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(OPTocessowdesocidlizaGaOs individUowsoGiedadeyeycultura Introdugao ‘Ao estudarmos © primeiro capitulo deste caderno, vimos que o foco da Psicologia Social é estudar o comportamento de individuos no que ele é influen- ciado socialmente. Estudamos que nés nos tornamos sociais quando nascemos, ov até mesmo antes, devide nossas condicées histéricas. Mas como isso acontece? Em todos os momentos da nossa vida, diante da nossa formacao filogenética © onfogenética, somos influenciados pelos meios sociais. Entéio, néo podemos dizer que o homem é um ser isolado. Somos seres individualizados e, ao mesmo tempo, coletivos, somos influenciados pela sociedade a partir das relagdes cultu- rais. Por isso, estudar 0 processo de socializacdo, os agentes socializadores e a cultura e 0 conceit de identidade social ¢ de fundamental importancia para vocé compreender os problemas sociais que ocorrem atualmente na nossa sociedade. Endo, convido vocé a conhecer um pouco mais sobre nés mesmos! O propé- sito deste capitulo é levé-lo a compreender a relacdo indissocidvel entre indi- viduo, sociedade e cultura; e a entender o que ¢ identidade social, a partir do proceso de socializagao do individuo. Para que vocé tenha um excelente éxito, especialmente neste capitulo, ¢ preciso ter noctio do que foi apresentado anteriormente, especificadamente © objeto de estudo da Psicologia Social, a partir de uma perspectiva histérico-so- cial, visto que ela é uma ciéncia que se preocupa em estudar a interacdo social que envolve o pensamento que também é social. Caso ainda tenha dividas sobre ‘esse assunto, sugerimos que retome aos nossos estudos do capitulo um, e que faga uma pesquisa na internet sobre esse assunto no sitio A compreensdo desses conceitos é importante, pois neste estudo, comecaremos a ampliar nossas discussdes a respeito da tematica e perceberemos que, desde ‘que somos concebidos, interagimos movidos por uma inadidvel necessidade humana. Para compreender o porqué dessa necessidade, deveremos estudar os agentes socializadores que contribuem para 0 nosso proceso de soci formacdo da personalidade, bem o conceito de identidade social 2.1 O individuo: ser social Cada individuo, ao nascer, segundo Strey (2002, p. 59), “encontra-se num sistema social criado através de geracées jd existentes e que é assimilado por ‘urns «senvco soci. «« Pexiovo 125 ‘cAPITULO?2 - PSICOLOGIASOCIAL meio de interrelagées sociais’. O homem, desde seus primérdios, é conside- rado um ser de relacées sociais, que incorpora normas, valores vigentes na familia, em seus pares, na sociedade. Assim, a formagao da personalidade do ser humano é decorrente, segundo Savoia (1989, p. 54), “de um processo -aso, no qual intervém fatores inalos e adquiridos”. Entendese, por fatores inatos, aquile que herdamos geneticamente dos nossos familiares, e os fatores adquiridos provam da natureza social e cultural OS lembre-se: personalidade & um somatirio sincrético, resulante da acto dos fatores hereditérios/genéticos (conslivigo Fisica, caracleres morfol6gicos e fisicoquimicos) e dos ambieniais (nteracdo enire as pessoas e o mundo, que envolve os hébitos, valores, capacidades, aspiracées, etc), ou seja, diz res peifo & “iotaidade daguilo que somos" (PISANI, 1996, p. 14). Eno, a nos sa personalidade é reconhecida diante do papel que nds representamos, por meio das nossas ages. E as nossas condulas 6 produto de socializagao = © homem 6 um animal que depende de inleragéio para receber afeto, cvidados e até mesmo para se manter vivo. Somos animais sociais, pois 0 fato de ouvir, locar, sentir, ver o outro fazem parte da nossa natureza social. O ser humano precisa se relacionar com os outros por diversos motives: por necessi- dade de se comunicar, de aprender, de ensinar, de dizer que ama o seu préximo, de exigir melhores condigdes de vida, bem como de melhorar © seu ambiente externo, de expressar seus desejos e vontades. Essas relagSes que vao se efetivando entre individvose individuos, individuos e grupos, grupos e grupos, individuo e organizacéo, organizagéo-organizacao, sutgom por meio de necessidades especificas, identificadas por cada um, de