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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL

Prof. SILVIO ROMERO BELTRÃO


Mestre e Doutor em Direito Civil pela UFPE
Pós-Doutor pela Faculdade de Direito de Lisboa
Conceito de Direito Civil
• O Direito Civil se confunde com o próprio
Código Civil e é entendido como o conjunto de
normas que regula as relações entre as
pessoas privadas, seu estado, sua capacidade,
sua propriedade, baseadas no principio da
autonomia da vontade.
Direito Civil como Direito privado
comum
• Prende-se com as relações entre particulares,
com base nos princípios:

– Da igualdade

– Da autonomia da vontade.
O DIREITO PRIVADO COMUM
• DIREITO PÚBLICO(institucional)
• DIREITO PRIVADO(comum)
DIREITO PRIVADO(comum)
• Direito privado é o setor da ordem jurídica
que disciplina as relações dos particulares
entre si, fundados na sua igualdade e na sua
autodeterminação.(K. Larens)

• O qualificativo comum significa também que é


um direito de que todos
participam.(Ascensão)
DIREITO PÚBLICO
• O Direito público é aquele emanado do Estado para a
tutela de interesses gerais.

• Abrange o relacionamento entre os particulares e o


Estado, ou os seus órgãos ou agentes, e o direito
interno do Estado, da sua organização, com base em
relações de autoridade.
Intervencionismo Estatal
• Liberalismo – separação do Estado e a
sociedade civil.
• Intervenção do Poder Público – limitação da
autonomia da vontade.

• Evolução – publicização do direito privado.


– O Direito não tem que ser exclusivamente e
exaustivamente público ou privado e dificilmente
poderá sê-lo.

– Mas é um critério valioso de distinção do direito,


apesar de suas imperfeições, para a localização do
nosso estudo.
Confluência ente público e privado
• Direito de família
– Impedimentos matrimoniais, regime de bens,
pátrio poder.
• Direito bancário
– Proteção do crédito, segurança do sistema
bancário, CDC.
• Direito contratual
– Função social do contrato
Critério da prevalência
• A autonomia da vontade sofre limitações.

• Binômio autoridade – liberdade


– Não se sustenta mais a separação do direito publico e
privado.

• Há institutos onde é prevalente o interesse dos


indivíduos, estando presente, contudo, também o
interesse da coletividade.
ATENÇÃO
• Ramo do direito público e privado

– Não confundir:

• Com designações de interesse e ordem


pública.
Direito Civil
• Valoração diante da Constituição.

• O Direito Civil apresenta as realidades extra-jurídicas


e pré-jurídicas sem as quais o próprio direito não
existiria.
– Pessoas
– Bens
– Atos e fatos jurídicos.
Nova hermenêutica
• Incidência dos valores constitucionais nas
normas de Direito Civil.

• Princípios do Direito Civil

• Princípios do Direito Constitucional


Direito Civil Constitucional
• A Constituição como norma superior
• Submissão do direito positivo aos fundamentos de
validade constitucionalmente estabelecidos.

• A interpretação do Direito Civil segundo e conforme


a Constituição.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
CIVIL
• Os princípios gerais do direito civil são controversos.
• Em primeiro lugar porque eles se confundem com os
princípios do próprio Direito.
• E em segundo lugar porque a falta de unidade
científica do critério que preside à demarcação do
ramos do Direito Civil dificulta a elaboração de
princípios comuns.
Carlos Alberto da Mota Pinto

• Reconhecimento da • A Concessão de
pessoa e dos direitos personalidade jurídica as
da personalidade. pessoas coletivas
• O princípio da • A propriedade privada
liberdade contratual • A familia
• A responsabilidade • O fenômeno sucessório
civil
Segundo Cristiano Chaves de Farias
• A personalidade (capacidade de direito)
• Autonomia da vontade(dinâmica da pessoa)
• Liberdade negocial(autonomia privada)
• A propriedade individual
• A intangibilidade familiar
• A legitimidade da herança e o direito de testar
• Solidariedade social(função social)
• Boa fé
Princípios: Autonomia e igualdade
• A autonomia

• A igualdade
Princípios Constitucionais

• Dignidade Humana

• Solidariedade Social(Função Social)

• Igualdade
• entre outros.

• Não deixam de ser princípios do Direito Civil Também.


A idéia de princípios próprios
• Uma tentativa de demarcação dos princípios
do Direito Civil, não deixará de ser incompleta
e imperfeita.

• Vamos partir da idéia de publicidade e


privacidade
PRIVACIDADE E PUBLICIDADE
• Privacidade = Direito da decisão livre

• Publicidade = Direito da decisão vinculada


Princípios: Autonomia e igualdade
• A autonomia – quer no aspecto da liberdade
de exercer ou não os poderes ou faculdades
de que se é titular, quer no aspecto mais
completo, da possibilidade de conformar e
compor, conjuntamente com outrem ou por
ato unilateral, os interesses próprios.
• Igualdade = a autonomia nas relações com as
outras pessoas, supõe necessariamente
igualdade.

• O direito civil se encontra diretamente ao


serviço da plena realização da pessoa na sua
vida com as outras pessoas.
Desenvolvimento do Direito Civil
• Tudo tem que partir da pessoa, pois, é para
ele que o direito existe.
• O primeiro núcleo está na caracterização da
pessoa.
• Contudo, a pessoa não é um ser isolado, a
pessoa deve ser considerada no seu viver e
conviver.
• Tem uma importância primordial a familia
• Exercendo sua autonomia a pessoa realiza
negócios jurídicos, tendo como instrumento
típico o contrato.
• Em face de sua responsabilidades a pessoa
gera obrigações.
• Dos contratos derivam freqüentemente
obrigações.
• Com o seu agir, a pessoa adquire bens,
surgindo a figura da propriedade.
• O ramo do Direito Civil que disciplina as
posições da pessoa em relação as coisas é o
Direito das Coisas ou Direitos Reais.
• Propriedade e função social
• Sucessão por morte
• Enfim, morrendo o titular, há que disciplinar o
destino dos bens e direitos que deixar.
A pessoa como fim do direito
• Com o cristianismo, ao determinar a “dessacralização” da
natureza e da sociedade, o homem passou a ser sujeito do
mundo, portador de valores, e não um simples objeto deste
mundo.
• A pessoa deixou de ter uma noção de pessoa-membro-da
sociedade, para ser considerada uma pessoa humana.
• Até o cristianismo o valor do homem era social, ou seja,
um trabalhador recebia o seu valor na sociedade como um
objeto desta, enquanto a pessoa deste trabalhador era
insignificante. Poucos homens, pela sua posição social, eram
considerados indivíduos singulares, tais como os herois
gregos, os príncipes romanos, todos dotados de qualidades
singulares, que para poderem ser diferentes eram
endeusados pela sociedade.
• Ainda sob o ponto de vista histórico, os conceitos de
pessoa e de homem nem sempre tiveram
correspondência. No período da escravidão, despia-
se o homem da condição de sujeito de direito para
considerá-lo coisa, desprovido da faculdade de ser
titular de direitos, ocupando na relação jurídica a
situação de objeto.
• Etimologicamente, a palavra pessoa deriva do
latim “persona”, significando máscara, papel
atribuído a esta máscara.
• No sentido jurídico, é para a pessoa que o direito foi feito,
conceituando-se pessoa todo ser humano capaz de direitos e
obrigações. O direito atribui à pessoa, a qualidade de sujeito
de direito como conteúdo fundamental e finalístico da ordem
jurídica.

• Assim, o Código Civil de 2002 atribui à pessoa a capacidade de


direitos e deveres na ordem civil, tal como fazia o Código Civil
de 1916, que utilizava a expressão “todo homem” para
representar o ser humano.
PESSOA COMO SUJEITO DE DIREITO
• Pessoa: De um modo geral, é o ente físico ou moral
suscetível de Direitos e Obrigações.
• Pessoa Natural: Todo homem, nesta expressão está
compreendido, os seres componentes da espécie
humana, sem qualquer discriminação.
• Diz o art. 1º do Código Civil: Toda pessoa é capaz de
direitos e deveres na ordem civil.
• Assim, dentro do tema pessoa natural discutiremos
três elementos:
• Pessoa, Personalidade e Capacidade.
Pessoa
• A pessoa é
• O fim do Direito
• O fundamento do Direito
• Sujeito do Direito
• O Direito não vive apenas pelas pessoas , vive
para as pessoas.
• Segundo HERMOGENIANO
– “hominum causa omne ius constitutum est.”
– Todo direito constitui-se em benefício dos
homens.
Caracterização da Pessoa
• “Em primeiro lugar, a possibilidade de se
contrapor ao mundo tendo dele consciência e
dominando-o”(Ascensão)
• O homem é um ser ético, que tem
conhecimento dos seus fins intrínsecos.
• O homem temo sentido de
transcedência.(Deus)
• Capacidade de desenvolvimento da
personalidade.
Começo da Personalidade
• Qualidade para adquirir direitos e contrair
deveres.(Caio Mario da Silva Pereira)

• Toda pessoa é dotada de personalidade.

• Está indissoluvelmente ligada a qualidade de


pessoa humana, e dura enquanto durar a vida.
A ideia do Código Civil
• Para o nosso Código Civil será pessoa a partir:
– Do nascimento:
• Quando o feto é separado do ventre materno, seja
naturalmente, seja através de recursos médicos.
– Com vida
• Para o Código, quando se opera a primeira troca
oxicarbônica no meio ambiente. Vive a criança que
respirou oxigêncio.
• A partir desse momento tem PERSONALIDADE
CIVIL.
CÓDIGO CIVIL
• Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa
do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro.
A PERSONALIDADE HUMANA PRÉ-NATAL – O NASCITURO
COMO SUJEITO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

• Pergunta-se:

• O nascituro possui personalidade jurídica ou


não ?
• Não. Diante do art. 2o. do Código Civil, o
nascituro tem apenas uma potencialidade de
direitos, que se inicia somente a partir do
nascimento.

• Mas há quem diga que SIM.


• A concepção tradicional sobre o início da
personalidade(humana) - pessoa é todo o
ser(humano) nascido vivo e viável - está dominada
pela concepção aristotélica da alma vegetativa ou
nutritiva, faculdade de crescimento e de reprodução;
da alma animal ou sensitiva, faculdade de sentir, de
desejar e de se mover; e da alma razoável ou
pensante, faculdade de humanidade, esta sendo
adquirida com o nascimento.
• Esta problemática em relação ao início da
personalidade com a concepção é própria do
pensamento científico, onde o embrião desde
o momento da concepção traz consigo de
forma demarcada, os seus genes e
cromossomos, com as características que
certamente o individualiza como um ser único
e irrepetível.
• Não podemos deixar de expor, que no Direito Civil
Espanhol, além do nascimento com vida é necessário
que o feto tenha figura humana e viva vinte quatro
horas separado da mãe.

• O principal fundamento do dispositivo legal espanhol


é impedir a aquisição de direitos pelos seres que
morrem logo após o nascimento, para evitar que
direitos sucessórios se modifiquem por conta do
nascimento de um ser que não pode continuar
vivendo.
Personalidade a partir do nascimento
• Código Civil
– Alemão
– Suiço
– Italiano
– Português
– Venezuelano
Personalidade com a concepção
• Código Civil Argentino
• Código Civil Peruano – art. 1o.
• “La persona humana es sujeto de derecho
desde su nascimento. La vida humana
comienza con la concpción. El concebido es
sujeto de derecho para todo cuanto lhe
favorece. La atribución de derechos
patrimoniales está condicionada a que nazca
vivo”.
• “Seguro obrigatório. Atropelamento da mulher grávida que
vem a falecer. Abortamento em razão do acidente.
Indenização relativa ao nascituro. Improcedência. A
personalidade civil do homem começa do nascimento com
vida. Não se considera o feto pessoa transportada, pelo que a
circunstância da mulher grávida atropelada ter abortado em
razão do acidente de trânsito não importa obrigação da
seguradora de pagar a indenização correspondente ao feto
abortado, mas tão-só a indenização pela perda da mãe”. apud
Cahali,Yussef Said. Dano Moral. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998, p. 130.
• Nesses casos o nascituro não sendo
considerado pessoa, deverá ser considerado
uma coisa ?
Ora, apesar do nascituro não ser considerado dotado de
personalidade, ele é considerado um ser humano sujeito de
direitos.

• Pode-se dizer que a tutela jurídica do direito à vida


consagrado na Constituição Federal não determina que esse
direito seja garantido tão somente para os seres dotados de
personalidade civil, sendo na verdade aplicável ao ser
humano, antes do nascimento, uma vez que a inviolabilidade
da vida humana é independente da noção jurídico-civilista de
personalidade jurídica.
• Daí que, pode-se dizer que não é a personalidade jurídica que
justifica a titularidade de direitos por parte do ser humano,
mas sim a qualidade de ser humano que desperta a
titularidade de certos direitos e conseqüentemente envolve o
reconhecimento da personalidade jurídica.
• Clovis Bevilaqua dispôs no Projeto do Código Civil elaborado
em 1899 que a personalidade civil do ser humano deveria
começar com a concepção. Já naquela época, a doutrina se
apoiava em fortes fundamentos baseados na proteção penal
atribuída ao feto, punindo o aborto e proibindo a aplicação de
pena de morte à mulher grávida.
“A pessôa por nascer considera-se já ter nascido, quando se trata de seus
commodos, proclama o preceito romano acceito pelas legislações
modernas.

Neste caso, allega-se, há, simplesmente, uma espectativa de


personalidade. Mas, de duas uma: ou a personalidade já existe e não se
trata de espectativa, ou é apenas possível, e, aos direitos reservados para
o nascituro, falta um sujeito. Alguns civilistas não recuáram deante desta
conclusão, e, não querendo attribuir personalidade ao ser humano ainda
na phase intra-uterina da existencia, admittiram a possibilidade de direitos
sem sujeito. Querendo ser logicos, romperam com a logica elementar do
direito, a que nol-o apresenta como uma relação entre um sujeito e um
objecto, sob a protecção da ordem juridica.”Clovis Bevilaqua.
• Assim, pode-se concluir que o nascituro passa a ser
uma entidade parcialmente dotada de força jurígena,
em face da possibilidade de tutela jurídica contra
lesões e ilícitos praticados antes do nascimento,
demonstrando-se mais adequada a idéia defendida
por Hubmann, Karl Larenz e Oliveira Ascensão da
existência de uma personalidade jurídica parcial, com
a atribuição de uma esfera jurídica própria para o
nascituro, principalmente quanto à defesa dos bens
da personalidade.
Outra questão: a personalidade dos
embriões
• Fábio Ulhoa entende que o embrião congelado,
apesar de merecer proteção jurídica, não pode ser
considerado nascituro, só o sendo a partir do
momento em que se encontre implantado no ventre
materno.
• Maria Helena Diniz, entende que o inicio da
personalidade se dá com a penetração do
espermatozóide no óvulo, mesmo fora do corpo da
mulher.
• A conclusão: Necessita-se de uma regulamentação
própria que elimine a controvérsia.
Em relação aos embriões
• Enunciado 2, Jornada de Direito Civil:
• “Sem prejuízo dos direitos da personalidade,
nele assegurados, o art. 2o. Do Código Civil
não é sede adequada para questões
emergentes da reprogenética humana, que
deve ser objeto de um estatuto próprio.”
PESSOA
• PERSONALIDADE
• CAPACIDADE
• DIREITOS DA PERSONALIDADE
PERSONALIDADE
• A idéia de personalidade está intimamente
ligada a idéia de pessoa.
• Significa a aptidão genérica para adquirir
direitos e contrair obrigações.
• Restringindo, inicialmente, o nosso estudo as
pessoas naturais.
INÍCIO DA PERSONALIDADE
• Apesar das diversas críticas à teoria do direito
sem sujeito e a polêmica do início da vida com
a concepção.
• O inicio da personalidade humana se dá com o
nascimento com vida.
• Dois são os requisitos:
• 1- nascimento(separação do feto do ventre
materno)
• 2- com vida(com a respiração)
CAPACIDADE
• Quem tem personalidade jurídica tem aptidão para
adquirir direitos e obrigações.
• Aliada a idéia de personalidade está o
reconhecimento ao indivíduo da CAPACIDADE PARA
A AQUISIÇÃO DOS DIREITOS E PARA EXERCÊ-LOS POR
SI MESMO.
• A noção de personalidade e capacidade se
confundem e se completam, pois, a capacidade é o
conteúdo da personalidade.
• Quem tem personalidade tem capacidade.
CAPACIDADE DE DIREITO E CAPACIDADE
DE FATO
• Capacidade é a aptidão de ser sujeito de direitos e
obrigações, exercer por si só ou por outrem, atos da vida civil.
• Capacidade de direito x Capacidade de exercício.
• Capacidade de direito é a aptidão oriunda da personalidade
para adquirir direitos e contrair obrigações na vida civil, dá-se
o nome de capacidade de gozo ou de direito.
• A capacidade de direito não pode ser recusada ao individuo,
sob pena de se negar a sua qualidade de pessoa, despindo-a
de atributos da personalidade.
• Capacidade de fato é a possibilidade ou não de exercer os
direitos subjetivos por si próprio.
INCAPACIDADE
• Algumas pessoas sem perderem os atributos
da personalidade, não tem a faculdade do
exercício pessoal e direto dos direitos civis.
• A incapacidade não se confunde com a
possibilidade de existirem impedimentos para
o exercício de certos e determinados negócios
jurídicos.(ex: compra e venda entre tutor e
tutelado)
• O elemento principal para a incapacidade é a falta de
vontade consciente.
• A falta de discernimento para os atos da vida civil.
• É uma forma de proteção daqueles que são
portadores de uma deficiência jurídica apreciável.
• Tal deficiência pode ser mais ou menos profunda, e
sua diferença irá determinar a graduação da
incapacidade.
Incapacidade
• Toda incapacidade é legal, é sempre a lei que
estabelece
• Não se constitui em incapacidade a restrições legais
para realizações de certos negócios jurídicos. Tais
como impedimentos jurídicos não importam em
incapacidade.
• A incapacidade em nosso sistema coincide com a
redução da cognição dos fatos.
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
• Para a Lei os Absolutamente incapazes são aqueles
totalmente inaptos ao exercicio, por sí só, das
atividades da vida civil.
• Tem direitos, podem adquiri-los, mas não são
habilitados a exercê-los.
• Os absolutamente incapazes são REPRESENTADOS.
– Representação automática
• Poder familiar dos pais.
– Representação por nomeação(ato judicial)
• Tutela e Curatela
• A incapacidade absoluta gera a nulidade de pleno do
ato praticado pelo menor incapaz.
Incapacidade absoluta
• Tinha na redação anterior do Código Civil, três
causas elementares:
– Idade
– Enfermidade ou deficiência mental
– Impossibilidade mesmo que temporária.
• A duas ultimas forma suprimidas pelo Estatuto da
Pessoa com Deficiência(Lei 13.146-2015)
• Era assim a redação anterior.

• Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer


pessoalmente os atos da vida civil:
• I - os menores de dezesseis anos;
• II - os que, por enfermidade ou deficiência mental,
não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos;(revogado)
• III - os que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.(revogado)
Menores de 16 anos
A noção é legislativa.

• Em Roma a idéia tinha como parâmetro a


puberdade.
• Por isso a denominação menores Púberes e
Impúberes.
• Eram impúberes os homens até os 14 anos e e
as mulheres até os 12 anos.
ENFERMO OU DEFICIENTE MENTAL
• Deficiência mental congênita ou adquirida,
retirando do paciente a perfeita avaliação dos
atos que pratique.
• É a falta completa de discernimento de caráter
permanente.
• A insanidade será apurada em processo de
interdição(sentença declaratória)
Sistema Atual
• Com a reforma pelo Estatuto da Pessoa com
Deficiência, nenhum tipo de enfermidade psíquica
configura causa de incapacidade.
• Não se fala mais em processo de interdição.
• Somente cabe a interdição, nos termos do artigo
1.767, para aqueles que por causa transitória não
puderem exprimir a sua vontade.
LÚCIDOS INTERVALOS
• Somente se admite como sadio quanto a moléstia
está completamente erradicada.
• A moléstia mental é assumida como um estado
permanente.
• Assim, por segurança social não se admite a
discussão de validade e o debate se o ato foi
praticado durante lúcido intervalo.
• Deve ter uma nova visão em face do Estatuto.
SURDO-MUDO
• Muitas vezes não está ligada a deficiência mental
• A inaptidão vai depender da verificação da existência
ou não da compreensão dos atos da vida civil, ou
seja, discernimento.
• Com nova percepção em face do Estatuto da Pessoa
com deficiência.
• Agora a capacidade do Surdo Mudo é plena,
independente do seu discernimento.
IMPOSSIBILIDADE TEMPORÁRIA
• São problemas para exprimir a vontade
independente de causa orgânica.
• São problemas oriundos de causas exteriores, tais
como a embriaguez, a hipnose, traumatismos, estado
de coma, efeitos de drogas etc.
• Deve ser interpretado com cautela, pois, tratam-se
de causas temporárias.
• Esse inciso foi transferido para as causas de
incapacidade relativa.
• Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos, ou à
maneira de os exercer:
• I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
• II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;(revogado)
• III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;(revogado)
• III- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir a sua vontade.
• IV - os pródigos.
• Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial.
Menores de 18 e maiores de 16 anos.
• Incapacidade relativa.
• Assistência.
Ébrios e viciados
• É sujeita a incertezas por não existir um
parâmetro preciso para determinar o ébrio e o
viciado, daqueles que fazem uso de bebida e
drogas, sem perderem a consciência do atos
que praticam
• Deve-se valorizar o elemento habitualidade,
que importe em fraqueza mental.
Deficiente mentais e excepcionais
• Vai depender da medicina a diferenciação do
que é deficiência mental e doença mental.
• O grau de incapacidade será determinado
pelo estudo médico-legal.
• Revogado pelo Estatuto da Pessoa com
Deficiência.
PRÓDIGO
• Como hipótese de desequilíbrio psíquico
comumente ligado à prática de jogo e
alcoolismo.
• Foi mantido conforme determinava o código
de 1916.
Tomada de Decisão Apoiada
• Art. 1783, “A” do Código Civil.
• Não é modalidade de representação.

• É a nomeação de duas pessoa para prestar


apoio ao deficiente na tomada de suas
decisões na vida civil.
EMANCIPAÇÃO
• Aos 18 anos cessa a menoridade civil.
• No caso, cessa a incapacidade para aqueles
que tinham tal limitação por força da idade.
• Ou seja, um louco maior de 18 anos, é ainda
incapaz.
• Mas, antes de completar 18 anos, pode o
menor ter a sua emancipação:
• I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor,
se o menor tiver dezesseis anos completos;
• II - pelo casamento;
• III - pelo exercício de emprego público efetivo;
• IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
• V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência
de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor
com dezesseis anos completos tenha economia própria.
REPRESENTAÇÃO
• Apesar dessa matéria vir relacionada ao
Negócio Jurídico, é didaticamente melhor
estudá-la nesse momento.
• Representação
– O poder de agir em nome de outrem. O poder de
exercer direitos e deveres atribuídos a outra
pessoa.
REPRESENTAÇÃO
• Representação
– Representação legal
– Representação voluntária(mandato)
– Representação judicial.
• São diferentes mas os efeitos da representação podem
ser aplicados a um e a outro.
– Art. 116 do CC.
• A manifestação de vontade pelo representante, nos
limites dos seus poderes, produz efeitos em relação ao
representado.
• O menor incapaz será representado por seus pais.
• Art. 1634 do Código Civil:
• Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua
situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar,
que consiste em, quanto aos filhos:
• VII- Representá-los judicial e extrajudicialmente até os
16(dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
após essa idade, nos atos que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento.
• Ou será representado pelo Tutor, em face dos
falecimentos dos pais, ou pela perda do pátrio
poder.
• Art. 1747- Compete ao Tutor:
– Representar o menor, até os dezesseis anos, nos
atos da vida civil, e assisti-lo, após essa idade, nos
atos em que for parte.
INTERDIÇÃO
• ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
• Falta de discernimento:
• Tomada de decisão apoiada
• Curatela tão somente para fins patrimoniais.
Estatuto da Pessoa com Deficiência
• Art. 85 Lei 13.146 de 2015.
– A curatela afetará tão somente os atos
relacionados aos direitos de natureza patrimonial
e negocial.
– Parágrafo 1º. A definição da curatela não
alcançará o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à
educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
TÉRMINO DA PERSONALIDADE HUMANA

• Art. 6º A existência da pessoa natural termina


com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a
abertura de sucessão definitiva.
• Com a morte extingue-se a personalidade
humana.
Extinção da Personalidade
• Morte encefálica(atestada por um médico)
• Morte presumida, sem declaração de ausência
• Morte presumida, com declaração de
ausência
Morte Real
• É a morte que pode ser atestada por um
médico, e tem como princípio a morte
cerebral ou encefálica.
• Com a morte a pessoa deixa de ser sujeito de
direitos e obrigações.
• Abre-se a sucessão hereditária.
Comoriência
• Art. 8 do Código Civil.
• Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma
ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos.
• Morte Simultânea.

• Sucessões
Morte Presumida
• Sem declaração de ausência.
• Processo de justificação, em que se determina
de forma presumida o dia e a hora da morte.
• Desaparecimento do corpo da pessoa, sendo
extremamente provável a morte de quem estava em
perigo de vida.
• Desaparecimento de pessoa envolvida em campanha
militar ou feito prisioneiro, não sendo encontrado até
dois anos após o termino da guerra.
• Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem
decretação de ausência:
• I - se for extremamente provável a morte de quem
estava em perigo de vida;
• II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
• Parágrafo único. A declaração da morte presumida,
nesses casos, somente poderá ser requerida depois
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a
sentença fixar a data provável do falecimento.
Morte Presumida com Declaração de
Ausência
• A ausência ocorre quando uma pessoa desaparece
do seu domicilio sem notícias e não deixando
qualquer representante, não havendo a certeza de
que a pessoa esteja viva.
• Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicilio
sem dela haver noticia, se não houver deixado
representante ou procurador a quem caiba administrar-
lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a
ausência, e nomear-lhe-á curador.
Fases da Ausência
• A ausência se importa com a administração
dos bens do ausente, e sua posterior partilha
e sucessão.
• 1ª. Fase – Nomeação de Curador e
Arrecadação do bens.
• 2ª. Fase – Sucessão Provisória.
• 3ª. Fase – Sucessão Definitiva.
1ª. Fase
• Nomeação de Curador.
– Administrar os bens do ausente.
– Arrecadar os bens do ausente.
2ª. Fase
• Sucessão Provisória
– Decorrido um ano da arrecadação do bens, ou
três anos se o ausente deixou representante, os
interessados podem requerer a abertura de
sucessão provisória.
– Será realizado o processo de inventário e partilha
dos bens, entre os herdeiros.
– Haverá a posse provisória dos bens. Só poderão
alienar por determinação do Juiz.
– Se o ausente aparecer, serão devolvidos os bens
3ª. Fase
• Sucessão Definitiva
– 10 anos depois de passado em julgado a sentença que
concebe a sucessão provisória, pode-se requerer a
sucessão definitiva.
– Pode-se requerer também a sucessão definitiva se o
ausente contar com 80 anos de idade, e que datam de 5
anos, suas ultimas notícias.
– Adquire-se a propriedade dos bens em definitivo.
– Caso retorne após esses 10 anos, terá direito aos bens que
por acaso existirem, e no estado que se acharem.
REGISTRO
• Registro e Averbação
• Todos os atos ligados ao Estado(status) da pessoa
necessitam de registro.

• Contendo a inscrição dos momentos capitais da vida


do indivíduo, o registro patenteia o seu ESTADO, que
dele se infere enquanto subsistir, mas não constitui
prova absoluta, porque suscetível de anulação por
erro ou falsidade.
Estado da Pessoa
• Estado “Status Social”
• A posição social da pessoa na sociedade.
• São posições ocupadas pela pessoa na vida social, de
que resultam graduações de sua capacidade.
• Em Roma, essa graduação esta distinguida como:
status libertatis, status civitatis e status familiae.
• Perdeu sentido hoje o status libertatis, pois é idêntica a situação
de todas as pessoas no que respeita a liberdade. Mas a situação de
nacionalidade e a situação familiar continuam a influir na
capacidade.
Categorias de Estados
• Estado Político –
• Leva-se em conta se o sujeito é nacional ou estrangeiro.
• Estado Profissional –
• Vislumbra-se a atuação econômica da pessoa natural. Sua
atividade profissional, como funcionário público, militar,
empresário.(as outras não são tão importantes)
• Estado Individual –
• Em relação a sua idade, e capacidade. Maior, menor. Pródigo, etc.
• Estado Familiar
• A pessoa em relação a família, se é casado, solteiro, divorciado.
Estado Familiar
• Solteiro
• Casado
• Viúvo
• Divorciado
• Companheiro(apesar da crítica a inexistência
de legislação)
PESSOA JURÍDICA
• PERSONALIDADE
• Registro x Lei

• CAPACIDADE
PESSOA JURÍDICA:
• Pessoa Jurídica: É a unidade de pessoas
naturais ou de patrimônios que visam à
obtenção de certas finalidades reconhecida
pela ordem jurídica como sujeito de direitos e
obrigações.
• A personalidade jurídica é um atributo que a
ordem jurídica estatal outorga a entes que o
merecem.
• È uma instituição jurídica.
Classificação:
• Quando funções e capacidades:
– Pessoa jurídica de direito público
– Pessoa jurídica de direito privado
• Quanto à estrutura:
– Associações/sociedades
– Fundações
• Quanto à nacionalidade:
– Nacionais ou Estrangeiras
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO:

Interno

– A União
– Cada um dos estados e o distrito federal
– Cada um dos municípios
– Autarquias
– Demais entidades públicas criadas por lei.
• Os partidos políticos são de direito privado.
PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITOS
PÚBLICOS:

• Externo

– Paises estrangeiros
– ONU
– OEA

• PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITOS PRIVADOS:
• Associações;
• Sociedades;
• Fundações.
• Entidades Religiosas
• Partidos Politicos
• Eireli
• São pessoas jurídicas de direito privado
porque a sua constituição, seu objeto e seu
fim é de interesse privado.

• São pessoas jurídicas de direito privado as
empresas públicas e sociedades de economia
mista.
• Das sociedades e associações começa a existência legal das
pessoas jurídicas de direito privado, com inscrição dos seus
contratos, atos constitutivos, estatutos ou compromissos no
registro peculiar (próprio).
• REGISTRO
• As pessoas jurídicas têm existência distinta dos seus
membros.
– Personalidade dos sócios.
– (distinta)
– personalidade da pessoa jurídica.
SOCIEDADE DE FATO E IRREGULAR
• Pode ser que de fato exista alguma sociedade sem que a
mesma tenha contrato social ou tendo contrato social, sem o
mesmo está devidamente registrado.
• Sociedade de fato: não possui contrato social ou estatuto;
• Sociedade irregular: possui contrato social, mas encontra-se
irregular por falta de registro no órgão competente.
• As sociedades de fato e irregular não possuem personalidade
jurídica e por conta disso não são sujeitos de direito e
obrigações.
• Não adquirem direitos e não podem ser autores de ação.
Responsabilidade Civil das Pessoa
Jurídicas
• Pessoa Jurídica.
– Personalidade
– Capacidade
– Emitem declarações de vontade
– Adquirem direitos e obrigações
• Respondem pelo compromissos assumidos.
Responsabilidade Civil da Pessoa
Jurídica
• Na medida que a Pessoa Jurídica realiza um
negócio jurídico nos limites dos poderes
conferidos pela lei e pelo estatuto, deliberado
pelo órgão competente e realizado por quem
é legítimo representante, a pessoa jurídica é
responsável e deve cumprir o que se
comprometeu, respondendo juridicamente.
Responsabilidade
• Contratual
– Em razão do exercício de suas atividades
• Extra-contratual(aquiliana)
– Ato ilícito
– Por seus Sócios, representantes e prepostos.
– Exemplo: Acidente de Carro. Empresa de ônibus.
– Art. 933 do C.C.
• Responsabilidade Penal
– Restrita a alguma hipóteses.
– Apesar da responsabilização pessoal do sócio.
– Penas de Multa, Restritivas de Direito, Prestação
de Serviços à comunidade.
Responsabilidade Civil do Estado
• Artigo 43 do Código Civil.
• Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público
interno são civilmente responsáveis por atos
dos seus agentes que nessa qualidade causem
danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA
• Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público
quando lhe couber intervir no processo, que os
efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
• O Direito Norte-Americano engendrou a
doutrina da disregard of legal entity, segundo
a qual deve desconsiderar a pessoa jurídica
quando, em prejuizo de terceiros houver por
parte dos órgãos dirigentes a prática de ato
ilícito, ou abuso de poder, ou violação de
norma estatutária ou genericamente, infração
a disposição legal.
• Abuso de direito

• Fraude

• Confusão patrimonial
ABUSO
• Abuso de direito é a utilização da pessoa
jurídica de maneira contrária ao fundamento
que a criou ou a reconheceu.

