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Santa Maria, RS
2016
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Santa Maria, RS
2016
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_______________________________________
Larissa Degliuomini Kirchhof, Dr.ª (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_______________________________________
Rogerio Cattelan Antocheves de Lima, Dr. (UFSM)
_______________________________________
Évelyn Paniz (UFSM)
Santa Maria, RS
2016
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AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer, primeiramente, aos meus pais, Ana Maria e João Batista, por
todo apoio e esforço para que eu pudesse me dedicar especialmente aos meus estudos. Vocês
que não mediram esforços, independente dos obstáculos, para que eu seguisse em frente.
Agradeço pelo amor e carinho que me dedicaram durante toda minha vida.
Aos meus irmãos Vinícius e Marília por toda cumplicidade e companheirismo sempre
presente em nossa relação. Por estarem sempre ao meu lado, juntamente com nossos pais, em
todos os momentos difíceis que passei ao longo do curso, o qual sem o incentivo de vocês, eu
jamais concluiria.
Em nome dos demais familiares, agradeço à minha avó Maria Leonora, que
infelizmente não está mais entre nós, pelo exemplo de amor, carinho e luta deixado como
herança e que me fortalece e me torna o que sou hoje.
Ao meu esposo Vinícius pelo companheirismo, amor e imenso apoio nesses últimos
anos da minha trajetória acadêmica, pelo conforto nos momentos difíceis e por sempre ter
acreditado em minhas conquistas.
Às colegas e amigas Ane, Larissa e Carine pela amizade compartilhada desde o início
da graduação. Em especial, à Larissa que nos últimos anos do curso se tornou uma grande
companheira de estudos, aulas e realizações de trabalhos.
Ao colega e amigo Jair, pelos diversos materiais emprestados durante toda a
graduação, e por sempre ter me auxiliado nos estudos.
À professora Larissa por ter aceitado ser minha orientadora e por toda a ajuda e
dedicação que engrandeceram este trabalho.
Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a
conclusão do curso e para a realização deste trabalho.
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RESUMO
A área de segurança contra incêndio é mais recente em relação a outras estudadas pela
Engenharia e Arquitetura. Por esse motivo, sua regulamentação normativa está em constante
atualização nos últimos anos, principalmente, após o incêndio da Boate Kiss, na cidade de
Santa Maria/RS, tragédia que vitimou centenas de jovens em janeiro de 2013. O presente
trabalho visa à temática de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). O trabalho
e apresenta as possíveis medidas de prevenção e proteção contra incêndio e as normativas que
as regulamentam. É realizada uma análise das medidas de segurança contra incêndio que são
aplicadas a um estudo de caso feito em um pavilhão industrial de peças metálicas. O estudo
de caso é baseado na Lei Complementar nº 14.376:2013 que é atualizada até a Lei
Complementar nº 14.924:2016 e regulamentada pelo Decreto Estadual nº 53.280:2016.
Através do estudo de caso, descreve-se a determinação e aplicação dos sistemas de segurança
contra incêndio que englobam o Projeto de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PrPCI) do
prédio em questão, bem como a enumeração dos requisitos mínimos presentes na legislação
vigente que regula cada sistema de proteção contra incêndio. Os resultados do estudo de caso
mostraram que o PrPCI da edificação está em conformidade com os requisitos mínimos das
leis vigentes que regulamentam cada sistema de prevenção e proteção contra incêndio. Logo,
ficou evidente que, se a edificação for adequada de acordo o projeto, a segurança contra
incêndio contra incêndio dos ocupantes estará garantida.
ABSTRACT
The area of fire safety is more recent compared to others studied by Engineering and
Architecture. For this reason, its normative regulation has been constantly updated in recent
years, especially after the fire of the Kiss Nightclub in the city of Santa Maria / RS, tragedy
that killed hundreds of young people in January 2013. The present work focuses on the theme
of Fire Prevention and Protection Plan (PPCI). The work presents the possible measures of
prevention and protection against fire and the regulations that regulate them. An analysis of
fire safety measures is performed that are applied to a case study done in an industrial
pavilion of metal parts. The case study is based on Complementary Law No. 14.376: 2013
which is updated until Complementary Law No. 14,924: 2016 and regulated by State Decree
No. 53.280: 2016. Through the case study, the determination and application of the fire safety
systems that encompass the Fire Prevention and Protection Project (PrPCI) of the building in
question is described, as well as listing minimum requirements present in the current
legislation that regulates each fire protection system. The results of the case study have shown
that the building's PrPCI complies with the minimum requirements of the existing laws that
regulate each fire prevention and protection system. Therefore, it was evident that, if the
building is adequate according to the project, the occupant fire safety against fire will be
guaranteed.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Medidas de segurança contra incêndio de acordo com a existência, área, altura e
ocupação ................................................................................................................ 16
Figura 02 – MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo ...................................... 22
Figura 03 – MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo ...................................... 23
Figura 04 – Determinação das MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio
médio e PPCI ......................................................................................................... 24
Figura 05 – Regulamentação das medidas de segurança contra incêndio ................................ 27
Figura 06 – Regulamentação das MSCI com RTCBMRS específica ...................................... 28
Figura 07 – Representação da via de acesso............................................................................. 29
Figura 08 – Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação .................................. 30
Figura 09 – Simbologia do acesso de viaturas através de pórtico ............................................ 30
Figura 10 – Retorno circular na via de acesso .......................................................................... 31
Figura 11 – Retorno em formato de “Y” na via de acesso ....................................................... 31
Figura 12 – Retorno em formato de “T” na via de acesso ........................................................ 32
Figura 13 – Simbologia dos acionadores manuais e da central do sistema .............................. 33
Figura 14 – Simbologia do sistema de hidrantes e mangotinhos ............................................. 36
Figura 15 – Dispositivo de recalque no passeio ....................................................................... 37
Figura 16 – Tipos de sistemas de hidrantes e mangotinhos ..................................................... 38
Figura 17 – Especificações dos itens mencionados na Figura 16 ............................................ 39
Figura 18 – Componentes obrigatórios de acordo com o tipo de sistema ................................ 39
Figura 19 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação ..................................... 40
Figura 20 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação ..................................... 41
Figura 21 – Diferenças dos Sistemas tipo 1 e 2........................................................................ 42
Figura 22 – Área de iluminação de um ponto de luz ................................................................ 44
Figura 23 – Exemplos de iluminação de emergência por bloco autônomo (a)
Luminária e (b) Refletor ........................................................................................ 44
Figura 24 – Altura de instalação dos pontos de iluminação de emergência ............................. 45
Figura 25 – Simbologia para identificação da sinalização de emergência em planta baixa ..... 47
Figura 26 – Dimensões das placas de sinalização de emergência ............................................ 47
Figura 27 – Altura de instalação da sinalização de alerta......................................................... 48
Figura 28 – Sinalizações de alerta ............................................................................................ 49
Figura 29 – Altura de instalação da sinalização de equipamentos de combate a incêndio ...... 50
Figura 30 – Sinalizações de equipamentos de combate a incêndio .......................................... 51
