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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA


CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Ticiana dos Santos de Souza

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO:


ESTUDO DE CASO EM UM PAVILHÃO INDUSTRIAL

Santa Maria, RS
2016
2

Ticiana dos Santos de Souza

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO:


ESTUDO DE CASO EM UM PAVILHÃO INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do
grau de Engenheira Civil.

Orientadora: Profª. Drª. Larissa Degliuomini Kirchhof

Santa Maria, RS
2016
3

Ticiana dos Santos de Souza

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO:


ESTUDO DE CASO EM UM PAVILHÃO INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil, da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,
RS), como requisito parcial para obtenção do
grau de Engenheira Civil.

Aprovado em 20 de dezembro de 2016:

_______________________________________
Larissa Degliuomini Kirchhof, Dr.ª (UFSM)
(Presidente/Orientador)

_______________________________________
Rogerio Cattelan Antocheves de Lima, Dr. (UFSM)

_______________________________________
Évelyn Paniz (UFSM)

Santa Maria, RS
2016
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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer, primeiramente, aos meus pais, Ana Maria e João Batista, por
todo apoio e esforço para que eu pudesse me dedicar especialmente aos meus estudos. Vocês
que não mediram esforços, independente dos obstáculos, para que eu seguisse em frente.
Agradeço pelo amor e carinho que me dedicaram durante toda minha vida.
Aos meus irmãos Vinícius e Marília por toda cumplicidade e companheirismo sempre
presente em nossa relação. Por estarem sempre ao meu lado, juntamente com nossos pais, em
todos os momentos difíceis que passei ao longo do curso, o qual sem o incentivo de vocês, eu
jamais concluiria.
Em nome dos demais familiares, agradeço à minha avó Maria Leonora, que
infelizmente não está mais entre nós, pelo exemplo de amor, carinho e luta deixado como
herança e que me fortalece e me torna o que sou hoje.
Ao meu esposo Vinícius pelo companheirismo, amor e imenso apoio nesses últimos
anos da minha trajetória acadêmica, pelo conforto nos momentos difíceis e por sempre ter
acreditado em minhas conquistas.
Às colegas e amigas Ane, Larissa e Carine pela amizade compartilhada desde o início
da graduação. Em especial, à Larissa que nos últimos anos do curso se tornou uma grande
companheira de estudos, aulas e realizações de trabalhos.
Ao colega e amigo Jair, pelos diversos materiais emprestados durante toda a
graduação, e por sempre ter me auxiliado nos estudos.
À professora Larissa por ter aceitado ser minha orientadora e por toda a ajuda e
dedicação que engrandeceram este trabalho.
Por fim, agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a
conclusão do curso e para a realização deste trabalho.
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RESUMO

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO:


ESTUDO DE CASO EM UM PAVILHÃO INDUSTRIAL

AUTORA: Ticiana dos Santos de Souza


ORIENTADORA: Larissa Degliuomini Kirchhof

A área de segurança contra incêndio é mais recente em relação a outras estudadas pela
Engenharia e Arquitetura. Por esse motivo, sua regulamentação normativa está em constante
atualização nos últimos anos, principalmente, após o incêndio da Boate Kiss, na cidade de
Santa Maria/RS, tragédia que vitimou centenas de jovens em janeiro de 2013. O presente
trabalho visa à temática de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). O trabalho
e apresenta as possíveis medidas de prevenção e proteção contra incêndio e as normativas que
as regulamentam. É realizada uma análise das medidas de segurança contra incêndio que são
aplicadas a um estudo de caso feito em um pavilhão industrial de peças metálicas. O estudo
de caso é baseado na Lei Complementar nº 14.376:2013 que é atualizada até a Lei
Complementar nº 14.924:2016 e regulamentada pelo Decreto Estadual nº 53.280:2016.
Através do estudo de caso, descreve-se a determinação e aplicação dos sistemas de segurança
contra incêndio que englobam o Projeto de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PrPCI) do
prédio em questão, bem como a enumeração dos requisitos mínimos presentes na legislação
vigente que regula cada sistema de proteção contra incêndio. Os resultados do estudo de caso
mostraram que o PrPCI da edificação está em conformidade com os requisitos mínimos das
leis vigentes que regulamentam cada sistema de prevenção e proteção contra incêndio. Logo,
ficou evidente que, se a edificação for adequada de acordo o projeto, a segurança contra
incêndio contra incêndio dos ocupantes estará garantida.

Palavras-chave: Projeto de prevenção e proteção. Medidas de segurança. Incêndio.


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ABSTRACT

FIRE PREVENTION AND PROTECTION MEASURES:


CASE STUDY IN AN INDUSTRIAL PAVILION

AUTHOR: Ticiana dos Santos de Souza


ADVISOR: Larissa Degliuomini Kirchhof

The area of fire safety is more recent compared to others studied by Engineering and
Architecture. For this reason, its normative regulation has been constantly updated in recent
years, especially after the fire of the Kiss Nightclub in the city of Santa Maria / RS, tragedy
that killed hundreds of young people in January 2013. The present work focuses on the theme
of Fire Prevention and Protection Plan (PPCI). The work presents the possible measures of
prevention and protection against fire and the regulations that regulate them. An analysis of
fire safety measures is performed that are applied to a case study done in an industrial
pavilion of metal parts. The case study is based on Complementary Law No. 14.376: 2013
which is updated until Complementary Law No. 14,924: 2016 and regulated by State Decree
No. 53.280: 2016. Through the case study, the determination and application of the fire safety
systems that encompass the Fire Prevention and Protection Project (PrPCI) of the building in
question is described, as well as listing minimum requirements present in the current
legislation that regulates each fire protection system. The results of the case study have shown
that the building's PrPCI complies with the minimum requirements of the existing laws that
regulate each fire prevention and protection system. Therefore, it was evident that, if the
building is adequate according to the project, the occupant fire safety against fire will be
guaranteed.

Keywords: Prevention and protection project. Safety measures. Fire.


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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Medidas de segurança contra incêndio de acordo com a existência, área, altura e
ocupação ................................................................................................................ 16
Figura 02 – MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo ...................................... 22
Figura 03 – MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo ...................................... 23
Figura 04 – Determinação das MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio
médio e PPCI ......................................................................................................... 24
Figura 05 – Regulamentação das medidas de segurança contra incêndio ................................ 27
Figura 06 – Regulamentação das MSCI com RTCBMRS específica ...................................... 28
Figura 07 – Representação da via de acesso............................................................................. 29
Figura 08 – Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação .................................. 30
Figura 09 – Simbologia do acesso de viaturas através de pórtico ............................................ 30
Figura 10 – Retorno circular na via de acesso .......................................................................... 31
Figura 11 – Retorno em formato de “Y” na via de acesso ....................................................... 31
Figura 12 – Retorno em formato de “T” na via de acesso ........................................................ 32
Figura 13 – Simbologia dos acionadores manuais e da central do sistema .............................. 33
Figura 14 – Simbologia do sistema de hidrantes e mangotinhos ............................................. 36
Figura 15 – Dispositivo de recalque no passeio ....................................................................... 37
Figura 16 – Tipos de sistemas de hidrantes e mangotinhos ..................................................... 38
Figura 17 – Especificações dos itens mencionados na Figura 16 ............................................ 39
Figura 18 – Componentes obrigatórios de acordo com o tipo de sistema ................................ 39
Figura 19 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação ..................................... 40
Figura 20 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação ..................................... 41
Figura 21 – Diferenças dos Sistemas tipo 1 e 2........................................................................ 42
Figura 22 – Área de iluminação de um ponto de luz ................................................................ 44
Figura 23 – Exemplos de iluminação de emergência por bloco autônomo (a)
Luminária e (b) Refletor ........................................................................................ 44
Figura 24 – Altura de instalação dos pontos de iluminação de emergência ............................. 45
Figura 25 – Simbologia para identificação da sinalização de emergência em planta baixa ..... 47
Figura 26 – Dimensões das placas de sinalização de emergência ............................................ 47
Figura 27 – Altura de instalação da sinalização de alerta......................................................... 48
Figura 28 – Sinalizações de alerta ............................................................................................ 49
Figura 29 – Altura de instalação da sinalização de equipamentos de combate a incêndio ...... 50
Figura 30 – Sinalizações de equipamentos de combate a incêndio .......................................... 51
Figura 31 – Altura de instalação das sinalizações de orientação e salvamento ........................ 52
Figura 32 – Sinalizações de orientação e salvamento .............................................................. 53
Figura 33 – Altura de instalação da sinalização de alerta......................................................... 54
Figura 34 – Sinalizações de proibições .................................................................................... 54
Figura 35 – Número mínimo de TPCI por ocupação ............................................................... 56
Figura 36 – Classes de incêndio ............................................................................................... 58
Figura 37 – Extintores de incêndio portáteis ............................................................................ 59
Figura 38 – Extintores de incêndio sobre rodas ....................................................................... 59
Figura 39 – Extintores de incêndio sobre rodas ....................................................................... 60
Figura 40 – Detalhe da fixação do extintor de incêndio ........................................................... 61
Figura 41 – Capacidade extintora e distribuição para Classe A ............................................... 62
Figura 42– Capacidade extintora e distribuição para Classe B ................................................ 62
Figura 43 – Capacidade extintora e distribuição para Classe C ............................................... 63
Figura 44 – Componentes das saídas de emergência ............................................................... 64
8

Figura 45 – Dados para o cálculo da população (PSPCI - risco de incêndio médio e PPCI) ... 66
Figura 46 – Notas específicas citadas na Figura 45.................................................................. 67
Figura 47 – Distância máxima a percorrer até saída de emergência (PSPCI com
risco de incêndio médio e PPCI) ......................................................................... 69
Figura 48 – Planta baixa da edificação ..................................................................................... 72
Figura 49 – Definição da ocupação do pavilhão industrial ...................................................... 73
Figura 50 – Classe de risco de incêndio do pavilhão industrial ............................................... 74
Figura 51 – Mensuração da altura descendente ........................................................................ 75
Figura 52 – Medidas de segurança contra incêndio ................................................................. 76
Figura 53 – Quadro resumo das MSCI da edificação ............................................................... 77
Figura 54 – Croqui do acesso da viatura na edificação ............................................................ 78
Figura 55 – Cálculo da população da edificação ...................................................................... 79
Figura 56 – Croqui das saídas de emergência .......................................................................... 80
Figura 57 – Croqui do sistema de alarme de incêndio ............................................................. 83
Figura 58 – Croqui do sistema de sinalização de emergência .................................................. 84
Figura 59 – Croqui do sistema de extintores de incêndio ........................................................ 86
Figura 60 – Croqui do sistema de hidrante ............................................................................... 87
9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11
1.1 OBJETIVO ................................................................................................................. 12
1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos................................................................................................. 12
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................... 14
2 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PrPCI) ......................... 15
2.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES .................................. 17
2.1.1 Existência .................................................................................................................. 17
2.1.2 Ocupação ou uso ....................................................................................................... 18
2.1.3 Classe de risco de incêndio ...................................................................................... 18
2.1.4 Área............................................................................................................................ 18
2.1.5 Altura................... ...................................................................................................... 19
2.2 PROCESSOS PARA OBTENÇÃO DO ALVARÁ DE PREVENÇÃO E
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (APPCI) E DETERMINAÇÃO
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ................................... 19
2.2.1 Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB) ......................... 20
2.2.2 Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PSPCI) ............. 21
2.2.2.1 PSPCI – Risco baixo de incêndio ............................................................................... 21
2.2.2.2 PSPCI– Risco Médio de incêndio .............................................................................. 23
2.2.3 Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) ............................................ 24
3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ............. 26
3.1 ACESSO DE VIATURAS DE BOMBEIROS .......................................................... 28
3.1.1 Conceito básico ......................................................................................................... 29
3.1.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 30
3.2 ALARME DE INCÊNDIO ........................................................................................ 32
3.2.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 32
3.2.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 33
3.3 HIDRANTES E MANGOTINHOS ........................................................................... 34
3.3.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 34
3.3.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 35
3.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ......................................................................... 42
3.4.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 43
3.4.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 43
3.5 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ....................................................................... 45
3.5.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 46
3.5.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 46
3.6 BRIGADA DE INCÊNDIO ....................................................................................... 55
3.6.1 Conceitos básicos ...................................................................................................... 55
3.6.2 Requisitos .................................................................................................................. 55
3.7 EXTINTORES DE INCÊNDIO ................................................................................. 56
3.7.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 56
3.7.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 58
3.8 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA .................................................................................... 63
3.8.1 Conceitos Básicos ...................................................................................................... 63
3.8.2 Requisitos de projeto ................................................................................................ 65
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 71
10

