor do reino da Etiópia, existiu no século IV a.C. até ao primeiro século. A
capital era Axum;
 A população local era coletivamente denominada habesha. Deriva deste termo a
palavra abexim, que significa habitante da Abissinia, nome que a região manteve até
ao século XX;
 O Reino Axum teve um papel importante no comércio entre o Império Romano e o
subcontinente indiano, servindo de ponte para a troca de produtos entre o ocidente e
o oriente;
 Quando Azana se tornou rei da Etiópia, os axumitas, originalmente politeístas,
passaram a adotar a religião cristã. Prejudicando assim o comércio com povos de
outras religiões;
 O reino Axum entrou em decadência devido à expansão muçulmana e à pressão de
reinos vizinhos. A população foi forçada a isolar-se no interior do território, causando o
declínio da sua cultura.

Reino do Gana
 Localizado onde atualmente fica a Mauritânia, formou-se por volta do século IV d.C. e
destacou-se pela forte produção e comércio de ouro;
 Esse comércio esteve nas mãos dos berberes norte-africanos e depois passou ao Reino
negro do Gana;
 Submetendo vizinhos e impondo tributos e obrigações, o governante do reino detinha,
desde o século VIII, enormes riquezas;
 O reino do Gana enfraqueceu bastante após o século XII, devido à concorrente
produção aurífera de outras áreas, do crescente ataque dos vizinhos saqueadores e do
avanço da desertificação do Saara.

Reino do Mali
 A ascensão do Reino do Mali se consolidou quando o príncipe Sundiata Keita, por
volta de 1230, se tornou soberano do Mali, fixando a nova capital em Niani;
 Ampliando progressivamente seus domínios, no início do século XIV esse reino já
alcança a costa do Atlântico e o interior do Saara e controlava várias cidades e as rotas
comerciais do deserto;
 Ficaram famosas as peregrinações de seus governantes a Meca, a riqueza que
levavam em suas viagens e a fundação de mesquitas e centros de estudo, que reunia
sábios e arquitetos do Próximo Oriente;
 No século XIV, em razão de frequentes saques e invasões, o Reino do Mali foi
sobrepujado por outros, até então seu vassalo, o Reino Songhai.

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Reino Songhai
 Os Songhai, desde 1260 eram dominados pelos Mali, começaram a recuperar
autonomia no século XIV. Sua capital Gao, era uma das mais belas e ricas cidades
africanas;
 Por volta de 1420, os Songhai passaram a atacar o reino do Mali, utilizando a força
militar que se baseava numa ampla frota naval no rio Níger, uma poderosa cavalaria e
uma infantaria de arqueiros;
 A grande expansão do Reino Songhai ocorreu no reinado de Soni Ali (1464-1492). Ali
era aparentemente muçulmano, mas ainda pratica a religião dos seus ancestrais;
 Em 1493, um soberano muçulmano assume o poder, após depor o filho de Soni Ali.
Askia Muhamed, conquistou muitos territórios;
 O governo de Muhamed constituiu o apogeu do reino e, ao mesmo tempo, o declínio
dos Songhai. Foi depois em 1528 pelo seu próprio filho e, em 1591, o império foi
conquistado pelo sultão de Marrocos.

Reino Kush:
 Entre 2600 a.C. e 1700 a.C., o Egito manteve sob controlo as sociedades da região da
Núbia. A partir daí os núbios construíram uma sociedade capaz de fazer frente aos
egípcios;
 Conhecida por Império Kush, essa sociedade reunia uma população
predominantemente urbana, com a presença de um pequeno grupo de letrados. O
primeiro Império Kush sobreviveu cerca de 200 anos;
 Por volta de 1100 a.C., os núbios ergueram o segundo Império Kush. Em 750 a.C.
invadiram o Egito Antigo, de onde foram expulsos pelos assírios, em 663 a.C.. Nesta
época o Império Kush reunia cerca de 500 mil pessoas;
 A sua principal atividade económica era o comércio, sobretudo intermediando o fluxo
de comércio entre a África subsaariana e as sociedades próximas do Mar
Mediterrâneo;
 A partir do século IV, não há mais registos na permanência do Império Kush, que, ao
que tudo indica, foi dominado pelo Império Axum.

O Comércio no Saara:
 Durante séculos, pelo menos até 3000 a.C., o Saara era fértil o suficiente para manter
grupos de agricultores e pastores. A criação de gado era comum nas sociedades
africanas;
 Com a seca do Saara, que afastou os habitantes do local, o comércio entre o Norte e o
Sul continuou. Mercadores enfrentavam o deserto utilizando caravanas comerciais;
 Nestas caravanas panos e objetos de luxo eram levados para sul. Para Norte era levado
ouro, transformado ou não;
 Para atravessar grandes distâncias de até 40 km por dia, os berberes utilizavam
camelos domesticados, que aguentavam ficar dias sem água ou comida. O uso de
camelos revolucionou a economia africana;
 As cidades começaram a surgir. As casas eram edificadas com barro endurecido ao sol,
pois a pedra era coisa rara naqueles locais. Essas cidades serviram de base para os
comércios locais.

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Os Berberes:
 Proveniente da Pérsia, o povo berbere ocupa hoje os territórios do Saara e do Sahel,
no Norte de África. A maior parte deles passou a pertencer à religião muçulmana a
partir do século VII;
 São provavelmente os habitantes mais antigos do Norte de África, tendo sido
mencionados em documentos egípcios do quarto milénio;
 Os berberes estão socialmente organizados em comunidades do tipo patriarcal, os
ikhs. Estas comunidades formam tribos organizadas por conselhos, liderados pelos
chefes das famílias mais importantes;
 Inicialmente sedentários e dedicados à agricultura, muitos berberes tornam-se
nómadas com o tempo, havendo, atualmente, tribos com ambas as características;
 Dentre as principais tribos berberes existentes estão os tuaregues, guanches, rifenhos,
cabilas e outros povos do Saara.

