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Dilemas!!

Uma jovem acabada de sair da universidade,( licenciada em engenharia


bio química) depois de entregar vários currículos num certo dia quando
está num parque a conversar com uma amiga sobre os desejos futuros
em ter profissão, ter casa e formar família, recebe uma chamada de uma
empresa para uma entrevista de emprego. Depois de comparecer na
entrevista e passar pelas diversas fases é admitida.

5 anos mais tarde as amigas encontram-se novamente(clara) ainda


solteira e sem namorado e a amiga(joana) já casada(Tradutora de inglês) e
com um filho(gil) , apresenta o seu marido(Ricardo)(Professor de
Português). Falam conversa normal entre amigas(joana) pergunta a (clara)
sobre a sua vida tanto amorosa como profissional (clara)- responde que é
bem sucedida profissionalmente, mas sentimentalmente sente um
enorme vazio(conta que ao ver o filho dos amigos sentiu ainda mais o
chamamento da maternidade, mas a falta de sorte não tem
proporcionado isso). Joana e Ricardo tinham uma vida plena um segundo
filho a chegar, vida estável, profissionalmente bem sucedidos. Joana- a
melhor amiga de (Clara), convida-a para uma festa no fim de semana
(sexta-feira), no qual iria apresentar um amigo mutuo do casal.

Sexta feira à noite a amiga apresenta o amigo(Carlos que é Psicologo),


também bem sucedido profissionalmente mas sentimentalmente com
pouca sorte. Depois de uma noite agradável os dois ficaram em contacto e
foram falando e saindo de vez em quando. Depois de um ano de
encontros frequentes e quando viram que já havia suficiente
conhecimento para dar o passo seguinte, decidiram que tinham condições
suficientes para ter o seu primeiro filho. Quando (clara) teve certeza que
estava grávida, ligou à amiga para lhe dar a noticia e por fim concretizar
aquilo que tanto almejava (que era ser mãe).A alegria não podia ser
maior, a concretização de um sonho…Até que chega a altura em que faz a
primeira ecografia para ver se está tudo bem com feto e saber se é rapaz
ou rapariga, aquele a quem ia dedicar uma grande parte da sua via,
(dando-lhe muitas alegrias e preocupações). Dirigindo-se ao consultório e
quando assistido pela médica que lhe estava a fazer o exame, ansiosa
como estava ela(clara), fazia as perguntas normais de quem está a gerar
uma vida dentro de si, que é perguntar se está tudo bem e se já era
possível saber qual o sexo criança? Mas essas perguntas ficaram sem
resposta porque a médica responde a (clara): A criança está tímida e não
permite que se consiga ver para já se é menino ou menina, quanto à
pergunta se estava tudo bem, de momento não se vê nada de estranho
por isso a sua criança é saudável. Mas a médica ao fazer o exame notou
algo de estranho e como não acho que fosse relevante ou sinal de algo de
mal e para não por a mãe(clara), ansiosa, achou que devia ocultar, porque
podia ser simplesmente um erro de percepção e que em próximos exames
se repetissem esses sinais poderia com mais certezas e com analises
complementares ajudar a dar um diagnóstico daquilo que viu no primeiro
exame. Dessa forma marcou uma outra ecografia 8 semanas depois.

Entretanto a sua vida continuava com tranquilidade, na mesma rotina de


sempre, até que passadas as 8 semanas (Clara), vai repetir o exame e,
desta vez, a médica notou claramente com um desenvolvimento anormal
dos membros inferiores e superiores, com toda a normalidade (clara),
assiste ao exame e nota o mesmo já visto pela médica, mas pergunta-lhe
para se certificar(desta vez com os sinais claros a médica disse-lhe o que
as duas estavam infelizmente a ver.(médica)- O seu filho, ou melhor é
timidez desapareceu e é uma filha, sofre de um desenvolvimento anormal
dos membros, que é o que se nota logo (infelizmente). Ansiosa e bastante
desanimada com o choque que estava a levar desta constatação do que
via, perguntou à médica?- Sra. Dra. Isto significa o quê, a que se deve isto?