• É o uso excessivo ou impróprio da pessoa


jurídica em benefício dos sócios.
FRAUDE
• Fraude, em relação ao propósito de levar aos
credores um prejuízo, em benefício próprio ou
alheio, furtando-lhe a garantia geral que
devem encontrar no patrimônio do devedor, e
a intenção de impor um prejuízo a terceiro.
CONFUSÃO PATRIMONIAL
• Confusão patrimonial
• A pessoa jurídica deve ser detentora de um
patrimônio próprio e independente do
patrimônio de seus sócios, a confusão de
patrimônios que impede tal individualização é
motivo para a desconsideração da
personalidade jurídica.
Código de Defesa do Consumidor
• Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do
consumidor, houver abuso de direito, excesso de
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. A desconsideração
também será efetivada quando houver falência,
estado de insolvência, encerramento ou inatividade
da pessoa jurídica provocados por má administração.
• § 5º. Também poderá ser desconsiderada a
pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for, de alguma forma, obstáculo ao
ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
• EXECUÇÃO – AUSÊNCIA DE BENS DA RECLAMADA –
POSSIBILIDADE DE PENHORA DOS BENS DO SÓCIO – Não
sendo encontrados bens da reclamada, afasta-se a distinção
da pessoa do sócio em relação à pessoa jurídica da empresa,
aplicando-se, subsidiariamente, a norma dos arts. 592, inc. II,
do CPC, com o fim de possibilitar a penhora de bens do sócio
para satisfazer o crédito do exeqüente, evitando-se assim, o
abuso e a fraude aos direitos trabalhistas. Aplicação da teoria
da desconsideração da pessoa jurídica por força dos arts. 8º,
parágrafo único, da CLT, 50 do NCC e 28, § 5º, do CDC. (TRT 11ª
R. – AP 1980/2002-003-11-00 – (5204/2003)
PROCESSO
• Qual é o procedimento para ser declarada a
desconsideração da personalidade jurídica ?
• Como se garante o direito ao contraditório e o
devido processo legal?
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA
• Art. 133 do NCPC.

• Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade


jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério
Público, quando lhe couber intervir no processo.
• § 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica
observará os pressupostos previstos em lei.
• § 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de
desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Pessoa Jurídica de Direito Privado
• Três tipos fundamentais
• Associações – as quais são estudadas na Parte Geral.
• Fundações –que também são estudadas na Parte Geral.
• Sociedades – as quais são estudas no Direito de Empresa –
inseridas no Código Civil

• Ao lado encontraremos os Partidos Políticos e as Organizações


Religiosas, o que deve ser estudado em seu campo próprio.
Sociedades e Associações
• Art. 44 CC
• Associações
• Sociedades
• Fundações
• As empresas individuais de responsabilidade
limitada.
Sociedades e Associações
• Distinção
• Associações
– União de pessoas para fins não econômicos;
– Fins morais, caritativos, literários, artístico,
desportivos, lazer.
– Não proporciona interesses econômicos entre os
associados.
• Sociedades
– Oferece vantagens pecuniárias aos seus agentes.
Associação
• “Caracteriza-se a associação sem fim econômico com a que se
não dedica a operações industriais ou comerciais, nem
proporciona aos membros vantagens pecuniárias, tendo o
cuidado de assinalar que a procura de vantagens materiais,
indispensáveis a que a associação viva e atinja suas
finalidades de ordem moral, não retira o caráter não lucrativo
do fim social: a contribuição dos associados, a remuneração
de certos serviços, a cobrança de ingresso a conferências ou
concertos não são característicos do fim lucrativo como não o
é igualmente a verificação de superávit na apuração de
balanços periódicos.” Caio Mario da Silva Pereira
Estatuto da Associação
• Art. 54 do C.C.
– Normas que regem os associados e a própria
associação.
• Art. 55 do CC
– Iguais direitos dos sócios.
– Podem ser divididos em categorias
• Art. 56 do CC
– A qualidade de associado é intransmissível.
– Personalíssima.
Associações
• Exclusão do sócio.
– Art. 57 – Justa Causa

• Assembléia Geral. Art. 59.


– Competência exclusiva, entre outras para:
• Destituir os Administradores
• Alterar o Estatuto
Dissolução da Associação
• Assim como a Associação tem o seu
nascimento por um ATO DE CONSTITUIÇÃO.
• A sua extinção irá depender de um ATO DE
DISSOLUÇÃO.

• Que poderá ser: convencional, legal ou


administrativo.
Dissolução da Associação
• Dissolução Convencional
– É a que resulta da deliberação dos seus membros
componentes, a vontade que cria também pode
extinguir.
• Dissolução Legal
– Por um motivo determinado em Lei.
– Quando foi criada para um determinado fim.
– Quando foi criada por um determinado prazo de
duração.
• Dissolução Administrativa
– Ausência de autorização para funcionar.
– Perda da autorização
– Exemplo: Prática de atos ilegais, falta de segurança. A pedido do
Ministério Público.

• Dissolução Judicial
– Quando for questionada a impossibilidade de sua
existência, judicialmente, por motivos que podem
ser legais, administrativos ou estatutários.
Liquidação
• A extinção não ocorre de forma pura e
simples.
• Art. 51 do Código Civil
• Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou
cassada a autorização para seu funcionamento, ela
subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se
conclua.
• Existindo bens, obrigações e débitos, opera-se
a fase de liquidação.
Art. 61 do Código Civil
• Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do
seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o
caso, as quotas ou frações ideais referidas no
parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade
de fins não econômicos designada no estatuto, ou,
omisso este, por deliberação dos associados, à
instituição municipal, estadual ou federal, de fins
idênticos ou semelhantes.
SOCIEDADE
• Simples
• Empresária
• Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se
empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito
a registro (art. 967); e, simples, as demais.
• Parágrafo único. Independentemente de seu objeto,
considera-se empresária a sociedade por ações; e,
simples, a cooperativa.
Sociedade simples
• Não empresária
• As denominadas “Sociedades Simples”,
previstas nos arts. 997 a 1.038 do Novo
Código Civil, nada mais são que as sociedades
que dependem de registro no Registro Civil de
Pessoas Jurídicas, em contraposição às
sociedades empresárias, que são registradas
na Junta Comercial (consoante art. 982, caput,
da nova Lei).
SOCIEDADE SIMPLES
• Sociedade simples São sociedades que exploram a atividade
de prestação de serviços decorrentes de atividades
intelectuais e de cooperativa. Na Sociedade Simples,
organizada por no mínimo duas pessoas, tem o objeto lícito
descrito em seu contrato social, de natureza essencialmente
não mercantil, onde para a execução de seu objeto, os sócios
recaiam na exceção prevista acima, ou seja, exerçam profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística,
mesmo que para a execução necessitem de auxiliares ou
colaboradores.
• Vão diferenciar das Associações, por que tem finalidades econômicas.
Nova Modalidade
• As empresas individuais de responsabilidade
limitada.

• A Pessoa Jurídica formada por uma só pessoa,


e com responsabilidade limitada.
Sociedade empresária
• Sociedade empresária = a pessoa jurídica de
direito privado, implementada por um
contrato, cujo objeto social é a exploração de
atividade empresarial.
– Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de
bens ou de serviços.
– Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.
PERSONALIDADE JURÍDICA
• Ato constitutivo
• Registro

A personalidade jurídica resulta de uma ficção


pragmática necessária que atribui
personalidade e regime jurídico próprios a
entes coletivos, tendo em vista a persecução
de determinados fins.
ELEMENTO DO CONTRATO SOCIAL
• PLURALIDADE DE SÓCIOS
• CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL
• AFFECTIO SOCIETATIS
• PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E NAS PERDAS
PLURALIDADE DE SÓCIOS
• Uma sociedade empresária resulta de, no
mínimo, duas pessoas.
• Art. 1.033 CC 180 dias para a reconstituição da
pluralidade de sócios.
CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL SOCIAL
• Em concreto a sociedade começa pela
formação do seu capital
• Patrimônio próprio da sociedade.
Affectio Societatis
• Animus societário

• Requisito fático de ordem subjetiva.


AFFECTIO SOCIETATIS
• Ora, a base da natureza pessoal das
sociedades limitadas é baseada no aspecto da
affectio societatis, considerando-a sobre o
prisma de sociedade intuitu personae.
• Quando a pessoa do sócio não for relevante, a
sociedade será intuitu pecuniae
Participação nos lucros e nas perdas
• Não há sociedade empresária quando se
estipula que a totalidade dos lucros
pertencerá a um só dos associados, ou em que
algum seja excluído, ou, ainda, que desonerar
de toda a contribuição nas perdas ou efeitos
entrados por um ou mais sócios para o capital
social.
Natureza jurídica
• Contratual

• Institucional
Termo final da Pessoa Jurídica
• Termina a existência da pessoa jurídica
– Pela dissolução da sociedade entre os membros.
– Pela dissolução por força da lei.
– Pela dissolução em virtude de ato do governo, que lhe casse
autorização para funcionar.
Fundação
• “Análoga às sociedades e associações nos resultados
da personalização, delas difere a fundação,
essencialmente, na sua constituição, que não se
origina, como aquelas, de um aglomeração orgânica
de pessoas naturais.
• O que se encontra aqui, é a atribuição de
personalidade jurídica a um patrimônio, que a
vontade humana destina a uma finalidade social.”
Caio Mario da Silva Pereira
• FUNDAÇÕES:

• São um complexo de bens livres colocados por uma


pessoa física ou jurídica a serviço de um fim lícito e
especial.
• É um acervo de bens que recebe da ordem legal a
faculdade de agir no mundo jurídico e realizar as
finalidades que visou o seu instituidor.
FUNDAÇÃO
• Mesmo não tendo sócios ou associados, a
fundação procede como as sociedades e
associações, por intermédio de órgãos, a
quem são confiados os poderes de
deliberação e representação.
FINALIDADE DA FUNDAÇÃO
• Artigo 62 do Código Civil:

• I – assistência social;
• II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico;
• III – educação;
• IV – saúde;
• V – segurança alimentar e nutricional;

• .........continua.
• VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável;
• VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos;
• VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos;
• IX – atividades religiosas;
Destinação Patrimonial
• É necessário que o instituidor faça um dotação
de bens livres.
• Art. 62. Para criar uma fundação, o seu
instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres,
especificando o fim a que se destina, e
declarando, se quiser, a maneira de
administrá-la.
Insuficiência de bens
• Incorporação a outra fundação.
• Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os
bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o
instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha
a fim igual ou semelhante.
• Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre
vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade,
ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer,
serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Constituição da Fundação
• Testamento
• Escritura pública.
• Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura
pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o
fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
• Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o
instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real,
sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela,
por mandado judicial.
Estatuto da Fundação
• Redigido pelo instituidor.
• Ou por pessoas indicadas pelo instituidor.
• Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas
bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em
seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
• Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.

Alteração do Estatuto
• Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é
mister que a reforma:
• I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir
e representar a fundação;
• II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
• III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo
máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso
de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a
requerimento do interessado. (Redação dada pela Lei
nº 13.151, de 2015)
FISCALIZAÇÃO
• Ministério Público.

• Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado


onde situadas
Extinção
• Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a
que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o
órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio,
salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no
estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se
proponha a fim igual ou semelhante.
Entes não Personificados
• DA SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA

• Sociedade irregular
• Sociedade de fato
• Sociedade em conta de participação(sócio
ostensivo, sócio oculto)
• Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou
com terceiros, somente por escrito podem
provar a existência da sociedade, mas os
terceiros podem prová-la de qualquer modo.
• Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem
patrimônio especial, do qual os sócios são
titulares em comum.
• Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de
gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo
pacto expresso limitativo de poderes, que somente
terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva
conhecer.
• Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele
que contratou pela sociedade.
DOMICILIO
• A tradição Romana, traduz domicilio como:
– O estabelecimento de um Lar.
– A constituição de um centro de interesses
econômicos.
– O domicilio NÃO representa uma relação juridica
da pessoa com o lugar, mas sim, o local em que os
negócios jurídicos realizados pela pessoa
produzem efeitos.
Código Civil
• O Código Civil estabeleceu que o domicilio é:
• Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o
lugar onde ela estabelece a sua residência
com ânimo definitivo.
• Dois elementos>
– Ideia externa: matérial que é a residência.
– Ideia interna: psíquica que a intenção de
permanecer.
E o que é residência....
• Residência
– É o local que a pessoa habita, com intenção de
permanecer, mesmo que se ausente temporariamente.
• Moradia
– A moradia sem a intenção de ficar, não é domicílio
(veraneio na praia).
• Domicilio
– O domicílio é a sede jurídica da pessoa, onde ela se
estabelece e irão produzir efeitos suas relações jurídicas.
Representada pela Residência com ânimo definitivo.
Residência
• É o fator psicológico que faz com que a
residência se torne domicilio, ou seja, o ânimo
de permanecer no imóvel em definitivo.
• Então para converter a Moradia em domicilio,
é necessário que haja o propósito e a intenção
de permanecer.
A importância do Domicilio
• Local de produção de efeitos jurídicos em
relação a pessoa.
– Local aonde a pessoa é encontrada judicialmente.(para citação, para
protesto, notificação)
– Local aonde devem ser cobradas as suas obrigações.(Ações judiciais,
Dídidas)
– Local aonde é aberta a sua sucessão com a morte.
– Local aonde se verifica a ausência.
– Local, para o Direito Internacional, que se escolhe a lei que irá regular
a relação jurídica.
– Domicilio Politico como local aonde possa votar e ser votado.
– ETC.
Pluralidade de Domicilios
• Caso a pessoa tenha mais de uma Residência,
é possível que a mesma tenha mais de um
domicilio.
– Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas
residências, onde, alternadamente, viva,
considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Pluralidade de Domicilio
• Domicilio Profissional
– Será considerado para fins profissionais e para os
efeitos profissionais, o local em que a pessoa
trabalha.
• Art. 71 -Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão
em lugares diversos, cada um deles constituirá
domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Mudança de Domicilio
• Elementos psíquico – Basta mudar o ânimus
de permanecer.
• Muda-se o domicílio, transferindo a
residência.
– Bastar mudar o elemento material – Local
– Bastar mudar o elemento psíquico – intenção de
fixar nesse novo local a sua sede jurídica.
Domicilio - Classificação
• Domicilio necessário:
– Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor
público, o militar, o marítimo e o preso.
– Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu
representante ou assistente; o do servidor público, o lugar
em que exercer permanentemente suas funções; o do
militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da
Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrrar
imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio
estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir
a sentença.
Domicilio diplomático
• Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que,
citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem,
no país, o seu domicílio, poderá ser
demandado no Distrito Federal ou no último
ponto do território brasileiro onde o teve.
Domicilio de Eleição(contratual)
• Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os
contratantes especificar domicílio onde se
exercitem e cumpram os direitos e obrigações
deles resultantes.

• As partes elegem um local para o


cumprimento do contrato e o julgamento de
ações.
Domicilio da Pessoa Jurídica
• Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
• I - da União, o Distrito Federal;
• II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
• III - do Município, o lugar onde funcione a administração
municipal;
• IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as
respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem
domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
Domicilio da Pessoa Jurídica
• É diferente do da pessoa natural.
• O da pessoa jurídica de Direito Privado é a
sede dos seus negócios, o seu principal
estabelecimento, aonde são tomadas as
principais deliberações e aonde se encontra a
sua contabilidade.

• E se tiver vários estabelecimentos?


• § 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos
em lugares diferentes, cada um deles será considerado
domicílio para os atos nele praticados.
• § 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no
estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica,
no tocante às obrigações contraídas por cada uma das
suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil,
a que ela corresponder.
• DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS:

• União – Distrito Federal
• Estados – Capital
• Município – Prefeitura
• Demais pessoas jurídicas – O local onde
funciona a diretoria e administração( principal
estabelecimento)
Exceções:
• A União pode ser demandada na seção judicial aonde ocorreu
o fato.
• O estado pode executar e ser parte fora da capital.
• Pessoa jurídica de direito privado – em qualquer lugar em que
exista um estabelecimento seu(filial).
OBJETO DO DIREITO
• SUJEITO ---- PESSOA

• OBJETO -

• RELAÇÃO JURÍDICA
Patrimônio
• O complexo de relações jurídicas da pessoa
apreciável economicamente.
– Conjunto de bens e direitos.

