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É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível

e penal.
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Material: 139º Simulado Mege (TJ-CE II)

139º Simulado Mege TJ-CE II


(Gabarito Comentado)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SUMÁRIO
BLOCO I ................................................................................................................................................... 4
DIREITO CIVIL ................................................................................................................................... 4
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ............................................................................................................. 25
DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................................................................................. 37
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ....................................................................................... 43
BLOCO II ................................................................................................................................................ 48
DIREITO PENAL ............................................................................................................................... 48
DIREITO PROCESSUAL PENAL .......................................................................................................... 79
DIREITO CONSTITUCIONAL .............................................................................................................. 96
DIREITO ELEITORAL ....................................................................................................................... 112
BLOCO III ............................................................................................................................................. 118
DIREITO EMPRESARIAL ................................................................................................................. 118
DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................................... 143
DIREITO AMBIENTAL ..................................................................................................................... 160
DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................ 171
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ ....................................................................... 179

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
BLOCO I
DIREITO CIVIL
1. A respeito da Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileiro, assinale a opção incorreta:

(A) A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade


competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto,
também chamada de lacuna de colisão.

(B) Em caso de conflito entre as normas jurídicas deve-se utilizar na solução desses conflitos, os
metacritérios clássicos construídos por Norberto Bobbio, em sua teoria do ordenamento jurídico,
para a solução dos choques entre as normas jurídicas, a saber: critério cronológico; critério da
especialidade e critério hierárquico.

(C) A antinomia de 1º grau, ocorre quando há choque de normas válidas que envolve dois
metacritérios.

(D) A antinomia real se dá na situação em que não se pode resolver o conflito de acordo com os
metacritérios cronológico, especialidade e hierárquico.

(E) Em havendo choque entre os critérios hierárquico e da especialidade, um dos caminhos


disponíveis para a solução da antinomia real, pelo Poder Legislativo é a edição de uma terceira
norma, dizendo qual das duas normas em conflito deve ser aplicada.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA – Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora Método,
2015, pag. 52:

“A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade


competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto
(lacunas de colisão).”

LETRA B: CORRETA – Ainda conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora
Método, 2015, pag. 52:

“Pois bem, aqui serão utilizadas as regras de teoria geral de direito muito bem expostas na obra
Conflito de normas, da Professora Maria Helena Diniz, sendo certo que por diversas vezes esse
trabalho será utilizado para a compreensão dos novos conceitos privados, que emergiram com a nova
codificação. Assim, serão aqui estudados os conceitos básicos de solução desses conflitos, os
metacritérios clássicos construídos por Norberto Bobbio, em sua Teoria do ordenamento jurídico,
para a solução dos choques entre as normas jurídicas, a saber:

critério cronológico: norma posterior prevalece sobre norma anterior;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
critério da especialidade: norma especial prevalece sobre norma geral;

critério hierárquico: norma superior prevalece sobre norma inferior.

LETRA C: INCORRETA – Novamente conforme lições de Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª
edição, editora Método, 2015, pag. 52:

“Antinomia de 2.º grau: choque de normas válidas que envolve dois dos critérios analisados.”

LETRA D: CORRETA – Mais uma vez, conforme lições de Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª
edição, editora Método, 2015, pag. 53:

“Antinomia real: situação que não pode ser resolvida de acordo com os metacritérios antes expostos.”

LETRA E: CORRETA – Por fim, conforme lições de Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição,
editora Método, 2015, págs. 54 e 55:

“Desse modo, em havendo choque entre os critérios hierárquico e da especialidade, dois caminhos de
solução podem ser dados no caso de antinomia real, um pelo Poder Legislativo e outro pelo Poder
Judiciário. Vejamos:

Solução do Poder Legislativo – cabe a edição de uma terceira norma, dizendo qual das duas normas
em conflito deve ser aplicada.

Solução do Poder Judiciário – o caminho é a adoção do princípio máximo de justiça, podendo o


magistrado, o juiz da causa, de acordo com a sua convicção e aplicando os arts. 4.º e 5.º da Lei de
Introdução, adotar uma das duas normas, para solucionar o problema.”

2. João efetuou a compra de um pequeno sítio no Município de Iguapu, onde pretendia realizar
cultivo agrícola para o sustento de sua família. No entanto, após a finalização do negócio,
descobriu que o imóvel se encontra em uma área de preservação permanente e que não poderá
utilizá-lo da maneira que planejou. Neste caso, é possível afirmar que afirmar que o negócio
jurídico pode ser anulado por:

(A) Lesão.

(B) Dolo.

(C) Estado de Perigo.

(D) Erro essencial.

(E) Erro acidental.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

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LETRA A: INCORRETA – Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora
Método, 2015, pag. 200:

“Dispõe o art. 157, caput, da atual codificação privada que “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta”.

(...) Pois bem, para a caracterização da lesão é necessária a presença de um elemento objetivo,
formado pela desproporção das prestações, a gerar uma onerosidade excessiva, um prejuízo a uma
das partes; bem como um elemento subjetivo: a premente necessidade ou inexperiência, conforme
previsto no caput do art. 157.”

Da leitura do caso proposto pela questão, não há que se falar em lesão, portanto, incorreta a
assertiva.

LETRA B: Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora Método, 2015, pag.
194, temos:

“O dolo pode ser conceituado como sendo o artifício ardiloso empregado para enganar alguém, com
intuito de benefício próprio. O dolo é a arma do estelionatário, como diziam os antigos civilistas. De
acordo com o art. 145 do CC, o negócio praticado com dolo é anulável, no caso de ser este a sua
causa. Esse dolo, causa do negócio jurídico, é conceituado como dolo essencial, substancial ou
principal (dolus causam). Em casos tais, uma das partes do negócio utiliza artifícios maliciosos, para
levar a outra a praticar um ato que não praticaria normalmente, visando a obter vantagem,
geralmente com vistas ao enriquecimento sem causa. Traduz um poder de autodeterminação e de
discernimento, reunindo capacidades físicas e psíquicas de compreender as consequências de seus
atos. É o discernimento, a capacidade de distinguir os lícitos dos ilícitos, direcionando sua vida de
acordo com seus interesses.”

Assim, incorreta a assertiva, pois o caso proposto não se enquadra no conceito de dolo.

LETRA C: INCORRETA. Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora
Método, 2015, pag. 198:

“De acordo com o art. 156 do CC, haverá estado de perigo toda vez que o próprio negociante, pessoa
de sua família ou pessoa próxima estiver em perigo, conhecido da outra parte, sendo este a única
causa para a celebração do negócio. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do contratante,
o juiz decidirá segundo as circunstâncias fáticas e regras da razão (art. 156, parágrafo único, do CC).
Conforme outrora demonstrado, há regra semelhante para a coação moral, no art. 151, parágrafo
único, do CC. Pois bem, no estado de perigo, o negociante temeroso de grave dano ou prejuízo acaba
celebrando o negócio, mediante uma prestação exorbitante, presente a onerosidade excessiva
(elemento objetivo). Para que tal vício esteja presente, é necessário que a outra parte tenha
conhecimento da situação de risco que atinge o primeiro, elemento subjetivo que diferencia o estado
de perigo da coação propriamente dita e da lesão.”

Portanto, incorreta a assertiva, pois não há nenhuma situação de perigo envolvida no caso descrito.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA D: CORRETA - Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora Método,
2015, pag. 192, temos:

“O erro merece o mesmo tratamento legal da ignorância, que é um desconhecimento total quanto
ao objeto do negócio. As hipóteses correlatas são tratadas pela lei como sinônimas, equiparadas. Nos
dois casos, a pessoa engana-se sozinha, parcial ou totalmente, sendo anulável o negócio toda vez que
o erro ou a ignorância for substancial ou essencial, nos termos do art. 139 do CC, a saber:

Interessar à natureza do negócio (error in negotia), ao objeto principal da declaração (error in


corpore), ou a alguma das qualidades a ele essenciais (error in substantia). Exemplo: comprar
bijuteria pensando tratar-se de ouro (comprar gato por lebre). Disser respeito à identidade ou à
qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído
nesta de modo relevante (erro quanto à pessoa ou error in persona). Exemplo: ignorar um vício
comportamental de alguém e celebrar o casamento com essa pessoa. O art. 1.557 do CC traz as
hipóteses que podem motivar a anulação do casamento por erro. Constituir erro de direito e não
implicar em recusa à aplicação da lei, sendo o motivo único ou causa principal do negócio jurídico
(erro de direito ou error iuris).

Como se observa, como novidade, o Código Civil de 2002 reconhece a possibilidade de o erro de direito
anular um determinado negócio, desde que preenchidos os requisitos apontados. Repise-se que a
regra do art. 139, III, do CC, constitui exceção ao princípio da obrigatoriedade da lei, retirado do art.
3.º da Lei de Introdução, pelo qual ninguém pode deixar de cumprir a lei alegando não conhecê-la. A
título de exemplo, imagine-se o caso de um locatário de imóvel comercial que celebra novo contrato
de locação, mais oneroso, pois pensa que perdeu o prazo para a ação renovatória. Sendo leigo no
assunto, o locatário assim o faz para proteger o seu ponto empresarial. Pois bem, cabe a alegação de
erro de direito essencial ou substancial, a motivar a anulação desse novo contrato.

Dessa forma, pode-se afirmar que o caso proposto se enquadra perfeitamente no conceito de erro
essencial, cabendo a João utilizar-se do instituto para anular o negócio jurídico efetuado mediante
erro essencial.

LETRA E: INCORRETA - Conforme Flávio Tartuce em Manual de Direito Civil, 5ª edição, editora
Método, 2015, pag. 192, temos:

“Sabe-se que o erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais do negócio
jurídico. O erro acidental não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua validade.
Ao contrário do erro essencial, no erro acidental o contrato é celebrado mesmo sendo conhecido pelos
contratantes. O erro acidental está previsto no art. 142 do Código, eis que nos casos de erro quanto
ao objeto (error in corpore) e de erro quanto à pessoa (error in persona), não se anulará o negócio
jurídico quando for possível a identificação dessa coisa ou pessoa posteriormente. O motivo de um
negócio jurídico pode ser conceituado como sendo a razão pessoal da sua celebração, estando no seu
plano subjetivo. Ensina Zeno Veloso, citando Clóvis Beviláqua, que, “os motivos do ato são do domínio
da psicologia e da moral. O direito não os investiga, nem lhes sofre influência; exceto quando fazem
parte integrante do ato, quer apareçam como razão dele, quer como condição de que ele dependa”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O motivo, portanto, diferencia-se da causa do negócio, que está no plano objetivo. Ilustrando, quando
se analisa um contrato de compra e venda, a causa é a transmissão da propriedade. Os motivos
podem ser os mais variados, de ordem pessoal das partes: o preço está bom, o imóvel é bem
localizado, o comprador quer comprá-lo para presentear alguém etc.

Incorreta a assertiva. No caso da questão o erro é essencial e não acidental.

3. Considerando a legislação e jurisprudência dos Tribunais Superiores acerca da


responsabilidade civil, julgue os itens e assinale a alternativa correta:

I) Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.

II) A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do
arbitramento.

III) Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade


extracontratual.

IV) A atualização monetária do valor da indenização por danos materiais deve incidir a part ir
da data do ajuizamento da ação.

V) Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

(A) Estão corretos os itens I, IV e V.

(B) Estão corretos os itens I, II e V.

(C) Estão corretos os itens II, IV e V.

(D) Todos os itens estão corretos.

(E) Todos os itens estão incorretos.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ITEM I: CORRETO – Súmula 43, do STJ:

“Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.”

ITTEM II: CORRETO – Súmula 362, STJ:

“A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data do


arbitramento."

ITEM III: CORRETO. Súmula 54, do STJ:

“Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade


extracontratual.”

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ITEM IV: CORRETO. Súmula 388, STJ:

“A atualização monetária do valor da indenização por danos materiais deve incidir a partir da
data do ajuizamento da ação.”

ITEM V: CORRETO. Art. 405, Código Civil.

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

4. Pedro tem em seu patrimônio um único imóvel onde reside sozinho, visto que é solteiro. Ele
prestou fiança ao seu sobrinho Luca, em um contrato de locação de imóvel urbano com fins
residenciais que havia sido pactuado pelo prazo inicial de trinta meses. Foi estabelecido no
contrato, que o fiador ficaria responsável até a entrega das chaves, bem como constou a
renúncia ao benefício de ordem. O contrato prorrogou-se por prazo indeterminado. Após a
prorrogação, Luca deixou de pagar oito prestações. Diante deste caso, considerando a
legislação correlata e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é correto afirmar que
Pedro:

(A) Não tem direito à proteção do bem de família, em razão de não estar dentro da abrangência da
proteção legal à família e poderá ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas deixadas em
aberto por Luca.

(B) Poderá ser cobrado pela dívida, mas não diretamente, pois o credor precisará acionar
primeiramente o devedor principal, diante da ilegalidade da renúncia ao benefício de ordem e,
caso Luca não tenha patrimônio suficiente, Pedro poderá valer-se da proteção do bem de família
por se tratar de seu único bem imóvel com finalidade de moradia

(C) Não poderá ser cobrado pela dívida, uma vez que o débito foi posterior ao prazo determinado
no contrato originário, de modo que cessou a sua responsabilidade como fiador.

(D) Poderá ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas deixadas em aberto por Luca, mas
tem direito à proteção do bem de família por se tratar de seu único bem imóvel com finalidade de
moradia.

(E) Poderá ser cobrado diretamente pelo locador pelas parcelas deixadas em aberto por Luca, e
não tem direito à proteção do bem de família no caso, em razão da origem da dívida.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A - INCORRETA. A primeira parte da assertiva está incorreta. Apesar de Pedro ser solteiro, seu
imóvel está dentro da abrangência da proteção legal à família, nos termos da Súmula 364 STJ:
"O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a
pessoas solteiras, separadas e viúvas.”

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LETRA B – INCORRETA. A renúncia ao benefício de ordem é válida, nos termos dos artigos 827 e 828,
do Código Civil:
“Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da
lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.

Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear
bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o
débito.

Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:

I - se ele o renunciou expressamente;

II - se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;

III - se o devedor for insolvente, ou falido.”

Ademais, Pedro não poderá se valer da proteção do bem de família, nos termos do art. 3º da Lei nº
8.009/90:

“Art. 3º - A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal,


previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação.”

E ainda, de acordo com a Súmula 549, STJ: “É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador
de contrato de locação.”
LETRA C – INCORRETA: Conforme art. 39, Lei nº 8.245/91, Pedro continuará responsável como fiador,
ao menos que se manifeste em contrário:
“Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende até
a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado, por força
desta Lei.”
LETRA D: INCORRETA. Não tem direito ao benefício da proteção ao bem de família. Vide comentário
no item B.
LETRA E: CORRETA. Sobre o tema vide Resp. 1.607.422-SP:

RECURSO ESPECIAL Nº 1.607.422 - SP (2016/0154232-6)


RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHI
RECORRENTE : ELCIO SILVA DE MELO
RECORRENTE : MARIA LUIZA CHAGAS DE MELO
ADVOGADO : MAURÍCIO CORRÊA - SP222181
RECORRIDO : WAGNER GUILHERME GONCALES
ADVOGADOS: ANDRE CARNEIRO SBRISSA - SP276262 CAROLINA MARANGONI DOS SANTOS -
SP329051
INTERES.: JAIME DA SILVA MELO INTERES.: IRIA AGLAIR CHAGAS DA SILVA MELO

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ADVOGADOS: WATSON ROBERTO FERREIRA - SP089287 CARLOS ANTÔNIO DE OLIVEIRA - SP154523
EMENTA
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO CUMULADA COM
COBRANÇA DE ALUGUÉIS E ACESSÓRIOS. ADITAMENTOS CONTRATUAIS PREVENDO A
PRORROGAÇÃO CONTRATUAL E MAJORAÇÃO DO ENCARGO. AUSÊNCIA DE DISPOSIÇÃO
CONTRATUAL QUE AFASTE A RESPONSABILIDADE DOS FIADORES ATÉ A EFETIVA ENTREGA DAS
CHAVES. PRORROGAÇÃO DA GARANTIA. ART. 39 DA LEI 8.245/91. 1. Ação ajuizada em 13/03/2015.
Recurso especial concluso ao gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/73. 2. O propósito recursal
é definir se os recorrentes, fiadores de contrato de locação, devem ser solidariamente responsáveis
pelos débitos locativos, ainda que não tenham anuído com o aditivo contratual que previa a
prorrogação do contrato, bem como a majoração do valor do aluguel. 3. O art. 39 da Lei 8.245/91
dispõe que, salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da locação se estende
até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a locação por prazo indeterminado. 4. Da
redação do mencionado dispositivo legal depreende-se que não há necessidade de expressa
anuência dos fiadores quanto à prorrogação do contrato quando não há qualquer disposição
contratual que os desobrigue até a efetiva entrega das chaves. 5. Ademais, a própria lei, ao
resguardar a faculdade do fiador de exonerar-se da obrigação mediante a notificação resilitória,
reconhece que a atitude de não mais responder pelos débitos locatícios deve partir do próprio fiador,
nos termos do art. 835 do CC/02. 6. Na hipótese sob julgamento, em não havendo cláusula contratual
em sentido contrário ao disposto no art. 39 da Lei de Inquilinato – isto é, que alije os fiadores da
responsabilidade até a entrega das chaves – tampouco, a exoneração da fiança por parte dos
garantes, deve prevalecer o disposto na lei especial quanto à subsistência da garantia prestada.
Recurso especial conhecido e não provido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos,
acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e das notas taquigráficas constantes dos autos, prosseguindo no julgamento, após o voto-vista do Sr.
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, conhecer do recurso especial e negar-lhe
provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Paulo de Tarso
Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva, Marco Aurélio Bellizze e Moura Ribeiro votaram com a Sra.
Ministra Relatora.
Brasília (DF), 17 de outubro de 2017(Data do Julgamento) MINISTRA NANCY ANDRIGHI Relatora
Disponível em:
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1637
107&num_registro=201601542326&data=20171117&formato=PDF.

5. Considerando as disposições gerais do negócio jurídico e a prova dos fatos jurídicos,


conforme o Código Civil é correto afirmar:

(A) A escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de qualquer valor.

(B) As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos


signatários e terceiros neles mencionados.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de
declaração da vontade, e, ainda que impugnada sua autenticidade, dispensa a exibição do original.

(D) O instrumento particular, feito por terceiro e somente assinado por quem esteja na livre
disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor.

(E) Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios
jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em
que foram celebrados.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: INCORRETA. Art. 108, do Código Civil:

“Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”

LETRA B: INCORRETA. Art. 219, do Código Civil. Não há menção aos terceiros.

“Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação


aos signatários.”

LETRA C: INCORRETA. Art. 223, do Código Civil:

“A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de notas, valerá como prova de declaração
da vontade, mas, impugnada sua autenticidade, deverá ser exibido o original.

Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do original, nos casos em que
a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercício do direito à sua exibição.”

LETRA D: CORRETA. Art. 221, primeira parte, do Código Civil:

“Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado por quem esteja na livre
disposição e administração de seus bens, prova as obrigações convencionais de qualquer valor (...)”

LETRA E: INCORRETA. O art. 227, do Código Civil, que possuía essa redação, foi revogado pelo NCPC:

“Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios
jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em
que foram celebrados. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível
como subsidiária ou complementar da prova por escrito.”

6. Considerando o tema prescrição e decadência no Direito Civil, assinale a alternativa correta:

(A) Os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(B) É ilícita a renúncia a decadência fixada em lei.

(C) A prescrição, depois de consumada, admite renúncia tácita, quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.

(D) A prescrição não corre entre os cônjuges até o momento do divórcio ou de outra causa extintiva
do matrimônio.

(E) A decadência não pode ser conhecida de ofício.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA A - INCORRETA. Art. 192, do Código Civil. Não podem ser alterados:

“Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.”

LETRA B - INCORRETA. Art. 209, do Código Civil. É nula e não ilícita:

“Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei”.

LETRA C: CORRETA - Art. 191, do Código Civil:

“Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo
de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.”

LETRA D - INCORRETA. Art. 197, I, do Código Civil

Art. 197. Não corre a prescrição:

I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;

O artigo não menciona expressamente o divórcio ou outra causa extintiva do matrimônio. A


sociedade conjugal é aquela em que um homem e uma mulher se unem com o ânimo de constituir
família. Esta sociedade não é sinônima de casamento.

LETRA E - INCORRETA. Art. 210, do Código Civil:

“Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.”

7. Considerando um contrato de empréstimo firmado pelo Banco ABC e pelos devedores “X”, “Y”
e “Z”, que são irmãos e devedores solidários, em caso de inadimplemento é correto afirmar:

(A) O Banco ABC poderá cobrar somente um terço da dívida toda de “X”, devendo o restante ser
cobrado de “Y” e “Z”, por meio de ações autônomas.

(B) O Banco ABC deverá, necessariamente, cobrar a dívida dos devedores “X”, “Y” e “Z”,
conjuntamente, pois foi firmada um único contrato entre eles.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) O Banco ABC poderá cobrar a dívida toda de “X”, porém importará em renúncia do valor em
relação aos devedores “Y” e “Z”.

(D) A solidariedade deve resultar exclusivamente da lei. Portanto, a cláusula contratual referente
a solidariedade será considerada nula de pleno direito.

(E) O Banco ABC poderá cobrar a dívida toda de “X”, o que não importará em renúncia da
solidariedade.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRAS A, B, C e D: INCORRETAS.

LETRA E: CORRETA. Art. 265 c/c 275 “caput” e parágrafo único do Código Civil:

“Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.”

“Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam
obrigados solidariamente pelo resto.

Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra
um ou alguns dos devedores.”

8. No que se refere aos alimentos no Direito Civil, assinale a alternativa correta, com base
exclusivamente na legislação sobre a matéria:

(A) Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e,
faltando estes, aos parentes colaterais até o terceiro grau, inclusive.

(B) Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.

(C) O novo casamento do cônjuge devedor extingue a obrigação alimentar constante da sentença
de divórcio.

(D) Os alimentos provisórios serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.

(E) A obrigação de prestar alimentos não se transmite aos herdeiros do devedor.

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

LETRA A - INCORRETA. Art. 1.697, do Código Civil:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de
sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.”

LETRA B - CORRETA. Art. 1.707, do Código Civil:

“Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.”

LETRA C- INCORRETA. Art. 1.709, do Código Civil.

“Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação constante da sentença
de divórcio.”

LETRA D - INCORRETA. Art. 1.706, do Código Civil.

“Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual.”

Não se deve confundir os alimentos provisionais com os alimentos provisórios. Vale lembrar a
diferença:

Alimentos provisórios

- São aqueles fixados antes da sentença na ação de alimentos que segue o rito especial previsto
na Lei de Alimentos (Lei 5.478/1968).
- Exigem-se prova pré-constituída do parentesco (certidão de nascimento) ou do casamento
(certidão de casamento).

- Tem natureza de antecipação dos efeitos da sentença (tutela de urgência satisfativa), antecipando
os efeitos da sentença definitiva.

- Com o Novo CPC ainda tem repercussão prática a presente classificação.

Alimentos provisionais

- São aqueles estipulados em outras ações que não seguem o rito especial previsto na Lei de
Alimentos (Lei 5.478/1968), visando manter a parte que os pleiteia no curso da lide (ad litem).
- São fixados por meio de antecipação de tutela ou em liminar concedida em medida cautelar de
separação de corpos em ações em que não há a prova pré-constituída do parentesco (certidão de
nascimento) ou do casamento (certidão de casamento), caso da ação de investigação de
paternidade ou da ação de reconhecimento e dissolução da união estável.

- Dispõe o artigo 1.706 do CC: "os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei
processual".
- Tem natureza satisfativa, antecipando os efeitos da sentença definitiva (igual aos alimentos
provisórios da Lei de Alimentos).
LETRA E: INCORRETA. Art.1.700, do Código Civil:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do
art. 1.694.”

“Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de
que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.

§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da
pessoa obrigada.

§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade


resultar de culpa de quem os pleiteia.”

9. Considerando o tema tutela, curatela e tomada de decisão apoiada, analise os itens e assinale a
alternativa correta:

I) O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto e a nomeação deve constar de
testamento ou de qualquer outro instrumento público ou particular.

II) É anulável a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha o
poder familiar.

III) Estão sujeitos a curatela somente aqueles que, por causa permanente, não puderem exprimir
a sua vontade.

IV) Na tomada de decisão apoiada a pessoa com deficiência deve eleger no mínimo 2 (duas) e no
máximo 4 (quatro) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes
os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

V) Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência
de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, independentemente de
oitiva do Ministério Público, decidir sobre a questão.

(A) Estão incorretos os itens I, III, IV e V.

(B) Estão incorretos os itens I, II, III, IV e V.

(C) Estão incorretos somente os itens II, IV e V.

(D) Estão incorretos somente os itens I, III e IV.

(E) Estão incorretos somente os itens I, II e IV.

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ITEM I: INCORRETO. Art. 1.729 “caput” e parágrafo único, do Código Civil:

“Art. 1.729. O direito de nomear tutor compete aos pais, em conjunto.

Parágrafo único. A nomeação deve constar de testamento ou de qualquer outro documento


autêntico.”

ITEM II: INCORRETO. Art. 1.730, do Código Civil. É nulo e não anulável:

“Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo pai ou pela mãe que, ao tempo de sua morte, não tinha
o poder familiar.”

ITEM III: INCORRETO. Art. 1.767, I, do Código Civil:

Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:

I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;

ITEM IV: INCORRETO. Art. 1.783-A, “caput”, do Código Civil. Não há limite máximo, somente mínimo.

“Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança,
para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos
e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.”

ITEM V: INCORRETO. Art. 1.783-A, §6º, do Código Civil. Deve ouvir o Ministério Público:

“§ 6o - Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência
de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público,
decidir sobre a questão.”

10. Acerca dos direitos reais é correto afirmar que a propriedade dos automóveis só se adquire
com:

(A) a inscrição no CRV (Certificado de Registro de Veículos).

(B) a inscrição no DETRAN (Departamento de Trânsito).

(C) o pagamento do preço.

(D) a entrega do termo de quitação.

(E) a tradição do bem.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA “A”, “B”, “C” E “D” – INCORRETAS

LETRA “E” – CORRETA. Art. 1.226, do Código Civil:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só
se adquirem com a tradição.”

11. Assinale a alternativa correta, considerando a atual jurisprudência do Supremo Tribunal


Federal acerca da alteração do nome no registro civil:

(A) Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização,


ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do
prenome, mas não do gênero (sexo), diretamente no registro civil.

(B) Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização,


ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do
gênero (sexo), mas não do prenome, diretamente no registro civil.

(C) Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização,


ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do
prenome e do gênero (sexo), diretamente no registro civil.