acordo com seu interesse. Vivemos em diversos grupos (familiares, de vizinho, de amigos, de trabalho) nos quais interagimos e crescemos. Os mais diversos grupos socials influenciam na vida do individuo. O individuo tem, para si, claras as caracteristicas que o iferencia dos demais, como seus fatores biolégicos, seu corpo fisico, seus tracos, sua psiqué que envolve emocées, sentimentos, volic6es, temperamento. Todavia, o individuo, como objeto de estudo da psicologia social e da sociologia, é considerado, segundo Ramos (2003, p. 238), da seguinte manei individuo dentro dos seus padiées sociais, vive em sociedade, come membro de grupo, como “pessoa”, como “socius". A prépria conseiéneia da sua individualidade, ele a adquire como membro 126 + pexiooo - sewico socuL « uNiTINs ‘CAPITULO? - PSICOLOGIA SOCIAL do grupo social, visto que ¢ doterminada polas rolagSes entre © "eu" © 05 “outrs’, entre 0 grupo interno e © gtupe externa. ———_—_£_— —_—_——@oe Entende-se por grupos internos 0 grupo de familia, da escola, Séo os gru- pos de igualdade de atitudes, de opinides. 6 os grupos externos correspon- dem a grupos no qual ndo perlencemos, como por exemplo, as familias que passam nas ruas, que encontramos em clubes sociais e esportivos, etc. TT Entao, quando estudamos sobre o individuo, percebemos a forma como ele organiza © seu pensamento, seu comportamento. Assim, iremos concluir que ‘9850 construgdo © organiza¢éo ocorrem, a partir do contato que tem com o outro, Por isso, temos a necessidade de estudar ndo s6 o individuo enquanto ser social, mas este influenciado por padrées culturais diante da sociedade em que vive, pois a cultura fornece regras especificas. Assim, para compreendermos 0 individuo e a sociedade, precisamos entender @ cultura & qual pertencemos. 2.4.2 Cultura O individuo, enquanto ser particular e social, desenvolve-se em um contexlo mulicultural, em que lemos regras, padres, crencas, valores, identidades muito lferenciadas. Assim, a cultura tornase um processo de “intercambio” entre indi viduos, grupos e sociedades. A partir do momento em que faz uso da linguagem, o individuo se encontra ‘em um proceso cultural, que, por meio de simbolos, reproduz 0 contexto cultural que vivencia. Strey (2002) aponta que o individuo tanto cria come mantém a sua cultura presente na sociedade. Cada sociedade humana tem a sua prépria cultura, caracteristica expressa e identificada pelo comportamento do individuo. Segundo Strey (2002, p. 58), “o homem é também um animal, mas um animal que difere dos outros por ser cultural”. Para ele, a cultura refere-se ao conjunto de habitos, regras sociais, intuigdes, tipos de relacionamento interpessoal de um determinado grupo, aprendidos no contexto das atividades grupais. ‘Assim, no podemos considerar a cultura como algo isolado, mas como um conjunto, integrado de caracteristicas comportamentais aprendidas. Essas caracteristicas so manifestadas pelos sujeitos de uma sociedade e compart lhadas por todos. Com isso, a cultura refere-se ao modo de vida total de um grupo humano, compreendendo seus elementos naturais, nao naturais e ideolé- gicos. Segundo Ramos (2003, p. 265}, “as culluras penetram o individuo [...] da mesma forma que as insfituicées sociais determinam estruturas psicoldgicas [...] ‘© homem pensa e age dentro do seu ciclo de cultura” urns «senvco soci. «« Pexiov 127 ‘cantruto2- PsICoLOGtA SOc Parrtindo desses principios, devemos considerar o individuo como sujeito ativo no contexto cultural. Ele tem a liberdade de tomar decis6es, por meio de novas interpretacées. Ele recebe a informagGo e constréi, criativa e coletivamente, um processo cultural voltado & época histérica atval que vivencia. Ele mesmo cons- trdi suas regras, por meio das atividades coletivas, podendo alteré-las, da mesma forma que é afetado por elas. Podemos considerar a cultura como uma heranga social, que é transmitida por ensinamento a cada nova geragao. Fortanto, devemos conhecer a realidade cultural do individu para compre- ender suas praticas, costumes, concepgées e as transformagées que ocorrem na sva vida. E & nessa realidade sociocultural que o individvo se socializa, Sua personalidade, suas atitudes, opinides