Arqueologia no sul de África


África do Sul:
 É o país do sul de África onde a arqueologia tem maior expressão, teve grande apoio
do governo (séc. XX);
 Criação da SAAS (South African Archaeological Society) em 1945;
 Com o apartheid (1948), a ação da arqueologia no país ficou reduzida a praticamente
nada;
 Em 1994 (retorno da democracia), os arqueólogos da África do Sul passaram a poder
participar, novamente, no Congresso Mundial de Arqueologia;
 Antes de 1960 cerca de 50% das publicações, acerca da arqueologia na África do Sul,
eram de arqueólogos amadores. Estes números vêm a descer (cerca de 10% na
década de 70);
 Os estudos baseavam-se na Idade da Pedra. A Idade do Ferro era como que ignorada
por razões políticas. Por esta razão, a África do Sul ficou conhecida pelas descobertas
de materiais fosseis hominídeos;
 Em 1970 foi criada a SA3 (Southern African Association of Archaeologists), com o
objetivo de formar arqueólogos capazes de assegurar o rico património sul-africano e
criar consciencialização pública;
 Este grupo mudou, mais tarde, para ASAPA (Association of Southern African
Professional Archaeologists) e está mais virado para a proteção dos profissionais da
área e da arqueologia no país;
 Contudo, a arqueologia na África do Sul continua a assumir um caráter,
predominantemente, colonial.

Botsuana:
 A arqueologia do Botsuana é bastante distinta dos restantes países do sul de África,
podemos dizer que começou na década de 40 do século XX;
 A arqueologia não se desenvolveu muito, também devido ao ambiente político da
África do Sul;
 Não teve grande apoio do governo, o que também desencorajou o seu
desenvolvimento;
 Teve grande desenvolvimento na década de 70, após a independência;

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 Durante a época colonial, o Botsuana era considerado periférico, não tendo sido
ocupado anteriormente devido às suas condições climáticas (deserto), isto permitiu a
ausência de estereótipos colonialistas acerca da arqueologia local;
 Nos anos 80 a arqueologia tornou-se uma disciplina académica no país, onde a
etnografia sul-africana ganha grande importância internacionalmente;
 Os estudos incluem comunidades de caçadores-coletores e os Basarwa.

Namíbia:
 A arqueologia do Namíbia centra-se na arte rupestre e estudos relacionados;
 A arte rupestre da Namíbia colocou o país no mapa da arqueologia no século XIX, a
pintura mais conhecida data a 26000 antes do presente.

Moçambique:
 A arqueologia em Moçambique começou no século XVIII, focando-se na Idade da
Pedra, com referências isoladas a pinturas rupestres;
 O país não tem uma longa tradição arqueológica;
 O Departamento de Arqueologia e Antropologia foi criado em 1980 na Universidade
de Maputo;
 Outras instituições desenvolvem interesse na área da arte rupestre do país.

Zimbabwe:
 Foca-se no estudo da Idade do Ferro;
 Alguns estudos criaram grande controvérsia, como a origem de monumentos em
pedra;
 Alguns estudos de épocas recentes foram desencorajados por questões políticas
(censura);
 Mais tarde (década de 80), os estudos arqueológicos passam a centrar-se nas época
pré-colonial.

Arqueologia em África
 Inicialmente o interesse dos europeus em explorar a costa da África era por seu
potencial económico, viajavam em busca de escravos, ouro, marfim, condimentos, etc.
Raramente traziam artefactos produzidos pelos africanos, e provavelmente os
primeiros trabalhos de arte trazidos para a Europa foi no séc. XVI, sendo um grupo de
objetos de estilos híbridos entalhados em marfim por artesãos africanos com temas
europeus;
 No final do séc. XIX início do séc. XX, as expedições europeias retiravam objetos de
contextos diversos e reclassificavam conforme os seus interesses. Hipoteticamente
uma máscara ritual africana podia ser colocada ao lado de uma máscara ritual da
Melanésia e uma vez identificada e descrita a composição material e a forma estética
de cada máscara, os dois artefactos eram classificadas conforme a sua complexidade e
tecnologia. Assim eram estabelecidos estágios hierarquicamente diferenciados de
evolução entre as sociedades das quais os objetos vieram;
 Ignorava-se o contexto arqueológico dos artefactos;
 É neste período (século XIX) que os artistas representantes do cubismo, se
apropriaram da estética africana como inspiração para seus trabalhos, o que nos leva a
pensar que, nesta fase, a arte africana já fora legitimada;

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 O conceito de arte não tem inteligibilidade para os africanos, essa nomenclatura é
ocidental, e não existe arte africana e sim arte da África, pois o continente é extenso e
cada região tem suas peculiaridades;

Cruz de Katanga:
 Poderia passar despercebida, se não fosse o material de que é feita e a sua intrigante
forma de um X;
 “Moeda em cobre” dos baluba, cada haste tem com medida por volta de 23 cm;
 Cruzetas desse tipo foram encontradas em pesquisas arqueológicas realizadas em
dois cemitérios, sendo o primeiro em Sanga (1957 e 1958), situado às margens do
Lago Kisale, e depois em Katoto (1959), próximo à margem direita do Rio Lualaba e
perto de Bukama, a cerca de 130 km de Sanga;
 Essa pesquisa nos remeteu a uma região do território ocupado pelos Baluba desde a
formação dos grandes reinos da África Central no século XVI, conforme a tradição
oral;
 Esse território situa-se na Província do Shaba que antes era chamado de Katanga, o
que explica o nome da peça;
 Essa cruz de cobre foi um objeto recebido como moeda pelos basonge dos baluba,
com exclusividade, sendo depois retrabalhadas por seus ferreiros, as pessoas
consideradas mais importantes depois do chefe;
 A apropriação dessas cruzetas como moeda pressupõe sua importância como símbolo
de poder e de insígnia social;
 Os Baluba atualmente encontram-se situados dentro das divisas políticas da atual
República Democrática do Congo (ex Zaire), ao sul, assim como os sítios de Sanga e de
Katoto, que remontam a um período situado entre os séculos VII e IX da era cristã;
 As ossadas encontradas com cruzetas eram poucas e diferiam das demais, podendo
ter sido os indivíduos dessa minoria, os responsáveis pelo provimento de cobre;
 A partir de todos os objetos de metalurgia encontrados nos dois sítios, concluiu-se
que o trabalho de cobre já havia atingindo um alto grau de requinte;
 Os objetos encontrados nos sítios arqueológicos tais como metais utilizados por
pescadores e agricultores, comparados com a tradição oral mostraram níveis sociais e
políticos complexos e tecnologia sofisticada.