(D) O direito dos transexuais à retificação do prenome e do gênero (sexo) no registro civil é
condicionado à exigência de realização da cirurgia de transgenitalização

(E) Ainda que tenha realizado a cirurgia de transgenitalização, os transexuais ou transgêneros não
poderão retificar o gênero (sexo), mas somente o nome no registro civil.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA “A”, “B”, “D” e “E” – INCORRETAS.

LETRA “C” – CORRETA. Sobre o tema, vide os comentários extraídos do site Dizer o Direito no
informativo 892, do STF:

“Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou


da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do
prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil. (STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892).

Transgênero é o indivíduo que possui características físicas sexuais distintas das características
psíquicas

É uma pessoa que não se identifica com o seu gênero biológico. A pessoa sente que ela nasceu no
corpo errado. Ex: o menino nasceu fisicamente como menino, mas ele se sente como uma menina.
Assim, o transgênero tem um sexo biológico, mas se sente como se fosse do sexo oposto e espera ser
reconhecido e aceito como tal. Transexual Da mesma forma, o transexual também possui
características físicas sexuais distintas das características psíquicas. Ele também não se identifica com

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
o seu gênero biológico. Não existe ainda uma uniformidade científica, no entanto, segundo a posição
majoritária, a diferença entre o transgênero e o transexual é a seguinte:

Resumindo:

• transgênero: quer poder se expressar e ser reconhecido como sendo do sexo oposto, mas não tem
necessidade de modificar sua anatomia.

• transexual: quer poder se expressar e ser reconhecido como sendo do sexo oposto e deseja modificar
sua anatomia (seu corpo) por meio da terapia hormonal e/ou da cirurgia de redesignação sexual
(transgenitalização).

Identidade de gênero significa a maneira como alguém se sente e a maneira como deseja ser
reconhecida pelas demais pessoas, independentemente do seu sexo biológico.

“A identidade de gênero se refere à experiência de uma pessoa com o seu próprio gênero. Pessoas
transgênero possuem uma identidade de gênero que é diferente do sexo que lhes foi designado no
momento de seu nascimento. Uma pessoa transgênero ou trans pode identificar-se como homem,
mulher, trans-homem, trans-mulher, como pessoa não-binária ou com outros termos, tais como hijra,
terceiro gênero, dois-espíritos, travesti, fa’afafine, gênero queer, transpinoy, muxe, waria e meti.
Identidade de gênero é diferente de orientação sexual. Pessoas trans podem ter qualquer orientação
sexual, incluindo heterossexual, homossexual, bissexual e assexual.”

(Nota Informativa das Nações Unidas. Disponível em https://unfe.org/system/unfe91-


Portugese_TransFact_FINAL.pdf?platform=hootsuite).

Se o transexual faz a cirurgia de transgenitalização, ele poderá alterar o prenome e o sexo/gênero


nos assentos do registro civil?

SIM. Essa possibilidade já foi reconhecida há muitos anos pelo STJ: (...) A interpretação conjugada dos
arts. 55 e 58 da Lei n. 6.015/73 confere amparo legal para que transexual operado obtenha
autorização judicial para a alteração de seu prenome, substituindo-o por apelido público e notório
pelo qual é conhecido no meio em que vive. (...) STJ. 4ª Turma. REsp 737.993/MG, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 10/11/2009.

Sendo realizada a retificação do registro, os documentos serão alterados e neles não constará
nenhuma menção quanto à troca do sexo. E se não foi feita a cirurgia? Imagine a seguinte situação
hipotética: Mário, pessoa maior de idade que se identifica como transgênero mulher, ajuizou ação de
retificação de registro de nascimento para troca do prenome e do sexo masculino para o feminino.
Na inicial, narrou que, desde tenra idade, embora nascida com a genitália masculina e nesse gênero
registrada, sempre demonstrara atitudes de criança do sexo feminino. Afirmou que foi diagnosticada
como portadora de "transtorno de identidade de gênero". Mário nunca realizou a cirurgia de
transgenitalização

Alegou que sofre muitos transtornos porque sente-se como mulher, veste-se como mulher, mas os
dados que constam em seus documentos são masculinos (nome e sexo).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Na ação, Mário pediu para que seu prenome seja alterado para Mariana e seu sexo para feminino.
Contudo, o empecilho que encontrou foi pelo fato de que não fez a cirurgia de transgenitalização nem
deseja realizar. A questão jurídica enfrentada, portanto, pelo STJ foi a seguinte: é possível que o
transgênero altere seu nome e o gênero no assento de registro civil mesmo que não faça a cirurgia
de transgenitalização?

SIM. Inicialmente o STJ decidiu que: O direito dos transexuais à retificação do prenome e do
sexo/gênero no registro civil não é condicionado à exigência de realização da cirurgia de
transgenitalização. STJ. 4ª Turma. REsp 1.626.739-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
9/5/2017 (Info 608).

Agora, o STF avançou sobre o tema e, de forma mais ampla, utilizou a expressão transgênero,
afirmando que: Os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de
transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito
à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil.

STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado
em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892).

Premissas da decisão do STF:

1) O direito à igualdade sem discriminações abrange a identidade ou a expressão de gênero. O


respeito à identidade de gênero é uma decorrência do princípio da igualdade.

2) A identidade de gênero é uma manifestação da própria personalidade da pessoa humana. Logo,


cabe ao Estado apenas o papel de reconhecê-la, nunca de constituí-la. Isso significa que o Estado não
diz o gênero da pessoa, ele deve apenas reconhecer o gênero que a pessoa se enxerga.

3) A pessoa não deve provar o que é, e o Estado não deve condicionar a expressão da identidade a
qualquer tipo de modelo, ainda que meramente procedimental. Assim, se cabe ao Estado apenas o
reconhecimento dessa identidade, ele não pode exigir ou condicionar a livre expressão da
personalidade a um procedimento médico ou laudo psicológico. A alteração dos assentos no registro
público depende apenas da livre manifestação de vontade da pessoa que visa expressar sua
identidade de gênero.

Fundamentos jurídicos:

Constituição Federal • direito à dignidade (art. 1º, III, da CF); • direito à intimidade, à vida privada, à
honra e à imagem (art. 5º, X, da CF).

Pacto de São José da Costa Rica • direito ao nome (artigo 18); • direito ao reconhecimento da
personalidade jurídica (artigo 3); • direito à liberdade pessoal (artigo 7.1 do Pacto); • o direito à honra
e à dignidade (artigo 11.2 do Pacto).

Opinião Consultiva 24/17 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, sobre “Identidade de Gênero
e Igualdade e Não Discriminação a Casais dos Mesmo Sexo”, publicada em 24.11.2017, na qual se
definiram as obrigações estatais em relação à mudança de nome, à identidade de gênero e os direitos

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
derivadas de um vínculo entre casais do mesmo sexo. Veja trecho da Opinião Consultiva: “(...) a Corte
Interamericana deixa estabelecido que a orientação sexual e a identidade de gênero, assim como a
expressão de gênero, são categorias protegidas pela Convenção.

Por isso está proibida pela Convenção qualquer norma, ato ou prática discriminatória baseada na
orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero da pessoa. Em consequência,
nenhuma norma, decisão ou prática do direito interno, seja por parte das autoridades estatais ou por
particulares, podem diminuir ou restringir, de modo algum, os direitos de uma pessoa à sua
orientação sexual, sua identidade de gênero e/ ou sua expressão de gênero”. (par. 78). “O
reconhecimento da identidade de gênero pelo Estado é de vital importância para garantir o gozo
pleno dos direitos humanos das pessoas trans, incluindo a proteção contra a violência, a tortura e
maus tratos, o direito à saúde, à educação, ao emprego, à vivência, ao acesso a seguridade social,
assim como o direito à liberdade de expressão e de associação.” Interpretação conforme a
Constituição e o Pacto de São José da Costa Rica O art. 58 da Lei nº 6.015/73 (Lei dos Registros
Públicos) prevê: Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por
apelidos públicos notórios. O STF, contudo, afirmou que se deve fazer uma nova interpretação desse
art. 58 à luz da Constituição Federal e do Pacto de São José da Costa Rica. Exigir cirurgia ou outros
procedimentos é contrário à dignidade da pessoa humana O Estado deve abster-se de interferir em
condutas que não prejudicam a terceiros e, ao mesmo tempo, buscar viabilizar as concepções e os
planos de vida dos indivíduos, preservando a neutralidade estatal. Mostra-se contrário aos princípios
da dignidade da pessoa humana, da integridade física e da autonomia da vontade condicionar o
exercício do legítimo direito à identidade à realização de um procedimento cirúrgico ou de qualquer
outro meio de se atestar a identidade de uma pessoa. Inadmitir a alteração do gênero no assento de
registro civil é atitude absolutamente violadora de sua dignidade e de sua liberdade de ser, na medida
em que não reconhece sua identidade sexual, negando-lhe o pleno exercício de sua afirmação pública.
Opinião Consultiva Conforme consta da Opinião Consultiva 24/17 da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, os Estados (países) têm a possibilidade de decidir qual é o procedimento que será adotado
para a retificação do sexo ou nos registros e documentos. No entanto, segundo a opinião, o
procedimento de alteração adotado pelo Estado (inclusive o Brasil) deve cumprir os seguintes
requisitos: a) o procedimento deve respeitar a identidade de gênero auto-percebida pela pessoa
requerente; b) deve estar baseado unicamente no consentimento livre e informado do solicitante sem
que se exijam requisitos como certificações médicas ou psicológicas ou outros que possam resultar
irrazoáveis ou patologizantes; c) deve ser confidencial e os documentos não podem fazer remissão às
eventuais alterações; d) deve ser expedito (célere), e na medida do possível, gratuito; e e) não deve
exigir a realização de operações cirúrgicas ou hormonais. O Colegiado assentou seu entendimento
nos princípios da dignidade da pessoa humana, da inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da
honra e da imagem, bem como no Pacto de São José da Costa Rica. Vimos acima que o transgênero
não precisa fazer cirurgia para requerer a alteração do prenome e do sexo. Ok.

Uma última pergunta, apenas para não ficar dúvidas: a pessoa transgênera precisa de autorização
judicial para essa alteração?

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
NÃO. O STF entendeu que exigir do transgênero a via jurisdicional para realizar essa alteração
representaria limitante incompatível com a proteção que se deve dar à identidade de gênero. O
pedido de retificação é baseado unicamente no consentimento livre e informado do solicitante, sem
a necessidade de comprovar nada.

(Disponível em: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/04/info-892-stf.pdf)

12. Denis viveu em união estável com Cristiane desde 1985 e não tiveram filhos. Com o
falecimento de Denis, a ex-companheira Cristiane requer seja considerada a única herdeira.
Porém, Denis tinha dois primos colaterais em quarto grau, que pleiteiam dois terços da
herança. Considerando que Denis não possuía mais nenhum herdeiro, é correto afirmar que:

(A) O pedido de Cristiane deve ser deferido, uma vez que, recentemente, o Supremo Tribunal
Federal, decidiu ser inconstitucional a diferenciação de regimes sucessórios entre cônjuges e
companheiros, devendo ser aplicado em ambos os casos o regime jurídico estabelecido para os
cônjuges.

(B) Deve ser deferido o pedido dos colaterais de quarto grau, pois não se aplica a igualdade jurídica
entre cônjuges e companheiros, uma vez que a união estável do casal teve início em 1985,
anteriormente à atual Constituição Federal.

(C) O pedido dos colaterais de quarto grau deve ser deferido, cabendo-lhes dois terços da herança
e um terço a Cristiane, sem prejuízo de sua eventual meação, pois os regimes sucessórios entre
cônjuges e companheiros são diversos e considerados constitucionais no atual sistema jurídico.

(D) O pedido de Cristiane deve ser deferido, em razão de que os parentes colaterais de quarto grau,
não são sucessíveis, em nenhuma hipótese, devendo ela ser considerada herdeira única de seu
companheiro falecido.

(E) Os parentes de quarto grau têm direito a metade da herança, cabendo a outra metade a
Cristiane, sem prejuízo de sua eventual meação, pois a união estável do casal teve início
anteriormente ao atual Código Civil e respectivo regime sucessório dos companheiros.

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

LETRA “A” – CORRETA. Sobre o tema vide Recursos Extraordinários (REs) 646721 e 878694, julgados
pelo STF em maio/2017:

Julgamento afasta diferença entre cônjuge e companheiro para fim sucessório

“O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu julgamento que discute a equiparação entre cônjuge e
companheiro para fins de sucessão, inclusive em uniões homoafetivas. A decisão foi proferida no
julgamento dos Recursos Extraordinários (REs) 646721 e 878694, ambos com repercussão geral

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
reconhecida. No julgamento realizado nesta quarta-feira (10), os ministros declararam
inconstitucional o artigo 1.790 do Código Civil, que estabelece diferenças entre a participação do
companheiro e do cônjuge na sucessão dos bens.
O RE 878694 trata de união de casal heteroafetivo e o RE 646721 aborda sucessão em uma relação
homoafetiva. A conclusão do Tribunal foi de que não existe elemento de discriminação que justifique
o tratamento diferenciado entre cônjuge e companheiro estabelecido pelo Código Civil, estendendo
esses efeitos independentemente de orientação sexual.
No julgamento de hoje, prevaleceu o voto do ministro Luís Roberto Barroso, relator do RE 878694,
que também proferiu o primeiro voto divergente no RE 646721, relatado pelo ministro Marco Aurélio.
Barroso sustentou que o STF já equiparou as uniões homoafetivas às uniões “convencionais”, o que
implica utilizar os argumentos semelhantes em ambos. Após a Constituição de 1988, argumentou,
foram editadas duas normas, a Lei 8.971/1994 e a Lei 9.278/1996, que equipararam os regimes
jurídicos sucessórios do casamento e da união estável.
O Código Civil entrou em vigor em 2003, alterando o quadro. Isso porque, segundo o ministro, o
código foi fruto de um debate realizado nos anos 1970 e 1980, anterior a várias questões que se
colocaram na sociedade posteriormente. “Portanto, o Código Civil é de 2002, mas ele chegou
atrasado relativamente às questões de família”, afirma.
“Quando o Código Civil desequiparou o casamento e as uniões estáveis, promoveu um retrocesso e
promoveu uma hierarquização entre as famílias que a Constituição não admite”, completou. O artigo
1.790 do Código Civil pode ser considerado inconstitucional porque viola princípios como a igualdade,
dignidade da pessoa humana, proporcionalidade e a vedação ao retrocesso.
No caso do RE 646721, o relator, ministro Marco Aurélio, ficou vencido ao negar provimento ao
recurso. Segundo seu entendimento, a Constituição Federal reconhece a união estável e o casamento
como situações de união familiar, mas não abre espaço para a equiparação entre ambos, sob pena
de violar a vontade dos envolvidos, e assim, o direito à liberdade de optar pelo regime de união. Seu
voto foi seguido pelo ministro Ricardo Lewandowski.
Já na continuação do julgamento do RE 878694, o ministro Marco Aurélio apresentou voto-vista
acompanhando a divergência aberta pelo ministro Dias Toffoli na sessão do último dia 30 março. Na
ocasião, Toffoli negou provimento ao RE ao entender que o legislador não extrapolou os limites
constitucionais ao incluir o companheiro na repartição da herança em situação diferenciada, e
tampouco vê na medida um retrocesso em termos de proteção social. O ministro Lewandowski
também votou nesse sentido na sessão de hoje.
Para fim de repercussão geral, foi aprovada a seguinte tese, válida para ambos os processos:
“No sistema constitucional vigente é inconstitucional a diferenciação de regime sucessório entre
cônjuges e companheiros devendo ser aplicado em ambos os casos o regime estabelecido no artigo
1829 do Código Civil.”

(Disponível: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=342982)

RE 646.721 - RS - RIO GRANDE DO SUL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 10/05/2017 Órgão Julgador: Tribunal Pleno
Publicação ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO
DJe-204 DIVULG 08-09-2017 PUBLIC 11-09-2017
Parte(s)
RECTE.(S) : SÃO MARTIN SOUZA DA SILVA
ADV.(A/S) : ROSSANO LOPES
RECDO.(A/S) : GENI QUINTANA
ADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO FERREIRA
ASSIST.(S) : ASSOCIAÇÃO DE DIREITO DE FAMILIA E DAS SUCESSÕES ? ADFAS
ADV.(A/S) : REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA

Ementa
Ementa: Direito constitucional e civil. Recurso extraordinário. Repercussão geral. Aplicação do
artigo 1.790 do Código Civil à sucessão em união estável homoafetiva. Inconstitucionalidade da
distinção de regime sucessório entre cônjuges e companheiros. 1. A Constituição brasileira
contempla diferentes formas de família legítima, além da que resulta do casamento. Nesse rol
incluem-se as famílias formadas mediante união estável, hetero ou homoafetivas. O STF já
reconheceu a “inexistência de hierarquia ou diferença de qualidade jurídica entre as duas formas
de constituição de um novo e autonomizado núcleo doméstico”, aplicando-se a união estável entre
pessoas do mesmo sexo as mesmas regras e mesas consequências da união estável heteroafetiva
(ADI 4277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, j. 05.05.2011) 2. Não é legítimo desequiparar, para
fins sucessórios, os cônjuges e os companheiros, isto é, a família formada pelo casamento e a
formada por união estável. Tal hierarquização entre entidades familiares é incompatível com a
Constituição de 1988. Assim sendo, o art. 1790 do Código Civil, ao revogar as Leis nº 8.971/1994
e nº 9.278/1996 e discriminar a companheira (ou o companheiro), dando-lhe direitos sucessórios
bem inferiores aos conferidos à esposa (ou ao marido), entra em contraste com os princípios da
igualdade, da dignidade humana, da proporcionalidade como vedação à proteção deficiente e da
vedação do retrocesso. 3. Com a finalidade de preservar a segurança jurídica, o entendimento ora
firmado é aplicável apenas aos inventários judiciais em que não tenha havido trânsito em julgado
da sentença de partilha e às partilhas extrajudiciais em que ainda não haja escritura pública. 4.
Provimento do recurso extraordinário. Afirmação, em repercussão geral, da seguinte tese: “No
sistema constitucional vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre
cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime estabelecido no art.
1.829 do CC/2002”.

Decisão

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O Tribunal, apreciando o tema 498 da repercussão geral, por maioria e nos termos do voto do
Ministro Roberto Barroso, que redigirá o acórdão, deu provimento ao recurso, para reconhecer de
forma incidental a inconstitucionalidade do art. 1.790 do CC/2002 e declarar o direito do
recorrente de participar da herança de seu companheiro em conformidade com o regime jurídico
estabelecido no art. 1.829 do Código Civil de 2002, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator)
e Ricardo Lewandowski. Em seguida, o Tribunal, vencido o Ministro Marco Aurélio (Relator), fixou
tese nos seguintes termos: “É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e
companheiros prevista no art. 1.790 do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de
casamento quanto nas de união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002”. Ausentes,
justificadamente, os Ministros Dias Toffoli e Celso de Mello, e, neste julgamento, o Ministro Gilmar
Mendes. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário, 10.5.2017.

Tema
498 - Alcance do direito sucessório em face de união estável homoafetiva.
Tese
É inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges e companheiros prevista no
art. 1.790 do CC/2002, devendo ser aplicado, tanto nas hipóteses de casamento quanto nas de
união estável, o regime do art. 1.829 do CC/2002.
(Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E
+E+646721%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EACMS%2E+ADJ2+646721%2EACMS%2E%29&bas
e=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/a8req8e).

LETRAS “B”, “C”, “D” e “E” – incorretas, conforme julgamento acima colacionado.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


13. Com relação aos princípios que regem o Direito Processual Civil brasileiro, assinale a alternativa
correta.
(A) O princípio da primazia do julgamento de mérito tem aplicação em todas as fases e em todos
os tipos de procedimentos, não se aplicando, todavia, em incidentes processuais.
(B) De acordo com o STF, a exigência de que seja feito prévio requerimento administrativo para
ingressar com ação previdenciária viola o princípio da inafastabilidade da jurisdição.
(C) A nulidade de algibeira ocorre quando a parte se vale da estratégia de não alegar a nulidade
logo depois de ela ter ocorrido, mas apenas em um momento posterior, se as suas outras teses não
conseguirem ter êxito. Tal postura viola os princípios da boa-fé processual e da lealdade.
(D) O princípio do “venire contra factum proprium” é aplicado aos atos praticados pelas partes do
processo, mas não às condutas praticadas pelo juiz e pelos serventuários da justiça.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(E) Em face do princípio da segurança jurídica, não é possível a aplicação imediata de um novo
entendimento jurisprudencial aos recursos pendentes de análise, quando interpostos antes do
julgamento que modificou a jurisprudência.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com o Enunciado 372 do Fórum Permanente de Processualistas Civis, o art. 4º do CPC, que
diz respeito ao princípio da primazia do julgamento de mérito “tem aplicação em todas as fases e em
todos os tipos de procedimentos, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal,
impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre
que seja possível a sua correção”.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o entendimento do STF sobre o tema, senão vejamos:
“A exigência de que seja feito prévio requerimento administrativo para ingressar com ação
previdenciária NÃO viola o princípio da inafastabilidade da jurisdição”. (STF. Plenário. RE 631240/MG,
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2014).

ALTERNATIVA C: CORRETA
De acordo com o STJ, a “nulidade de algibeira” ocorre quando a parte se vale da estratégia de não
alegar a nulidade logo depois de ela ter ocorrido, mas apenas em um momento posterior, se as suas
outras teses não conseguirem ter êxito. Tal postura é rechaçada pelo STJ, por violar os princípios da
boa-fé processual e da lealdade. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.372.802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 11/3/2014).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, aplica-se também o venire contra factum proprium para atos do
juiz e dos serventuários da justiça. (STJ. 4ª Turma. AgRG no AREsp 91.311-DF, Rel. Min. Antonio Carlos
Ferreira, julgado em 6/12/2012).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Conforme entendimento da 3ª Turma do STJ, não fere o princípio da segurança jurídica a aplicação
imediata de novo entendimento jurisprudencial. Isso porque não se trata de alteração normativa,
mas apenas mudança jurisprudencial. (STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1595438/SP, Rel. Min. Ricardo

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Villas Bôas Cueva, julgado em 13/12/2016).

14. Após analisar as alternativas a respeito da competência no âmbito do nosso direito


processual civil, assinale a assertiva correta.
(A) A ANATEL é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário da telefonia
decorrentes de relação contratual.
(B) Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a
Justiça estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a Eletrobrás.
Requerida a intervenção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os
autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal competente para o julgamento da
apelação se deferida a intervenção.
(C) Compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações judiciais, inclusive o Mandado de
Segurança, propostas em desfavor de Instituição particular de ensino superior.
(D) Compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do Brasil,
mediante o seu conselho federal, figure na relação processual. Caso a OAB atue na demanda,
através de sua seccional, a competência será da Justiça Estadual.
(E) Compete ao STJ julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de Justiça contra ato do
Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder Judiciário.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com a Súmula 506 do STJ, segundo a qual, “a ANATEL NÃO é parte
legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário da telefonia decorrentes de relação
contratual”.

ALERNATIVA B: CORRETA
Assertiva que reproduz o teor da Súmula 556 do STJ:

“Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça
estadual para o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a
intervenção da União no feito após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser
remetidos ao Tribunal Regional Federal competente para o julgamento da apelação se deferida a
intervenção”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
De fato, compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações judiciais propostas em desfavor de
Instituição particular de ensino superior. Todavia, caso se trate de mandado de segurança proposto

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
em desfavor de dirigente de Instituição particular de ensino superior a competência será da Justiça
Federal. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.295.790-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
6/1/2012).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
De acordo com o Plenário do STF, compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a Ordem
dos Advogados do Brasil, quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação
processual. (STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
De acordo com a 1ª Turma do STF, compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo
Tribunal de Justiça contra ato do Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido
ao Poder Judiciário. (STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016).

15. Acerca do litisconsórcio no âmbito do nosso direito processual civil, assinale a alternativa
INCORRETA.
(A) Independentemente de requerimento, os réus com diferentes procuradores têm prazo em
dobro para contestar, mesmo sendo casados entre si.
(B) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será nula, caso a
decisão devesse ser uniforme em relação a todos os que deveriam ter integrado o processo.
(C) Quando houver litisconsórcio, seja ele ativo ou passivo, e os litisconsortes tenham advogados
distintos, os seus prazos serão contados em dobro, seja o processo físico ou eletrônico.
(D) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
(E) O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, independentemente de requerimento nos autos, os réus com
diferentes procuradores têm prazo em dobro para contestar, mesmo sendo casados entre si. (STJ. 4ª
Turma. REsp 973.465-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/10/2012).

ALTERNATIVA B: CORRETA
Enunciado em conformidade com o disposto no art. 115, I, do CPC/2015, senão vejamos:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será:
I- nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos os que deveriam ter integrado o
processo”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Caso o processo seja eletrônico, o prazo não será contado em dobro, caso os litisconsortes tenham
advogados diferentes, conforme dispõe o §2º, do art. 229 do CPC/2015:

“Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia


distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou
tribunal, independentemente de requerimento.
(...)
§ 2o Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos”.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Enunciado em conformidade com o art. 117 do CPC/2015, ex positis:
“Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão
os outros, mas os poderão beneficiar”.

ALTERNATIVA E: CORRETA
Enunciado que reproduz o §1º, do art. 113 do CPC/2015. Vejamos;
“O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida
solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença”.

16. Acerca do regramento da justiça gratuita no direito processual pátrio, assinale a alternativa
correta.
(A) O juiz poderá conceder de ofício o benefício da assistência judiciária gratuita.
(B) A gratuidade da justiça não compreende os emolumentos devidos a notários ou registradores
em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha sido
concedido.
(C) Não é possível a formulação de pedido de assistência judiciária gratuita na própria petição
recursal, exigindo-se a presença de petição avulsa.
(D) Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica,
nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro,
por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 10 (dez) dias, nos autos do próprio
processo, sem suspensão de seu curso.
(E) Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá
agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
apelação.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, “é vedada a concessão “ex officio” do benefício de assistência
judiciária gratuita pelo magistrado. Assim, é indispensável que haja pedido expresso da parte. (STJ.
4ª Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 167.623/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
05/02/2013).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
De acordo com o art. 99, IX, do CPC, a gratuidade da justiça compreende: “os emolumentos devidos
a notários ou registradores em decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato
notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual o
benefício tenha sido concedido”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
De acordo com a Corte Especial do STJ, “é possível a formulação de pedido de assistência judiciária
gratuita na própria petição recursal, dispensando-se a presença de petição avulsa, quando não
houver prejuízo ao trâmite normal do processo” (STJ. Corte Especial. AgRg nos EREsp 1.222.355-MG,
Rel. Min. Raul Araujo, julgado em 4/11/2015).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
O único erro da alternativa está no prazo, que será de 15 dias, e não de 10 dias, conforme podemos
atestar o teor do art. 100 do CPC/2015:
“Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugnação na contestação, na réplica, nas
contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio
de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio processo,
sem suspensão de seu curso”.