4.1 METODOLOGIA ...................................................................................................... 71


4.2 APRESENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO .................................................................... 71
4.3 DEFINIÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA
EDIFICAÇÃO ............................................................................................................ 73
4.3.1 Ocupação ................................................................................................................... 73
4.3.2 Classe de risco de incêndio ...................................................................................... 74
4.3.3 Altura............. ............................................................................................................ 74
4.4 ELABORAÇÃO DO PrPCI ....................................................................................... 75
4.4.1 Determinação das medidas de segurança contra incêndio ................................... 75
4.4.2 Aplicação das medidas de segurança contra incêndio .......................................... 77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 88
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 90
APÊNDICE A - PLANTA DE SITUAÇÃO E DE LOCALIZAÇÃO DO
PAVILHÃO INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO) ............................................. 93
APÊNDICE B - PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO DO
PAVILHÃO INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO) ............................................. 94
APÊNDICE A - PLANTA BAIXO DO 2º PAVIMENTO DO PAVILHÃO
INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO). ................................................................... 95
11

1 INTRODUÇÃO

A segurança contra incêndios em edifícios tem grande importância na economia e nas


sociedades dos países. A ocorrência de incêndios importantes em diferentes pontos do mundo
instigou a comunidade técnico-científica a olhar para esta temática com maior cuidado, com
vistas à criação de regulamentos e normas (ALBRASCI, 2016).
Internacionalmente, a Segurança Contra Incêndio (SCI) é encarada como uma ciência,
portanto uma área de pesquisa, desenvolvimento e ensino. Percebe-se uma enorme atividade
nessa área na Europa, nos Estados Unidos e no Japão e, em menor intensidade, mas em franca
evolução, em outros países (SEITO et al, 2008).
No Brasil, o questionamento sobre as normas de SCI adotadas foi impulsionado pelas
tragédias provocadas pelo fogo na década de 70, nos edifícios Andraus, em 1972 e Joelma,
em 1974. Anteriormente, a segurança contra incêndio exigia basicamente o uso de extintores
de incêndio e hidrantes, conforme requerido pelas seguradoras e pelo Corpo de Bombeiros.
Após os incidentes, a legislação (municipal, estadual e federal) e as normas técnicas passaram
a ser discutidas e aprimoradas. Novas considerações começaram a ser feitas como: resistência
ao fogo das estruturas, sistemas de detecção e controle da fumaça (GILL e SILVA, 2011).
No entanto, tragédias mais recentes como o incêndio da Boate Kiss, ocorrido na
cidade de Santa Maria/RS, em 27 de janeiro de 2013, expuseram a deficiência da legislação
aplicada atualmente à segurança contra incêndio, trazendo à tona a necessidade de grandes
mudanças em todo o território nacional (Aquino, 2015). Em o Acervo O Globo (2013), a
tragédia da Boate Kiss foi considerada como o segundo maior incêndio do Brasil em número
de vítimas, ficando atrás somente do ocorrido no Gran Circus Norte-Americano, no ano de
1961, em Niterói, o qual vitimou mais de 500 pessoas.
Com a repercussão em todos os canais de mídia sobre a insegurança existente em
relação à prevenção de incêndios, e com a comoção tanto da sociedade quanto dos órgãos
competentes, surgiu a necessidade da elaboração e atualização de normas técnicas e
readaptações das legislações vigentes, no sentido de torná-las mais rígidas, a fim de
proporcionar uma maior segurança à sociedade. A partir desse cenário, no estado do Rio
Grande do Sul entrou em vigor a Lei Complementar nº 14.376, em 26 de dezembro de 2013, a
qual estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas
edificações e áreas de risco de incêndio. A Lei Complementar n° 14.376 foi atualizada e
alterada pela Lei Complementar nº 14.924, em 22 de setembro de 2016, e regulamentada pelo
12

Decreto Estadual nº 53.280:2016, que estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e


Proteção contra incêndio nas edificações no Estado do Rio Grande do Sul.
Faz-se necessário, atualmente, que a cultura da sociedade sobre segurança de
prevenção contra ao incêndio passe por uma readaptação e obtenha uma maior
conscientização. É inaceitável que proprietários de estabelecimentos pequem por negligência
ao não executarem o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) adequado, por
visar o gasto financeiro da implantação de sistemas de prevenção; que órgãos públicos
competentes possuam fiscalizações insuficientes ou inadequadas; e que cidadãos não cobrem
e denunciem ao perceberem estabelecimentos atuando sem seguranças mínimas de prevenção
e proteção contra incêndio.
Dessa forma, visando abranger o tema de Plano de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio (PPCI), o presente trabalho faz uma revisão teórica dos possíveis sistemas de
prevenção e proteção contra incêndio, destacando as respectivas normas de regulamentação.
Também será proposto um estudo de caso, com a elaboração de um Projeto de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio (PrPCI) de um pavilhão industrial, com a análise detalhada das
medidas de segurança necessárias para a edificação em questão.

1.1 OBJETIVO

1.1.1 Objetivo geral

O principal objetivo deste trabalho é difundir a temática sobre planos de prevenção e


proteção contra incêndios (PPCI) e listar as possíveis medidas de segurança contra ao
incêndio que esses projetos exigem, com suas respectivas normas técnicas, salientando
exigências específicas de cada sistema de prevenção.

1.1.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

i. Realizar uma revisão teórica sobre o tema proposto, com abordagem das normas
técnicas, que regulamentam as medidas de segurança contra incêndio, que são
13

necessárias para a elaboração do Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio


(PrPCI).
ii. Elaborar o projeto de prevenção e proteção contra incêndio (PrPCI), com base nas
regulamentações e normas atuais, de um pavilhão industrial, discutindo-se e
analisando-se as medidas de segurança necessárias para tal edificação.
iii. Realizar uma análise crítica sobre a regulamentação normativa atual necessária para
o dimensionamento das medidas de segurança contra incêndio e,
consequentemente, da elaboração de PrPCI.

1.2 JUSTIFICATIVA

A segurança contra incêndio vem ganhando destaque com o passar dos anos, devido à
tragédias ocorridas. O Estado do Rio Grande do Sul, e, principalmente, a cidade de Santa
Maria, se enquadram nesse cenário após o incêndio ocorrido na Boate Kiss em 2013. Após
essa tragédia, a necessidade da sociedade de possuir uma maior segurança em relação à
prevenção de incêndios aumentou consideravelmente, por esse motivo o Corpo de Bombeiros
Militar do Rio Grande do Sul juntamente com o Estado elaboraram e atualizaram diversas
Leis Complementares, Resoluções Técnicas e Decretos Estaduais que regulamentam a
segurança contra incêndio. A legislação que ganha destaque é a Lei Complementar nº
14.376:2013 que foi batizada como “Lei Kiss” e que, desde sua publicação, já passou por três
atualizações através de outras Leis Complementares e quatro regulamentações através de
Decretos Estaduais.
A escolha da temática de segurança contra incêndio para este trabalho deve-se ao fato
de que o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) deve ser tratado como algo
indispensável pelos proprietários das edificações. O número elevado de legislações a serem
seguidas para a elaboração de Projetos de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PrPCI)
mostra a necessidade da realização de estudos nessa área. Devido a essa complexidade de
elaboração dos PrPCI, cabe aos responsáveis técnicos estarem preparados e com total
conhecimento de todas as normas vigentes para que elaborem projetos com eficiência e
segurança.
14

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi dividido em cinco capítulos. No primeiro capítulo foi apresentada a


introdução do tema, juntamente com a descrição dos objetivos, gerais e específicos, e da
justificativa da temática escolhida.
No segundo capítulo foram descritas as diretrizes para a elaboração do Projeto de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PrPCI), com a orientação para as definições de
características específicas das edificações. Neste capítulo também foi explicado os possíveis
processos para obtenção do Alvará de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (APPCI) e a
forma de determinação, para cada tipo de processo, das Medidas de Segurança Contra
Incêndio (MSCI).
Foi apresentada, no terceiro capítulo, a legislação que regulamenta cada MSCI.
Também, neste capítulo, foi realizado um estudo de alguns requisitos dos projetos das MSCI
necessárias na edificação em que foi desenvolvido um estudo de caso.
No quarto capítulo foi apresentada a metodologia e aplicação do estudo de caso
desenvolvido. Também foi demonstrada a forma de determinação das MSCI e apresentada
uma análise da elaboração do PrPCI da edificação escolhida
No quinto e último capítulo foram apresentada as considerações finais referentes ao
trabalho.
15

2 DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE


PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PrPCI)

A elaboração inicial de um PrPCI de uma edificação está diretamente associada à


determinação das medidas de prevenção e proteção contra incêndio. É a partir dessa
determinação que se inicia um estudo mais aprofundado de questões como o posicionamento,
quantidade e área de proteção de cada equipamento e os tipos de sistemas a serem instalados.
As medidas de segurança contra incêndio são sistemas que devem ser instalados nas
edificações, pois são necessários para evitar o início de um incêndio, restringir sua
propagação, auxiliar na sua extinção e, simultaneamente, proteger a vida humana, o
patrimônio e o meio ambiente.
De acordo com SEITO et al (2008), a segurança contra incêndio pode ser dividida
entre os seguintes grupos de medidas de prevenção e proteção contra incêndio:

 Prevenção de incêndio: conceito que abrange sistemas que tem como objetivo
evitar incêndios como, por exemplo, controle dos materiais de acabamento e
revestimento, treinamentos das pessoas para hábitos e atitudes preventivas, de
acordo com as atividades realizadas nas edificações, em função de suas ocupações;
 Proteção de incêndio: definição que engloba medidas que possuem o objetivo de
dificultar a propagação do incêndio como, por exemplo, o sistema de chuveiros
automáticos, as portas corta-fogo, as paredes resistentes ao fogo, etc;
 Combate ao incêndio: conceito que enquadra todos os sistemas capazes de extinguir
o sinistro como os sistemas de hidrantes, extintores e o acesso da viatura dos
bombeiros à edificação;
 Meios de escape: definição que engloba medidas de segurança com o intuito de
auxiliar na evacuação da edificação, em caso de sinistro, como as escadas
protegidas, enclausuradas, à prova de fumaça, portas e paredes resistentes e corta-
fogo, sistemas de alarme e detecção de incêndio, iluminação e sinalização de
emergência;
 Gerenciamento das medidas de segurança: conceito que abrange as medidas
administrativas que garantem um bom desempenho dos sistemas instalados na
edificação como, por exemplo, a manutenção dos equipamentos, a recarga dos
extintores, para assim possuir a garantia de um bom funcionamento em caso de
incêndio.
16

Para a determinação das medidas de segurança contra incêndio (MSCI), é necessário,


previamente, definir as características específicas da edificação, tais como existência,
ocupação, classe de risco existente no local, área que deverá ser protegida e altura da
edificação, conforme apresenta a Figura 01.

Figura 01 – Medidas de segurança contra incêndio de acordo com a existência, área, altura e
ocupação

Fonte: Elaborado pela autora

Por meio de análise da Figura 01, pode-se perceber que para definir qual normativa a
ser utilizada é necessário classificar a edificação quanto à sua existência. Dessa forma, se a
edificação já existir, deve-se seguir a Resolução Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Rio Grande do Sul (RTCBMRS), caso contrário, deve-se utilizar o Decreto
Estadual nº 53.280:2016. Após definição da normativa a ser seguida e de posse da área da
edificação a ser protegida, será necessário ainda definir a ocupação, vinculada diretamente à
17

classe de risco de incêndio do local e a altura da edificação para que se possa, finalmente,
determinar as MSCI da edificação. As MSCI serão o objeto de análise e de fiscalização do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado Rio Grande do Sul (CBMRS).
A seguir, serão apresentadas e detalhadas as características específicas necessárias
para definir a edificação.

2.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DAS EDIFICAÇÕES

Para a determinação das medidas de segurança contra incêndio são necessárias


algumas definições de características específicas das edificações como a existência, a
ocupação, a classe de risco de incêndio, a área e a altura.

