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AUDIOLOGIA EDUCACIONAL

PROBLEMA 01
sobre os lábios”, para os que tivessem aptidão”.
Em 1862, o Professor Hernest Huet deixa o
 Conhecer as histórias dos surdos no
Instituto e desta forma o cargo de diretor é
Brasil e as filosofias
assumido pelo Dr. Manoel de Magalhães Couto.
educacionais/Abordagens;
Tanto Magalhães como seus sucessores não
 Descrever o processo de Acolhimento e eram especialistas em surdez. O currículo
Orientação com a pessoa surda; apresentado por ele não mencionava o treino de
 Apresentar possibilidades de fala ou de leitura orofacial (MOURA,1996).
intervenção da Fonoaudiologia para Percebe-se neste excerto, a preocupação com a
promover a acessibilidade e Inclusão da educação dos surdos por parte do governo e de
Pessoa Surda; outras pessoas, assim como fica também uma
 Verificar atuação da Fonoaudiologia na reflexão sobre a importância de o trabalho com
Assessoria e Consultoria em surdos ser desenvolvido por especialistas na
Educacional; área. Desta forma, em 1873, através do trabalho
de Joaquim José de Menezes Vieira, inicia-se o
ensino da “linguagem articulada”. Verifica-se
Gabriel Silva Dórea que, nesta época, as preocupações estavam
focadas exclusivamente no ensino da fala e da
2º Ciclo de Fonoaudiologia leitura orofacial dos alunos surdos. A fala é algo
imprescindível para estabelecer relações
Universidade Federal de Sergipe comunicativas entre as pessoas. Porém quando
se trata de pessoas surdas, que não usam a fala,
Problema 1 – 06/05/2019 começam as dificuldades e dúvidas em relação
ao modo de se efetivar a comunicação. O
Audiologia Educacional – T04
preconceito que existia em relação às pessoas
surdas fica evidenciado em boa parte das
literaturas. Muitas delas retratam a crueldade
HISTÓRIA DOS SURDOS NO BRASIL
demasiada, inclusive com inúmeros
assassinatos cometidos contra as crianças que
nasciam surdas. Essa foi uma realidade em
A partir de 1855 é que se tem o marco inicial da Roma, Grécia e outros Países. Ao longo da
Educação dos alunos surdos no Brasil. D. Pedro história, algumas filosofias educacionais
II, neste ano, traz da França um professor surdo ganharam destaque em relação à educação de
chamado Hernest Huet. Em 26 de setembro de surdos: “[...] apesar das diferentes opiniões que
1857 é fundada no Rio de Janeiro a primeira dividem e subdividem as metodologias
escola para surdos, o Imperial Instituto de específicas ao ensino de surdos, em termos de
Surdos Mudos, hoje conhecido como Instituto pressupostos básicos, existem três grandes
Nacional de Educação de Surdos – INES. Os correntes filosóficas: a do Oralismo, da
ensinamentos de Huet fizeram com que a língua Comunicação Total e do Bilinguismo”
de sinais se difundisse no Brasil. (GOLDFELD, (DORZIAT, 1999, p. 13). ²
2002). Durante anos o INES foi à única escola
para surdos. Tanto assim, que até hoje é
considerada importante referência educacional
do Brasil. De acordo com Levy (1999, p.14) “[...]
O currículo apresentado em 1856 tinha como
disciplinas o português, aritmética, história,
geografia e a “linguagem articulada” e “leitura
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PROBLEMA 01
surdas. A comunicação total privilegia a
comunicação e a interação e não apenas a língua.