ALTERNATIVA E: CORRETA
Enunciado que reproduz o teor do art. 101 do CPC/2015, ex positis:
“Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo
de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação”.

17. Com relação à tutela de urgência e às astreintes no âmbito do novo Código de Processo Civil,
marque a assertiva correta.
(A) Não é possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação
oral.
(B) A tutela de urgência de natureza antecipada poderá ser concedida ainda que haja perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) Será possível a execução provisória das astreintes fixadas em tutela antecipada após a sua
confirmação pela sentença de mérito, ainda que o recurso eventualmente interposto seja recebido
com efeito suspensivo.
(D) A decisão que fixa o valor das astreintes não preclui, nem faz coisa julgada, sendo a multa
cominatória apenas um meio de coerção indireta ao cumprimento do julgado, podendo ser
cominada, alterada ou suprimida posteriormente.
(E) O juiz não pode arbitrar as astreintes de ofício.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com a 4ª turma do STJ, “é possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela
em sede de sustentação oral”. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.191.262-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 01/6/2017).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Enunciado que contraria o disposto no art. 300, §3º, do CPC/2015, segundo o qual, “a tutela de
urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
De acordo com o STJ, será possível a execução provisória das astreintes fixadas em tutela antecipada
após a sua confirmação pela sentença de mérito. Todavia, ao contrário do que afirmou a questão, é
necessário que o recurso eventualmente interposto NÃO seja recebido com efeito suspensivo. (STJ.
Corte Especial. REsp 1.200.856-RS. Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 1/07/2014).

ALTERNATIVA D: CORRETA
Enunciado em consonância com o entendimento da 2ª Seção do STJ sobre o tema, que entende que
a decisão que fixa o valor das astreintes não preclui, nem faz coisa julgada, sendo a multa cominatória
apenas um meio de coerção indireta ao cumprimento do julgado, podendo ser cominada, alterada
ou suprimida posteriormente. (STJ. 2ª Seção. REsp 1.333.988-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseveriano, julgado em 09/04/2014).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
De acordo com o art. 537 do CPC/2015, o juiz poderá arbitrar as astreintes de ofício. Vejamos:
“Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja
suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do
preceito”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
18. Sobre o sistema probatório no âmbito do CPC/2015, assinale a alternativa correta.
(A) Em regra, os documentos devem ser juntados aos autos com a petição inicial ou com a resposta
do réu, sendo admitida a juntada de documentos novos após a petição inicial e a contestação, de
forma excepcional, mesmo em situações não previstas em lei, quando não se trate de documento
indispensável à propositura da ação, não haja má-fé da parte e seja ouvida a parte contrária.
(B) Não é cabível a multa cominatória, caso o autor tenha ingressado com pedido, incidental ou
autônomo, de exibição de documento relativo a direito indisponível.
(C) A produção antecipada da prova previne a competência do juízo para a ação que venha a ser
proposta.
(D) Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão
de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, ainda que o regime de casamento seja
o de separação absoluta de bens.
(E) A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada, as quais somente podem ser feitas pela
própria parte, não sendo possível que sejam realizadas por representante com poder especial.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, como regra, os documentos devem ser juntados aos autos com a
petição inicial ou com a resposta do réu. No entanto, será admitida a juntada de documentos novos
após a petição inicial e a contestação, de forma excepcional, mesmo em situações não previstas em
lei, quando: i) não se trate de documento indispensável à propositura da ação; ii) não haja má-fé da
parte; iii) seja ouvida a parte contrária.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
O STJ vem decidindo que “não é cabível a multa cominatória, caso o autor tenha ingressado com
pedido, incidental ou autônomo, de exibição de documento relativo a direito DISPONÍVEL”. Caso se
trate de direito indisponível, o STJ admite a cominação de astreintes.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o §3º, do art. 381, do CPC/2015, segundo o qual, “a produção
antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta”.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Parte final do enunciado que contraria o parágrafo único do art. 391 do CPC/2015. Vejamos:
“Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de
um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de
separação absoluta de bens”.
ALTERNATIVA E: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
De acordo com o 390, §1º, do CPC/2015, “a confissão espontânea pode ser feita pela própria parte
ou por representante com poder especial”.

19. No que tange às disposições gerais do sistema recursal no âmbito do processo civil brasileiro,
assinale a alternativa correta.
(A) Em face do princípio da unirrecorribilidade, também chamado de princípio da unicidade do
recurso, não é possível que a parte ingresse com um único agravo de instrumento para impugnar
duas decisões interlocutórias distintas.
(B) O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local as razões do recurso.
(C) Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será considerada como data
de interposição a data em que os autos forem recebidos na respectiva vara judicial.
(D) A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção
se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
(E) O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas
regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, sendo cabível na
apelação, no recurso ordinário e no recurso extraordinário.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com a 3ª Turma do STJ, o princípio da unirecorribilidade, também chamado de princípio
da singularidade, não veda a interposição de um único recurso para impugnar mais de uma decisão.
Assim, é possível, em tese, que a parte ingresse com um único agravo de instrumento para impugnar
duas decisões interlocutórias distintas. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.112.599-TO, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 28/8/2012).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
De acordo com o art. 1.003, §6º, do CPC/2015, o recorrente deverá comprovar a existência de feriado
local na interposição do recurso, e não nas razões deste, como afirmou a questão.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
De acordo com o §4º, do art. 1.003, do CPC/2015, “para aferição da tempestividade do recurso
remetido pelo correio, será considerada como data de interposição a data de postagem” e não a data
em que os autos forem recebidos na respectiva Vara Judiciária, como asseverou a questão.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Assertiva que reproduz o teor do §2º, do art. 1.007, do CPC/2015, senão vejamos:
“A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se
o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Parte final que contraria o inciso II, do §2º, do art. 997 do CPC/2015, tendo em vista que não será
cabível o recurso adesivo no recurso ordinário. Com efeito, o recurso adesivo será cabível nos
recursos de apelação, recurso extraordinário e recurso especial. Neste sentido, vejamos o texto do
inciso II, do §2º, do art. 997 do CPC/2015:
“O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras
deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, sendo cabível na apelação,
no recurso extraordinário e no recurso especial”.

20. Acerca dos recursos de apelação e agravo de instrumento, assinale a alternativa correta.
(A) Não terá efeito suspensivo o recurso de apelação da sentença que julga procedente ou
improcedente o pedido de instituição de arbitragem, a qual começará a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação.
(B) O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na
apelação.
(C) As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de
apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
(D) Não é possível que as peças de agravo de instrumento sejam apresentadas em mídia digital
(DVD).
(E) No agravo de instrumento, se o recorrente não juntou a cópia de certidão de intimação da
decisão agravada, seu recurso não será conhecido em virtude de esta certidão ser prevista como
documento obrigatório, não sendo possível que o órgão julgador releve tal ausência, ainda que
exista nos autos algum outro documento que possa aferir a tempestividade do recurso

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com o art. 1.012, IV, do CPC, apenas o recurso da apelação da sentença que julga
procedente o pedido de instituição de arbitragem não terá efeito suspensivo. O recurso que julga
improcedente tal pedido segue a regra geral da apelação, contando com efeito suspensivo.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Dispõe o §5º, do art. 1.013, do CPC/2015, que “o capítulo da sentença que confirma, concede ou
revoga a tutela provisória NÃO é impugnável na apelação”.

ALTERNATIVA C: CORRETA
Enunciado em conformidade com o que dispõe O §1º, do art. 1.009 do CPC/2015:
“As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o posicionamento da 2ª Turma do STJ, que admite que as peças
de agravo de instrumento sejam apresentadas em mídia digital (DVD) (STJ. 2ª Turma. REsp 1.608.298-
SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 1/9/2016).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
De fato, o CPC/2015 prevê que, no agravo de instrumento, se o recorrente não juntou a cópia de
certidão de intimação da decisão agravada, o seu recurso não será conhecido em virtude de esta
certidão ser prevista como documento obrigatório. Todavia, o STJ vem relativizando tal regra e
admitindo que o órgão julgador releve tal ausência, caso exista nos autos algum outro documento
que possa aferir a tempestividade do recurso. (STJ. 2ª Seção. REsp 1.409.357-SC, Rel. Min. Sidnei
Beneti, julgado em 14/5/2014 (recurso repetitivo).

21. Assinale a alternativa correta, no que tange à execução no direito processual civil brasileiro.
(A) Por se enquadrarem como títulos executivos extrajudiciais, o contrato de seguro de automóvel
e o contrato de seguro de vida podem ser cobrados diretamente por meio de ação de execução,
não sendo necessária a ação de conhecimento para as suas respectivas cobranças.
(B) O acordo de reparação de danos embutido na decisão concessiva de suspensão condicional do
processo é título judicial apto a lastrear eventual execução.
(C) Não é admitida a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública nos casos de
instituição de pensão por morte de servidor público.
(D) A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou de prática de
ato atentatório à dignidade da justiça será promovida em autos apartados.
(E) O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes e de
distintos procedimentos, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja
competente o mesmo juízo.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Segundo o STJ, o contrato de seguro de automóvel não é considerado título executivo extrajudicial
não podendo ser cobrado diretamente por meio de ação de execução. Diferentemente da situação
do contrato de seguro de vida que, por ser dotado de liquidez, certeza e exigibilidade, pode ser
cobrado diretamente por meio de ação de execução.
ALTERNATIVA B: CORRETA
A 4ª Turma do STJ, vem entendendo que o acordo de reparação de danos embutido na decisão
concessiva de suspensão condicional do processo é título judicial apto a lastrear eventual execução.
(STJ. 4ª Turma. REsp 1.123.463-DF, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 21/2/2017).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
O STJ vem admitindo a possibilidade de execução provisória contra a Fazenda Pública nos casos de
instituição de pensão por morte de servidor público, por entender que tal situação não está inserida
nas vedações do art. 2º-B da Lei 9.494/97, cuja interpretação deve ser restritiva. (STJ. 1ª Turma. AgRg
no AREsp 230.482-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 7/3/2013).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o art. 777 do CPC/2015:
“A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé ou de prática de ato
atentatório à dignidade da justiça será promovida nos próprios autos do processo”.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
O erro da assertiva é que o art. 780 do CPC/2015 exige que haja uma identidade de procedimentos.
Neste sentido, vejamos o teor do referido dispositivo legal:
“O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o
executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o
procedimento”.

22. Assinale a alternativa que corresponde ao entendimento da nossa jurisprudência acerca da


ação civil pública.
(A) Caso ocorra dissolução da associação que ajuizou a ação civil pública, não é possível sua
substituição no polo ativo por outra associação, ainda que os interesses discutidos na ação coletiva
sejam comuns a ambas.
(B) É necessário que o autor da ação civil pública, ao propor a ação, adiante o pagamento das custas
judiciais.
(C) A associação possui legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que venham
a agregar após o ajuizamento da ação de conhecimento da ACP.
(D) O Ministério Público não possui legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de
compelir o Poder Público a fornecer cesta de alimentos sem glúten a portadores de doença celíaca.
(E) Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo entre o Ministério Público Estadual e o
Federal independe da demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de
ambos na lide.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Enunciado em conformidade com o entendimento da 3ª Turma do STJ, que manifestou-se no sentido
de que, caso ocorra dissolução da associação que ajuizou a ação civil pública, não é possível sua
substituição no polo ativo por outra associação, ainda que os interesses discutidos na ação coletiva

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
sejam comuns a ambas. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.405.697-MG, Rel. Min. Marco Aurelio Bellizze, julgado
em 17/9/2015).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, não é necessário que o autor da ação civil pública, ao propor a
ação, adiante o pagamento das custas judiciais. (STJ. 4ª Turma. REsp 978.706-RJ, Rel. Min. Luiz Felipe
Salomão, julgado em 20/9/2012).

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Em julgado da 2ª Turma do STJ, decidiu-se que a associação NÃO possui legitimidade ativa para
defender os interesses dos associados que venham a agregar somente após o ajuizamento da ação
de conhecimento. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.468.734-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
1º/03/2016).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o posicionamento da 2ª Turma do STJ, que entende que o
Ministério Público possui legitimidade para propor ação civil pública com o objetivo de que o Poder
Público forneça cesta de alimentos sem glúten a portadores de doença celíaca, como medida de
proteção à vida e defesa da saúde. (STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 91.114-MG, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 7/2/2013).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Enunciado que se contrapõe ao posicionamento da 3ª Turma do STJ sobre o tema, a qual entende
que, em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo entre o Ministério Público Estadual e o
Federal DEPENDE da demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos
na lide. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.254.428-MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016).

DIREITO DO CONSUMIDOR
23. De acordo com a jurisprudência do STJ, assinale a alternativa incorreta:

(A) O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses
em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser destinatária final do produto ou
serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.

(B) A relutância da instituição financeira em utilizar o método Braille nos contratos bancários de
adesão firmados com pessoas portadoras de deficiência visual representa tratamento
manifestamente discriminatório e tem o condão de afrontar a dignidade deste grupo de pessoas
gerando danos morais coletivos.

(C) Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação de consumo,
seja no caso de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade pelo fato
do serviço.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para plano individual
ou familiar enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no plano primitivo.

(E) A ECT é responsável pelos danos sofridos por consumidor que foi assaltado no interior de
agência dos Correios na qual é fornecido o serviço de banco postal.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
O item está correto “Em regra, somente pode ser considerado consumidor, para fins de aplicação do
CDC, o destinatário fático e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. Com isso,
em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele
cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, o
preço final) de um novo bem ou serviço. Embora consagre o critério finalista para interpretação do
conceito de consumidor, a jurisprudência do STJ também reconhece a necessidade de, em situações
específicas, abrandar o rigor desse critério para admitir a aplicabilidade do CDC nas relações entre
fornecedores e sociedades empresárias em que, mesmo a sociedade empresária utilizando os bens
ou serviços para suas atividades econômicas, fique evidenciado que ela apresenta vulnerabilidade
frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada”. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012 (Info 510).

ALTERNATIVA B: CORRETA
O item está correto. A relutância da instituição financeira em utilizar o método Braille nos contratos
bancários de adesão firmados com pessoas portadoras de deficiência visual representa tratamento
manifestamente discriminatório e tem o condão de afrontar a dignidade deste grupo de pessoas
gerando danos morais coletivos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.315.822-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, j.
em 24/3/2015 (Info 559).

ALTERNATIVA C: CORRETA
O item está correto. Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação
de consumo, seja no caso de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade
pelo fato do serviço (arts. 12 a 17 do CDC). Assim, a vedação à denunciação da lide prevista no art. 88
do CDC não se restringe à responsabilidade de comerciante por fato do produto (art. 13 do CDC),
sendo aplicável também nas demais hipóteses de responsabilidade civil por acidentes de consumo
(arts. 12 e 14 do CDC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.165.279-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 22/5/2012 (Info 498 STJ).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
O item está incorreto. A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para
plano individual ou familiar não enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no
plano primitivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.471.569-RJ, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
1º/3/2016 (Info 578).

ALTERNATIVA E: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O item está correto. A ECT é responsável pelos danos sofridos por consumidor que foi assaltado no
interior de agência dos Correios na qual é fornecido o serviço de banco postal. STJ. 4ª Turma. REsp
1.183.121-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/2/2015 (Info 559).

24. Analise as assertivas a seguir:

I. Publicidade que deixa de informar dado essencial do produto ou serviço;


II. Publicidade que desrespeita valores ambientais;
III. Publicidade que induz a criança a se comportar de maneira desaconselhável à sua saúde e
segurança;
IV. Publicidade que induz a erro o consumidor.

Consideram-se abusivas:

(A) III e IV.


(B) II e III
(C) I e IV.
(D) I e III.
(E) II e IV

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ITEM I: INCORRETO
Incorreto, Dispõe o §3º do art. 37 do CDC: “ § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é
enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço”.

ITEM II: CORRETO


Correto: Dispõe o inciso §2º do art. 37 do CDC: “§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade
discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou
que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança”.

ITEM III: CORRETO


Correto: Dispõe o inciso §2º do art. 37 do CDC: “§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade
discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou
que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde
ou segurança”.

ITEM IV: INCORRETO


Incorreto: Dispõe o §1º do art. 37 do CDC: “ § 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo,
mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características,

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços”.

25. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
produtos e serviços, exceto a que:
(A) transfiram responsabilidades a terceiros.
(B) estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor.
(C) determinem a utilização compulsória de arbitragem.
(D) deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor.
(E) obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, ainda que igual
direito lhe seja conferido contra o fornecedor.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
O item está correto, conforme inciso III do art. 51 do CDC: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) III -
transfiram responsabilidades a terceiros”.

ALTERNATIVA B: CORRETA
O item está correto, conforme inciso VI do art. 51 do CDC: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) VI -
estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor”.

ALTERNATIVA C: CORRETA
O item está correto, conforme inciso VII do art. 51 do CDC: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras,
as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) VII - determinem a utilização
compulsória de arbitragem”.

ALTERNATIVA D: CORRETA
O item está correto, conforme inciso IX do art. 51 do CDC: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre
outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) IX - deixem
ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor”.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
O item está incorreto, conforme inciso XII do art. 51 do CDC: “Art. 51. São nulas de pleno direito,
entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) XII -
obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor”.

26. Com base no CDC, analise os itens a seguir:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
I. O Sistema Nacional de Defesa do Consumidor é composto apenas por entes públicos que
tenham entre suas finalidades a defesa do consumidor.

II. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria


econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto
estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de
produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo.

III. Ao organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor


cabe, entre outras ações, prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos
e garantias, desde que hipossuficientes.

IV. Ao organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor


cabe, entre outras ações, determinar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições.

V. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá


solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-científica.

Estão corretos:

(A) I, II e V.
(B) I e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II e V.
(E) II, III e V.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ITEM I: INCORRETO
Incorreto. Dispõe o art. 105 do CDC: “Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),
os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do
consumidor”.

ITEM II: CORRETO


Correto. Segundo o art. 107 do CDC: “As entidades civis de consumidores e as associações de
fornecedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações
de consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição
do conflito de consumo”.

ITEM III: INCORRETO


Incorreto: Dispõe o inciso III do art. 106 do CDC: “Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-
lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
lhe: (...) III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias”.

ITEM IV: INCORRETO


Incorreto: Dispõe o inciso VI do art. 106 do CDC: “Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do
Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substituí-
lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-
lhe: (...) VI representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas processuais
no âmbito de suas atribuições”.

ITEM V: CORRETO
Correto: Dispõe o parágrafo único do art. 106 do CDC: “Para a consecução de seus objetivos, o
Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades
de notória especialização técnico-científica”.

27. Assinale a alternativa incorreta acerca da responsabilidade do fornecedor:

(A) No âmbito do direito do consumidor foi adotada a teoria unitária da responsabilidade civil.

(B) A atuação culposa do fornecedor é circunstância que não afasta a sua responsabilidade.

(C) A responsabilidade civil do fornecedor de produtos ou serviços nas relações de consumo é


sempre objetiva na modalidade do risco integral.

(D) O produto não é considerado defeituoso caso outro de melhor seja qualidade seja lançado no
mercado.

(E) É ônus do fornecedor provar que o alegado defeito do produto inexiste.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
Correta. De fato, o CDC adotou a teoria unitária da responsabilidade civil, pois não faz distinção entre
a responsabilidade contratual e a responsabilidade extracontratual (aquiliana).

ALTERNATIVA B: CORRETA
Correta. De acordo com o art. 12 do CDC, foi adotada a responsabilidade objetiva pela teoria do risco
da atividade: “Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
O CDC não adotou a teoria do risco integral.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA D: CORRETA
Correta, consoante teor do art. 12, §2º do CDC: § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.

ALTERNATIVA E: CORRETA
Correta. Dispõe o art. 12, § 3°, II, do CDC que “§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
importador só não será responsabilizado quando provar: (...) II - que, embora haja colocado o produto
no mercado, o defeito inexiste”.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


28. Acerca da proteção conferida à criança e ao adolescente, assinale a alternativa correta.
(A) É possível a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em situações
vexatórias ou constrangedoras, desde que não se mostre o rosto da vítima.
(B) Na ação de destituição do poder familiar proposta pelo Ministério Público não cabe a nomeação
da Defensoria Pública para atuar como curadora especial do menor.
(C) Cabe habeas corpus para impugnar decisão judicial liminar que determinou a busca e apreensão
de criança para acolhimento em família devidamente cadastrada junto a programa municipal de
adoção.
(D) O Ministério Público não tem legitimidade para promover ação civil pública a fim de obter
compensação por dano moral difuso decorrente da submissão de adolescente a tratamento
desumano e vexatório levado a efeito durante rebeliões ocorridas em unidade de internação.
(E) Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados Conselho de
Defesa dos Direitos da Criança ou Adolescente da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado que contraria o seguinte entendimento da 3ª Turma do STJ acerca do tema:
“É vedada a veiculação de material jornalístico com imagens que envolvam criança em situações
vexatórias ou constrangedoras, ainda que não se mostre o rosto da vítima”. (STJ. 3ª Turma. REsp
509.968-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 6/12/2012).
ALTERNATIVA B: CORRETA
Assertiva que acompanha o posicionamento da 4ª Turma do STJ acerca do assunto. Entende-se que
na ação de destituição do poder familiar proposta pelo Ministério Público não cabe a nomeação da

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Defensoria Pública para atuar como curadora especial do menor. É despicienda a participação de
outro órgão para defender exatamente o mesmo interesse pelo qual zela o autor da ação.
ALTERNATIVA C: INCORRETA
De acordo com a 4ª Turma do STJ, não cabe habeas corpus para impugnar decisão judicial liminar
que determinou a busca e apreensão de criança para acolhimento em família devidamente
cadastrada junto a programa municipal de adoção. (STJ. 4ª Turma. HC 329.147-SC, Rel. Min. Maria
Isabel Gallotti, julgado em 20/10/2015).
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Assertiva em dissonância do seguinte entendimento da 2ª Turma do STJ:
“O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública a fim de obter compensação
por dano moral difuso decorrente da submissão de adolescente a tratamento desumano e vexatório
levado a efeito durante rebeliões ocorridas em unidade de internação”. (STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp
1.468.769-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/8/2013).
ALTERNATIVA E: INCORRETA
O erro da assertiva consiste no Órgão que deve ser comunicado. No caso, quem deve ser comunicado
é o Conselho Tutelar e não o Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Neste
sentido, vejamos o teor do art. 13 do ECA:
“Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados Conselho de Defesa
dos Direitos da Criança ou Adolescente da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais”.

29. Com relação à apuração do ato infracional, assinale a alternativa correta:


(A) A falta de entrevista pessoal do adolescente antes da audiência de apresentação não importa
em nulidade.
(B) Causa prejuízo à defesa do menor a ausência dos pais ou responsáveis na audiência de
apresentação, ainda que nomeado curador especial.
(C) A decisão judicial que impõe à Administração Pública o restabelecimento de plantão de 24 horas
em Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude extrapola o controle do
mérito administrativo pelo Poder Judiciário.
(D) No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, não é nula a desistência de outras
provas em face da confissão do adolescente.
(E) A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade será
feita ao adolescente e ao seu defensor, e apenas quando não encontrado o adolescente aos seus
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.

RESPOSTA: E

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Assertiva que contraria o entendimento da 5ª Turma do STJ sobre o assunto, vejamos: “A falta de
entrevista pessoal do adolescente antes da audiência de apresentação importa em nulidade, ante a
ofensa ao princípio da ampla defesa, se evidenciado prejuízo à defesa do adolescente”. (STJ. 5ª
Turma. HC 345.390/DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 17/11/2016).
ALTERNATIVA B: INCORRETA
De acordo com a 5ª Turma do STJ, “NÃO Causa prejuízo à defesa do menor a ausência dos pais ou
responsáveis na audiência de apresentação, desde que nomeado curador especial”. (STJ. 5ª Turma.
HC 289.645/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/08/2015).
ALTERNATIVA C: INCORRETA
Assertiva em dissonância com o posicionamento da 1ª Turma do STJ sobre o assunto:
“A decisão judicial que impõe à Administração Pública o restabelecimento de plantão de 24 horas em
Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude não constitui abuso de poder,
tampouco extrapola o controle do mérito administrativo pelo Poder Judiciário”. (STJ. 1ª Turma. REsp
1.612.931-MS, Rel. min. Napoleão Nunes Maia, julgada em 20/6/2017).
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Assertiva que contraria o teor da Súmula 342 do STJ:
“No procedimento para aplicação de medida sócio-educativa, é nula a desistência de outras provas
em face da confissão do adolescente”.
ALTERNATIVA E: CORRETA
Assertiva em conformidade com o caput e os respectivos incisos do art. 190 do ECA, ex positis:
“A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor”.

30. Acerca das medidas socioeducativas assinale a alternativa correta.


(A) É desnecessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida
socioeducativa.
(B) A expedição de mandado de busca e apreensão para localizar adolescente que descumpriu
medida socioeducativa de liberdade assistida configura constrangimento ilegal.
(C) Em regra, o adolescente infrator não tem o direito de aguardar em liberdade o julgamento da
apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) A liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de seis meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
Público e o defensor.
(E) A medida aplicada por força de remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo,
de ofício, ou mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal ou do
Ministério Público.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado que contraria a Súmula 265 do STJ, senão vejamos:
“É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa”.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o entendimento da 6ª Turma do STJ, segundo a qual: “A
expedição de mandado de busca e apreensão para localizar adolescente que descumpriu medida
socioeducativa de liberdade assistida NÃO configura constrangimento ilegal”. (STJ. 6ª Turma. HC
381.127/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 14/03/2017).
ALTERNATIVA C: CORRETA
De acordo com aresto da 3ª Seção do STJ, é possível que o adolescente infrator inicie o imediato
cumprimento da medida socioeducativa que lhe foi imposta na sentença, mesmo que ele tenha
interposto recurso de apelação e esteja aguardando o seu julgamento. Em uma linguagem mais
simples, em regra, o adolescente infrator não tem o direito de aguardar em liberdade o julgamento
da apelação interposta contra a sentença que lhe impôs a medida de internação. (STJ. 3ª Seção. HC
346.380-SP. Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, rel. para acórdão Min. Rogério Schietti Cruz,
julgado em 13/4/2016).
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Na verdade, o prazo MÍNIMO que será de seis meses, e não o prazo máximo. Neste pórtico, vejamos
o teor do art. 118, §2º, do ECA:
“A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor”.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
O erro da assertiva está em afirmar que o juiz poderá rever, de ofício, a medida de revisão. De acordo
com o art. 128 do ECA, é necessário o pedido do adolescente, do seu representante legal ou do MP.
Vejamos:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A medida aplicada por força de remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, ou
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal ou do Ministério Público”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
BLOCO II
DIREITO PENAL

31. Com relação aos crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa incorreta:
(A) O crime de extorsão é formal e consuma-se no momento em que a violência ou a grave ameaça
é exercida, independentemente da obtenção da vantagem indevida.
(B) No crime de extorsão, a ameaça a que se refere o caput do art. 158 do CP, exercida com o fim
de obter a indevida vantagem econômica, pode ter por conteúdo grave dano aos bens da vítima.
(C) O preso que destrói cela para fugir do estabelecimento penal, comete crime de dano.
(D) Descabe a aplicação do princípio da insignificância quando o dano é qualificado,
independentemente do seu valor.
(E) O crime de apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP) é de natureza material e exige
a constituição definitiva do débito tributário perante o âmbito administrativo para configurar-se
como conduta típica.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
Súmula 96 STJ - O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem
indevida.