2.1.1 Existência

Uma edificação pode ser considerada quanto à sua existência como “existente
regularizada”, “existente não regularizada”, “existente tombada ou histórica” e “à construir”.
Essa classificação é estabelecida por critérios definidos no Art. 6º, item XVII da Lei
Complementar (LC) 14.376:2013, atualizada pela LC 14.924:2016.
A edificação pode ser considerada como “existente regularizada”, quando o imóvel
possui habite-se, ou projeto protocolado na Prefeitura Municipal, ou Plano de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio (PPCI) ou Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio (PSPCI), protocolado no CBMRS, ou algum documento emitido por órgão público,
que comprove a área e a ocupação da edificação, anteriormente a 26 de dezembro de 2013
(data em que a Lei Complementar 14.376:2013 entrou em vigor).
Classifica-se a edificação como “existente não regularizada”, quando se consegue
comprovar a existência da construção, por meio de registro fotográfico ou documentos
públicos ou particulares, com data anterior a 26 de dezembro de 2013. Para o enquadramento
nessa classificação, não há obrigatoriedade de se comprovar toda a área construída.
Já uma edificação é classificada como “existente tombada ou histórica”, quando,
comprovadamente, possuir Certidão de Preservação do Imóvel, Declaração de Valor Cultural,
conforme item 2.1.1 da RTCBMRS nº 05 – Parte 07, de 07 de novembro de 2016.
Por fim, edificações consideradas como “à construir” são aquelas que já foram ou
serão construídas com data posterior a 26 de dezembro de 2013. Nesse caso, não há diferença
18

se a edificação possui ou não situação regularizada, em razão de ser após a aplicação da LC


14.376:2013.

2.1.2 Ocupação ou uso

A ocupação ou uso de uma edificação pode ser considerada como a identidade do


imóvel. É através da ocupação existente no local que são descritas as atividades que serão
empregadas nas áreas de riscos. Uma edificação possuirá ocupação mista quando abrigar mais
de um tipo de atividade. As ocupações das edificações devem ser determinadas de acordo com
a tabela de classificação das edificações e áreas de risco presentes no Decreto Estadual (DE),
nº 53.280:2016, páginas 10 a 13, Tabela 1 (Anexo Único).

2.1.3 Classe de risco de incêndio

O risco de incêndio de uma edificação pode ser classificado como baixo, médio ou
alto, sendo essa definição totalmente vinculada à carga de incêndio, que dependerá da
ocupação existente no local, de acordo com a Tabela 3.1 do DE nº 53.280:2016, páginas 14 a
59. A carga de incêndio, conforme Art. 6º, item X da LC 14.376:2013 e suas alterações, é a
soma das energias caloríficas que, através da combustão completa dos materiais combustíveis
existentes em um ambiente, podem vir a ser liberadas. O risco de incêndio de uma edificação
será baixo se possuir carga de incêndio de até 300 MJ/m², médio se estiver entre 300 e 1.200
MJ/m² e alto, caso ultrapasse 1.200 MJ/m².

2.1.4 Área

A área de uma edificação é definida, conforme Art. 6, item VI, da LC 14.376:2013,


como o somatório da área a construir e da área construída de uma edificação.
No Art. 31 da LC 14.376:2013 são definidos itens que não serão computados no
cálculo da área a ser protegida com as medidas de segurança:

I - Telheiros, com laterais abertas, destinados à proteção de utensílios,


caixas d’água, tanques e outras instalações desde que não tenham área superior a 10
m² (dez metros quadrados); II - platibandas e beirais de telhado até 3 m (três metros)
de projeção; III - passagens cobertas, com largura máxima de 3 m (três metros), com
laterais abertas, destinadas apenas à circulação de pessoas ou de mercadorias; IV -
coberturas de bombas de combustível e de praças de pedágio, desde que não sejam
19

utilizadas para outros fins e sejam abertas lateralmente; V - reservatórios de água;


VI - piscinas, banheiros, vestiários e assemelhados, no tocante a sistemas
hidráulicos, alarme de incêndio e quadras esportivas com cobertura e sem paredes;
VII - escadas enclausuradas, incluindo as antecâmaras; VIII - dutos de ventilação
das saídas de emergência. (LEI COMPLEMENTAR 14.376, 2013, p. 20).

2.1.5 Altura

De acordo com o Art. 6º, item II, da LC 14.376:2013, a edificação pode possuir duas
alturas, a altura ascendente e a descendente. A altura ascendente é caracterizada pela medida,
em metros, entre o ponto que representa o nível do piso da descarga ao ponto do nível do piso
do pavimento mais inferior da edificação. Como exemplo, em uma situação de uma edificação
de múltiplos andares, com apenas um subsolo, a altura ascendente é a metragem entre o piso
do pavimento térreo (nível da descarga) até o piso do subsolo.
A altura descendente é a medida em metros entre o ponto que representa o nível do
piso da descarga ao ponto do piso do último pavimento. No exemplo citado, a altura
descendente é a metragem entre o piso do pavimento térreo até o piso do último pavimento.
Para a determinação da altura da edificação não serão considerados na mensuração:

I - Os subsolos destinados exclusivamente a estacionamento de veículos,


vestiários, instalações sanitárias e áreas técnicas sem aproveitamento para quaisquer
atividades ou permanência humana; II - os pavimentos superiores destinados,
exclusivamente, a áticos, casas de máquinas, barriletes, reservatórios de água e
assemelhados; III - os mezaninos cuja área não ultrapasse 250 m² (duzentos e
cinquenta metros quadrados) da área total do pavimento onde situa; IV - o
pavimento superior da unidade duplex do último piso de edificação de uso
residencial. (LEI COMPLEMENTAR 14.376, 2013, p. 20).

Para a determinação das medidas de segurança contra incêndio, a LC 14.376:2013


define que a altura da edificação a ser considerada é a altura descendente.

2.2 PROCESSOS PARA OBTENÇÃO DO ALVARÁ DE PREVENÇÃO E


PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (APPCI) E DETERMINAÇÃO DAS
MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Para a obtenção do APPCI, as edificações deverão se enquadrar em algum dos três


processos existentes no Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul
(CBMRS). Os tipos de processos são o Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros
(CLCB), o Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PSPCI) e o Plano de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI).
20

As edificações que não necessitam possuir APPCI são definidas no Art. 4º, § 1º, da LC
14.376:2013:

I - Edificações de uso residencial exclusivamente unifamiliares; II -


residências exclusivamente unifamiliares localizadas em edificação com ocupação
mista de até 2 (dois) pavimentos, desde que as ocupações possuam acesso
independentes; III - propriedades destinadas a atividades agrossilvipastoris,
excetuando-se silos e armazéns, que serão regulamentadas por RTCBMRS; IV -
empreendedor que utilize residência unifamiliar, sem atendimento ao público ou
estoque de materiais. (LEI COMPLEMENTAR 14.376, 2013, p. 2).

2.2.1 Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros (CLCB)

O CLCB é um documento emitido pelo CBMRS o qual certifica a edificação, caso


esta se encontre devidamente regularizada e se enquadre nos requisitos estabelecidos pela LC
14.376:2013 e suas atualizações e pela RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016. Nesse caso, não há
a obrigatoriedade de acompanhamento de um responsável técnico. O proprietário ou
responsável pelo uso da edificação presta informações de forma online no endereço eletrônico
do CBMRS, para posterior emissão do CLCB.
Para enquadramento das edificações no CLCB, devem ser atendidos todos os
requisitos determinados no Art. 4º, §2º, item I da LC 14.376:2013:

a) Ter área total de até 200 m² (duzentos metros quadrados); b) possuir até 2
(dois) pavimentos; c) ser classificada com grau de risco baixo ou médio, conforme
Tabelas constantes em Decreto Estadual; d) não se enquadrar nas divisões F-5, F-6,
F-7, F-11, F-12, G-3, G-4, G-5 e G-6, e nos grupos L e M, conforme Tabelas
constantes em Decreto Estadual; e) não possuir depósito ou áreas de manipulação de
combustíveis, inflamáveis, explosivos ou substâncias com alto potencial lesivo à
saúde humana, ao meio ambiente ou ao patrimônio, tais como peróxidos orgânicos,
substâncias oxidantes, substâncias tóxicas, substâncias radioativas, substâncias
corrosivas e substâncias perigosas diversas; f) não possuir mais de 26 kg (vinte e
seis quilogramas) de GLP; g) não possuir subsolo com área superior a 50 m²
(cinquenta metros quadrados); (LEI COMPLEMENTAR 14.376, 2013, p. 2 e 3).

As medidas de segurança contra incêndio necessárias para edificações enquadradas no


CLCB são definidas na RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016. Todas as edificações deste
processo, independente de suas características específicas, deverão possuir extintores de
incêndio, iluminação e sinalização de emergência, saídas de emergência e treinamento de
pessoal/brigada de incêndio.
Especificações de cada medida de prevenção e proteção contra incêndio são
encontradas e detalhadas no Anexo D da RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016.
21

2.2.2 Plano Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio


(PSPCI)

O PSPCI é um processo simplificado que contém uma relação reduzida de elementos


formais e dispensa a apresentação do Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio
(PrPCI) que contempla elementos gráficos (planta de situação e de localização, planta baixa e
de corte) com a representação do dimensionamento das MSCI. A regulamentação desse
processo é feita pela RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016. Dependendo da classificação do
risco (baixo ou médio), deve atender requisitos mínimos de segurança.
Para enquadramento das edificações no PSPCI, devem ser atendidos todos os
requisitos determinados no Art. 21 da LC 14.376:2013:

I – classificação com grau de risco baixo ou médio; II – área total edificada


de até 750 m² (setecentos e cinquenta metros quadrados); III – até 3 (três)
pavimentos. §1º. Aplica-se o disposto neste artigo às edificações enquadradas nas
divisões F-11 e F-12, com até 1.500 m² (um mil e quinhentos metros quadrados) e
até 3 (três) pavimentos. §2º. Excetuam-se do disposto neste artigo: I – depósitos e
revendas de GLP a partir de 521 kg (quinhentos e vinte e um quilogramas); II –
locais com manipulação, armazenamento e comercialização de combustíveis,
inflamáveis e explosivos; III – edificações com central de GLP; IV – edificações do
grupo F que são classificadas quanto ao grau de risco de incêndio como risco médio
ou alto; V – edificações das divisões G-3, G-5 e G-6. (LEI COMPLEMENTAR
14.376, 2013, p. 17).

2.2.2.1 PSPCI – Risco baixo de incêndio

Edificações enquadradas no formato de PSPCI (forma simplificada) e que possuem


risco baixo de incêndio (de acordo com o definido na Tabela 3.1 do Decreto Estadual (DE) nº
53.280:2016), devem fazer uso do Anexo G, disposto na RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, que é
destinado para regulamentar os requisitos mínimos de segurança contra incêndio e orientar os
proprietários ou responsáveis pelo uso da edificação. O Anexo G foi elaborado com o intuito
de apresentar instruções relacionadas às medidas de prevenção e proteção contra incêndio,
para que assim, a edificação fique segura e adequada, em consonância com as normativas
vigentes. O PSPCI com risco baixo de incêndio pode ser realizado, por meio eletrônico, pelo
próprio proprietário ou responsável pelo uso da edificação.
Ainda no Anexo G da RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, é possível fazer uso da Tabela 18,
páginas 81 a 123, que apresenta as descrições das ocupações possíveis que possuem grau de
22

risco de incêndio baixo, sendo uma representação resumida das definições encontradas no DE
nº 53.280:2016.
As Figuras 02 e 03 apresentam as exigências mínimas de medidas de segurança contra
incêndio (MSCI), para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo, de acordo com a
ocupação/uso da edificação.

Figura 02 - MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Anexo G, Tabela 02, p 17).


23

Figura 03 - MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio baixo

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Anexo G, Tabela 02, p. 18).

2.2.2.2 PSPCI– Risco Médio

As edificações enquadradas em PSPCI e classificadas como risco médio de incêndio,


também são regulamentadas pela RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016. No entanto, a
determinação das MSCI é idêntica à dos processos enquadrados como PPCI, que será
apresentado a seguir.
24

2.2.3 Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI)

O PPCI é um plano apresentado na sua forma completa que possui um conjunto de


elementos formais juntamente com o Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio
(PrPCI). O PrPCI é o conjunto das representações dos dimensionamentos dos sistemas de
segurança contra incêndio através de elementos gráficos obrigatórios como as plantas de
situação e de localização, plantas baixas e de corte. A RTCBMRS nº 05 – Parte 1.1:2016 é a
resolução que regulamenta os processos enquadrados como PPCI. As edificações que não se
enquadram nos requisitos do CLCB e PSPCI, serão enquadradas, obrigatoriamente, no
processo de PPCI.
Para a definição das medidas de segurança contra incêndio dos processos de PSPCI de
risco médio de incêndio e PPCI, deve ser seguido o fluxograma exemplificado na Figura 04.

