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2.

FORMAS E FORMATOS DOS


MEDICAMENTOS
A evolução das formas farmacêuticas

Julho – Novembro de 2015

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FICHA TÉCNICA
Título: Ciclo de Exposições: Temas de Saúde, Farmácia e Sociedade. Catálogo
Sub-título: 2. Formas e formatos dos medicamentos – a evolução das formas
farmacêuticas
Autores: Célia Cabral e João Rui Pita
Local: Coimbra
Edição: Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS 20) – Grupo de
História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia
Ano de edição: 2015
Impressão: Pantone4
ISBN: 978-972-8627-59-1
Depósito Legal: 2
Introdução
Os medicamentos são apresentados ao público com uma determinada
forma. Para se chegar a esse formato, a essa forma final, designada
habitualmente, por forma farmacêutica há um longo processo de
investigação e um rigoroso processo de produção. Essa forma final é
designada por forma farmacêutica. Pode definir-se forma farmacêutica do
seguinte modo: “Estado final que as substâncias ativas ou excipientes
apresentam depois de submetidas às operações farmacêuticas necessárias,
a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico
desejado” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

Pode definir-se medicamento como: “toda a substância ou associação de


substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas ou
preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que
possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer
um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica
ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”
(Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

Os medicamentos têm uma longa história e as formas farmacêuticas têm-se


alterado ao longo do tempo. Há formas farmacêuticas que se extinguiram,
outras que se têm modificado, outras recentes e outras absolutamente
contemporâneas.

Esta exposição pretende mostrar de uma forma sintética, a evolução das


formas farmacêuticas ao longo do tempo, concretizando com exemplos
representativos das principais formas farmacêuticas.

Esperamos que a exposição seja do vosso agrado.

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ROTEIRO DA EXPOSIÇÃO

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Os medicamentos são apresentados ao público com uma determinada forma. Para se chegar a esse formato, a
essa forma final, designada habitualmente, por forma farmacêutica há um longo processo de investigação e um
rigoroso processo de produção. Essa forma final é designada por forma farmacêutica. Pode definir-se forma
farmacêutica do seguinte modo:

“Estado final que as substâncias ativas ou excipientes apresentam depois de submetidas às operações
farmacêuticas necessárias, a fim de facilitar a sua administração e obter o maior efeito terapêutico desejado”
(Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

Substância ativa é “qualquer substância ou mistura de substâncias destinada a ser utilizada no fabrico de um
medicamento e que, quando utilizada no seu fabrico, se torna um princípio ativo desse medicamento, destinado a
exercer uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica com vista a restaurar, corrigir ou modificar funções
fisiológicas ou a estabelecer um diagnóstico médico” (Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

Excipiente é “qualquer componente de um medicamento, que não a substância ativa e o material da embalagem”
(Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

As operações farmacêuticas são operações de transformação dos constituintes do medicamento na forma final.

Há medicamentos que podem ser obtidos artesanalmente (medicamentos manipulados), mas a maioria é obtida
industrialmente (medicamentos industrializados ou especialidades farmacêuticas).

Pode definir-se medicamento como: “toda a substância ou associação de substâncias apresentada como
possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que
possa ser utilizada ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo
uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas”
(Decreto-Lei nº 176/2006 de 30 de Agosto).

Também há medicamentos para plantas e todos os outros animais para além do homem. Por isso os
medicamentos para aplicação nos humanos designam-se por medicamentos de uso humano.

Os medicamentos têm uma longa história e as formas farmacêuticas têm-se alterado ao longo do tempo. Há
formas farmacêuticas que se extinguiram, outras que se têm modificado, outras recentes e outras absolutamente
contemporâneas.

A farmacopeia é um livro oficial que normaliza e regulamenta medicamentos, matérias-primas, reagentes e


técnicas operatórias.

A atual farmacopeia oficial portuguesa Farmacopeia Portuguesa IX (2008) apresenta as seguintes formas
farmacêuticas:

—Adesivos transdérmicos;

—Bólus de libertação pulsátil;

—Cápsulas (duras, moles, de libertação modificada, gastro-resistentes, hóstias);

—Comprimidos (não revestidos, revestidos, efervescentes, solúveis, dispersíveis, orodispersíveis, de libertação


modificada, gastro-ressistentes, para utilizar na cavidade bucal, liofilizados orais);

—Espumas medicamentosas;

—Gomas para mascar medicamentosas;

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—Granulados (efervescentes, revestidos, de libertação modificada, gastro-resistentes);
—Lápis;

—Pós cutâneos;

—Pós orais;

—Pré-misturas para alimentos medicamentosos para uso veterinário;

—Preparações auriculares (preparações líquidas para instilação ou pulverização auricular, preparações


auriculares semi-sólidas, pós auriculares, preparações líquidas para lavagens auriculares, tampões auriculares);

—Preparações bucais (soluções para gargarejar, soluções para lavagem da boca, soluções gengivais, soluções
bucais e suspensões bucais, preparações bucais semi-sólidas, preparações líquidas para instilação bucal ou
pulverização sub-lingual, pastilhas e pastilhas moles, comprimidos para chupar, comprimidos sub-linguais e
comprimidos bucais, cápsulas bucais, preparações muco-adesivas);

—Preparações farmacêuticas pressurizadas;

—Preparações líquidas orais (soluções, emulsões e suspensões orais; pós e granulados para soluções ou
suspensões orais; pós para gotas orais; xaropes; pós e granulados para xaropes);
—Preparações nasais (preparações líquidas para instilação ou pulverização nasal; pós nasais; preparações
nasais semi-sólidas; soluções para lavagem nasal);

—Preparações oftálmicas (colírios; soluções para lavagem oftálmica; pós para colírios e pós para soluções para
lavagem oftálmica; preparações oftálmicas semi-sólidas; insertos oftálmicos);

—Preparações para inalação (preparações líquidas para inalação; pós para inalação);

—Preparações para irrigação;

—Preparações parentéricas (preparações injetáveis; preparações para perfusão; preparações para injeção ou
para perfusão após diluição; pós para injeção ou para perfusão; geles injetáveis; implantes);

—Preparações retais (supositórios; cápsulas retais; soluções, emulsões e suspensões retais; pós e comprimidos
para soluções e suspensões retais; preparações retais semi-sólidas; espumas retais; tampões retais);

—Preparações semi-sólidas cutâneas (pomadas, cremes, geles, pastas, cataplasmas, emplastros


medicamentosos);

—Preparações vaginais (óvulos; comprimidos vaginais; cápsulas vaginais; soluções, emulsões e suspensões
vaginais; comprimidos para soluções ou suspensões vaginais; preparações vaginais semi-sólidas; espumas
vaginais; tampões vaginais medicamentosos);

—Tampões medicamentosos.