Esculturas de terracota:
 As primeiras produções das conhecidas esculturas de terracota na África foram
datadas entre 500 a. C. e 200 d. C;
 Uma das mais importantes descobertas arqueológicas foi uma cabeça de terracota
encontrada em uma mina de estanho;
 O achado era semelhante a uma cabeça de macaco;
 Pelo fato da peça ter sido encontrada numa comunidade NOK, nomeou-se a cultura
que tinha produzido as peças de esculturas em terracotas de Cultura NOK;
 Características gerais:
o Forma da cabeça - cilíndrica, esférica ou cónica;
o Penteados elaborados;
o Orelhas colocadas em posições variadas;
o Bocas, orelhas, narinas e pupilas geralmente vazadas;
o Olhos às vezes triangulares;

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o Representações humanas são estilizadas e as representações dos animais são
naturalistas.
 Tradição escultórica africana que, durante um período de mais ou menos dois mil e
quinhentos anos, se teria prolongado até na feição plástica e iconológica da cultura
material.

Da evangelização da África à África evangelizadora


 Desde os primeiros contactos, ainda no séc. XV, que a presença europeia no
continente africano se fez acompanhar por campanhas missionárias;
 Em paralelo assistir-se-á à entrada em campo de missionários de outras confissões
cristãs, aduzindo à evangelização de África a tónica de pluralidade confessional que o
cristianismo ganhara na Europa a partir do séc. XVI;
 Ao entrar no século XX, no entanto, apenas 10% da África era cristã. Hoje podemos
dizer que cerca de metade o é;
 Muitos dos africanos convertidos se transformaram em missionários procedendo a
uma readaptação cultural da mensagem;
 Três fatores contribuíram para a missionação a partir de dentro:
o A abolição da escravatura;
o O retorno de missionários à Europa durante a I Guerra Mundial;
o A forte expansão (neo) pentecostal desde os finais do século XX até à
atualidade, onde o importante contributo brasileiro deve ser considerado;
 Compreende-se como mediação missionária, os complexos aspetos da interação
cultural, linguística, cosmogónica e política da relação entre missionários ocidentais -
católicos e protestantes - e as populações africanas. No quadro dessa mediação
merece especial reflexão o papel dos nativos que se tornam missionários. Tudo isto
fazendo parte dos processos mais amplos que marcaram as experiências políticas e
sociais da África, no século XX.

As Duas Áfricas:
 Várias denominações podem ser utilizadas para dividir o continente africano:
o África Branca; África Mediterrânica; Norte de África; África islâmica; África
Setentrional;
o África Negra; África Subsaariana;
 O continente africano é um grande território, habitado por mais de mil milhões de
pessoas, apresenta grande diversidade física, étnica, cultural e económica, fator esse
que contribui para a sua divisão;
 Tem o deserto do Saara como divisor natural;
 As nações que integram a África Mediterrânea são banhadas pelo Mar Mediterrâneo
ou pelo Oceano Atlântico. Apresentam características físicas e humanas semelhantes
às das nações do Oriente Médio. O clima é desértico e a maioria dos habitantes é de
origem árabe e seguidora do islamismo. Apesar de possuir problemas, essa porção do
continente detém os melhores indicadores socioeconómicos da África;
 A agricultura nessa região é desenvolvida nas proximidades do Rio Nilo e na área
denominada Magreb;
 As principais fontes de receitas são oriundas da produção de petróleo, gás natural,
além de vários outros minérios: fosfato, ouro, cobre, etc;

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 O turismo é outra importante atividade econômica na África Mediterrânea, com
destaque para Egito e Marrocos;
 Com população maioritariamente negra, a África Subsaariana apresenta grande
diversidade cultural;
 A pluralidade religiosa é uma característica dessa porção continental, onde há cristãos,
muçulmanos (principalmente na região do Sahel), judeus, além de várias crenças
tradicionais;
 Os diversos grupos étnicos possuem dialetos e costumes próprios, facto que contribui
para a riqueza cultural da África. Porém, em alguns países, vários conflitos armados
são desencadeados por diferentes grupos étnicos;
 As riquezas no subsolo impulsionam a mineração. A África do Sul detém grandes
reservas de diamante, cromo, platina, ouro (maior produtor mundial), entre outros
minérios;
 Outro destaque é a grande produção de petróleo e gás natural nos países da África
Subsaariana;
 O turismo, promovido nos diversos parques naturais, é outra importante fonte de
recursos financeiros;
 Apesar dessa grande riqueza mineral, a África Subsaariana apresenta vários problemas
socioeconómicos e os organismos internacionais não desenvolvem políticas eficazes
para solucioná-los.

Os Manuscritos de Timbuktu
 Durante o período colonial, as famílias de Timbuktu, que tinham o hábito de
colecionar bibliotecas particulares constituídas por manuscritos em pergaminho,
esconderam as suas coleções de modo a protege-las de saqueadores;
 Como tal, estas passaram séculos escondidas no fundo de poços, grutas ou no deserto
do Saara;
 Desde 1964, a Unesco lançou um apelo para a recuperação destes artefactos. A partir
da década de 90 começaram a aparecer (cerca de 200 bibliotecas encontradas), tendo
vindo a ser alvo de projetos de preservação e conservação.