Figura 04 - Determinação das MSCI para PSPCI com grau de risco de incêndio médio e PPCI

Fonte: Elaborado pela autora

Ou seja, edificações e áreas de risco de incêndio novas e existentes não regularizadas,


que seguem o DE n° 53.280:2016, ou edificações existentes regularizadas, que seguem a
RTCBMRS n° 05 – Parte 07: 2016, com área inferior a 750 m², altura inferior a 12 metros, e
as divisões F-11 e F-12 com área até 1.500 m², as medidas de segurança contra incêndio são
25

determinadas a partir da Tabela 05. Caso contrário, se área for maior que 750 m² ou altura
superior a 12 metros, Tabelas 6A a 6M.6.
26

3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Após a determinação das medidas de prevenção e proteção contra incêndio que serão
exigidas na edificação, para a elaboração de um Projeto de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio (PrPCI), é necessário que seja feito, para cada medida de segurança contra incêndio
(MSCI), um estudo sobre a normativa que a regulamenta. Exigências básicas necessárias, para
cada sistema de prevenção e proteção contra incêndio, serão abordadas, sendo essas
adequadas para qualquer tipo de edificação, logo, para qualquer caso de elaboração de um
PrPCI.
A Resolução Técnica de Transição (RTT) do CBMRS do ano de 2015 apresenta, para
cada medida de segurança contra incêndio, a respectiva norma a ser observada. Até a entrada
em vigor de Resolução Técnica (RT) específica do CBMRS para cada MSCI, deverá ser
observada a Tabela 01 da RTTCBMRS:2015, conforme mostra a Figura 05.
27

Figura 05 – Regulamentação das medidas de Segurança Contra Incêndio

Fonte: (RTTCBMRS, 2015, p 3).


28

As Medidas de Segurança Contra Incêndio (MSCI) de brigada de incêndio, extintores


de incêndio e saídas de emergência, são regulamentadas por Resoluções Técnicas específicas
do CBMRS como determina a Tabela 2 da RTTCBMRS:2015, conforme mostra a Figura 06.

Figura 06 – Regulamentação das MSCI com RTCBMRS específica

Fonte: (RTTCBMRS, 2015, p 4).

É importante salientar que após a publicação da RTT em 2015, as Resoluções


Técnicas específicas que regulamentam as medidas de segurança contra incêndio de extintores
de incêndio e de saídas de emergência sofreram atualizações. As versões que devem ser
observadas para os extintores de incêndio e para as saídas de emergência são as resoluções
RTCBMRS nº 14:2016 e RTCBMRS nº 11:2016, respectivamente.
As figuras 05 e 06 trazem os possíveis sistemas que atuam na prevenção e proteção
contra incêndios. A seguir, devido à extensão do assunto, serão apresentadas somente as
MSCI referentes ao estudo de caso realizado para este trabalho.

3.1 ACESSO DE VIATURAS DE BOMBEIROS

A medida de segurança de acesso de viatura do Corpo de Bombeiros na edificação e


áreas de risco é regulamentada pela Instrução Técnica (IT) nº 06, de 2011, do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBSP), com o objetivo de definir
29

condições mínimas para o emprego operacional do corpo de bombeiros nas edificações, em


caso de incêndio.

3.1.1 Conceito básico

 Via de acesso

A via de acesso é um “arruamento trafegável para aproximação e operação dos


veículos e equipamentos de emergência junto às edificações ou áreas de risco” (Instrução
Técnica nº 06 – CBSP, 2011, item 4.1, p. 03).
As vias de acesso devem possuir largura mínima de 6,00 metros, altura livre e ter
capacidade de suporte de viaturas com peso de 25 toneladas conforme Figura 07.

Figura 07 – Representação da via de acesso

Fonte: (IT CBSP nº 06, 2011, Anexo A, Figura 03, p 05).


30

3.1.2 Requisitos de projeto

Quando houver portão de acesso à edificação ou área de risco, ele deverá possuir
largura mínima de 4,00 metros e altura mínima de 4,50 metros, conforme ilustra a Figura 08,
para livre acesso dos veículos de combate ao incêndio.

Figura 08 – Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação

Fonte: (IT CBSP nº 06, 2011, Anexo A, Figura 02, p 04).

Quando houver pórticos na entrada da edificação, este deve ser representado em planta
de situação e de localização na cor vermelha e conforme a simbologia demonstrada na Figura
09.

Figura 09 – Simbologia do acesso de viaturas através de pórtico

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, p 06).


31

Quando as vias de acesso possuírem extensão maior que 45,00 metros, é recomendado
que possuam retornos dos tipos circular, em formato de “Y” ou de “T”, conforme ilustram as
Figuras 10, 11 e 12, respectivamente.

Figura 10 – Retorno circular na via de acesso

Fonte: (IT CBSP nº 05, 2011, Anexo A, Figura 01, p 04).

Figura 11 – Retorno em formato de “Y” na via de acesso

Fonte: (IT CBSP nº 05, 2011, Anexo A, Figura 02, p 04).


32

Figura 12 – Retorno em formato de “T” na via de acesso

Fonte: (IT CBSPC nº 05, 2011, Anexo A, Figura 03, p 04).

3.2 ALARME DE INCÊNDIO

O sistema de alarme de incêndio é, atualmente, regulamentado pela ABNT NBR


17.240:2010, que define as implicações básicas para o projeto, instalação, comissionamento e
manutenção dessa medida de segurança contra incêndio.

3.2.1 Conceitos Básicos

 Acionador Manual
Acionadores manuais são dispositivos que permitem a iniciação manual de um alarme
que alertará uma situação de emergência, no caso, um sinistro.

 Avisador Audiovisual
São dispositivos que emitem simultaneamente sinais sonoros e visuais previstos para
alertar os ocupantes da edificação de um caso de incêndio.
33

3.2.2 Requisitos de projeto

Para a análise do PrPCI junto ao CBMRS, somente é necessário representar em planta


baixa, na cor vermelha, os acionadores manuais e a central do sistema, com a simbologia
conforme mostra a Figura 13.

Figura 13 – Simbologia dos acionadores manuais e da central do sistema

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, p 06).

 Central do Sistema

A central do sistema de alarme de incêndio deve ser localizada em “áreas de fácil


acesso, salas de controle, salas de segurança, ou bombeiros, portaria principal ou entrada de
edifícios. A central deve ser monitorada, local ou remotamente, 24 h por dia, por operadores
treinados” (ABNT NBR 17.240, 2010, p. 17). No local de instalação da central, não é possível
a presença próxima de materiais inflamáveis ou tóxicos, devendo possuir uma rota de fuga
segura para o operador e uma área livre de, no mínimo, 1,00 m² em frente à central.
É recomendando, que a instalação da central seja de modo que a “interface de
operação (teclado/visor) fique a uma altura entre 1,40 m e 1,60 m do piso acabado, para
operação em pé, 1,10 m a 1,20 m para operação sentada” (ABNT NBR 17.240, 2010, item
5.3.13, p. 18).

 Acionadores manuais

A localização de um acionador manual deve ser “em um local de trânsito de pessoas


em caso de emergência, como saídas de áreas de trabalho, áreas de lazer, corredores, saídas de
emergência para o exterior” (ABNT NBR 17.240, 2010, item 5.5.1, p. 37).
34

A altura de instalação de um acionador manual deve ser entre 0,90 e 1,35 metros do
pisco acabado.
Cada acionador manual possui uma área de proteção de 30 metros, ou seja, isso
significa que, entre qualquer ponto da área protegida e o acionador, a distância máxima a ser
percorrida por um operador deve ser de, no máximo, 30 metros. Quando a edificação possuir
mais de um pavimento, cada pavimento deverá possuir, no mínimo, um acionador manual. No
entanto, não é necessária a instalação em mezaninos em que a distância percorrida até o
acionador, localizado no térreo, é inferior a 30 metros.

 Avisadores Sonoros e/ou visuais


Em qualquer ponto da edificação, os avisadores sonoros e/ou visuais devem ser
visualizados e/ou ouvidos. Por isso, os dois tipos avisadores, sonoros e visuais, são
obrigatórios em locais onde os trabalhadores utilizem protetores auriculares.
A altura de instalação dos avisadores deve ser entre 2,20 a 3,50 metros, de preferência
em paredes. A localização ideal é em local de trânsito dos ocupantes, em caso de incêndio,
como “áreas de trabalho, corredores, saídas de emergência para o exterior” (ABNT NBR
17.240, 2010, p. 38).

3.3 HIDRANTES E MANGOTINHOS

O sistema de hidrantes e mangotinhos é regulamentado pela ABNT NBR 13.714:2000


que possui o objetivo de estabelecer requisitos mínimos de dimensionamento, instalação,
manutenção e manuseio dos componentes do sistema. Esta norma não é aplicada a “indústrias
petroquímicas, refinarias de petróleo, terminais e bases de distribuição de derivados de
petróleo e instalações de armazenagem de líquidos e gases combustíveis e inflamáveis que
disponham de normas brasileiras específicas” (ABNT NBR 13.714, 2000, p.1 e 2).

3.3.1 Conceitos básicos

 Dispositivo de recalque

É destinado ao “uso do Corpo de Bombeiros, que permite o recalque de água para o


sistema, podendo ser dentro da propriedade quando o acesso do Corpo de Bombeiros estiver
garantido” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.6, p. 3).
35

 Esguicho
O esguicho é um “dispositivo adaptado na extremidade das mangueiras, destinado a
dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do tipo regulável (neblina ou compacto) ou
de jato compacto” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.7, p. 3).

 Hidrante
O hidrante é um “ponto de tomada de água onde há uma (simples) ou duas (duplo)
saídas contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores, tampões, mangueiras
de incêndio e demais acessórios” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.8, p. 3)

 Mangotinho
O mangotinho é um “ponto de tomada de água onde há uma (simples) saída contendo
válvula de abertura rápida, adaptador (se necessário), mangueira semi-rígida, esguicho
regulável e demais acessórios” (ABNT NBR 13.714, 2000, item 3.12, p. 3).

 Reserva de incêndio
A reserva de incêndio é o volume de água que deve ter seu uso destinado apenas ao
combate a incêndio.

3.3.2 Requisitos de projeto

Para a análise do PrPCI junto ao CBMRS somente é necessário representar em planta


baixa, na cor vermelha, os mangotinhos, hidrantes, a reserva de incêndio (reservatório) e o
dispositivo de recalque, com a simbologia conforme mostra o Figura 14.
36

Figura 14 – Simbologia do sistema de hidrantes e mangotinhos

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, p 05).

 Recalque
Todos os tipos de sistemas devem possuir dispositivo de recalque. Quando sua
localização for situada no passeio, o dispositivo de recalque deve ser, conforme mostra a
Figura 15:

Enterrado em caixa de alvenaria, com fundo permeável ou dreno, tampa


articulada e requadro em ferro fundido, identificada pela palavra “INCÊNDIO”, com
dimensões de 0,40 m x 0,60 m, afastada a 0,50 m da guia de passeio; a introdução
tem que estar voltada para cima em ângulo de 45º e posicionada, no máximo, a 015
m de profundidade em relação ao piso do passeio (NBR 13714,2000, p. 4)
37

Figura 15 – Dispositivo de recalque no passeio

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Figura 1, p 05).

 Tubulação
A tubulação do sistema que estiver aparente deve ser em cor vermelha. O diâmetro
mínimo aceitável para as tubulações é, de acordo com o item 4.3.1 da ABNT NBR
13.714:2000, de DN65 (“2 ½“). Porém, “para sistemas tipo 1, poderá ser utilizada tubulação
com diâmetro nominal DN50 (2”), desde que comprovado tecnicamente o desempenho
hidráulico dos componentes e do sistema, e aprovado pelo órgão competente” (ABNT NBR
13.714, 2000, p. 4).

 Esguicho
De acordo com o definido no item 4.4.1 da ABNT NBR 13.714:2000, “o alcance do
jato compacto produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8 m, medido da saída do
esguicho ao ponto de queda do jato” (ABNT NBR 13.714, 2000, p. 5).
“O comprimento total das mangueiras que servem cada saída a um ponto de hidrante
ou mangotinhos deve ser suficiente para vencer todos os desvios e obstáculos que existem,
considerando também toda a influência que a ocupação final é capaz de exercer”, sem
ultrapassar o limite de comprimento de 30 metros, “deve-se preferencialmente utilizar lances
de mangueiras de 15 m” (ABNT NBR 13.714, 2000, p. 5).
38

 Alarme
Todos os tipos de sistemas devem ser dotados de alarme audiovisual. Para a
localização de instalação do alarme de incêndio, deve ser levado em consideração o nível de
volume e de iluminação necessários para a edificação. Os alarmes de incêndio devem ser
diferenciados dos que já existem na edificação com outras funções específicas.

 Tipos de Sistemas
Os possíveis tipos de sistemas que as edificações podem possuir são listados na Tabela
1 da ABNT NBR 13.714:2000 e apresentada na Figura 16. Na Figura 17, são especificados os
itens “D.2” e “D.3”, mencionados na Figura 16.

Figura 16 – Tipos de sistemas de hidrantes e mangotinhos

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Tabela 1, p 06).


