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GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

SECRETARIA DE ESTADO DA CIÊNCIA TECNOLOGIA INOVAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL


CEET- CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TÉCNICA “TALMO LUIZ SILVA”

Módulo III - Automação Industrial


Disciplina: Automação de Sistemas

1. O que são Redes Industriais?


Vamos iniciar a explicação fazendo uma analogia com uma padaria. Padaria? Sim.
Vocês verão que ao final do texto, tudo fará sentido. Suponhamos que nossa padaria
tenha três andares. Em cada um desses andares existem dois departamentos:
entrada e saída (de qualquer coisa que entre ou saia de cada um desses andares).

No primeiro andar funciona a expedição. É lá que são despachados para os devidos


lugares tudo que chega, ou seja, os ingredientes para se fazer os pães são
encaminhados para as camadas de cima e os pães prontos são encaminhados para
os clientes que os compraram.

No segundo andar é feito o armazenamento das mercadorias e empacotamento dos


pães prontos: os ingredientes, que foram enviados pelo primeiro andar, são
armazenados em seus devidos lugares e os pães prontos, que foram enviados pelo
terceiro andar, são embalados e enviados para o primeiro andar, para que sejam
despachados para os clientes.

No terceiro andar são fabricados e assados os pães. Nesse ponto são recebidos os
ingredientes necessários para a fabricação dos pães que, após assados, são
enviados para o segundo andar e, em seguida, para o primeiro andar.

Detalhes importantes:

• A comunicação entre os andares é feita de forma que, o primeiro andar só


consegue se comunicar com o segundo andar. O segundo consegue se
comunicar com o primeiro e o terceiro, e o terceiro andar se comunica apenas
com o segundo. Essa comunicação é feita através de um walk-talk;

• No primeiro andar existem portas de todos os lados, que possibilitam que a


entrada e saída de material da padaria, possa ser feita por vários caminhos, já
que a padaria tem diversos clientes e cada um mora em um lugar diferente.
Esses caminhos são as ruas;

• Essas ruas ligam as padarias aos seus clientes. O departamento de


expedição da padaria pode se comunicar apenas com o departamento de
expedição dos clientes (sim, os clientes também possuem seus
departamentos);

• A encomenda é transportada da padaria até a casa dos clientes através de


bicicletas, motos, carros, vans, caminhões ou qualquer outro meio de
transporte. Isto será definido de acordo com a quantidade de pães que sairá
da padaria.

Veja a Figura 1:

Figura 1 – Exemplo da rede proposta no texto

Ficou claro o esquema da nossa padaria? Então vamos agora, associar cada parte
deste texto, ao assunto que realmente nos interessa: as Redes. Tudo começa com a
comunicação de dados e as redes de computadores.

Não há como explicar as redes industriais, sem falar sobre esses dois assuntos
antes.

A comunicação de dados trata do envio de dados através de um meio físico, que


pode ser cabo, fibra ótica, infravermelho etc. No caso da nossa história, nossos
meios físicos são:

1.O ar: Já que a troca de mensagem entre os walk-talks é feita sem fios;

2.A rua: Nesse caso os pães são enviados da padaria para o cliente através de
uma rua.

Percebam que o meio físico é o “lugar” por onde a informação irá “caminhar” até
chegar em seu destino. É através dele que a mensagem sai de um lugar e vai para
outro.

Já a rede de computadores é a responsável pela ligação entre todos os envolvidos na


história, através de um “caminho” (ou uma estrutura de comunicação de dados) de
forma que seja possível a troca de informações (nesse caso, pães) entre um lugar e
outro. Na vida real, esses “envolvidos na história” são os computadores e a rede que
faz essa conexão entre todo mundo é a Internet. Através da Internet nós podemos
trocar informações com todas as pessoas que tenham acesso a ela. Seja em forma
de e-mails, redes sociais…enfim….conseguimos nos comunicar até com quem não
conhecemos.
Dentro das redes, tanto na rede de computadores quanto nas redes industriais, o
“transporte” dos dados é feito através dos protocolos.