Figura 31 – Altura de instalação das sinalizações de orientação e salvamento ........................ 52
Figura 32 – Sinalizações de orientação e salvamento .............................................................. 53
Figura 33 – Altura de instalação da sinalização de alerta......................................................... 54
Figura 34 – Sinalizações de proibições .................................................................................... 54
Figura 35 – Número mínimo de TPCI por ocupação ............................................................... 56
Figura 36 – Classes de incêndio ............................................................................................... 58
Figura 37 – Extintores de incêndio portáteis ............................................................................ 59
Figura 38 – Extintores de incêndio sobre rodas ....................................................................... 59
Figura 39 – Extintores de incêndio sobre rodas ....................................................................... 60
Figura 40 – Detalhe da fixação do extintor de incêndio ........................................................... 61
Figura 41 – Capacidade extintora e distribuição para Classe A ............................................... 62
Figura 42– Capacidade extintora e distribuição para Classe B ................................................ 62
Figura 43 – Capacidade extintora e distribuição para Classe C ............................................... 63
Figura 44 – Componentes das saídas de emergência ............................................................... 64
8
Figura 45 – Dados para o cálculo da população (PSPCI - risco de incêndio médio e PPCI) ... 66
Figura 46 – Notas específicas citadas na Figura 45.................................................................. 67
Figura 47 – Distância máxima a percorrer até saída de emergência (PSPCI com
risco de incêndio médio e PPCI) ......................................................................... 69
Figura 48 – Planta baixa da edificação ..................................................................................... 72
Figura 49 – Definição da ocupação do pavilhão industrial ...................................................... 73
Figura 50 – Classe de risco de incêndio do pavilhão industrial ............................................... 74
Figura 51 – Mensuração da altura descendente ........................................................................ 75
Figura 52 – Medidas de segurança contra incêndio ................................................................. 76
Figura 53 – Quadro resumo das MSCI da edificação ............................................................... 77
Figura 54 – Croqui do acesso da viatura na edificação ............................................................ 78
Figura 55 – Cálculo da população da edificação ...................................................................... 79
Figura 56 – Croqui das saídas de emergência .......................................................................... 80
Figura 57 – Croqui do sistema de alarme de incêndio ............................................................. 83
Figura 58 – Croqui do sistema de sinalização de emergência .................................................. 84
Figura 59 – Croqui do sistema de extintores de incêndio ........................................................ 86
Figura 60 – Croqui do sistema de hidrante ............................................................................... 87
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
1.1 OBJETIVO ................................................................................................................. 12
1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos................................................................................................. 12
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 14
2 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PrPCI) ......................... 15
2.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES .................................. 17
2.1.1 Existência .................................................................................................................. 17
2.1.2 Ocupação ou uso ....................................................................................................... 18
2.1.3 Classe de risco de incêndio ...................................................................................... 18
2.1.4 Área............................................................................................................................ 18
2.1.5 Altura................... ...................................................................................................... 19
2.2 PROCESSOS PARA OBTENÇÃO DO ALVARÁ DE PREVENÇÃO E
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (APPCI) E DETERMINAÇÃO
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ................................... 19
2.2.1 Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB) ......................... 20
2.2.2 Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PSPCI) ............. 21
2.2.2.1 PSPCI – Risco baixo de incêndio ............................................................................... 21
2.2.2.2 PSPCI– Risco Médio de incêndio .............................................................................. 23
2.2.3 Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) ............................................ 24
3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ............. 26
3.1 ACESSO DE VIATURAS DE BOMBEIROS .......................................................... 28
3.1.1 Conceito básico ......................................................................................................... 29
3.1.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 30
3.2 ALARME DE INCÊNDIO ........................................................................................ 32
3.2.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 32
3.2.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 33
3.3 HIDRANTES E MANGOTINHOS ........................................................................... 34
3.3.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 34
3.3.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 35
3.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ......................................................................... 42
3.4.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 43
3.4.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 43
3.5 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ....................................................................... 45
3.5.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 46
3.5.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 46
3.6 BRIGADA DE INCÊNDIO ....................................................................................... 55
3.6.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 55
3.6.2 Requisitos .................................................................................................................. 55
3.7 EXTINTORES DE INCÊNDIO ................................................................................. 56
3.7.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 56
3.7.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 58
3.8 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA .................................................................................... 63
3.8.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 63
3.8.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 65
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 71
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
i. Realizar uma revisão teórica sobre o tema proposto, com abordagem das normas
técnicas, que regulamentam as medidas de segurança contra incêndio, que são
13
1.2 JUSTIFICATIVA
A segurança contra incêndio vem ganhando destaque com o passar dos anos, devido à
tragédias ocorridas. O Estado do Rio Grande do Sul, e, principalmente, a cidade de Santa
Maria, se enquadram nesse cenário após o incêndio ocorrido na Boate Kiss em 2013. Após
essa tragédia, a necessidade da sociedade de possuir uma maior segurança em relação à
prevenção de incêndios aumentou consideravelmente, por esse motivo o Corpo de Bombeiros
Militar do Rio Grande do Sul juntamente com o Estado elaboraram e atualizaram diversas
Leis Complementares, Resoluções Técnicas e Decretos Estaduais que regulamentam a
segurança contra incêndio. A legislação que ganha destaque é a Lei Complementar nº
14.376:2013 que foi batizada como “Lei Kiss” e que, desde sua publicação, já passou por três
atualizações através de outras Leis Complementares e quatro regulamentações através de
Decretos Estaduais.