39

Figura 17 – Especificações dos itens mencionados na Figura 16

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Anexo D, p 23 e 25).

Os componentes obrigatórios para cada tipo de sistema é mostrado na Figura 18. O


item “D.4” é explicado na Figura 17.

Figura 18 – Componentes obrigatórios de acordo com o tipo de sistema

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Tabela 2, p. 06).

O tipo de sistema de hidrantes ou mangotinhos varia de edificação para edificação,


dependendo da ocupação ou atividade exercida no local, conforme a Tabela D.1 da ABNT
NBR 13714:2000, apresentada nas Figuras 19 e 20.
40

Figura 19 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Tabela D.1, p. 23).


41

Figura 20 – Classificação das edificações de acordo com a ocupação

Fonte: (ABNT NBR 13.714, 2000, Tabela D.1, p. 24).

A ABNT NBR 13.714:2000 apresenta as diferenças dos sistemas tipo 1 e tipo 2,


conforme mostra a Figura 21.
42

Figura 21 – Diferenças dos sistemas tipo 1 e 2

Fonte: (Adaptado de ABNT NBR 13.714, 2000, Figura D.1 e D.2, p. 24 e 25).

 Localização
Os pontos de tomada de água devem ser localizados, no máximo, 5 metros das portas
ou acessos da área a ser protegida. Outra condição é que suas posições devem ser centrais nas
áreas da edificação, sempre fora das escadas ou antecâmaras de fumaça.
A instalação dos pontos de tomada de água devem ser a uma altura entre 1,0 e 1,5
metros do piso.

3.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A iluminação de emergência é regulamentada pela ABNT NBR 10.898:2013 que


define requisitos mínimos para que seu funcionamento seja eficiente em casos de falta de
iluminação natural ou falha na iluminação por motivo de falta de energia elétrica.
43

Esse sistema de prevenção e proteção contra incêndio tem como função iluminar os
ambientes, as rotas de fuga, as saídas de emergência, assim permitindo que, em caso de
incêndio, as pessoas consigam evacuar a edificação com segurança, pois a iluminação orienta
a direção a ser seguida e previne acidentes ao identificar obstáculos no caminho a ser
percorrido.

3.4.1 Conceitos básicos

 Iluminação de aclaramento
A iluminação de aclaramento é considerada aquela “com intensidade suficiente para
garantir a saída segura das pessoas em caso de uma emergência” (ABNT NBR 10.898, 2013,
item 3.11, p. 5).

 Iluminação de balizamento
A iluminação de balizamento possui função de iluminação e sinalização,
simultaneamente, por possuir “símbolos e/ou letras indicando a rota de saída a ser utilizada”
(ABNT NBR 10.898, 2013, item 3.12, p. 5).

3.4.2 Requisitos de projeto

Para a análise do PrPCI junto ao CBMRS, o sistema de iluminação de emergência não


é representado em planta baixa, porém, sua instalação é obrigatória e será fiscalizada por
vistoria no local pelo CBMRS.
As luminárias do sistema devem possuir fixação rígida para evitar acidentes como
quedas acidentais. O sistema deve garantir a iluminação de escadas, acessos, portas, descargas
e equipamentos de combate a incêndio.
“Em qualquer caso, mesmo havendo obstáculos, curva ou escada, os pontos de
iluminação de sinalização devem ser dispostos de forma que, na direção da saída de cada
ponto, seja possível visualizar o ponto seguinte, com uma distância máxima de 15 m” (ABNT
NBR 10.898, 2013, item 8.1.15, p. 21).
A área de iluminação de um ponto de luz é determinada pelo dobro da sua altura de
instalação conforme mostra a Figura 22.
44

Figura 22 – Área de iluminação de um ponto de luz

Fonte: (ABNT NBR 10.898, 2013, Figura A.1, p. 30).

De acordo com o item 8.2.1 da RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016, o sistema mais


utilizado para iluminação de emergência é o com bloco autônomo, por ser de fácil instalação,
podendo “ser com lâmpadas incandescentes, fluorescentes, leds, ou similares. Cada bloco
autônomo possui sua própria bateria e o seu próprio carregador de bateria e entram em
funcionamento automaticamente na falta ou corte da energia elétrica” (RTCBMRS nº 05 –
parte 3.1, 2016, p. 75). A iluminação de emergência por bloco autônomo é exemplificada na
Figura 23.

Figura 23 – Exemplos de iluminação de emergência por bloco autônomo (a) Luminária e (b)
Refletor

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Figura 49, p. 76).


45

A RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016 orienta que a altura de instalação da luminária


seja entre 2,20 e 2,50 metros conforme mostra a Figura 24.

Figura 24 – Altura de instalação dos pontos de iluminação de emergência

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Figura 48, p. 75).

3.5 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A medida de segurança contra incêndio de sinalização de emergência é, atualmente,


regulamentada pela ABNT NBR 13.434:2004 – Sinalização de segurança contra incêndio e
pânico. A ABNT NBR 13.434:2004 é dividida em duas partes: Parte 1 - Princípios de projeto,
Parte 2 - Símbolos e suas formas, dimensões e cores. A ABNT NBR 13.434:2005, Parte 3 –
apresenta os requisitos e métodos de ensaio.
Esse sistema tem como objetivo “alertar para riscos existentes, garantir que sejam
adotadas ações adequadas à situação de risco, orientar as ações de combate e facilitar a
localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação” em
caso de emergência (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, item 7.1.1, p. 64).
46

3.5.1 Conceitos básicos

 Sinalização de alerta
Esse tipo de sinalização possui o objetivo de “alertar para áreas e materiais com
potencial risco de incêndio ou explosão” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, item 3.3, p. 01).

 Sinalização de equipamentos
Essa sinalização tem como função a indicação dos locais de instalação e tipos dos
equipamentos de combate a incêndio e deve possuir efeito fotoluminescente, conforme
exigido no item 4.1.1.2 da ABNT NBR 13.434-1, 2004, p. 01).

 Sinalização de orientação e salvamento


Esse tipo de sinalização possui a função de orientar os ocupantes em relação às rotas
de saídas e direções necessárias a serem seguidas para acessar locais seguros em caso de
incêndio. Essa sinalização deve possuir efeito fotoluminescente, conforme exigido no item
4.1.1.2 da ABNT NBR 13.434-1, 2004.

 Sinalização de proibição
Esse tipo de sinalização “visa proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do
incêndio ou ao seu agravamento” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, item 3.8, p. 02).

3.5.2 Requisitos de projeto

A simbologia, para identificação em planta baixa, da sinalização de emergência é


determinada conforme Figura 24 e deve ser representada na cor vermelha. Salienta-se que
para análise e aprovação do PrPCI pelo CBMRS, deve constar na planta baixa, somente as
sinalizações de orientação e salvamento. As demais sinalizações não devem ser representadas
em planta baixa, porém, sua instalação no local é obrigatória e será fiscalizada por vistoria no
local pelo CBMRS.
47

Figura 25 – Simbologia para identificação da sinalização de emergência em planta baixa

Fonte: (ABNT NBR 13.434-1, 2004, Figura 2, p. 05).

A Tabela 1 da ABNT NBR 13.434-2:2004 também apresenta relações para a


determinação das dimensões das placas de sinalizações de emergência. No entanto, para
distâncias de visibilidade predefinidas, a norma apenas apresenta os valores de referência
calculados, conforme mostra a Figura 26.

Figura 26 – Dimensões das placas de sinalização de emergência

Fonte: (ABNT NBR 13.434-2, 2004, Tabela 1, p. 03).


48

 Sinalização de alerta
A sinalização de alerta deve ser instalada em local com boa visibilidade, a uma altura
mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização. A
localização pode ser próxima ao local com risco existente ou pode ser de forma distribuída no
decorrer do perímetro da área com risco, no entanto, nesse caso, a distância entre as
sinalizações de alerta devem ser de, no máximo, 15 metros. A Figura 27 demonstra a altura de
instalação da sinalização de alerta.

Figura 27 – Altura de instalação da sinalização de alerta

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Figura 41, p. 66).

A sinalização de alerta possui forma triangular, com cor de fundo amarela, moldura
em preto e pode possuir margem em amarelo, essas definições são baseadas no item 4.4.2 da
NBR 13.434-2:2004.
A Figura 28 apresenta, com base na ABNT NBR13434:2004, as possíveis sinalizações
de alerta com as representações de simbologia, definições de significado, forma, cor e
aplicação.
49

Figura 28 – Sinalizações de alerta

Fonte: Elaborado pela autora.

 Sinalização de equipamentos
A sinalização de equipamentos de combate a incêndio deve ser instalada a uma altura
mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização.
Quando algum obstáculo dificultar ou impedir a visualização da sinalização, uma segunda
sinalização do equipamento deve ser instalada a uma altura suficiente que permita a sua
visualização. Se o equipamento de combate a incêndio for instalado em pilares, todas as faces
visíveis desse devem possuir sinalização. A figura 29 ilustra a altura de instalação das placas
de sinalização de equipamentos de combate a incêndio.
50

Figura 29 – Altura de instalação da sinalização de equipamentos de combate a incêndio

Fonte: (Adaptado de ABNT NBR 13.434-1, 2004, Figuras A.6 e A.7, p. 09).

De acordo com a ABNT NBR 13434-2:2004, item 4.4.4, a forma desse tipo de
sinalização deve ser quadrada ou retangular, sendo sua cor de fundo vermelha, cor do símbolo
fotoluminescente e margem opcional fotoluminescente.
A Figura 30 apresenta, com base na ABNT NBR 13434-2:2004, as possíveis
sinalizações de alerta com as representações de simbologia, definições de significado, forma,
cor e aplicação.
51

Figura 30 – Sinalizações de equipamentos de combate a incêndio

Fonte: Elaborado pela autora.

 Sinalização de orientação e salvamento


Esse tipo de sinalização de emergência deve sinalizar todas as mudanças de direções
ou sentido, as portas e escadas. Nas portas, a sinalização deve ser instalada “imediatamente
acima das portas, no máximo a 0,10 m da verga; ou na impossibilidade desta, diretamente na
folha da porta, centralizada a uma altura de 1,80 m, medida do piso acabado à base da
sinalização” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, item 5.1.3, p. 03).
Nas rotas de saídas, a sinalização de orientação deve ser instalada de forma que a
distância entre qualquer ponto da rota de saída seja de no máximo 7,5 metros até a
52

sinalização. E ainda, essa instalação deve ser realizada de forma que “no sentido de saída de
qualquer ponto seja possível visualizar o ponto seguinte, distanciados entre si em, no máximo,
15,0 m. A sinalização deve ser instalada de modo que a sua base esteja, no mínimo, a 1,80 m
do piso acabado” (ABNT NBR 13.434-1, 2004, p. 03).
Para a identificação dos pavimentos, a sinalização deve ser localizada dentro da caixa
de escada, a uma altura de 1,80 metros, “medida do piso acabado à base da sinalização,
instalada junto à parede, sobre o patamar de acesso de cada pavimento” (ABNT NBR 13.434-
1, 2004, p. 03).
A Figura 31 ilustra exemplos de instalações de sinalizações de orientação de
salvamento, em cima das portas e nas rotas de saídas.

Figura 31 – Altura de instalação das sinalizações de orientação e salvamento

Fonte: (Adaptado de NBR 13.434-2, 2004, Figura A.3, p. 16).

De acordo com a ABNT NBR 13.434-2:2004, item 4.4.3, a forma desse tipo de
sinalização deve ser quadrada ou retangular, sendo sua cor de fundo verde, cor do símbolo
fotoluminescente e margem opcional fotoluminescente.
A Figura 32 apresenta, com base na ABNT NBR 13434:2004, as possíveis
sinalizações de orientações e salvamento com as representações de simbologia, definições de
significado, forma, cor e aplicação.
53

Figura 32 – Sinalizações de orientação e salvamento

Fonte: Elaborado pela autora.

 Sinalização de proibição
A sinalização de proibição deve ser instalada em local com boa visibilidade, a uma
altura mínima de 1,80 metros, sendo essa medida entre o piso acabado e a base da sinalização.
A sinalização de proibição, dentro da área de risco, deve ser instalada em pontos distanciados
entre si de, no máximo, 15 metros, de forma que, pelo menos, um ponto possua visibilidade
de qualquer posição dentro da área. A Figura 33 mostra a altura de instalação da sinalização
de proibição.
54

Figura 33 – Altura de instalação da sinalização de alerta

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Figura 40, p. 65).