(Médica)- Só com o que se vê, significa que a sua filha será dependente
para sempre se a nível físico, mas vamos fazer alguns exames já que
podem dizer com mais certeza se terá algum tipo de atraso cognitivo
também. (clara)- Via o seu sonho de ser mãe quase cair por terra, com tal
diagnóstico, e perguntava-se a si mesma, o que de pior ainda pode
acontecer? Ficando logo internada para fazer os exames, depois deles
feitos a médica veio falar com ela e dar-lhe os resultados.

Médica- Sra. Clara, depois de termos feito os exames e os tendo repetido


para que não houvesse margem de erro alguma,(clara segura na mão da
médica), infelizmente não lhe queria dizer isto nem você ouvir o que
tenho para lhe dizer, mas a sua filha tem um atraso cognitivo de 80%.
Clara- O que significa Sra.Dra.?

Médica- A sua filha sofre de uma doença rara que afectou o


desenvolvimento dos membros a nível ósseo e muscular e na parte do
cérebro a sua filha só conseguirá gesticular pequenas palavras e terá uma
visão muito reduzida.(Clara, já acompanhada do marido durante este
período de tempo). Médica- Se optarem por deixar vir ao mundo a criança
ela será praticamente dependente a 100% de vocês ou de quem estiver
com ela, terão de abdicar de praticamente tudo em prol do
acompanhamento da vossa filha, podem optar por abortar e é possível e
aqui não são postas questões algumas, veremos se este problema é
genético, se não o for o próximo filho será saudável, a decisão é vossa,
vou dar-vos tempo para decidirem.

A questão de abdicar das carreiras de sucesso para tomar conta da filha,


ou ter alguém a fazer isso por eles(os pais), eram algumas das perguntas
que se punham, se caso decidissem levar a gravidez até ao fim. Mas o
mais pertinente no momento era arranjar forças para lidar com o choque
que acabaram de ter. Sentiam-se impotentes perante tal situação,
recorrem aos seus melhores amigos onde procuram um pouco mais de
conforto,(os quais ao saberem do sucedido mostraram a solidariedade,
total e apoio em qualquer decisão que(Clara e Carlos), tomassem.

Entretanto os testes genéticos foram feitos a eles e a familiares próximos


(os pais), o resultado deu negativo, por isso uma nova esperança aparecia.

A médica informa o casal;- Tenho boas noticias para vocês, os testes


genéticos foram feitos e os resultados foram negativos, significa que se
decidirem partir para o aborto, o vosso próximo filho não terá problema
algum, o que aconteceu com a formação deste feto foi algo muito raro
que muito pouco ocasional numa relação de 1 em 100.000, uma mutação
dos genes que provocam estas mal formações, por isso agora vossa
decisão creio que está mais facilitada.

Depois de pensarem um pouco sobre o caso e já com menos pressão e


aliviados, vão informar a médica da decisão;- Sra.Dra. pensamos e o
melhor para o ser que está a ser gerado na barriga da minha companheira
é não vir ao mundo para sofrer, principalmente com as condições físicas e
mentais que apresenta, por isso a nossa decisão é fazermos o aborto
desta gravidez.

O aborto feito, dias depois, Carla passa por um periodo de recuperação


física e psicológica de tudo o que tinha acabado de passar.

A normalidade volta, bem como a rotina do trabalho e casa e algumas


saídas, para ajudar a desanuviar a cabeça do casal.

Meses mais tarde, começam a programar ou melhor a falar em ter um


filho, algo que foi aceite de bom grado pelos dois, porque Carlos queria
ser pai mas muito mais que isso, Carla via o tempo a passar o seu desejo
de ser mãe que tanto queria não se concretizava. Carlos muito atencioso e
gostava de agradar ao máximo à sua companheira planeou o dia em que
isso iria acontecer, que seria na sexta-feira seguinte, porque foi numa
sexta-feira, o dia em que eles se conheceram (estávamos numa terça-
feira).