– Aspectos Positivo e Negativo do patrimônio.

– O patrimônio é uno e indivisível


• Uma pessoa não pode ter mais de um patrimônio, pois,
o patrimônio representa uma universalidade.
Patrimônio
• Engloba somente os bens e direitos
apreciáveis economicamente.
– Não se incluem: os direitos pessoais de familia, o
direito à vida, o direito de liberdade.
– Por serem, direitos não patrimoniais.
• O bens que compõem o patrimônio podem
ser objeto de transferênia
– Inter vivos – de forma simples.
– Causa mortis – de forma universal – herança.
Objeto do Direito
• Bem.
• Coisa.
– Bens x Coisas
– Bens são o termo mais genérico, sendo coisa uma
modalidade desse bem.
– Coisa é o termo mais genérico, sendo bem uma
modalidade da coisa.
– Coisa e Bem são sinônimos
BENS e COISAS
• Bem de um modo geral é tudo que agrada a
pessoa, dinheiro, casa, alegria de viver, o pôr-
do-sol, a qualidade de filho, etc.
• Se todos esses exemplos são bens, nem todos
são bens jurídicos.
• Bem Gênero x Coisa Especie.
• Segundo Caio Mario da Silva Pereria
Bens e Coisas
• Para Silvio Rodrigues
• Coisa seria gênero e bem a espécie:
– Coisa é tudo que existe objetivamente, com
exclusão do homem.
– Bem são coisas que, por serem úteis e raras, são
suscetíveis de apropriação e contém valor
econômico.
Bens e Coisas
• Washington de Barros Monteiro.

• Coisa e Bens são sinônimos.


Bens jurídicos
• Individualidade
• Utilidade
• Susceptibilidade de apreciação econômica

• São qualificados como objeto das relações


jurídicas.
• A distinção entre bens e coisas é feita em
razão de sua materialidade
• Coisas são materiais e concretos.
Ex. uma casa, um animal.
• Bens são imateriais ou abstratos, em sentido
estrito.
Ex. um direito de crédito, uma faculdade
jurídica.
Objeto do Direito
• Coisas
• Bens
• Prestações

• Bens da Personalidade.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
• Bens considerados em si mesmos
• Bens reciprocamente considerados
• Bens considerados em relação as pessoas dos
seus titulares
Classificação dos bens
• Bens móveis x bens imóveis

• Código Civil de 1916


• Bem imóvel por natureza.
• Bem imóvel por acessão física artificial.
• Bem imóvel por acessão intelectual.
• Os bens considerados em si mesmos:
– Imóveis
– Móveis – semovente
– Das coisas fungíveis e consumíveis
– Das coisas divisíveis e indivisíveis
– Das coisas singulares e coletivas
• IMÓVEIS:

• São aqueles que não se pode transportar, sem
destruição, de um lugar para outro, ou seja, são os
que não podem ser removidos sem alteração de sua
substância.

• Estes bens imóveis podem, também, ser classificados
da seguinte forma.
– Imóveis por natureza que abrange o solo seus acessórios e
adjacências naturais (árvore, fruto pendente, espaço aéreo
e subsolo).
• OBS: As jazidas fazem parte do subsolo e pertencem à União
– Imóveis por acessão física artificial – tudo aquilo que o
homem incorpora permanentemente ao solo.
• Ex. A semente lançada ao solo, edifícios, construções.
• De modo que não possa ser retirada sem a modificação de
sua estrutura (substância)
– Imóveis por acessão intelectual – são todas as coisas
móveis que o proprietário manteve, intencionalmente,
empregados sem sua exploração industrial,
aformoseamento ou comodidade.
– Hoje são considerados PERTENÇAS.
– Há ainda os imóveis por destinação legal.
– Os direitos reais sobre imóveis, inclusive o penhor agrícola e as ações
que o assegurem.
– O direito a sucessão aberta.

• Imóvel por força da lei – visa dar sua garantia nas


relações jurídicas.
Código Civil de 2002
• Pertenças
• Art. 93. São pertenças os bens que, não
constituindo partes integrantes, se destinam,
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao
aformoseamento de outro.
PERTENÇAS
• Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem
respeito ao bem principal não abrangem as
pertenças, salvo se o contrário resultar da lei,
da manifestação de vontade, ou das
circunstâncias do caso.
Art. 81 do Código Civil

• Não perde o caráter de imóveis:


– As edificações que, separadas do solo, mas
conservando a sua unidade, forem removidas para
outro local;
– Os materiais provisoriamente separados de um
prédio, para nele mesmo ser reempregado.
Bens Móveis
• BENS MÓVEIS:
• São os bens que sem deterioração na sua substância
ou na forma podem ser transportados de um lugar
para outro, por força própria (animal) ou estranha.

• Temos então semoventes (móveis propriamente
ditos) que se movem por força própria(aminais).
• São móveis para os efeitos legais.

– Energias que tenham valor econômico;
– Os direitos reais sobre objetos móveis e ações
correspondentes;
– Os direitos pessoais de caráter patrimonial e
respectivas ações;
Art. 84 Código Civil

• Os materiais destinados a alguma construção,


enquanto não forem empregados, conservam
sua qualidade de móveis; readquirem essa
qualidade os provenientes da demolição de
algum prédio.
DAS COISAS FUNGÍVEIS:

• A fungibilidade é própria dos bens móveis.


• São bens fungíveis os que podem ser substituídos por outros
da mesma espécie, qualidade e quantidade. (dinheiro, café)
– OBS: Pode ser que algum bem fungível se torne infungível pela
vontade da pessoa.(uma garrafa de vinho é fungível, mas pode ser um
vinho raro, com valor sentimental e torna-se infungível não podendo
ser trocado)

• Infungível – São aqueles que por sua qualidade individual,
tem um valor especial e não podem ser substituídos.
CONSUMÍVEL

• Os bens que importam em destruição de sua substância com


o próprio uso. (alimentos, dinheiro).
– Obs: a longo prazo todos os bens são consumíveis, contudo, para o
direito civil consumível é o bem que com um único uso ele já se
destrói, ou seja, um bolo de aniversário, com um único uso ele
desaparece.
• Bens inconsumíveis – aqueles que podem ser usados
continuamente, sem atingir a sua integridade.
– OBS: Os bens destinados à alienação são declarados consumíveis. Os
bens exposto à venda, tem como objeto para o vendedor a sua venda,
e não para uso do vendedor, por isso que com a venda ele desaparece
para o vendedor.
DIVISÍVEL:

• São divisíveis os bens que podem ser fracionados em partes


homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades
essenciais do todo. Ex. Dinheiro, café (sacas)

• Divisibilidade material – física, quando puder ser dividida em
partes concretas.

• Divisibilidade intelectual – não pode ser dividido
materialmente, mas idealmente, através de percentual ou
fração.
INDIVISIBILIDADE

• Aqueles que não poderiam ser fracionados, sem


alteração de suas substâncias.

• Natural- não é possível dividir uma casa em parte


iguais, um carro em parte iguais.
• Por força da lei – quando a lei proíbe a divisão.
COISAS SINGULARES E COLETIVAS

• Singulares – são as que embora reunidas são consideradas


individualmente, independente das demais.
• Singular simples – pedra, papel, crédito
• Singular composto – material de construção ligado a casa.

• Coletivas – São as que constituídas por várias singulares, são
consideradas no conjunto, formando um só.
• Ex. Biblioteca, rebanho, galeria de quadros, herança
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS:

• Coisa principal – que a que existe por si, exercendo função e


finalidade independente da outra (solo).
• Coisa acessória – a que supõe a existência da principal,
depende da principal para existir.
• Importância – A coisa acessória segue a principal.
• Ou seja, sem a principal a acessória não existe.

• O proprietário da principal supõe-se proprietário da acessória.
• Também são considerados acessórios: Pertenças e
Benfeitorias.
Pertenças
• Pertenças diferentes de partes integrantes.
– Distingue-se, portanto, as pertenças das partes integrantes
em que estas compõem permanentemente a própria
coisa(janelas, telhados, etc), enquanto as pertenças não
completam a coisa, mantendo a sua autonomia e podendo
ser separada sem que haja qualquer alteração na coisa.
• Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo
partes integrantes, se destinam, de modo duradouro,
ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.
• Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao
bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o
contrário resultar da lei, da manifestação de vontade,
ou das circunstâncias do caso.
– (exceção a regra de que o acessório segue o principal)
As benfeitorias.

• Chama-se benfeitorias as obras ou despesas


feitas na coisa, com o fim de conservá-las,
melhorá-las ou embelezá-las.
• Depende da ação humana.
• Excluem-se os incrementos naturais.
• Art. 97, Não se consideram benfeitorias os
melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem
sem a intervenção do proprietário, possuidor ou
detentor.
Classificação das benfeitorias:
• Voluptuária – de mero deleite ou recreio, tem
fim de comodidade, são obras para embelezar
(piscina, cerâmica)
• Úteis – visam aumentar ou facilitar o uso do
bem, apesar de não serem necessárias (ex.
garagem, aparelho sanitário novo)
• Necessárias – são as obras indispensáveis à
conservação do bem.
BENS PÚBLICOS E PARTICULARES:

• PÚBLICOS: Pertencem ao domínio nacional, ou


seja, pertencem à União, estados ou
municípios.
• São bens públicos:
– de uso comum
– de uso especial
– dominicais
• Uso comum – de uso comum do povo, embora pertencente à
pessoa jurídica de direito público interno.
• Podem ser usados sem qualquer permissão ou autorização
(praça, praias, ruas)
• Uso especial – são os utilizados pelo próprio poder público –
bens utilizados no serviço público.
• Dominicais – são os que compõem o patrimônio da União,
estados e municípios.
• Ex. jazidas, terreno de marinha, estradas de ferro.
– OBS: Só podem ser alienados por força de lei. O dominicais podem ser
alienados. (art. 101)
Bens fora do Comercio
• COISAS FORA DO COMÉRCIO:
– São insuscetíveis de apropriação.
– Legalmente inalienáveis.
Teoria Geral do Direito Civil
FATO JURÍDICO
SILVIO ROMERO BELTRÃO
Fato Jurídico
• Teoria do Fato Jurídico.

• O que é fato jurídico ? ? ? ?

• O que é Direito Subjetivo ? ? ? ?

• O que é Direito Objetivo(Positivo) ? ? ? ?


Fato Jurídico
• Direito subjetivo:
– Faz da pessoa sujeito, titular de poderes,
obrigações, faculdades.
• Direito Objetivo:
– Conjunto de normas jurídicas quer regem o
comportamento humano de modo obrigatório,
prescrevendo sanção em caso de violação.
Mas, quando o direito objetivo torna-
se direito subjetivo ? ? ?

•Direito Objetivo

•Direito subjetivo
Mas, quando o direito objetivo torna-
se direito subjetivo ? ? ?

•Direito Objetivo
•FATO JURIDICO
•Direito subjetivo
Fato Jurídico
• Fato Jurídico

– É todo acontecimento previsto em lei que cria,


modifica ou extingue uma relação jurídica.
Fim do fato jurídico

• Aquisição
• Modificação
• Extinção
• Conservação
• Do direito
Cria o Direito
• Passa a ser direito subjetivo em relação a
pessoa.(não é a lei criada pelo legislador)
• Nascimento
– É o surgimento da relação jurídica em decorrência
de um fato hábil para a sua constituição.(criação)
• Aquisição
– É uma configuração subjetiva, e se relaciona com
o momento em que a pessoa adquire o direito
• Aquisição pode ser:
– Originária
• Quando há coincidência com o fenômeno nascimento.
A aquisição surge no mesmo momento em que nasce o
direito. Exemplo: A ocupação de uma coisa
abandonada; caça e pesca
– Derivada
• O direito já existe e há uma nova sub-rogação em suas
faculdades. Aqui o Direito não nasce, já existe, e há
uma alteração subjetiva do seu titular.
Modifica o Direito
• No caso a modificação envolve a forma ou o conteúdo
do direito, respeitando-se a sua identidade.(ocorre em
regra nas relações bilaterais)
• Subjetiva:
– quando se alteram as partes que integram a relação
jurídica, mantendo-se o direito intacto.(Relação contratual,
em que se alteram as partes, mantendo-se o contrato em
si mesmo.
• Objetiva:
– quando se altera objetivamente o direito, em face de sua
qualidade ou quantidade.
Extingue o Direito
• Quando há o desaparecimento do Direito.
• Extinção subjetiva
– Quando o titular do direito não pode mais exercê-lo.
(morte do filho, perda do direito a investigação de
paternidade).
• Extinção objetiva
– Perecimento do objeto sob que se versa o direito.
Destruição do objeto.
• Extinção em razão do vinculo jurídico
– Quando ocorre a prescrição e a decadência. Existem as
pessoas e existe o objeto, mas falta o direito próprio da
relação.
NEGOCIO JURIDICO
• Atos jurídicos lato sensu: as ações humanas em
conformidade com o direito.
• Ato ilícito: sujeitam a pessoa que os cometem as
exigências que ordem legal lhe impõe.
• Ato jurídico stricto sensu: ocorre manifestação de
vontade, mas os efeitos juridicos são produzidos
independente de serem perseguidos diretamente
pelo agente;
• Negocio jurídico: é a declaração de vontade, em que
o agente persegue o efeito jurídico.
Poder criador dos efeitos jurídicos
• Autonomia da vontade
• O indivíduo é livre de, pela declaração de sua
própria vontade, em conformidade com a lei,
criar direitos e contrair obrigações.

• Não esquecer contudo, um controle público


que limita a autonomia da vontade.
NEGÓCIO JURÍDICO
• AGENTE CAPAZ
• OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO
• FORMA PRESCRITA E NÃO DEFESA EM LEI.

• VONTADE(MANIFESTAÇÃO)
Manifestação e declaração da vontade
• Mecanismo de atividade psiquica.
• Subjetivismo da vontade humana
• Três momentos
– Solicitação:
• Recebimento cerebrais de estímulos do exterior.
– Deliberação:
• Ponderação interior e resolução de como proceder
– Ação
• Reação, levando para o exterior o resultado deliberado.
Manifestação e declaração da vontade

• Três momentos
– Solicitação:
• Recebimento cerebrais
de estímulos do
exterior.
– Deliberação:
• Ponderação interior e
resolução de como
proceder
– Ação
• Reação, levando para o
exterior o resultado
deliberado.
Declaração de vontade
• A forma em que a vontade se exterioriza
• A forma de levar para o mundo exterior aquilo
que foi deliberado no mundo interior.
• A manifestação da vontade pode ocorrer de
diversas formas.
– Ex. Caso do piloto americano deportado por
gestos obcenos.
Formas de manifestação da vontade
• Expressa
– A expressão intelectiva do homem, feita pela escrita, pela
fala ou pela mimica.
• Tácita
– O comportamento do agente compatível com a
exteriorização de uma dada atitude.
• Presumida
– Quando a lei determinar a produção de efeitos jurídicos
em determinados casos em que não há manifestação
expressa da vontade.
O silêncio pode ser considerado
manifestação de vontade?????

• A resposta é afirmativa.
• Por regra o silêncio é ausência de
manifestação de vontade, e como tal não
produziria efeitos.
• Mas em determinadas circunstâncias, pode
significar uma atitude ou um comportamento.
• A expressão “quem cala consente” nem
sempre pode ser interpretado como a recusa
explicita e consentimento.
• Há casos em que a pessoa não pode ou não
deve falar em razão de sigilo profissional ou
dever de consciência.
Reserva mental
• O que é reserva mental?

• Desenvolvimento de uma vontade interna,


não declarada, a qual por conseqüência não
produz efeitos jurídicos.
Declaração de vontade
• Pode ser emitido para uma pessoa
determinada: DECLARAÇÃO RECEPTÍCIA DE
VONTADE.
• Contratos em geral
• Pode ser emitido para sem a necessidade que
uma pessoa manifeste uma vontade reciproca:
DECLARAÇÃO NÃO RECEPTICIA DE VONTADE
• Testamento, promessa de recompensa.
Requisitos de validade do negócio juridico

• Negocio jurídico é uma emissão de vontade


dirigida a um determinado fim, destinado a
produzir efeitos dessa vontade.
• Agente capaz
• Objeto licito, possível, determinado ou
determinável
• Forma adequada.
NEGÓCIO JURÍDICO
• AGENTE CAPAZ

• OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL E DETERMINADO

• FORMA PRESCRITA E NÃO DEFESA EM LEI.