De acordo com a ABNT NBR 13.434-2:2004, item 4.4.1, a forma desse tipo de
sinalização deve ser circular, sendo sua cor de contraste branca, cor do símbolo preta e
margem opcional branca.
A Figura 34 apresenta, com base na NBR 13434:2004, as possíveis sinalizações de
proibições com as representações de simbologia, definições de significado, forma, cor e
aplicação.

Figura 34 – Sinalizações de proibições

Fonte: Elaborado pela autora.


55

3.6 BRIGADA DE INCÊNDIO

A medida de segurança contra incêndio de Brigada de Incêndio é um sistema exigido


para todos os processos (CLCB, PSPCI e PPCI) e para todas as ocupações. Esse sistema é
regulamentado pela RT BM - CCB nº 14:2009.

3.6.1 Conceitos básicos

 Brigada de Incêndio
“Brigada de incêndio é um grupo organizado de pessoas preferencialmente voluntárias
ou indicadas, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção e no combate ao princípio de
incêndio, abandono de área e primeiros socorros, dentro de uma área pré-estabelecida” (RT nº
14, BM-CCB, 2009, p. 01).

 Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndio (TPCI)


O TPCI é um treinamento que é “ministrado por profissional habilitado, que capacita o
aluno a atender rapidamente e com técnica, os princípios de incêndios de forma a extingui-los
ou mesmo diminuir sua propagação e danos até chegada de socorro especializado” (Resolução
Técnica nº 14, BM-CCB, 2009, p. 01).

3.6.2 Requisitos

Um profissional é considerado habilitado a ministrar o TPCI quando possui “formação


ou especialização em Segurança do Trabalho, devidamente registrado no Conselho Regional
competente ou no Ministério do Trabalho e os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar”
(Resolução Técnica nº 14, BM-CCB, 2009, p. 01).
O TPCI pode ser realizado na própria ocupação que é objeto de PPCI, contendo aulas
práticas e teóricas e com todos os equipamentos de combate a incêndio que serão necessários
para o treinamento.
56

O treinamento tem duração de cinco horas-aula para as ocupações com risco de


incêndio baixo e médio e de dez horas-aula para as com risco de incêndio alto, sendo as
horas-aulas realizadas em 45 minutos cada. A validade do certificado do TPCI tem prazo de
quatro anos.
O número de pessoas treinadas por ocupação é definido na Figura 35, sendo o mínimo
sempre duas pessoas treinadas e o máximo limitado à metade da população fixa da ocupação.

Figura 35 – Número mínimo de TPCI por ocupação

Fonte: (RT nº 14/BM – CCB, 2009, p. 02).

Para edificações “novas, que não foram habitadas, ou que encontram-se fechadas para
locação, o treinamento deve ocorrer em até 30 (trinta) dias após a edificação ser totalmente ou
parcialmente ocupada” (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, p. 78).

3.7 EXTINTORES DE INCÊNDIO

A medida de segurança contra incêndio de extintores de incêndio é regulamentada pela


RTCBMRS nº 14:2016. Nesta são definidos os critérios para a proteção contra incêndio,
através de extintores portáveis e sobre rodas, das edificações ou áreas de risco de incêndio.
Essa RT se aplica para todas as edificações, exceto para as que possuírem exigências próprias.

3.7.1 Conceitos Básicos

 Capacidade extintora
A capacidade extintora de um extintor de incêndio é obtida através de ensaio prático
normalizado. É a definição da medida do poder de extinção de fogo que o extintor possui.
57

 Unidade extintora
Um extintor de incêndio que atenda a capacidade extintora mínima, que a RTCBMRS
nº 14:2016 define, em função da função da classe de risco de incêndio, é considerada uma
unidade extintora.

 Classes A, B e C
A RTCBMRS nº 14 (2016, item 4.1.4, p2), define a Classe A como o “fogo em
materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e profundidade através do
processo de pirólise, deixando resíduos”. A Classe B de acordo com a RTCBMRS nº 14
(2016, item 4.1.5, p2) é classificada como o “fogo em combustíveis sólidos que se liquefazem
por ação do calor, como graxas, substâncias líquidas que evaporam e gases inflamáveis, que
queimam somente em superfície, podendo ou não deixar resíduos”. “O fogo em materiais,
equipamentos e instalações elétricas energizadas” é enquadrado na Classe C (RTCBMRS nº
14, 2016, item 4.1.6, p3). A Figura 36 exemplifica as classes de incêndio mencionadas.
58

Figura 36 – Classes de Incêndio

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Anexo G, Tabela 9, p. 50).

 Distância máxima a ser percorrida


É a distância máxima que o operador precisa percorrer, em metros, a partir do ponto
em que o extintor de incêndio está fixado a qualquer ponto da área protegida por ele.

3.7.2 Requisitos de projeto

Para a análise do PrPCI junto ao CBMRS, a simbologia dos extintores de incêndio


deve seguir o Anexo A da RTCBMRS nº 05 – Parte 08:2016, e ser representada na cor
vermelha em planta baixa, conforme a representação indicada na Figura 37, para extintores
portáteis, e nas Figuras 38 e 39, para extintores sobre rodas.
59

Figura 37 – Extintores de incêndio portáteis

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, Tabela 1, p. 04).

Figura 38 – Extintores de incêndio sobre rodas

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, Tabela 1, p. 05).


60

Figura 39 – Extintores de incêndio sobre rodas

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 08, 2016, Anexo A, Tabela 1, p. 04).

A RTCBMRS nº 14:2016 apresenta os requisitos necessários para a determinação da


localização, seleção e distribuição dos extintores para o PrPCI.

 Localização
Os extintores devem estar sinalizados e localizados em locais de fácil acesso, de
preferência nos caminhos normais de passagem, em rotas de fuga, não podendo ser instalados
dentro das escadas ou rampas. Não podem estar localizados em áreas que os deixem expostos
a temperaturas elevadas devido às fontes de calor. Pelo menos um extintor, que atenda a todas
as classes de incêndio existentes no local, deve estar localizado, a não mais que cinco metros
da porta de acesso da entrada principal da edificação ou área de risco.
O extintor deve ser fixado de forma que a sua alça fique no máximo a 1,60 metros do
piso ou o fundo deve estar, no mínimo, a 0,10 metros do piso, mesmo que apoiado em suporte
conforme ilustra a Figura 40.
61

Figura 40 – Detalhe da fixação do extintor de incêndio

Fonte: (RTCBMRS nº 14, 2016, Anexo B, p 11).

 Seleção
A seleção dos extintores deve ser adequada apenas para as classes de riscos existentes
na edificação ou área e risco. Deve-se optar por um extintor de incêndio que contemple todas
as classes de incêndio, em um único aparelho, quando houver mais de uma classe de risco de
incêndio.
Há a possibilidade de optar por instalar extintores de incêndio adicionais, a fim de
prover maior proteção do local, podendo até ser de capacidade extintora inferior daquela
exigida na edificação, desde que não seja considerado no cálculo da proteção mínima exigida.
O cálculo da proteção mínima exigida por extintores não pode se basear apenas na
utilização de extintor sobre rodas, mas como uma complementação juntamente com os
portáteis. No entanto, caso seja utilizado extintores sobre rodas, eles devem ter acesso a
qualquer parte da área a ser protegida, não podendo ter impedimentos de portas, degraus no
piso, obstruções ou servir a pavimentos diferentes de sua instalação.
62

 Distribuição
A distribuição dos extintores de incêndio é definida de acordo com a área de proteção
de cada unidade, a distância máxima que o operador precisará percorrer até ele e a capacidade
extintora mínima que o extintor deve ter, de acordo com a classe de incêndio existente no
local. Para as classes de risco A, B e C, devem ser seguidas as Tabelas 1, 2 e 3,
respectivamente, da RTCBMRS nº 14:2016 e representadas pelas figuras 41, 42 e 43
respectivamente.

Figura 41 – Capacidade extintora e distribuição para Classe A

Fonte: (RTCBMRS nº 14, 2016, Tabela 01, p 08).

Figura 42– Capacidade extintora e distribuição para Classe B

Fonte: (RTCBMRS nº 14, 2016, Tabela 02, p 08).


63

Figura 43 – Capacidade extintora e distribuição para Classe C

Fonte: (RTCBMRS nº 14, 2016, Tabela 03, p 09).

Cada pavimento das edificações deve possuir, no mínimo, duas unidades extintoras.
No entanto, é permitida a instalação apenas de uma unidade extintora em edificações, áreas de
riscos, mezaninos e pavimentos com áreas construídas de até 50 m², desde que esse único
extintor de incêndio atenda a capacidade extintora mínima exigida para o risco existente do
local.
Em edificações residenciais multifamiliares, para o cálculo do número necessário de
extintores de incêndio, deve ser computada apenas a área de uso comum de cada pavimento
(corredores, área de garagens, hall de entrada). Para áreas comuns inferiores a 50 m², é
permitida a instalação apenas de uma unidade extintora.

3.8 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

O sistema de saídas de emergência, para cada tipo de processo (CLCB, PSPCI e


PPCI), é regulamentado por diferentes resoluções. O CLCB é regulamentado pela RTCBMRS
nº 05 – Parte 02:2016; o PSPCI com risco de incêndio baixo, pela RTCBMRS nº 05 – Parte
3.1:2016; e o PSPCI com risco de incêndio médio e PPCI seguem a RTCBMRS nº 11 - Parte
01:2016.

3.8.1 Conceitos Básicos

 Espaço livre exterior térreo


O espaço livre exterior térreo é um espaço localizado externamente à edificação
possuindo comunicação com o logradouro.
64

 Saída de emergência
A saída de emergência é caracterizada por um “caminho contínuo, constituído por
portas, corredores, halls, passagens externas, balcões, sacadas, vestíbulos, escadas, rampas ou
outros dispositivos de saídas” que deve ser percorrido pelos ocupantes da edificação, em caso
de incêndio, até atingir o espaço livre exterior térreo (RTCBMRS nº 11 – Parte 01, 2016, p.
04).

 Descarga e Acesso
A descarga é caracterizada pelo espaço entre a escada e o logradouro público ou
espaço livre exterior térreo. O acesso é o “caminho a ser percorrido pelo usuário do
pavimento, constituindo a rota de saída horizontal, para alcançar a escada, rampa ou descarga
das edificações”. A Figura 44 ilustra alguns componentes das saídas de emergência, tais como
os acessos e descargas de acordo com o Anexo G da RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1:2016.

Figura 44 – Componentes das saídas de emergência

Fonte: (RTCBMRS nº 05 – Parte 3.1, 2016, Anexo G, Figura 18, p. 34).


65

3.8.2 Requisitos de projeto

 Capacidade de lotação
A capacidade de lotação de uma edificação ou “população” é o número máximo
permitido de pessoas no interior da edificação em questão. Cada edificação possuirá uma
capacidade de lotação que é calculada de acordo com a ocupação e área útil que abrigará a
população em foco.
Para os casos em que as edificações se enquadrem no processo de CLCB, o cálculo da
população já é fixado, de acordo com a ocupação e área a ser protegida, sendo encontrado nas
Tabelas 2, 3 e 4 do Anexo D da RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016.
Caso as edificações se enquadrem no processo de PSPCI com classe de risco de
incêndio baixo, devem ser seguidas as Tabelas 3, 4 e 5 do Anexo G da RTCBMRS nº 05 –
Parte 3.1:2016, que apresenta o cálculo fixo da população, de acordo com ocupação e área.
Por fim, quando as edificações se enquadrarem nos processos de PSPCI com classe de
risco de incêndio médio ou PPCI, a normativa a ser seguida para o cálculo da população é a
Tabela 1, Anexo A, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016. Cada edificação possuirá uma
capacidade de lotação que é calculada, de acordo com a ocupação e área útil que abrigará a
população em foco. A Figura 45 apresenta os dados necessários para o cálculo da população e
na Figura 46, são listadas notas específicas citadas na Figura 45.
66

Figura 45 – Dados para o cálculo da população (PSPCI – risco de incêndio médio e PPCI)

Fonte: (RTCBMRS Nº 11 – Parte 01, 2016, Anexo A, Tabela 1, p 30).


67

Figura 46 – Notas específicas citadas na Figura 45

Fonte: (RTCBMRS nº 11 – Parte 01, 2016, Anexo A, Tabela 1, p 31).