Época de Ouro:
 Timbuktu – cidade a nordeste do Mali e um pouco afastada da margem esquerda do
rio Níger;
 Fundada por volta do século XI pelos tuaregues, impôs-se, no século XIV, como ponto
de comércio importante entre o Sudão e o Magreb. Transitavam por lá escravos
(Gana), ouro (Etiópia) e sal (Mali);
 Foi na época em que África saheliana se dividiu entre os impérios que se converteram
ao Islã e ou outros. Se o dos mossi resistiu à religião de Maomé, o império Songhai
aderiu a mesma. Assim, a expansão dos manuscritos confunde-se com a islamização.

Comércio e conhecimento:
 Todo um saber didático foi conservado nesses manuscritos, desde descrições
pormenorizadas de objetos a teorias sobre astrologia;
 Durante muito tempo o comércio e o conhecimento se desenvolveram mutuamente;
 Estes manuscritos contradizem a tradição oral supracitada, no entanto, a veracidade
das suas informações pode ser questionável;

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 O conteúdo dos manuscritos inclui transições comerciais, temas como religião,
matemática e gramática.

Cerâmica africana
 Semelhanças nas decorações encontradas na cerâmica de produção local;
 OS motivos mais representativos relacionam-se ao escovado (aparecimento de riscos
muito leves como se uma escova mole tivesse sido passada na peça) e ao inciso
(decorações gravadas na cerâmica) das mais variadas formas como o linear, angular e
em arco secante;
 Presentes em vasilhames e nos cachimbos, estes, por sua vez, apresentam desenhos
próximos aos signos associados às etnias vindas do continente africano, demonstrando
que teriam significados importantes, como as escarificações trazidas em seus corpos;
 A comparação de marcas tribais com padrões decorativos em diferentes suportes da
cultura material com significado étnico, somente seria possível quando o conjunto de
amostras é representativo e amplo;
 Quanto a esses artigos e os motivos evidenciados e relacionando com as informações
das pesquisas arqueológicas da diáspora africana, pode-se afirmar sobre a existência
de semelhanças de motivos encontrados – incisos lineares, ondulares e em arcos em
fragmentos de vasilhames e cachimbos – e aqueles associados a africanos e
afrodescendentes por outros autores, ciente que a correlação, de fato, necessita de
dados menos fragilizados.

A importância da arqueologia para o estudo das populações de


origem africana
 A documentação escrita nem sempre traz informações de toda a sociedade, sendo que
uma grande parte da população é ignorada, está ausente ou é marginalizada pela
ideologia do “letrado”;
 Os documentos escritos dos séculos XVIII e XIX são em geral registros eclesiásticos e
administrativos que mostram as populações africanas como mercadoria, ou seja, como
escravos;
 Os relatos de viajantes estrangeiros, neste período, servem aos historiadores como
documento histórico, mas sua narrativa é fundamentalmente europeia;
 Assim, a arqueologia como ciência que dialoga com a história, tem um importante
papel social já que o estudo da cultura material histórica permite conhecer as tensões
sociais e a variedade de situações sociais vivenciadas;
 A arqueologia possibilita que conheçamos populações que não tiveram acesso a
escrita, mas que utilizaram a oralidade como principal forma de transmissão de suas
culturas;
 Além das novas abordagens historiográficas que percebem as populações africanas
como sujeitos históricos, como podemos estudar os africanos e seus descendentes, a
partir de uma perspetiva arqueológica? Através do estudo dos territórios de ocupação
e da cultura material produzida e apropriada por estas populações;
 Os territórios de ocupação das populações de origem africana podem ser classificados
em territórios de ocupação residencial e territórios de ocupação pública. Os primeiros
são territórios de ocupação para habitação com base fixa e material, no contexto rural,

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destinam-se para habitação e produção. Já no contexto urbano servem apenas para
serem habitados;
 Os territórios de ocupação pública têm como características principais o facto de
serem locais de encontro e troca, nem sempre fixos, permeados por códigos
simbólicos de pertencimento, que os diferenciam dos demais. Exemplos deste tipo de
território são os locais destinados ao trabalho (mercados, praças, ruas, fontes de água
etc), ao lazer (tabernas), às práticas religiosas (cemitérios, igrejas de irmandades, etc).
 Quanto à cultura material, são diversos os contextos arqueológicos históricos
escavados que já revelaram a existência de cerâmica (recipientes e cachimbos), cujos
atributos são identificados como pertencentes às populações de origem africana. Os
cachimbos decorados, encontrados em sítios urbanos e rurais, atestam a popularidade
do fumo nos séculos XVIII e XIX; são em geral angulares, feitos de barro, modelados ou
moldados e com decoração geométrica, antropomórfica ou floral;
 Podemos considerar que o mapeamento dos sítios arqueológicos históricos e o estudo
de sua cultura material tornam-se, hoje, fundamentais para interpretarmos as
estratégias de sobrevivência dos africanos;
 A arqueologia histórica tem, neste sentido, um importante papel: o de dar voz às
sociedades e grupos subalternos, no qual somente a produção histórica não consegue
dar visibilidade a complexidade das relações sociais pretéritas.