Condição subjetiva
• Condições subjetivas: Agente capaz
• capacidade
• Impedimentos ou incapacidades especiais

• Se uma das partes for incapaz, a outra pode


alegar a incapacidade em seu benefício?????
Condição objetiva
• O objeto: há de ser lícito

• Possibilidade jurídica do objeto


• Possibilidade física do objeto
• Fisicamente impossível é o objeto, se for insuscetível de
realizar-se materialmente.
• A impossibilidade deve ser absoluta.
• A impossibilidade relativa é aquela em que a obrigação
pode ser realizada por outrem. Válida.
Forma
• É a exteriorização da deliberação da mente.

• Dois requisitos:
– A forma como elemento de existência material da
manifestação da vontade.
– A forma como elemento de validade e eficácia do
negócio jurídico.
Forma
• Regra geral: forma livre

• Exceção: forma legal

– Ad substantiam
– Ad probationem
Formalismo
• Publicidade da forma

• Exigência legal da publicidade: ad substantiam

• Exigência legal para produzir efeitos em


relação a terceiros: efeito erga omnes.
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURIDICOS
• Unilaterais
– É aquele que se perfaz com uma só declaração de vontade. Ou
seja, basta a manifestação de um só das partes para que o
negócio seja valido e existente. Ex. Testamento, Promessa de
Recompensa.
• Bilaterais
– É aquele que necessita de duas declarações de vontade
coincidentes. Duas vontades que se ajustam e coincidem. Ex.
Compra e Venda, Locação.
– Há a necessidade de não confundir número de pessoas com
partes. Podem ter três pessoas de um lado e uma de outro e o
negócio é bilateral.
– Pode-se declarar PLURILATERAL no caso das Sociedades, em que
há uma Pluralidade de pessoa numa única direção.
Classificação do Negócio Jurídico
• Oneroso
– Aquele que proporciona ao agente uma vantagem
econômica, a qual corresponde a uma prestação
correspectiva. Ex. Compra e venda, Locação,
empréstimo mútuo.
• Gratuito
– Aquele em que uma pessoa proporciona a outra
um enriquecimento, sem contraprestação por
parte do beneficiado. Ex. Doação, Testamento,
Comodato.
Classificação do Negócio Jurídico
• Inter vivos
– Aquele que é destinado a produzir efeitos
durante a vida das partes. Ex. Contrato de
Locação.
• Causa mortis
– Que tem adiado os seus efeitos para depois da
morte do agente. Ex. Testamento
Classificação do Negócio Jurídico
• Principal
– O que existe por si mesmo e independente de
qualquer outro. Ex. Locação, Compra e Venda
• Acessório
– Aquele cuja existência é subordinada ao principal.
Ex. Na locação, a caução é acessória. Na Compra e
Venda a hipoteca é acessória.
Classificação do Negócio Jurídico
• Solenes
– Quando possuem uma forma especial, em que a
sua validade está condicionada ao cumprimento
dessa mesma forma.
• Não Solenes
– Aqueles em que a forma é livre.
INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS
JURÍDICOS
• Exercendo sua autonomia a pessoa realiza
negócios jurídicos, tendo como instrumento
típico o contrato.
• O contrato tem assim, como um dos seus
principais elementos, a vontade humana
dirigida para a produção de efeitos jurídicos.
CONTRATO
• Tradicionalmente definido como negócio
jurídico bilateral ou plurilateral, o contrato
visa à produção de efeitos jurídicos
determinados pela vontade das partes, em
conformidade com a lei, com o objetivo de
adquirir, resguardar, modificar ou extinguir
direitos.
ELEMENTOS PRINCIPAIS DO CONTRATO

• A autonomia da vontade –
• A liberdade de contratar.

• IGUALDADE
Nova concepção de contrato
• Diante das mutações sociais.
• O novo Código Civil, traduzindo sua atual
concepção de contrato, dispõe em seu
art. 421 que a “liberdade de contratar
será exercida em razão e nos limites da
função social do contrato”.
Nova concepção de contrato
• Liberdade de contratar limitada
diante da lei.

• Valorização dos interesses sociais


Interpretação dos contratos
como Negócio Jurídico
• Divergência entre vontade e
declaração.
• Um procedimento interno

• Um outro externo
Duas correntes de interpretação
• A teoria da vontade, posição
subjetivista

• A teoria da declaração, posição


objetivista
Qual das duas deve prevalecer???

• A resposta é juridicamente
inadmissível.
Teoria da impressão do destinatário

• Obtida do ponto de vista do


destinatário, supondo que o mesmo se
trata de uma pessoa razoável.

• As circunstâncias que envolveram o caso


em concreto, como únicos elementos
que podem determinar uma diretriz
subjetivista.
Artigo 112 do Código Civil
• Conforme o artigo 112 do novo
Código Civil “nas declarações de
vontade se atenderá mais à
intenção nelas consubstanciada do
que ao sentido literal da
linguagem”.
GARANTIA DA TEORIA

• Mas, como garantir que a teoria da


declaração possa resolver com
equidade os conflitos de interesses
contratuais, entre o declarante e o
destinatário?
Diretrizes de Interpretação dos Contratos

• O novo Código Civil não podendo escapar da


socialização do Direito Contratual determinou
em seu artigo 113, que:

• “Os negócios jurídicos devem ser


interpretados conforme a boa fé e os usos do
lugar da sua celebração.”
Boa Fé

• A boa fé objetiva, a qual é


determinada pela atuação do
homem médio, comum, que agiria
de maneira normal e razoável na
realização do negócio jurídico.
Usos e Costumes do Lugar do Contrato
• Código Comercial
• Art. 130 do Código Comercial: “As palavras dos
contratos e convenções mercantis devem
inteiramente entender-se segundo o costume e o
uso recebido do comércio, e pelo mesmo modo e
sentido por que os comerciante se costumam
explicar, posto que entendida de outra sorte possam
significar coisa diversa.”
Teoria da Confiança
• Teoria da confiança, como a
credibilidade que um indivíduo
transmite ao outro, quanto à
conduta e à satisfação do
compromisso contratualmente
ajustado.
Código de Defesa do Consumidor
• Retrocesso do Código Civil
• Consumidor: Princípio da vulnerabilidade.
• Disciplina o art. 47 do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor: “As cláusulas
contratuais serão interpretadas de maneira
mais favorável ao consumidor”.
Interpretação mais favorável

• Autonomia da vontade
• Igualdade(não há, em face da vulnerabilidade)

• Interpretação mais favorável com o objetivo


de prover a igualdade.
Conclusão
• Quais os elementos que irão determinar a
verdadeira intenção do consumidor?
• Os usos e costumes

• As circunstâncias que envolveram o negócio


jurídico.
Causa do negócio jurídico
• Toda ação humana prende-se a uma razão.
• Todo ato humano é precedido de uma
motivação.
• Os motivos para que uma pessoa realize um
negócio jurídico pode ser vários.
• Exemplo:
exemplo
• O médico aconselha a pessoa a mudar de
clima em beneficio de sua saúde;
• O cliente planeja passar suas férias em uma
instância hidromineral;
• Delibera vender um terreno para obter
dinheiro;
• Realiza um contrato de compra e venda.
• Qual ao causa do negócio jurídico compra e
venda????
• Quais daqueles elementos são causa??

• Tais motivos que precederam a realização do


negócio jurídico não tem nenhuma
importância.

• Contudo, a única causa para a venda do


terreno seria a obtenção do dinheiro.
• Na causa há, pois, um fim econômico ou social
conhecido e garantido pelo direito, uma
finalidade objetiva e determinante do negócio
que o agente busca além da realização do ato
em sim mesmo.

• Deve-se retirar os mero motivos, e verificar a


razão jurídica do fenômeno.
Tipos de negócios jurídicos
• Abstratos

• Causais

• O Direito Brasileiro não elegeu a causa como


requisito necessário a validade do negócio
jurídico.
• Contudo, em alguns tipos a causa deve ser levado em
conta:
– Na exceção por não cumprimento do contrato
– Na repetição de indébito
– Na nomeação de herdeiro ou legatário por um motivo
especial.

– OBS: A CAUSA PODE SER OBSERVADA PELO SEU VALOR


MORAL, NOS CASOS DE CAUSA ILICITA, MEDIANTE A
APRECIAÇÃO DO JUIZ, EM RELAÇÃO AO ASPECTO SOCIAL.
DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
• O pressuposto do negócio jurídico é a
declaração de vontade do agente em
conformidade com a norma legal.

• É a declaração de vontade visando a produção


de efeitos jurídicos.
Da emissão de vontade
• Deve-se verificar:

• Se a vontade está de acordo com o verdadeiro


e íntimo querer da pessoa.
• Se a vontade foi escorreita.
• Se a emissão de vontade pretendia a
produção de efeitos jurídicos.
Para a produção de efeitos
• Para a produção de efeitos jurídicos deve-se
ainda verificar ...

• As circunstâncias que a envolveram.


• É porque pode ter ocorrido uma declaração de
vontade, mas em circunstâncias tais que não
traduza a verdadeira atitude volitiva do
agente.
• Quando a declaração de vontade está
divorciada das prescrições legais, há ainda um
negócio jurídico.

• Contudo, um negócio jurídico defeituoso.


• Negócio jurídico

• Inexistente
• Nulo
• Defeituoso
Vícios do Consentimento
• Erro
• Dolo
• Coação
• Lesão
• Estado de Perigo
Erro de fato
• Quando o agente, por desconhecimento ou
falso conhecimento das circunstâncias, age de
modo que não seria a sua vontade, se
conhecesse a verdadeira situação dos fatos.
• Falsa percepção dos fatos.
Erro e ignorância
• O Código Civil trata do erro e da ignorância.

• Erro, uma deformação do conhecimento


relativamente as circunstâncias.
• Ignorância, importa num desconhecimento do
que determina a declaração de vontade.
Erro substancial
• Para poder anular um negócio jurídico o erro
deve ser substancial.

• Erro substancial, como causa determinante do


ato.
• Substancial é o erro que diz respeito à
natureza do ato, ao objeto principal da
declaração, ou a algumas qualidades a ele
essenciais.
Espécies de erro
• Natureza do ato
• Objeto principal da declaração
• Qualidades essenciais do objeto
• Quando a identidade ou qualidade essencial
da pessoa
Erro acidental
• Acidental é o erro que recai sobre motivos ou
sobre qualidades secundárias, porque não
seria de presumir que o agente procedesse se
os pressupostos circunstanciais fossem
diversos.
• Não anula o negócio jurídico.
Erro escusável
• Erro escusável – é um erro que uma pessoa
comum cometeria.

• Não afeta o negócio o erro de uma pessoa que


não procede com as cautelas legais.
Erro de direito
• Art. 139 - III - sendo de direito e não
implicando recusa à aplicação da lei, for o
motivo único ou principal do negócio jurídico.
Erro de direito X segurança social
• Erro de direito como falsa interpretação da
norma, em que não realizaria o negócio se
estivesse perfeitamente informado.
• A segurança da ordem jurídica assenta o
princípio da obrigatoriedade da lei, segundo a
qual ninguém pode escusar-se sob a alegação
de ignorância.
• O erro de direito é aceito como gerador da
anulação do ato negocial quando tenha sido
determinante da declaração de vontade, no
sentido de que o agente não a emitiria se
tivesse real conhecimento do que dispõe a
norma legal, e ao mesmo tempo não implique
em recusa à aplicação da lei.
DOLO
• O dolo consiste nas práticas ou manobras
maliciosamente levadas a efeito por uma
parte, a fim de conseguir da outra uma
emissão de vontade que lhe traga proveito, ou
a terceiro.
Dolo
• Dolo malus

• Dolo bonus
• E o Código de Defesa do Consumidor.

• Obrigação de informar como dolo omissivo.


Dolo
• Dolo principal – sobre o objeto principal da
declaração.
• Dolo acidental – não influi diretamente na
realização do ato, que se teria praticado
independente da malícia do interessado,
porém em condições para este menos
vantajosas.
• Importará na satisfação de perdas e danos.
Coação
• Art. 151. A coação, para viciar a declaração da
vontade, há de ser tal que incuta ao paciente
fundado temor de dano iminente e
considerável à sua pessoa, à sua família, ou
aos seus bens.
• Ausência total de consentimento, diante de
violência física ou moral.
• Relação entre a ameaça e a declaração de
vontade.
Lesão
• Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta.
• § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações
segundo os valores vigentes ao tempo em que foi
celebrado o negócio jurídico.
• § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for
oferecido suplemento suficiente, ou se a parte
favorecida concordar com a redução do proveito.
Estado de perigo
• Art. 156. Configura-se o estado de perigo
quando alguém, premido da necessidade de
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave
dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.
• Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não
pertencente à família do declarante, o juiz
decidirá segundo as circunstâncias.
VICIO SOCIAL
• FRAUDE CONTRA CREDORES

• SIMULAÇÃO – (agora nulidade absoluta)

• Como vicio social não se configura como falha


do consentimento, mas sim no resultado
antijurídico da declaração de vontade.
fraude
• Fraude – a manobra engendrada com o fito de
prejudicar terceiro. Pode estar presente tanto
no negócio jurídico unilateral quanto bilateral.
• Na fraude há o proposito de levar aos
credores um prejuízo, em beneficio próprio ou
alheio, furtando-lhes a garantia geral que
devem encontrar no patrimônio do devedor.
Elementos
• Intenção deliberada de causar prejuízo, ou a
consciência de produzir o dano.
• Má fé ou malicia do devedor.
• Ocorre frequentemente quando um devedor próximo da
falência, assoberbado de compromissos, com o ativo
reduzido, faz uma liberalidade para um amigo(doação), ou
vende a preço vil um bem, para fugir de suas obrigações e
subtrair as garantias aos credores.
• Não se fala em vicio do consentimento, porque a pessoa agiu
com intenção, consciente do que fazia.
Defeito do negocio
• A diminuição maliciosa do patrimônio
• Com o ânimo de prejudicar os demais
credores ou com a consciência do dano.

• Basta provar que o devedor não ficou com


bens suficientes para quitar as sua dividas.
ação
• Os atos fraudulentos podem ser atacados
pela:
• Ação Pauliana ou Revocatória.
• Visa anular o negócio jurídico realizado.
– O efeito da anulação é repor o bem no patrimônio
do devedor ou cancelar a garantia especial
concedida, restituindo o bem ao patrimônio do
devedor para garantir suas obrigações.
Onerosidade da Fraude
• Se o negócio que se visa anular for oneroso,
deve-se provar o CONSILIUM FRAUDIS.
• Ou seja, provar que o comprador sabia das intenções
fraudulentas e participou da fraude. Se pagou o
preço justo, de mercado, e há prova do pagamento, a
principio não há conluio.
• No negócio juridico gratuito, não há que se provar
consilium fraudis.
Fraude distinção
• Fraude e erro- o agente criador da fraude
procede com pleno conhecimento dos fatos.
• Fraude e dolo- a declaração é real, mas visa
prejudicar o terceiro.
• Fraude e Coação – pela inexistência de
violência ou grave ameaça.
• Fraude e simulação – Não há o disfarce na
declaração.
Plano de eficácia do negócio Jurídico
• Nesse plano, verifica-se se o negócio jurídico é
eficaz.

• Ou seja, se no plano social ele irá produzir


efeitos.

• Também tratada como “elementos acidentais


do negócio jurídico”.
Elementos acidentais
• Termo

• Condição

• Modo ou encargo
Condição
• É a determinação acessória, que faz a eficácia
da vontade declarada dependente de algum
acontecimento futuro e incerto.

• Condição
– A Incerteza
– futuridade
• A incerteza diz respeito a própria ocorrência do fato,
e não o período de tempo em que ele irá se realizar.
• A futuridade também é indispensável para a
caracterização da condição, não vale o
acontecimento passado.
• Art. 121 “Considera-se condição a cláusula que,
derivando exclusivamente da vontade das partes,
subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.”
Classificação
• Condição suspensiva
• Subordina a eficácia jurídica, bem como a aquisição de
direitos e obrigações.