No nosso exemplo, os protocolos foram chamados de motos, carros etc. No caso da


rede de computadores, onde falamos mais sobre Internet, utiliza-se o TCP/IP, que é a
combinação entre os protocolos TCP e IP. Nas redes industriais existem vários, por
exemplo: Profibus, Foundation fieldbus, As-i, DeviceNet etc. Cada um desses
protocolos têm suas características e particularidades e a escolha por um
determinado tipo é feita de acordo com a necessidade do “lugar” onde este
protocolo irá atuar.

Figura 2 – Exemplo de uma rede de Internet conectando o mundo todo

Agora que estamos em um ambiente real e que os nomes corretos foram


esclarecidos, vamos falar da segunda parte deste artigo, sobre o que realmente é e
como funcionam as redes de computadores. Nessa parte vocês entenderão
também, o motivo pelo qual nossa padaria tem três andares.

1.1. Redes de Computadores

As Redes de Computadores são sistemas de comunicação responsáveis por interligar


dispositivos eletrônicos de forma que eles possam trocar informações. Por exemplo,
no caso da Internet, esses dispositivos podem ser computadores, smartphones,
tablets etc. Com qualquer um desses dispositivos todas as pessoas que tenham
acesso à Internet conseguem se comunicar e trocar informações, independente do
lugar onde cada uma delas esteja.

As informações “caminham” de um lugar pra outro através dos meios físicos e que o
“meio de transporte” utilizado são os chamados Protocolos de Comunicação. Agora,
será abordado o que acontece, de fato, quando uma mensagem sai de um
dispositivo e chega em outro.

Obs.: a Internet não é o único tipo de Redes de Computadores, porém,


é a mais comum entre todas, já que está presente no dia-a-dia de
muita gente. Por isso foi usada como exemplo.
Em uma rede de computadores as mensagens percorrem “caminhos” denominados
Camadas, que são organizadas de acordo com o modelo OSI, da ISO (International
Standards Organization). Este modelo é composto de sete camadas, que, com
exceção da primeira, que é a Física, são implementadas em software. No início,
estas camadas foram chamadas de “andares da padaria”. Lembram?

Figura 3 - Modelo de referência OSI/ISO

A implementação de todas as camadas varia de acordo com a necessidade da


aplicação. Quanto maior a complexidade da aplicação, maior será a quantidade de
camadas implementadas e vice-versa. Por exemplo, quando falamos de Internet,
que utiliza o protocolo TCP/IP, são implementadas apenas cinco delas, que são:
Física, Enlace, Rede, Transporte e Aplicação.
Já em vários protocolos de redes industriais são implementadas apenas três, que
são: Física, Enlace e Aplicação. Cada uma das camadas “enxerga” e trata a
mensagem de uma maneira diferente. Veja na Tabela 1 como é feita esta
interpretação:

Tabela 1 – Forma como cada camada interpreta as mensagens

Cada vez que a mensagem passa por uma camada ela é “embalada” com um
conteúdo que apenas poderá ser interpretado pela mesma camada do destino final.
Este processo é chamado de Encapsulamento. Para exemplificar, vamos a mais uma
história. Imagine que vamos iniciar uma conversa pelo messenger com alguém. A
mensagem inicial enviada é a palavra “OI!!!”. Então quer dizer que, quando
digitamos a mensagem e a enviamos, estamos solicitando à Camada de Aplicação
que a mensagem “OI!!!” seja enviada para algum lugar.

Então, esta camada insere um cabeçalho contendo as informações que serão


necessárias para a Camada de Aplicação do receptor da mensagem. Cada vez que
uma mensagem+cabeçalho chega à camada inferior ela é vista como dado pela
camada atual e, esta insere seu cabeçalho e envia esse “conjunto” de
cabeçalhos+mensagem para a próxima camada. Esse processo se repete até que a
Camada de Enlace seja atingida.