A Arte Pré-histórica Africana


Técnicas
As gravuras:
 As gravuras encontradas nos locais onde também existem pinturas são, em geral,
anteriores a estas, e a sua melhor técnica surge nos períodos mais recuados;
 Aparecem sobre rochas areníticas menos duras, mas também em granitos e quartzitos,
sendo executadas com uma pedra apontada golpeada com um percutor neolítico;
 Alguns exemplares de percutores foram encontrados nos locais das gravuras;
 Dispondo apenas desse equipamento mínimo, conseguiu‑se grande precisão técnica;
 O elefante de Bardai é delineado com um traço leve e simples; é quase um esboço,
mas mostra o essencial. Já os elefantes de In Galjeien (Mathendous) e de In‑ Habeter II
e o rinoceronte de Gonoa (Tibesti) são profundamente burilados com um traço ao
mesmo tempo pesado e cheio de vida;
 Os entalhes, em forma de V ou de U, têm aproximadamente 1 cm de profundidade,
foram feitos com uma machadinha de pedra ou com um pedaço de madeira bem dura,
utilizando talvez areia húmida como abrasivo;
 Algumas vezes, parece que várias técnicas foram combinadas; por exemplo, a
martelagem delicada e a incisão em forma de V;
 A piquetagem prévia deixou, aqui e ali, traços de asperezas no fundo da ranhura. O
polimento final era acompanhado por um trabalho de cinzelamento;
 Indiscutivelmente, a execução dessas gravuras exigiu por vezes habilidades atléticas;
 No Oued Djerat, por exemplo, há um elefante de 4,5 m de altura e esboços de um
rinoceronte de 8 m de comprimento;
 Acredita‑se que, na África central e meridional, as gravuras de contornos
profundamente entalhados estivessem relacionadas a finalidades religiosas, enquanto
os desenhos feitos com ranhuras mais delicadas teriam uma finalidade pedagógica ou
de iniciação;

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 O refinamento provém do facto de que algumas superfícies, vazadas e polidas com
brilhantismo, representam as cores das peles dos animais ou dos objetos carregados
por eles;
 Encontra-se aí uma prefiguração dos baixos‑relevos do Egito faraônico;
 Com efeito, a figura aparece, por vezes, como um relevo entalhado na rocha vazada
com essa finalidade (camafeu);
 A rocha‑matriz é utilizada de maneira muito apropriada;
 Em seu aspeto global, porém, a técnica começou a decair;
 Já durante o período chamado bovidiano, as gravuras são frequentemente medíocres,
como é o caso das girafas de El Greiribat, entalhadas com piquetagem larga e
grosseira.
As pinturas
 As pinturas não devem ser completamente dissociadas das gravuras;
 Em Tissoukai, por exemplo, há esboços gravados sobre as paredes, sugerindo que os
artistas gravavam antes de pintar;
 Também aqui os trabalhos artísticos exigiam, às vezes, proezas atléticas;
 Em Uede Djerat, há uma pintura do período equidiano com 9 m de comprimento, feita
num teto com uma inclinação abrupta;
 Em alguns sítios do Tassili, como Tissoukai, as pinturas aparecem a mais de 4 m de
altura, como se a intenção fosse evitar as partes inferiores ao alcance do homem; para
isso, foi necessário utilizar escadas rudimentares e até mesmo andaimes;
 As pinturas são monocromáticas ou policromadas;
 No baixo Mertoutek, era usado o caulim roxo; no abrigo da face sul do Enneri Blaka, o
caulim ocre vermelho de tipo sanguíneo; em outros locais, uma paleta furta‑cor com
uma tal combinação de tons que era capaz de recriar as condições e o equilíbrio da
realidade;
 Técnica bastante complexa, tendo sido encontrados vestígios de ateliês. Em In‑Itinem,
por exemplo, pequenas mós chatas e minúsculos trituradores para pulverizar rochas,
assim como pequenos godês de pintura, foram descobertos nas escavações;
 Os pigmentos revelaram‑se muito resistentes, conservando até hoje um viço e um
frescor extraordinários. A gama relativamente rica é constituída de algumas cores
básicas:
o O vermelho e o marrom, provenientes do ocre tirado do óxido de ferro;
o O branco, obtido a partir do caulim, do excremento de animais, do látex ou de
óxidos de zinco;
o O preto, extraído do carvão vegetal, de ossos calcinados e triturados ou da
fumaça e da gordura queimada;
o Além dessas cores, eram utilizados também o amarelo, o verde, o violeta, etc.
 Depois de finamente triturados num almofariz com um pilão, esses ingredientes eram
misturados com um líquido, talvez leite (cuja caseína é uma excelente liga), gordura
derretida ou, ainda clara do ovo, mel, ou tutano cozido;
 As cores eram aplicadas com os dedos, penas de pássaros, com espátulas de palha ou
de madeira mascada, com pelos de animais presos a um graveto por meio de tendões,
e também por um processo de pulverização em que o líquido era borrifado com a
boca;
 Foi através deste último processo que foram realizadas as mãos em negativo, visíveis
até hoje nas paredes rochosas, e que constituem uma espécie de assinatura original
dessas obras‑primas;
 Algumas vezes faziam‑se correções nas pinturas, mas sem apagar os traços anteriores.
É essa a origem dos bovinos com quatro chifres, homens com três braços, etc…;