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Etapas da história da farmácia e do medicamento
A história dos medicamentos é longa e é coincidente com a história da farmácia e das artes de curar. Podemos
dividi-la em várias etapas.

O período mágico-religioso
Há milhares de anos o homem, para curar doenças e ferimentos, tirava partido de práticas mágico-religiosas e
preparava mezinhas com produtos naturais. Misturava produtos vegetais, animais e minerais para preparar as
mezinhas – era o primórdio do medicamento.

Etapas da
história da farmácia e medicamento
Prática farmacêutica e papiro egípcio com receitas médicas

O mais antigo documento escrito que faz referência à preparação de medicamentos são as tábuas (de argila de
Nippur) na antiga Mesopotâmia (c. 3000 a.C.).

Os testemunhos do Antigo Egito chegaram sobretudo através de papiros sendo um dos mais relevantes o Papiro
de Ebers (1500 a.C.). Os egípcios também se dedicaram muito às práticas cosméticas e higiénicas e à
mumificação.

Quando alguém sofria de prisão de ventre basta-lhe trincar algumas sementes e engoli-las com cerveja para
expulsar as fezes do corpo (Papiro de Ebers).

O rícino favorecia o crescimento do cabelo às mulheres. Indicava-se esmagar a planta, amassá-la e misturá-la
com gordura. A mulher devia aplicá-la, ela mesma, sobre a sua cabeça (Papiro de Ebers).

O óleo de rícino, extraído das sementes, servia para ungir as feridas que segregavam um líquido nauseabundo
(Papiro de Ebers).

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Recipiente de acondicionamento de formas medicamentosas pastosas e cosméticas

As inovações de Galeno na Antiguidade – a originalidade galénica


Galeno (131-200 d.C.) natural de Pérgamo foi um médico prestigiado, que sistematizou pela primeira vez as
matérias-primas necessárias à preparação dos medicamentos e a sua preparação como nunca tinha sido feito. Foi
para Roma e foi médico do Imperador. Galeno concebia os medicamentos e a arte de os preparar em função da
teoria dos humores proveniente da Grécia Antiga, de Hipócrates. Galeno é considerado o “Pai da Farmácia”. Os
medicamentos galénicos tiravam partido das drogas (matérias-primas) existentes na Europa e na bacia do
Mediterrâneo e de purgas, sangrias e clisteres.

Galeno descreveu perto de 500 fármacos vegetais e outros da natureza animal e mineral. Estudou as suas
propriedades terapêuticas, classificou-os e sistematizou-os.

Exemplos de formas farmacêuticas utilizadas por Galeno: Cozimentos, Infusões, Pastilhas, Pílulas, Electuários,
Pós, Supositórios, Enemas, Cataplasmas, Clisteres, Clisteres vaginais, Linimentos, Cosméticos, Colutórios, Etc.

Ficaram para a história medicamentos como:


Terra sigilada: foi um medicamento popular na antiguidade e que perdurou até ao século XVI. Era uma amálgama
de argila, gravada com uma imagem. A recolha da argila era feita de acordo com rituais próprios e, por isso, tinha
propriedades medicinais.

Teriaga: foi um medicamento que ficou famoso e que terá sido fabricada inicialmente pelo rei Mitrídades VI, rei do
Ponto, com o seu médico pessoal. A fórmula terá chegado a Roma e um dos médicos de Nero, Andrómaco,
melhorou a fórmula e a teriaga tomou o nome de “Teriaga de Andrómaco”. Era composta por 64 constituintes
sendo o mais importante carne de víbora. Era muito usada para o tratamento da mordeduras de cobra.
Gradualmente foi ganhando popularidade e foi muito usada até final do século XVIII. Em muitas cidades como
Veneza, Montpellier e Toulouse era preparada na rua à vista de todos.

Terra sigilada e recipientes para unguentos

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O período medieval: a influência árabe e o papel dos conventos na
preparação dos medicamentos
A influência árabe fez-se sentir muito fortemente na Europa. Os árabes divulgaram as práticas de alquimia e
defendiam uma farmácia voltada para o laboratório. Influência decisiva do cristianismo e dos conventos. Neles
havia hortos botânicos para cultivo de plantas medicinais e boticas para a preparação de medicamentos. Surgem
as primeiras autorizações para a arte de preparar os medicamentos em estabelecimento próprio — as boticas.
Fundação das primeiras Universidades. As destilações começavam a vulgarizar-se, bem como o dourar e pratear
as pílulas. As teriagas, os electuários e os elixires são formas farmacêuticas típicas do mundo medieval.

Farmácia árabe

Neste período, com frequência havia a mistura do mágico-religioso na preparação e aplicação dos medicamentos.
Amuletos, talismãs e plantas consideradas mágicas também eram aplicados para prevenir ou curar doenças.
Macerados, infusões, electuários, elixires, emplastros, fumigações (muito utilizadas no período da peste) eram
algumas das formas farmacêuticas utilizadas e muitas vezes sujeitas a benzeduras antes da sua aplicação.

Pedro Hispano (1215-1277), o Papa João XXI, português, na obra Tesouro dos Pobres inscreve inúmeros
medicamentos utilizados na época.

Aplicação de medicamentos
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Botica medieval e selo dos CTT alusivo a Pedro Hispano, onde se podem ver medicamentos
acondicionados e Pedro Hispano a fazer um tratamento ocular

Os descobrimentos no século XVI e suas repercussões na farmácia: o


fascínio pelas drogas exóticas e pela medicação química
Até ao século XVI, a farmácia europeia era sustentada nas doutrinas humorais de Galeno, tirando partido de
drogas vegetais conhecidas na Europa e bacia do Mediterrâneo com recurso a purgas, sangrias, clisteres e dietas
apropriadas. A expansão europeia pelo Oriente e pela América proporcionou a chegada à Europa de drogas
desconhecidas de grande interesse terapêutico e comercial. Dá-se a fundação da farmácia química por Paracelso
(1493-1541).

Entre finais do século XV e finais do século XVIII, os medicamentos eram preparados: de acordo com a tradição
galénica clássica, com novas drogas provenientes do continente americano e do Oriente e de acordo com os
novos parâmetros da farmácia química.

Laboratório de alquimia ilustrado na obra de Hieronymus Burnschwig


e botica do Renascimento (século XVI)

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Desenvolvem-se laboratórios, mas também herbários e muitos estudos relacionados com a história natural. O
aparecimento da imprensa com Gutenberg proporcionou a expansão do saber através dos livros impressos.