68

 Largura das saídas de emergência


A largura das saídas de emergência está vinculada diretamente ao número de pessoas
que transitará por elas. Sendo assim, cada edificação terá saídas de emergência com larguras
equivalentes à população que passarão por elas e à ocupação exercida no local.
A largura das saídas de emergência para edificações que se enquadrem no processo de
CLCB devem seguir as Tabelas 5 e 6, do Anexo D, da RTCBMRS nº 05 – Parte 02:2016.
Edificações que possuem classe de risco de incêndio baixo e se enquadrem no
processo de PSPCI, devem seguir as Tabelas 6 e 7, do Anexo G, da RTCBMRS nº 05 – Parte
3.1:2016.
Finalmente, edificações com PSPCI com risco de incêndio médio ou PPCI, a largura
das saídas de emergência é calculada, de acordo com a população que por ela transitar, por
isso esse cálculo é dado número de Unidades de Passagem (UP) necessárias à edificação. UP
é a largura mínima, fixada em 0,55 metros, para a passagem de um fluxo de pessoas por um
acesso, rampa, escada ou porta. O número de UP é calculado pela razão da População (P) pela
Capacidade da unidade de passagem (C), onde C é o número de pessoas que passa pela
unidade em questão em um minuto. Os valores de P e C são retirados da Figura 45. A largura
mínima das saídas, para qualquer ocupação, deve ser de 1,10 metros.

 Distância máxima a percorrer


A distância máxima a percorrer é “o percurso real a ser seguido pelo usuário da
edificação em caso de incêndio e outros sinistros, até atingir um local seguro” (RTCBMRS nº
05 – Parte 3.1, 2016, p. 39). Essa limitação de percurso está vinculada à ocupação exercida no
local e ao número de saídas que a edificação possui.
Para edificações que se enquadrem no processo de CLCB, a distância máxima a
percorrer até uma saída de emergência, deve seguir a Tabela 7, do Anexo D, da RTCBMRS nº
05 – Parte 02:2016.
Edificações que possuem classe de risco de incêndio baixo e se enquadrem no
processo de PSPCI, devem seguir a Tabela 8, do Anexo G, da RTCBMRS nº 05 – Parte
3.1:2016.
Por fim, a distância máxima a ser percorrida até uma saída de emergência, para
edificações enquadradas nos processos PSPCI risco de incêndio médio e PPCI devem seguir a
Tabela 3, Anexo B, RTCBMRS nº 11 – Parte 01: 2016, conforme Figura 47.
69

Figura 47 – Distância máxima a percorrer até saída de emergência (PSPCI – risco de incêndio
médio e PPCI)

Fonte: (RTCBMRS nº 11 – Parte 01, 2016, Anexo B, Tabela 3, p 33).

 Portas de saídas de emergência


Sempre que a população do pavimento ou de salas pertencentes à edificação for maior
que 50 pessoas, as portas deverão abrir no sentido do trânsito de saída. Caso essa população
seja superior a 200 pessoas, as portas deverão possuir barra antipânico.
70

 Escadas de emergência
Sempre que uma edificação possuir pavimentos sem saídas no nível para um espaço
exterior térreo, todos os pavimentos deverão ser dotados de escadas. A RTCBMRS nº 11 –
Parte 01 (2016, p. 11) define que “não são aceitas escadas helicoidais, em lanços curvos
mistos (em leque) e em lanços curvos circulares (em espiral) como escadas de emergência”.
As escadas de emergência devem possuir guarda-corpos com altura de, no mínimo,
1,05 metros e corrimãos em ambos os lados com altura entre 0,80 e 0,92 metros.
Os degraus das escadas devem possuir altura entre 16 e 18 cm, com tolerância de 0,5
cm e devem ser dimensionados pela Lei de Blondel, conforme equação 01:

( ) (Equação 01)

O tipo de escada de emergência que a edificação deve possuir é definido na tabela 04,
do Anexo C, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016, sendo de acordo com a ocupação do local
e altura da edificação. Nos itens 5.7.8; 5.7.9; 5.7.11; e 5.7.12 da RTCBMRS nº 11 – Parte
01:2016 são apresentadas definições específicas dos tipos de escadas, respectivamente, escada
protegida; escada enclausurada à prova de fumaça; escada à prova de fumaça pressurizadas; e
escadas abertas externas.
71

4 ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta um estudo de caso em um pavilhão industrial de peças


metálicas com o objetivo de demonstrar a determinação das medidas de prevenção e proteção
contra incêndio exigidas pela legislação vigente. Também serão aplicados requisitos mínimos
exigidos pelas regulamentações técnicas de cada sistema de prevenção e proteção contra
incêndio.

4.1 METODOLOGIA

A metodologia aplicada neste estudo de caso consiste em demonstrar a determinação


das medidas de segurança contra incêndio da edificação escolhida e, posteriormente, fazer
uma análise da elaboração do PrPCI contemplado por esses sistemas de prevenção contra
incêndio, com base nas normativas em vigor. O PrPCI é o projeto com a representação do
dimensionamento das medidas de segurança contra incêndio, como a edificação escolhida
possui área superior a 750 m², será abordado o processo de tipo completo – PPCI.

4.2 APRESENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO

A edificação escolhida é um pavilhão industrial, no qual está instalada uma indústria


de peças metálicas, na cidade de Santa Maria/RS. O pavilhão possui dois pavimentos, com
área construída total de 1.116,72 m² e possui documentos oficiais que comprovam sua
existência como “existente regularizada”. O pavimento térreo é destinado à indústria e o 2º
pavimento ao escritório administrativo e refeitório da empresa. A Figura 48 apresenta a planta
baixa da edificação escolhida, sem escala. Nos Apêndices A, B e C são apresentadas as
plantas de situação e localização, plantas baixas do pavimento térreo e do 2º pavimento,
respectivamente.
72

Figura 48 – Planta baixa da edificação

Fonte: Elaborado pela autora.


73

4.3 DEFINIÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA


EDIFICAÇÃO

A seguir serão determinadas as características específicas da edificação que são


necessárias para a definição das medidas de prevenção e proteção contra incêndio como a
ocupação, classe de risco de incêndio e a altura.

4.3.1 Ocupação

De acordo com a Tabela 1 do Decreto Estadual (DE) nº 53.280:2016, e mostrada na


Figura 49, a edificação será enquadrada como ocupação “I-1” por se tratar de uma indústria
de peças metálicas (incombustíveis). Como a ocupação de escritórios (D-1) é subsidiária à I-
1, a elaboração do PPCI é de acordo com a ocupação principal, que no caso, é a industrial.

Figura 49 – Definição da ocupação do pavilhão industrial

Fonte: (Adaptada do Decreto Estadual nº 53.280,2016, Tabela 1, p 12).


74

4.3.2 Classe de risco de incêndio

A edificação em questão, de acordo com a definição encontrada na Tabela 3.1 do DE


nº 53.280:2016 possui classe de risco de incêndio baixo por possuir carga de incêndio inferior
a 300 MJ/m². A classe de risco do PPCI é vinculada à classe de risco da ocupação principal,
no caso a industrial, conforme mostra a Figura 50.
Figura 50 – Classe de risco de incêndio do pavilhão industrial

Fonte: Adaptada do Decreto Estadual nº 53.280,2016, Tabela 3.1, p 44.

4.3.3 Altura

Como a edificação não possui subsolo, não há altura ascendente. Portanto, é necessária
apenas a determinação da altura descendente, ou seja, a altura entre os pisos do 2º pavimento
e pavimento térreo. A Figura 51 ilustra a altura descendente da edificação que resultou em
2,75 metros.
75

Figura 51 – Mensuração da altura descendente

Fonte: Elaborado pela autora.

4.4 ELABORAÇÃO DO PrPCI

A elaboração de um projeto de prevenção e proteção contra incêndio consiste na


determinação das medidas de segurança contra incêndio que são exigidas pela legislação
vigente sendo que são definidas levando-se em consideração características específicas de
cada tipo de edificação. Após essa determinação, faz-se necessário o dimensionamento de
cada medida de prevenção e proteção contra incêndio levando-se em conta requisitos mínimos
exigidos nas legislações que regulamentam cada sistema.

4.4.1 Determinação das medidas de segurança contra incêndio

Como a edificação possui documentos oficiais, com área e ocupação que


comprovaram sua existência anteriormente a 26 de dezembro de 2013, esta é classificada
como “existente regularizada”. Por esse motivo, a resolução a ser seguida para a determinação
das medidas de segurança contra incêndio, de acordo com a Figura 04 (Capítulo2), é a tabela
6I.1 da RTCBMRS nº 05 – Parte 07:2016, visto que a edificação possui área superior a 750
76

m² e risco de incêndio baixo, para a ocupação principal (industrial). Para a determinação das
medidas de prevenção e proteção contra incêndio, a ocupação D-1 (escritório) não é
considerada, pois ela é subsidiária à industrial. A determinação dos sistemas de prevenção e
proteção contra incêndio da edificação é feita de acordo com a altura descendente, que é
menor ou igual a 6 metros, conforme mostra a Figura 52.

Figura 52 – Medidas de segurança contra incêndio

Fonte: (Adaptada da RTCBMRS nº 05 – Parte 07, 2016, Tabela 6I.1, p 29).

As plantas baixas da edificação com o projeto das medidas de segurança contra


incêndio da edificação (PrPCI) são encontradas nos Apêndices B e C deste trabalho.
77

4.4.2 Aplicação das medidas de segurança contra incêndio

O fluxograma ilustrado na Figura 53 é um quadro resumo das medidas de segurança


contra incêndio que foram determinadas conforme a Figura 52, e que serão descritas nos itens
posteriores aplicadas ao estudo de caso.

Figura 53 – Quadro resumo das MSCI da edificação

Fonte: Elaborado pela autora.


78

 Acesso de viatura na edificação

A edificação não possui pórtico na entrada, apenas um portão com largura superior a
quatro metros (largura mínima exigida para acesso da viatura) e altura livre, portanto,
respeitando os requisitos para acesso da viatura.
Todas as vias de acesso da edificação possuem largura superior a seis metros,
respeitando os requisitos exigidos na IT CBSP nº 06:2011, conforme Figura 07. É possível
realizar o retorno em formato circular, no entanto, não é necessário representar em planta.
O acesso da viatura na edificação deve ser representado na planta de situação e
localização, conforme o definido no Anexo L da RTCBMRS nº 05 – Parte 1.1:2016,
resolução esta que regulamenta os processos de PPCI. A Figura 54 ilustra acesso de viatura na
edificação.

Figura 54 – Croqui do acesso da viatura na edificação

Fonte: (Elaborado pela autora).

 Saídas de emergência

a) Capacidade de lotação
A população ou “capacidade de lotação” da edificação é obtida por meio da Tabela 1,
Anexo A, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016 e é apresentada, de forma resumida, na Figura
55. Dessa forma, a população do pavimento térreo, que foi definido como ocupação I-1, é
calculada considerando uma pessoa para 10,0 m² de área. Em relação à população do 2º
79

pavimento, com ocupação classificada como D-1, o cálculo é realizado considerando uma
pessoa para 7,0 m² de área. A partir da densidade populacional e da área útil de cada
pavimento, foi possível calcular a população da edificação, resultando em 99 pessoas.

Figura 55 – Cálculo da população da edificação

Fonte: Elaborado pela autora.

b) Largura de saídas de emergência


A largura necessária de saídas de emergência é equivalente ao número de Unidades de
Passagem (UP), que é calculado pela razão entre a população (P) e a capacidade de unidade
de passagem (C), também obtida pela Tabela 1, Anexo A, da RTCBMRS nº 11 – Parte
01:2016 (Figura 45), multiplicado pelo valor de uma unidade de passagem, igual a 0,55 m.
Para a ocupação I-1, a capacidade de unidade de passagem das portas é C = 100. Portanto,
para a população P = 99, o número de unidade de passagem resulta em 0,99 (P/C=99/100).
Deve-se arredondar para um número inteiro, resultando em 1 (uma) unidade de passagem na
edificação. Porém, uma unidade de passagem equivale a 0,55 metros, e o mínimo exigido para
saídas de emergência é 1,10 metros. Dessa forma, para a edificação analisada, será necessário
que as saídas de emergência possuam 1,10 metros de largura. Portanto, a edificação está
adequada, pois possui três saídas de emergência, que, somando as larguras resultam em 10,75
metros conforme ilustra a Figura 56.
80

Figura 56 – Croqui das saídas de emergência

Fonte: (Elaborado pela autora).


