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Cinema

O tempo que vem e o campo que há no


sertão de Bacurau

Por Diego Antonio Perini Milão 09/09/2019 15:54

No espaço entre o eu e o outro cabe uma imensidão. Ou não cabe. Cabe o som que
nos rodeia. Também cabe o silêncio. Cabe só um apartamento. Cabe o sertão inteiro.
Cabe um Brasil que já não cabe em si. Ou não cabe. Cabe um cachorro no quintal.
Cabe um mar com tubarão. Ou apenas uma colônia de cupins a corroer memórias.
Cabe uma canção. Um céu cheio de estrelas. Cabe uma distância daquelas que só se
percorre com a velocidade de um disco-voador. E quando percorrida, deixa de
caber. Não nos cabe.

Mas tudo isso cabe nos filmes do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho (“O
Som ao Redor” e “Aquarius”), que possuem o tema do espaço como um elemento em
comum. E assim também ocorre com “Bacurau”, novo filme de KMF codirigido por
Juliano Dornelles, que recebeu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes deste ano e já
A pode
Carta ser visto
Maior, foi nos cinemas
fundada brasileiros.
em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
2020 completaremos 19 anos. O GOLPE de 2016, nos atingiu violentamente, quase nos levando ao
Há muito mais que estrelas, satélites e objetos não-identificados no universo com o
desaparecimento. Porém, nossos leitores não permitiram que isso ocorresse e nos trouxeram até aqui.
qualprecisamos
Agora Bacurau se abre. criando
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junte-se e dodoação,
a nós com uma microcosmo
para que
possamos crescer e fazer o jornalismo que é necessário e que os próximos
caracterizado pelo vilarejo do sertão de Pernambuco que dá nome ao filme anos nos exigirão. Doe 1 real
por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
expressam, quase como uma metáfora ou alegoria, os espaços culturais, sociais e
históricos que tomarão conta da narrativa do filme.

Bacurau é sobre o sertão, mas, como bem notou Guimarães Rosa, “o sertão é do
tamanho do mundo”. Assim, Bacurau não deixa de ser sobre o nordeste brasileiro,
sobre a riqueza e complexidade de sua formação cultural e humana, mas o nordeste
está sobretudo na linguagem que o filme adota para contar uma história tão
universal quanto sua cena de abertura. O sertão é do tamanho do mundo porque a
partir dele e com ele é possível interpretar e compreender a história da nossa
civilização no âmbito da luta por espaço, da afirmação e preservação de espaços,
nos mais diversos sentidos da palavra. Cabe um mundo todo em Bacurau.

Assim, Bacurau retrata uma história cíclica. Vai de Canudos à Guerra do Vietnã,
passando pelo Gueto de Varsóvia. E vai também de Pernambuco a São Paulo, de
Manaus ao Rio de Janeiro. Vai, mesmo sem ir. Bacurau está aqui do nosso lado,
mesmo estando distante. Bacurau é sobre a Maré, sobre Eldorado dos Carajás, sobre
as reservas indígenas, sobre quilombos, sobre colonização, é sobre a população em
situação de rua no centro de São Paulo, sobre movimentos sociais e revoltas
populares. É, mesmo sem ser. E é também sendo. É sobre violência
institucionalizada, território, identidade, autodeterminação e resistência.

Nesse sentido, é impressionante como o filme pode ser interpretado a partir de


conceitos de filosofia social e política desenvolvida por autores de diferentes
países, em diversas épocas e que pensaram o mundo a partir de uma perspectiva
histórica e das relações humanas (e talvez esteja aqui mais uma prova da
universalidade da narrativa de Bacurau).

Bacurau é o que há no espaço entre o eu e o outro, o outro como objeto estranho,


alienígena, o outro visto desde a Grécia antiga como bárbaro simplesmente por não
ser grego, o outro conceituado por Carl Schmitt como o inimigo que dá suposta
identidade à nação. Bacurau é também a velha relação entre oprimido e opressor,
A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
retratada nas peças e poemas de Bertold Brecht e problematizada na pedagogia de
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
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Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
o filme foi gravado, incluindo os moradores como atores e posteriormente exibindo
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que
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próximos da Cunha
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por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
Guimarães Rosa, permeia a banalidade do mal de Hannah Arendt e a biopolítica de
Foucault até chegar ao campo de Giorgio Agamben.

Como pensado pelo filósofo italiano em seu Projeto Homo Sacer – que nomeia o
conjunto de sua obra recente –, biopolítica e estado de exceção são fenômenos
correlatos, re�exos e, em certo ponto, dependentes um do outro, sendo que o
produto dessa relação é o espaço do campo, produtor de vida nua, onde reside a
figura histórica e completamente atual do homo sacer, o indivíduo entendido como
matável e insacrificável e que está ligado à imposição do poder soberano.