FORMAS OU ABORDAGENS DE COMUNICAÇÃO
O aprendizado de uma língua não é objetivo
DO USUÁRIO DE LIBRAS - FILOSOFIAS
maior da comunicação total. ¹
EDUCACIONAIS
Bilinguismo: Tem como pressuposto básico
que o surdo deve ser bilingue, ou seja, deve
Oralismo: A filosofia oralista visa a integração
adquirir como língua materna a língua de sinais
da criança surda na comunidade de ouvintes,
e como segunda língua, a língua oficial de seu
dando-lhes condições de desenvolver a língua
país. O conceito mais importante que a filosofia
oral. A noção de linguagem, para vários
bilíngue traz é de que os surdos formam uma
profissionais dessa filosofia, restringe-se à
comunidade, com cultura e línguas próprias. A
língua oral, e esta deve ser a única forma de
noção de que o surdo deve, a todo custo, tentar
comunicação dos surdos. Para que a criança
aprender a modalidade oral da língua para
surda se comunique bem é necessário que ela
poder se aproximar o máximo possível do
possa oralizar. O oralismo percebe a surdez
padrão da normalidade é rejeitada por esta
como uma deficiência que deve ser minimizada
filosofia. O aprendizado da língua oral é
pela estimulação auditiva. O objetivo do
bastante desejado, mas não é percebido como o
oralismo é fazer uma reabilitação da criança
único objetivo educacional do surdo nem como
surda em direção a normalidade, à não-surdez.
uma possibilidade de minimizar as diferenças
A maioria dos autores a favor do oralismo não
causadas pela surdez. Sacks (1989), respeitando
reconhece que a língua de sinais é realmente
a nomenclatura da comunidade surda
uma língua e a considera prejudicial para o
americana, utiliza o termo Surdez para designar
aprendizado da língua oral. A história da
um grupo linguístico e cultural e o termo surdez
educação de surdos nos mostra que a língua oral
para designar uma condição física, a falta de
não dá conta de todas as necessidades da
audição. Os estudos do bilinguismo se
comunidade surda. No momento em que a
preocupam em entender os surdos, suas
língua de sinais passou a ser mais difundida, os
particularidades, sua língua (a língua de sinais),
surdos tiveram maiores condições de
sua cultura, e a forma singular de pensar, agir,
desenvolvimento intelectual, profissional e
etc e não apenas os aspectos biológicos ligados
social. ¹
a surdez. ¹
Comunicação total: A filosofia da comunicação
Pedagogia surda: A Pedagogia Surda surge
total tem como principal preocupação os
com a finalidade de mostrar um novo caminho
processos comunicativos entre surdos e surdos
para a educação do surdo, pois ela é uma
e entre surdos e ouvintes. Esta filosofia também
metodologia que atende de uma forma
se preocupa com a aprendizagem da língua oral
satisfatória as especificidades do surdo, de
pela criança surda, mas acredita que os aspectos
forma a considerar todos os aspectos culturais
cognitivos, emocionais e sociais não devem ser
deste sujeito. A metodologia realmente
deixados de lado em prol do aprendizado
desejada pelo povo surdo é a Pedagogia Surda,
exclusivo da língua oral. Nessa filosofia o surdo
visto que as lutas destas pessoas giram em torno
é visto como como uma pessoa, e a surdez como
da constituição da subjetividade do jeito surdo
uma marca que repercute nas relações sociais e
de ser, ou seja, da construção de sua verdadeira
no desenvolvimento afetivo e cognitivo dessa
identidade e consagração de sua cultura, e que
pessoa. A comunicação defende a utilização de
só poderá ocorrer no encontro com seus pares.