Botica do Renascimento com representação de medicamentos acondicionados (século XVI)

Selo dos CTT alusivo à obra de Garcia d’Orta, Colóquios dos Simples e recipiente de acondicionamento de
medicamentos e representação da obra de Monardes (século XVI)
onde se abordam as drogas americanas

O final da vigência galénica: a preparação para a vinda de novos


medicamentos
Ao longo dos séculos XVII e XVIII as inovações terapêuticas provenientes da América e do Oriente foram sendo
introduzidas na terapêutica europeia. São publicados tratados botânicos, farmacêuticos e farmacopeias com estas
inovações botânicas e farmacêuticas.
A revolução química de Lavoisier (1743-1794) e a revolução botânica de Lineu (1707-1778) influenciam a
farmácia. Afirmação da higiene pública. Surgem as primeiras farmacopeias oficiais e o primeiro medicamento
preventivo, a vacina contra a varíola. Em finais do século XVIII assiste-se ao final da vigência do galenismo.

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Botica e recipiente para acondicionamento de medicamentos pastosos

Em finais do século XVII e inícios do século XVIII a farmácia congregava:


—Purgas, sangrias, clisteres e remédios vegetais descritos por Galeno;
—Medicamentos químicos;
—Águas mineromedicinais;
—Drogas americanas;
—Rudimentos de injecções endovenosas;
—Rudimentos de transfusões sanguíneas.

Pharmacopea Lusitana (1ª farmacopeia portuguesa, 1704)


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Pharmacopeia Geral (1ª farmacopeia oficial portuguesa, 1794)

Fórmula de Infusão de quina da Pharmacopeia Geral (1794)


e selo português com recipientes de acondicionamento de medicamentos (século XVIII)

Da arte farmacêutica à ciência farmacêutica: novos formatos para os


medicamentos
A descoberta dos primeiros princípios ativos no início do século XIX e permitiu obter novos medicamentos.
Durante o século XIX, a análise química, a química orgânica e outros ramos da química permitiram obter novos
medicamentos. O arsenal terapêutico alargou-se. Desenvolvimento da fisiologia experimental, da farmacologia
experimental e da terapêutica experimental. A farmácia e a preparação dos medicamentos são sustentadas em
bases científicas de acordo com os mais avançados processos de método científico consolidados no século XIX. A
preparação dos medicamentos assume-se como uma atividade sustentada em bases científicas.

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No início do século XIX, são descobertos inúmeros princípios ativos o que abriu as portas ao isolamento de muitos
deles ao longo do século XIX.

Alguns exemplos de princípios ativos:


Narcotina (Derosne, 1803), Morfina (Serturner, 1805), Cinchonina (Gomes, 1810), Emetina (Caventou, 1817),
Veratrina (Meisner, 1818), Estricnina (Pelletier e Caventou, 1818), Brucina (Caventou, 1819), Cafeína (Runge,
1820), Quinina (Pelletier e Caventou, 1821), Atropina (Mein, 1831), etc.

Surgem diversas inovações farmacêuticas tecnológicas:


Moinho de Menier, tambor de pulverização de Petit, modificações profundas nos tamises (Fischer e Harris), banho-
maria a temperatura constante (Wurzer), aperfeiçoamento de pílulas e de piluladores, revestimento de pílulas com
gelatina (Garot, 1838), outros revestimentos de pílulas.

Os utensílios farmacêuticos apresentam dimensões bastante mais reduzidas.


Karl Mitscherlich (1805-1871) funda a farmacologia experimental e Paul Erlich (1854-1915) a terapêutica
experimental.

No final do século XIX, começam a surgir e consolidam-se indústrias farmacêuticas de grandes dimensões.
Assiste-se à industrialização do medicamento.

Surgem as primeiras indústrias, por exemplo: Merck, Bayer, Parke-Davis, Sandoz, Ciba, etc.

Aparecem novas formas farmacêuticas como comprimidos, drageias, injetáveis e melhoria das cápsulas.

Surgem novos excipientes, como é caso dos derivados do petróleo: vaselina, parafina, etc.

Prensa para sucos e máquina de comprimir manual (início do século XX)

Surgem novos aparelhos para a produção artesanal e industrial dos medicamentos. O modo de produção e a
descoberta de princípios ativos condicionam as formas e os formatos dos medicamentos.

As tradicionais formas farmacêuticas, milenares, vão chegando ao seu termo. Algumas extinguiram-se como foi o
caso dos ceratos, dos cerotos, das espécies, dos electuários, dos ripos, das confeições, dos bolos, dos
chocolates, dos cigarros, dos vinhos, dos vinagres, etc.

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Outras renovaram-se, como foi o caso das pomadas, dos elixires, das emulsões, dos linimentos, dos colírios, dos
xaropes, dos enemas, etc. Outras passaram a ter pouca representatividade: caso das pílulas, das poções, etc.

Surgem outras ao longo do século XIX e consolidam-se no século XX, resultado das inovações científicas e
tecnológicas: foi o caso dos comprimidos, das cápsulas, dos injetáveis e de todas as variantes destas formas
farmacêuticas.

Publicidade a duas formas farmacêuticas que hoje não são usadas: cigarros medicinais e vinhos
medicinais (A Medicina Contemporânea, 1915 e 1921)

A revolução farmacológica do século XX, a industrialização e a difusão


do medicamento no mundo contemporâneo
No século XX, os avanços provenientes de diferentes áreas laboratoriais fizeram-se sentir na farmácia.
Melhoramento de alguns grupos medicamentosos e surgimento de novos grupos. Difusão das matérias-primas
sintéticas e dos princípios ativos sustentados na síntese química. Melhoramento das formas farmacêuticas já
existentes e surgimento de novas formas farmacêuticas.

Expositor de medicamentos no 1º Congresso Nacional de Farmácia (Lisboa, 1927)

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O medicamento é um produto que foi sujeito a um longo tempo de investigação, baseado em rigorosos critérios
científicos e de segurança, tutelado por normas jurídicas e regulamentos, e normas éticas, que obedece a controlo
económico, que contribui para o bem-estar individual e cujos efeitos na sociedade são evidentes.

Medicamentos variados (anos 60 do século XX)

Os medicamentos têm aumentado a esperança de vida da população. Graças aos medicamentos muitas doenças
incuráveis hoje têm cura. Os medicamentos apresentam além da função terapêutica curativa, funções preventivas
e de diagnóstico. A sua introdução no organismo e os seus efeitos estão relacionados com as suas formas e os
seus formatos, adequados a cada via de administração, à finalidade a obter e ao efeito terapêutico pretendido.