81

c) Distância máxima a percorrer


A distância máxima a percorrer até uma saída de emergência é determinada, de acordo
com a Tabela 3, Anexo B, da RTCBMRS nº 11 – Parte 01:2016, ilustrada na Figura 47. Como
a edificação possui mais de uma saída de emergência, para a ocupação I-1, a distância
máxima permitida de percurso no pavimento térreo é de 120 metros e para o 2º pavimento, é
de 110 metros. A edificação respeita essa limitação de percurso, pois possui distâncias
máximas a percorrer do térreo e do 2º pavimento até o exterior da edificação, de,
respectivamente, 22,60 metros e 46,80 metros conforme exemplificadas nos Apêndices B e C.

d) Portas de saídas de emergência


As saídas de emergência devem atender os requisitos prescritos na RTCBMRS nº 11-
Parte 01:2016. Como a população do segundo pavimento é inferior a 50 pessoas (22 pessoas),
não há a necessidade das portas abrirem no sentido do trânsito. No pavimento térreo, das três
saídas de emergência, duas são portões basculantes que permanecerão sempre abertos durante
o horário de funcionamento da empresa, e a terceira abrirá contrária ao fluxo. No entanto,
como a população contará com as três saídas para evacuar a edificação em caso de incêndio, a
população será inferior a 50 pessoas em cada porta de saída de emergência, não necessitando
a alteração do sentido.
Devido ao fato da população total ser de 99 pessoas, inferior a 200, não há a
necessidade de instalação de barras antipânico nas portas de saídas de emergência da
edificação.
As saídas de emergência devem ser representadas em planta baixa, em cor vermelha,
com número de ordem, conforme croqui apresentado na Figura 55.

 Brigada de incêndio

Como a edificação possui uma ocupação com risco de incêndio baixo, será necessário
que, no mínimo, dois ocupantes possuam o Treinamento de Prevenção e Combate a Incêndio
(TPCI), pois, de acordo com RT BM – CCB nº 14:2009, é obrigatório no local, que haja, pelo
menos, uma pessoa treinada para cada 750 m² de área, sendo que a edificação possui 1.116,75
m² de área construída.
82

 Iluminação de emergência

O sistema de iluminação de emergência não é analisado, na fase de análise do


processo, por esse motivo não deve ser representado em planta baixa, porém é verificado in
loco pelo CBMRS na fase de vistoria. Para o local, foram projetados blocos autônomos
(luminárias para o 2º pavimento e refletores para o térreo), de acordo com a ABNT NBR
10.898:2013.

 Alarme de Incêndio

De acordo com a ABNT NBR 17.240:2010, para que seja respeitado o cobrimento (30
metros) de cada acionador manual do sistema de alarme de incêndio, foi necessária a previsão
de instalação de dois acionadores, um em cada pavimento. Os acionadores manuais devem ser
representados em na planta baixa, com número de ordem e na cor vermelha.
Foi projetada a instalação da central do sistema de alarme de incêndio na sala de
recepção no 2º pavimento, devido ao fato de ser um local com vigilância durante todo o
horário de funcionamento. O dimensionamento do sistema de alarme de incêndio da
edificação é demonstrado na Figura 57.
83

Figura 57 – Croqui do sistema de alarme de incêndio

Fonte: (Elaborado pela autora).

 Sinalização de emergência

A sinalização de emergência que deve ser representada para análise do CBMRS é


apenas a de orientação e salvamento, conforme a Figura 32. No projeto foram necessárias
84

sinalizações de rotas de fuga (código 13), portas de rotas de fuga (código 14), escadas de
emergência, (código 16), portas de saídas de emergência (código 17) e indicação do
pavimento (código 19), todas projetadas com base nas normas ABNT NBR 13434 – Parte 01
e 02:2004, e, 03:2005, conforme mostra o croqui na Figura 58.

Figura 58 – Croqui do sistema de sinalização de emergência

Fonte: (Elaborado pela autora).


85

 Extintores de incêndio

No local foram necessários extintores do tipo ABC com capacidade extintora de


2A:20B:C, de acordo com as Tabelas 1, 2 e 3 da RTCBMRS nº 14:2016, representadas pelas
figuras 41,42 e 43, respectivamente, pois há apenas a classe de risco baixo a ser considerada
no local.
Como a área do 2º pavimento é superior a 50 m², foram necessários dois extintores
nesse andar. No pavimento térreo, foram projetadas três unidades extintoras para que o
cobrimento de 25 metros fosse respeitado, sendo, no mínimo, um instalado a 5 metros da
porta de saída da edificação.
Em planta baixa, esse sistema deve ser representado na cor vermelha, indicando o
número de ordem e a capacidade extintora de cada extintor de incêndio, conforme mostra a
Figura 59.
86

Figura 59 – Croqui do sistema de extintores de incêndio

Fonte: (Elaborado pela autora).

 Sistema de Hidrantes
Para a determinação do tipo de sistema de hidrantes, foi necessário consultar a Tabela
D.1 da ABNT NBR 13.714:2000, representada na Figura 20. Para a ocupação I-1, o tipo de
sistema que deve ser utilizado é o 2, ou seja, hidrante duplo com vazão de 300 l/min. A
reserva técnica foi projetada para aproveitar o açude existente no terreno da empresa.
87

Para respeitar o cobrimento dos hidrantes (30 metros), foram necessários dois pontos,
um em cada pavimento, sendo que a instalação do hidrante deve ser realizada a, no máximo, 5
m da porta de saída de emergência, localizada no pavimento térreo.
O sistema de hidrantes deve ser representado na cor vermelha, em planta baixa, e com
número de ordem conforme mostra o croqui da Figura 60.

Figura 60 – Croqui do sistema de hidrante

Fonte: (Elaborado pela autora).


88

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A segurança contra incêndio vem ganhando destaque, infelizmente, após ocorrências


de tragédias. No Brasil, após o impacto de grandes incêndios ocorridos, as legislações sobre
segurança contra incêndio começaram a ser elaboradas e atualizadas. Nesse cenário se
encontra o estado do Rio Grande do Sul que, após o incêndio da Boate Kiss na cidade de
Santa Maria em 2013, já elaborou e atualizou diversas vezes suas Resoluções Técnicas,
Decretos e Leis Complementares.
O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de aprofundar a temática de Plano de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio, através da aplicação de um estudo de caso em um
pavilhão industrial. Foi elaborada uma revisão teórica das medidas de segurança contra
incêndio necessárias à edificação e realizada uma análise da aplicação desses sistemas na
elaboração do Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PrPCI) do local. Também
foram abordadas as regulamentações normativas que devem ser seguidas para o
dimensionamento das medidas de segurança contra incêndio.
Dessa forma, com base no que foi exposto, pode-se concluir que:
 Há certa complexidade na elaboração de projetos de prevenção e proteção contra
incêndio devido ao número de legislações vigentes no país. Ao se fazer uma
análise sobre as normativas que regulamentam os PrPCIs, foi possível perceber que,
para algumas medidas de segurança contra incêndio devem ser seguidas Instruções
ou Resoluções, ora sendo do Estado de São Paulo, ora do Rio Grande do Sul. Já
outros sistemas devem seguir a normativa brasileira que regulamenta o sistema.
Dependendo do tipo de edificação, para um mesmo sistema de segurança contra
incêndio, devem ser utilizadas legislações diferentes e, esse excesso de normativas
por vezes causa contradições e má interpretação do projetista dos sistemas. Outro
problema enfrentado na elaboração desses projetos é a constante atualização das
normas vigentes, o que causa alterações constantes nos processos em andamento.
 Os responsáveis técnicos devem estar preparados tecnicamente, a fim de possuírem
ciência de todos os requisitos, dentre as possíveis normativas, dos projetos das
medidas de segurança de incêndio. Infelizmente, por se tratar de uma demanda
recente, muitos profissionais possuem atribuição para a elaboração de PrPCI,
porém, não existem muitos cursos para atualização profissional nesta área, e muitas
universidades não abordam essa temática na matriz curricular das graduações.
89

 A elaboração deste trabalho foi de extrema importância, em razão de se poder


constatar que as edificações possuem diversos sistemas de prevenção e proteção, os
quais são utilizados, com vistas a manter a edificação segura em uma situação
excepcional, como a de incêndio.
 Deve haver uma maior conscientização da sociedade, com a postura de exigir que
os estabelecimentos frequentados obtenham Alvará de Prevenção Contra Incêndio e
que os proprietários busquem pela adequação das edificações, para que, assim, a
segurança de todos esteja garantida.
90

REFERÊNCIAS

ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10898: Sistema de


iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 2013, 40 p.

____. NBR 13714: Sistemas de hidrantes e mangotinhos para combate a incêndio. Rio de
Janeiro, 2000, 25 p.

____. 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – parte 1: princípios de


projeto. Rio de Janeiro, 2004, 11 p.

____. 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – parte 2: símbolos e suas
formas, dimensões e cores. Rio de Janeiro, 2004, 19 p.

____. 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – parte 3: requisitos e


métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2005, 5 p.

____. 17240: Sistemas de detecção e alarme de incêndio – projeto, instalação,


comissionamento e manutenção de sistemas de detecção e alarme de incêndio: princípios de
projeto. Rio de Janeiro, 2010, 54 p.

ALBRASCI. ASSOCIAÇÃO LUSO-BRASILEIRA PARA A SEGURANÇA CONTRA


INCÊNDIO: Seminário de segurança contra Incêndios em edifícios, Escola de Engenharia
da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte – Brasil, 2016.

Aquino, Laurêncio Menezes de. Aplicação das normas de segurança contra incêndio no
Estado do Rio Grande do Norte: uma proposta de atualização./ Laurêncio Menezes de
Aquino. – Natal, RN, 2015. 169 f.

EM Niterói, incêndio no Gran Circo Norte- Americano mata mais de 500 pessoas. Acervo O
Globo. [S. l.] 09 jul. 2013. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/em-
niteroi-incendio-no-gran-circo-norte-americano-mata-mais-de-500-pessoas-8969092>.
Acesso em: 08 out. 2016.

GILL, A. A.; SILVA, V. P. O Método de Gretener. Revista Incêndio, São Paulo, n. 71, p. 16
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Secretaria de Estado dos Negócios da


Segurança Pública. Corpo de Bombeiros: Instrução Técnica nº. 06/2011 – Acesso de viatura
na edificação e áreas de risco. São Paulo, 2011.

RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual, de 1º de novembro de 2016. Altera o Decreto


Estadual nº 51.803, de 10 de setembro de 2014, que regulamenta a Lei Complementar nº
14.376, de 26 de dezembro de 2013, e alterações, que estabelece normas sobre segurança,
prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado
do Rio Grande do Sul. Assembleia Legislativa [do] Estado do Rio Grande do Sul,
Gabinete de Consultoria Legislativa, Porto Alegre, RS, 1º nov. 2016.
91

RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, atualizada até a Lei
Complementar nº 14.924, de 22 de setembro de 2016. Estabelece normas sobre Segurança,
Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações áreas de risco de incêndio no Estado
do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Assembleia Legislativa [do] Estado do Rio
Grande do Sul, Gabinete de Consultoria Legislativa, Porto Alegre, RS, 26 dez. 2013.

RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 14.924, de 22 de setembro de 2016. Altera a Lei


Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre
Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio
no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências. Assembleia Legislativa [do]
Estado do Rio Grande do Sul, Gabinete de Consultoria Legislativa, Porto Alegre, RS, 22
set. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 1.1 (2016). Plano de
Prevenção e Proteção Contra Incêndio na forma completa. Secretaria [de] Segurança
Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto
Alegre, RS, 07 nov. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 02 (2016). Certificado de


Licenciamento do Corpo de Bombeiros – CLCB. Secretaria [de] Segurança Pública do
Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto Alegre, RS, 07
nov. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 3.1 (2016). Plano
Simplificado de Prevenção e Proteção Contra Incêndio - PSPCI. Secretaria [de] Segurança
Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto
Alegre, RS, 07 nov. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 07 (2016). Processo de


segurança contra incêndio: edificações existentes, históricas e tombadas. Secretaria [de]
Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros.
Porto Alegre, RS, 07 nov. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 05 – Parte 08 (2016). Símbolos


gráficos. Secretaria [de] Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando
do Corpo de Bombeiros. Porto Alegre, RS, 07 nov. 2016.

RIO GRANDE DO SUL. Resolução Técnica CBMRS nº 11 – Parte 01 (2016). Saídas de


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Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto Alegre, RS, 04 mai. 2009.
92

RIO GRANDE DO SUL. Resolução técnica de transição. Secretaria [de] Segurança


Pública do Estado do Rio Grande do Sul, Comando do Corpo de Bombeiros. Porto
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RODRIGUES, Jacqueline. Tragédias mudam legislação sobre incêndio. Folha de São Paulo.
São Paulo, 30 jan. 1994. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/1/30/cotidiano/12.html>. Acesso em: 08 out. 2016.

SEITO, A. I. et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil. São Paulo: Projeto Editora,
2008, 496 p.
93

APÊNDICE A – PLANTA DE SITUAÇÃO E DE LOCALIZAÇÃO DO PAVILHÃO


INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO)
94

APÊNDICE B – PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO DO PAVILHÃO


INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO)
95

APÊNDICE C – PLANTA BAIXA DO 2º PAVIMENTO DO PAVILHÃO


INDUSTRIAL (ESTUDO DE CASO)

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