A escolha da temática de segurança contra incêndio para este trabalho deve-se ao fato
de que o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) deve ser tratado como algo
indispensável pelos proprietários das edificações. O número elevado de legislações a serem
seguidas para a elaboração de Projetos de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PrPCI)
mostra a necessidade da realização de estudos nessa área. Devido a essa complexidade de
elaboração dos PrPCI, cabe aos responsáveis técnicos estarem preparados e com total
conhecimento de todas as normas vigentes para que elaborem projetos com eficiência e
segurança.
14
Prevenção de incêndio: conceito que abrange sistemas que tem como objetivo
evitar incêndios como, por exemplo, controle dos materiais de acabamento e
revestimento, treinamentos das pessoas para hábitos e atitudes preventivas, de
acordo com as atividades realizadas nas edificações, em função de suas ocupações;
Proteção de incêndio: definição que engloba medidas que possuem o objetivo de
dificultar a propagação do incêndio como, por exemplo, o sistema de chuveiros
automáticos, as portas corta-fogo, as paredes resistentes ao fogo, etc;
Combate ao incêndio: conceito que enquadra todos os sistemas capazes de extinguir
o sinistro como os sistemas de hidrantes, extintores e o acesso da viatura dos
bombeiros à edificação;
Meios de escape: definição que engloba medidas de segurança com o intuito de
auxiliar na evacuação da edificação, em caso de sinistro, como as escadas
protegidas, enclausuradas, à prova de fumaça, portas e paredes resistentes e corta-
fogo, sistemas de alarme e detecção de incêndio, iluminação e sinalização de
emergência;
Gerenciamento das medidas de segurança: conceito que abrange as medidas
administrativas que garantem um bom desempenho dos sistemas instalados na
edificação como, por exemplo, a manutenção dos equipamentos, a recarga dos
extintores, para assim possuir a garantia de um bom funcionamento em caso de
incêndio.
16
Figura 01 – Medidas de segurança contra incêndio de acordo com a existência, área, altura e
ocupação
Por meio de análise da Figura 01, pode-se perceber que para definir qual normativa a
ser utilizada é necessário classificar a edificação quanto à sua existência. Dessa forma, se a
edificação já existir, deve-se seguir a Resolução Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Rio Grande do Sul (RTCBMRS), caso contrário, deve-se utilizar o Decreto
Estadual nº 53.280:2016. Após definição da normativa a ser seguida e de posse da área da
edificação a ser protegida, será necessário ainda definir a ocupação, vinculada diretamente à
17
classe de risco de incêndio do local e a altura da edificação para que se possa, finalmente,
determinar as MSCI da edificação. As MSCI serão o objeto de análise e de fiscalização do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado Rio Grande do Sul (CBMRS).
A seguir, serão apresentadas e detalhadas as características específicas necessárias
para definir a edificação.
2.1.1 Existência
Uma edificação pode ser considerada quanto à sua existência como “existente
regularizada”, “existente não regularizada”, “existente tombada ou histórica” e “à construir”.
Essa classificação é estabelecida por critérios definidos no Art. 6º, item XVII da Lei
Complementar (LC) 14.376:2013, atualizada pela LC 14.924:2016.
A edificação pode ser considerada como “existente regularizada”, quando o imóvel
possui habite-se, ou projeto protocolado na Prefeitura Municipal, ou Plano de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio (PPCI) ou Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio (PSPCI), protocolado no CBMRS, ou algum documento emitido por órgão público,
que comprove a área e a ocupação da edificação, anteriormente a 26 de dezembro de 2013
(data em que a Lei Complementar 14.376:2013 entrou em vigor).
Classifica-se a edificação como “existente não regularizada”, quando se consegue
comprovar a existência da construção, por meio de registro fotográfico ou documentos
públicos ou particulares, com data anterior a 26 de dezembro de 2013. Para o enquadramento
nessa classificação, não há obrigatoriedade de se comprovar toda a área construída.
Já uma edificação é classificada como “existente tombada ou histórica”, quando,
comprovadamente, possuir Certidão de Preservação do Imóvel, Declaração de Valor Cultural,
conforme item 2.1.1 da RTCBMRS nº 05 – Parte 07, de 07 de novembro de 2016.