Mistura de diferentes formas farmacêuticas sólidas (século XXI)

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Aerossoles

Aerossoles são formas farmacêuticas


correspondentes a um sistema pressurizado que
existe dentro de uma embalagem geralmente de
alumínio munida de uma válvula. No interior da
embalagem existe uma fase interna líquida ou
sólida com as substâncias medicamentosas e
uma fase externa gasosa – gás propelente. Ao
agitar-se a embalagem, as duas fases misturam-
se e o medicamento é pulverizado para o exterior.
Dentro da embalagem a pressão é muito elevada.
Deve-se agitar a embalagem antes de se carregar
na válvula, para que haja mistura das duas partes.
Como a pressão no interior é muito grande, o gás Equipamento para produção industrial de erossoles
ao pressionar-se a válvula, sai com enorme
intensidade com as substâncias medicamentosas
misturadas. O arrefecimento da embalagem após
a agitação tem que ver com o consumo de energia
que se verificou na passagem do estado líquido a
gasoso.

Na Farmacopeia Portuguesa IX (2008), os


aerossoles estão incluídos nas preparações
farmacêuticas pressurizadas. São definidas como
“preparações dispensadas em recipientes
especiais contendo um gás sob pressão e uma ou
várias substâncias ativas. São libertadas do
recipiente através de uma válvula apropriada sob
a forma de um aerossole (dispersão de partículas
sólidas ou líquidas num gás; as dimensões das
Esquema de aerossoles
partículas são apropriadas ao uso pretendido) ou
de um jato líquido ou semi-sólido como, por
exemplo, uma espuma. A pressão necessária
para garantir a projeção da preparação é
produzida por gases propelentes adequados. As
preparações farmacêuticas pressurizadas
apresentam-se sob a forma de soluções,
emulsões ou suspensões e destinam-se à
aplicação local na pele ou nas mucosas, nos
diferentes orifícios do organismo, e para inalação”.
As preparações líquidas para inalação podem ser
administradas através de inaladores
pressurizados e por nebulizadores.

Exemplo de aerossole

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Cápsulas

As cápsulas são formas farmacêuticas muito


difundidas a partir do século XIX. As cápsulas são
constituídas por um invólucro, habitualmente de
duas partes, de natureza, formas e dimensões
variadas. No seu interior encontramos as
substâncias medicamentosas. O invólucro pode,
nalguns casos, ser único.

As cápsulas mais antigas eram designadas por


hóstias. O seu invólucro era de amido. Em 1872,
Limousin e Toiray conceberam um aparelho
pioneiro para a sua produção e que foi depois
melhorado por Digne.
Máquina atual de fabrico de cápsulas
As hóstias amiláceas tiveram divulgação
significativa até meados do século XX.
Gradualmente foram sendo substituídas por
cápsulas gelatinosas mais ajustadas à produção
industrial.

As cápsulas que hoje são mais utilizadas são as


cápsulas duras. Terá sido Lehuby, em 1846, a
obter as primeiras cápsulas deste tipo à base de
tapioca e depois de geleia de carragenina. Em
1848, Murdock preparou as primeiras cápsulas à
base de gelatina. Desde então as cápsulas têm
sido melhoradas a nível do invólucro e adaptadas
ao mundo industrial.

A Farmacopeia Portuguesa IV (1935) referia que


as cápsulas gelatinosas que contivessem óleos, Máquina actual de fabrico de cápsulas
essências e outros líquidos designavam-se por
pérolas.

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) define


cápsulas como: “preparações sólidas constituídas
por um invólucro duro ou mole, de forma e
capacidade variáveis, contendo geralmente uma
dose unitária de substância(s) ativa(s). Destinam-
se à administração por via oral”. Há cápsulas
duras, moles, de libertação modificada, gastro-
resistentes, hóstias.

Exemplos de cápsulas

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Colírios

A palavra colírio vem do grego kollyrion que pode


sentido geral. Kollyrion é o diminutivo de kollyra
que podia significar biscoito. Parece que alguns
dos colírios iniciais tinham o formato de um dedo e
que inicialmente poderiam ser medicamentos que
se introduziam em cavidades do corpo humano e
nas mucosas. São utilizados colírios desde a
Antiguidade, entre gregos e romanos.

Parece ter sido apenas no século XIX que os


colírios passaram a ser exclusivamente para
aplicação no globo ocular. Era vulgar fazer-se
uma divisão entre colírios secos (pós muito finos), Produção de colírios em indústria farmacêutica
colírios líquidos, colírios moles e colírios gasosos
para aplicação no globo ocular.

Atualmente os colírios são preparações líquidas


para aplicação no globo ocular e que necessitam
de precauções específicas na sua preparação a
nível industrial relacionadas com a isotonia, o pH,
a esterilidade, a limpidez, precisão da sua
composição e a osmolaridade.

Na Farmacopeia Portuguesa IX (2008) os colírios


incluem-se no grupo das “Preparações oftálmicas”
que são “preparações líquidas, semi-sólidas ou
sólidas, estéreis, destinadas a serem aplicadas no
globo ocular e/ou nas conjuntivas ou a serem
inseridas no saco conjuntival”. Esta farmacopeia
define colírios da seguinte forma: “soluções ou
suspensões estéreis, aquosas ou oleosas, Máquina industrial para produção de colírios
contendo uma ou várias substâncias ativas e
destinadas à instilação ocular. Os colírios podem
conter excipientes destinados, por exemplo, a
ajustar a tonicidade ou a viscosidade da
preparação, a ajustar ou estabilizar o pH, a
aumentar a solubilidade da substância ativa ou a
estabilizar a preparação. Estes excipientes não
prejudicam a ação medicamentosa pretendida
nem, nas concentrações adotadas, provocam
irritação local significativa”.

Exemplos de colírios atuais

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Comprimidos

Em 8 de Dezembro de 1843, o inglês Brockedon


registou a patente da invenção dos comprimidos.
A descoberta manteve-se sem grande divulgação
até ao início dos anos 70 do século XIX. Nesta
década, Dunton, MacFerran e, sobretudo,
Rosenthal, na Alemanha, aperfeiçoaram as
máquinas de compressão.

O comprimido resulta da compressão de misturas


de pós que contém adicionada substâncias que
favorecem a aglutinação. As primeiras máquinas
de fabrico de comprimidos eram totalmente
manuais. A primeira terá surgido em 1875, Exemplo das primeiras máquinas de fabrico de
inventada por Remington. Hoje há máquinas comprimidos (final século XIX-início do século XX)
industriais de fabrico de comprimidos.