ALTERNATIVA B: CORRETA
PENAL. HC SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. EXTORSÃO. GRAVE AMEAÇA DE DANO A BEM DA
VÍTIMA. POSSIBILIDADE. ABSOLVIÇÃO. MAIORES INCURSÕES QUE DEMANDARIAM REVOLVIMENTO
DO CONJUNTO FÁTICO-COMPROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPROPRIEDADE DO WRIT. ORDEM NÃO
CONHECIDA. 1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de que não
cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não
conhecimento da impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato
judicial impugnado. No caso, não se observa flagrante ilegalidade a justificar a concessão do habeas
corpus, de ofício. 2. Nos termos da jurisprudência desta Corte, configura a grave ameaça necessária
para a tipificação do crime de extorsão a exigência de vantagem indevida sob ameaça de destruição
e não devolução de veículo da vítima, que havia sido dela subtraído. Precedentes. 3. Se a Corte de
origem, mediante valoração do acervo probatório produzido nos autos, entendeu, de forma
fundamentada, restar configurada a elementar grave ameaça prevista no preceito primário do tipo
penal incriminador, a análise das alegações concernentes ao pleito de absolvição demandaria exame
detido de provas, inviável em sede de writ. 4. Habeas corpus não conhecido. HC 343825 / SC HABEAS
CORPUS 2015/0306096-2

ALTERNATIVA C: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DANO QUALIFICADO. DELITO COMETIDO
POR PRESO, COM A FINALIDADE DE FUGA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL. CONDUTA ATÍPICA.
ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE ORIGEM EM CONSONÂNCIA COM A ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
DESTA CORTE SUPERIOR. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N.º 83 DA SÚMULA DO STJ. INSURGÊNCIA
DESPROVIDA. 1. O aresto objurgado alinha-se a entendimento pacificado neste Sodalício no sentido
de que o dano praticado contra estabelecimento prisional, em tentativa de fuga, não configura fato
típico, haja vista a necessidade do dolo específico de destruir, inutilizar ou deteriorar o bem, o que
não ocorre quando o objetivo único da conduta é fugir. 2. Incidência do óbice do Enunciado n.º 83
da Súmula do STJ, também aplicável ao recurso especial interposto com fundamento na alínea a do
permissivo constitucional. 3. Não tendo a insurgente apontado qualquer julgado recente desta Corte
Superior capaz de desconstituir a conclusão da decisão ora objurgada, esta deve ser mantida por seus
próprios fundamentos. 4. Agravo regimental desprovido. AgRg no AREsp 578521 / GO AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2014/0226873-4

ALTERNATIVA D: CORRETA

CONSTITUCIONAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. DANO QUALIFICADO.


PATRIMÔNIO PÚBLICO. LASTRO PROBATÓRIO SUFICIENTE PARA A PERSECUÇÃO PENAL EM JUÍZO.
INSIGNIFICÂNCIA. TRANSCENDÊNCIA DO PATRIMONIALIDADE. DANO A DELEGACIA DE POLÍCIA.
VULNERAÇÃO DE BOM FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO PÚBLICO DE SEGURANÇA. INAPLICABILIDADE.
FLAGRANTE ILEGALIDADE NÃO EVIDENCIADA. WRIT NÃO CONHECIDO. 1. Esta Corte e o Supremo
Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do
recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo
quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado, o que não ocorre
na espécie. 2. Cumpre esclarecer que a jurisprudência dos tribunais superiores admite o trancamento
do inquérito policial ou de ação penal, excepcionalmente, nas hipóteses em que se constata, sem o
revolvimento de matéria fático-probatória, a ausência de indícios de autoria e de prova da
materialidade, a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade, o que não se observa no
presente caso. (STJ: RHC 58.872/PE, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, DJe 1/10/2015;
RHC 46.299/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, DJe 9/3/2015; HC
294.833/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, DJe 3/8/2015; STF: RHC 125787 AgR,
Relator Ministro GILMAR MENDES, SEGUNDA TURMA, DJe 31/7/2015; HC 108168, Relator Ministro
ROBERTO BARROSO, PRIMEIRA TURMA, DJe 2/9/2014). 3. A denúncia satisfez o lastro probatório
mínimo de admissibilidade para prosseguimento da persecução penal. A materialidade está
devidamente comprovada pelo auto de constatação de danos e pelo auto de apreensão das três barras
de ferro utilizadas para deteriorar a parede lateral e o teto da cela da Delegacia de Polícia Civil da
Comarca de Colíder, local onde se encontrava segregado cautelarmente pelo cometimento de suposto
crime de extorsão anteriormente praticado. Os indícios de autoria são robustos, pois encontrava-se o
paciente sozinho na cela, no momento do ato. Ressalte-se que os indícios de autoria imputados ao
paciente não implicam sua condenação antecipada, o que indicaria inarredável ilegalidade. Muito pelo
contrário, o órgão ministerial, diante da materialidade do crime e dos indícios de autoria, ao promover
a denúncia, mostrou-se cumpridor do desiderato da obrigatoriedade da ação penal pública
incondicionada. 4. O “princípio da insignificância - que deve ser analisado em conexão com os
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido
de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material.
[...] Tal postulado - que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no
reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos
próprios objetivos por ele visados, a intervenção mínima do Poder Público.” (HC n. 84.412-0/SP, STF,
Ministro CELSO DE MELLO, DJU 19.11.2004) 5. A conduta de destruir, inutilizar ou deteriorar a coisa
alheia, restrita ao tipo simples do crime de dano, afronta unicamente o patrimônio privado, sendo
plenamente possível o reconhecimento de sua atipicidade material. Entrementes, nos termos do art.
163, parágrafo único, do Código Penal, o crime de dano qualificado porta acréscimo substancial de
reprovabilidade, diante da maior periculosidade dos meios utilizados (incisos I e II), a maior
relevância social de seu objeto atingido (inciso III) ou pelas consequências para a vítima e
mesquinhez do motivo (inciso IV). Nas hipóteses de dano qualificado, independente do valor
patrimonial do bem, havendo transcendência do bem jurídico patrimonial, atingindo bens jurídicos
outros, de relevância social, incabível a aplicação da bagatela, diante da evidente periculosidade
social da ação e maior grau de reprovabilidade da conduta. 6. In casu, o suposto comportamento do
paciente mostrou-se extremamente reprovável, transcendendo o mero prejuízo financeiro sofrido
pela Administração Pública, porquanto o bem danificado possui inquestionável valor de relevância
social, consistente no regular funcionamento dos órgãos policiais, que restou prejudicado, e o respeito
às autoridades policiais, que é essencial à segurança pública. 7. Habeas corpus não conhecido. HC
324550 / MT HABEAS CORPUS 2015/0119626-2

ALTERNATIVA E: CORRETA

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ART. 168-A, § 1º, DO CP. CRIME MATERIAL.
PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. Na linha da jurisprudência deste
Tribunal Superior, o crime de apropriação indébita previdenciária, previsto no art. 168-A, ostenta
natureza de delito material. Portanto, o momento consumativo do delito em tela corresponde à
data da constituição definitiva do crédito tributário, com o exaurimento da via administrativa (ut,
(RHC 36.704/SC, Rel. Ministro FELIX FISCHER, Quinta Turma, DJe 26/02/2016). Nos termos do art.
111, I, do CP, este é o termo inicial da contagem do prazo prescricional. 2. In casu, a sentença
condenou o recorrido à pena de 02 anos de reclusão (sem considerar o aumento de 1/3 da pena pela
continuidade delitiva), de forma que o prazo prescricional há ser observado é de 04 anos, consoante
o artigo 109, V, do Código Penal. 3. Assim, tendo em vista a data da constituição definitiva do crédito
tributário (22/11/2007), não se verifica o transcurso do prazo prescricional de 4 (quatro) anos entre
a constituição definitiva do crédito e os marcos interruptivos da prescrição, na espécie, pois a
denúncia foi recebida em 22/03/2011 e a sentença condenatória publicada em 20/05/2014. 4.
Agravo regimental não provido. AgRg no REsp 1644719 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL 2016/0333264-3

32. Com relação aos crimes da lei de drogas, analise as afirmativas abaixo e assinale aquela(s) que
estão corretas:

I. O tráfico de drogas é crime de ação múltipla e a prática de um dos verbos contidos no art. 33,
caput, é suficiente para a consumação da infração, sendo prescindível a realização de atos de venda
do entorpecente.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II. A condenação simultânea nos crimes de tráfico e associação para o tráfico não afasta a incidência
da causa especial de diminuição prevista no art. 33, §4º, da Lei n. 11.343/06 por estar evidenciada
dedicação a atividades criminosas ou participação em organização criminosa.

III. O juiz pode fixar regime inicial mais gravoso do que aquele relacionado unicamente com o
quantum da pena ao considerar a natureza ou a quantidade da droga.

(A) I, II, III.


(B) I, Apenas.
(C) I e II.
(D) II, Apenas.
(E) I e III.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA I: CORRETA
PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA
ELEITA. NULIDADE PROCESSUAL. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. TENTATIVA DE ENTREGA DE
ENTORPECENTES DENTRO DO ESTABELECIMENTO PRISIONAL. INTUITO DE MERCANCIA. TRÁFICO DE
DROGAS. CRIME CONSUMADO. COAUTORIA. POSSIBILIDADE. PLEITO DE ABSOLVIÇÃO. REEXAME DO
ACERVO PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
acompanhando a orientação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido
de que o habeas corpus não pode ser utilizado como substituto de recurso próprio, sob pena de
desvirtuar a finalidade dessa garantia constitucional, exceto quando a ilegalidade apontada é
flagrante, hipótese em que se concede a ordem de ofício. 2. Nos termos do art. 570 do CPP, "a falta
ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado
compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de arguí-la". Assim,
a notificação do preso e seu comparecimento à audiência de instrução e julgamento, com a presença
do defensor constituído, supre a falta de citação. 3. Não há como declarar nulidade em razão da
ausência de intimação para a defesa prévia, à luz do art. 463 do CPP, porquanto não está demonstrado
nos autos qualquer prejuízo à defesa do acusado, o qual não pode ser presumido tão somente porque
não observado o rito do art. 55 da Lei n. 11.343/2006. 4. O contexto fático-probatório delineado no
acórdão a quo denota que o paciente é coautor do crime de tráfico, pois solicitou à sua companheira
que lhe entregasse dentro do presídio, por ocasião da visitação, 76 gramas de cocaína com a finalidade
de mercancia, as quais, trazidas em seu corpo, foram detectadas na revista pessoal procedida pelas
agentes penitenciárias. 5. O habeas corpus não pode ser conhecido quanto à pretensão de absolvição
do acusado, porquanto não é via adequada ao reexame do acervo probatório cuja análise resultou em
sua condenação. O delito tipificado no art. 33 da Lei n. 11.343/2006 se consuma com a prática de
algum dos núcleos nele previstos, motivo pelo qual a simples conduta de trazer consigo substância
entorpecente já é suficiente para a caracterização do ilícito, que independe da efetiva entrega das
drogas ao destinatário. Precedentes. 7. Habeas corpus não conhecido. HC 332396 / SP HABEAS
CORPUS 2015/0192520-3

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA II: INCORRETA

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO NA VIA ELEITA. TRÁFICO DE


ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PLEITO DE RECONHECIMENTO DO TRÁFICO
PRIVILEGIADO. IMPOSSIBILIDADE. PACIENTES CONDENADOS PELO DELITO DE ASSOCIAÇÃO PARA O
TRÁFICO. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DA CONFISSÃO. IMPOSSIBILIDADE. PENA-BASE FIXADA NO
MÍNIMO LEGAL. SÚMULA 231/STJ. REGIME INICIAL FECHADO. PENAS-BASE NO MÍNIMO.
PRIMARIEDADE. POSSIBILIDADE DE REGIME INTERMEDIÁRIO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. - O Supremo Tribunal Federal, por sua Primeira Turma, e a Terceira
Seção deste Superior Tribunal de Justiça, diante da utilização crescente e sucessiva do habeas corpus,
passaram a restringir a sua admissibilidade quando o ato ilegal for passível de impugnação pela via
recursal própria, sem olvidar a possibilidade de concessão da ordem, de ofício, nos casos de flagrante
ilegalidade. - Não se aplica a causa especial de diminuição da pena prevista no § 4º do art. 33 da Lei
n. 11.343/2006 ao réu condenado também pelo crime de associação para o tráfico de drogas.
Precedentes. - Tendo as penas-base sido fixadas no mínimo legal, não há como a atenuante da
confissão ter reflexos na pena, em razão da Súmula 231/STJ. - O Supremo Tribunal Federal, ao julgar
o HC n. 111.840/ES, por maioria, declarou incidentalmente a inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º
da Lei 8.072/1990, com a redação dada pela Lei n. 11.464/2007, afastando, dessa forma, a
obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por crimes hediondos e equiparados,
determinando, também nesses casos, a observância do disposto no art. 33, §§ 2º e 3º, c/c o art. 59
do Código Penal. - No caso, os pacientes, primários, foram condenados à pena privativa de liberdade
superior a 4 anos e não excedente a 8 anos, com análise favorável das circunstâncias judiciais, razão
pela qual fazem jus ao regime semiaberto, a teor do disposto no art. 33, §§ 2º, alínea "“b”", e 3º, do
Código Penal. - Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para fixar o regime inicial
semiaberto. HC 313015 / SC HABEAS CORPUS 2014/0343842-6

ALTERNATIVA III: CORRETA


PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO. TRÁFICO DE DROGAS.
PENA-BASE. VALORAÇÃO NEGATIVA DA NATUREZA, QUANTIDADE E DIVERSIDADE DAS DROGAS
APREENDIDAS. CRITÉRIOS IDÔNEOS PARA A EXASPERAÇÃO. MINORANTE DO ART. 33, § 4º, DA LEI N.
11.340/2006. INAPLICABILIDADE. DEDICAÇÃO A ATIVIDADES CRIMINOSAS. REEXAME DE PROVAS.
REGIME PRISIONAL MAIS GRAVOSO (FECHADO). PENA SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS DE RECLUSÃO.
NATUREZA E QUANTIDADE DA DROGA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. SUBSTITUIÇÃO DA PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. INVIABILIDADE. FALTA DO PREENCHIMENTO
DO REQUISITO OBJETIVO. AUSÊNCIA DE MANIFESTA ILEGALIDADE. WRIT NÃO CONHECIDO. 1. Esta
Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de que não cabe habeas corpus
substitutivo do recurso legalmente previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da
impetração, salvo quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado.
2. Infere-se dos autos que os maus antecedentes não foram sopesados para aumentar a pena-base,
pois a Corte estadual considerou a quantidade e a natureza das drogas apreendidas, aliada às demais
condições em que ocorreu a prisão (apreensão de apetrechos de fabricação e embalagem de drogas)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
para fundamentar o aumento da reprimenda. 3. Conforme jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça não se configura constrangimento ilegal o fato de as instâncias ordinárias levarem em
consideração, para exasperar a pena-base do paciente, a elevada quantidade de drogas apreendidas
(in casu, 322,08 g de maconha e 11 selos de LSD), em observância ao disposto no art. 42 da Lei n.
11.343/2006. 4. Concluído pelo Tribunal de origem, com fulcro na quantidade e na variedade de droga,
assim com base nos demais elementos colhidos na instrução, que o paciente se dedica ao tráfico de
drogas, a modificação desse entendimento - a fim de fazer incidir a minorante da Lei de Drogas - enseja
o reexame do conteúdo probatório dos autos, o que é inadmissível em sede de habeas corpus.
Precedentes. 5. Nos termos da jurisprudência desta Corte, embora o paciente seja primário e a pena
tenha sido estabelecida em 5 anos e 10 meses de reclusão, não se mostra ilegal a imposição do
regime mais severo com fundamento na natureza e na expressiva quantidade de droga apreendida
(322,08 g de maconha e 11 selos de LSD), uma vez que tais circunstâncias foram elencadas pelo
próprio legislador como prevalecentes, nos termos do art. 33, § 3º, do Código Penal, c/c o art. 42 da
Lei n. 11.343/2006. 6. Estabelecido o quantum da pena em patamar superior a 4 (quatro) anos, é
inadmissível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, pela falta do
preenchimento do requisito objetivo (art. 44, I, do Código Penal). 7. Habeas corpus não conhecido. HC
314102 / TO HABEAS CORPUS 2015/0006959-1

33. Com relação a lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98), são circunstancias que agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime, exceto:
(A) Reincidência nos crimes de natureza ambiental;
(B) Ter o agente cometido a infração em domingos ou feriados;
(C) Ter o agente cometido a infração no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou
parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
(D) Ter o agente cometido a infração atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais
das autoridades competentes;
(E) Ter o agente cometido a infração com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo,
ofício, ministério ou profissão.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime
especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada
por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

ALTERNATIVA B: CORRETA
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime
especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada
por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

ALTERNATIVA C: CORRETA
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime
especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou


beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II - ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime
especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada
por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA E: INCORRETA
Não consta essa agravante no art. 15, da lei 9.605/98 (Lei dos crimes ambientais), sendo uma
agravante genérica do Código Penal (art. 61, g, do CP).

34. Com relação ao entendimento jurisprudencial sobre os crimes contra a dignidade sexual,
assinale a única alternativa correta:
(A) Nos crimes contra a dignidade sexual o bisavô que comete o crime de estupro contra sua
bisneta, não se lhes aplica a causa de aumento de pena do art. 226, II do CP, pois segundo o STF o
bisavô não pode ser considerado descendente para configurar a causa de aumento.
(B) O fato de o agente apenas passar a mão nos seios da vítima por baixo da camisa da mesma, não
configura o crime de estupro.
(C) O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato
libidinoso com menor de 14 anos, sendo relevante eventual consentimento da vítima para a prática
do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.
(D) Beijo roubado em contexto de violência física pode caracterizar estupro
(E)A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14
anos desnuda em motel não permite a deflagração da ação penal para a apuração do delito de
estupro de vulnerável.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
No caso de crimes contra a liberdade sexual (arts. 213 a 216-A) e crimes sexuais contra vulnerável
(arts. 217-A a 218-B), se o autor do delito for ascendente da vítima, a pena deverá ser aumentada de
metade (art. 226, II, do CP).
O bisavô está incluído dentro dessa expressão “ascendente”.
O bisavô está no terceiro grau da linha reta e não há nenhuma regra de limitação quanto ao número
de gerações.
Assim, se o bisavô pratica estupro de vulnerável contra sua bisneta, deverá incidir a causa de aumento
de pena prevista no art. 226, II, do CP.
STF. 2ª Turma. RHC 138717/PR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 23/5/17 (Info 866).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
O agente que passa as mãos nas coxas e seios da vítima menor de 14 anos, por dentro de sua roupa,
pratica, em tese, o crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).
Não importa que não tenha havido penetração vaginal (conjunção carnal).
STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin j.
30/8/2016 (Info 837).

ALTERNATIVA C: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Súmula 593-STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de
ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a
prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o
agente.

ALTERNATIVA D: CORRETA
RECURSO ESPECIAL. ESTUPRO CIRCUNSTANCIADO (ART. 213, § 1º, DO CP). VÍTIMA MAIOR DE 14
ANOS E MENOR DE 18 ANOS. ATO LIBIDINOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL. CONFIGURAÇÃO
DO CRIME NA MODALIDADE CONSUMADA. ATIPICIDADE AFASTADA. RECURSO PROVIDO. 1. Não se
verifica a contrariedade ao art. 619 do CPP quando o acórdão recorrido, ainda que de forma
equivocada, externa, fundamentadamente, as razões que o levaram à absolvição. 2. O exame da
alegada violação do dispositivo infraconstitucional em que se almeja o reconhecimento da tipicidade
do delito não demanda revolvimento do acervo fático-probatório dos autos, mas, sim, revaloração
dos elementos delineados no acórdão. 3. O aresto impugnado informa que o réu abordou de forma
violenta e sorrateira a vítima - adolescente de 15 anos - com a intenção de satisfazer sua lascívia,
o que ficou demonstrado por sua declarada intenção de "ficar" com a jovem e pela ação de
impingir-lhe, à força, um beijo libidinoso - qualificado, na dicção do acórdão, como um "beijo
roubado" -, após ser derrubada ao solo e mantida subjugada pelo agressor, que a imobilizou
pressionando o joelho sobre seu abdômen. 4. A jurisprudência desta Corte Superior vem,
reiteradamente, decidindo que não corresponde ao entendimento do legislador, tampouco ao da
doutrina e da jurisprudência acerca do tema, considerar como ato libidinoso diverso da conjunção
carnal tão somente o que se entende por relação vaginal ou anal. 5. A análise jurídica empreendida
pela Corte de origem, a par de dissociada da jurisprudência dos tribunais superiores, reproduz
reprovável discurso sexista, ofensivo à dignidade da mulher - notadamente da que ainda se encontra
em formação física e psíquica - , o que não só descumpre o comando constitucional (art. 227, § 4º)
que impõe severa punição ao abuso, violência e exploração sexual da criança e do adolescente, como
também transmuda em mera retórica, desprovida de eficácia, o dever estatal de proteção de que
todos são destinatários. 6. Recurso especial provido para reconhecer a violação do art. 213, § 1º, do
Código Penal, cassar o acórdão recorrido e, consequentemente, restabelecer a sentença
condenatória em todos os seus termos (Processo n. 599-67.2011 da Comarca de Cotriguaçu - MT).
REsp 1611910 / MT RECURSO ESPECIAL 2013/0249235-6

ALTERNATIVA E: INCORRETA
A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos
desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro
de vulnerável. A maior parte da doutrina penalista pátria orienta no sentido de que a contemplação
lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos arts. 213 e 217-A do CP, sendo irrelevante,
para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e ofendido. No caso, cumpre

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ainda ressaltar que o delito imputado encontra-se em capítulo inserto no Título VI do CP, que tutela a
dignidade sexual. Com efeito, a dignidade sexual não se ofende somente com lesões de natureza física.
A maior ou menor gravidade do ato libidinoso praticado, em decorrência a adição de lesões físicas ao
transtorno psíquico que a conduta supostamente praticada enseja na vítima, constitui matéria afeta
à dosimetria da pena. RHC 70.976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016, DJe
10/8/2016.

35. Assinale a alternativa que só tenha itens corretos sobre os crimes contra a administração
pública:
I. O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.
II. No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se no momento da entrega da
vantagem indevida.
III. A obtenção de lucro fácil e a cobiça nos crimes de concussão e corrupção passiva podem ser
utilizados para aumentar a pena-base alegando que os “motivos do crime” (circunstância judicial
do art. 59 do CP) seriam desfavoráveis.
IV. Secretária de Estado que desvia verbas de convênio federal que tinha destinação específica e
as utiliza para pagamento da folha de servidores pratica o crime de peculato (art. 312 do CP).

(A) I e IV.
(B) I, III, e IV.
(C) II, III e IV.
(D) Apenas I.
(E) III e IV.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA I: CORRETA
Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.

ALTERNATIVA II: INCORRETA


No crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-se pela exigência - e não pela
entrega - da vantagem indevida. Isso porque a concussão é crime formal, que se consuma com a
exigência da vantagem indevida. Assim, a eventual entrega do exigido se consubstancia mero
exaurimento do crime previamente consumado. HC 266.460-ES, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 11/6/2015, DJe 17/6/2015.

ALTERNATIVA III: INCORRETA

A obtenção de lucro fácil e a cobiça constituem elementares dos tipos de concussão e corrupção
passiva (arts. 316 e 317 do CP), sendo indevido utilizá-las para aumentar a pena-base alegando que
os “motivos do crime” (circunstância judicial do art. 59 do CP) seriam desfavoráveis.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
STJ. 3ª Secção. EDv nos EREsp 1.196.136-RO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 24/5/17 (Info
608).

ALTERNATIVA IV: INCORRETA

Secretária de Estado que desvia verbas de convênio federal que tinha destinação específica e as utiliza
para pagamento da folha de servidores não pratica o crime de peculato (art. 312 do CP), mas sim o
delito de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315).
STF. 2ª Turma. Inq 3731/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2016 (Info813).

36. Com relação a lei de organização criminosa (lei 12.850/2013) e aos crimes a ele correlato,
marque a alternativa correta:
(A) Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas mesmo que não
seja estruturalmente ordenada mas caracterizada pela divisão de tarefas, anda que
informalmente, com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza,
mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos,
ou que sejam de caráter transnacional;
(B) A referida lei se aplica à organização terrorista.
(C) A lei de organização criminosa não traz em seu bojo crimes em espécies de forma expressa.
(D) A colaboração premiada somente é permitida durante a fase pré-processual.
(E) O fato do agente exercer o comando da organização criminosa é irrelevante para a aplicação da
pena.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA

Lesão corporal

Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.

§ 1o Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente


ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter,
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais
cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.

ALTERNATIVA B: CORRETA

Verdade, art.1º, § 2º, II, introduzido pela lei 13.260/2016 (Lei do Terrorismo).

§ 2o Esta Lei se aplica também:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de
terrorismo legalmente definidos.

ALTERNATIVA C: INCORRETA

A referida lei traz sim tipo penal, Art. 2º e parágrafos.

Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,


organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
demais infrações penais praticadas.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de
infração penal que envolva organização criminosa.

§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego


de arma de fogo.

§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização


criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.

§ 4o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):

I - se há participação de criança ou adolescente;

II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a


prática de infração penal;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;

V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.

§ 5o Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá
o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

§ 6o A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo,


função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo
prazo de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de
Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para
acompanhar o feito até a sua conclusão.

ALTERNATIVA D: INCORRETA

Errado, ela pode a colaboração penal pode ser permitida:

Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos
em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I - colaboração premiada;

II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;

III - ação controlada;

IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos


de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;

V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica;

VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;

VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;

VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de
provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.

ALTERNATIVA E: INCORRETA

Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa,


organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
demais infrações penais praticadas.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de
infração penal que envolva organização criminosa.

§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego


de arma de fogo.