se formam a partir dessas relages sécio- cultural, em que controla e planeja suas préprias atividades. Assim, Savoia (1989, p. 55) garante que “o processo de socializagio consiste em uma aprendizagem social, através da qual aprendemos compor- tamentos sociais considerades adequados ou nao e que motivam os membros da prépria sociedade a nos elogiar ou a nos punir”. Dai a necessidade de estu- darmos os agentes socializados do processo de socializagao. Veja! 2.2 Agentes socializadores do processo de socializagao Bom! Vimos que nés fazemos parte de diversos grupos sociais ¢ que por meio desses grupos que 0 nosso processo de socializagao ocorre. Temos, entdo, como agentes socializadores, de acordo com Savoia (1989), trés grupos: a familia, a escola (agentes basicos) ¢ os meios de comunicagéio em massa © primeiro contato que o ser humano tem, ao nascer, é a familia: primeira: mente, com a mde, por meio dos cuidades fisicos e afetivos, e, paralelamente, com © pai e os rmaios, que transmitem atitudes, crengas e valores que influenciardo no seu desenvolvimento psicossocial. Num segundo momento, lem a interferéncia da escola, Geralmente, nessa fase, 0 individuo jd traz consigo referéncias de compor- tamentos, de orientagao pessoal bésica, devido ao contato inicial com a familia Jé os meios de comunicagdo em massa sao considerados como agente socializador, diante das inovagées tecnolégicas na atualidade histérica, porém nem sempre eles tém consciéncia do seu papel no processo de socializagdo e na formagao da personalidade do individuo. Na familia ¢ na escola, existe uma relacGo didatica e, com a TV, a relacdo é diferente, visto que a comunicacao é direta e impessoal (SAVOIA, 1989) © proceso de socializagio ocore durante toda a vida do individuo (SAVOIA, 1989); por isso, esse proceso é dividido em etapas: + socializacéio priméria: ocorre na inféincia com os agentes socializadores citados anteriormente, que exercem uma influéncia significativa na formagao da personalidade social; 128 + pexiooo - sewico socuL « uNiTINs ‘CAPITULO? - PSICOLOGIA SOCIAL * socializagio secundaria: ocorre na idade adulta. Geralmente, nessa etapa, o individuo j4 se encontra com sua personalidade relativamente formada, © que caracteriza certa estabilidade de comportamento. Isso faz com que a acdo dos agentes seja mais superficial, mas abalos estru- turais podem ocorrer, gerando crises pessoais mais ou menos intensas. Nesse momento, surgem outros grupos que se tornam agentes socializa dores, como grupo do trabalho; + socializagéo tercidria: ocorre na velhice. Pela propria fase de vida, o individuo pode sofrer crises pessoais, haja vista que © mundo social do idoso muitas vezes se torna restrito (deixa de pertencer a alguns grupos socials) e monétono. Nessa fase, 0 individuo pode sofrer uma dessocia. lizag&o, em decorréncia das alteracdes que ocorrem, em relacdo a crité- rios e valores. E, concomitantemente, 0 individuo, nesta fase, comeca um novo processo de aprendizagem social para as possiveis adaptagdes a nova fase da vida, o que implica em uma ressocializagdo. Todo esse processo de socializacdo que os seres humanos vivenciam esti ligado 4 cultura do individuo, como também a uma estruturacdo de comportamentos, & medida que aprendemos e os internalizamos. Essa estruturacdo e atribuicdio de significados ocorrem por meio da interacGo com os outros. Isso faz com que crie- amos expectativas sobre esses comportamentos diante do grupo social, desenvol vendo papéis sociais, pois 0 processo de socializacao pode sor visto também como um processo pelo qual cada individuo configura seu conjunto de papéis. 