Neste ponto, além do cabeçalho referente à Camada de Enlace, também é


adicionado um outro cabeçalho, denominado Trailer, que é um conjunto de
informações que serão inseridas após os dados. Assim, o frame está pronto para ser
transmitido. Então, na Camada Física são gerados sinais elétricos, por exemplo, que
são os responsáveis pela transmissão deste frame até o destino final. Esse frame
será “recebido” pela Camada de Enlace do destinatário.

Em seguida, o cabeçalho referente à Camada de Enlace será retirado e o que sobrar


será enviado para a camada superior. Cada camada retira do frame o cabeçalho
referente à mesma camada da origem, e esse processo é realizado até que a
mensagem original chegue à Camada de Aplicação e, por fim, “apareça” na tela do
computador de destino.

Na Figura 4 podemos ver que cada quadro colorido representa o cabeçalho de cada
camada. Nesta figura foram implementadas apenas cinco camadas, que são as
necessárias quando se fala de Internet:

Figura 4 – Exemplo de encapsulamento dos dados


Agora que foi explicado como é realizado o “transporte” de uma mensagem através
das camadas, vamos explicar, resumidamente, qual é a função de cada uma delas:

•Camada Física – esta camada descreve a tecnologia de transmissão dos


dados, a pinagem dos conectores e os parâmetros técnicos e elétricos que
devem ser cumpridos. É nesta camada que ocorre o transporte dos dados
representados por um conjunto serial de bits entre dois dispositivos, via um
suporte de transmissão, que são os meios físicos. A camada Física não
interpreta os dados; ela somente passa os dados para a Camada de Enlace.

•Camada de Enlace – aqui é feita a detecção e correção de erros, controle do


fluxo de dados e controle de acesso ao meio, por exemplo, quando há
passagem de token. Isso significa que apenas terá direito de acessar o
barramento quem possuir o token….isso garante que não haverá nenhuma
colisão entre os pacotes que trafegam pelo barramento.

•Camada de Rede – cuida da rota que os dados devem seguir e fazem um


controle de congestionamento dos meios de transmissão.

•Camada de Transporte – sua função é garantir que a transferência dos


dados seja feita de forma segura e econômica, entre origem e destino.

•Camada de Sessão – cuida da sincronização entre máquinas para que se


possa fazer longas transferências de dados.

•Camada de Apresentação – esta camada cuida do conteúdo dos dados,


sendo possível alterá-los.

•Camada de Aplicação – é nesta camada que é feita a interface entre a


máquina e o usuário.

Antes de falar sobre Redes Industriais falaremos um pouco mais sobre transporte de
dados.

Quando uma mensagem é enviada de um dispositivo para outro, ela passa por
várias camadas até chegar à Camada Física, onde ela é transformada em algum tipo
de sinal para que possa trafegar pelo meio físico utilizado.

Este sinal pode ser:

• Elétrico: quando se utiliza cabos;

• Luz: quando se utiliza fibra ótica;

• Rádio, infravermelho, satélite: quando a transmissão é feita sem fios, ou seja,


os sinais trafegam pelo ar.

Para que uma mensagem consiga percorrer o meio físico ela precisa ser codificada,
ou seja, ela precisa ser transformada em alguma coisa que seja capaz de percorrer o
meio físico que está sendo utilizado.

Vamos a um exemplo. Imagine que existam duas pessoas e cada uma delas esteja
em um quarto. Esses quartos são vizinhos e existe no meio da parede um pequeno
buraco que os interliga. As duas pessoas gostariam de se comunicar entre si,
utilizando este buraco na parede, porém elas são mudas. Então, é claro, que não dá
para a comunicação ser feita através da fala. Existe em cada um dos quartos várias
pecinhas com letras, números e sinais ortográficos escritos, onde é possível uni-las e
formar palavras.