§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização


criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
37. Com relação aos crimes ligados a Lei Maria da Penha, (Lei 13.340/2006), assinale a
alternativa correta.
(A) Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) se exige a coabitação entre autor e vítima.
(B) É aplicável o princípio da insignificância nas contravenções penais praticados contra a mulher
no âmbito das relações domésticas.
(C) A prática de contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente
doméstico possibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
(D) Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida protetiva de
urgência consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar.
(E) A ação penal relativa ao crime de lesão corporal de natureza leve, resultante de violência
doméstica contra a mulher é pública condicionada a representação.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA

Súmula 600-STJ: Para a configuração da violência doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei nº
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a coabitação entre autor e vítima.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais
praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave
ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Cabe habeas corpus para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida protetiva de urgência
consistente na proibição de aproximar-se de vítima de violência doméstica e familiar. O eventual
descumprimento de medidas protetivas arroladas na Lei Maria da Penha pode gerar sanções de
natureza civil (art. 22, § 4º, da n. Lei 11.340/2006, c/c art. 461, §§ 5º e 6º do CPC), bem como a
decretação de prisão preventiva, de acordo com o art. 313, III, do CPP (HC 271.267-MS, Quinta Turma,
DJe 18/11/2015). Ademais, prevê o CPP o seguinte: “Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e
vir, salvo nos casos de punição disciplinar”. Se o paciente não pode aproximar-se da vítima ou de seus
familiares, decerto que se encontra limitada a sua liberdade de ir e vir. Assim, afigura-se cabível a
impetração do habeas corpus. HC 298.499-AL, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
1º/12/2015, DJe 9/12/2015.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica
contra a mulher é pública incondicionada.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
38. Com relação aos crimes do Código de Trânsito Brasileiro, analise as afirmativas e marque a
alternativa correta:
I. Pedro, dirigindo seu veículo imprudentemente, causa a morte de sua noiva e de um amigo; o fato
de ter sido concedido perdão judicial para a morte da noiva, significará a extinção da punibilidade
em relação ao homicídio culposo do amigo.
II. A entrega de direção de veículo automotor a pessoa não habilitada é crime de perigo
concreto, ou seja, requer a prova que existia a lesão ou perigo de dano.
III. O condutor que estar com a CNH vencida se enquadra na causa de aumento do inciso I do § 1º
do art. 302 do CTB (“não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação”).
IV. É inepta a denúncia que imputa a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor
(art. 302 da Lei 9.503/1997) sem descrever, de forma clara e precisa, a conduta negligente, imperita
ou imprudente que teria gerado o resultado morte.

(A) Apenas a I correta;


(B) Apenas a IV correta;
(C) I e II corretas;
(D) III e IV corretas;
(E) I, II, III e IV corretas.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA I: INCORRETA

RECURSO ESPECIAL. DUPLO HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO. CONCURSO FORMAL. ART. 302,
CAPUT, DA LEI N. 9.503/1997, C/C ART. 70 DO CP. MORTE DE NAMORADO E DO AMIGO. PERDÃO
JUDICIAL. ART. 121, § 5º, DO CÓDIGO PENAL. CONCESSÃO. VÍNCULO AFETIVO ENTRE RÉU E VÍTIMAS.
NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. SÚMULA N. 7 DO STJ. EXTENSÃO DOS EFEITOS PELO CONCURSO
FORMAL. INVIABILIDADE. SISTEMA DE EXASPERAÇÃO DA PENA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. CAUSA
EXCEPCIONAL. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO. 1. Conquanto
o texto do § 5º do art. 121 do Código Penal não tenha definido o caráter e a extensão das
consequências do crime imprescindíveis à concessão do perdão judicial, não deixa dúvidas quanto à
forma grave com que elas devem ter atingido o agente, a ponto de tornar desnecessária e até mesmo
exacerbada a aplicação de sanção penal. 2. A análise do grave sofrimento, apto a ensejar a inutilidade
da função retributiva da pena, deve ser aferida de acordo com o estado emocional de que é
acometido o sujeito ativo do crime, em decorrência da sua ação culposa, razão pela qual a doutrina,
quando a avaliação está voltada para o sofrimento psicológico do agente, enxerga no § 5º a exigência
da prévia existência de um vínculo, de um laço de conhecimento entre os envolvidos, para que seja
"tão grave" a consequência do crime ao agente. Isso porque a interpretação dada é a de que, na
maior parte das vezes, só sofre intensamente aquele réu que, de forma culposa, matou alguém
conhecido e com quem mantinha laços afetivos. 3. Assim, havendo o Tribunal a quo entendido não
estar demonstrado nos autos, de forma inconteste, que o acusado mantinha, embora de natureza
diversa, fortes vínculos afetivos com ambas as vítimas, de modo a justificar o profundo sofrimento
psíquico derivado da provocação de suas mortes, não há que se falar em malferimento à lei federal,
pois inviável, consoantes precedentes desta Corte Superior, a dupla aplicação do perdão judicial. 4.
Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, que se entende não haver

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
desejado o legislador, pois, além de difícil aferição - o tão intenso sofrimento -, serviria como
argumento de defesa para todo e qualquer caso de delito de trânsito com vítima fatal. 5. A revisão
desse entendimento, tal qual perquirido pelo recorrente, que afirma existir farto acervo probatório
a demonstrar os laços de amizade com a segunda vítima, demandaria imersão vertical sobre o
conjunto fático-probatório delineado nos autos, procedimento vedado em recurso especial, a teor
da Súmula n. 7 do STJ. 6. Malgrado a instituição do concurso formal de crimes tenha intensão de
beneficiar o acusado, estabelecendo o legislador um sistema de exasperação da pena que fixa a
punição com base em apenas um dos crimes, não se deixou de acrescentar a previsão de imposição
de uma cota-parte, apta a representar a correção também pelos demais delitos. Ainda assim, não há
referência à hipótese de extensão da absolvição, da extinção da punibilidade, ou mesmo, da redução
da pena pela prática de nenhum dos delitos, tanto que dispõe, o art. 108 do Código Penal, in fine,
que, "nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a
agravação da pena resultante da conexão" . 7. Tratando-se o perdão judicial de uma causa de
extinção da punibilidade de índole excepcional, somente pode ser concedido quando presentes os
seus requisitos, devendo-se analisar cada delito de per si, e não de forma generalizada, como quando
ocorre a pluralidade de delitos decorrentes do concurso formal de crimes. 8. Recurso especial não
provido.

ALTERNATIVA II: INCORRETA

Súmula 575-STJ: Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar a direção de veículo
automotor à pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em qualquer das situações previstas
no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto na
condução do veículo.

ALTERNATIVA III: INCORRETA

O fato de o autor de homicídio culposo na direção de veículo automotor estar com a CNH vencida
não justifica a aplicação da causa especial de aumento de pena descrita no § 1º, I, do art. 302 do
CTB. No art. 162 do CTB, o legislador, ao definir diferentes infrações administrativas, distinguiu duas
situações: dirigir veículo “sem possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir”
(inciso I); e dirigir “com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias”
(inciso V). Essas situações, embora igualmente configurem infração de trânsito, foram tratadas
separadamente, de forma diversa. Em relação ao crime de homicídio culposo na direção de veículo
automotor, o § 1º, I, do art. 302 do CTB determina que a pena será aumentada de 1/3 (um terço) à
metade se o agente “não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação”. Ora, se o
legislador quisesse punir de forma mais gravosa o autor de homicídio culposo na direção de veículo
automotor cuja CNH estivesse vencida, teria feito expressa alusão a esta hipótese (assim como fez,
no § 1º, I, do art. 302, quanto à situação de “não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de
Habilitação”). Além disso, no Direito Penal, não se admite a analogia in malam partem, de modo que
não se pode inserir no rol das circunstâncias que agravam a pena (art. 302, § 1º) também o fato de o

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
agente cometer homicídio culposo na direção de veículo automotor com carteira de habilitação
vencida. HC 226.128-TO, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 7/4/2016, DJe 20/4/2016.

ALTERNATIVA IV: CORRETA


É inepta a denúncia que imputa a prática de homicídio culposo na direção de veículo automotor
(art. 302 da Lei 9.503/1997) sem descrever, de forma clara e precisa, a conduta negligente, imperita
ou imprudente que teria gerado o resultado morte, sendo insuficiente a simples menção de que o
suposto autor estava na direção do veículo no momento do acidente. Isso porque é ilegítima a
persecução criminal quando, comparando-se o tipo penal apontado na denúncia com a conduta
atribuída ao denunciado, não se verificar o preenchimento dos requisitos do art. 41 do CPP,
necessários ao exercício do contraditório e da ampla defesa. De fato, não se pode olvidar que o
homicídio culposo se perfaz com a ação imprudente, negligente ou imperita do agente, modalidades
de culpa que devem ser descritas na inicial acusatória, sob pena de se punir a mera conduta de
envolver-se em acidente de trânsito, algo irrelevante para o Direito Penal. A imputação, sem a
observância dessas formalidades, representa a imposição de indevido ônus do processo ao suposto
autor, ante a ausência da descrição de todos os elementos necessários à responsabilização penal
decorrente da morte da vítima. Configura, ademais, responsabilização penal objetiva, derivada da
mera morte de alguém, em razão de acidente causado na direção de veículo automotor. HC 305.194-
PB, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 11/11/2014, DJe 1º/12/2014.

39. Com relação ao crime da Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/1998), é considerado causa de
aumento de pena quando:
(A) O agente importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros
(B) O agente utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes
de infração penal
(C) O agente participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade
principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei
(D) O agente, os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere.
(E) Se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de
organização criminosa.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
movimenta ou transfere;

III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração


penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.

§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
valores provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,


movimenta ou transfere;

III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração


penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,


movimenta ou transfere;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração


penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal:
I - os converte em ativos lícitos;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito,


movimenta ou transfere;

III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem:

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenientes de infração


penal;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal
ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

ALTERNATIVA E: CORRETA
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos
de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.

40. A respeito do regime prisional disposto no Código Penal, assinale a alternativa incorreta:

(A) Nos termos do art. 33 do Código Penal, fixada a pena em patamar inferior a 4 (quatro) anos de
reclusão, a estipulação do regime inicial fechado é apropriada, quando existem circunstâncias
judiciais desfavoráveis.
(B) Paulo, réu primário, foi condenado a uma pena de seis anos de reclusão. As circunstâncias
judiciais foram favoráveis. Neste caso, não pode o juiz fixar o regime inicial fechado.
(C) O STJ entende que, ainda que o juiz tenha considerado favoráveis as circunstâncias judiciais
(art. 59 do CP), é admissível a fixação do regime inicial mais gravoso do que o abstratamente

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
previsto de acordo com a quantidade de pena aplicada, desde que o magistrado fundamente essa
decisão na gravidade concreta da conduta delituosa.
(D) Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no
regime prisional fechado.
(E) Fixada a pena-base no mínimo legal, é permitido o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade
abstrata do delito.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA

HABEAS CORPUS Nº 358.998 - SP (2016/0152336-7) RELATOR : MINISTRO JORGE MUSSI


IMPETRANTE : ALEX LUCIO ALVES DE FARIA E OUTRO ADVOGADO : ALEX LUCIO ALVES DE FARIA E
OUTRO (S) - SP299531 IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO PACIENTE
: LUIS RICARDO TAMIYA (PRESO) DECISÃO Trata-se de habeas corpus impetrado contra acórdão
proferido pelo TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, uma vez que fixado a LUIS
RICARDO TAMIYA, condenado pela prática do delito previsto no art. 155, § 4º, IV, do Código Penal,
o regime fechado. Sustenta a parte impetrante, em síntese, que, pelo quantum de pena irrogado,
seria possível o deferimento de regime de cumprimento de reprimenda menos gravoso, em
especial tendo em vista a existência de fins ressocializadores da pena, estando tal entendimento
em consonância com a jurisprudência. Alega, também, a morosidade para se dar início à execução
da pena, pois, "passados mais de 1 ano até o presente momento não há um Juiz competente da
execução criminal para requerer o pedido de substituição da pena." (e-STJ fl. 8). Pleiteou, assim, a
concessão de ordem para afastar a ilegalidade apontada, fixando-se o regime adequado ao caso.
O pleito liminar foi analisado às fls. 33/34. Prestadas as informações solicitadas, o Ministério
Público Federal manifestou-se às fls. 41/45. É o relatório. A princípio, insurgindo-se a impetração
contra acórdão do Tribunal de origem proferido em sede de apelação, mostra-se incabível o
manejo do habeas corpus originário, já que formulado em flagrante desrespeito ao sistema
recursal vigente no âmbito do Direito Processual Penal pátrio. O alegado constrangimento ilegal,
entretanto, será analisado para a verificação da eventual possibilidade de atuação ex officio, nos
termos do artigo 654, § 2º, do Código de Processo Penal. No caso em apreço, verifica-se que a LUIS
RICARDO TAMIYA foi imposta a pena de 02 (dois) anos e 08 (oito) meses de reclusão, em regime
inicial fechado, e pagamento de 13 (treze) dias-multa por infração ao art. 155, § 4º, IV, do Código
Penal, ou seja, com patamar inferior a 4 anos. Não obstante, a fim de aquilatar a adequação do
regime inicial para o cumprimento da reprimenda, as instâncias originárias levaram em
consideração a existência de circunstância judicial desfavorável e a reincidência, o que encontro
esteio na jurisprudência deste Sodalício. É que, dando interpretação à legislação federal, esta Corte
firmou o entendimento de que o regime de pena deve ser fixado não apenas com o parâmetro do
importe de sanção aplicada, mas também com base nos vetores do art. 59 do Estatuto Repressivo,
quais sejam, culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do agente, motivos,

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
circunstâncias, consequências do crime e comportamento da vítima, conforme aponta o art. 33, §
3º, do CP. Diante disso, enfrentando casos semelhantes ao em apreço, o Superior Tribunal de
Justiça consolidou o posicionamento de que, conquanto a pena irrogada possa ser inferior a 4 anos,
a existência da reincidência, aliada a circunstâncias judiciais desfavoráveis, justificam a imposição
do regime mais gravoso. Citem-se, a título de exemplo: PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE
RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA. PENA INFERIOR A 4 ANOS.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. MAUS ANTECEDENTES. EXISTÊNCIA DE
REINCIDÊNCIA. REGIME INICIAL FECHADO. POSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CARACTERIZADO. SÚMULA Nº 269/STJ. INAPLICABILIDADE. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.
(...) III - "É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a
pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais" (En. 269/STJ). IV - Na
hipótese, não há constrangimento ilegal na imposição de regime fechado a condenado a pena de
2 anos e 8 meses de reclusão, se ele é reincidente e ostenta maus antecedentes, circunstância
judicial desfavorável que serve tanto para aumentar a pena-base quanto para agravar o regime
prisional, por força do disposto no art. 33, § 3º, do Código Penal. Assim, o teor da Súmula 269/STJ
revela-se inaplicável. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. (HC 341.854/SC, Rel. Ministro FELIX
FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 02/02/2016, DJe 19/02/2016 - grifou-se) HABEAS CORPUS.
ART. 155, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. (1) IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA DE RECURSO
ESPECIAL.IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. (2) DOSIMETRIA. PENA-BASE. CONSEQUÊNCIAS DO
CRIME. VALOR SENTIMENTAL DOOBJETO MATERIAL PARA A VÍTIMA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
(3) PERSONALIDADE. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONCRETOS. FUNDAMENTAÇÃO INIDÔNEA.
REINCIDÊNCIA. (4) AGRAVANTE. QUANTUM DE AUMENTO. NÃO ESPECIFICAÇÃO NO CÓDIGO
PENAL. DISCRICIONARIEDADE VINCULADA DO JUIZ. AUMENTO EXACERBADO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. (5) REPRIMENDA INFERIOR A 4 ANOS DE RECLUSÃO.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. REINCIDÊNCIA. REGIME SEMIABERTO.
IMPOSSIBILIDADE. (6) WRIT NÃO CONHECIDO. ORDEM DE OFÍCIO. 5. Nos termos do art. 33 do
Código Penal, fixada a pena em patamar inferior a 4 (quatro) anos de reclusão, a estipulação do
regime inicial fechado é apropriada, quando existem circunstâncias judiciais desfavoráveis, tanto
que a pena-base foi fixada acima do mínimo legal, e o réu é reincidente. 6. Habeas corpus não
conhecido. Ordem concedida, de ofício, a fim de reduzir a pena do paciente para 01 (um) ano, 06
(seis) meses e 20 (vinte) dias de reclusão, mais o pagamento de 15 (quinze) dias-multa, mantidos
os demais termos da condenação. (HC 340.007/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,
SEXTA TURMA, julgado em 01/12/2015, DJe 11/12/2015 -grifou-se) Ademais, inviável a aplicação
do enunciado na Súmula n.º 269 deste Superior Tribunal de Justiça, que estabelece: "É admissível
a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4
(quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais", pois, consoante se viu, não é o caso dos
autos, haja vista a existência de circunstância judicial desfavorável ao condenado. Com relação à
morosidade para se dar início à execução da pena a fim de que o juízo da execução possa analisar
o pleito, não há como se conhecer do habeas corpus, visto que tal questão não foi objeto de exame
pelo Tribunal apontado como coator no aresto ora objurgado, o que impede sua apreciação
diretamente por este Superior Tribunal, dada sua incompetência para tanto e sob pena de indevida

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
supressão de instância, consoante reiterados julgados desse Sodalício. Nesse sentido: PROCESSO
PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E RESPECTIVA ASSOCIAÇÃO. RECEPTAÇÃO.
ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR. RESISTÊNCIA. PORTE ILEGAL
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. DISPARO DE ARMA DE FOGO. PRISÃO CAUTELAR.
FUNDAMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. EXCESSO
DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. NECESSIDADE DE EXPEDIÇÃO DE CARTAS PRECATÓRIAS E
DESMEMBRAMENTO DO FEITO. PLURALIDADE DE CRIMES E RÉUS. COMPLEXIDADE DA CAUSA.
INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE MANIFESTA. WRIT PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA
EXTENSÃO, DENEGADA A ORDEM. 1. As matérias que não foram examinadas pela Corte de origem,
atinentes à ausência de fundamentação concreta da decisão que decretou a prisão preventiva do
paciente e à aplicabilidade das medidas cautelares alternativas, não podem ser enfrentadas pelo
Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida supressão de instância. 2. A questão do excesso
de prazo na formação da culpa não se esgota na simples verificação aritmética dos prazos previstos
na lei processual, devendo ser analisada à luz do princípio da razoabilidade, segundo as
circunstâncias detalhadas de cada caso concreto. 3. Na hipótese, a complexidade do feito é
evidente, diante da multiplicidade de crimes e da pluralidade de acusados; da grande quantidade
de drogas apreendidas (702,750 - setecentos e dois quilos e setecentos e cinquenta gramas - de
maconha) e da necessidade desmembramento do feito e de expedição de cartas precatórias. Tal
contexto justifica a cronologia processual, que é compatível com as particularidades da causa, não
se tributando, pois, aos órgãos estatais indevida letargia. 4. Habeas corpus parcialmente conhecido
e, nessa extensão, denegada a ordem. (HC 335.507/GO, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 13/11/2015) Constata-se, portanto, que o
acórdão objurgado é respaldado pela jurisprudência pacífica desta Corte Superior de Justiça,
circunstância que afasta o alegado constrangimento ilegal. Ante o exposto, com fundamento no
artigo 34, inciso XX, do RISTJ, não se conhece do habeas corpus. Publique-se. Intimem-se. Após a
ciência do Ministério Público Federal, arquivem-se os autos. Brasília (DF), 04 de março de 2017.
MINISTRO JORGE MUSSI Relator
(STJ - HC: 358998 SP 2016/0152336-7, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Publicação: DJ
08/03/2017)

ALTERNATIVA B: CORRETA

No crime de roubo, o emprego de arma de fogo não autoriza, por si só, a imposição do regime
inicial fechado se, primário o réu, a pena-base foi fixada no mínimo legal. Nesse sentido, dispõe a
Súmula 440 do STJ que, “fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime
prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade
abstrata do delito”; e a Súmula 719 do STF, “a imposição do regime de cumprimento mais severo do
que a pena aplicada permitir exige motivação idônea”. Precedente citado do STJ: AgRg no HC
303.275-SP, Quinta Turma, DJe 24/2/2015. Precedente citado do STF: HC 118.230-RS, Primeira
Turma, DJe 11/3/2009. HC 309.939-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do
TJ-SC), julgado em 28/4/2015, DJe 19/5/2015.

ALTERNATIVA C: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Ainda que consideradas favoráveis as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP), é admissível a fixação
do regime prisional fechado aos não reincidentes condenados por roubo a pena superior a quatro
anos e inferior a oito anos se constatada a gravidade concreta da conduta delituosa, aferível,
principalmente, pelo uso de arma de fogo. Precedentes citados: HC 274.908-SP, Quinta Turma, DJe
2/9/2014; HC 293.512-SP, Quinta Turma, DJe 1º/7/2014; e HC 262.939-SP, Sexta Turma, DJe
25/4/2014. HC 294.803-SP, Rel. Min. Newton Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC),
julgado em 18/9/2014.

ALTERNATIVA D: CORRETA

Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da pena no regime
prisional fechado.
STJ. 5ª Turma. HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 13/5/14 (Info 540).

ALTERNATIVA E: INCORRETA

Súmula 440-STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata
do delito.

41. Com relação a pena de multa, analise as proposições e marque a alternativa correta.
I - João foi condenado a 3 anos de reclusão (pena privativa de liberdade) e a 200 dias-multa. Após
cumprir integralmente a pena privativa de liberdade, João foi solto e a Defensoria Pública
peticionou ao juízo requerendo a extinção da punibilidade. O juiz extinguiu a pena privativa de
liberdade pelo seu integral cumprimento; todavia, determinou que fosse oficiada a Procuradoria
da Fazenda Pública para cobrança da pena de multa e afirmou que a extinção da punibilidade só
poderia ser decretada quando houvesse o pagamento do valor.

II - A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença


condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.

III - O MP tem legitimidade para promover medida assecuratória que vise à garantia do pagamento
de multa imposta por sentença penal condenatória.

(A) Está correta apenas a I.


(B) Estão Corretas a I, II e III.
(C) Está correta apenas a II.
(D) A II e III estão corretas.
(E) Apenas a III está correta.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA I: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Nos casos em que haja condenação a pena privativa de liberdade e multa, cumprida a primeira (ou
a restritiva de direitos que eventualmente a tenha substituído), o inadimplemento da sanção
pecuniária não obsta o reconhecimento da extinção da punibilidade. A Lei 9.268/1996 deu nova
redação ao art. 51 do CP e extirpou do diploma jurídico a possibilidade de conversão da pena de
multa em detenção, no caso de inadimplemento da sanção pecuniária. Após a alteração legislativa,
o mencionado artigo passou a vigorar com a seguinte redação: “Transitada em julgado a sentença
condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição”. Portanto, diante da nova redação dada ao CP, a pena de multa não mais
possui o condão de constranger o direito à locomoção do sentenciado (STF: AgRg no HC 81.480-SP,
Primeira Turma, DJ 5/4/2002; e HC 73.758-SP, Segunda Turma, DJ 24/9/1999). É imperioso frisar que
a nova redação do art. 51 do CP trata da pena de multa como dívida de valor já a partir do trânsito
em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, em momento, inclusive, anterior ao próprio
cumprimento da pena privativa de liberdade ou da restritiva de direitos. Isso implica afirmar que o
jus puniendi do Estado exaure-se ao fim da execução da pena privativa de liberdade ou da restritiva
de direitos, porquanto, em nenhum momento, engloba a pena de multa, considerada dívida de valor
a partir do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Entendimento oposto, ou seja, a
possibilidade de constrição da liberdade daquele que é apenado somente em razão de sanção
pecuniária, consistiria em legitimação da prisão por dívida, em afronta, portanto, ao disposto no art.
5º, LXVII, da CF e, ainda, no art. 7º, 7, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de
San José da Costa Rica), cujo texto estabelece que “ninguém deve ser detido por dívida”. Dessa
forma, o reconhecimento da pena de multa como dívida de valor atribui à sanção pecuniária caráter
extrapenal. Se a natureza da multa, após o trânsito em julgado da condenação, fosse compreendida
como de caráter penal, mesmo diante da extinção da pena privativa de liberdade ou da restritiva de
direitos pelo cumprimento, os efeitos da sentença se conservariam até o adimplemento da pena
pecuniária, porquanto não reconhecida a extinção da punibilidade do apenado. Após a alteração
legislativa que considerou a pena de multa como dívida de valor, deve-se assinalar também a
alteração da competência para a execução da sanção, exclusiva, então, da Fazenda Pública, conforme
disposto no enunciado da Súmula 521 do STJ: “A legitimidade para a execução fiscal de multa
pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Fazenda Pública”.
Portanto, extinta a pena privativa de liberdade (ou restritiva de direitos) pelo seu cumprimento, o
inadimplemento da pena de multa não obsta a extinção da punibilidade do apenado, porquanto,
após a nova redação do art. 51 do CP, dada pela Lei 9.268/1996, a pena pecuniária é considerada
dívida de valor e, desse modo, possui caráter extrapenal, de forma que sua execução é de
competência exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. REsp 1.519.777-SP, Rel. Min. Rogério
Schietti Cruz, Terceira Seção, julgado em 26/8/2015, DJe 10/9/2015.

ALTERNATIVA II: CORRETA

Súmula 521-STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em
sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública.

ALTERNATIVA III: CORRETA

O MP tem legitimidade para promover medida assecuratória que vise à garantia do pagamento de
multa imposta por sentença penal condenatória.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
É certo que, com a edição da Lei 9.268/1996, que deu nova redação ao art. 51 do CP, a legitimidade
para a cobrança da pena de multa passou a ser da Fazenda Pública. No entanto, a pena de multa
continua tendo natureza jurídica de sanção penal e, no caso em tela, não se está discutindo a
legitimidade do MP para cobrança de pena de multa, mas sim para promover medida assecuratória,
providência que está assegurada pelo art. 142 do CPP e pela própria CF/88, quando esta prevê que
o MP é titular da ação penal.
Enquanto não há trânsito em julgado da condenação, a Fazenda Pública não pode tomar qualquer
providência relacionada com a cobrança da pena de multa. Assim, se não fosse permitido que o MP
atuasse nesse caso, ninguém mais teria legitimidade para essas medidas acautelatórias, já que a
atuação da Fazenda Pública na execução da multa penal só ocorre muito mais tarde, após o trânsito
em julgado.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.275.834-PR, Rel. Min. Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ-SP),
julgado em 17/3/2015 (Info 558)

42. A respeito dos crimes contra a fé pública de acordo com a jurisprudência e suas disposições
dispostas na lei, assinale a alternativa correta:
(A) Falsa declaração de hipossuficiência é crime.
(B) Pratica falsidade ideológica (art. 299 do CP) o candidato que deixa de contabilizar despesas em
sua prestação de contas no TRE.
(C) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão
da entidade ou órgão expedidor.
(D) Antes da entrada em vigor da lei 12.737/12 que tipificou no art. 298 o crime de clonagem de
cartão de crédito, caso o agente clonasse cartões de crédito era considerado fato atípico.
(E) Inserir informação falsa em currículo Lattes configura crime de falsidade ideológica.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA

É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os
benefícios da justiça gratuita.
A conduta de firmar ou usar declaração de pobreza falsa em juízo, com a finalidade de obter os
benefícios da gratuidade de justiça não é crime, pois aludida manifestação não pode ser considerada
documento para fins penais, já que é passível de comprovação posterior, seja por provocação da
parte contrária seja por aferição, de ofício, pelo magistrado da causa.
STJ. 6ª Turma. HC 261.074-MS, Rel. Min. Marilza Maynard (Desembargadora convocada do TJ-SE),
j. 5/8/14 (Info 546).