2.2.1 Papéis sociais ‘Ao nascer, j@ temos alguns papéis prescritos como idade, sexo ov posigcio familiar. A medida que adquirimos novas experiéncias, ampliando nossas rela- ges, vamos nos transformando, adquirindo outros papéis que sdo definidos pela sociedade e cultura (SAVOIA, 1989). Em cada grupo no qual relacionamos, deparamo-nos com normas que conduzem as relacdes entre as pessoas, algumas so mais sufis, outras mais rigidas. SGo essas normas que caracterizam essencial- mente os papéis sociais e que produzem as relacdes sociais (LANE, 2006) Quais 40 0s papéis que voce adauiriv co longo da sua historia de vida? \Vocé é a mesma pessoas de quando nasceu? Fazer uma reslrospectiva da sua historia pode ajudar a vocé a elucidar essas questées, além de reconhecer sua Irajetéria de vida, suas experiéncias que foram importantes no seu processo de socializagtio e formagtio da personalidade. Perceberd que, ao longo do tempo, adquiriu varios papéis socials, com novas responsabilidades também sociais, como por exemplo: os paps profissionais, os papéis de estudante. ST ‘urns «senvco soci. « Pexion 129 ‘cAPHTULO?2 - PSICOLOGIASOCIAL Entende-se que os papéis que adquirimos nas nossas experiéncias e relacées. vo designar 0 modelo de comportamento que caracteriza nosso lugar na soci dade. Esses papéis podem ser objetivos ou subjetivos. Em relacdo a isso, Savoia (1989, p. 57) assevera que Outro aspecto do papel social é que ole pode ser objetivo — aquilo que 08 outros esperam de nés, ov subjetve -, como cada indi- vidvo assume os papéis de modo mais ov menos fel aos modelos vigentes na sociedade. Quando esses dois aspectos néo coin cidem, podem transformar-se em obstéculo na interacdo social. Isso significa que a objetividade e a subjetividade configuram-se como um processo dialético de desenvolvimento da configuragao social, dinamico, eestaem constante interagéo na vida do individuo, como ser histérico, capaz de promover ransformagées sociais, visto que o desempenho do papel nunca é solitario, Porque desempenhamos varios papéis sociais (de filhalo), pai ov mae, patréio ou empregado), estes podem se cruzar por meio de uma situacao divergente gerando conflito de papéis. Essas incompatbilidades podem ocorrer por diferentes motivos, como, por exemplo, 0 conflito de valores, que Pisani (1996, p. 140) cita: “um cientista pode perceber que seus valores religiosos néo se coadunam com a experiéncia de laboratério que precisa desenvolver”. O que se percebe € que o conflito de papéis pode variar quanto @ intensidade, diante da importancia que se dé a cada papel de conflito, o que pode provocar perlurbacées na pessoa. ‘Além disso, dependendo do papel que o individuo exerce, ele adquire um lugar na sociedade que é denominado de status, que, juntamente com os papéis sociais, determinam sua posicéio social (PISANI, 1996). Entéio, papel é o compor. lamento, a agGo, enquanto que o status é 0 prestigio que se adquire. Savoia (1989, p. 60) afirma que “o papel é o comportamento que os outros esperam de és € 0 slalus é 0 que acreditamos ser”. Nesse sentido, os papéis que desempe- nhamos ¢ os status que acreditamos ter, diante da sociedade, explicam nossa indi- vidvalidade, nossa identidade social e consciéncia de-simesmo que adquirimos, a partir das nossas relacdes sociais. Assunto esse que abordaremos a seguir. 2.3 Identidade social e consciéncia de si mesmo Se alguém perguntar a vocé sobre quem é voc8, o que responderia? E se perguntassem sobre a sua identidade, como a definiria? Procure responder esses questionamentos, antes de dar - i continuidade a leitura do capitulo. E af? Parou para pensar? Agora pergunto: (@ nascemos com a nossa identidade definida? ‘Se procurar responder esses questionamentos, vocé perceberd que nao ¢ Kao simples respondé-los. Existem varios 1130 + periooo - seeico socal « unis ‘CAPITULO? - PSICOLOGIA SOCIAL fatores que precisamos discutir e conhecer. Entdo, vamos mergulhar nessas paginas que nos ajudardo nao somente a compreender os outros, mas a nds mesmos. Vamos lé! Dar a resposta de “quem sou eu” é fazer uma representacao da nossa identidade. Mas 6 preciso analisar como se dé esse processo. Muitas vezes, tendenciamos responder a esse questionamento, falando das nossas caracte- risticas fisicas, sexo, caracteristicas da personalidade, signo, idade, profissao, elc. Enldo, para entendermos esse processo de aviorconhecimento, a psico- logia construiu © conceito de identidade, que para Sawaia (2006, p. 121) tem “valor fundamental da modernidade e é tema recorrente nas andlises dos problemas sociais’ Quando pensamos em conceito de identidade, logo pensamos em imagens, representagdes, conceito de si mesmo, como se 0 individuo se reco- nhecesse identificando tracos, imagens, sentimentos, como