No dia seguinte(quarta-feira), Carla preparava-se para ir para o emprego


como fazia todos os dias, mas deparou-se com o carro avariado, teve de ir
de transporte público(metro), que ficava perto do seu emprego. Quando
se preparava para passar a passadeira, um automóvel aparece
desgovernado a alta velocidade e atropela as pessoas que estavam na
altura na passadeira, uma delas foi Carla que ficou com várias lesões
internas e externas. Transportadas todas as pessoas de urgência para o
hospital, Carla era a que inspirava mais cuidados, depois de ser submetida
a várias operações devido às hemorragias internas, houve, devido às
graves lesões, para não falar de bacia, pernas e clavícula partidas, o que
levou ao seu internamento para monitorização durante cerca de dois
meses. Durante esse período de tempo estiveram sempre presentes os
seus melhores amigos(Joana e Ricardo).

Na altura em que estava prestes a ter alta hospitalar, o médico que a


acompanhou dirigiu-se a ela e ao marido e disse-lhe o que tinha
acontecido(Carla tinha sofrido de um episodio de amnesia e não se
recordava de quase nada. Médico;- A Sra. Sofreu um grave acidente e teve
de ser sujeita a varias intervenções cirúrgicas internas devido as
hemorragias causadas pelo mesmo, os resultados mostram que
infelizmente o seus órgãos reprodutores ficaram gravemente afectados e
não poderá ter filhos. Infelizmente não há outra forma de lhe dizer isto,
pode parecer demasiado insensível mas é o que é. Existe outras formas
para poder ter que será a adopção ou utilizar uma barriga de aluguer(a
cada palavra que o médico dizia, Carla esvaia-se em lagrimas, de tanta
tristeza e azar que estava a ter por ainda não ter conseguido concretizar o
seu sonho, e desta forma ser muito mais difícil conseguir, porque das
opções possíveis nenhuma seria a ideal, porque o filho não seria na
totalidade gerado pelo casal). O médico termina;- Para a sua recuperação
emocional temos o nosso departamento de psicologia que vão ajudá-los a
conseguir recuperar e a lidar com a situação, caso pretendam, agora
aconselho o maior descanso possível em casa.

Meses depois de estar a recuperar em casa dos danos físicos e o casal das
varias sessões que recorreram para recuperar a estabilidade emocional
(muito complicado de o fazer nestes casos), mas com o apoio do seu
companheiro e dos seus melhores amigos, que sempre estiveram
presentes para o que fosse preciso, começaram a pensar na melhor forma
de serem pais, se através da adopção ou a utilização de uma pessoa
estranha que estivesse disposta a gerar um filho para eles.

A adopção era um caminho muito longo, que poderia levar muitos anos a
se concretizar, por isso, essa opção ficou logo posta de parte. Restava a
barriga de aluguer, mas sempre fez confusão uma pessoa estranha criar
um filho para ela, devido à sua impossibilidade de o gerar.

Eis que (Joana), a sua melhor amiga se oferece para ser a pessoa (que se
Clara aceitasse) geraria aquele que seria o filho de(Carlos e Clara).

(Joana e Ricardo), falam antes de Joana se mostrar disponível para ser a


pessoa que vai gerar o filho (Carlos e clara). Ricardo:- se eles são os nossos
melhores amigos e estiveram presentes sempre que possível para quando
nós precisássemos e infelizmente não tiveram tanta sorte como nós e
querem ver o desejo deles concretizado, porque não ajudar nesta altura,
lembra-te que os apoiamos nos piores momentos, agora podemos dar-
lhes momentos de felicidade, porque não? Tens algo contra? Joana;- Não,
a questão é eles aceitarem, e de que forma isso é concretizável, de uma
relação natural até eu engravidar, e tu aceitavas essa situação? Ricardo;-
(pensativo mas com vontade de ajudar), vamos falar com eles a ver o que
decidem? Ou será que escolhem a outra hipótese, mas se Carlos é
saudável o que eles vão decidir? Joana;- se decidirem ir pela forma
natural, não terei alguma ligação a ele(Carlos), simplesmente estarei com
ele o tempo que for o necessário para quando vir que estou grávida deixar
de ter ligação a ele. Vejo-te um pouco apreensivo por isso, mas repara que
eles irão sentir o mesmo receio e nenhum sentimento vai haver, vamos
falar com ele, pode ser? Ricardo:-Sim, é verdade estava apreensivo, e se
me dizes que não vai haver ligação alguma, só a essencial, então
falaremos com eles.