A British Pharmacopoeia de 1865 publicou a


primeira monografia oficial de comprimidos. Após
a I Guerra Mundial (1914-1918) os comprimidos
tiveram grande expansão. Em Portugal, foram
inscritos pela primeira vez em farmacopeias
oficiais na Farmacopeia Portuguesa IV (1935).

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) define


comprimidos como: “preparações sólidas
contendo uma dose de uma ou de várias
substâncias ativas. São obtidos aglomerando por
compressão um volume constante de partículas
ou por um outro processo de fabricação
apropriado como a extrusão, a moldagem ou a Máquina de compressão alternativa para fabrico de
liofilização. Os comprimidos são destinados à via comprimidos. Manesty Machines, Ltd (meados do
oral. Alguns são deglutidos ou mastigados, outros séc. XX)
são dissolvidos ou desagregados em água antes
da administração e outros devem permanecer na
boca para aí libertarem a substância ativa”. Há
actualmente diversos tipos de comprimidos: não
revestidos, revestidos, efervescentes, solúveis,
dispersíveis, orodispersíveis, de libertação
modificada, gastro-resistentes, para utilizar na
cavidade bucal, liofilizados orais.

Exemplos de comprimidos

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Elixir

Elixir (do árabe Al-Ikseer) é uma forma


farmacêutica muito antiga semelhante às poções
mas com grande quantidade de álcool que pode
ultrapassar os 50%. É portanto uma forma
farmacêutica líquida de composição complexa,
edulcorada e aromatizada, habitualmente
açucarada e glicerinada, e com um ou mais
fármacos na sua composição. Destina-se à via
oral.

É uma forma farmacêutica muito antiga e


atualmente menos usada. Ficou famoso o Elixir da
longa vida ou Elixir da imortalidade, um
medicamento que era muito investigado pelos
alquimistas na Idade Média.
Alquimista a trabalhar na preparação do elixir da
Os elixires ou produtos semelhantes são muito longa vida
referidos em diversas mitologias. Na Europa,
acreditava-se que o Elixir da longa vida podia ser
obtido através da Pedra filosofal. A obtenção da
Pedra Filosofal era um dos principais objetivos dos
alquimistas medievais. O seu objetivo era
transformar qualquer metal em ouro e também
transmutar seres vivos.

A primeira farmacopeia oficial portuguesa —


Pharmacopeia Geral (1794) — inscreve várias
fórmulas de elixires, muito semelhantes a tinturas.
Na Farmacopeia Portuguesa IV estão descritos o
Elixir Paregórico e o Elixir de açafrão composto.

Actualmente são muito usados os designados


elixires dentífricos. A Farmacopeia Portuguesa IX
inscreve um conjunto soluções para lavagem da
boca, soluções para gangarejar, soluções
gengivais, etc.

Exemplos de elixires atuais

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Emulsão

Emulsão (do latim emulgeo) significa na sua


processos naturais de dispersão de substâncias
oleosas em substâncias aquosas.

Em 1674, foi comunicado à Royal Pharmaceutical


Society a obtenção de uma emulsão para
utilização medicinal. Foi Grew o seu inventor. A
emulsão era constituída por amêndoas e água. Ao
longo do século XVIII as emulsões começaram a
ser mais divulgadas e foram integradas em
diversas origem mungir. Isto porque as emulsões
apresentam habitualmente um aspecto leitoso. As
emulsões são constituídas por duas fases, oleosa
e aquosa, que se pretendem misturar. As
primeiras emulsões conhecidas correspondiam a Emulsificador (1919)
farmacopeias fórmulas com emulsões. A
dificuldade em misturar óleos com líquidos
aquosos era ultrapassável com a adição de
substâncias que favorecessem essa dispersão.
Assim houve investigação sobre essas
substâncias que favoreciam essa dispersão — os
agentes emulsivos ou emulsionantes.

Ficaram famosos os estudos do farmacêutico


inglês French que utilizou gema de ovo, goma
arábica, goma adraganta, xaropes variados, mel e
mucilagens diversas na preparação de emulsões.
A primeira farmacopeia oficial portuguesa – a
Pharmacopeia Geral (1794) inclui duas fórmulas Esquema simplificado de preparação de uma
de emulsões: a Emulsão arábica e a Emulsão emulsão
comum. Ao longo do século XIX, as emulsões
foram alvo de investigações diversas.

No século XX, o estudo das emulsões foi


intensamente realizado. Além da parte tecnológica
que foi muito estudada as emulsões beneficiaram
do aparecimento de agentes tensioativos (que
funcionam como agentes emulsionantes ou
emulsificantes) de origem sintética que
aumentaram as potencialidades das emulsões. Os
cremes são sistemas de emulsões.

Exemplos de medicamentos em forma de emulsão

23
Enema

Os enemas também são designados por injeções


retais ou clisteres. São formas farmacêuticas
líquidas ou bastante fluidas destinadas a serem
administradas no reto. Podem ter ação local no
reto ou no cólon, ou podem incluir substâncias
destinadas a absorção. Podem administrar-se
desde alguns mililitros até 3 litros. Os micro-
Seringa em marfim do Sri Lanka (século XVII para
enemas ou micro-clisteres apresentam um volume aplicação de clisteres)
máximo de 50 ml.

A sua utilização é muito antiga e foram muito


divulgados. Juntamente com os purgantes e as
sangrias, a introdução de produtos líquidos no reto
era recorrente. Hipócrates recomendava a
utilização de clisteres. Na Índia, Patanjali (200
a.C.), pioneiro do yoga, achava que os clisteres
purificavam o organismo. No Egito antigo, a ave
sagrada Íbis aplicava, segundo a tradição,
clisteres com o seu grande bico.

A partir do século XVII os enemas ou clisteres


ficaram muito vulgarizados na Europa. Em França
a sua utilização foi muito frequente; o médico do
rei Luis XIII (reinou entre 1610 e 1643) aplicou-lhe
212 clisteres. Luís XIV (1643-1715) durante o seu
reinado terá aplicado mais de 2000 clisteres e as
damas chegavam a aplicar mais do que um clister Aplicação de clister (século XVII)
perfumado por dia. O célebre escritor francês
Molière caricaturou bem a medicina do seu tempo
não faltando a insistente alusão aos clisteres.