Por fim, edificações consideradas como “à construir” são aquelas que já foram ou
serão construídas com data posterior a 26 de dezembro de 2013. Nesse caso, não há diferença
18
O risco de incêndio de uma edificação pode ser classificado como baixo, médio ou
alto, sendo essa definição totalmente vinculada à carga de incêndio, que dependerá da
ocupação existente no local, de acordo com a Tabela 3.1 do DE nº 53.280:2016, páginas 14 a
59. A carga de incêndio, conforme Art. 6º, item X da LC 14.376:2013 e suas alterações, é a
soma das energias caloríficas que, através da combustão completa dos materiais combustíveis
existentes em um ambiente, podem vir a ser liberadas. O risco de incêndio de uma edificação
será baixo se possuir carga de incêndio de até 300 MJ/m², médio se estiver entre 300 e 1.200
MJ/m² e alto, caso ultrapasse 1.200 MJ/m².
2.1.4 Área
2.1.5 Altura
De acordo com o Art. 6º, item II, da LC 14.376:2013, a edificação pode possuir duas
alturas, a altura ascendente e a descendente. A altura ascendente é caracterizada pela medida,
em metros, entre o ponto que representa o nível do piso da descarga ao ponto do nível do piso
do pavimento mais inferior da edificação. Como exemplo, em uma situação de uma edificação
de múltiplos andares, com apenas um subsolo, a altura ascendente é a metragem entre o piso
do pavimento térreo (nível da descarga) até o piso do subsolo.
A altura descendente é a medida em metros entre o ponto que representa o nível do
piso da descarga ao ponto do piso do último pavimento. No exemplo citado, a altura
descendente é a metragem entre o piso do pavimento térreo até o piso do último pavimento.
Para a determinação da altura da edificação não serão considerados na mensuração:
As edificações que não necessitam possuir APPCI são definidas no Art. 4º, § 1º, da LC
14.376:2013:
a) Ter área total de até 200 m² (duzentos metros quadrados); b) possuir até 2
(dois) pavimentos; c) ser classificada com grau de risco baixo ou médio, conforme
Tabelas constantes em Decreto Estadual; d) não se enquadrar nas divisões F-5, F-6,
F-7, F-11, F-12, G-3, G-4, G-5 e G-6, e nos grupos L e M, conforme Tabelas
constantes em Decreto Estadual; e) não possuir depósito ou áreas de manipulação de
combustíveis, inflamáveis, explosivos ou substâncias com alto potencial lesivo à
saúde humana, ao meio ambiente ou ao patrimônio, tais como peróxidos orgânicos,
substâncias oxidantes, substâncias tóxicas, substâncias radioativas, substâncias
corrosivas e substâncias perigosas diversas; f) não possuir mais de 26 kg (vinte e
seis quilogramas) de GLP; g) não possuir subsolo com área superior a 50 m²
(cinquenta metros quadrados); (LEI COMPLEMENTAR 14.376, 2013, p. 2 e 3).
risco de incêndio baixo, sendo uma representação resumida das definições encontradas no DE
nº 53.280:2016.
As Figuras 02 e 03 apresentam as exigências mínimas de medidas de segurança contra
incêndio (MSCI), para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo, de acordo com a
ocupação/uso da edificação.
Figura 04 - Determinação das MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio médio e PPCI
determinadas a partir da Tabela 05. Caso contrário, se área for maior que 750 m² ou altura
superior a 12 metros, Tabelas 6A a 6M.6.
26
Após a determinação das medidas de prevenção e proteção contra incêndio que serão
exigidas na edificação, para a elaboração de um Projeto de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio (PrPCI), é necessário que seja feito, para cada medida de segurança contra incêndio
(MSCI), um estudo sobre a normativa que a regulamenta. Exigências básicas necessárias, para
cada sistema de prevenção e proteção contra incêndio, serão abordadas, sendo essas
adequadas para qualquer tipo de edificação, logo, para qualquer caso de elaboração de um
PrPCI.
A Resolução Técnica de Transição (RTT) do CBMRS do ano de 2015 apresenta, para
cada medida de segurança contra incêndio, a respectiva norma a ser observada. Até a entrada
em vigor de Resolução Técnica (RT) específica do CBMRS para cada MSCI, deverá ser
observada a Tabela 01 da RTTCBMRS:2015, conforme mostra a Figura 05.
27
Via de acesso
Quando houver portão de acesso à edificação ou área de risco, ele deverá possuir
largura mínima de 4,00 metros e altura mínima de 4,50 metros, conforme ilustra a Figura 08,
para livre acesso dos veículos de combate ao incêndio.
Quando houver pórticos na entrada da edificação, este deve ser representado em planta
de situação e de localização na cor vermelha e conforme a simbologia demonstrada na Figura
09.
Quando as vias de acesso possuírem extensão maior que 45,00 metros, é recomendado
que possuam retornos dos tipos circular, em formato de “Y” ou de “T”, conforme ilustram as
Figuras 10, 11 e 12, respectivamente.
Acionador Manual
Acionadores manuais são dispositivos que permitem a iniciação manual de um alarme
que alertará uma situação de emergência, no caso, um sinistro.
Avisador Audiovisual
São dispositivos que emitem simultaneamente sinais sonoros e visuais previstos para
alertar os ocupantes da edificação de um caso de incêndio.
33
Central do Sistema
Acionadores manuais
A altura de instalação de um acionador manual deve ser entre 0,90 e 1,35 metros do
pisco acabado.
Cada acionador manual possui uma área de proteção de 30 metros, ou seja, isso
significa que, entre qualquer ponto da área protegida e o acionador, a distância máxima a ser
percorrida por um operador deve ser de, no máximo, 30 metros. Quando a edificação possuir
mais de um pavimento, cada pavimento deverá possuir, no mínimo, um acionador manual. No
entanto, não é necessária a instalação em mezaninos em que a distância percorrida até o
acionador, localizado no térreo, é inferior a 30 metros.
Dispositivo de recalque
Esguicho
O esguicho é um “dispositivo adaptado na extremidade das mangueiras, destinado a
dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável (neblina ou compacto) ou
de jato compacto” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.7, p. 3).