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 Também nas pinturas as características da rocha eram utilizadas de modo engenhoso,
como, por exemplo, em Tihilahi, onde uma fenda natural da parede se tornou o
bebedouro sobre o qual a manada se inclina.
As joias
 A arte ligada aos adornos não exige uma técnica menos desenvolvida, muito pelo
contrário;
 Algumas contas são de cornalina, rocha extremamente dura;
 As técnicas dos joalheiros podem ser reconstituídas através do estudo dos restos
deixados em diversas etapas do seu trabalho;
 Inicialmente, discos planos eram desprendidos por percussão, depois por fricção;
 Em seguida, uma lasca pontiaguda, grossa e quadrangular era destacada de um bloco
de sílex e servia como buril;
 Sua ponta aguçada era cravada no centro do disco em ambos os lados,
alternadamente, produzindo dois furos alinhados;
 O momento mais delicado do trabalho era fazer os dois furos coincidirem;
 O estilete de sílex transformava-se então numa broca giratória e, com a ajuda de areia
fina misturada com resina vegetal, limava o furo central até abri‑lo por completo;
 Outras pedras igualmente duras (amazonita, hematita, calcedônia) também eram
utilizadas, assim como o osso e o marfim, na confeção de pingentes, braceletes e
adornos para o tornozelo. A pedra‑pomes era usada para polir esses ornamentos;
 Em Tin Hanakaten, foram descobertas algumas brocas de microdiorito no meio de
contas feitas com casca de ovo de avestruz.
A cerâmica
 A pasta para a cerâmica era preparada com uma liga feita com estrume de ruminantes.
A seguir, um cordel desse material era enrolado sobre si mesmo e trabalhado com os
dedos e com um instrumento alisador;
 O gargalo desses potes tem múltiplas formas: anelados, alargados, inclinados, curvos;
 O cozimento devia ser impecável, a julgar pelas cores matizadas que vão do rosa ao
marrom‑escuro;
 O engobe era conhecido, assim como o verniz vegetal, utilizado ainda hoje na cerâmica
da África e para laquear ou ornamentar o assoalho, o telhado ou as paredes das casas;
 As decorações, magníficas, eram feitas com pentes de osso, espinhas de peixe,
impressões de espigas de milho, corda e grãos, com uma riqueza de imaginação que se
expressa através de uma grande variedade de motivos;
 Em Uede Eched, no norte do Mali, fornos de ceramistas agrupados em local isolado
atestam a importância do trabalho desses artífices, que nada ficava a dever à
habilidade de seus congêneres de Es‑Shaheinab, no Sudão Cartumiense.
A escultura
 A escultura também está presente, limitando‑se, no entanto, a miniaturas: um
ruminante deitado em Uede Amazzar (Tassili); um boi deitado em Tarzerouck
(Hoggar); uma pequena lebre com longas orelhas caídas sobre o corpo em Adjefou;
uma impressionante cabeça de carneiro em Tamentit, no Touat; uma escultura de
pedra antropomórfica em Ouan Sidi, no Erg oriental; uma cabeça de coruja
esplendidamente estilizada em Tabelbalet; estatuetas de argila que representam
formas estilizadas de pássaros, mulheres e bovídeos, um dos quais ainda apresenta
dois pequenos ramos à guisa de chifres, em Tin Hanakaten.
Tipos e Estilos
 Em termos gerais, é possível distinguir no Saara três grandes tipos e estilos que
coincidem aproximadamente com os períodos mencionados acima;

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 O primeiro é o tipo arcaico, de tamanho monumental, seminaturalista ou simbolista;
 O homem parece estar ainda sob o impacto das primeiras emoções perante a força
dos animais selvagens que é preciso dominar, eventualmente através da magia;
 Podemos distinguir aí dois estágios;
 O primeiro é o estilo “bubálico”, localizado sobretudo no sul de Orã, no Tassili e no
Fezzan, que apresenta gravuras caracterizadas por um agudo senso de observação;
 As figuras são exclusivamente de animais, em geral de grande porte, e com frequência
isolados;
 O estilo seminaturalista, despojado e austero, limita‑ se aos traços essenciais, feitos
com maestria;
 O segundo estágio se caracterizou por antílopes e argalis, geralmente pintados. Os
homens estão em toda a parte, com suas “cabeças redondas”;
 O estilo ainda é seminaturalista e, às vezes, simbolista; mas as linhas, em vez de
sóbrias, são ao contrário animadas, até mesmo dinâmicas ou patéticas;
 Os ritos mágicos estão próximos; podemos senti‑los nos animais totens, nos homens
mascarados, nas danças rituais, etc;
 As figuras isoladas não são próprias desta fase;
 Existem representações de pequeno porte, mas também frisos e afrescos compostos,
os maiores do mundo;
 Esse estilo, concentrado no Tassili, é visto em cenas que retratam argalis com chifres
poderosos, dançarinos mascarados como em Sefar, a sacerdotisa de Ouanrhet
(chamada de Dama Branca);
 O segundo grande tipo é o da pintura e da gravura naturalistas com figuras de
tamanho pequeno, isoladas ou em grupos;
 O estilo é claramente descritivo. Já se pode sentir que o homem é ativo e que domina
e controla os bovinos, caninos, ovinos e caprino;
 As cores se multiplicam;
 É o Saara das aldeias e dos acampamentos;
 O terceiro tipo estilístico é esquemático, simbolista ou abstrato;
 As técnicas anteriores são conservadas, mas frequentemente entram em decadência;
 As técnicas de gravura, sobretudo, decaem: os contornos são vagos, o pontilhado e a
piquetagem grosseiros;
 Na pintura, porém, o estilo do traço fino, apesar de inferior em certos aspetos ao traço
austero e vigoroso dos estágios anteriores, permite apreender melhor o movimento,
às vezes de três quartos de perfil; ele presta-se bem à estilização e às fórmulas novas;
 A elegância dos traços do homem de Gonoa (Saara do Chade), por exemplo, lembra
um bico‑de‑pena, em que os olhos, as pupilas, os cabelos, a boca e o nariz são
representados com uma precisão quase fotográfica;
 Também a técnica da aquarela permite obter nuances muito delicadas, como no caso
do pequeno antílope de lheren (Tassili) com patas vacilantes, que vem mamar em sua
mãe que abaixa ternamente a cabeça;
 Este género é adequado à estilização de cavalos e carroças, posteriormente de
dromedários, e também do homem que é representado com dois triângulos, como em
Assedjen Ouan Mellen, ou que tem apenas um longo pescoço em lugar de cabeça;
 Existem, portanto, tendências simultâneas à precisão do traço e ao esquematismo
geométrico um pouco descuidado, que se combina, no fim do período, com os
caracteres alfabéticos libico‑ berberes ou tifinagh.
 Um grande número de detalhes, como as selas árabes com contraborraina,
obviamente posteriores ao século VII da Era Cristã, permitem comprovar que essas
composições não pertencem à pre‑história;