Dias depois os casais encontram-se em casa de (Ricardo e Joana), expõem


as situações e falam abertamente sobre os anseios das escolhas, mas
ficam dissipadas as duvidas do quatro, e a escolha recai sobre a forma
natural para conceber o filho de (Carla e Carlos). Mas os sentimentos
estão em todo o lado e aparecem a qualquer momento. O processo
começa, depois de um mês a certeza aparece, -Joana- está grávida.

Carlos teve uma relação física durante um mês para conceber o seu filho e
de Carla também, mas não se consegui abstrair do sentimento que criou
por Joana embora se vejam poucas vezes, e não partilhe isso com Carla,
acreditando que será algo passageiro, e gostando da mesma forma da sua
companheira.

A gravidez de Joana com o passar dos meses continua sem problema


algum. Os filhos de joana, com 4e 5 anos, começam a fazer perguntas à
mãe-Gil, pergunta: mãe vou ter mais um mano ou outra mana? A irmã
mais nova faz a mesma pergunta.(Joana: não sabe o que dizer, porque os
filhos de 4 e 5 anos não iam entender porque esta situação estava a
acontecer e que no final nem iam ver o irmão ou irmã. A gravidez chega
ao fim e chega a altura do parto, decorre sem problemas e nasce uma
menina saudável e forte. Mas eis que outra questão se põe, -joana-
continua com a criança o tempo suficiente para amamentar
naturalmente, ou Clara não vai querer? Pergunta essa que é colocada a
Carla, ao que ela responde: Joana continua com a menina para a
amamentar, porque o leite materno é muito melhor. (E assim foi durante
os 4 meses seguintes).

(Mas o inesperado ou esperado estava prestes a acontecer).

-Joana- depois de ter gerado e amamentado a filha que foi concebida com
Carlos, não se sentia preparada para a entregar a Carla, tal foi o
sentimento e amor que as uniu durante este tempo todo, para não falar
do sentimento que sentia por Carlos, que é o filho de eles(Joana e carlos).
A questão, mais uma é qual a reacção dos filhos, que sempre acharam que
iam ter um novo irmão ou irmã. E Carla, o sonho dela de ser mãe parece
estar prestes a desaparecer, com a aproximação natural de Joana e
Carlos, como vai ser resolvida esta situação? Quanto a ricardo e Carla no
meio deste turbilhão de emoções e enormes incertezas?

Mas vamos por partes:

Clara, sentia um ligeiro afastamento de Carlos, mas com toda a


naturalidade, Ricardo, sentia o mesmo, porque Joana com o tempo em
que esteve gravida e o tempo em que Carlos esteve próximo de Joana,
durante o mês até sentir que estava a começar a gerar uma nova vida
dentro de si, Ricardo sentiu ainda mais agora o afastamento, porque o
havia mesmo, e ele sentia um grande sentimento de culpa por ter aceite
esta forma de ajudar Carla, e com tanta insegurança que já tinha à altura,
agora tornou-se realidade, o que fazer agora, se é que ainda era possível
recuperar o amor de Joana?

Lentamente carla aproximava-se de Ricardo, os dois sentiam que tudo


lhes fugia e o que havia na vida amorosa entre eles e os seus
companheiros estava prestes a desmoronar-se, isso fazia com que eles
procurassem um ombro amigo para se consolar, dessa forma os
sentimentos entre eles foram crescendo. Começaram com encontros
esporádicos a ser mais frequentes, mas nunca deixando de pensar nos
companheiros e na filha e em ganharem coragem para resolver pela
melhor forma o que os unia.