ALTERNATIVA B: CORRETA

A 1ª Turma, por maioria, recebeu denúncia oferecida contra senador pela suposta prática do crime
de falsidade ideológica (CP, art. 299). Na espécie, o investigado teria inserido informações falsas
em prestação de contas eleitoral, consistente na omissão de despesas com “banners”, “minidoors”

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
e cartazes, no total de R$ 15.293,58. A Turma asseverou que a prestação de contas eleitoral haveria
de corresponder aos valores arrecadados e às despesas efetuadas e que, no presente caso, não se
poderia cogitar de insignificância penal. Vencidos os Ministros Luiz Fux e Dias Tofolli, que
rejeitavam a denúncia por não entreverem dolo específico e elemento subjetivo do tipo.
Inq 3767/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 28.10.2014. (Inq-3767)

ALTERNATIVA C: INCORRETA

Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada
em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a
qualificação do órgão expedidor.

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Ainda que praticada antes da entrada em vigor da Lei n. 12.737/2012, é típica (art. 298 do CP) a
conduta de falsificar, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito. De fato, o caput do art. 298
do CP (“Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro”) descreve o elemento normativo: "documento". Segundo doutrina, “os elementos
normativos são aqueles para cuja compreensão é insuficiente desenvolver uma atividade meramente
cognitiva, devendo-se realizar uma atividade valorativa.” Assim, o elemento normativo implica uma
atitude especial do intérprete, a exigir um pouco mais que a simples percepção de sentidos,
delimitando-se o alcance e o sentido do texto legal existente. Por conseguinte, no processo
hermenêutico que subjaz à atividade do julgador, o elemento normativo em questão prescinde de
integração, especialmente da utilização de analogia. Ao avançar na compreensão ou na valoração do
significado do elemento normativo “documento”, poder-se-ia extrair, de acordo com os escólios de
doutrina, a ideia de que seria “todo escrito especialmente destinado a servir ou eventualmente
utilizável como meio de prova de fato juridicamente relevante” e, acerca da falsidade documental:
“imitação ou deformação fraudulenta da verdade em um papel escrito, no sentido de conculcar uma
relação jurídica ou causar um prejuízo juridicamente apreciável.” Aliás, a própria Lei de Acesso à
Informação (art. 4º, II) define documento como "unidade de registro de informações, qualquer que
seja o suporte ou formato". Nessa perspectiva, não há como perder de vista que o "cartão de
crédito", embora não seja tão recente, passou a ter utilização propagada de forma exponencial no
final do século passado, notadamente pela facilidade de se estabelecer, com ele, uma gama de
relações jurídicas relevantes para o cenário econômico. Tal importância, fruto da própria dinâmica
tecnológica, culminou com a necessidade de se estabelecer uma proteção penal mais significativa
para essas relações. Nesse ponto, o elemento normativo previsto no art. 298 do CP assumiu especial
relevo, porque a maleabilidade valorativa que lhe é inerente permitiu a sua adaptação aos anseios e
às necessidades provenientes da existência de novas relações jurídicas advindas da evolução
tecnológica. De acordo com doutrina, há uma vinculação entre esse conteúdo e a interpretação
valorativa, que sempre será determinada pelo julgador de acordo com a cultura da época. Em virtude
disso, a jurisprudência, antes da entrada em vigor da Lei n. 12.737/2012, passou ao largo de discutir
se a falsificação de cartão de crédito poderia se enquadrar como falsificação de documento
particular. A presença do elemento normativo "documento" possibilitou ao aplicador da lei
compreender que o cartão de crédito ou bancário enquadrar-se-ia no conceito de documento
particular, para fins de tipificação da conduta, principalmente porque dele constam dados pessoais
do titular e da própria instituição financeira (inclusive na tarja magnética) e que são passíveis de
falsificação. Isso pode ser constatado pelo fato de que os inúmeros processos que aportaram no STJ

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
antes da edição da referida lei e que tratavam de falsificação de documento particular em casos de
“clonagem” de cartão de crédito não reconheceram a atipicidade da conduta (HC 43.952-RJ, Quinta
Turma, DJ 11/9/2006; HC 116.356-GO, Quinta Turma, DJe 6/4/2009; RHC 19.936-RJ, Quinta Turma,
DJ 11/12/2006; RHC 13.415-CE, Quinta Turma, DJ 3/2/2003; HC 27.520-GO, Sexta Turma, DJ
15/9/2003; entre outros). No mesmo sentido, citam-se precedentes do STF: HC 102.971-RJ, Segunda
Turma, DJe 5/5/2011; e HC 82.582-RJ, Segunda Turma, DJ 4/4/2003; entre outros. Assim, a inserção
do parágrafo único no art. 298 do CP apenas ratificou e tornou explícito o entendimento
jurisprudencial da época, relativamente ao alcance do elemento normativo “documento”,
clarificando que cartão de crédito é considerado documento. Não houve, portanto, uma ruptura
conceitual que justificasse considerar, somente a partir da edição da Lei n. 12.737/2012, cartão de
crédito ou de débito como documento. Inclusive, seria incongruente, a prevalecer a tese da
atipicidade anterior à referida lei, reconhecer que todos os casos antes assim definidos pela
jurisprudência, por meio de legítima valoração de elemento normativo, devam ser desconstituídos
justamente em virtude da edição de uma lei interpretativa que veio em apoio à própria jurisprudência
já então dominante. Acrescenta-se, ainda, não prosperar o argumento de que é sempre inviável a
retroatividade de uma lei penal interpretativa (se não favorável ao réu), esta compreendida como
norma que não altera o conteúdo ou o elemento da norma interpretada, mas, apenas, traduz o seu
significado. Esse raciocínio, se considerado isoladamente, conduziria à ideia de que a previsão contida
no parágrafo único do art. 298 do CP não poderia retroagir e, por esse ângulo, surgiria um imbróglio,
na medida em que a jurisprudência nunca oscilou quanto ao reconhecimento de que cartão de
crédito é documento para fins do caput do referido artigo. Nesse contexto, há vertente doutrinária
no viés de que: “se o sentido fixado pela lei interpretativa é diferente do atribuído à norma por uma
corrente jurisprudencial uniforme, então a lei nova [...] já não pode ser considerada realmente
interpretativa, mas inovadora.” Isso sugere, a contrario sensu, que o sentido atribuído à norma
interpretativa que estivesse em consonância com a jurisprudência não se caracterizaria como lei
inovadora, no sentido substancial. Na hipótese, repita-se, a jurisprudência era uníssona em
reconhecer que cartão de crédito era documento para fins do caput do art. 298 do CP, o que implica
dizer que a Lei n. 12.737/2012 apenas reproduziu, com palavras mais inequívocas, a jurisprudência
daquela época, tratando-se, desse modo, de lei interpretativa exemplificativa, porquanto o
conceito de "documento" previsto no caput não deixou de conter outras interpretações possíveis.
Por fim, não é possível deixar de salientar que, a não se compreender assim, todos os casos anteriores
à edição da referida lei e que culminaram em condenação, ou mesmo aqueles que ainda se
encontram em andamento, deveriam ser revistos, embora não tenha ocorrido qualquer ruptura na
interpretação dada pela jurisprudência ao elemento normativo do tipo antes ou após a inserção do
parágrafo único no art. 298 do CP. REsp 1.578.479-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel.
para acórdão Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 2/8/2016, DJe 3/10/2016.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
PROCESSUAL PENAL. INSERÇÃO DE DADO FALSO EM CURRÍCULO LATTES. FALSIDADE IDEOLÓGICA.
ATIPICIDADE. OCORRÊNCIA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. PECULATO-FURTO POR OMISSÃO
RELEVANTE. DESCRIÇÃO FÁTICA INSUFICIENTE. INÉPCIA DA DENÚNCIA. 1 - Documento digital que
pode ter a sua higidez aferida e, pois, produzir efeitos jurídicos, é aquele assinado digitalmente,
conforme a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). 2 - O currículo inserido na página
digital Lattes do CNPq não é assinado digitalmente, mas decorrente da inserção de dados, mediante
imposição de login e senha, não ostentando, portanto, a qualidade de "documento digital" para fins
penais. 3 - Além disso, como qualquer currículo, material ou virtual, necessita ser averiguado por
quem tem nele tem interesse, o que, consoante consagradas doutrina e jurisprudência, denota

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
atipicidade na conduta do crime de falsidade ideológica. 4 - A consumação do crime de peculato-
furto por meio de omissão (crime comissivo por omissão) é excepcional e, como tal, há de constar na
denúncia narrativa de como a atuação do recorrente ou, melhor, de como a sua falta de ação deu
causa à figura do ilícito penal. 5 - Descrição, na espécie, insuficiente que limita-se a fazer constar ser
o recorrente Procurador-Geral da Universidade, o que, por óbvio, não é possível aceitar. Inépcia da
incoativa. 6 - Recurso provido para para trancar a ação penal quanto ao crime de falsidade ideológica,
por falta de justa causa, ante a constatada atipicidade e para declarar nula a denúncia, por inépcia,
no tocante ao crime de peculato, sem prejuízo de que outra peça acusatória seja apresentada com
observância da lei processual penal. RHC 81451 / RJ RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
2017/0043808-8

43. De acordo com o estatuto do desarmamento (Lei 10.826/2003) assinale a única alternativa
correta:
(A) Portar granada de gás lacrimogêneo ou de pimenta configura crime do Estatuto do
Desarmamento.
(B) Configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta do
agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com
registro vencido.
(C) Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte não é necessário que a arma de fogo
tenha sido apreendida e periciada. No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo
constatar que a arma não tem nenhuma condição de efetuar disparos não haverá crime.
(D) O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis se estende aos policiais
aposentados.
(E) Não pratica o crime do art. art. 14 da Lei 10.826/03 o praticante de tiro desportivo que
transporta, municiada, arma de fogo de uso permitido em desacordo com os termos de sua
guia de tráfego.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA

A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se subsome
(amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei 10.826/03. Isso porque elas não se
enquadram no conceito de artefatos explosivos.
STJ. 6ª Turma. REsp 1627028/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 21/02/17 (Info 599).

ALTERNATIVA B: INCORRETA

Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta do
agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com
registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera
irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta,
no entanto, não caracteriza ilícito penal. STJ. Corte Especial. APn 686-AP, Rel. Min. João Otávio de
Noronha, j. 21/10/15 (Info 572).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA C: CORRETA

Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte NÃO é necessário que a arma de fogo tenha
sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a realização de exame pericial para a comprovação
da potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei
10.826/2003 são de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança
coletiva.
No entanto, se a perícia for realizada na arma e o laudo constatar que a arma não tem nenhuma
condição de efetuar disparos não haverá crime. Para o STJ, não está caracterizado o crime de porte
ilegal de arma de fogo quando o instrumento apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito
técnico de arma de fogo, por estar quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para
realizar disparos. Assim, demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das
munições apreendidas, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse
do referido artefato e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com
a determinação legal/regulamentar.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.451.397-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 15/9/15 (Info 570).

ALTERNATIVA D: INCORRETA

O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis não se estende aos policiais aposentados.
Isso porque, de acordo com o art. 33 do Decreto 5.123/2004, que regulamentou o art. 6º da Lei
10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções
institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados.
STJ. 5ª Turma. HC 267.058-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 4/12/14 (Info 554).

ALTERNATIVA E: INCORRETA

É típica (art. 14 da Lei 10.826/2003) a conduta do praticante de tiro desportivo que transportava,
municiada, arma de fogo de uso permitido em desacordo com os termos de sua guia de tráfego, a
qual autorizava apenas o transporte de arma desmuniciada. De fato, as armas dos praticantes de
tiro desportivo não integram rol dos “registros próprios” (art. 2º, § 1º, do Decreto 5.123/2004), ao
menos para o fim de lhes ser deferido porte de arma. Dispõe, na verdade, sobre guia de tráfego
(art. 30, § 1º, do referido Decreto 5.123/2004), licença distinta, a ser expedida pelo Comando do
Exército. Poder-se-ia alegar que a restrição de se ter que trafegar com a arma desmuniciada não
constaria de lei ou regulamento, daí ser ela inócua mesmo que o Exército tenha expedido a guia
com essa menção. Todavia, o legislador foi extremamente cuidadoso ao consignar, claramente, na
Lei 10.826/2003, em seu art. 6º, que é “proibido o porte de arma de fogo em todo o território
nacional”, seguindo-se as ressalvas. Em relação aos atiradores, foi autorizado o porte apenas no
momento em que a competição é realizada. Nos indispensáveis trajetos para os estandes de tiro
não se deferiu porte, mas específica guia de tráfego. Daí, a necessidade de cautelas no transporte.
Nesse contexto, em consideração ao fato de que a prática esportiva de tiro é atividade que conta
com disciplina legal, é plenamente possível o traslado de arma de fogo para a realização de treinos
e competições, exigindo-se, porém, além do registro, a expedição de guia de tráfego (que não se
confunde com o porte de arma) e respeito aos termos desta autorização. Não concordando com os
termos da guia, a lealdade recomendaria que o praticante de tiro desportivo promovesse as

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
medidas jurídicas cabíveis para eventualmente modificá-la, e não simplesmente que saísse com a
arma municiada, ao arrepio do que vem determinando a autoridade competente sobre a matéria,
o Exército. RHC 34.579-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 24/4/2014.

DIREITO PROCESSUAL PENAL


44. Com relação aos princípios que regem o nosso direito processual penal, assinale a alternativa
que se coaduna com o entendimento dos nossos Tribunais Superiores.
(A) O julgamento in absentia ocorre quando o acusado não é, em nenhum momento processual,
encontrado para citação, sendo esta então realizada por edital, fictamente, bem como quando o
acusado, citado pessoalmente, escolhe tornar-se revel.
(B) A determinação de elaboração de laudo pericial na fase do inquérito, sem prévio oferecimento
de quesitos pela defesa, ofende o princípio da ampla defesa.
(C) A gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro
é considerada prova ilícita.
(D) O direito à informação oportuna da faculdade de permanecer calado visa a assegurar ao
acusado a livre opção entre o silêncio — que faz recair sobre a acusação todo o ônus da prova do
crime e de sua responsabilidade — e a intervenção ativa, quando oferece versão dos fatos e se
propõe a prová-la: a opção pela intervenção ativa implica abdicação do direito a manter-se calado
e das consequências da falta de informação oportuna a respeito.
(E) Incorre em reformatio in pejus o tribunal que, em recurso da defesa, mantém a imposição de
qualificadora expressamente reconhecida na sentença de pronúncia, mas ausente do seu
dispositivo ainda que por evidente erro material.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Trecho final do enunciado que contraria o seguinte entendimento do STF:
“O julgamento in absentia ocorre somente quando o acusado não é, em nenhum momento
processual, encontrado para citação, sendo esta então realizada por edital, fictamente, e não quando
o acusado, citado pessoalmente, escolhe tornar-se revel”. (RHC 108.070, rel. min. Rosa Weber, j. 4-
9-2012, 1ª T, DJE de 5-10-2012)

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o seguinte julgado do STF:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A determinação de elaboração de laudo pericial na fase do inquérito, sem prévio oferecimento de
quesitos pela defesa, não ofende o princípio da ampla defesa”. [AI 658.050 AgR, rel. min. Joaquim
Barbosa, j. 12-4-2011, 2ª T, DJE de 29-4-2011].

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Assertiva que se contrapõe ao entendimento do STF:
É pacífico na jurisprudência do STF o entendimento de que não há ilicitude em gravação telefônica
realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, podendo ela ser utilizada como
prova em processo judicial. (AI 602724 AgR-segundo, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda
Turma, julgado em 06/08/2013)

ALTERNATIVA D: CORRETA
Assertiva em conformidade com o seguinte aresto do STF:
“O direito à informação oportuna da faculdade de permanecer calado visa a assegurar ao acusado a
livre opção entre o silêncio — que faz recair sobre a acusação todo o ônus da prova do crime e de
sua responsabilidade — e a intervenção ativa, quando oferece versão dos fatos e se propõe a prová-
la: a opção pela intervenção ativa implica abdicação do direito a manter-se calado e das
consequências da falta de informação oportuna a respeito”. [HC 78.708, rel. min. Sepúlveda
Pertence, j. 9-3-1999, 1ª T, DJ de 16-4-1999.]

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o seguinte julgado do STF:
“Não incorre em reformatio in pejus o tribunal que, em recurso da defesa, mantém a imposição de
qualificadora expressamente reconhecida na sentença de pronúncia, mas ausente do seu dispositivo
por evidente erro material”. [RHC 85.514, rel. min. Cezar Peluso, j. 2-2-2010, 2ª T, DJE de 26-3-2010].

45. Após analisar as alternativas a respeito da fase investigatória criminal e do inquérito policial,
assinale a assertiva correta.
(A) A participação do Ministério Público na fase investigatória criminal acarreta o seu impedimento
para o oferecimento da denúncia.
(B) Será possível tanto à autoridade policial, como ao Ministério Público requisitar, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas de iniciativa privada, dados e informações cadastrais da
vítima ou de suspeitos, que estejam praticando o crime de roubo majorado em razão de o agente
manter a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça,
pode a ação penal ser iniciada novamente, independentemente de novas provas.
(D) Independentemente do cargo que exerça, qualquer autoridade com foro por prerrogativa de
função poderá ser indiciado.
(E) Não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a instauração de inquérito ou
procedimento investigatório criminal contra investigado com foro por prerrogativa de função,
salvo se a investigação envolver autoridades com foro privativo no STF, caso em que será
necessária a autorização da nossa Corte Suprema.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Incorreta. Enunciado em desconformidade com a Súmula 234 do STF:
“A participação do Ministério Público na fase investigatória criminal NÃO acarreta o seu impedimento
ou suspeição para o oferecimento da denúncia”.

ALERNATIVA B: INCORRETA
O crime de roubo majorado em que o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade (art. 157, §2º, V do CP) não se encontra elencado na lista de crimes previstos no art. 13-A
do CPP, senão vejamos:
“Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o
delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da
iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Enunciado que contraria a Súmula 524 do STF. Vejamos:

“Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não
pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”.

ALTERNATIVA D: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O erro da assertiva é afirmar que qualquer autoridade com foro por prerrogativa de função poderá
ser indiciada. Esta é a regra geral. Todavia, existem duas exceções: Magistrados (art. 33, parágrafo
único, da LC 35/79) e o Membro do Ministério Público (art. 18, parágrafo único, da Lei nº 8.625/93).

ALTERNATIVA E: CORRETA
De fato, não há necessidade de prévia autorização do Judiciário para a instauração de inquérito ou
procedimento investigatório criminal contra investigado com foro por prerrogativa de função, de
acordo com o entendimento da 5ª Turma do STJ (REsp 1563962/RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 08/11/2016). Todavia, há uma exceção a esta regra, que é quando a autoridade
tenha foro privativo no STF, conforme dispõe o art. 21, XV, do RISTF).

46. Com relação à ação penal, assinale a alternativa correta.


(A) A não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime configura, por si só, renúncia tácita ao
direito de queixa.
(B) Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstração de que
a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada
pelo querelante.
(C) Em caso de norma penal em branco, a denúncia não precisa necessariamente explicitar a
legislação complementar a que se refere o tipo penal.
(D) No caso em que um indivíduo tenha proferido discurso racista contra um grupo de índios que
tenha invadido uma fazenda em certa região e o Ministério Público não tenha oferecido denúncia
ou instaurado procedimento, poderá o Conselho indigenista ajuizar queixa-crime subsidiária por
delito contra índios.
(E) Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a
dizer, dentro de cinco dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu
silêncio importará aceitação.

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado em desacordo com o posicionamento da 5ª Turma, do STJ, que acerca do assunto dispõe
que;
“A não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime NÃO configura, por si só, renúncia tácita ao
direito de queixa. Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu
de forma deliberada pelo querelante”. (STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Félix Fischer, julgado
em 12/5/2015).

ALTERNATIVA B: CORRETA
Assertiva em conformidade com o entendimento da 5ª Turma, do STJ, que acerca do assunto dispõe
que;
“A não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime NÃO configura, por si só, renúncia tácita ao
direito de queixa. Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a
demonstração de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu
de forma deliberada pelo querelante”. (STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Félix Fischer, julgado
em 12/5/2015).

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o entendimento da 5ª Turma do STJ, segundo a qual, “em caso
de norma penal em branco, a denúncia deve explicitar qual é o complemento, sob pena de ser
considerada inepta”. (STJ. 5ª Turma. RHC 64.430/SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em
19/11/2015).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com o entendimento da 1ª Turma do STF, que entendeu que a
queixa-crime só pode ser promovida pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-
lo, de forma que como a vítima do crime não foi o conselho indigenista, ele não poderia oferecer a
queixa-crime. (STF. 1ª Turma. Inq. 3862 ED/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2014).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
O único erro da assertiva reside no prazo, que será de 3 dias, e não de 5 dias, conforme dispõe o art.
58 do CPP, ex positis:
“Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação”.

47. Acerca da competência no âmbito do processo penal, assinale a alternativa correta.


(A) Compete à Justiça Federal processar e julgar roubo praticado nas dependências de empresa
privada que se caracteriza como correspondente bancário “Caixa Aqui”, credenciada junto à Caixa
Econômica Federal e autorizada por ela a fornecer serviços e produtos financeiros.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(B) Será da competência da Justiça Estadual o crime em que agentes, utilizando-se de formulários
falsos da Receita Federal, tenham se passado por Auditores deste órgão com o intuito de obter
vantagem financeira ilícita de particulares.
(C) Compete à Justiça Federal processar e julgar tentativa de estelionato consistente em tentar
receber, mediante fraude, em agência do Banco do Brasil, valores relativos a precatório federal,
creditado em favor de particular.
(D) Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime em que o indígena figure como autor ou
vítima.
(E) Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho
e previdência social, atribuído a empresa privada.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o entendimento do STJ sobre o assunto, segundo o qual compete
à Justiça ESTADUAL processar e julgar roubo praticado nas dependências de empresa privada que se
caracteriza como correspondente bancário “Caixa Aqui”, credenciada junto à Caixa Econômica
Federal e autorizada por ela a fornecer serviços e produtos financeiros.
(STJ, 3ª Seção, AgRg no CC 131.474/MA, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
12/03/2014).
ALTERNATIVA B: CORRETA
A 3ª Turma do STJ já teve a oportunidade de se manifestar sobre o tema, entendendo que será da
competência da Justiça Estadual o crime em que agentes, utilizando-se de formulários falsos da
Receita Federal, tenham se passado por Auditores deste órgão com o intuito de obter vantagem
financeira ilícita de particulares. Isso porque, em que pese tratar-se de uso de documento público,
observa-se que a falsidade foi empregada, tão somente, em detrimento do particular. (STJ, 3ª Seção.
CC 141.593-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/8/2015).
ALTERNATIVA C: INCORRETA
De acordo com o STJ, a competência será da Justiça Estadual e não da Justiça Federal, para processar
e julgar tentativa de estelionato consistente em tentar receber, mediante fraude, em agência do
Banco do Brasil, valores relativos a precatório federal, creditado em favor de particular. (STJ. 3ª
Seção. CC 133.187-DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 14/10/2015).
ALTERNATIVA D: INCORRETA
Assertiva que contraria a Súmula 140 do STJ, pois a competência para processar e julgar o crime em
que o indígena figure como autor ou vítima será da Justiça Estadual.
ALTERNATIVA E: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Enunciado que contraria a Súmula 62 do STJ, segundo a qual “compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar o crime de falsa anotação na carteira de trabalho e previdência social, atribuído a
empresa privada”.

48. No que tange à ação civil no âmbito do Direito processual penal brasileiro, assinale a alternativa
correta.
(A) Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo
cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido ou o seu representante legal, mas não os seus
herdeiros.
(B) Não faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estrito cumprimento do dever legal.
(C) A decisão que julgar extinta a punibilidade impedirá a propositura da ação civil.
(D) Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando
não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
(E) Apesar do princípio da intranscendência, segundo o qual a pena não passará da pessoa do
condenado, a ação civil para ressarcimento do dano poderá ser proposta, no juízo cível, contra o
autor do crime, mas não contra o responsável civil.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
O erro da questão está na sua parte final, pois os herdeiros poderão, sim, promover a execução, no
juízo cível, da sentença condenatória transitada em julgado, de acordo com o que dispõe o art. 63 do
CPP. Vejamos;
“Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível,
para o efeito da reparação do dano, o ofendido, o seu representante legal, e os seus herdeiros”.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Enunciado que contraria o disposto no art. 65 do CPP, o qual reza que: “Faz coisa julgada no cível a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, legítima defesa,
estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o art. 67, II, do CPP.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
(...)
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;”

ALTERNATIVA D: CORRETA
Enunciado que reproduz o disposto no art. 66 do CPP:
“Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato”.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Parte final do enunciado que contraria o disposto no art. 64 do CPP, senão vejamos:
“Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser
proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil”.

49. Com relação às questões e processos incidentais, marque a alternativa correta:


(A) A presunção de parcialidade nas hipóteses de suspeição é relativa, pelo que cumpre ao
interessado argui-la na primeira oportunidade, sob pena de preclusão.
(B) Eventual prática de atos de ordenação processual basta, só por si, para caracterizar hipótese de
impedimento do juiz.
(C) Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz
repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até
que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, não sendo possível
a tomada de qualquer medida no processo durante este período.
(D) A parte que pretenda opor mais de uma das exceções previstas no CPP, poderá fazer através
de uma só petição ou articulado, ou de forma separada por meio de petições diferentes.
(E) Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta
dentro em cinco dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará
sejam os autos da exceção remetidos, dentro em quarenta e oito horas, ao juiz ou tribunal a quem
competir o julgamento.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
Enunciado em conformidade com o entendimento do STF, senão vejamos;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A presunção de parcialidade nas hipóteses de suspeição é relativa, pelo que cumpre ao interessado
argui-la na primeira oportunidade, sob pena de preclusão”. (HC 107.780, rel. min. Cármen Lúcia, j.
13-9-2011, 1ª T, DJE de 5-10-2011.)