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 Existência de certos temas regionais: o carneiro no sul de Orã, a espiral no Tassili, que
não aparece no Fezzan nem no sul de Orã. Em compensação, os temas sexuais
caracterizam sobretudo o Fezzan e o Tassili;
 No que diz respeito ao estilo dos adornos, foram encontrados no Capsiense Superior
ovos de avestruzes gravados com motivos geométricos. Mas é sobretudo ao Neolítico
de tradição sudanesa que devemos os instrumentos e armas artísticas, os esplêndidos
broches de sílex jaspeado, envernizados em verde e vermelho‑escuro, a cerâmica
decorada com linhas onduladas (wavy line), as pontas de flechas de Tichitt, com suas
denticulações cuidadosamente polidas e seu perfeito formato triangular;
 Nas outras regiões da África, a tipologia ainda está a ser estudada;
 A arte do Zimbabwe, menos animada fisicamente que a do Sul, mas carregada de
emoções tumultuosas ou pungentes. Segundo Frobenius, o estilo “cuneiforme” estaria
ligado a uma civilização altamente desenvolvida, e sabemos que na região de
Zimbabwe existiram tais civilizações;
 Também de acordo com ele, esse estilo anguloso e austero foi substituído por um
estilo de traços mais arredondados e flexíveis, mais afetado e efeminado, quando as
sociedades que o haviam inspirado entraram em decadência;
 No Alto Volta, as gravuras rupestres no norte do país (Aribinda) têm um estilo
seminaturalista ou esquemático, enquanto no sul elas são sobretudo de forma
geométrica;
 Também existem pinturas nas cavernas da falésia de Banfora;
 Na África central, as pesquisas revelaram sítios que comprovam a ocupação humana
desde o pré‑Acheulense até a Idade dos Metais;
 Foram localizados alguns centros de arte rupestre: o abrigo de Toulou na região de
Ndele, habitado desde a pré‑história até hoje, e que apresenta personagens
estilizados, pintados de vermelho e muito antigos, e figuras pintadas de branco, com
as mãos na cintura;
 Essa arte tem muito pouco em comum com a do Saara, relacionando‑se mais com as
pinturas da África oriental e meridional.

Os Casos de Angola e Congo


 O início dos estudos sobre o passado arqueológico africano estiveram intimamente
ligados ao colonialismo do final do século XIX e suas intenções políticas e ideológicas
na região;
 Dois tipos de estudos prevaleceram, aqueles ligados a explicar grandes edificações
africanas e, outros relacionados com a origem do homem;
 Os primeiros pretendiam explicar como seres tão bárbaros e primitivos puderam criar
obras tão monumentais;
 O difusionismo – tese formulada no começo do século XX na Europa, consistia na ideia
de que artefactos análogos provinham de um original comum, inventado num passado
remoto e desde então difundido através de contatos civilizacionais ou através de
colonização direta; Na Europa esta tese servia para explicar a expansão do uso de
metais e padrões de habitação;
 Em África ela foi utilizada como uma evidência clara de uma presença europeia
passada na região, algo que servia aos interesses dos colonos europeus, que agora
argumentavam que estavam a retomar o local dos seus ancestrais e, portanto, tinham
o direito de tomar as terras dos nativos e iniciar a colonização;
 O outro foco de estudo foi a idade da pedra e a busca pelas origens da humanidade.
Tema este escolhido para explicar a própria história da Europa, e confirmar teses

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raciais que afirmavam uma evolução das raças, partindo dos mais bárbaros, até os
mais civilizados (os Europeus);
 Ao entrarem em contato com os nativos, os europeus (imbuídos das conceções
evolucionistas) julgaram estar perante sociedades primitivas, semelhantes aos
primeiros seres humanos;
 Esta ideia era reforçada pela tese evolucionista que mencionava a África como possível
berço da humanidade;
 Os arqueólogos esforçaram-se em busca dos vestígios dos primeiros humanos, algo
que encontraram com sucesso não só confirmando a tese de Darwin, como reforçando
a teoria das raças inferiores, constatando a semelhança entre estes e os atuais
africanos;
 Nestas pesquisas, o foco principal dos estudos era de criar padrões, nomenclaturas e
cronologias para os diversos achados, buscando semelhanças entre eles e fugindo de
qualquer maior interpretação sobre os artefactos, seguindo o preceito da Arqueologia
histórico-cultural, na qual os dados falavam por si;
 Num mundo sem a datação por Carbono 14, longas discussões eram feitas para sugerir
datas e locais de origem das peças;
 O passado recente das populações africanas era ignorado, pois acreditava-se que,
além de não possuírem história, viviam num perpétuo estado estático, sem mudanças
sociais;
 Apesar da grande maioria dos envolvidos com a arqueologia neste primeiro período
não serem arqueólogos profissionais, eles replicaram com precisão as ideias principais
da teoria arqueológica em voga até então, mostrando a relação da arqueologia com o
poder colonial e a consolidação do estado nacional;
 Se esta similaridade entre a teoria arqueológica e a prática africana pode ser
constatada neste primeiro momento, o mesmo não se pode dizer do contexto dos
anos 50/60;
 Enquanto nos EUA e na Europa, a Nova Arqueologia surgia e dominava os paradigmas
da disciplina, os novos estados africanos buscaram no viés nacionalista da arqueologia
histórico-cultural a sua inspiração para a consolidação da identidade nacional;
 A arqueologia foi uma das disciplinas mais incentivadas neste período, não somente
por sua estreita ligação com o poder político, mas principalmente como fonte histórica
em regiões com ausência de documentos escritos;
 Os intelectuais ligados aos governos elegeram os grandes impérios supranacionais, e
reinos da “idade do ferro” como foco de sua atenção, com a intenção de se equiparar
aos antigos impérios europeus, mostrando a existência de complexas relações políticas
e sociais no passado africano;
 Porém, muitos arqueólogos não corroboraram com as intenções dos governos,
realizando estudos aparte da doutrina estatal, não confirmando as teses e muitas
vezes contrapondo a estas;
 Ambas iniciativas, no entanto, não conseguiram escapar do escopo teórico ocidental,
discutindo as questões arqueológicas nos termos deixados pelos seus colonizadores,
ao invés de procurarem perspetivas e abordagens próprias e mais significativas para as
diversas realidades locais;
 Em oposição a este momento, as colônias portuguesas permaneceram em regime
colonial. Angola observou um grande afluxo de estudos sobre o seu passado,

