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1 ESTADO E REFORMAS NEOLIBERAIS NO CONTEXTO

BRASILEIRO PÓS ANOS 1990

As três concepções de Estado mais aceitas e discutidas pela humanidade são


visivelmente discordantes em suas compreensões quanto a constituição do mesmo.
Porém, elas se assemelham em um aspecto muito singular a elas. Isso porque, todas elas
têm suas fundamentações teóricas totalmente entrelaçadas a historicidade. Logicamente
não podemos entender o presente sem tentar compreender as condicionantes ou
determinantes do passado, isso é necessário porque, segundo Souza (2017), é a explicação
que traz a reconstrução da gênese da realidade vivenciada.
Nesta conjuntura, a formação do Estado brasileiro que perpassa por
acontecimentos históricos internos e externos, e que nos trouxeram a situação atual.
Conforme Sader(2010) esses acontecimentos trouxeram continuidades e rupturas
significativas que mudaram a “fisionomia econômica, social, política e cultural, de forma
profunda e irreversível” (SADER, 2010, p. 11). Ainda segundo o autor, a maior das
rupturas tenha acontecido em 1930 com a ascensão a presidência do sulista Getúlio
Vargas, quebrando assim a hegemonia cafeicultora e leiteira de paulistas e mineiros,
respectivamente, na política nacional.
Neste capitulo discorreremos sobre as interferências e impactos resultantes de
fatores e agentes externos nas políticas públicas sociais e de educação, com ênfase a
política de remuneração de professores. Para tanto, se faz inequívoca a necessidade de
compreensão da interdependência de processos sociais e educacionais para a reprodução
sistemática da realidade, sendo a educação resultado das interferências sociais
empreendidas em diferentes tempos e contextos. Conforme Mészáros (2008)

Poucos negariam hoje que os processos educacionais e os processos


sociais mais abrangentes de reprodução estão intimamente ligados.
Consequentemente, uma reformulação significativa da educação é
inconcebível sem a correspondente transformação do quadro social no
qual as pratica educacionais da sociedade devem cumprir as suas vitais
e historicamente funções de mudança (MÉSZÁROS, 2008, p. 25).

Entender como as políticas públicas, em especial as políticas de educação, são


compostas, segundo Laswell (1936), implica em tentar responder três perguntas: quem
ganha o quê, por que e que diferença faz. Uma análise de políticas engendradas nos
diferentes governos e suas respectivas agendas, juntamente com suas “ideologias”
extremamente implicantes nos diferentes níveis de introdução dessas políticas, pode
corroborar de forma quase que unilateral para entendermos os rumos que a educação do
país tomou e têm tomado.
Nesta perspectiva, a analise do PSPN e a valorização profissional docente,
somente pode ser contemplada mediante o entendimento da complexa relação da politica
publica educacional e a social. Isto porque, as políticas sociais podem, por uma
capacidade dentre tantas, produzir maior bem-estar, aumentando direitos e benefícios a
população mais necessitante da intervenção estatal na busca da redução das desigualdades
socias, ou até mesmo um mal maior, como possível restritividade de direitos e amparo.
Já a educação, assim como a politica publica social, tem, ou pelo menos deve ter, a
incumbência de diminuir a discrepante desigualdade cultural, econômica e social.

a política educacional é uma política pública social, na medida em que


busca a redução das desigualdades, volta-se para o indivíduo – não
como consumidor, mas como cidadão, detentor de direitos, e uma
política setorial, uma vez que se refere a um domínio específico”
(MARTINS, 2010, p. 499).

Por conseguinte, a análise política, social, econômica, em perspectiva


histórica/contemporânea, é uma propositura necessária e inerente de uma política setorial
para a compreensão da valorização dos professores.
As politicas criadas e implementadas a partir da década de 1990 são resultantes
das interferências externas

1.1 Impactos das políticas neoliberais na carreira e valorização dos profissionais da


educação

A sociedade rentista na qual grande parte dos Estados mundo a fora se


alicerçam, dada pela hegemonia capitalista regente que organiza e reorganiza seu sistema
excludente sempre que necessário mediante seus interesses, legitimando-os pela figura
do Estado. Utilizando mecanismos que, asseguram a continuidade de reprodução dada
historicamente, controlando as massas e garantindo o direito a propriedade “[…] o poder
político do Estado representativo moderno nada mais é do que um comitê para administrar
os negócios comuns de toda a classe burguesa” Marx (1993).

No que depreendemos da concepção marxista de Estado, e a própria historicidade


humana corrobora para tal, é que, desde o principio formativo estatal os interesses de uma
classe dominante, mesmo que minoritariamente, sempre prevaleceu, exceto em alguns
momentos. Como no pós-guerra, quando tivemos o surgimento do “Estado do bem-estar
social” que, três anos depois em 1947, construía sua base, não só na Inglaterra, mas por
boa parte do leste europeu (PIERRE, 1995). Mas, não perduraria muito a intervenção
social do Estado, uma vez que, mesmo o Estado promovendo o bem-estar social, ele não
provocou reformas profundas nos módulos operantes do capital, fazendo de certa forma
apenas a regulação e manutenção, permitindo assim a eclosão de mais uma grande crise
do sistema econômico capitalista. Nas palavras de Mészáros (2009)

[...] depois de vivenciar a era dos ciclos, adentrava em uma nova fase,
inédita, de crise estrutural, marcada por um continuum depressivo que
faria aquela fase cíclica anterior virar história. Embora pudesse haver
alternância em seu epicentro, a crise se mostra longeva e duradoura,
sistêmica e estrutural.
E mais, demostrava a falência dos dois mais arrojados sistemas estatais
de controle e regulação do capital experimentados no século XX. O
primeiro, de talhe keynesiano, [...]. O segundo de ‘tipo soviético’ [...].
Em ambos os casos o ente político regulador fora desregulado, ao final
de um longo período pelo próprio sistema sociometabólico 1 do capital.
[...] (MÉSZÁROS, 2009, p. 10, 11).

Dentre as inúmeras crises do sistema capitalista, o ano de 1973, viu o modelo


econômico do pós-guerra cair, momento quando “todo o mundo capitalista avançado caiu
numa longa e profunda recessão, combinando, pela primeira vez, baixas taxas de
crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo”. (ANDERSON, 1995, p. 2).
Mesmo sendo a crise, assim como as demais, um defeito metabólico concedido pelo tripé
de formação do capitalismo, este momento tornasse propicio para que, o plano de extinção
do Estado intervencionista fosse colocado em pratica.

1
O sistema sociometabólico do capital tem seu núcleo central formado pelo tripé capital, trabalho
assalariado e Estado, três dimensões fundamentais e diretamente inter-relacionadas, o que impossibilita a
superação do capital sem a eliminação do conjunto dos três elementos que compreendem esse sistema
(MÉSZÁROS, 2009, p. 11).

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