Hidrante
O hidrante é um “ponto de tomada de água onde há uma (simples) ou duas (duplo)
saídas contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras
de incêndio e demais acessórios” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.8, p. 3)
Mangotinho
O mangotinho é um “ponto de tomada de água onde há uma (simples) saída contendo
válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semi-rígida, esguicho
regulável e demais acessórios” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.12, p. 3).
Reserva de incêndio
A reserva de incêndio é o volume de água que deve ter seu uso destinado apenas ao
combate a incêndio.
Recalque
Todos os tipos de sistemas devem possuir dispositivo de recalque. Quando sua
localização for situada no passeio, o dispositivo de recalque deve ser, conforme mostra a
Figura 15:
Tubulação
A tubulação do sistema que estiver aparente deve ser em cor vermelha. O diâmetro
mínimo aceitável para as tubulações é, de acordo com o item 4.3.1 da ABNT NBR
13.714:2000, de DN65 (“2 ½“). Porém, “para sistemas tipo 1, poderá ser utilizada tubulação
com diâmetro nominal DN50 (2”), desde que comprovado tecnicamente o desempenho
hidráulico dos componentes e do sistema, e aprovado pelo órgão competente” (ABNT NBR
13.714, 2000, p. 4).
Esguicho
De acordo com o definido no item 4.4.1 da ABNT NBR 13.714:2000, “o alcance do
jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8 m, medido da saída do
esguicho ao ponto de queda do jato” (ABNT NBR 13.714, 2000, p. 5).
“O comprimento total das mangueiras que servem cada saída a um ponto de hidrante
ou mangotinhos deve ser suficiente para vencer todos os desvios e obstáculos que existem,
considerando também toda a influência que a ocupação final é capaz de exercer”, sem
ultrapassar o limite de comprimento de 30 metros, “deve-se preferencialmente utilizar lances
de mangueiras de 15 m” (ABNT NBR 13.714, 2000, p. 5).
38
Alarme
Todos os tipos de sistemas devem ser dotados de alarme audiovisual. Para a
localização de instalação do alarme de incêndio, deve ser levado em consideração o nível de
volume e de iluminação necessários para a edificação. Os alarmes de incêndio devem ser
diferenciados dos que já existem na edificação com outras funções específicas.
Tipos de Sistemas
Os possíveis tipos de sistemas que as edificações podem possuir são listados na Tabela
1 da ABNT NBR 13.714:2000 e apresentada na Figura 16. Na Figura 17, são especificados os
itens “D.2” e “D.3”, mencionados na Figura 16.
Fonte: (Adaptado de ABNT NBR 13.714, 2000, Figura D.1 e D.2, p. 24 e 25).
Localização
Os pontos de tomada de água devem ser localizados, no máximo, 5 metros das portas
ou acessos da área a ser protegida. Outra condição é que suas posições devem ser centrais nas
áreas da edificação, sempre fora das escadas ou antecâmaras de fumaça.
A instalação dos pontos de tomada de água devem ser a uma altura entre 1,0 e 1,5
metros do piso.
Esse sistema de prevenção e proteção contra incêndio tem como função iluminar os
ambientes, as rotas de fuga, as saídas de emergência, assim permitindo que, em caso de
incêndio, as pessoas consigam evacuar a edificação com segurança, pois a iluminação orienta
a direção a ser seguida e previne acidentes ao identificar obstáculos no caminho a ser
percorrido.
Iluminação de aclaramento
A iluminação de aclaramento é considerada aquela “com intensidade suficiente para
garantir a saída segura das pessoas em caso de uma emergência” (ABNT NBR 10.898, 2013,
item 3.11, p. 5).
Iluminação de balizamento
A iluminação de balizamento possui função de iluminação e sinalização,
simultaneamente, por possuir “símbolos e/ou letras indicando a rota de saída a ser utilizada”
(ABNT NBR 10.898, 2013, item 3.12, p. 5).
Figura 23 – Exemplos de iluminação de emergência por bloco autônomo (a) Luminária e (b)
Refletor
Sinalização de alerta
Esse tipo de sinalização possui o objetivo de “alertar para áreas e materiais com
potencial risco de incêndio ou explosão” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, item 3.3, p. 01).
Sinalização de equipamentos
Essa sinalização tem como função a indicação dos locais de instalação e tipos dos
equipamentos de combate a incêndio e deve possuir efeito fotoluminescente, conforme
exigido no item 4.1.1.2 da ABNT NBR 13.434-1, 2004, p. 01).
Sinalização de proibição
Esse tipo de sinalização “visa proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio ou ao seu agravamento” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, item 3.8, p. 02).
Sinalização de alerta
A sinalização de alerta deve ser instalada em local com boa visibilidade, a uma altura
mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização. A
localização pode ser próxima ao local com risco existente ou pode ser de forma distribuída no
decorrer do perímetro da área com risco, no entanto, nesse caso, a distância entre as
sinalizações de alerta devem ser de, no máximo, 15 metros. A Figura 27 demonstra a altura de
instalação da sinalização de alerta.
A sinalização de alerta possui forma triangular, com cor de fundo amarela, moldura
em preto e pode possuir margem em amarelo, essas definições são baseadas no item 4.4.2 da
NBR 13.434-2:2004.
A Figura 28 apresenta, com base na ABNT NBR13434:2004, as possíveis sinalizações
de alerta com as representações de simbologia, definições de significado, forma, cor e
aplicação.
49
Sinalização de equipamentos
A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve ser instalada a uma altura
mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização.