Para que a situação que estava a acontecer, não se prolongasse por muito
mais tempo, decidiram juntar-se os dois casais e resolver por fim o que se
arrastava já há algum tempo, sabendo desde logo, que os casais já não
sentiam o mesmo amor que sentiam, antes da gravidez que traria a Carla
finalmente o desejo de ser mãe, mesmo sendo desta forma. O amor tinha-
se partido porque, agora Carla e Ricardo, estavam muito mais próximos e
Carlos e Joana, com o processo que houve para ter o filho que seria
dele(Carlos e de Carla), aproximou Joana a Carlos e Ricardo a Carla.

Com os sentimentos a trocarem-se a separação dos casais era inevitável, a


grande questão era com quem ficaria a filha, porque Joana não queria
abdicar da filha que gerou e pela qual tinha um grande sentimento, claro
que Carlos, cria ficar com o filho que concebeu com Joana. Os ânimos
chegaram a estar varias vezes exaltados, até chegarem a um consenso,
mas como adultos que eram e depois de vários acordos que não foram
fáceis de encontrar, finalmente todas as questões acabaram por ter uma
resolução.

Então foi assim que aconteceu o dialogo entre os quatro…

-Joana: Não abdico de ser a mãe legitima da minha filha concebida com o
Carlos, não houve nem há papel algum a me obrigar a dar-te (Carla), a
filha, eu amo-a muito e gosto imenso de Carlos.

-Carlos: Eu sinto o mesmo, tanto à minha filha como à mãe, por isso
vamos ficar com a menina e vamos viver juntos os três.

-Carla: sinto muito, uma amizade tão forte tenha terminado desta forma,
a minha melhor amiga disponibilizou-se em ajudar-me sempre e eu
também a ela, e ela me ter tirado duas das coisas que tanto desejava, ser
mãe e o meu companheiro de quem tanto gostava.

-Ricardo: Eu acho que fui o maior culpado nisto, porque se não tivesse
aceite que tu (Joana), fosses a barriga de aluguer da filha que seria de
ti(Carla), isto não teria acontecido. Naturalmente criaste um amor enorme
à criança e depois a ele (Carlos), pelo tempo que passaste com ele e claro
que um mês podia não ser nada, mas foi o suficiente para depois
desenvolverdes um relacionamento. Assim sendo os filhos nossos passam
a viver comigo e com a Carla e se não aceitares parto para um processo
em tribunal, acordamos as vezes que os vês e a filha tua e de Carlos, nos
primeiros tempos ou sempre que estiver connosco estarão o três sempre
juntos, porque sempre pensavam que seria um irmão ou irmã e não
perderão esses laços entre eles, concordas?

-Joana: Sim, longe de mim querer magoar as crianças, elas não tem culpa
dos erros dos adultos.

Amizades partidas, apenas se encontravam para o essencial para que os


filhos não sentissem a falta da mãe, nem estranhassem a situação o que
seria difícil. Com os casais trocados, havia uma situação que não estava
resolvida o desejo de Carla de ser mãe, tinha os filhos de Ricardo mas não
era a mesma coisa. Embora Ricardo, a tentasse convencer que, devido à
sua condição podia ficar com eles como se fossem adoptados, mas Carla
tinha um argumento que tirava tudo que lhe diziam quanto a essa questão
não vingar, era serem filhos da sua amiga que lhe fez o que aconteceu, e
contra isso Ricardo, não conseguia dizer nada.

Qual seria a opção que fazia com que Carla, se sentisse realizada nesse
aspecto, só restava a adopção, mas era um processo longo e complicado.

Mas começam esse caminho, e continuam a sua vida de casal


normalmente, sempre pensando que nada poderia a acontecer, até que
Carla, como teve o grave acidente e lhe disseram que não podia ser mãe,
embora não tivesse os sinais de poder estar mas, certo dia começou a
sentir enjoos. Esses sinais aconteceram com mais frequência mas, achou
estranho porque além disso mais sintomas não sentia, até que decidiu ir a
um médico, poderia ser outra coisa qualquer. Chegada ao hospital o
médico foi a primeira pergunta que lhe fez se fazia a sua vida normal
como casal. ~

-Carla: Sr.Doutor, tive um acidente agrave e disseram-me que não podia


ter filhos, porque tive lesões graves no útero.