Os clisteres ou enemas continuam a ser hoje


muito aplicados. Das antigas cânulas em madeira,
depois a seringas e dispositivos em vidro, passou-
se a dispositivos de borracha e plástico com
irrigador, tubo e cânula com torneira que permitem
a administração retal do líquido ou fluido.

Exemplo de micro-enema

24
Injetáveis

Os medicamentos injetáveis para administração


parentérica começaram a ser estudados de forma
consistente no século XIX, após no século XVII se
terem realizado algumas experiências com pouco
sucesso.

Por vezes consideravam-se injetáveis os produtos


que se administravam pelas cavidades naturais do
corpo humano. Mas esses não eram injetáveis
parenterais. Em 1836, Lafargue e Tabourin
começaram a administrar medicamentos sólidos e
pastosos através de uma incisão na pele tirando
partido de um pequeno objeto cortante – uma
lanceta. Unidade de enchimento de injectáveis numa
indústria farmacêutica portuguesa dos anos 60 do
Wood em 1853 começou a realizar alguns estudos século XX
e em 1856 injetou uma solução de sulfato de
atropina tirando partido de uma seringa inventada
por Pravaz. Em 1886, Limousin propôs o
acondicionamento dos injetáveis em pequenos
recipientes (ampolas de vidro) e esterilização pelo
calor.

A Pharmacopéa Portugueza (1876) inscreve


injetáveis sem serem esterilizados. Os injetáveis,
dada a sua via de administração, devem ser
estéreis e devem obedecer a outras
características como: ser isotónicos, terem pH
perto da neutralidade e serem apirogénicos. A
Farmacopeia Portuguesa IV (1935) passou a
incluir diversas formúlas de injetáveis como, por Injectável de pequeno volume
exemplo, o Soluto injetável de cloridrato de
morfina ou o Soluto injetável de hipofisina. Há
injetáveis de grande volume e de pequeno
volume.

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) define


injetáveis como “soluções, emulsões ou
suspensões estéreis. São preparadas por
dissolução, emulsificação ou dispersão das
substâncias ativas, e eventualmente de
excipientes, em água para preparações injetáveis,
num líquido não aquoso estéril apropriado ou
numa mistura destes dois líquidos”.

Soro fisiológico

25
Novas formas farmacêuticas

Ao longo da história dos medicamentos, as formas


e os formatos dos medicamentos foram-se
modificando muitas deixaram de existir como, por
exemplo, os electuários, teriagas, oximeis,
confeições, loochs ou lambedores, rypos, ceratos,
cerotos, unguentos, etc. Outras continuaram com
modificações, como é o caso das pomadas,
xaropes, colírios, etc. Outras ainda deixaram de
ter a projeção de outros tempos como é o caso Atuação de comprimidos de ação prolongada
das pílulas. Com o mundo industrial farmacêutico
surgiram e consolidaram-se outras formas
farmacêuticas muito relacionadas com a produção
industrial dos medicamentos, como cápsulas,
comprimidos, injetáveis e nos finais do século XX
e no século XXI podemos falar das novas formas
farmacêuticas.

As modificações realizadas nas formas


farmacêuticas ao longo da história têm a ver com
as necessidades de antigas e novas patologias e
funcionamento do organismo humano, com novas
descobertas científicas e tecnológicas, com a
descoberta o melhoramento de novos materiais
(tecnologia dos polímeros). A investigação em
novas formas farmacêuticas constitui uma área de
significativo investimento científico, tecnológico,
económico e de recursos humanos. Várias das
novas formas farmacêuticas proporcionam uma
significativa melhoria terapêutica em doenças que
necessitam de um tratamento continuado, o que
proporciona uma melhoria do tratamento e da
esperança de vida.

Exemplos de novas formas farmacêuticas:


sistemas osmóticos; sistemas matriciais; sistemas
gastro-retentivos; sistemas transdérmicos;
hidrogeles e oleogeles; micro e nanopartículas
biomacromoleculares; lipossomas; micro e
nanoemulsões; nanopartículas lipídicas; formas
farmacêuticas de libertação modificada (por
ativação de pró-fármacos, por inclusão do fármaco
em ciclodextrinas, por ativação externa).

Medicamento com sistema transdérmico

26
Óvulos

Os óvulos são formas farmacêuticas de forma


ovóide para serem introduzidos na cavidade
vaginal. Na literatura estrangeira também se
designam por supositórios vaginais, bolas
vaginais, cones vaginais, pessários e pessi. São
ovóides, de consistência firme com peso que varia
entre os 2 e 16 g.

Hipócrates e outros autores da Antiguidade já


referiam os óvulos. Além das funções medicinais
os óvulos podiam ter funções abortivas. Apesar de
Moldes para óvulos
terem sido formas farmacêuticas muito usadas
terão caído nalgum esquecimento e em meados
do século XIX tiveram um novo incremento
utilizando massas ocas de gelatina com goma nas
quais eram introduzidas as substâncias
medicamentosas. Hoje estas substâncias são
incorporadas nas massas.

Nos finais do século XIX começou a ser utilizada


nos óvulos a glicerina gelatinada. O modo de
preparação dos óvulos é muito semelhante ao dos
supositórios. A primeira farmacopeia portuguesa a
incluir os óvulos foi a Farmacopeia Portuguesa IV
(1935), introduziu “Óvulos de bitiol”. Moldes atuais para óvulos

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) inclui os


óvulos nas preparações vaginais. Estas definem-
se como: “preparações líquidas, semi-sólidas ou
sólidas destinadas a serem administradas por via
vaginal, geralmente para uma ação local. Contêm
uma ou várias substâncias ativas num excipiente
apropriado”. A farmacopeia define óvulos da
seguinte forma: “preparações sólidas unidose. São
de forma variável, mas geralmente ovóide; o
volume e a consistência estão adaptados à
administração por via vaginal. Contêm uma ou
várias substâncias ativas dispersas ou dissolvidas
numa base apropriada que é, segundo os casos,
solúvel ou dispersível na água, ou funde à
temperatura corporal”. Além dos óvulos, existem
outras preparações vaginais.

Exemplos de outras preparações vaginais: espuma


vaginal e creme vaginal

27
Pastilhas

A palavra pastilha tem origem no latim pastillus


cujo significado é pequeno bolo. Habitualmente a
designação de pastilhas era dada às formas
farmacêuticas de forma cilíndrica achatada,
obtidas a partir de uma massa relativamente
consistente resultante da mistura de pós com
vinhos ou vinagres medicinais.