• Condição resolutiva
• Enquanto não se realizar vigorará o negócio jurídico,
podendo exercer o direito estabelecido, verificando-se
a condição extingue-se o direito.
Classificação
• Positiva
• Consiste na verificação de um fato

• Negativa
• Consiste na inocorrência de um fato.
Classificação
• Lícitas
• São licitas todas as condições não contrárias a lei, à
ordem pública e aos bons costumes.
• Ilícitas
• São condições não admitidas: a proibição de se casar, a
proibição de mudar de religião, a obrigatoriedade de
sair do pais e não mais voltar, a pratica de determinado
ato criminoso.
Condições proibidas
• Perplexas (incompreensíveis ou contraditórias)
• São aquelas que privam de todo o efeito o negócio jurídico
celebrado. Ex: empresto o imóvel desde que você não more nele,
não alugue e não ceda a ninguém.
• Potestativas
– Puramente potestativas: que deriva do exclusivo arbitrio
de uma das partes.
• Ex: Se eu quiser, quando eu quiser.
– Simplesmente potestativa é válida, pois além da vontade
depende ainda de algum fato externo ou circunstancial.
• Faço a doação se você vencer a corrida.
Venda a contento
• Não confundir com venda a contento.

• Pois, é um pacto acessório de satisfação de


um produto, vendido sob amostra.
Classificação
• Condição fisicamente impossível.
– São aquelas irrealizáveis por qualquer pessoa, o
implemente exigiria um esforço sobre natural.
• Condição juridicamente impossível.
– São também consideradas ilícitas por
contrariarem o direito.
Termo
• É o acontecimento futuro e certo.

• Elementos
• Futuridade
• Certeza

• Termo inicial
Termo inicial

• Art. 131 C.C.

– O termo inicial suspende o exercício, mas não a


aquisição do direito.

– A exigibilidade do negócio fica suspensa.


• O termo poderá ser certo ou incerto.

• Termo certo
• Há certeza da ocorrência do evento futuro e do período
de tempo em que se realizará, traduzindo-se em geral a
uma data determinada.
• Termo incerto
• Existe uma indeterminação quanto ao momento da
ocorrência do fato embora seja certo que
existira.(morte)
• O período de tempo entre o termo inicial ou
final, denomina-se prazo.

• Em regra computa-se o prazo, excluindo-se o


dia do começo e incluindo-se o dia do
vencimento.
• Ver artigo 132 do Código Civil.
• Os atos sem prazo, são exigíveis de imediato.
Art. 134 C.C.
• Termo legal

• Termo convencional

• Termo judicial
Modo ou encargo
• É a determinação acessória acidental do
negócio jurídico que impõe ao beneficiário um
ônus a ser cumprido, em prol de uma
liberalidade maior.

• Ex: faço determinada doação, com o encargo


do beneficiário prestar alimentos a indicada
pessoa.
Encargo
• Não funciona como contraprestação

• É um mera restrição, um modo de realização


do negócio jurídico. Um peso atrelado a
vantagem.
Encargo
• Não suspende a aquisição nem o exercício do
direito.
• Art. 136 CC.
• É identificado pela expressão: para que, com a
obrigação de, com o encargo de.
• O Encargo ilícito ou impossível é considerado
não escrito.
Encargo
• Como condição, suspende ou resolve o
negócio jurídico.
• Se for a causa determinante, e for ilícito ou
impossível, o negócio jurídico é invalidado.
Direito Civil

Invalidade do Negócio Jurídico


nulidade do negócio jurídico
• Conceito: vem a ser a sanção, imposta pela
norma jurídica, que determina a privação dos
efeitos jurídicos do negócio praticado em
desobediência ao que prescreve.

• Nulidade = sanção por ofensa aos requisitos legais


• O negócio jurídico possui requisitos de validade, o
descumprimento impõe a sanção de nulidade.
Gradação da nulidade
• As nulidades sofrem gradações de acordo com o tipo
de elemento violado, podendo ser absoluta ou
relativa.
• Absoluta – ato nulo- quando viola norma de ordem
pública, de natureza cogente e carrega em si vicio
considerado grave.
• Relativa – ato anulável- quando é contaminado com
vício menos grave, decorrente de norma protetora
de interesses privados.
Requisitos de validade do negócio
jurídico
• Agente capaz
• Objeto licito, possível, determinado
• Forma prescrita ou não defesa em lei.

• Vontade(vícios do consentimento)
Classificam-se também como:
• Originária e sucessiva: a primeira nasce com o o
próprio ato, contemporaneamente à sua formação; a
segunda decorre de causa superveniente.
• Total ou parcial: no primeiro caso, a nulidade atinge
todo o ato contaminando-o por inteiro; no segundo a
nulidade contamina apenas parte do negócio,
mantendo-se as demais disposições preservadas.
Invalidade
• O Código Civil utiliza a expressão invalidade
para determinar a categoria genérica das
nulidades relativas e absoluta.

• Obs. A simples invalidade do instrumento não


a induz a do próprio negócio quando este se
puder provar por outro modo(art. 183, CC)
Negócio Jurídico inexistente
• São aqueles atos a que falta um elemento
essencial a sua formação, de modo que não se
possa conceber a formação do ato na ausência
desses elementos.
• Planos de existência, validade e eficácia.
• Falta algum dos elementos essenciais, como
por exemplo a manifestação de vontade.
• Ou, falta a assinatura no contrato.
Nulidade Absoluta
• Celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
• For ilícito, impossível ou indeterminável o objeto;
• O motivo determinante, comum a ambas as partes,
por ilícito;
• Não revestir a forma prescrita em lei;
• Preterir alguma solenidade que a lei considere
essencial;
• Tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
• Tiver havido simulação.
Simulação
• Art. 167, § 1° CC

• Aparentam conferir ou transmitir direitos a


pessoas diversas daquelas às quais realmente
se conferem, ou transmitem;
• Contiverem declaração, confissão, condição
ou cláusula não verdadeira;
• Os instrumentos particulares forem
antedatados ou pós-datados.
• Agente capaz
• Objeto licito, possível, determinado
• Forma prescrita ou não defesa em lei.

• Como se vê a nulidade está presa aos


requisitos de validade do negócio jurídico.
Interesse público
• Pode ser argüida por qualquer interessado ou
pelo Ministério Público.
• Pode o próprio juiz declará-la de oficío.

• Art. 168 do Código Civil.


Não produz efeitos válidos
• O negócio jurídico nulo não admite
confirmação.
• Constatado o vício, o negócio somente terá
validade se for refeito, afastando-se o seu
defeito.
• Ex: o menor, quando maior não pode
confirmar um negócio feito quando era
incapaz.
Não convalesce
• A ação para declarar a nulidade não prescreve.

• Art. 169. O negócio jurídico nulo não é


suscetível de confirmação, nem convalesce
pelo decurso do tempo.
Ação declaratória de nulidade
• Não prescreve.
• Não produz efeitos jurídicos a nulidade.
• Mas produz efeitos fáticos.

• E a pretensão condenatória?
• Prescreve.
Efeitos da declaração de nulidade
• Art. 182: Anulado o negócio jurídico, restituir-
se-ão as partes aos estado em que antes dele
se achavam, e não sendo possível restituí-las,
serão indenizadas com o equivalente.
Ato fato jurídico
• Quando em relação à natureza do negócio
jurídico despreza-se a vontade, sendo ela
irrelevante, e valoriza-se a forma.
• No caso, os efeitos do negócio jurídicos são
únicos quer eles sejam praticados por uma
pessoa maior ou menor de idade.
Casos de anulabilidade
• Duas hipóteses
• Quando o ato é praticado por relativamente
incapaz;
• Quando o negócio estiver viciado, por defeitos
no negócio jurídico, tais como, erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão e fraude.
Interesse privado
• Vontade viciada

• Menor púbere

• Defeitos do negócio jurídico


Menor púbere
• A falta de uma pessoa assistindo ao menor é
causa de anulabilidade.

• Exceções:
• A- quando ele para se eximir de uma
obrigação, mente sobre a sua idade.
• B- quando pratica ato ilícito que o sujeita ao
dever de reparar o dano.
Efeitos da nulidade
• Anulado o ato, restituir-se-ão as partes ao
estado em que antes dele se achavam.

• Não sendo possível restituí-las serão


indenizadas no equivalente.
DA PROVA NO NEGÓCIO JURÍDICO
• A Declaração de vontade.
– Um momento interno
– Um momento externo

• Da forma dos negócios jurídicos.


– Meio técnico de externa a vontade
– A PROVA é a demonstração da existência da
declaração e sua forma.
Da Prova
• Encontra-se tanto no Direito Material quanto no
Direito Formal(Processual).
• O Direito Civil define os meios de prova, enuncia
os lineamentos do regime que se submeterá a
comprovação do fato juridico, natural ou
voluntário e especialmente a declaração de
vontade.
• O Direito Processual afirma os preceitos que
presidem à apreciação da prova em juízo e a
técnica de trazê-la a consciência do julgador.
• Direito Civil: Determina o requisito formal
para a emissão da vontade visando a
produção de efeito.
• Direito Processual: Estabelece os princípios
em que o juiz, dentro da livre apreciação das
provas, possa formar a sua consciência para a
comprovação do fato jurídico e solução do
litígio.
Direito é Prova
• Um Direito é útil na medida em que se possa
fazer a prova da sua existência, e, na
impossibilidade desta, é como se não
existisse.
• Como o Direito se baseia em um FATO
JURÍDICO, a prova server para demostrar a
existência do fato e a incidência do direito.
• O que se prova é o FATO e não o DIREITO.
DA PROVA
• LIVRE:
– O princípio geral é o da liberdade de prova. Os fatos
jurídicos e a declaração de vontade, provam-se por
qualquer meio, a quem interessar, tem a liberdade de
provar a existência do negócio jurídico de qualquer
maneira.
• ESPECIAL:
– As vezes a lei exige determinada prova para certo fato, e,
então, a pessoa que dele pretende extrair consequências
jurídicas terá de fornecer a prova especial dele.
• O pacto antenupcial por escritura pública, a propriedade imóvel
pelo registro, outorga uxória pela escritura pública.
Prova Documental
• Prova Documental
– A mais nobre das provas, porque perpetua a vontade,
permitindo a sua reconstituição de forma mais fácil.
– No escrito é feita a própria declaração, tal como as
partes conceberam.
• Documento Público e Particular.
– Públicos, constam dos livros de notas dos cartórios.
– Particulares, elaborados pelos próprios interessados.
Art. 215, requisitos da escritura
pública.
• § 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve
conter:
• I - data e local de sua realização;
• II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam
comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas;
• III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e
demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens
do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;
• IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;
• V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à
legitimidade do ato;
• VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou
de que todos a leram;
• VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião
ou seu substituto legal, encerrando o ato.
• § 2o Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra pessoa
capaz assinará por ele, a seu rogo.
• § 3o A escritura será redigida na língua nacional.
• Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado
por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova
as obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem
como os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de
registrado no registro público.
• Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas
outras de caráter legal.
• Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz
prova mediante conferência com o original assinado.
• Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de
notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua
autenticidade, deverá ser exibido o original.
• Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do
original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o
exercício do direito à sua exibição.
• Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos
para o português para ter efeitos legais no País.
Prova Testemunhal
• Os fatos provados pelas testemunhas são
aqueles demonstrados pelos sentidos.
• O que foi visto ou ouvido pode ser relatado
pela pessoa que presenciou.
• O juiz irá avaliar a agudeza da percepção de
cada um das pessoas.
– Testemunha presencial
– Testemunhal de ouvi dizer.
Prova Testemunhal
• A prova testemunhal pode ser a única
existente para a comprovação do negócio
jurídico, ou,
• Qualquer que seja o valor do negócio jurídico,
a prova testemunhal é admissível como
subsidiária ou complementar da prova por
escrito.
Novo CPC
• Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível,
não dispondo a lei de modo diverso.
• Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas
sobre fatos:
• I - já provados por documento ou confissão da parte;
• II - que só por documento ou por exame pericial
puderem ser provados.
• Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da
obrigação, é admissível a prova testemunhal quando
houver começo de prova por escrito, emanado da
parte contra a qual se pretende produzir a prova.
Novo CPC
• Art. 445. Também se admite a prova testemunhal
quando o credor não pode ou não podia, moral ou
materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em
casos como o de parentesco, de depósito necessário ou
de hospedagem em hotel ou em razão das práticas
comerciais do local onde contraída a obrigação.
• Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas:
• I - nos contratos simulados, a divergência entre a
vontade real e a vontade declarada;
• II - nos contratos em geral, os vícios de consentimento.
Pericia
• Nos fatos que dependam de conhecimento
ESPECIAL(TÉCNICO).
• É uma prova direta, por que a justiça produz a
prova através dos seus auxiliares.
• O CPC define o modo de realização da pericia.
CONFISSÃO
• Confissão: o reconhecimento que uma pessoa faz
quanto a um fato alegado por outra.
• É a mais convincente das provas porque a pessoa
admite a existência de um fato jurídico
• Judicial: Feita judicialmente, constitui a prova da
existência de fato jurídico que não dependa de
prova especial.
• Extrajudicial: reduzida a escrito particular, mas
podem ser atacadas pelos vícios do
consentimento se houver defeitos.
CONFISSÃO
• Art. 213. Não tem eficácia a confissão se
provém de quem não é capaz de dispor do
direito a que se referem os fatos confessados.
• Parágrafo único. Se feita a confissão por um
representante, somente é eficaz nos limites
em que este pode vincular o representado.
• Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode
ser anulada se decorreu de erro de fato ou de
coação.
CONFISSÃO FICTIA
• Quando a parte não contesta as alegações da
outra parte.
• Quando deixa de apresentar defesa, apesar de
intimada.
Proibição de Confissão
• Há fatos em que a lei proíbe a confissão.
– Quando houver interesse público superior.
– Exemplo:
• Nas ações de nulidade de casamento.
• Nas ações de investigação de paternidade, quando o
genitor for falecido e promovida a ação contra os seus
sucessores.
PRESUNÇÃO
• É a ilação que se tira de um fato certo para
provar um fato desconhecido.
• Não é propriamente uma prova, mas um
processo lógico por via da qual a mente atinge
uma verdade legal.
– Um fato provado e certo
– Que induz a presunção de outro fato.
Presunções Legais
• São as presunções legais resultado da experiência e
correspondem aquilo que normalmente acontece, e assim
erigido em técnica legal probatória.
• Presunção relativa(iuris et de tantun)
– É a presunção que pode ser contrariada por outras provas. É a
presunção que se tira de um fato certo, e que prevalece
enquanto não for contraditada por outra prova.
• Ex. presunção de prorrogação de contrato de locação, diante do
recebimento dos alugueis.
• Presunção absoluta(iuris et de iure)
– É a dedução que se extrai da lei, necessariamente, de um fato
certo e que não comporta contradita, ainda mesmo no caso de
não corresponder a verdade. Não admite prova em contrário.
• Ex. Registro Civil de filho, determina a paternidade.
Provas Técnicas
• Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os
registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras
reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas
fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem
exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
• Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades
provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu
favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou
intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.
• Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é
bastante nos casos em que a lei exige escritura pública, ou
escrito particular revestido de requisitos especiais, e pode
ser ilidida pela comprovação da falsidade ou inexatidão dos
lançamentos.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
• O TEMPO como fato jurídico.
• A consolidação ou extinção do direito em face
do tempo. O tempo tem o condão de tornar
imune aos ataques da relação jurídica que
haja estado em vigor por certo lapso, ou, ao
revés, decreta o perecimento daquela que
negligentemente foi abandonada pelo sujeito.
• Prescrição aquisitiva: como causa da aquisição
de direito.(usucapião)

• Prescrição extintiva: como causa de extinção


do direito(pretensão jurídica) por inércia do
titular.
Prescrição Aquisitiva
• Usucapião.

• A posse prolongada no tempo.

• Direitos Reais
Prescrição Extintiva
• O Código Civil parte da ideia de PRETENSÃO.
• O Titular do Direito Subjetivo recebe do
ordenamento jurídico o poder de exercê-lo
normalmente. Se entretanto, o direito é violado,
nasce para a pessoa a PRETENSÃO de exigir a
restituição do Direito violado.
• A PRETENSÃO deve ser exigida em certo prazo.
• A PRESCRIÇÃO EXTINTIVA é a perda da pretensão
que não foi exercida em certo prazo.
Código Civil
• Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular
a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os arts.
205 e 206.

• Da data da colisão nasce a pretensão para a


reparação dos danos.
• Da data da falta de pagamento nasce da
pretensão para a execução da dívida.
PRESCRIÇÃO
• Tempo
• Inércia do titular.