parte dele mesmo. Mas esse conceito 6 produzido a partir das relacées que mantemos com os outros (LANE, 2006). A partir do momento em que reconhego 0 outro, reconheco a mim mesmo como um ser Unico particular. Essa diferenciacéo geralmente ocorre com a mae, que 6 0 primeiro “outro” com quem temos contato. Nesse momento, por meio das relacdes, comecamos a construir nossa identidade. E, & medida que adqui- rimos novas experiéncias ampliando nossas relacées sociais, vamos nos transfor. mando, adquirindo novos papéis. Entao a identidade algo mutével em permanente transformacéo. E um processo que se da desde o nascimento do ser humano até sua morte. Por isso, podemos dizer que a nossa identidade esta em constante mudanga. Lane (2006, p. 22) enfatiza que “apenas quando formos capazes de [...] encontrar razées histéricas da nossa sociedade e de nosso grupo social que explicam por que agimos hoje da forma como o fazemos & que estaremos desenvolvendo a cons- ciéncia de nés mesmos”. Isso nos faz entender que a consciéncia de si pode alterar a identidade social, na medida em que interrogamos os papéis que desempenhamos e suas fungées histéricas (LANE, 2006). Essa consciéncia ¢ reconhecer quem sou ev enquanto individuo, enquanto integrante de um grupo social, a partir das relagdes do meu ser social. Isso s6 seré possivel, a partir do momento em que tenho o “outro” como referéncia. Sawaia (2006) afirma que ‘e3sa consciéncia ndo pode ser consciéncia “em si”, mas para si e para o outro. E Myers (2000) reafirma isso, quando diz que © autoconceito que © indi- viduo adquire de si mesmo decorre das experiéncias sociais vivenciadas, que influem no papel que ele desempenha nos julgamentos sobre si e sobre outras pessoas e as diversidades culturais. Nesse sentido, percebemos que @ cons- trugéio da nossa identidade se de por meio das relagdes sociais, dos papéis que desenvolvemos ‘urns «seRvIGO Soci. « « Pexiovo 131 ‘cAPITULO?2 - PSICOLOGIASOCIAL Para aprofundar um pouco mais a respeito dessa tematica, acesse o endere- 50 online: ¢ lela o artigo: Identidades: questées conceitvais e contextuals. Esse artigo traz um didlogo teérico realizado por uma discente do curso de Psicologia © uma docente do Departamento de Psicologia Sociale Insfitucional da Univer sidade Estadual de Londrina, promovendo uma discussdo a respeito da con- cepstio da identidade ao longo da histéria, como uma consirugdo social QE individvo consitéi a sua hisiéria, como um ser individualizado e, ao mesmo Fempo, social. Esse processo de iransformacio pode trazer angistia, dividas © que pode gerar uma crise de identidade, diante da contradicéio que o individuo vive, entre a necessidade de se padronizar para ser aceito em um grupo e a necessidade de se destacar como dnico (SAWAIA, 2006). Essa crise 6 geralmente percebida na transicdo da inféincia para a adolescéncia, em que o individuo passa por diversas transformagées tanto fisicas, como psicolégicas e sociais. Mas isso pode ser supe rado a partir da tomada de consciéncia e das relacSes que mantém com o outro. A objetividade e subjetividade sdo fundamentais para o processo de cons- trusdo da nossa identidade. A experiéncia humana se objetiva na realidade criando singularidades (habitos, tradicéo) e as insttuicdes sao subjetivadas, por meio da introjego pela socializacao. A psicologia social critica busca a compreensao da relacao individual — social, por meio dessa interacdo individuc/sociedade, visto que a identidade do individuo se dé por meio dessa relacdo, considerando o individuo com a sua historia particular como um ser de transformagées. A atividade do individuo & « sua realizacao concreta, © a expresstio da sua subjetividade diante da definicéo papeis exercidos por ele. Ela 6 subjetiva [envolve afeto de um eu individual) e objetiva (contato com o mundo exterior) Nesse processo 0 individuo constrdi o seu mundo, da mesma forma que constr a si mesmo, sua identidade, suas relacées, suas experiéncias vivenciadas. Para finalizar este capitulo, é importante que vocé tenha compreendido que 1nés construimos 6 nosso “eu”, a partir do contexto social e cultural e que nés somos formados pelo processo de aprendizagem e de