Quando algum obstáculo dificultar ou impedir a visualização da sinalização, uma segunda
sinalização do equipamento deve ser instalada a uma altura suficiente que permita a sua
visualização. Se o equipamento de combate a incêndio for instalado em pilares, todas as faces
visíveis desse devem possuir sinalização. A figura 29 ilustra a altura de instalação das placas
de sinalização de equipamentos de combate a incêndio.
50
Fonte: (Adaptado de ABNT NBR 13.434-1, 2004, Figuras A.6 e A.7, p. 09).
De acordo com a ABNT NBR 13434-2:2004, item 4.4.4, a forma desse tipo de
sinalização deve ser quadrada ou retangular, sendo sua cor de fundo vermelha, cor do símbolo
fotoluminescente e margem opcional fotoluminescente.
A Figura 30 apresenta, com base na ABNT NBR 13434-2:2004, as possíveis
sinalizações de alerta com as representações de simbologia, definições de significado, forma,
cor e aplicação.
51
sinalização. E ainda, essa instalação deve ser realizada de forma que “no sentido de saída de
qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte, distanciados entre si em, no máximo,
15,0 m. A sinalização deve ser instalada de modo que a sua base esteja, no mínimo, a 1,80 m
do piso acabado” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, p. 03).
Para a identificação dos pavimentos, a sinalização deve ser localizada dentro da caixa
de escada, a uma altura de 1,80 metros, “medida do piso acabado à base da sinalização,
instalada junto à parede, sobre o patamar de acesso de cada pavimento” (ABNT NBR 13.434-
1, 2004, p. 03).
A Figura 31 ilustra exemplos de instalações de sinalizações de orientação de
salvamento, em cima das portas e nas rotas de saídas.
De acordo com a ABNT NBR 13.434-2:2004, item 4.4.3, a forma desse tipo de
sinalização deve ser quadrada ou retangular, sendo sua cor de fundo verde, cor do símbolo
fotoluminescente e margem opcional fotoluminescente.
A Figura 32 apresenta, com base na ABNT NBR 13434:2004, as possíveis
sinalizações de orientações e salvamento com as representações de simbologia, definições de
significado, forma, cor e aplicação.
53
Sinalização de proibição
A sinalização de proibição deve ser instalada em local com boa visibilidade, a uma
altura mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização.
A sinalização de proibição, dentro da área de risco, deve ser instalada em pontos distanciados
entre si de, no máximo, 15 metros, de forma que, pelo menos, um ponto possua visibilidade
de qualquer posição dentro da área. A Figura 33 mostra a altura de instalação da sinalização
de proibição.
54
De acordo com a ABNT NBR 13.434-2:2004, item 4.4.1, a forma desse tipo de
sinalização deve ser circular, sendo sua cor de contraste branca, cor do símbolo preta e
margem opcional branca.
A Figura 34 apresenta, com base na NBR 13434:2004, as possíveis sinalizações de
proibições com as representações de simbologia, definições de significado, forma, cor e
aplicação.
Brigada de Incêndio
“Brigada de incêndio é um grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias
ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de
incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área pré-estabelecida” (RT nº
14, BM-CCB, 2009, p. 01).
3.6.2 Requisitos
Para edificações “novas, que não foram habitadas, ou que encontram-se fechadas para
locação, o treinamento deve ocorrer em até 30 (trinta) dias após a edificação ser totalmente ou
parcialmente ocupada” (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, p. 78).
Capacidade extintora
A capacidade extintora de um extintor de incêndio é obtida através de ensaio prático
normalizado. É a definição da medida do poder de extinção de fogo que o extintor possui.
57
Unidade extintora
Um extintor de incêndio que atenda a capacidade extintora mínima, que a RTCBMRS
nº 14:2016 define, em função da função da classe de risco de incêndio, é considerada uma
unidade extintora.
Classes A, B e C
A RTCBMRS nº 14 (2016, item 4.1.4, p2), define a Classe A como o “fogo em
materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do
processo de pirólise, deixando resíduos”. A Classe B de acordo com a RTCBMRS nº 14
(2016, item 4.1.5, p2) é classificada como o “fogo em combustíveis sólidos que se liquefazem
por ação do calor, como graxas, substâncias líquidas que evaporam e gases inflamáveis, que
queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos”. “O fogo em materiais,
equipamentos e instalações elétricas energizadas” é enquadrado na Classe C (RTCBMRS nº
14, 2016, item 4.1.6, p3). A Figura 36 exemplifica as classes de incêndio mencionadas.
58
Localização
Os extintores devem estar sinalizados e localizados em locais de fácil acesso, de
preferência nos caminhos normais de passagem, em rotas de fuga, não podendo ser instalados
dentro das escadas ou rampas. Não podem estar localizados em áreas que os deixem expostos
a temperaturas elevadas devido às fontes de calor. Pelo menos um extintor, que atenda a todas
as classes de incêndio existentes no local, deve estar localizado, a não mais que cinco metros
da porta de acesso da entrada principal da edificação ou área de risco.
O extintor deve ser fixado de forma que a sua alça fique no máximo a 1,60 metros do
piso ou o fundo deve estar, no mínimo, a 0,10 metros do piso, mesmo que apoiado em suporte
conforme ilustra a Figura 40.
61
Seleção
A seleção dos extintores deve ser adequada apenas para as classes de riscos existentes
na edificação ou área e risco. Deve-se optar por um extintor de incêndio que contemple todas
as classes de incêndio, em um único aparelho, quando houver mais de uma classe de risco de
incêndio.
Há a possibilidade de optar por instalar extintores de incêndio adicionais, a fim de
prover maior proteção do local, podendo até ser de capacidade extintora inferior daquela
exigida na edificação, desde que não seja considerado no cálculo da proteção mínima exigida.