• O fundamento é a Paz Social e a Segurança


Jurídica, para que a obrigação não possa ser
exigida a qualquer tempo, de modo a deixar a
pessoa insegura.
• A lei não socorre aos que dormem.
Prescrição
• Não admite a renúncia prévia. Somente
quando o decurso do prazo se realizar.

• Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser


expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,
sem prejuízo de terceiro, depois que a
prescrição se consumar; tácita é a renúncia
quando se presume de fatos do interessado,
incompatíveis com a prescrição.
DECADÊNCIA
• Também é resultado do efeito do TEMPO.
• Se assemelha a prescrição, contudo, difere em
seus fundamentos.
• A decadência é o perecimento do direito
potestativo, em razão do seu não exercicio em
um prazo determinado.
• É a perda do direito pela falta de exercício.
• Há direitos que trazem em si um prazo de
validade para o seu exercício, se não for exercido
naquele prazo o direito se destrói.
Decadência
• Na decadência o prazo de exercício do direito
nasce com o próprio direito.
– É como a validade de um produto alimentício, que
tem que ser consumido em 30 dias, senão depois,
não pode ser mais consumido.
– Decai em 10 anos o prazo para propor ação de
Petição de Herança, a contar da data da abertura
da sucessão.
– Decai em 90 dias o prazo para reclamar de vícios
ocultos a partir do recebimento do produto.
• Ementa
• CONSUMIDOR VÍCIO DO SERVIÇO PRODUTO DURÁVEL PRAZO
DECADENCIAL DE 90 DIAS (ART. 26, CDC)- DECADÊNCIA CARACTERIZADA
RECURSO PROVIDO.
• 1. A causa de pedir não versa sobre defeito (art. 12, § 1º, CDC), pois
ausente risco à segurança do consumidor ou terceiro, e sim sobre vício de
qualidade do serviço ou produto, estes supostamente inadequados à
finalidade esperada pelo consumidor (art. 18). A simples existência de
dano material não desloca o vício para fato, até porque a própria lei refere
que os danos advindos do vício podem ser reparados independentemente
da rescisão do contrato (art. 18, § 1º, II, CDC).
• 2. Incide na espécie o art. 26, II, do Código de Defesa do Consumidor, que
fixa em 90 dias o prazo decadencial para reclamar pelos vícios no
fornecimento do serviço ou produto duráveis. Considerando que o furto
do veículo se deu no dia 13.01.2009 e que a demanda foi ajuizada
somente em 05.04.2010, tem-se por consumada a decadência.
Segundo Maria Helena Diniz

PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA

Atinge a ação Atinge o direito

Só por lei Prazo determinado por lei


ou vontade das partes

Ação diversa do direito. Ação cuja origem é idêntica


A partir da lesão do Direito ao direito. O prazo está
dentro do direito.
Decadência
• Art. 207. Salvo disposição legal em contrário,
não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a
prescrição.

• A decadência opera-se de maneira fatal,


atingindo o direito de forma irremediavel.
• Não podendo assim, uma vez iniciado a contagem
do seu prazo o mesmo ser interrompido.
• Uma vez ajuizada a ação, o tempo deixará de
atuar no direito.
• Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada
em lei.
• Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da
decadência, quando estabelecida por lei.
• Art. 211. Se a decadência for convencional, a
parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não
pode suprir a alegação.
• Decadência legal.
– Estabelecida em lei, que define o direito
subordinado a ser exercido no prazo
• Decadência voluntária.
– Decorre da vontade das partes, na celebração de
um negócio jurídico, pelo qual fixa-se um tempo
para o exercício de determinado direito. Ex. Prazo
para manifestar o Direito de Comprar um bem
alugado; promoção de descontos em compras.
• Sendo absolutamente incapaz o sujeito da
relação jurídica, não corre o prazo decadencial
até os seus 16 anos de idade, a partir de então
começa a correr o prazo decadencial.
Prazos Prescricionais
• O tempo entre o momento inicial e o momento
final da prescrição, chama-se prazo prescricional.
• Prazo Geral
– É o da prescrição de longo tempo, abrange qualquer
direito que a lei não tenha determinado um prazo. O
Código Civil estabeleceu então que não fixando a lei
um prazo, esse será de 10 anos. Art. 205 do C.C.
• Prazo Especial
– São de curto tempo, abrange situações jurídicas em
que o Código Civil e a Lei já determinam o prazo do
exercício da pretensão. São prazos especiais
determinados no artigo 206 do C.C. ou na Lei.
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO
• A Lei em circunstâncias especiais prevê a
possibilidade de paralização do curso do prazo
prescricional.
• A suspensão da prescrição ocorre quando já
iniciada a contagem do prazo há um fato
previsto em lei que o paralisa.
• Por outro lado, há a figura do IMPEDIMENTO
que é uma causa que impede o inicio da
contagem do prazo prescricional.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder
familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou
curadores, durante a tutela ou curatela.

Art. 198. Também não corre a prescrição:


I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União,
dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas,
em tempo de guerra.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:


I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO
• Se a pessoa defende o seu direito, no prazo
determinado, não podemos dizer que ele é
negligente. Assim, o prazo da prescrição é
interrompido com a defesa e inicia-se
novamente do ZERO.
• Diz-se então que a prescrição fica
interrompida quando ocorre um fato hábil a
destruir o efeito do tempo já decorrido, e em
consequência anular a prescrição já iniciada.
Interrupção e Suspensão
• A diferença essencial entre a interrupção e a
suspensão é que nesta(suspensão) a prescrição
continua a correr, computando-se o tempo
anteriormente decorrido, enquanto
naquela(interrupção) o tempo já escoado fica
inutilizado.
• Se tiver sido um processo judicial somente
recomeça a contar do último ato nele
praticado.(suspensão).
• A interrupção da prescrição somente pode
ocorrer uma única vez.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá
ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei
processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que
importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr
da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do
processo para a interromper.
1) Antônio, professor universitário, diz a Bartolo, seu
amigo, que necessita de R$ 100 mil reais para levar o
seu filho para fazer um tratamento médico nos Estados
Unidos.
Bartolo, sabendo da necessidade de Antônio oferece R$
150 mil reais pela casa de praia de Antônio.
Antônio, sabendo que a casa vale R$ 400 mil reais, diz
que concorda em razão da necessidade.
A escritura é lavrada e o imóvel é adquirido.
Dois anos após o tratamento, ao retornar ao Brasil,
Antônio pretende reaver a casa.
Bartolo, por sua vez, diz que paga o preço de mercado
da casa, mas mesmo assim, Antônio não concorda.

Qual direito se aplica ao caso?


2) Quais os elementos que compõem a
responsabilidade civil por ato ilícito? Defina
cada um deles?

3) Diferencie e exemplifique Erro


Substancial(essencial) de Erro Acidental?
Nos dois casos anula-se o negócio jurídico?
Qual o prazo de decadência para declarar a
anulabilidade do negócio jurídico.
4) Paulo com a intenção de beneficiar o seu filho João, vende
ao mesmo de forma simulada um imóvel em Gravatá, em 2010,
ocultando uma doação do imóvel, que importaria no futuro em
antecipação de herança.
João na posse e propriedade do imóvel de Gravatá vendeu o
mesmo, em 2012, para Alfredo, cumprindo todas as
formalidades legais e de registro do imóvel. Alfredo
desconhecia a simulação anterior.
Em 2016, Paulo tem uma briga com João, seu filho, e
arrependendo-se do negócio jurídico realizado, pretende ter de
volta o seu imóvel de Gravatá, invocando a simulação.
Terá Paulo sucesso na sua pretensão? Justifique.
Será válida a venda feita para Alfredo?
E se Alfredo soubesse que na verdade Paulo doou o imóvel ao
seu filho João, e que houve simulação. Haverá diferença na
resposta?
•FIM
Curso de Responsabilidade Civil
Extra- Contratual
Prof. Dr. Silvio Romero Beltrão
Faculdade de Direito do Recife-UFPE
Responsabilidade Civil
• Teoria do Fato Jurídico.

• O que é fato jurídico ? ? ? ?

• O que é Direito Subjetivo ? ? ? ?

• O que é Direito Objetivo(Positivo) ? ? ? ?


Fato Jurídico
• Direito subjetivo:
– Faz da pessoa sujeito, titular de poderes,
obrigações, faculdades.
• Direito Objetivo:
– Conjunto de normas jurídicas quer regem o
comportamento humano de modo obrigatório,
prescrevendo sanção em caso de violação.
Mas, quando o direito objetivo torna-
se direito subjetivo ? ? ?

•Direito Objetivo

•Direito subjetivo
Mas, quando o direito objetivo torna-
se direito subjetivo ? ? ?

•Direito Objetivo
•FATO JURIDICO
•Direito subjetivo
Fato Jurídico
• Fato Jurídico

– É todo acontecimento previsto em lei que cria,


modifica ou extingue uma relação jurídica.
Ato Ilícito
• O ato ilícito é praticado em desacordo com a
ordem jurídica, violando direito subjetivo
individual.
• Causa dano a outrem, criando o dever de
reparar tal prejuízo, seja ele moral ou
patrimonial.
• Produz efeitos jurídicos não desejado pelo
agente, mas imposto pela lei.
Responsabilidade Civil por ato Ilícito
• Pacifico é o direito e a doutrina ao enunciar,
em termos gerais, o princípio da
responsabilidade, proclamando sem
contradita e sem oposição, que a vítima de
uma ofensa a seus direitos e interesses
receberá reparação por parte do ofensor.

• Assim, o princípio da responsabilidade civil é


fonte de obrigações.
Responsabilidade Civil
• O que é destacado pela doutrina é o princípio
da equivalência.

• Dá-se a prestação do equivalente mediante a


restituição ao estado anterior ou a reparação
especifica, ou a reparação pecuniária, ou a
reparação compensatória.
Qual o fundamento da
responsabilidade civil

• Porque o causador do dano é responsável ? ?

• A maior polêmica está em torno do


fundamento da responsabilidade civil.
Duas teorias

• Teoria subjetiva ou teoria da culpa

• Teoria objetiva ou teoria do risco.


Teoria da Culpa
• A doutrina da culpa tem sua fundamentação
ostensiva na França, no Código Napoleônico,
que assentou que o fundamento da reparação
do dano é a culpa.

• O mesmo aconteceu no Direito Brasileiro no


art. 159 do Código Civil de 1916 e no art. 186
do Código Civil de 2002.
• Art. 186 C.C.
– Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Culpa
• O primeiro ato do pensamento humano é
procurar o CULPADO, o RESPONSÁVEL.

• Assim, entende-se, por isso que o responsável


é aquele cuja culpa causou o dano.
Teoria Objetiva
• Gaston Morim – “A revolta do direito contra o
Código.”

• Sem repelir o princípio da responsabilidade


civil colocada no Código
Frances(Napoleônico), tendeu a desgarra-se
da culpa, fazendo, em primeiro lugar a
substituição da responsabilidade delitual
pela contratual.
Teoria objetiva
• Exemplo da Teoria Contratual.
– Em um acidente aéreo a vítima teria que provar a
culpa da companhia de aviação.
– Pela Teoria de Gaston Morim, o contrato de
aviação obrigaria uma segurança, cabendo então
a companhia provar que o acidente aconteceu por
culpa estranha.
– A indenização se fundaria no rompimento do
contrato.
Teoria Objetiva
• A crítica mais profunda à Teoria da Culpa
surgiu por juristas criminais, que declaravam
que :
– A responsabilidade criminal dependia da culpa.
– Enquanto que a responsabilidade civil não,
bastaria o dano.

– O Dano seria uma realidade objetiva,


independente da liberdade moral e do livre
arbitrio.
Teoria Objetiva
• Mas a implantação da Teoria Objetiva, sem culpa,
aconteceu na realidade com a nova interpretação
do Código Civil Francês, em que o termo culpa é
interpretado como CAUSA.
• Quem der causa.......
• Assim, a culpa seria uma relação de causalidade.
• Atualmente, certas atividades impões um risco de
causar dano a outrem, que independe de sua
atuação por culpa, deve ele ser responsabilizado.
NOÇÕES E ESPÉCIES DE
RESPONSABILIDADE
• A responsabilidade civil em sentido estrito,
pode ser entendida como a responsabilidade
extra-contratual ou aquiliana.
• Pode ser dividida em:
– Responsabilidade Civil com culpa
– Responsabilidade Civil Transubjetiva
– Responsabilidade Civil objetiva
Classificação
• Com culpa:
– A culpa é o requisito, sem o qual não há ato ilícito,
nem se poderá imputar responsabilidade a alguém
pelo dano.
• Transubjetiva:
– A culpa é irrelevante, pois, ao direito interessa atribuir
responsabilidade a determinadas pessoas por ato ou
fato de outrem ou fato de coisas e animais.
• Objetiva:
– Basta o dano para a imputação a quem deva suportar
o ônus da indenização
Teorias
• Com culpa – baseado na autonomia de
vontade da pessoa.
• Transubjetiva – é aquela que transcende do
próprio sujeito para responsabilizá-lo por seu
atos, mas fatos de outros ou das coisas.
– Culpa presumida
– Responsabilidade do empregador, do dono de
vaso que cai, do hotel pelo hospede.
– Há a inversão do ônus da prova
Teorias
• Responsabilidade Objetiva
– Consideração residual da culpa.
• Em que admite a exclusão da responsabilidade quando
ocorrer culpa exclusiva da vítima ou direito de regresso
contra o agente diretamente culpado.
– As entidades estatais são objetivamente responsáveis pelos
danos causados pelos seus agentes. Art. 37, 6ª. C.F.
– Desconsideração da culpa.
• Ainda é responsável mesmo e quando o causador do
dano for a própria vítima
– Responsabilidade por danos nucleares, art. 21, XXIII, C.F.
Teorias
• Na responsabilidade civil objetiva, o dever de
indenizar independe da contrariedade a
direito ou de existência de culpa.
• Somente pode ser excluído por culpa exclusiva
da vítima, caso fortuito ou força maior.
Responsabilidade Civil Subjetiva
• Vamos estudar todas as teorias.

• Inicialmente, a responsabilidade civil


subjetiva, partindo dos seus elementos:
– DANO
– CULPA
– NEXO DE CAUSALIDADE.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
• A tradicional doutrina da responsabilidade era
estruturada na figura do
• Delito – Dolo
• Quase delito – culpa
– Levava-se sempre em consideração que era o fato
humano o causador do dano
– Assim, todo delito resulta de uma fato do homem
que obriga a reparar o dano causado a outrem.
Teoria da Responsabilidade Civil
• Ato ilícito
• A obrigação de indenizar segundo a teoria da
responsabilidade subjetiva necessita do
comportamento culposo da vítima.
• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Ato Ilícito

• Fundamento da indenização.
• O dever de indenizar segundo o ato ilicito,
está na imputabilidade da conduta atribuída
ao agente.
• Todo aquele que por ação voluntária, significa
dizer que a pessoa responde em virtude de
um comportamento voluntário.
• Voluntário é a ação ou omissão.
Ato ilícito
• Do conceito de ato ilícito são extraídos os
elementos da responsabilidade civil.
– Dano
– Culpa
– Nexo de causalidade
DANO
• A lei menciona o comportamento antijurídico por
diversos meios.
– Pode impor sanção penal quando interesses da
sociedade são feridos.
• O direito penal arrola os atos atentatórios da ordem jurídica
social, estabelecendo as punições.
• Pode ser que a ordem jurídica deixe de lado a
responsabilidade penal, e se preocupe com o fato
humano que lesa interesse individual.
– Dá-se então a responsabilidade civil.
Responsabilidade Civil
• O DANO é assim, circunstância elementar da
responsabilidade civil.

• Por esse preceito fica estabelecido que a


conduta antijurídica, imputável a uma pessoa,
tem como conseqüência a obrigação de
sujeitar o ofensor a reparar o mal causado.
• Reparar o DANO.
DANO
• Se existe a obrigação de reparar, é necessário
que exista algo a reparar.

• Assim, não há responsabilidade civil aonde


não exista DANO ou PREJUÍZO.

• A obrigação não nasce se falta o DANO.


