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[...]
O dispositivo legal em apreço traz a presunção juris tantum de que a pessoa física que pleiteia
o benefício não possui condições de arcar com as despesas do processo sem comprometer seu
próprio sustento ou de sua família. Por isso, a princípio, basta o simples requerimento, sem
qualquer comprovação prévia, para que lhe seja concedida a assistência judiciária gratuita.
Contudo, tal presunção é relativa, podendo a parte contrária demonstrar a inexistência do
estado de miserabilidade ou o magistrado indeferir o pedido de assistência se encontrar
elementos que infirmem a hipossuficiência do requerente.
[...]
observa-se, contudo, que o critério adotado pela Corte estadual para indeferir a concessão do
benefício considerou apenas o valor do benefício previdenciário do ora agravante. Da leitura
da Lei nº 1.060/50, contudo, não se depreende qualquer interpretação no sentido de ser
possível fixar parâmetro objetivo para o deferimento da assistência judiciária gratuita, pois a
concessão do referido benefício deve ser analisada observando-se as peculiaridades do caso
concreto. Com efeito, o fato de o imposto de renda declarar rendimentos que se mostrem à
primeira vista incompatíveis com a concessão do benefício, não elide, por si só, a situação da
parte em poder arcar ou não com as despesas processuais e verbas de sucumbência sem
prejuízo de seu sustento e/ou de seus familiares.” REsp 1725603 RS