O cálculo da proteção mínima exigida por extintores não pode se basear apenas na
utilização de extintor sobre rodas, mas como uma complementação juntamente com os
portáteis. No entanto, caso seja utilizado extintores sobre rodas, eles devem ter acesso a
qualquer parte da área a ser protegida, não podendo ter impedimentos de portas, degraus no
piso, obstruções ou servir a pavimentos diferentes de sua instalação.
62
Distribuição
A distribuição dos extintores de incêndio é definida de acordo com a área de proteção
de cada unidade, a distância máxima que o operador precisará percorrer até ele e a capacidade
extintora mínima que o extintor deve ter, de acordo com a classe de incêndio existente no
local. Para as classes de risco A, B e C, devem ser seguidas as Tabelas 1, 2 e 3,
respectivamente, da RTCBMRS nº 14:2016 e representadas pelas figuras 41, 42 e 43
respectivamente.
Cada pavimento das edificações deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras.
No entanto, é permitida a instalação apenas de uma unidade extintora em edificações, áreas de
riscos, mezaninos e pavimentos com áreas construídas de até 50 m², desde que esse único
extintor de incêndio atenda a capacidade extintora mínima exigida para o risco existente do
local.
Em edificações residenciais multifamiliares, para o cálculo do número necessário de
extintores de incêndio, deve ser computada apenas a área de uso comum de cada pavimento
(corredores, área de garagens, hall de entrada). Para áreas comuns inferiores a 50 m², é
permitida a instalação apenas de uma unidade extintora.
Saída de emergência
A saída de emergência é caracterizada por um “caminho contínuo, constituído por
portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, sacadas, vestíbulos, escadas, rampas ou
outros dispositivos de saídas” que deve ser percorrido pelos ocupantes da edificação, em caso
de incêndio, até atingir o espaço livre exterior térreo (RTCBMRS nº 11 – Parte 01, 2016, p.
04).
Descarga e Acesso
A descarga é caracterizada pelo espaço entre a escada e o logradouro público ou
espaço livre exterior térreo. O acesso é o “caminho a ser percorrido pelo usuário do
pavimento, constituindo a rota de saída horizontal, para alcançar a escada, rampa ou descarga
das edificações”. A Figura 44 ilustra alguns componentes das saídas de emergência, tais como
os acessos e descargas de acordo com o Anexo G da RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016.
Capacidade de lotação
A capacidade de lotação de uma edificação ou “população” é o número máximo
permitido de pessoas no interior da edificação em questão. Cada edificação possuirá uma
capacidade de lotação que é calculada de acordo com a ocupação e área útil que abrigará a
população em foco.
Para os casos em que as edificações se enquadrem no processo de CLCB, o cálculo da
população já é fixado, de acordo com a ocupação e área a ser protegida, sendo encontrado nas
Tabelas 2, 3 e 4 do Anexo D da RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016.
Caso as edificações se enquadrem no processo de PSPCI com classe de risco de
incêndio baixo, devem ser seguidas as Tabelas 3, 4 e 5 do Anexo G da RTCBMRS nº 05 –
Parte 3.1:2016, que apresenta o cálculo fixo da população, de acordo com ocupação e área.
Por fim, quando as edificações se enquadrarem nos processos de PSPCI com classe de
risco de incêndio médio ou PPCI, a normativa a ser seguida para o cálculo da população é a
Tabela 1, Anexo A, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016. Cada edificação possuirá uma
capacidade de lotação que é calculada, de acordo com a ocupação e área útil que abrigará a
população em foco. A Figura 45 apresenta os dados necessários para o cálculo da população e
na Figura 46, são listadas notas específicas citadas na Figura 45.
66
Figura 45 – Dados para o cálculo da população (PSPCI – risco de incêndio médio e PPCI)
Figura 47 – Distância máxima a percorrer até saída de emergência (PSPCI – risco de incêndio
médio e PPCI)
Escadas de emergência
Sempre que uma edificação possuir pavimentos sem saídas no nível para um espaço
exterior térreo, todos os pavimentos deverão ser dotados de escadas. A RTCBMRS nº 11 –
Parte 01 (2016, p. 11) define que “não são aceitas escadas helicoidais, em lanços curvos
mistos (em leque) e em lanços curvos circulares (em espiral) como escadas de emergência”.
As escadas de emergência devem possuir guarda-corpos com altura de, no mínimo,
1,05 metros e corrimãos em ambos os lados com altura entre 0,80 e 0,92 metros.
Os degraus das escadas devem possuir altura entre 16 e 18 cm, com tolerância de 0,5
cm e devem ser dimensionados pela Lei de Blondel, conforme equação 01:
( ) (Equação 01)
O tipo de escada de emergência que a edificação deve possuir é definido na tabela 04,
do Anexo C, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016, sendo de acordo com a ocupação do local
e altura da edificação. Nos itens 5.7.8; 5.7.9; 5.7.11; e 5.7.12 da RTCBMRS nº 11 – Parte
01:2016 são apresentadas definições específicas dos tipos de escadas, respectivamente, escada
protegida; escada enclausurada à prova de fumaça; escada à prova de fumaça pressurizadas; e
escadas abertas externas.
71
4 ESTUDO DE CASO
4.1 METODOLOGIA
4.3.1 Ocupação
4.3.3 Altura
Como a edificação não possui subsolo, não há altura ascendente. Portanto, é necessária
apenas a determinação da altura descendente, ou seja, a altura entre os pisos do 2º pavimento
e pavimento térreo. A Figura 51 ilustra a altura descendente da edificação que resultou em
2,75 metros.
75
m² e risco de incêndio baixo, para a ocupação principal (industrial). Para a determinação das
medidas de prevenção e proteção contra incêndio, a ocupação D-1 (escritório) não é
considerada, pois ela é subsidiária à industrial. A determinação dos sistemas de prevenção e
proteção contra incêndio da edificação é feita de acordo com a altura descendente, que é
menor ou igual a 6 metros, conforme mostra a Figura 52.