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Assertiva que contraria o seguinte entendimento do STF, vejamos:
“Não se registra situação configuradora de impedimento se o magistrado, no curso do procedimento
penal, não se pronunciou sobre matéria de fato ou sobre questão de direito, uma e outra
concernentes ao mérito da demanda penal. Eventual prática de atos de ordenação processual não
basta, só por si, para caracterizar hipótese de impedimento do juiz”. (HC 71.448, rel. min. Celso de
Mello, j. 14-2-1995, 1ª T, DJE de 4-12-2009).

ALTERNATIVA C: INCORRETA
A parte final da assertiva encontra-se em dissonância com o texto do art. 92 do CPP, ex positis:
“Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no
juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto,
da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente”.

ALTERNATIVA D: INCORRETA
De acordo com o art. 110, §1º, do CPP, se a parte houver de opor mais de uma das exceções, deverá
fazê-lo numa só petição ou articulado.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
O erro da alternativa reside apenas nos prazos que foram mudados. Neste sentido, vejamos o teor
do art. 100 do CPP:
“Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro
em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos
da exceção remetidos, dentro em vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o
julgamento”.

50. Acerca das medidas assecuratórias no âmbito do direito processual penal brasileiro, assinale a
assertiva correta:
(A) Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração,
salvo se já tiverem sido transferidos a terceiro.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(B) O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante
representação da autoridade policial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo
ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
(C) O sequestro será levantado se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado
da data em que o juiz autoriza o sequestro dos bens.
(D) A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer
fase do processo, bastando que hajam indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.
(E) O corréu que teve os seus bens sequestrados no âmbito de denúncia que resulta prejuízo para
a Fazenda Pública tem legitimidade para postular a extensão da constrição aos demais corréus,
quando o Ministério Público tenha pedido a medida cautelar de sequestro de bens somente em
relação àquele.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado que vai de encontro à parte final do art. 125 do CPP. Vejamos:
“Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda
já tenham sido transferidos a terceiro”.

ALTERNATIVA B: CORRETA
Assertiva em conformidade com o art. 127 do CPP, ex positis:
“O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação
da autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de
oferecida a denúncia ou queixa”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
O erro da assertiva está na sua parte final, pois, de acordo com o art. 131, I, do CPP, o prazo de
sessenta dias começa a ser contado da data em que for concluída a diligência, senão vejamos:
“O sequestro será levantado se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da
data em que for concluída a diligência”.

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Assertiva que contraria a parte final do art. 134 do CPP, cuja redação correta é a seguinte

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase
do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria”.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Assertiva que contraria o entendimento da 6ª Turma do STJ acerca do tema. Vejamos:
“O corréu que teve os seus bens seqüestrados no âmbito de denúncia que resulta prejuízo para a
Fazenda Pública NÃO tem legitimidade para postular a extensão da constrição aos demais corréus,
mesmo que o Ministério Público tenha pedido a medida cautelar de seqüestro de bens somente em
relação àquele”. (STJ. 6ª Turma. RMS 48.619-RS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 15/9/2015).

51. Acerca da prisão e das medidas cautelares no âmbito do processo penal brasileiro, assinale a
alternativa verdadeira.
(A) Da lavratura do auto de prisão em flagrante poderá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicados pela pessoa presa.
(B) A fuga do acusado do distrito da culpa não é fundamentação suficiente para a manutenção da
custódia preventiva ordenada para garantir a aplicação da lei penal.
(C) Não é possível que o juiz determine, como medida cautelar substitutiva da prisão,
incomunicabilidade do acusado com seu genitor, mesmo eles sendo corréus.
(D) De acordo com o CPP, o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o
agente for maior de 70 anos.
(E) A prática de atos infracionais anteriores não pode servir de justificativa para a decretação ou
manutenção de prisão preventiva como garantia da ordem pública.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
O erro da assertiva reside apenas no termo “poderá”, pois, de acordo com o texto do art. 304, §4º,
do CPP, do auto de prisão em flagrante “DEVERÁ” constar a informação sobre a existência de filhos,
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicados pela pessoa presa.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Assertiva que contraria o entendimento do STF sobre o tema. Neste pórtico, vejamos:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“A fuga do acusado do distrito da culpa é fundamentação suficiente para a manutenção da custódia
preventiva ordenada para garantir a aplicação da lei penal”. (STJ. 5ª Turma. HC 239.269-SP, Rel. Min.
Jorge Mussi, julgado em 13/12/2012).

ALTERNATIVA C: CORRETA
Enunciado que corresponde ao entendimento da 6ª turma do STJ, que entende que a fixação da
medida substitutiva não deve se sobrepor a um bem tão caro como é a família, razão pela qual não
há como se autorizar a incomunicabilidade em tal situação. (STJ. 6ª Turma. HC 380.734-MS. Rel. Min.
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 28/3/2017).

ALTERNATIVA D: INCORRETA
O erro da assertiva reside na idade do agente. De acordo com o art. 318, I, do CPP, será possível a
substituição pela prisão domiciliar se o agente possuir mais de 80 anos, e não 70 anos como consta
do enunciado.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
De acordo com a 3ª Turma do STJ, a prática de atos infracionais anteriores pode, sim, servir para
justificar a decretação ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública,
considerando que a personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de
reiteração. (STJ. 3ª Seção. RHC 63.855-MG, Min. Nefi Cordeiro, Rel. para Acórdão Min. Rogério
Schietti, julgado em 11/5/2016).

52. Acerca do sistema probatório processual penal brasileiro, assinale a alternativa verdadeira.
(A) A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício ordenar,
desde que já iniciada a ação penal, a produção de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida.
(B) Como a idade não compõe o estado civil da pessoa, não é necessário que ela seja provada pelos
documentos estabelecidos na lei civil.
(C) Durante o interrogatório do acusado, o advogado do corréu não tem direito de fazer perguntas.
(D) Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade,
baseia-se em supostas declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem
acompanhamento de qualquer autoridade pública habilitada a conferir-lhes fé pública.
(E) No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo
que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio e a extensão do dano, mas não se
pronunciarão acerca do valor do dano.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
O erro da assertiva é dizer que o juiz só poderá ordenar a produção de tais provas após o início da
ação penal. Na verdade, dispõe o art. 156, I, do CPP, que o juiz poderá ordenar a produção destas
provas antes mesmo do início da ação penal, senão vejamos:
“A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício ordenar,
mesmo antes de já iniciada a ação penal, a produção de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida”.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Enunciado que contraria o entendimento da 1ª Turma do STF, ex positis:
“A idade compõe o estado civil da pessoa, de modo que somente pode ser provada pelos documentos
estabelecidos na lei civil”. (STF. 1ª turma. HC 110302/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
26/2/2012).

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o entendimento da 5ª Turma do STJ. Vejamos:
“Durante o interrogatório do acusado, o advogado do corréu tem direito de fazer perguntas”. (STJ.
5ª Turma. HC 198.668-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 4/9/2012).

ALTERNATIVA D: CORRETA
Enunciado em conformidade com o entendimento da 1ª Turma do STF. Neste sentido, vejamos:
“Deve ser rejeitada, por ausência de justa causa, a denúncia que, ao arrepio da legalidade, baseia-se
em supostas declarações, colhidas em âmbito estritamente privado, sem acompanhamento de
qualquer autoridade pública habilitada a conferir-lhes fé pública e mínima confiabilidade”. (STF. 1ª
Turma. AP 912/PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 07/03/2017).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Enunciado em dissonância com o art. 173 do CPP, ex positis:
“No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que
dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as
demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
53. Assinale a alternativa correta no que tange ao Tribunal do Júri.
(A) Por se tratar de questão técnico-jurídica, compete ao juiz togado e não ao corpo de jurados
decidir se o réu agiu com dolo eventual ou culpa consciente.
(B) Em face do princípio do “in dúbio pro societate”, o testemunho “por ouvir dizer”, produzido
somente na fase inquisitorial, pode servir como fundamento exclusivo da decisão de pronúncia,
que submete o réu a julgamento pelo Tribunal do Júri.
(C) A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência
de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em
que julgar incurso o acusado e as eventuais qualificadoras, sem, no entanto, especificar as causas
de aumento de pena.
(D) Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá recurso em sentido estrito.
(E) No procedimento do Tribunal do Júri, o juiz pode efetivar a absolvição imprópria do acusado
inimputável, na hipótese em que, além da tese de inimputabilidade, a defesa apenas sustente por
meio de alegações genéricas que não há nos autos comprovação da culpabilidade e do dolo do réu,
sem qualquer exposição dos fundamentos que sustentaram esta tese.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
De acordo com a 5ª Turma do STJ, “afirmar se o réu agiu com dolo eventual ou culpa consciente é
tarefa que deve ser analisada pelo Corpo de Jurados, juiz natural da causa”. (STJ. 5ª Turma. REsp
1.279.458-MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 04/09/2012).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com o posicionamento da 6ª Turma do STJ, exposto a seguir:
“O testemunho “por ouvir dizer”, produzido somente na fase inquisitorial, pode NÃO servir como
fundamento exclusivo da decisão de pronúncia, que submete o réu a julgamento pelo Tribunal do
Júri”. (STJ. 6ª Turma. REsp 1.373.356-BA, Rel. min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 20/4/2017).

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Parte final da assertiva que contraria o disposto no art. 413, §1º, do CPP, ex positis:
“A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de
indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que
julgar incurso o acusado e especificar as qualificadoras e as causas de aumento de pena”.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA D: INCORRETA
De acordo com o art. 416 do CPP, caberá apelação e não recurso em sentido estrito:
“Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação”.

ALTERNATIVA E: CORRETA
Enunciado em conformidade com o entendimento da 5ª Turma do STJ:
“No procedimento do Tribunal do Júri, o juiz pode efetivar a absolvição imprópria do acusado
inimputável, na hipótese em que, além da tese de inimputabilidade, a defesa apenas sustente por
meio de alegações genéricas que não há nos autos comprovação da culpabilidade e do dolo do réu,
sem qualquer exposição dos fundamentos que sustentaram esta tese”. (STJ. 5ª Turma. REsp 39.920-
RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 6/2/2014).

54. Assinale a alternativa verdadeira com relação ao sistema recursal no âmbito do processo penal
brasileiro.
(A) O julgamento do recurso de apelação por órgão colegiado formado por maioria de juízes
convocados viola o princípio do juiz natural.
(B) A renúncia do réu ao direito de apelação, ainda que manifestada sem assistência do defensor,
impede o conhecimento da apelação por este interposta.
(C) É nula a decisão que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso de acusação, ainda
que proveniente de recurso de ofício.
(D) Não é possível a anulação parcial de sentença proferida pelo júri a fim de determinar submissão
do réu a novo julgamento somente em relação às qualificadoras, ainda que a decisão dos jurados
seja manifestamente contrária à prova dos autos apenas nesse particular.
(E) Em face do princípio da fungibilidade, poderá ser admitido o recurso de apelação contra decisão
que desclassificou o crime determinando a remessa dos autos ao Juizado Especial, quando, na
verdade, o recurso adequado seria o RESE.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Enunciado que contraria o entendimento da 1ª Turma do STF sobre o tema, vejamos:
“Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido por
desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados”. (STF. 1ª Turma. HC 101473/SP, rel.
orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 16/2/2016).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA B: INCORRETA
Assertiva que contraria o teor da Súmula 705 do STF, ex positis:
“A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem assistência do defensor, NÃO impede o
conhecimento da apelação por este interposta”.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Enunciado em desconformidade com a Súmula 160 do STF:
“É nula a decisão que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados
os casos de recurso de ofício”.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Assertiva em conformidade com o entendimento da 5ª Turma do STJ:
“Não é possível a anulação parcial de sentença proferida pelo júri a fim de determinar submissão do
réu a novo julgamento somente em relação às qualificadoras , ainda que a decisão dos jurados seja
manifestamente contrária à prova dos autos apenas nesse particular”. (STJ. 5ª Turma. HC 246.223-
BA, Rel. Min. Marco Aurelio Bellizze, julgado em 6/11/2012).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Para a 6ª Turma do STJ, caracteriza erro grosseiro a interposição de apelação contra decisão que
desclassificou o crime determinando a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal. Logo, se a
parte interpôs apelação, em vez de RESE, não pode ser aplicado o princípio da fungibilidade. (STJ. 6ª
Turma. REsp 611.877-RR, Rel. originário Min. Og Fernandes, Rel. p/ acórdão Min. Sebastião Reis
Junior, julgado em 17/3/2012).

55. Assinale a alternativa que corresponde ao entendimento dos Tribunais Superiores brasileiros
acerca da suspensão condicional do processo.
(A) A existência de ações penais em curso contra o denunciado não impede a concessão do sursis
processual ao réu.
(B) O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas
em concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada,
seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 2 (dois) anos.
(C) Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional
do processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que
referente a fato ocorrido durante sua vigência.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) A suspensão condicional do processo e a transação penal se aplicam na hipótese de delitos
sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha.
(E) Como não é possível ao magistrado a fixação de outras condições para o sursis, além daquelas
previstas no §1º, do art. 89, da Lei 9.099/95, não pode o magistrado impor o perdimento do valor
da fiança como forma equivalente à prestação pecuniária.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Dispõe o art. 89 da Lei 9.099/95, que:
“Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou
não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena”.
A inconstitucionalidade deste dispositivo jamais foi declarada pelo STF, que tem considerado
legítimos os requisitos nele estabelecidos para a proposta de suspensão condicional do processo em
diversos julgados. (STJ, 5ª Turma. RHC 58.082/PA. Min. Leopoldo de Arruda Raposo).

ALTERNATIVA B: INCORRETA
O erro da alternativa reside apenas na sua parte final, mais especificamente na pena, que não deve
ultrapassar o limite de 1 ano, e não de 2 anos, como disposto na questão. Neste sentido, vejamos o
teor da Súmula 723 do STF:
“O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em
concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja
pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano”.

ALTERNATIVA C: CORRETA
Enunciado que reproduz o entendimento da 3ª Seção do STJ. Vejamos:
“Se descumpridas as condições impostas durante o período de prova da suspensão condicional do
processo, o benefício poderá ser revogado, mesmo se já ultrapassado o prazo legal, desde que
referente a fato ocorrido durante sua vigência”. (STJ. 3ª Seção. REsp 3.498.034-RS, Rel. Min. Rogerio
Schietti Cruz, julgado em 25/11/2015).

ALTERNATIVA D: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Assertiva em conformidade com a Súmula 536 do STJ:
“A suspensão condicional do processo e a transação penal se aplicam na hipótese de delitos sujeitos
ao rito da Lei Maria da Penha”.

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Assertiva em desconformidade com os termos do seguinte julgado da 6ª Turma do STJ, senão
vejamos:
“É possível ao magistrado a fixação de outras condições para o sursis, além daquelas previstas no
§1º, do art. 89, da Lei 9.099/95, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. Essa
liberdade de fixação de outras condições permite ao magistrado impor o perdimento do valor da
fiança como forma equivalente à prestação pecuniária. (STJ. 6ª Turma. RHC 53.172/PR, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 17/12/2015).

DIREITO CONSTITUCIONAL
56. A respeito das normas sobre o direito à saúde na Constituição Federal, assinale a alternativa
correta:

(A) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, tendo como diretrizes a regionalização; atendimento integral, com
priorização das atividades assistenciais e participação comunitária.

(B) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e


serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre, no caso da União, da receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não
podendo ser inferior a 18% (dezoito por cento).

(C) As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público, precedido de licitação, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

(D) A Constituição Federal veda qualquer tipo de comercialização de transfusão de sangue e seus
derivados.

(E) Não é uma atribuição do SUS incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
científico e tecnológico.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA. A alternativa não representa corretamente o texto da Constituição Federal.


Vejamos:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada
e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

LETRA B: ERRADA. O percentual correto é de 15%. Vejamos o que dispõe o art. 198, §2º:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser
inferior a 15% (quinze por cento);

LETRA C: ERRADA. O texto constitucional não se refere a necessidade de procedimento licitatório.


Ademais, chamamos atenção para a possibilidade do particular firmar convenio para participar de
forma complementar do SUS. Vejamos:

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de


saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições


privadas com fins lucrativos.

§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência


à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

LETRA D: CORRETA – É exatamente o que dispõe o art. 199, §4º da CF/88. Vejamos:

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.

LETRA E: ERRADA. Trata-se de uma das atribuições do SUS. Vejamos:

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e


participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do


trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem


como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de


substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

57. Sobre as normas relativas ao direito a educação na Constituição Federal, assinale a alternativa
correta:

(A) A União aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e cinco, e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios dezoito por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

(B) Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino médio e na educação infantil.

(C) Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente na educação básica.

(D) O ensino religioso, de matrícula obrigatória, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.

(E) O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de educação infantil, em
creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA. Os percentuais foram propositadamente trocados para confundir o candidato.


Vejamos o que corretamente dispõe o art. 212 da CF/88:

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

LETRA B: ERRADA. Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação


infantil. (art. 211, §2 da CF/88).

LETRA C: ERRADA. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e


médio. (art. 211, §3º da CF/88).

LETRA D: ERRADA. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental. ( art. 210,§1º da CF).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA E: CORRETA.

08. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na


rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de


idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

58. Sobre as normas de proteção ao patrimônio histórico e cultural na Constituição Federal, analise
as alternativas a seguir e assinale a correta:

(A) O Plano Nacional de Cultura, de duração decenal, visará o desenvolvimento cultural do País e a
integração das ações do poder público.

(B) As formas de proteção ao patrimônio histórico e cultural são previstos de forma taxativa no
texto constitucional.

(C) O Sistema Nacional de Cultura é organizado em regime de colaboração de forma


descentralizada e participativa.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) Os Estados e ao Distrito Federal são obrigados a vincular a fundo estadual de fomento à cultura,
no mínimo, cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de
programas e projetos culturais.

(E) O Estado apoiará o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional,
garantindo a valorização e a difusão das manifestações culturais.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA. O Plano Nacional de Cultura tem duração PLURIANUAL. Vejamos:

Art. 215, § 3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas


dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 48, de 2005)

V valorização da diversidade étnica e regional.

LETRA B: ERRADA. A previsão constitucional é meramente exemplificativa. Vejamos:

Art. 216, § 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o


patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C: CORRETA. É exatamente o que dispõe o art. 216-A da CF/88. Vejamos:

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma


descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno
exercício dos direitos culturais

LETRA D: ERRADA. Trata-se de uma faculdade. Vejamos:

Art. 216, § 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento
à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de
programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento
de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 42, de 19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados.

LETRA E: ERRADA. O pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional é
uma garantia a ser proporcionada pelo Estado. Nesse sentido, a alternativa é contrária ao que dispõe
o art. 215 da CF/88. Vejamos:

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
59. A respeito do Controle de Constitucionalidade e o posicionamento de nossos Tribunais
Superiores, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais
utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de
reprodução obrigatória pelos estados.

(B) A causa de pedir na ADPF é aberta.

(C) O STF admite a modulação de efeitos em recurso extraordinário e para tanto exige-se o voto de
2/3 (dois terços) – maioria qualificada - dos membros do STF.

(D) O STF, adotando a teoria restritiva, não admite a teoria da transcendência dos motivos
determinantes, mas admite a abstrativização do controle de difuso de constitucionalidade.

(E) É cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou tratado internacional
sobre direitos humanos dada sua natureza supralegal.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de


leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de
normas de reprodução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio,
Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).

LETRA B: CORRETA. Na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta. É dizer, o STF, ao
julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos
jurídicos invocados pelo autor. Assim, todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do
restante do bloco de constitucionalidade pode ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para
declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 856).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C: CORRETA. É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle
incidental de constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/3/2017 (Info 857).

LETRA D: CORRETA. Segundo a teoria restritiva, adotada pelo STF, somente o dispositivo da decisão
produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes.
Assim, o STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”. STF. Plenário. Rcl
8168/SC, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 19/11/2015
(Info 808). STF. 2ª Turma. Rcl 22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 12/9/2017 (Info 887).

Contudo, é importante chamar atenção para a mudança de entendimento do Supremo em relação à


abstrativização do controle difuso de constitucionalidade.

O STF decidiu que, mesmo se ele declarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade de uma lei, essa
decisão também terá efeito vinculante e erga omnes.
Assim, o STF fez uma verdadeira mutação constitucional com o objetivo de expandir os poderes do
Tribunal com relação à jurisdição constitucional.
Desse modo, a nova intepretação do art. 52, X, da CF/88 é a de que o papel do Senado no controle
de constitucionalidade é simplesmente o de, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. A
eficácia vinculante, contudo, já resulta da própria decisão da Corte.

LETRA E: INCORRETA. Via de regra, os tratados internacionais não poderão servir de parâmetro em
sede de controle concentrado de constitucionalidade. Contudo, será cabível ADI contra lei ou ato
normativo que tenha violado tratado internacional sobre direitos humanos incorporado em nosso
ordenamento jurídico segundo a regra do §3º do art. 5º da CF/88. Neste caso, o tratado tem o
mesmo tratamento de emenda constitucional. (STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 9/8/2017 (Info 872)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
60. A respeito do sigilo bancário previsto constitucionalmente, analise as alternativas a seguir e
assinale a que DESTOA do entendimento de nossos Tribunais Superiores:

(A) As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios prescindem de intervenção do Poder Judiciário para requisitar das instituições
financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes.

(B) As Secretarias de Fazenda estadual e municipal só poderão requisitar às instituições financeiras


informações relativas aos seus clientes após a edição de decreto regulamentando o art. 6º da Lei
Complementar nº 105/2006. Ademais, só poderão fazer essa requisição se houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais dados forem considerados
indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

(C) O TCU poderá requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras.

(D) É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade
de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar
em quebra ilegal de sigilo bancário.

(E) CPI, no âmbito federal ou estadual/distrital poderá requisitar diretamente informações


bancárias das instituições financeiras. Já a polícia, o Ministério Público e a CPI municipal necessitam
de intervenção do Poder Judiciário.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA A. CORRETA. As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações
sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art.
6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se
caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos
bancos ao Fisco. STF. Plenário. RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016
(repercussão geral) (Info 815).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA B: CORRETA. Para que os Estados, DF e Municípios possam fazer uso da prerrogativa prevista
no art. 6º da LC 105/2001, eles precisarão, antes, editar um ato normativo que regulamente e traga,
com detalhes, todas as regras operacionais para aplicação do dispositivo legal.

Neste regulamento deverão ser previstos sistemas adequados de segurança e registros de acesso
para evitar a manipulação indevida dos dados, garantindo-se ao contribuinte a transparência do
processo. A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui
esse regulamento. Trata-se do Decreto 3.724/2001, que "regulamenta o art. 6º da Lei Complementar
nº 105, de 10 de janeiro de 2001, relativamente à requisição, acesso e uso, pela Secretaria da Receita
Federal, de informações referentes a operações e serviços das instituições financeiras e das
entidades a elas equiparadas." Portanto, os Estados, DF e Municípios também poderão requisitar
informações de instituições bancárias relativas a seus clientes. Para isso, no entanto, repito,
precisarão editar o mencionado regulamento, além de só poderem fazer essa requisição se houver
processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais dados forem considerados
indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

LETRA C. INCORRETA. O TCU necessita de intervenção do Poder Judiciário. É dizer, não pode requisitar
diretamente. Contudo, há uma exceção no caso de envio de informações ao TCU relativas a
operações de crédito originárias de recursos públicos. Esta hipótese não é coberta pelo sigilo
bancário (STF. MS 33340/DF, j. em 26/5/2015).

LETRA D: CORRETA. (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015).

LETRA E: CORRETA. A polícia precisa de autorização, assim como a CPI municipal. O MP também
precisa de autorização para obter informações, salvo no caso de requisição relativas a informações
bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o
patrimônio público. Neste caso, não se fala em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC
308.493-CE, j. em 20/10/2015).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
61. A respeito da constitucionalidade das leis o entendimento da jurisprudência sobre o tema,
analise as seguintes alternativas e assinale a INCORRETA:

(A) É inconstitucional Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em
presídio, pois invade a competência da União para legislar sobre telecomunicações.

(B) Não padece de inconstitucionalidade formal Lei estadual que fixa número máximo de alunos
por sala de aula, pois não há que se falar em usurpação da competência da União para legislar
sobre normas gerais de educação.

(C) É inconstitucional norma de Constituição Estadual que exige autorização da Assembleia


Legislativa para que o Governador seja processado criminalmente.

(D) É inconstitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais.

(E) Não viola a Constituição Federal lei municipal, de iniciativa parlamentar, que veda a realização,
em imóveis do Município, de eventos patrocinados por empresas produtoras, distribuidoras,
importadoras ou representantes de bebidas alcoólicas ou de cigarros, com a utilização da
respectiva propaganda.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o
acórdão Min. Marco Aurélio, ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli,
ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 3/8/2016 (Info 833)

LETRA B: CORRETA. STF. Plenário. ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/2/2015 (Info 775)

LETRA C: CORRETA. STF. Plenário. ADI 5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2017 (Info
863). STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 4798/PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac.
Min. Roberto Barroso, julgados em 4/5/2017 (Info 863)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA D: ERRADA. A criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais é
CONSTITUCIONAL. O que se veda é a atribuição de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio
tribunal.

É dizer, padece de inconstitucionalidade norma estadual que prevê que compete à Procuradoria do
Tribunal de Contas cobrar judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas. STF. Plenário. ADI
4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851)

LETRA E: CORRETA. STF. 2ª Turma. RE 305470/SP, rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o ac. Min. Teori
Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844)

62. Sobre a Teoria Geral do Controle de Constitucionalidade e a jurisprudência de nossos Tribunais


Superiores, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) É cabível a propositura de ação direta de inconstitucionalidade contra Resolução de Tribunal


de Justiça.

(B) Não viola a cláusula de reserva de plenário e nem a Súmula Vinculante nº 10 a decisão de órgão
fracionário de Tribunal que declara a inconstitucionalidade de decreto legislativo que se refere a
uma situação individual e concreta.

(C) O STF entende que não cabe ação de descumprimento de preceito fundamental contra decisão
judicial transitada em julgado.

(D) O STF entende que não é cabível, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, o
ajuizamento de ADI impugnando leis orçamentárias.

(E) Após a proclamação do resultado final do julgamento de uma ADI, o STF entende pela
inviabilidade sobre nova discussão a respeito da modulação dos efeitos da decisão proferida.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. O STF decidiu pela possibilidade. INFO 851 do STF.

LETRA B: CORRETA. O STF veiculou esse entendimento no INFO 844.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C: CORRETA. O STF veiculou esse entendimento no INFO 810.