qualquer recurso linguístico, seja a língua de
A Pedagogia Surda requer, portanto, a presença
sinais, a linguagem oral ou códigos manuais,
do professor surdo em salas regulares de ensino
para facilitar a comunicação com as pessoas
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assim como nas escolas especiais e Centros de surda brasileira, reconhecida como meio legal
Atendimento Especializado para surdos – CAES, de comunicação e expressão. ³
em tempo integral. São os professores surdos
A American Speech-Language-Hearing
que ensinam os surdos. Este método dá ênfase à
Association (ASHA), desde 1974 até os dias de
educação na diferença por meio da mediação
hoje (ASHA, 2006), determina a importância da
intercultural e respeita a identidade do surdo
orientação e do aconselhamento para o
(PERLIN, 2006). Esta Pedagogia defende que a
indivíduo deficiente auditivo e de um
criança surda deve ter aulas ministradas em
profissional competente e bem preparado para
Libras por professores surdos desde a educação
essa tarefa. Destaca, também, o aconselhamento
infantil. Entretanto, percebe-se que há um longo
como um dos requisitos mínimos nos serviços
caminho a ser percorrido para que de fato esta
de reabilitação. O fonoaudiólogo deve assumir
realidade se torne possível de ser vivida pelas
essa tarefa como parte de sua função, de
crianças surdas brasileiras. Infelizmente, ainda
maneira consciente e responsável. Sua
não há professores surdos em número
preocupação deve ser de propiciar ao paciente a
suficiente e preparados para assumirem tais
superação de suas dificuldades de comunicação,
funções, assim como não há professores
durante todo o processo de reabilitação. O
ouvintes fluentes em Libras para atuarem como
aconselhamento tem seu início na entrevista
tradutores/intérpretes nas instituições. ²
inicial, perdura durante a avaliação e segue por
toda a reabilitação. O profissional não pode
segmentar a atuação, realizando apenas parte
ACOLHIMENTO E ORIENTAÇÃO COM A
desse processo. Reabilitação auditiva, segundo
PESSOA SURDA
Stephens (1987), é o processo que tem por
objetivo minimizar qualquer dificuldade que o
O acolhimento está baseado no estabelecimento indivíduo vivencie como resultado de uma
de relações solidárias e de confiança entre os perda auditiva, reduzindo as decorrentes
profissionais e as pessoas que procuram os barreiras de comunicação. Essencialmente, é
serviços, para resolver seu problema de saúde, um processo de resolução de problemas que
tornando-se aspecto importante para que deve ser planejado de forma a suprir as
ocorra o vínculo, contribuindo para a necessidades particulares do indivíduo
resolubilidade do problema. Em 2006, foi deficiente auditivo, diminuindo o impacto
lançada a Política Nacional de Saúde da Pessoa psicossocial, educacional e ocupacional que esse
Portadora de Deficiência, em que são déficit auditivo acarreta. Envolve a utilização de
assegurados os seus direitos. Os usuários amplificação, terapia fonoaudiológica,
portadores de deficiência auditiva se deparam estratégias facilitadoras e aconselhamento. 4
com uma dificuldade acrescida, devido ao
problema da comunicação interpessoal, pois no
momento de acolhida o usuário surdo precisa FONOAUDIOLOGIA – ACESSIBILIDADE E
comunicar sua necessidade e ser orientado INCLUSÃO DA PESSOA SURDA
quanto à conduta a ser seguida. Durante o
acolhimento dos usuários pelos profissionais da
saúde, é necessário que se estabeleça uma forma Sobre o atendimento às pessoas surdas, os
de comunicação que possibilite o entendimento. entrevistados relatam que ferramentas utilizam
Na maioria das vezes, essa comunicação se dá na comunicação. Os meios utilizados no
usando-se a linguagem verbal. Mas existem atendimento foram: a comunicação escrita; a
outras formas de comunicação, como a LIBRAS, presença de um familiar ou acompanhante; e o
que é a língua oficial utilizada pela população uso de gestos. Alguns entrevistados citam a
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comunicação escrita como ponto fundamental universalmente como expressões de dor,
para que ocorra a comunicação. “...A gente apontar o local para auxiliar quem o está
escreve, por sinais, mas não a linguagem deles... atendendo. O profissional deve atentar para os
Ela sabe ler então isso já ajuda bastante, porque sinais usados, e se não entender perguntar
daí tu se comunica...” (Amorperfeito). É comum novamente. ³
a população surda ter menos instrução que a