Segundo Agamben, as características de impunidade da matança (impune occidi) e


de exclusão do sacrifício (neque faz este eum immolari), características do homo
sacer que constituem justamente a vida sacra ou vida nua, são situações de exceção.
O impune occidi configura uma exceção do ius humanun, uma vez que suspende a
aplicação da lei sobre homicídio. O neque faz este eum immolari enuncia uma
exceção do ius divinum e de toda e qualquer forma de morte ritual, ou seja, aquela
regulada por um ordenamento jurídico válido.

Com isso, conforme o filósofo, no caso do homo sacer uma pessoa é simplesmente
posta para fora da jurisdição humana sem ultrapassar para a divina, configurando-
se, pelo banimento, uma zona de indeterminação na qual a vida sacra ou vida nua
se caracteriza. Assim, para Agamben, “Soberana é a esfera na qual se pode matar
sem cometer homicídio e sem celebrar um sacrifício, e sacra, isto é, matável e
insacrificável, é a vida que foi capturada nesta esfera”. A vida nua ou vida sacra
constitui, assim, o conteúdo primeiro do poder soberano.

O desaparecimento de Bacurau dos mapas oficiais e dos sinais de satélite enuncia:


Bacurau é o sertão, mas Bacurau é também o campo. O campo como paradigma
biopolítico moderno, o campo como não-lugar, o campo como o espaço próprio do
estado de exceção. E como alerta Agamben, é preciso que se aprenda reconhecer as
metamorfoses e os travestimentos do campo.
A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
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Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
algum modo, como a matriz oculta, o nómos do espaço político em que ainda
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que
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que é necessário mesmo que
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por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
começado a ser escrito há dez anos.

Assim, o fenômeno do campo retratado por Agamben pode ser verificado pelo
esquecimento, abandono e marginalização de determinados territórios pelo Estado
dito Soberano, deixando-os a toda sorte, sem qualquer tipo de proteção e garantia
de qualquer direito, conferindo aos indivíduos que ali residem a vida sacra, a
condição de homo sacer e, como tais, matáveis e insacrificáveis. Mesmo não tendo
cometido nenhum crime, já estão banidos da sociedade civil e dos seus ritos de toda
espécie, inclusive, como não poderia deixar de ser, do devido processo legal. Eis a
insacrificabilidade. A vida dos que residem no campo não é (na visão do Soberano)
um bem jurídico a ser protegido, logo, quem os mata não recebe qualquer tipo de
punição. Eis a matabilidade. Eis o estado de exceção como paradigma de governo.

Bacurau é um retrato dessa política de exceção, que se caracteriza, em um primeiro


momento, por um “deixar morrer”. Mas Bacurau resiste. As instituições ausentes no
vilarejo logo são substituídas por uma forte ideia de comunidade, por uma nova
ágora. A ordem política é substituída por uma ordem humana, que se personifica.
Nesse sentido, é relevante destacar a relação alegórica entre as personagens
Domingas e Carmelita (que morre aos – não por acaso – 94 anos de idade,
representando também o fim de mais um ciclo histórico).

Porém, a resistência de Bacurau não se dá somente com a construção de uma


ordem humana e de um código social pautados em uma democracia participativa,
mas se dá também com anomia. Esse “deixar morrer”, retratado no filme pela
situação extrema da privação à água (muito mais por uma questão política do que
geográfica) e, por consequência – como nos lembra a água que transborda do caixão
de Carmelita – como uma restrição ao ser, levará a uma crise da legitimidade do
poder político e do seu sistema jurídico, com uma consequente “violação” por
convicção das normas do Estado dito Soberano. E com isso temos a personagem
Lunga. Lunga evoca o cangaço, mas Lunga é também um poema de Brecht,
especialmente uma estrofe: “Do rio que tudo arrasta / Se diz que é violento / Mas
A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
ninguém diz violentas / As margens que o comprimem” (ou que o secam).
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
2020 completaremos 19 anos. O GOLPE de 2016, nos atingiu violentamente, quase nos levando ao
No entanto, como
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nossos leitores nospermitiram
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que isso ocorresse sempre
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Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
respondida com repressão. Aqueles que ocupam o governo oficial querem impor a
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que
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exceção no indivíduo
nos exigirão. Doe 1 real
por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
para transformá-lo em homo sacer. A água se transforma em sangue e o estado de
exceção implantado em Bacurau assume um novo ato após a má (ou boa) recepção
que o vilarejo dá ao prefeito: o “fazer morrer”.

 E nesse ponto ocorre uma das grandes ideias do roteiro, que passa a trabalhar
ainda mais com uma distopia de dimensões propositadamente não esclarecidas.
Várias hipóteses surgem no pensamento de quem assiste o filme: seria um jogo ou
uma invasão? Uma guerra civil ou atração turística? Institucionalizado ou
individualizado? Público ou privado? Política de Estado ou exploração comercial?
Mas a distopia que atingirá o Brasil em um futuro próximo também está na
impossibilidade dessas distinções.