-Médico: Esses sintomas são de quem está gravida, mas vamos fazer
analises e ver o que realmente isso é.

Horas depois chegam os resultados.


-Médico: A Sra. Tem um grave problema,(Carla apreensiva, pensa o que
será agora)? – você está grávida!

-Carla: Como pode ser possível?!!!

-Medico: Tão simples quanto isto, você fez por isso, e o diagnóstico dos
meus colegas felizmente estava errado, marcamos já uma ecografia para a
próxima semana, para ver como está a decorrer a gestação, porque já tem
5 semanas esse ser que se está a desenvolver dentro de si.

Carla não podia estar mais feliz, chega a casa e diz a Ricardo, e vão
celebrar o acontecimento com um jantar romântico.

-Carla: espero que este seja o inicio de momentos de felicidade depois de


anos de tristezas e desilusões?

-Ricardo: vais ver que isso vai acontecer, tu mereces ser feliz, e tudo que
poder fazer para que se concretize isso farei.

-Carla: estás a dar me aquilo que sempre desejei um filho e ser mãe! Foi
isto que sempre desejei e agora contigo a meu lado, espero que tudo dê o
mais certo possível!

Será que as coisas vão acontecer como Carla sempre desejou??

Os dias passaram, e Carla foi fazer o exame tal como o médico tinha
marcado. Ansiosa, Carla esperava que estivesse tudo bem a decorrer com
a gestação, daquele que seria o seu filho que sempre desejou ter e claro
ser mãe.

-Carla: Sr.Dr. como está o meu filho, está bem, é menino ou menina?

-Médico: A sra. Esta muito ansiosa, relaxe, compreendo que depois de


tudo o que passou esteja assim mas, vamos fazer a ecografia e vou-lhe
tirar todas as dúvidas! O seu filho não tem problema algum, que se
detecte aqui, ainda não dá para ver se é menino ou menina, mas o
importante é que o seu desenvolvimento é normal para as semanas que
tem.
Na próxima(ecografia), já se conseguirá ver se não for tímido, por isso tem
razões para estar contente, e retire essa ansiedade que não ajuda nada.

-Carla: Obrigado sr.dr. assim estou mais calma, uma pergunta mais, qual é
o seu nome?

-Médico: é uma pergunta que faz sentido, porque eu a seguirei neste


processo até ao fim da sua gravidez, já agora o nome da sra. Se não se
importa? Ah, o meu nome é Luís.

-Carla: O meu nome é Carla e espero continuar a ouvir boas noticias de si,
sobre o meu ou a minha pequena, que está a crescer dentro de mim.

-Luis: Assim espero fazer, vemo-nos daqui a várias semanas para


monitorar o desenvolvimento desse pequeno ser.

As semanas os meses iam passando e Carla, ia fazendo a sua vida normal,


e ir ao hospital para ver como ia o desenvolvimento da vida que estava a
criar dentro dela. Não havia nada de errado, e estávamos já dentro do
mês em que ela ia dar à luz e seria a questão de dias, para isso acontecer.

Eis que chega o dia esperado…

Eram quatro da madrugada, Carla sente que está a acontecer e diz a


Ricardo, para a levar ao hospital, porque seria uma questão de horas, até
que isso acontecesse, então Ricardo, acompanhou-a e também estava
ansioso. Chegados ao hospital, o médico que estava de serviço era, Luís,
mas Carla, não estava concentrada em ver as pessoas, mas sim em saber o
que estava a acontecer e se ia estar para breve, porque os sinais eram
cada vez mais fortes. Examinada foi visto que o feto estava pronto para
ver a luz do dia, dessa forma e para a mãe não estar a sofrer, provocaram
o parto. E assim, o parto aconteceu com naturalidade, e sem a mãe sofrer
muito.