população em geral. Esses necessitam de maior
atenção e cuidados quando são utilizados ATUAÇÃO DA FONOAUDIOLOGIA NA
termos técnicos, evitando palavras que possam ASSESSORIA E CONSULTORIA EDUCACIONAL
levar a confusões e lembrando a necessidade de
utilizar letra legível. É necessário ter presente
que as pessoas surdas comunicam-se usando a Entende-se educação como um dos processos
LIBRAS, que tem gramática e vocabulário mais longos pelo qual passa o ser humano e que
diferentes da língua portuguesa. Durante as se inicia com o nascimento e se estende por toda
entrevistas os profissionais também a sua vida. Ao se deparar com o bebê humano,
consideraram a presença de um familiar, de um pode-se perceber que, diferentemente do que
acompanhante do usuário surdo como acontece com os pequenos filhotes de outros
importante para que ocorra o atendimento. Esse seres vivos, que nascem dotados de um saber
faz uma “tradução”, como se nota nas seguintes natural, instintivo, ele vem ao mundo
falas. “...Ele é acompanhado na unidade, ele tem desprovido dos aparatos necessários para
acesso, só que normalmente ele vem responder às leis da natureza. Para poder
acompanhado de um familiar...” (Violeta). crescer e se desenvolver, tornando-se um
“...Assim, o acompanhante a entende, ele vem indivíduo adulto, esse bebê precisa estar em
junto e traduz pra nós o que ela está tentando contato com adultos de sua espécie, que, além de
dizer...” (Azaleia). Ao depender de outras garantirem sua sobrevivência biológica,
pessoas para acessar os serviços e informações alimentando-o, cuidando de sua higiene e de sua
de saúde, a cidadania dos surdos fica saúde, abrigando-o do frio e dos perigos, vão
prejudicada. Uma barreira imposta aos surdos e colocá-lo em contato com a sua língua, com a sua
profissionais é não compartilharem a mesma cultura, com os outros membros de sua
linguagem. O atendimento igualitário na área da comunidade, no que pode ser chamado de
saúde não é garantido ao surdo, embora seja processo civilizatório. Esse processo é um
brasileiro e da mesma cultura das pessoas aprendizado, é o que se chama aqui de educação.
ouvintes. Ainda aparece a importância de ter um O fonoaudiólogo, como qualquer profissional,
profissional de referência na unidade de saúde deve ter acesso, durante sua formação, a
para a população surda. “Nós temos uma estudos teóricos que lhe permitam, ao lado de
funcionária que fez curso de Libras, ela fica mais sua experiência prática, julgar o que é
designada para estas situações assim” (Copo- importante para o desenvolvimento dos
de-leite). Em estudo realizado para conhecer as indivíduos com quem trabalha. Essas
necessidades de saúde dos surdos , pontua-se as informações, também, são necessárias para que
dificuldades enfrentadas ao procurarem os ele possa esclarecer e discutir com os pais do
serviços, sendo a principal delas a comunicação. paciente o que é esperado para seu
Citam-se como propostas, um intérprete em desenvolvimento e quais são as perspectivas
LIBRAS ou profissionais que saibam se que se abrem para o futuro de seus filhos. Isso,
comunicar nesta língua. Geralmente, os surdos para que eles possam fazer as escolhas
utilizam gestos e expressões que não pertencem necessárias, com base no maior número de
à LIBRAS, mas que são entendidas dados de realidade.
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PROBLEMA 01
Bibliografia
¹GOLDFELD, Márcia. A criança surda. Linguagem e
Cognição Numa Perspectiva Sócio – Interacionista.
São Paulo: Plexus Editora, 2001.

² KALATAI, Patrícia; STREIECHEN, Eliziane M. As


principais metodologias utilizadas na educação dos
surdos no Brasil. In: III SEPED - Semana de Estudos do
Curso de Pedagogia de Irati, 2012. Irati. Anais... Irati,
2012. Disponível em: . Acesso em: 10-04- 2017.

³ TEDESCO, J. R.; JUNGES, J. R Desafios da


prática do acolhimento de surdos na atenção
primária. Cadernos de Saúde Pública, Rio de
Janeiro, v. 29, n. 8, p. 1685-1689, 2013.
4 Wieselberg,Margarita Bernal. Aconselhamento
na reabilitação audiológica. Em: OTACILIO
LOPES FILHO; ALCIONE RAMOS
CAMPIOTTO;ET AL. (Org.). NOVO TRATADO
DE FONOAUDIOLOGIA, 3.ed. 3.ed.Barueri. :
MANOLE. 2013.v. 1, p. 737-756.
5 Moura, Maria Cecilia de. O Surdo na história –
da Antiguidade ao século XXI. Em: OTACILIO
LOPES FILHO; ALCIONE RAMOS
CAMPIOTTO;ET AL. (Org.). NOVO TRATADO DE
FONOAUDIOLOGIA, 3.ed. 3.ed.Barueri. :
MANOLE. 2013.v. 1, p. 543-571.

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