O que ocorre em Bacurau não precisa ser uma coisa ou outra, o que ocorre em
Bacurau pode ser tudo isso ao mesmo tempo. Em Bacurau, assim como a água, a
repressão do Estado é também privatizada ou, ao menos, concedida, terceirizada e,
com isso, transformada em mercadoria e em espetáculo. Talvez seja esse também o
motivo das execuções públicas no Vale do Anhangabaú, da qual temos
conhecimento por uma notícia na TV. O que pode também explicar o sistema de
pontos entre os “jogadores” como um mero cumprimento de metas para o
recebimento de bônus no final do mês.

 Nesse pacote neoliberal (ironicamente incentivado até mesmo por funcionários


públicos), a soberania (nesse sentido agambeniano e no sentido originário do
termo) também é concedida. E isso fica claro na sequência de cenas em que
forasteiros brasileiros equivocadamente pensam que podem se comportar como se
americanos ou europeus fossem, como se ainda detivessem a soberania que
acabaram de entregar. O novo Soberano não demora muito para reafirmar o seu
poder de produzir vida nua e logo lembra aos forasteiros do sul do Brasil que
qualquer indivíduo pode ser capturado em sua esfera, qualquer um pode vir a ser
homo sacer, matável e insacrificável, mas somente o Soberano pode decidir quem
assim o é. Soberano é quem decide sobre o estado de exceção.
A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
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porque, ao contrário dos forasteiros, Bacurau possui consciência das suas raízes,
desaparecimento. Porém, nossos leitores não permitiram que isso ocorresse e nos trouxeram até aqui.
Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
não esquece a sua história, preserva a identidade de sua gente e de sua cultura.
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que
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é necessário e que os os museus
próximos não
anos nossão consumidos
exigirão. Doe 1 real
por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
pelo fogo. A educação não é tratada como mercadoria que se carrega na caçamba de
um caminhão, livros são tijolos apenas no sentido figurado e certamente, se
pudéssemos consultar a biblioteca do Professor Plínio, encontraríamos vários
exemplares de Paulo Freire. Quando a educação é libertadora, o sonho do oprimido
não é se tornar o opressor.

Contra esse poder Soberano produtor de exceção, de vida nua, Bacurau retoma a
soberania no sentido original da palavra, defendendo o direito à autodeterminação
de seu povo e estourando em mil pedaços qualquer pensamento (ou não-
pensamento) de quem pretende subjugar a sua gente. Cansados de tomarem
naquele lugar, eles deixam de lado o supositório inibidor de humor dado pelo
Estado para produzir uma sociedade apática e escolhem tomar a pílula de Damiano,
um poderoso psicotrópico. Bacurau decide, assim, pela autodeterminação em
detrimento do marasmo.

No entanto, apesar dos esforços de Malcolm X para nos lembrar que não se deve
confundir a reação do oprimido com a violência do opressor, mais uma vez a
história da nossa civilização tristemente nos ensina que o direito à resistência e à
desobediência civil é rotulado como mera violência por aqueles que pretendem
manter o monopólio da força enquanto repelem qualquer possibilidade de diálogo e
se utilizam de uma real violência mascarada de juridicidade ou missão divina para
impor sua dominação ao outro.

Não devemos cometer o mesmo erro com o filme. Não se deve reproduzir uma das
falas finais de Michael. Seria incorreto classificar Bacurau como violento. Há um
certo paradoxo: quando “Bacurau” se torna graficamente mais violento, ele passa a
ser, na verdade, menos violento.

Bacurau é resistência. Um filme de ficção, mas que poderia ser todo montado com
cenas da história e da realidade atual, essas que são exibidas todos os dias nos
telejornais ou que nos deparamos nas esquinas de nosso cotidiano. Bastaria fazer
A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O
pequenas adaptações, como trocar uma lanterna por um guarda-chuva, por
Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de
exemplo.
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completaremos preciso
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O GOLPE a Constituição
de 2016, de 1988 para isso,
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Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
um disco-voador (nem todos temos a clareza de Damiano).
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que
possamos crescer e fazer o jornalismo que é necessário e que os próximos anos nos exigirão. Doe 1 real
por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.
A opção pela ficção, contudo, permite a entrega de um final aparentemente
esperançoso, mas que não sabemos até quando durará se levarmos em consideração
a história dos levantes populares que aconteceram em nosso país e no mundo. Por
ora, ao menos na ficção, não temos um final em que um governante chega eufórico
ao vilarejo dando pulos e socos no ar para comemorar a morte dos cidadãos.

Assim como há momentos em que temos que nos esforçar para distinguir se uma
cena de Bacurau é real ou apenas ficção, há também momentos da realidade que, se
nos descuidarmos, pensaremos ser apenas uma cena delatada de Bacurau, um final
alternativo que não foi utilizado no filme. Talvez a escolha da pílula certa nos ajude
com essa distinção. De qualquer maneira, essa simbiose que ocorre na mente de
quem assiste o filme não deixa de ser um aviso: a distopia chegou. Ou apenas
voltou. Afinal, enterramos vivos os nossos problemas.

Diego Antonio Perini Milão é Mestre em Direito e Justiça pela UFMG e Bacharel em
Direito pela Unesp

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de


Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 91.
[ii] AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. Tradução de
Henrique Burigo. Belo Horizonte: UFMG, 2007. p. 162.

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