Ao longo da história as pastilhas foram-se


modificando na sua constituição. O açúcar
começou a entrar gradualmente na sua
preparação e começaram a ser consideradas
pastilhas, as formas farmacêuticas compostas por
açúcar e substâncias medicamentosas
aromáticas. Noutras circunstâncias as pastilhas
eram formas farmacêuticas constituidas por Prensa para pastilhas
mucilagens e gomas.

No século XIX, houve a influência inglesa e norte-


americana no fabrico das pastilhas e a influência
sul-europeia, nomeadamente francesa. A
influência inglesa referia a elevada proporção de
açúcar, gomas, gelatina e glicerina na sua
constituição. A influência francesa e sul-europeia
vulgarizava as pastilhas contendo elevadas
percentagens de goma. Até à segunda metade do
século XX podemos referir quatro tipos base de
pastilhas: com açúcar e mucilagens; com grande
percentagem de gomas; com açúcar e sem
mucilagens; com gelatina.

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) refere que


as pastilhas e as pastilhas moles “são
preparações sólidas apresentadas em formas
unitárias e destinam-se a serem chupadas ou a
desagregarem-se lentamente na boca de modo a
exercerem geralmente uma acção local na
cavidade bucal ou na garganta. Contêm uma ou
Exemplos de pastilhas
várias substâncias ativas, geralmente num
excipiente aromatizado e açucarado. As pastilhas
são preparações duras obtidas por moldagem. As
pastilhas moles são preparações moles e
maleáveis obtidas por moldagem de misturas
contendo gomas ou polímeros naturais ou
sintéticos e edulcorantes”.

28
Pílulas

A palavra pílula tem origem no latim pílula que é o


diminutivo de pila que significa bola, algo de
redondo. Em português usa-se o termo pílula ou
pírola.
As pílulas caracterizam-se por serem formas
farmacêuticas esféricas, de elevada consistência,
com peso aproximado de 20 centigramas de peso
e um diâmetro de 6 a 8 milímetros. Destinam-se a
ser administradas por via oral, deglutidas sem
mastigação.

As pílulas são formas farmacêuticas muito antigas,


hoje pouco produzidas industrialmente. Os árabes
Equipamento para fabrico de pílulas
foram os primeiros a revestir pílulas com ouro ou
prata procedendo ao dourar ou pratear das pílulas.
Esta situação levou a uma expressão popular
“dourar a pílula” que significa dar uma melhor
aparência a uma situação ou conversa menos
agradável. Os comprimidos vieram tirar,
gradualmente, o lugar às pílulas enquanto forma
farmacêutica no arsenal medicamentoso.

Desde muito cedo as farmacopeias inscreveram


as pílulas nas suas fórmulas. Até ao século XX as
pílulas eram produzidas manualmente em
instrumentos apropriados designados por
Exemplo de pílulas
piluladores. Industrialmente as pílulas podiam ser
produzidas por processos diversos como
compressão ou gotejamento.

Não se deve confundir pílulas com as vulgarmente


designadas pílulas contracetivas. Estas são, na
realidade, comprimidos revestidos. Ficaram
célebres algumas formas farmacêuticas deste
género como foi o caso das Pílulas de Alho
Rogoff, à venda com muita frequência, até um
passado recente nas farmácias de oficina, às
quais se apresentavam propriedades relevantes
no combate ao reumatismo, hipertensão arterial e
diversas patologias cardiovasculares.

Embalagem das Pílulas de alho Rogoff

29
Poção

A poção (do latim potionis) é uma forma


farmacêutica líquida de composição muito
complexa, edulcorada e aromatizada.
Habitualmente apresenta na sua composição um
solvente aquoso, uma ou mais substâncias
edulcorantes e um ou mais fármacos. A poção é
uma forma farmacêutica muito antiga,
administrada às colheres e atualmente não tem
grande utilização.

Na Idade Média os alquimistas dedicaram-se


muito ao fabrico de poções, e ficaram muito
conotadas com as atividades de bruxaria e
feitiçaria. Atribuiam-se às poções, propriedades
muito para além das propriedades dos
medicamentos. Ficaram muito conhecidas as Poção do amor do pintor Evelyn De Morgan (1855-
poções do sono, do amor, entre outras. 1919)

As poções foram incluídas desde muito cedo nas


farmacopeias oficiais. Ficou muito conhecida a
Poção de Todd que era equivalente à Poção
alcoólica de canela e que era utilizada como
tónico.

Em Portugal, a Farmacopeia Portuguesa IV (1935)


inclui duas fórmulas de poções: a Poção alcoólica
de açafrão composta e a Poção alcoólica de
canela.

Na literatura, no teatro e no cinema são várias as Severus Snape, personagem da obra Harry Potter,
referências a poções para a execução de práticas conhecido como “Mestre das Poções” (“Potion’s
de bruxaria para o bem e para o mal. Assim Master”)
aconteceu em Tristão e Isolda; em O médico e o
monstro; em Macbeth; em Harry Potter. Mais
recentemente em jogos electrónicos como
Minecraft e Final Fantasy também há alusão às
poções.

Nas famosas histórias de banda desenhada do


Asterix e Obelix, a poção mágica é referida muitas
vezes. Obelix ficou muito forte porque, quando era
pequeno, caiu no recipiente onde preparavam a
poção mágica que o druida Panoramix preparava.

O druida Panoramix a preparar a sua poção mágica

30
Pomadas

O termo pomada provem do italiano pomata que


por sua vez deriva de pomo, ou do latim, de
pomum que significa fruta. Sabe-se hoje que
muitas pomadas antigas tinham por base o puré
de maçã.

Há conhecimento de utilização de pomadas de


2500 a.C a 1500 a.C. As pomadas eram
medicamentos pastosos produzidos à base de
gorduras de origem animal. Algumas das
referências mais antigas das pomadas dividiam-
nas de acordo com a sua consistência ou
capacidade de amolecimento ao contactar com a
pele.
Equipamento atual de preparação de formas
farmacêuticas semi-sólidas
Ficaram conhecidas as malagma (de malasso,
que significa amolecer) e o keroma (de keros, que
significa cera) constituídas sobretudo por ceras.
Galeno propôs a introdução de óleos vegetais
como o azeite na preparação das pomadas.

Até ao século XIX, as pomadas mantiveram-se


sem inovação significativa. A entrada de novos
excipientes derivados do petróleo e sintéticos,
adicionados a excipientes clássicos proporcionou
o aparecimento de novas formas pastosas e
extinção de formas pastosas milenares.