Carla tinha dado à luz um rapaz saudável, e forte, pesava 3,5kg, Ricardo
irradiava alegria, para ele era o 3º filho, mas cada um era uma alegria
diferente e este além de ser seu, era um concretizar dos sonhos que Carla
tinha desde sempre.
Feitos todos os exames a ele (filho), e de a mãe estar recuperada, foram
para casa onde ia estar com ele o tempo que fosse preciso e acompanhar
no seu crescimento.

Numa conversa normal, sobre qual o nome que seria dado ao filho, o casal
chega a um consenso e dá-lhe o nome de Rodrigo. Assim a família tem o
novo membro, e desta vez, finalmente, o desejo de Carla, de ser mãe
torna-se realidade.

Entretanto a felicidade reinava entre a família, durante meses nada podia


acontecer que mudasse isso, e era assim que sempre foi desejado.
Rodrigo, já tinha um ano e estava prestes a ir para a creche, Ricardo foi se
informar no infantário, para saber o que necessitava para a matricula de
seu filho e outros pormenores, mas no caminho para casa teve de ir ao
banco. Não estava ninguém no banco(clientes), quando estava a ser
atendido entra um grupo de assaltantes que sequestram Ricardo e os
funcionários. Mas um funcionário conseguiu accionar o alarme e em
poucos minutos a policia chega, e através das camaras de vigilância,
conseguem ver a posição das pessoas e quantas estão lá dentro.

Dois atiradores são posicionados num prédio para tentar neutralizar ou


abater os dois assaltantes, quando tem boa visão sobre os mesmos,
disparam e abatem os assaltantes, mas um não morreu no imediato e
acabou por ter força e disparou sobre Ricardo ferindo-o gravemente, que
acabou por morrer durante o transporte para o hospital, chegando lá sem
vida.(Carla, ainda de nada sabia, como seria a sua reacção a este trágico
incidente que levou a vida de seu companheiro, deixando órfão seu filho,
de muita tenra idade(1 ano), e que não conheceria o seu pai.

Carla é informada quando o seu companheiro chega ao hospital,


recebendo uma chamada de lá a informar o sucedido, fica em estado de
choque e tem de ser levada também para o hospital, para fazer a
recuperação do seu estado psicológico. O filho dela fica numa assistente
social, enquanto Carla não recupera, porque não tem familiares para
ficarem a cuidar dele, embora Carlos e Joana se oferecessem mas devido
ao sucedido Carla negou a ajuda. Os filhos que Ricardo tinha de Joana,
passaram a ficar com a mãe visto que o pai morreu, (recorde-se que os
filhos de Ricardo, estavam a passar uns tempos com a mãe quando da
morte do mesmo).

Tarefa difícil para Joana, explicar o que tinha acontecido ao pai, e que
nunca mais veriam o pai, mas com tempo e muita paciência iria por
acontecer. Ela também sofria, embora o sentimento fosse muito menor
por ele, mas nunca deixava de ser o pai dos seus filhos.

Como lidaria Carla com um filho, e sozinha para o criar, o que ela faria
quando tivesse recuperada de tudo o que se passou na sua vida, capaz de
seguir em frente só ou procurar alguém que aceitasse viver com ela e
aceitar aquele como filho dele?

Mas entretanto, os dias, as semanas passam e Carla vai lentamente


voltando ao normal psicologicamente, agora o que lhe dava ânimo para
viver era o seu filho, (Rodrigo).

A recuperação de Clara, demorou semanas, mas nunca ficou mentalmente


a 100% por tudo o que tinha passado nestes anos, a única coisa positiva
no era o seu filho, aquele que a fazia manter “viva” e com vontade de
seguir em frente. Aconselhada pelos especialistas a não participar no
funeral de Ricardo, porque a ia deixar mais abatida, e a tirar uns meses de
licença do seu trabalho, porque não tinha condições para desempenhar,
embora ela achasse que seria um escape e uma ajuda na sua recuperação.