socializaséio, pela consciéncia coletiva. O jeito como vocé se expressa, comunica, anda reflete 0 contexto social que vive ou que viveu. As interagdes sociais que estabelecemos séio denominadas pela cultura existente. Entéio, podemos compreender que, por meio do estudo do processo de socializagGo, poderemos entender os fendmenos psicossociais do individuo e da cultura presente na sua historia. Mas, também temos que lembrar 132. penlooo - seevico SocuL « UNITS ‘CAPITULO? - PSICOLOGIA SOCIAL que os padres comportamentais e as normas geralmente ndo se aplicam a todos 0 sujeitos de uma mesma sociedade. Essas diferenciagées estéo vinculadas ao sexo, @ idade, s caracteristicas individuais, as necessidades de cada individuo, 0s subgrupos infernos em toda sociedade. Cada cultura registra o individuo, com @ sua marca, Isso 0 influencia na estruturacéo da sua personalidade que € decorrente de uma combinacdo orgénica, dos padrées de sua cultura e de suas cexperiéncias individuais em contato com © mundo fisico e social, como também influencia na sua identidade social, Contudo, 0 individu 6 um ser Unico, possvidor da sva individualidade, porém, modelado pela cultura, pela sociedade que vive. Bom, vocé j@ conhece como o individuo se socializa, mas nao podemos parar por ai. Temos muito, ainda, a saber sobre a influéncia do ambiente social sobre os nossos comportamentos e afitudes. Entao, no préximo capitulo, estuda- remos 0 quanto o ambiente social é importante no nosso proceso de aprendi- zagem e de socializacéo, visto que essas influéncias podem ser favordveis ou desfavordveis para o desenvolvimento humano. Até la! Resumo Vimos, neste capitulo, que o ser humano, na verdade, é fruto das relacdes sociais. Ao mesmo tempo em que ele é individual, é também coletivo, pois vive em um processo constante de transformacdo, desde o nascimento até sua morte, por meio de interages grupais (familia, vizinho, trabalho), sendo influenciados por padrées culturais. A cultura fornece regras, padrées, crencas, etc., que sdo aprendidas no contexto das atividades grupais. Entéo, é a partir dessa realidade sdcichistorica que nos socializamos. Por isso, também estudamos os agentes socializadores do processo de socializacdo que so: familia, a escola e os meios de comunicagéo em massa. E & medida que nos socializamos, que ampliamos nossas relagées, vamos também adquirindo novos papeis sociais e status que determinam nossa posigdo social na sociedade. A partir da compreensdo desses fenémenos sociais, temos condigdes de explicar por que somos do jeito que somos e entender a nossa identidade social. Mas vimos que tudo isso depende da capacidade de termos consciéncia de simesmo, que também adquirimos, a partir das relagées sociais e dos papeis que desenvolvemos Atividades 1. Comente a frase a seguir, com arguments teéricos, a partir do que foi estv. dado no capitulo 1 desta apo: la “0 individu & um ser inseparavel da sua cultura e da sociedade em que vive". Lembrese: escreva sua resposta e socialize com os colegas; por meio da webiin teratividade comparilhe suas consideracbes com os professores da disciplina urns «senvco soci. «« Pexiovo 133 ‘cantruto2- PsICoLOGtA SOc 2. Analise as afirmativas que seguem, relativas aos agentes socializadores do processo de socializacao, © processo de socializacao ocorre alé a fase adulta Il, Os agentes socializadores séo: a familia, a escola e os meios de comu- nicagéo em massa. Ill Os agentes socializadores que mais exercem influéncia na formacéio da personalidade social séio os agentes basicos. IV. Os meios de comunicacéo de massa tém medida do alcance do seu papel no proceso de socializagao © na formacao da personalidade do individuo. Esido corretas, apenas, as afirmativas a) lel d tell b) lelV d) llelV 3. Analise as afirmacdes a seguir. Os papéis sociais que o individuo desempenha e os status que ele acredita ter diante da sociedade explicam a individvalidade do individuo, a sua identidade e « consciéncia de si mesmo. PORQUE Os papéis que 0 individuo adquire nas suas experiéncias e nas relagdes vao designar 0 modelo de comportamento que caracteriza o seu lugar na socie- dade juntamente com os status que ele também adquire ¢ que determina sua posigdo social Acesse respeito, 6 possivel concluir que } as duas afirmagdes sdo verdadeiras, e a segunda justiica a primeira. b) as duas afirmacées so verdadeiras, e a segunda nao justifica a primeira. ) a primeira afirmacao é verdadeira, e a segunda é falsa. d) a primeira afirmacdo é falsa, e a segunda é verdadeira 4. A psicologia construiv 0 conceito de identidade que tem valor fundamental da modernidade e é tema recorrente nas andlises dos problemas sociais, pois a identidade 4a) algo imutével, mas importante para a compreenstio dos comportamentos humanos. b) um processo isolado das agées coletivas que o individuo mantém com 0 meio em que vive 134 penlooo - seevico socuL « UNITINs ‘CAPITULO? - PSICOLOGIA SOCIAL <) um processo que se dé desde nascimento até por volta dos 10 anos de idade, quando a personalidade esté totalmente estruturada. d) um processo que esta em permanente transformacGo e que contribui para o reconhecimento do ev enquanto individuo e enquanto infegrante de um grupo social, a partir das relacdes sociais. Comentario das atividades Ao realizar a atividade 1, por certo vocé argumentou sobre a relagdio indisso- cidvel entre individuo, sociedade e cultura, e sobre como somos seres ao mesmo tempo individualizados e sociais; que o homem é um animal que depende de interagGo para receber afeto, cuidados, até mesmo para se manter vivo; que somos, do nascimento a morte, influenciados pela sociedade, pela cultura; entre outras coisas. Ja na atividade 2, se vocé assinalou a alternativa (<) compreendeu o proceso de socializacao que ocorre durante a vida do individuo, pois concluiu que esto corretas as afirmativas Ile Ill: os agentes socializadores sdo a familia, escola e os meios de comunicagtio de massa, sendo que estes meios de comu- nicagio, considerados agente socializador diante das inovacées tecnolégicas, ndo t8m a medida do aleance de sua influéncia no processo de socializacéio e na formacdio da personalidade social do individuo, uma vez que a comuni- cacao é direta e impessoal, enquanto que na familia e na escola geralmente ha uma relagao didatica, por isso podem exercer maior influéncia na formagao da personalidade social. Na atividade 3, se vocé assinalou a alternativa (a) acertou e compreendeu a importancia dos papéis sociais ¢ dos status que sao fundamentais para reco- nhecermos nossa identidade social. Adquirimos nossos papéis sociais & medida que nos relacionamos com os outros e ampliamos nossos contatos. Com isso, ganhamos status na sociedade que determina nosso lugar, nossa posigdo. Tudo isso nos ajuda a compreender nossa individualidade, nossa identidade e possi ta a tomada de consciéncia de nds mesmos. Por isso, as duas afirmagdes so verdadeiras e a segunda justifica a primeira, o que torna as alternativas (b}, (¢) @ (d) incorretas. Com relaso a atividade 4, esperamos que vocé tenha assinalado a alter- nativa (d), 0 que demonstra que vocé compreendeu a identidade social a partir do processo de socializagéio do individuo. Certamente vocé considerou que © processo identitario 6 algo mutavel de permanente transformagdo; que a identidade é um processo social que se dé por meio de interagdes sociais que mantemos com as outras pessoas e ocorre desde o nascimento do individuo até sua morte. Em vista disso, estdo incorretas as alternativas (a), (b) e (¢) urns «senvco soci. «« Pexiovo 135 ‘cAPHTULO?2 - PSICOLOGIASOCIAL Referéncias LANE, Silvia T. Maurer. © que é psicologia social. 22. ed. Sdio Paulo: Brasiliense, 2006 MYERS, David G. Psicologia Social. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. PISANI, Elaine Maria. Temas de psicologia social. 2. ed. Petrépolis: Vozes, 1996. RAMOS, Arthur. Introduce a psicologia social. 4. ed. Santa Catarina: UFSC, 2003. SAVOIA, Mariéngela Gentil. Psicologia social. Sao Paulo: McGraw-Hill, 1989. SAWAIA, Bader (Org). As artimanhas da Excluséio: andlise psicossocial e ética da desigualdade social. 6. ed. Petrépolis, 2006. STREY, Marlene Neves (Org.}. Psicologia Social Contempordnea. 7. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. Anotacées 136 + peniooo - seeico SocuL « UNITS

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