Assim, cada vez que uma das pessoas resolve mandar uma mensagem, ela coloca
as pecinhas em ordem, de forma que a palavra que se quer enviar seja formada, e
ela começa a jogar pelo buraco uma pecinha de cada vez (também em ordem). A
pessoa do outro quarto vai juntando as pecinhas por ordem de chegada. Quando
todas as peças são enviadas a palavra está completa no destino e a pessoa
conseguirá ler a mensagem. Ambos os lados agem da mesma forma, formando
palavras e enviando uma peça de cada vez para o destino.

Esse processo de transformar a palavra em pedaços para que a informação consiga


“passar” por um meio físico (neste caso o buraco) e chegar ao destino é chamado
de Codificação.

Veja Figura 5:

Figura 5 – Exemplo de codificação de dados

Na vida real, quando a mensagem chega na Camada Física, ela é vista por esta
camada como uma sequência de bits. Esses bits são codificados, ou seja, são
transformados em sinais (elétricos, luz etc), são transmitidos por partes e são
unidos novamente no destino final. Uma das técnicas mais simples de codificação é
através de impulsos, onde um impulso significa bit 1 e a ausência de impulso
significa bit 0. Com estes dois dígitos é possível codificar todo tipo de mensagem
que esteja representada por uma sequência de bits.

Esse processo de enviar a informação por partes, ou seja, bit por bit é chamada de
Transmissão Serial.

Esse tipo de transmissão tem as seguintes características:

• Os dados são transmitidos de forma menos complexa;

• Há necessidade de apenas um canal de comunicação (por exemplo, cabo par


trançado);

• Menor velocidade na transmissão dos dados;

• Menor custo;

• E maior imunidade a ruídos.

Existem três formas de transmitir uma mensagem. São elas: Simplex, Half-duplex e
Duplex. Veja abaixo a explicação de cada uma delas:
• Simplex: neste tipo de comunicação a transmissão dos dados é feita de forma
que não haja interatividade entre as partes que estão enviando a mensagem
e as que estão recebendo. Por exemplo: a televisão nos fornece informações
de vários tipos e nós não conseguimos interagir com ela. Quando o Willian
Bonner nos dá “Boa noite” no final do Jornal Nacional, tem gente que até
responde, mas ele não ouve.

• Half-duplex: aqui, a comunicação ocorre entre todas as partes, porém, quando


uma está enviando uma mensagem, a outra fica quieta e somente quando a
primeira termina a transmissão, é que a segunda poderá enviar sua parte.
Exemplo: walk-talk.

• Duplex: neste modo, a transmissão e recepção dos dados pode ocorrer ao


mesmo tempo. Exemplo: telefone. Quando duas pessoas estão conversando,
elas podem falar ao mesmo tempo. Não é necessário que uma escute
enquanto a outra fala.

O modo de transmissão utilizado nas Redes Industriais é o Half-duplex.


Referências bibliográficas

CERUTTI, F. Apostila de Comunicação de Dados e Redes Industriais.


http://inf.unisul.br/~cerutti/disciplinas/redes1/completas.pdf. Acesso feito em: 22 de maio de 2012.
ALBUQUERQUE, P. U. B., ALEXANDRIA, A. R. (2009). Redes Industriais – Aplicações em
Sistemas Digitais de Controle Distribuído. Ensino Profissional Editora.
BERGE, J. (2002). Fieldbuses for Process Control: Engeneering, Operation and Maintenance. ISA –
The Instrumentation, Systems and Automation Society, 2002.
TANEMBAUM, A. S., STEEN, M. V. (2002). Distributed Systems – Principles and Paradigms.
Prentice Hall, 2002.
Profibus Installation Guideline for Commissioning. Version 1.0.2. November 2006.
TEOTÔNIO, I. D.. http://www.slideshare.net/italodiego12/13-encapsulamento-camadas-osi. Acesso
realizado em: 29 de maio de 2012.
ALÍPIO, P.. Transmissão de Sinais Digitais.
http://marco.uminho.pt/disciplinas/TELEMEDIA/TELEMEDIA-2003-2004/Tutoriais/telemedia2-
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