Na Farmacopeia Portuguesa IX (2008) as


pomadas incluem-se no grupo de preparações
semi-sólidas cutâneas que são “formuladas de
modo a promoverem a libertação local ou
transdérmica das substâncias ativas; são
igualmente utilizadas devido à sua ação emoliente
ou protetora”. Incluem: pomadas; cremes; geles;
pastas; cataplasmas; emplastros
medicamentosos. Loções e linimentos são formas
semi-sólidas também muito usadas.

Exemplo
s de formas farmacêuticas semi-sólidas: pomada,
creme, gel, pasta, linimento

31
Supositórios

Os supositórios (do latim suppositum - colocado


por baixo e torus - fragmento) são formas
farmacêuticas de natureza sólida, formados por
uma massa que contém os princípios ativos
dissolvidos ou dispersos. Destinam-se a
administração retal. O seu formato e dimensão
são adequados ao reto. A massa funde-se em
contacto com a mucosa retal. O seu peso varia
entre 2-3 g e a dimensão é de cerca 3,5 cm x 1,2
cm.

No famoso Papiro de Ebers (1500 a.C.) os


supositórios já eram referenciados. Os grandes
autores da Antiguidade como Hipócrates,
Dioscórides e Galeno já referiam também os
supositórios. Alguns dos supositórios mais antigos Máquina para fabrico de supositórios por
que se conhecem eram constituídos por compressão (1919)
fragmentos de madeira, de talos de couves, de
metais ou de cornos de animais que eram
cobertos com substâncias medicamentosas.

Em 1762, foram pela primeira vez referidos


supositórios de manteiga de cacau e depois com
sebo e outras gorduras, cera branca, cera amarela
e mel cozido. Nos anos 30 do século XIX começou
a vulgarizar-se a manteiga de cacau sustentada
em estudos científicos. A partir dos anos 60 do
século XIX, começaram-se a misturar nas massas
dos supositórios os princípios ativos.

A primeira farmacopeia oficial portuguesa a


inscrever supositórios foi a Farmacopeia Moldes para produção de supositórios
Portuguesa IV (1935). A Farmacopeia Portuguesa
IX (2008) define supositórios do seguinte modo:
“preparações sólidas unitárias. A forma, o volume
e a consistência são adaptados à administração
por via rectal. Contêm uma ou várias substâncias
activas dispersas ou dissolvidas num excipiente
simples ou composto que, conforme os casos, é
solúvel ou dispersível em água ou funde à
temperatura corporal”.

Exemplos de supositórios

32
Teriaga

A teriaga foi um medicamento que ficou famoso na


Antiguidade e na Idade Média. Também ficou
conhecido como triaca ou teriaca. Terá sido
fabricado inicialmente pelo rei Mitrídades VI, rei do
Ponto, juntamente com o seu médico pessoal, no
século II a.C.

Mitrídades estava empenhado em estudar


antídotos contra envenenamentos. Conta a
história que Mitrídades depois de derrotado pelo
general romano Pompeu, tentou suicidar-se com
veneno. Mas como estava protegido contra Captura de víboras para a preparação da teriaga
qualquer tóxico, devido aos estudos que foi
fazendo com venenos em si próprio, teve que
pedir a um dos seus militares para que o matasse
com uma espada. Celso, no século I a.C. inseriu
na sua obra De Medicina um preparado a que
chamou mithridatium.

A fórmula terá chegado a Roma e um dos médicos


de Nero, Andrómaco, no século I, melhorou a
fórmula e a teriaga tomou o nome popular de
“Teriaga de Andrómaco” ou “Teriaga Magna”. No
século II, ficou famosa a Teriaga de Galeno. O
Antidotarium Nicolai Salernitanus no século XI
também referia a teriaga como um medicamento
importante.
A teriaga era composta por 64 constituintes sendo
o mais importante carne de víbora. Era muito
usada para o tratamento de mordeduras de cobra. Preparação da teriaga na Idade Média
Pensa-se que seria uma forma de electuário.

Em muitas cidades europeias como Veneza,


Montpellier e Toulouse era preparada na rua à
vista de todos. Gradualmente a teriaga foi
ganhando popularidade e foi muito usada até final
do século XVIII e ainda em alguns anos do século
XIX. Os avanços que se verificaram no domínio da
química contribuíram para que a teriaga deixasse
de ser utilizada e se tivesse demonstrado a sua
inoperância.

Recipientes para acondicionamento de teriaga

33
Xaropes

A palavra xarope vem do árabe de charab que


significa bebida. Pode ser proveniente do francês
sirop ou do italiano sciroppo que por sua vez têm
origem no latim sirupus ou syrupus. Na sua origem
xarope era uma forma farmacêutica com muito
açúcar na sua composição.

Os xaropes são formas farmacêuticas muito


antigas e tradicionalmente estavam ligados a esta
forma farmacêutica outras formas farmacêuticas
como os melitos, os oximelitos e os loochs ou
lambedores.
Os melitos eram considerados formas
farmacêuticas líquidas com uma consistência Produção de xaropes em indústria farmacêutica,
próxima dos xaropes devido a uma grande anos 60 do século XX
quantidade de mel dissolvido num meio de
natureza aquosa. Os oximelitos eram semelhantes
aos anteriores mas com adição de vinagre. Os
loochs, de origem árabe, resultavam da adição
aos xaropes de outras substâncias como
mucilagens, gema de ovo, óleos e outras
substâncias, ficando muito próximo do electuário;
os loochs também se designavam por lambetivos
ou lambedores porque se lambiam.

A Farmacopeia Portuguesa IX (2008) define


xaropes como “preparações aquosas
caracterizadas pelo sabor açucarado e
consistência viscosa. Podem conter sacarose em
concentração pelo menos igual a 45 por cento
m/m. O sabor açucarado pode igualmente ser Produção atual (2004) de xaropes (Laboratório Militar
conferido por outros polióis ou edulcorantes. de Produtos Químicos e Farmacêuticos)
Contêm geralmente aromatizantes ou outros
agentes de sabor. Cada dose de uma preparação
multidose é administrada com um dispositivo que
permite medir a quantidade prescrita. Este
dispositivo é geralmente uma colher ou um copo,
para volumes de 5 ml ou múltiplos de 5 ml”. Os
xaropes para diabéticos não podem ser
produzidos com sacarose. Por isso, desde há
vários anos existem xaropes produzidos sem
açúcar, mas com substitutos para poderem ser
tomados por diabéticos.

Exemplo de xarope

34
Referências

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35
Ficha técnica da exposição
Coordenação
Célia Cabral e João Rui Pita

Apoios

PEST-OE/HIS/UI0460/2014
Bolsa de Pós-Doutoramento SFRH/BPD/68481/2010

36

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