A edificação não possui pórtico na entrada, apenas um portão com largura superior a
quatro metros (largura mínima exigida para acesso da viatura) e altura livre, portanto,
respeitando os requisitos para acesso da viatura.
Todas as vias de acesso da edificação possuem largura superior a seis metros,
respeitando os requisitos exigidos na IT CBSP nº 06:2011, conforme Figura 07. É possível
realizar o retorno em formato circular, no entanto, não é necessário representar em planta.
O acesso da viatura na edificação deve ser representado na planta de situação e
localização, conforme o definido no Anexo L da RTCBMRS nº 05 – Parte 1.1:2016,
resolução esta que regulamenta os processos de PPCI. A Figura 54 ilustra acesso de viatura na
edificação.
Saídas de emergência
a) Capacidade de lotação
A população ou “capacidade de lotação” da edificação é obtida por meio da Tabela 1,
Anexo A, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016 e é apresentada, de forma resumida, na Figura
55. Dessa forma, a população do pavimento térreo, que foi definido como ocupação I-1, é
calculada considerando uma pessoa para 10,0 m² de área. Em relação à população do 2º
79
pavimento, com ocupação classificada como D-1, o cálculo é realizado considerando uma
pessoa para 7,0 m² de área. A partir da densidade populacional e da área útil de cada
pavimento, foi possível calcular a população da edificação, resultando em 99 pessoas.
Brigada de incêndio
Como a edificação possui uma ocupação com risco de incêndio baixo, será necessário
que, no mínimo, dois ocupantes possuam o Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndio
(TPCI), pois, de acordo com RT BM – CCB nº 14:2009, é obrigatório no local, que haja, pelo
menos, uma pessoa treinada para cada 750 m² de área, sendo que a edificação possui 1.116,75
m² de área construída.
82
Iluminação de emergência
Alarme de Incêndio
De acordo com a ABNT NBR 17.240:2010, para que seja respeitado o cobrimento (30
metros) de cada acionador manual do sistema de alarme de incêndio, foi necessária a previsão
de instalação de dois acionadores, um em cada pavimento. Os acionadores manuais devem ser
representados em na planta baixa, com número de ordem e na cor vermelha.
Foi projetada a instalação da central do sistema de alarme de incêndio na sala de
recepção no 2º pavimento, devido ao fato de ser um local com vigilância durante todo o
horário de funcionamento. O dimensionamento do sistema de alarme de incêndio da
edificação é demonstrado na Figura 57.
83
Sinalização de emergência
sinalizações de rotas de fuga (código 13), portas de rotas de fuga (código 14), escadas de
emergência, (código 16), portas de saídas de emergência (código 17) e indicação do
pavimento (código 19), todas projetadas com base nas normas ABNT NBR 13434 – Parte 01
e 02:2004, e, 03:2005, conforme mostra o croqui na Figura 58.
Extintores de incêndio
Sistema de Hidrantes
Para a determinação do tipo de sistema de hidrantes, foi necessário consultar a Tabela
D.1 da ABNT NBR 13.714:2000, representada na Figura 20. Para a ocupação I-1, o tipo de
sistema que deve ser utilizado é o 2, ou seja, hidrante duplo com vazão de 300 l/min. A
reserva técnica foi projetada para aproveitar o açude existente no terreno da empresa.
87
Para respeitar o cobrimento dos hidrantes (30 metros), foram necessários dois pontos,
um em cada pavimento, sendo que a instalação do hidrante deve ser realizada a, no máximo, 5
m da porta de saída de emergência, localizada no pavimento térreo.
O sistema de hidrantes deve ser representado na cor vermelha, em planta baixa, e com
número de ordem conforme mostra o croqui da Figura 60.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
____. NBR 13714: Sistemas de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio. Rio de
Janeiro, 2000, 25 p.
____. 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – parte 2: símbolos e suas
formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004, 19 p.
Aquino, Laurêncio Menezes de. Aplicação das normas de segurança contra incêndio no
Estado do Rio Grande do Norte: uma proposta de atualização./ Laurêncio Menezes de
Aquino. – Natal, RN, 2015. 169 f.
EM Niterói, incêndio no Gran Circo Norte- Americano mata mais de 500 pessoas. Acervo O
Globo. [S. l.] 09 jul. 2013. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/em-
niteroi-incendio-no-gran-circo-norte-americano-mata-mais-de-500-pessoas-8969092>.
Acesso em: 08 out. 2016.
GILL, A. A.; SILVA, V. P. O Método de Gretener. Revista Incêndio, São Paulo, n. 71, p. 16
- 21, 28 fev. 2011.
RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, atualizada até a Lei
Complementar nº 14.924, de 22 de setembro de 2016. Estabelece normas sobre Segurança,
Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações áreas de risco de incêndio no Estado
do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Assembleia Legislativa [do] Estado do Rio
Grande do Sul, Gabinete de Consultoria Legislativa, Porto Alegre, RS, 26 dez. 2013.
RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 1.1 (2016). Plano de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio na forma completa. Secretaria [de] Segurança
Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto
Alegre, RS, 07 nov. 2016.
RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 3.1 (2016). Plano
Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio - PSPCI. Secretaria [de] Segurança
Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto
Alegre, RS, 07 nov. 2016.
RODRIGUES, Jacqueline. Tragédias mudam legislação sobre incêndio. Folha de São Paulo.
São Paulo, 30 jan. 1994. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/1/30/cotidiano/12.html>. Acesso em: 08 out. 2016.
SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora,
2008, 496 p.
93