Com o tempo só para ela e para o filho, muitas vezes pensou no futuro e
como ele seria difícil sozinha, só com o seu filho e não ter ninguém para
lhe dar apoio, mas punha várias questões a ela mesma. Será que estarei
preparada para ter mais tristezas e desilusões, terei força sozinha para ir
em frente com o filho(nesta altura com 2 anos), a precisar de alguém que
preenchesse o lugar do pai, e se aparecesse essa pessoa aceitaria o filho
como se fosse dele e lhe daria aquilo que ele precisaria a nível de
sentimentos, carinho e afecto?

Lembram-se de Luís, o médico que acompanhou Clara durante o período


de gravidez? Ele esteve a trabalhar naquele final de tarde, em que Clara,
teve de ir para o hospital devido à trágica morte de Ricardo. Mas ela não
se recordava porque no seu estado não havia lucidez suficiente para ter
noção do que se estava a passar. Luís ficou bastante solidário com ela, por
a ter acompanhado naquele período de felicidade anterior e agora,
sabendo da perda que acabava de ter, mas tinha perdido o contacto com
ela e não sabia onde encontrar, não por ter interesse sentimental nela,
mas se a encontrasse(o que seria difícil) prestar-lhe o seu apoio caso ela
aceitasse para o que necessitasse.

Carla num fim de tarde passeia com o seu filho, num parque quando é
abordada por Luís, no imediato ela não o reconhece, mas depois
apercebe-se de quem ele é. Falam durante algum tempo e ficam com o
contacto um do outro, outros encontros se seguiram e a amizade entre
eles vai-se fortalecendo até que ficam muito bons amigos. Carla precisava
de um suporte, alguém com quem pudesse partilhar bons momentos e
ajudá-la com Rodrigo (seu filho), mas estava muito céptica, nessa questão
porque achava que seria mais uma experiencia negativa e
psicologicamente não estava preparada para isso. Mas nunca foi algo que
não tivesse desejado e dessa forma explica-lhe:

-Carla: eu não ponho de parte isso, só e com um filho para criar, ser mãe
não é fácil, mas como deves compreender de momento não estou
psicologicamente preparada, mas continuamos a nossa amizade tal como
é e no futuro pode ser, o que dizes?

-Luís: compreendo, e quero te apoiar em tudo o que for necessário, assim


sendo continuamos consoante estamos e mais à frente pode ser que haja
condições para que isso seja possível.

A ligação nunca se perdeu entre os dois, mas no presente Carla, não sentia
a necessidade de ter alguém consigo, o seu estado psicológico foi
melhorando, sentiu que tudo o que desejou já tinha, ser mãe e ter um
filho que era dela finalmente. Achou que realmente a única presença com
ela já a a tinha para continuar e não precisava de mais ninguém, ter um
filho e voltar a trabalhar seriam as coisas que a preenchiam e necessitava.

Como dizer isto a Luis, ele entenderia? Carla decidiu falar com ele para lhe
tirar as esperanças.
-Carla: depois de muito pensar, e consciente da minha decisão, decidi
dizer-te que, não vale a pena esperares por mim, porque vou seguir a
minha vida unicamente com o meu filho, e se num futuro o destino nos
juntar será um gosto mas nos próximos tempos, isso não vai acontecer,
lamento!

-Luis: Lamento ouvir isso, mas compreendo e espero que no futuro o


destino nos volte a juntar, com a possibilidade de passarmos a vida juntos!

A separação inevitável, Carla não se queria voltar a magoar, mas esta seria
a melhor decisão que poderia tomar no momento, perante tudo o que
passou. Será que conseguiria passar o resto da vida sem ter alguém a seu
lado, e se isso acontecesse seria Luís, ou outra pessoa que iria ser o seu
companheiro nos anos seguintes, quando o destino quisesse que Carla
deixasse de estar só e passasse a ter a companhia de alguém?

Alguém consegue passar semanas, meses, ou anos sem ter a companhia


de um ou uma companhia, partilhar tudo em conjunto?

Fim

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