eu gosto, quanto mais você me ilude mais eu te adoro”
Prof. Me. Rebeka Gomes
Mente pra mim Composição: Bigair Dy Jayme, israel Novaes e Matheus Akleixo Mesmo sabendo que tudo pode Olha dentro dos meus olhos acabar E me conta umas mentiras Só pra me agradar Mente pra mim É o que eu gosto Fala que hoje eu tô bonito Quanto mais você me ilude mais eu te Que ainda pensa em mim quando vai adoro se deitar Menina indecente, que finge ser Diz que quando acorda todo dia carente Seu primeiro pensamento pode ser E é desse jeito que eu te provoco que seja eu Mente pra esse cara inocente Mente pra mim Fala que ele ainda vai ser seu É o que eu gosto Quanto mais você me ilude mais eu te O amor da sua vida era eu adoro Não era verdade Menina indecente, que finge ser Eu vou amar doendo, eu vou amar carente sofrendo E é desse jeito que eu te provoco • Embebidos de um desejo visceral de ser desejado pelo outro, nos colocamos numa dolorosa tragédia de estar a mercê do outro, ainda que em posição de uma fantasia “mentirosa”. Mas verdadeira na medida em que enuncia a expressão do desejo em relação ao objeto de amor. INCONSTÂNCIA (Florbela Espanca) Procurei o amor que me mentiu. Pedi à Vida mais do que ela dava. Eterna sonhadora edificava Meu castelo de luz que me caiu! Tanto clarão nas trevas refulgiu, E tanto beijo a boca me queimava! E era o sol que os longes deslumbrava Igual a tanto sol que me fugiu! Passei a vida a amar e a esquecer... Um sol a apagar-se e outro a acender Nas brumas dos atalhos por onde ando... E este amor que assim me vai fugindo É igual a outro amor que vai surgindo, Que há de partir também... nem eu sei quando... Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade" • Até hoje parece que não superamos a busca do amor ideal da herança britânica, dos filmes de Hollywood, dos contos de fadas e das novelas da Globo. • Isto parece gerar nos indivíduos uma falta de algo que não pode existir, por definição. Afinal, o ideal é aquilo que não pode ser efetivado. Credo amoroso 1. O amor é um sentimento universal e natural 2. O amor é um sentimento surdo a “voz da razão” e incontrolável pela força da vontade 3. O amor é condição sine qua non da máxima felicidade O amor é universal e natural? • “Quando dizemos que o amor é universal, estamos dizendo que sabemos reconmhecer em experiências emocionais passadas semelhanças ou identidades com experiências amorosas presentes. Mas a capacidade para reconhecer semelhanças ou diferenças em fatos afastados no tempo e no espaço é ensinada e aprendida como qualquer outra” (COSTA,1998. p.13) O amor é universal e natural? • “A crença da universalidade do sentimento romântico é do tipo das crenças opcionais, não das crenças necessárias” (COSTA,1998. p.15) • “Afirmar que o amor é universal e natural é apenas uma forma de maximizar seu teor de idealização, o que nada tem de reprovável – apenas não significa que amamos por que a “natureza” assim o exige” (COSTA,1998. p.17) EMOÇÃO X RAZÃO • “O amor é seletivo como qualquer outra emoção presente em códigos de interação e vinculações interpessoais” (COSTA,1998. p.17) • “Como todo ideal, o amor tem endereços nobres e salas de espera vip. Não circula a esmo num vácuo de intenções e propósitos. Ao contrário, produz hierarquias de desejos e objetos internalizados no processo de formação de subjetividades. O certificado de espontaneidade sentimental é uma mera vinheta de propaganda de produto ideológico” (COSTA,1998. p.18) AMOR COMO SINÔNIMO DE FELICIDADE • “O amor se tornou fantasmagoricamente onipotente, onipresente e onisciente. Deixou de ser um meio de acesso à felicidade para tornar-se seu atributo essencial” (COSTA,1998. p.19) • “Como fazer da vida o que queremos e não a cópia do que quiseram por nós?” (COSTA,1998. p.22) REFERÊNCIA • COSTA, J. F. Sem fraude nem favor: estudos sobre o amor romântico. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.