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RE 539745 PB

DJe nº 237 DIVULG 17/12/2009 PUBLIC


18/12/2009
DECISÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO.


SERVIDOR PÚBLICO. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO
PRESTADO NO REGIME CELETISTA EM CONDIÇÕES
ESPECIAIS. ATIVIDADE INSALUBRE. PERÍODO
ANTERIOR À LEI N. 8.112/90: POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO
CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO
ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007.
RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório

1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,


alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal
Regional Federal da 5ª Região:

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR


CELETISTA ANTES DO ADVENTO DA LEI N. 8.112/90. POSSIBILIDADE DE
CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO EXERCIDO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS.
DECRETOS NS. 53.831/64 E 83.080/79.
Servidor que se encontrava sob a égide do regime celetista quando
passou a vigorar a Lei n. 8.112/90, tem o direito adquirido à
averbação do tempo de serviço prestado em condições penosas, na
forma da legislação anterior.
Inaplicação do disposto no art. 96, I da Lei n. 8.213/91,
porquanto o período de conversão pretendido é anterior a
conversão do regime.
Remessa oficial improvida” (fl. 77).
2. A Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 40, § 1º, da
Constituição da República.

Argumenta que “a contagem do tempo de serviço prestado sob condições


insalubres, na proporção prevista no Decreto-lei n. 1.873/81 e nos Decretos
ns. 53.831/64 e 83.080/79, nos termos do art. 186, § 2º, da Lei n. 8.112/90,
somente será possível quando regulamentado o art. 40, § 4º, da Constituição
Federal, portanto, não se há de falar que o autor seja detentor do direito
de ver incorporado ao seu patrimônio jurídico o tempo prestado sob condições
insalubres, tendo em vista que o referido dispositivo constitucional ainda
não foi regulamentado” (fl. 95).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.

3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.

4. Inicialmente, quanto à preliminar de repercussão geral, é de se


anotar que a Recorrente foi intimada do acórdão recorrido antes de 3.5.2007,
o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional
em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido
pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-
QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido


de que o servidor público ex-celetista tem direito adquirido à contagem
especial do tempo de serviço prestado sob condições insalubres, no período
anterior à instituição do regime jurídico único.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:

“Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Servidor


público estadual. Contagem especial do tempo de serviço prestado
sob condições insalubres, no período anterior à instituição de
regime jurídico único. Regime da Previdência Social. Contagem
recíproca. Direito reconhecido. Precedentes. 3. Agravo
regimental a que se nega provimento” (RE 408.338-AgR, Rel. Min.
Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2008).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM. 2.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou-se no sentido
de que o servidor público, ex-celetista, tem direito à contagem
especial de tempo de serviço prestado em condições penosas e
insalubres, em período anterior à vigência da Lei n. 8.112/90.
Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE
457.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 14.3.2008).

“1. Servidor público: direito adquirido à contagem especial de


tempo de serviço prestado em condições insalubres, vinculado ao
regime geral da previdência, antes de sua transformação em
estatutário, para fins de aposentadoria: o cômputo do tempo de
serviço e os seus efeitos jurídicos regem-se pela lei vigente
quando da sua prestação: incidência, mutatis mutandis, da Súmula
359. 2. O servidor público tem direito à emissão pelo INSS de
certidão de tempo de serviço prestado como celetista sob
condições de insalubridade, periculosidade e penosidade, com os
acréscimos previstos na legislação previdenciária. 3. A
autarquia não tem legitimidade para opor resistência à emissão
da certidão com fundamento na alegada impossibilidade de sua
utilização para a aposentadoria estatutária; requerida esta,
apenas a entidade à qual incumba deferi-la é que poderia se opor
à sua concessão. 4. Agravo regimental: desprovimento: ausência
de prequestionamento do art. 40, III, b, da Constituição Federal
(Súmulas 282 e 356), que, ademais, é impertinente ao caso” (RE
463.299-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJe
17.8.2007).

6. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o julgado recorrido.


7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557,
caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.

Brasília, 24 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

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