EXEMPLO
• Se um motorista passa o sinal vermelho ou
entra pela contra-mão em uma rua.
• Se não houver dano, não há responsabilidade
civil.
– No direito penal basta a atitude, o início da
execução para punir.
– No direito civil é necessário o dano.
Quantitativo do Dano
• Não é requisito do dano o elemento
quantitativo.
– O dano pode ser pequeno ou o dano pode ser
grande.
• Mas o tamanho do dano é necessário para
poder medir a reparação.
• Da Indenização
• Art. 944. A indenização mede-se pela
extensão do dano.
RESSARCIMENTO DO DANO
• Nem todo dano é ressarcível.
• Somente aquele que preenche os requisitos
de:
– Certeza
– Atualidade
– Subsistência.
Dano atual e certo

• Atual é o dano que já existe ou existiu no


momento da ação de responsabilidade.
• Certo é o dano fundado em um fato preciso e
não uma hipótese.
• Em relação ao termo atual, verifica-se que um
dano futuro, não seria objeto de reparação.
• Mas há exceções..............
DANO FUTURO
• O Dano Futuro indenizável, deve ser ao menos
previsível.
• Apesar da incerteza da quantificação.
• Exemplo:
– Alguém que sofre uma lesão corporal e tem sua
capacidade de trabalho diminuída.
– Dano atual – Lesão corporal.
– Dano futuro – incapacidade para o trabalho.
Subsistência
• O dano deve existir à época do ajuizamento da
ação.
• Se por acaso o agente infrator tenha reparado
o dano, não haverá subsistência.
Certeza do dano
• Não se indeniza um prejuízo eventual
• CERTEZA é a exigência de que os danos se
produzirão e que possam ser exatamente
apreciados no dia da decisão.
• A noção de certeza é sempre acompanhada da
noção de atualidade.
• O que exclui a indenização é o dano hipotético
ou eventual.
A perda de uma Chance
• A princípio a perda de uma chance é
hipotético.
• Exemplo:
– Não concorrer em uma corrida – dano certo.
– Perder a chance de ganhar a corrida – hipotético.
• A oportunidade perdida de forma hipotética
só será indenizável se houver a certeza da
perda e do dano.
Perda da chance: uma forma de indenizar
uma provável vantagem frustrada
• Não é rara a dificuldade de se distinguir o dano
meramente hipotético da chance real de dano.
Quanto a este ponto, a ministra Nancy Andrighi,
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), avalia que
“a adoção da teoria da perda da chance exige que
o Poder Judiciário bem saiba diferenciar o
‘improvável’ do ‘quase certo’, bem como a
‘probabilidade de perda’ da ‘chance de lucro’,
para atribuir a tais fatos as consequências
adequadas”.
Show do milhão
• No STJ, um voto do ministro aposentado Fernando Gonçalves é
constantemente citado como precedente. Trata-se da hipótese em
que a autora teve frustrada a chance de ganhar o prêmio máximo
de R$ 1 milhão no programa televisivo “Show do Milhão”, em
virtude de uma pergunta mal formulada.
Na ação contra a BF Utilidades Domésticas Ltda., empresa do grupo
econômico Silvio Santos, a autora pleiteava o pagamento por danos
materiais do valor correspondente ao prêmio máximo do programa
e danos morais pela frustração. A empresa foi condenada em
primeira instância a pagar R$ 500 mil por dano material, mas
recorreu, pedindo a redução da indenização para R$ 125 mil.
Continuação
• Para o ministro, não havia como se afirmar categoricamente que a
mulher acertaria o questionamento final de R$ 1 milhão caso ele
fosse formulado corretamente, pois “há uma série de outros fatores
em jogo, como a dificuldade progressiva do programa e a enorme
carga emocional da indagação final”, que poderia interferir no
andamento dos fatos. Mesmo na esfera da probabilidade, não
haveria como concluir que ela acertaria a pergunta.
Relator do recurso na Quarta Turma, o ministro Fernando Gonçalves
reduziu a indenização por entender que o valor advinha de uma
“probabilidade matemática” de acerto de uma questão de quatro
itens e refletia as reais possibilidades de êxito da mulher.
• Outro caso emblemático que podemos citar é o
caso do atleta brasileiro Vanderlei Cordeiro de
Lima, que perdeu uma grande chance de levar
para o Brasil a medalha de ouro na prova de
maratona nas Olimpíadas de Atenas. O atleta
estava na liderança da prova olímpica, com mais
de 28 segundos de vantagem, quando sofreu
interferência dolosa de um terceiro, que invadiu a
pista, agarrou o atleta e o derrubou no chão,
fazendo-o perder duas posições e acabar a prova
em terceiro lugar.
DANO MORAL
• Fundamento da ressarcibilidade do dano
moral.
– A manutenção dos direitos próprios da
personalidade, que a ordem jurídica não pode
deixar que sejam impunemente atingidos.

– Caráter punitivo: Castigo pela ofensa que


cometeu.
– Caráter compensatório: uma soma para lhe
propiciar prazeres como contrapartida de um mal.
Art. 186 do Código Civil

• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O dano moral como lesão da dignidade
• Segundo Sergio Cavalieri filho e Paulo Luiz
Netto Lôbo.

• O dano moral é dano a direito da


personalidade.
• É violação à dignidade da pessoa humana
O bem jurídico tutelado
• O bem jurídico tutelado é a dignidade da
pessoa humana.

• A dor, o espanto, a emoção, a vergonha, a


aflição espiritual, em geral qualquer sensação
dolorosa experimentada pela pessoa,
confunde-se o dano com sua eventual
consequência.
• O que interessa demonstrar é a violação a um
direito da personalidade.

• Não é necessário demonstrar a dor e o


sofrimento.

• Não há como medir a dor e o sofrimento.


CULPA
• CONCEITO

• Na teoria da responsabilidade civil subjetiva


ocupa lugar preponderante a noção GENÉRICA
DE CULPA.
• É a culpa que dentro da teoria subjetiva a
distingue da teoria objetiva
CULPA
• A culpa seria:
• “Um dado comportamento que sujeita o
agente a reparação”.

• Deve-se, contudo, traçar um nexo de distinção


entre culpa e dolo.
DOLO
• DOLO, culpa consciente:

– Diz-se a infringência de uma norma com o


propósito deliberado de causar um mal ou
praticar uma injuria.
– A vontade é de promover o resultado maléfico.

– Há também a idéia de dolo quando o agente tem


a consciência do resultado
Dolo e Culpa
• Dolo – Consciência do ato lesivo e vontade de
causar o mal.
– A vontade será avaliada por elementos externos.
• Culpa – esta relacionada ao descumprimento
de uma obrigação, que irá gerar o dever de
indenizar.
– Há uma necessidade de se restabelecer o
equilíbrio rompido.
– Não há a intenção de causar o dano.
Culpa
• Culpa
– È um erro de conduta cometido pelo agente que
procedendo contra direito, causa dano a outrem
sem a intenção de prejudicar, e sem consciência
de que seu comportamento poderia causá-lo.

– Na análise da culpa vê-se o descumprimento de


uma norma de conduta.
Conduta
• Conduta –
– Voluntária – dolo
– Invonlutária - Culpa

• Involuntária –
– Negligência
– Imprudência
– Imperícia.
Conduta involuntária
• Art. 186 do Código Civil

• Negligência – Omissão de certa atividade que


teria evitado o resultado danoso.

• Imprudência – procede de forma precipitada


sem prever as conseqüências da ação.
Grau de Culpa
• Grave, leve e levíssima.
• A princípio não deveria ser levado em
consideração, pois, o valor da reparação
mede-se pela extensão do dano, e não pelo
grau da culpa.

• Culpa levíssima – Redução do valor da


indenização.
• Parágrafo único, art. 944 do Código Civil.
Nexo de Causalidade
• Entre culpa e dano.

• Na responsabilidade subjetiva são necessários


três elementos.
– Ofensa a uma norma ou erro de conduta.
– Um dano.
– Nexo de causalidade entre uma e outra.
Nexo
• Não basta que alguém tenha agido contra
direito, não basta que a vítima sofra um dano.
• É necessário estabelecer um nexo de
causalidade entre a antijuridicidade da ação e
o mal sofrido.
• O nexo causal é assim indispensável.
• Não pode existir uma coincidência é
necessário uma causalidade.
Nexo
• Dentre os elementos da Responsabilidade
Civil, este é o mais difícil de ser determinado.
• Pois, mesmo havendo culpa e dano, se entre
eles não haver relação, não haverá
responsabilidade.
• Nos termos do art. 186 do C.C., pode-se
entender que a responsabilidade só ocorre se
o dano surgir de uma ação ou omissão
voluntária ou não.
Nexo Causal
• Não confundir com imputabilidade.

• Imputabilidade –
• É elemento subjetivo interno, diz respeito as qualidades
da pessoa ser sujeito de responsabilidade.
• A pessoa pode ser culpa, mas não ser imputável.
Problemas no Nexo Causal
• Dificuldade de prova

• Identificação do fato que constitui a


verdadeira causa do dano
Quanto a prova
• Cabe ao autor o ônus da prova.
• Mas está dificuldade de fazer a prova é
encontrada na Responsabilidade Civil
Complexa.
• Art. 932 do C.C
• O art. 932 do C.C. institui a presunção de
culpa dos pais pelos atos dos filhos menores
que estiverem sobre seu pátrio poder e em
sua companhia.
ART. 932 C.C.
• A presunção da culpa.
• Art. 933
– As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos
praticados pelos terceiros ali referidos.
• O STF institui a culpa presumida
• Sumula 341:
– É presumida a culpa do patrão ou comitente pelo ato culposo do
empregado ou preposto.
• Sumula 492:
– A empresa locadora de veículos responde, civil e
solidariamente, com o locatário, pelos danos causados a
terceiros, no uso do carro locado.
Abuso de Direito
• A regra básica da responsabilidade civil impõe
àquele que agindo culposamente, causa dano
a outrem a obrigação de reparar.
• Todavia, a questão propõe um outro tipo de
atitude:
– A obrigação de reparar emerge quando alguém,
mesmo atuando dentro da órbita estrita do seu
direito, causa prejuízo a terceiro.
Exercício Regular
• Há casos em que a pessoa causa um dano ao
outro, mas a lei admite que ele fique impune.
– A concorrência entre dois comerciantes, que
agindo lealmente, causa prejuízo ao outro. O lucro
de um comerciante, causa prejuízo ao outro.
– Na legítima defesa, que o próprio art. 188, II, do
Código Civil proclama não haver ato ilícito.
– A inclusão em cadastro de mal pagador, quando a
pessoa encontra-se em débito, devidamente
demonstrado.
Abuso de Direito
• Aquele que age dentro do direito a ninguém
prejudica.
• Todavia, em muitas hipóteses, pareceu injusto
que os atos praticados com o visível intuito de
prejudicar a terceiros pudessem deixar seu
autor isento de reparar os danos causados,
apenas porque ele agiria dentro da órbita de
seu direito subjetivo.
Exemplos do Direito Francês
• Teoria Clássica.
• Julgado em 1902, o proprietário de fontes
que, movido pela emulação, esgota-as em seu
terreno, sem qualquer utilidade para si, mas
com grave prejuízo para seus vizinhos, que
assim, ficam privados da água.
• Art. 1290 do Código Civil.
Exemplos do Direito Francês
• Vizinho de um construtor de dirigíveis que,
para forçá-lo a adquirir seu terreno, nele
ergueu grande pilastras de madeira armada
com agudíssimas pontas de ferro a fim de
tornar difícil a aterrissagem da aeronaves.
• Art. 1228, parágrafo 1º. E 2º. Do Código Civil
Abuso de Direito
• O abuso de Direito ocorre quando o agente,
atuando dentro das prerrogativas que o
ordenamento jurídico lhe concede, deixa de
considerar a finalidade social do direito
subjetivo e, ao utilizá-lo
desconsideravelmente, causa dano a outrem.
• Aquele que exorbita no exercício de seu
direito, causando prejuízo a outrem, pratica
ato ilícito, ficando obrigado a reparar.
Art. 187 do Código Civil
• Art. 187 C.C.

• Art. 187. Também comete ato ilícito o titular


de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.
Limites aos direitos subjetivos

• Limites
– Intrínsecos: impostos pela própria lei.

– Extrínsecos: impostos na conjugação de vários


direitos em conflito.
Excludente de Responsabilidade
Civil
• Ao conceituar ato ilícito a Lei enumera situações
que são excludentes de responsabilidade civil:
– Legitima defesa
– Estado de Necessidade
– Fato da vítima
– Fato de terceiro
– Caso fortuito ou força maior
– Exercício regular de um direito
– Cláusula de não indenizar
Legitima defesa
• A pessoa pode repelir por sua própria força
agressão ou ameaça injusta.
• O conceito de legítima defesa está no Código
Penal.
– Agressão injusta
– Atual e iminente
– Reação proporcional
– Que a defesa seja proporcional ao ataque
Desforço imediato
• Desforço imediato – como defesa da posse.

• O dano material ou moral causado pela


legitima defesa não é indenizável.

• Direito Português - _________________


Exercício Regular de um Direito
• Quem usa de um direito não causa dano a
ninguém.
• O arbítrio do homem leal e honesto no exercício
do direito, a regularidade deve ser apreciada pelo
Juiz.
• Por outro lado, quem age de modo excessivo, age
em abuso de direito.
• Deve o Juiz verificar se a pessoa agiu conforme o
direito ou abusou do seu exercício.
Estado de Necessidade
• É um ato que ordinariamente seria ilícito,
mas a lei justifica eximindo o agente de
indenizar.
• Segundo o Código Civil consiste na
deterioração ou destruição de coisa alheia a
fim de remover perigo iminente.
Estado de Necessidade
• Encontramos um conflito de direitos e interesses.
• a pessoa na percepção de lesão de direito seu
....................ofende direito alheiro.

• Não há agressão injusta – a idéia é evitar perigo


iminente causando um dano.
• Deve ser indenizável se a vítima não participou
com culpa para o perigo que gerou o estado de
necessidade.
Fato da vítima
• Exclusivo ou concorrente.

• A exclusão da responsabilidade fundada na


culpa da vítima para o evento danoso.
• Art. 945 do Código Civil
• A conduta da vítima como fato gerador do
dano, elimina a causalidade.
Culpa concorrente
• A culpa concorrente atenua a responsabilidade.
• Comprovada a culpa exclusiva não há
responsabilidade.
• A dificuldade é medir a responsabilidade no caso
de culpa concorrente. Deve o Juiz verificar o Grau
de participação da vítima no resultado danoso.
• O uso da Teoria da Equivalência das Condições.
Fato de terceiro
• O fato de terceiro pode importar em
responsabilidade e ao mesmo tempo pode
representar ausência de responsabilidade.
• Não há nisso contradição.
• Pode o fato de terceiro ser responsabilizante –
como a responsabilidade dos pais sobre os
filhos.
Como excludente
• Como excludente:
– Quem deve ser considerado terceiro...
– Qual a natureza e extensão do comportamento do
terceiro....
• Contratual – Terceiro é aquele que não faz
parte do negocio jurídico
• Extracontratual – qualquer outra pessoa que
não seja autor ou vítima.
• Contratual – Fraude contra credores, coação
exercida por terceiro.

• Extracontratual – O motorista que sobe a


calçada e atropela o pedestre por conta de
uma manobra brusca de outro veiculo
• O terceiro não é autor nem vítima, mas tem
uma situação ATIVA, pois, seu comportamento
implica na realização do fato danoso.
• Ocorre que o fato de terceiro se confunde
muitas vezes com a força maior.
• A excludente ocorre se o terceiro por pessoa
estranha.
• Sendo pessoa conhecida, pode ter direito a
ação regressiva.
• O fato de terceiro deve excluir o nexo causal em relação ao
autor do dano.

• O fato de ser inevitável ou imprevisível equivale a força


maior.
• O fato de terceiro é admitido com reservas pelo STF
• Súmula 187 STF “A responsabilidade contratual do
transportador, pelo acidente com o passageiro, não é
elidida por culpa do terceiro, contra qual tem ação
regressiva.”
• O fato de terceiro quase sempre não exclui a
responsabilidade civil.
• Artigo 930 do Código Civil.
Caso Fortuito e Força Maior
• Se a obrigação de ressarcimento não é causada
pelo fato do agente, mas em decorrência de
acontecimento que escapa ao seu poder, por se
filiar a um fator estranho, ocorre a isenção da
própria obrigação.
• É excludente a força maior externa.
• Força maior – Acontecimento irresistível,
inevitável e exterior.
• Caso fortuito – Acontecimento imprevisível e
exterior.
• Caso fortuito – imprevisível.

• Força maior - inevitável

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