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realizados por dois grupos distintos, um ligado ao Museu do Dundo, e outro
diretamente ao Estado Colonial;
 Ambos focavam sua atuação na idade da pedra, sendo o primeiro com um carácter
científico, buscando resolução de problemas pertinentes ao tema, enquanto o
segundo, liderados pelas Missões Antropobiológicas de Almeida, realizavam estudos
superficiais e semelhantes aos do início do século, classificando e buscando
cronologias para os artefactos;
 O Estado Português neste momento enfrentava forte oposição da comunidade
internacional à manutenção do regime colonial, e investiu na ciência antropobiológica
como forma de legitimar o governo e mostrar o seu comprometimento e atuação
junto às populações locais das colónias;
 A arqueologia da África durante o final dos anos 70, anos 80 e 90, passou por
processos de reformulação enquanto disciplina e principalmente uma restruturação
forçada pelas condições de pesquisas possíveis nos diferentes países africanos;
 A euforia e a bonança dos tempos da independência foram bruscamente afetadas por
repetidas crises políticas e económicas que impuseram enormes limitações ao
trabalho dos poucos arqueólogos que trabalhavam de forma profissional no
continente;
 Soma-se a este quadro uma desvalorização da disciplina junto das autoridades, que
não tinham mais interesses nacionalistas e identitários e principalmente, um grande
afastamento do sentido da arqueologia junto das populações locais;
 Os trabalhos que se seguiram buscaram incorporar inovações metodológicas e novas
perspetivas de pesquisa, principalmente os da Arqueologia Pós-processual, como a
Arqueologia História e a Arqueologia Urbana, e enfoque na ação dos indivíduos e dos
artefactos nas sociedades;
 Em Angola a crise da disciplina não foi diferente. Com o cessar da guerra de
independência, o país tornou-se um dos mais trágicos cenários da disputa ideológica
entre capitalismo e o socialismo, culminando numa longa e cruel guerra civil que não
destruiu apenas a pequena estrutura existente, como interrompeu qualquer iniciativa
mais profunda de pesquisa sobre o passado arqueológico do país;
 Durante todo o período analisado, a arqueologia e a história, ao contrário do que
aconteceu em boa parte do continente, percorreram caminhos distintos;
 Infelizmente apesar da farta documentação, não existe pormenores sobre a utilização
dos artefactos;
 Esta ausência dá-se pela natureza da documentação, que diferentemente do Reino do
Congo, “Os portugueses vinham para Angola principalmente como comerciantes de
escravos e como conquistadores, não se interessando, por conseguinte, com as
descrições da terra e das suas gentes.”;
 Mesmo os missionários estavam mais interessados em destruir e condenar os objetos
de culto que descrevê-los;
 Os textos têm o problema de generalizar reinos inteiros e mesmo áreas maiores, sem
discriminação visível das diferenças étnicas e sociais;
 Para o Congo, existe um maior número de fontes, permitindo concluir, por exemplo, a
distribuição dos tecidos de palma na sociedade e o seu significado simbólico como
status social, ou mesmo a utilização de instrumentos musicais antigos e a sua
permanência nas mesmas regiões;

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 O estudo sobre Mbanza Kongo permite confirmar que as linhas de estudos gerais
sobre o continente foram reproduzidas em grande parte no contexto local, sendo a
sua especificidade a tardia independência política;
 Constatamos que num primeiro momento, coincidindo com a cronologia do primeiro
capítulo, que o interesse na região por parte dos historiadores e arqueólogos dá-se
apenas pela sua longa ligação com o cristianismo e uma possível submissão política –
visando em ambos os casos legitimar a presença europeia e colonialista;
 Enquanto os outros países realizam as suas independências e buscam nos grandes
impérios históricos o seu passado histórico, Angola permanece uma colónia
portuguesa, que neste momento se dedica ao estudo da pré-história seja através do
Museu do Dundo ou das Missões Antropobiológicas;
 Assim, Mbanza Kongo é exaltada muito mais pela sua adaptação à modernidade
ocidental e valorização da presença portuguesa na cidade do que pelo seu
reconhecimento como um estado africano poderoso à época dos primeiros contatos
com os europeus;
 Os países africanos deparam-se com uma grande dificuldade financeira que
interrompe as pesquisas arqueológicas em todo o continente, algo que se reflete em
Angola – sendo os trabalhos da época somente de compilação de dados da época
colonial, e pequenas intervenções superficiais;
 Os estudos tomaram duas direções: realizar um levantamento da importância histórica
da cidade e do reino do Congo através de um estudo sistemático da documentação
existente, e realizar um relatório focando nos aspetos físicos da cidade, observando as
estruturas remanescentes e os registrando as tradições orais;
 O relatório conclui que a cidade possui grande potencial para desenvolvimento como
património. Seguiram-se então pesquisas conjuntas entre arqueólogos e historiadores,
buscando elucidar o passado da região;
 Em escavações realizadas em Mbanza Nsundi, foram encontradas quatro datas
representando diferentes períodos – uma para Idade da Pedra, e três para Idade do
Ferro tardia, datando em torno de 1500, 1655 e 1780;
 Em Mbanza Mbata o objetivo foi de escavar um antigo local de mercado e a já
escavada igreja capuchinha (1938);
 Através da datação por Carbono 14 concluiu-se que a ocupação da região ocorreu na
Idade de Ferra tardia.

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