LETRA D: ERRADA. O contrário. O STF entende que é possível a impugnação, em sede de controle
abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias. Este entendimento foi veiculado no
Informativo 817. Vejamos:

É possível a impugnação, em sede de controle abstrato de


constitucionalidade, de leis orçamentárias. Assim, é cabível a propositura de
ADI contra lei orçamentária, lei de diretrizes orçamentárias e lei de abertura
de crédito extraordinário. STF. Plenário. ADI 5449 MC-Referendo/RR, Rel.
Min. Teori Zavascki, julgado em 10/3/2016 (Info 817).

LETRA E: CORRETA. O STF veiculou esse entendimento no INFO 780.

63. A respeito dos princípios de interpretação constitucional, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) De acordo com o princípio da Unidade da Constituição, o texto constitucional deve ser
interpretado como um todo unitário, de modo a evitar contradições entre suas normas.

(B) De acordo com o princípio da Interpretação Conforme, se a norma admite mais de um


significado, deve-se dar preferência à interpretação compatível com o conteúdo da constituição.

(C) De acordo com o princípio do Efeito Integrador, na solução dos problemas jurídico-
constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a integração política e social e o
reforço da unidade.

(D) De acordo com o princípio da Harmonização, que não se confunde com o princípio da Unidade
da Constituição, os bens jurídicos tutelados pelo texto constitucional devem coexistir
harmoniosamente, sem predomínio, em abstrato, de uns sobre outros.

(E) De acordo com o princípio da Justeza, o órgão interpretador deve buscar o sentido da norma
que mais atenda ao conteúdo social, evitando decisões que venham macular a isonomia material
e formal.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA A: CORRETA.
LETRA B: CORRETA.
LETRA C: CORRETA.
LETRA D: CORRETA.

LETRA E: ERRADA. De acordo com o princípio da Justeza, o órgão interpretador não pode chegar a
um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório- funcional estabelecido pelo
constituinte.

64. Sobre a Teoria Geral dos Direitos Fundamentais, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) A eficácia diagonal dos direitos fundamentais incidem na relação entre sujeitos privados que
estão em posição de desigualdade.

(B) A universalidade é uma característica dos Direitos Fundamentais, mas isso não significa que
todo direito fundamental seja universal.

(C) A Teoria dos Limites Imanentes preceitua que é admissível a restrição de direitos fundamentais
(relatividade dos direitos fundamentais), mas há um conteúdo mínimo que não pode ser atacado.
Contudo, há direitos fundamentais que são absolutos.

(D) A dimensão objetiva dos Direitos Fundamentais está relacionada aos critérios de controle da
ação estatal evitando, por exemplo, a proteção deficiente, implicando, assim na eficácia dirigente
que os direitos fundamentais produzem em relação aos órgãos do Estado.

(E) De acordo com Paulo Bonavides, os direitos fundamentais de quinta dimensão são aqueles
relacionados à biotecnologia.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA.

Eficácia vertical: incidem na relação entre sujeito e Estado.

Eficácia horizontal: incidem na relação entre sujeitos privados.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Eficácia vertical: incidem na relação entre sujeitos privados que estão em posição de desigualdade.
Exemplo do consumidor e fornecedor.

LETRA B: CORRETA. Nem todo direito fundamental é universal. Por exemplo: o direito ao voto é
exclusivo de brasileiros.

LETRA C: CORRETA. O direito de não ser escravizado e o direito de não ser torturado são direitos
fundamentais absolutos.

LETRA D: CORRETA.

LETRA E: INCORRETA. Paulo Bonavides propõe o reconhecimento do direito à paz como direito de
quinta dimensão.

Segundo o mesmo autor, o direito à biotecnologia estaria, junto ao direito à democracia, classificado
como um direito de quarta dimensão.

65. Sobre os métodos de interpretação constitucional, hermenêutica constitucional, assinale a


alternativa INCORRETA:

(A) De acordo com o método tópico-problemático de hermenêutica constitucional, a interpretação


parte do problema para a norma.

(B) De acordo com o método hermenêutico-concretizador, a interpretação deve partir da


Constituição Federal para o problema. Deste modo, busca concretizar a norma.

(C) O método hermenêutico clássico busca a interpretação constitucional valendo-se de critérios


clássicos: gramatical, histórico, sistemático, teleológico.

(D) De acordo com o método normativo estruturante, a norma constitucional está no topo do
ordenamento jurídico e todas as demais normas devem guardar correspondência com o texto
escrito na Constituição.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(E) De acordo com o método científico espiritual a análise da CF deve levar em conta também a
realidade social.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. É exatamente o que propõe o método de interpretação tópico-problemático.

LETRA B: CORRETA. É o método hermenêutico-concretizador. Concretizar o sentido da norma


(Konrad Hesse).

LETRA C: CORRETA. É exatamente o que propõe o método de interpretação hermenêutico clássico.

LETRA D: ERRADA. De acordo com o método normativo estruturante, não há identidade entre texto
e norma, que compreende também um pedaço da realidade social.

LETRA E: CORRETA. É exatamente o que propõe o método de interpretação científico espiritual.

DIREITO ELEITORAL
66. Assinale a alternativa correta:
(A) São inelegíveis os que forem condenados, apenas por decisão transitada em julgado, desde a
condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes
contra o meio ambiente e a saúde pública.
(B) São inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso ou culposo de improbidade
administrativa.
(C) São inelegíveis os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso ou culposo de
improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito.
(D) São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes, consangüíneos ou
afins, até o terceiro grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(E) São inelegíveis os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por
órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de
união estável para evitar caracterização de inelegibilidade.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
LETRA A: ERRADA - Art. 1º, “e”, 3 da Lei Complementar 64.
LETRA B: ERRADA - Art. 1º, “g” da Lei Complementar 64.
LETRA C: ERRADA - Art. 1º, “l” da Lei Complementar 64.
LETRA D: ERRADA - Art. 1º, § 3º da Lei Complementar 64.
LETRA E: CORRETA - Art. 1º, “n” da Lei Complementar 64.

67. A respeito do tema propaganda eleitoral (Lei 9.504/97), assinale a alternativa correta:
(A) A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 05 de julho do ano da eleição.
(B) Não é permitida a veiculação de qualquer material de propaganda eleitoral em bens públicos
ou particulares.
(C) Para a caracterização da conduta ilícita de captação de sufrágio é necessário o pedido explícito
de votos.
(D) É permitida a circulação de carros de som e trios elétricos como meio de propaganda eleitoral.
(E) Não será permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
LETRA A - ERRADA - Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do
ano da eleição.
LETRA B - ERRADA, pois existem exceções. São elas:
Art. 37, § 2º Não é permitida a veiculação de material de propaganda eleitoral em bens públicos ou
particulares, exceto de: (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
I - bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do
trânsito de pessoas e veículos (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
II - adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas residenciais, desde
que não exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado). (Incluído dada pela Lei nº 13.488, de 2017)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C - ERRADA - Art. 41-A, § 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido
explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir.
LETRA D - ERRADA - Art. 39, § 11. É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio
de propaganda eleitoral, desde que observado o limite de oitenta decibéis de nível de pressão
sonora, medido a sete metros de distância do veículo, e respeitadas as vedações previstas no §
3º deste artigo, apenas em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios.
(Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017)
LETRA E - CORRETA - Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto do
ano da eleição.
§ 2º Não será permitido qualquer tipo de propaganda política paga no rádio e na televisão. (Redação
dada pela Lei nº 13.487, de 2017)

68. Considere os itens abaixo:


I - O partido está obrigado a enviar, semestralmente, à Justiça Eleitoral, o balanço contábil do
exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.
II - O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral, o dos órgãos
estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
III - Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou
arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Justiça Eleitoral,
exigindo-se do responsável partidário a apresentação de declaração da ausência de movimentação
de recursos nesse período.
Correto o que consta em:
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I e II, apenas.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
ITEM I: INCORRETO
Art. 32 da Lei 9.096/95 - O partido está obrigado a enviar, anualmente, à Justiça Eleitoral, o balanço
contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ITEM II: CORRETO
Art. 32, § 1º da Lei 9.096/95 - O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao Tribunal Superior
Eleitoral, o dos órgãos estaduais aos Tribunais Regionais Eleitorais e o dos órgãos municipais aos
Juízes Eleitorais.

ITEM III: CORRETO


Art. 32, 4º da Lei 9.096/95 - Os órgãos partidários municipais que não hajam movimentado recursos
financeiros ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à
Justiça Eleitoral, exigindo-se do responsável partidário, no prazo estipulado no caput, a apresentação
de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.

69. Considere os itens abaixo:


I - Constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição.
II - Indicar as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser feita pela mesa
receptora.
III - Publicar um boletim eleitoral.
São competências dos Tribunais Regionais Eleitorais, em conformidade com o Código Eleitoral, o
que consta em:
(A) II e III, apenas.
(B) I, apenas.
(C) III, apenas.
(D) I, II e III.
(E) I e II, apenas.
RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ITEM I e II: CORRETOS
Art. 30 do CE - Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
(...)
V - constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;
VI - indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a contagem dos votos deva ser
feita pela mesa receptora;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ITEM III: INCORRETO
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
(...)
XVII - publicar um boletim eleitoral;

70. Considere os itens abaixo:


I - Nacionalidade brasileira.
II - Domicílio eleitoral na circunscrição.
III - Idade mínima de 30 anos para o cargo de Senador.
IV - Filiação Partidária.
São condições de elegibilidade:
(A) I e II, apenas.
(B) I, II e III, apenas.
(C) I, II, III e IV.
(D) I, II e IV, apenas.
(E) II e IV, apenas.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

Art. 14, § 3º da CF - São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e
juiz de paz;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
d) dezoito anos para Vereador.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
BLOCO III
DIREITO EMPRESARIAL

71. Em relação à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa incorreta:


(A) É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por grupos
familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a despeito de não atingir seu fim –
consubstanciado no auferimento de lucros e na distribuição de dividendos aos acionistas –, restar
configurada a viabilidade da continuação dos negócios da companhia.
(B) Independentemente de indícios ou provas de insuficiência patrimonial, é possível a decretação
da quebra do devedor que não paga, sem relevante razão de direito, no vencimento, obrigação
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência.
(C) No âmbito de Assembleia Geral de Credores, a maioria deles - devidamente representados pelas
respectivas classes - optar, por meio de dispositivo expressamente consignado em plano de
recuperação judicial, pela supressão de todas as garantias fidejussórias e reais existentes em nome
dos credores na data da aprovação do plano, todos eles - inclusive os que não compareceram à
Assembleia ou os que, ao comparecerem, abstiveram-se ou votaram contrariamente à
homologação do acordo – não estarão vinculados a essa determinação.
(D) A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor.
(E) A cédula de crédito rural hipotecária permanecerá exigível na hipótese de o MST invadir o
imóvel do financiado e este deixar de comprovar que a invasão constitui óbice intransponível ao
pagamento do crédito e que não existiam meios de evitar ou impedir os efeitos dessa ocupação.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA

PROCESSO REsp 1.321.263-PR, Rel. Min. Moura Ribeiro, por unanimidade, julgado em 6/12/2016, DJe
15/12/2016. RAMO DO DIREITO DIREITO EMPRESARIAL TEMA Dissolução parcial de sociedade
anônima. Possibilidade. Inexistência de lucros e não distribuição de dividendos há vários anos.
Princípio da preservação da empresa.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
DESTAQUE
É possível que sociedade anônima de capital fechado, ainda que não formada por grupos
familiares, seja dissolvida parcialmente quando, a despeito de não atingir seu fim –
consubstanciado no auferimento de lucros e na distribuição de dividendos aos acionistas –, restar
configurada a viabilidade da continuação dos negócios da companhia.

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR


A questão controvertida em debate visa definir se é possível a dissolução parcial de sociedade
anônima de capital fechado por não atingir seu fim (art. 206, II, b, da Lei nº 6.404/76),
consubstanciado no auferimento de lucros e na distribuição de dividendos aos acionistas. As
sociedades são classificadas como de pessoas e de capitais, a depender da relevância dos sócios para
a sua formação. Daí resulta o caráter intuito personae das sociedades limitadas, em que prevalece o
relacionamento pessoal dos sócios e a confiança entre eles, em contraposição ao caráter intuito
pecunae das sociedades anônimas, preponderando a contribuição pecuniária dos seus integrantes. A
jurisprudência desta Corte é firme no sentido de ser possível a dissolução parcial de sociedades que
concentram na pessoa de seus sócios um de seus elementos preponderantes, partindo-se do
pressuposto de que as sociedades anônimas de capital fechado são, em sua maioria, formadas por
grupos familiares, constituídas intuito personae. Nesses casos, o rompimento da affectio societatis
representa verdadeiro impedimento a que a companhia continue a realizar o seu fim social, motivo
que levou a Segunda Seção a adotar a orientação de que é possível a dissolução parcial da sociedade
anônima de capital fechado (EREsp 1.079.763/SP, Segunda Seção, DJe 6/9/2012; EREsp 111.294/PR,
Segunda Seção, DJe 10/9/2007). No entanto, os precedentes desbordam da hipótese em que a
sociedade não é um grupo familiar, tratando-se, pois, de sociedade de capital, com nítido intuito
pecunae, composta por investidores institucionais. A finalidade lucrativa é da essência da sociedade
por ações, consoante se extrai do art. 2º da Lei nº 6.404/76. Ausente o lucro, fica autorizada a
dissolução da sociedade anônima por decisão judicial quando provado que ela não consegue
preencher o seu fim, em ação ajuizada por acionistas que representem 5% ou mais do capital social,
nos termos do art. 206, II, b, da Lei nº 6.404/76. Anote-se a existência de julgado da Terceira Turma
(REsp 247.002/RJ, DJe 25/03/2002) em que se entendeu que o fato da sociedade anônima ser de
capital fechado e não ser unida por vínculos de natureza pessoal impossibilita sua dissolução parcial
tão somente por não distribuir dividendos por razoável lapso temporal, mas que, todavia, não se

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
assemelha à hipótese sob análise, uma vez que no precedente foi comprovado por prova pericial a
impossibilidade de percepção de lucros a curto prazo. Na concepção de doutrina, a Lei nº 6.404/76
acolheu o princípio da preservação da empresa em seus arts. 116 e 117, por adotar a prevalência da
função social e comunitária da companhia e por caracterizar como abuso de poder do controlador a
liquidação de companhia próspera. A dissolução parcial, além de resguardar o interesse público na
manutenção das empresas e geração de empregos, visa proteger o interesse dos demais acionistas,
contrários à sua dissolução. Com efeito, não seria plausível a extinção da sociedade por sócios que
representam pouco mais de 10% das ações da companhia, como é o caso dos autos. Por fim, crave-
se que a dissolução parcial constitui solução menos gravosa, assegurando aos acionistas que
entendem ser possível uma reviravolta na sorte da companhia a continuação de suas atividades.
http://www.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0595.pdf

ALTERNATIVA B: CORRETA

REsp 1.532.154-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, por unanimidade, julgado em 18/10/2016,
DJe 3/2/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO EMPRESARIAL TEMA Pedido de falência instruído com
título executivo extrajudicial de valor superior a 40 (quarenta) salários-mínimos. Indícios de
insolvência patrimonial do devedor. Desnecessidade.
DESTAQUE
Independentemente de indícios ou provas de insuficiência patrimonial, é possível a decretação da
quebra do devedor que não paga, sem relevante razão de direito, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
A questão trazida nos autos restringe-se a decidir se a impontualidade do devedor seria requisito
suficiente para o processamento do pedido de falência. Inicialmente, é certo que o STJ possui julgados
no sentido de que o mencionado pleito de quebra não pode servir como substituto de uma ação de
cobrança, de modo que não é o inadimplemento de qualquer dívida que justifica o processamento do
pedido. A preocupação que norteou esses julgados, firmados na perspectiva da disciplina antiga do
Direito Falimentar, procedida pelo revogado Decreto-Lei n. 7.661/1945, em que havia espaço para a
formulação de pedidos de falência como substitutivo da ação de cobrança, inclusive de valores
ínfimos, foi superada com a edição da Lei n. 11.101/2005, que, em seu art. 94, I, para caracterização

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
da impontualidade, passou a exigir que a dívida seja de valor superior a quarenta salários mínimos.
Basta, assim, a impontualidade do devedor no pagamento de dívida de valor superior a quarenta
salários mínimos, não sendo necessários indícios ou provas da sua situação de insolvência. Nessa
linha, a Quarta Turma desta Corte Superior possui julgado específico no sentido de que não se
considera abusivo o pedido de falência lastreado em título cujo valor supere o limite legal de 40
(quarenta salários mínimos). Portanto, o pedido de falência com fundamento na impontualidade do
devedor não se confunde com as hipóteses de insolvência de modo que a apresentação de indícios da
sua insuficiência patrimonial não é pressuposto para o seu deferimento.
http://www.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0596.pdf

ALTERNATIVA C: INCORRETA

A questão está incorreta. No âmbito de Assembleia Geral de Credores, a maioria deles - devidamente
representados pelas respectivas classes - optar, por meio de dispositivo expressamente consignado
em plano de recuperação judicial, pela supressão de todas as garantias fidejussórias e reais existentes
em nome dos credores na data da aprovação do plano, todos eles - inclusive os que não
compareceram à Assembleia ou os que, ao comparecerem, abstiveram-se ou votaram
contrariamente à homologação do acordo - estarão indistintamente vinculados a essa
determinação conforme estabelece o REsp 1.532.943-MT:

DIREITO EMPRESARIAL. VINCULAÇÃO DE TODOS OS CREDORES À DETERMINAÇÃO DE PLANO DE


RECUPERAÇÃO JUDICIAL APROVADO POR MAIORIA PELA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES. Se, no
âmbito de Assembleia Geral de Credores, a maioria deles - devidamente representados pelas
respectivas classes - optar, por meio de dispositivo expressamente consignado em plano de
recuperação judicial, pela supressão de todas as garantias fidejussórias e reais existentes em nome
dos credores na data da aprovação do plano, todos eles - inclusive os que não compareceram à
Assembleia ou os que, ao comparecerem, abstiveram-se ou votaram contrariamente à homologação
do acordo - estarão indistintamente vinculados a essa determinação. Inicialmente, cumpre destacar
que se afigura absolutamente possível que o Poder Judiciário, sem imiscuir-se na análise da
viabilidade econômica da empresa em crise, promova controle de legalidade do plano de recuperação
judicial que, em si, em nada contemporiza a soberania da assembleia geral de credores. Nesse
contexto, dispõe o art. 59 da Lei n. 11.101/2005 que a concessão de recuperação judicial enseja a

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
novação das obrigações originariamente assumidas pela recuperanda, sem prejuízo das garantias e
observado o disposto no § 1º do art. 50 da referida lei, o qual preceitua que, na hipótese de alienação
de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição enseja o consentimento
do correlato credor. Salientado isso, cumpre afastar, peremptoriamente, argumento no sentido de
que a novação operada pela homologação do plano de recuperação judicial importaria, por si, na
imediata extinção da obrigação principal originária e, por conseguinte, das garantias àquela
ofertadas, pois, concebidas como obrigação acessória. Isso porque a "novação prevista na lei civil é
bem diversa daquela disciplinada na Lei n. 11.101/2005. Se a novação civil faz, como regra, extinguir
as garantias da dívida, inclusive as reais prestadas por terceiros estranhos ao pacto (art. 364 do
Código Civil), a novação decorrente do plano de recuperação traz como regra, ao reverso, a
manutenção das garantias (art. 59, caput, da Lei n. 11.101/2005), sobretudo as reais, as quais só
serão suprimidas ou substituídas 'mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva
garantia', por ocasião da alienação do bem gravado (art. 50, § 1º). Assim, o plano de recuperação
judicial opera uma novação sui generis e sempre sujeita a uma condição resolutiva, que é o eventual
descumprimento do que ficou acertado no plano (art. 61, § 2º, da Lei n. 11.101/2005)" (REsp
1.326.888-RS, Quarta Turma, DJe 5/5/2014). No mesmo sentido: REsp 1.260.301-DF, Terceira Turma,
DJe 21/8/2012. Portanto, em regra, a despeito da novação operada pela recuperação judicial,
preservam-se as garantias, no que alude à possibilidade de seu titular exercer seus direitos contra 11
terceiros garantidores e impor a manutenção das ações e execuções promovidas contra fiadores,
avalistas ou coobrigados em geral, a exceção do sócio com responsabilidade ilimitada e solidária (§
1º do art. 49 da Lei n. 11.101/2005). E, especificamente sobre as garantias reais, estas somente
poderão ser supridas ou substituídas, por ocasião de sua alienação, mediante expressa anuência do
credor titular de tal garantia, nos termos do § 1º do art. 50 da referida lei. Apesar disso, o art. 49, §
2º, da Lei n. 11.101/2009 prevê, expressamente, a possibilidade de o plano de recuperação judicial
dispor de modo diverso no tocante às garantias anteriormente ajustadas: "As obrigações anteriores
à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei,
inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de
recuperação judicial". Diante disso, na hipótese em análise, mostra-se inadequado restringir a
supressão das garantias reais e fidejussórias, tal como previsto no plano de recuperação judicial
aprovado pela assembleia geral, somente aos credores que tenham votado favoravelmente nesse
sentido, conferindo tratamento diferenciado aos demais credores da mesma classe, em manifesta
contrariedade à deliberação majoritária. Aliás, compreensão diversa, por óbvio, teria o condão de

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
inviabilizar a consecução do plano, o que refoge dos propósitos do instituto da recuperação judicial.
Salienta-se, ainda, que a extinção das obrigações, decorrente da homologação do plano de
recuperação judicial, encontra-se condicionada ao efetivo cumprimento de seus termos. Não
implementada a aludida condição resolutiva, por expressa disposição legal, "os credores terão
reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originariamente contratadas" (art. 61, § 2º, da
Lei n. 11.101/2005). Mais do que isso. A não implementação da condição resolutiva ensejará,
forçosamente, a decretação da falência. Quando a lei afirma que o credor terá a seu favor a
restituição de seus direitos e garantias nas condições originariamente contratadas, significa que o
credor, na fase concursal, terá o benefício da preferência, segundo a garantia de que é titular, no
recebimento de seu crédito. Ele não fará jus, por exemplo, ao bem sobre o qual recaia a sua garantia.
Com o decreto de falência, vende-se o ativo para pagar o passivo, na ordem de preferência legal,
segundo a natureza dos créditos. Logo, não há razão, nem sequer prática, para impedir que os
credores, caso assim entendam necessária à consecução do plano de recuperação judicial,
transacionem a supressão das garantias de que são titulares. Ademais, assinala-se que a necessidade
de que os credores com garantia real consintam, por ocasião da alienação do bem dado em garantia,
com a substituição ou supressão da garantia, contemplada no art. 50, § 1º, da Lei n. 11.101/2005,
afigura-se absolutamente preservada, na medida em que todos os credores, representados pelas
respectivas classes, ao aprovarem o plano de recuperação judicial que dispôs sobre tal matéria
(supressão das garantias reais e fidejussórias), com ela anuíram, inegavelmente. Descabido,
portanto, permitir que o plano de recuperação judicial, tal como aprovado, não seja integralmente
observado pelas partes envolvidas, a pretexto da aplicação do § 1º do art. 50 da Lei n. 11.101/2005.
REsp 1.532.943-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/9/2016, DJe 10/10/2016. (
Informativo 591 do STJ)
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270591%27

ALTERNATIVA D: CORRETA

DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE ATIVA DO CREDOR TRABALHISTA PARA


PEDIR FALÊNCIA DE DEVEDOR. A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a
falência do devedor. Da análise do art. 97, IV, da Lei n. 11.101/2005 (Art. 97. Podem requerer a
falência do devedor: [...] IV - qualquer credor), verifica-se que o legislador conferiu ampla legitimidade
ativa para o requerimento de decretação de falência do devedor, de modo que, em princípio, estarão

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
todos os credores aptos a fazê-lo. Nessa linha, há doutrina no sentido de que o credor "é, por
excelência, o titular da relação jurídica falimentar. [...] A lei não distingue entre dívida civil, comercial,
trabalhista ou fiscal, importando, isso sim, que seja líquida, dando ensejo, repita-se, à ação
executiva". Em igual sentido, existem doutrinadores pátrios que têm entendido que "a palavra
'qualquer', constante do inciso, sugere que todos os credores, individualmente ou em conjunto,
podem requerer a falência do devedor. Incluir-seiam, nesse rol, os credores civis, comerciais,
trabalhistas e fiscais". Assim, adota-se corrente doutrinária que sustenta que: "Credores trabalhistas,
fiscais, acidentários podem em tese requerer a falência do devedor desde que possuam o título
executivo pertinente, seja ele judicial ou extrajudicial e esteja protestado para fins falimentares. Neste
caso, é possível o pedido de falência com base no art. 94, I, da LRF. Há, também, a possibilidade do
pleito de falência com base no art. 94, II quando superveniente uma execução frustrada". REsp
1.544.267-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 23/8/2016, DJe
6/9/2016. ( Informativo 589 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270589%27

ALTERNATIVA E: CORRETA

DIREITO CIVIL. INVASÃO DO MST E EXIGIBILIDADE DE CÉDULA DE CRÉDITO RURAL HIPOTECÁRIA. A


cédula de crédito rural hipotecária permanecerá exigível na hipótese de o MST invadir o imóvel do
financiado e este deixar de comprovar que a invasão constitui óbice intransponível ao pagamento do
crédito e que não existiam meios de evitar ou impedir os efeitos dessa ocupação. O parágrafo único
do art. 393 do CC estabelece que "o caso fortuito ou de força maior se verifica no fato necessário,
cujos efeitos não era possível evitar ou impedir", do qual se extraem os elementos caracterizadores
das referidas excludentes de responsabilidade: a necessariedade e a inevitabilidade. A respeito dos
elementos integrantes do caso fortuito ou de força maior, segundo entendimento doutrinário, "Na
circunstância concreta o que se deve considerar é se houve impossibilidade absoluta que afetou o
cumprimento da prestação, o que não se confunde com dificuldade ou onerosidade. O que se
considera é se o acontecimento natural, ou o fato de terceiro, erigiu-se como barreira intransponível
à execução da obrigação. [...] A inevitabilidade do evento é outro elemento a ser considerado,
igualmente de forma concreta. O fato deve ser irresistível, invencível, atuando com força indomável
e inarredável. O que se considera é se o evento não podia ser impedido nos seus efeitos. O fato
resistível, que pode ser superado, não constitui evento a autorizar a exoneração. É perfeitamente

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
possível que o fato seja imprevisível, mas suas consequências evitáveis. Se o devedor não toma
medidas para evitá-la, tipifica-se o inadimplemento e não a impossibilidade com apoio no caso
fortuito ou força maior". Cumpre destacar que, a título de prudência do homem médio, tão logo
concretizada a invasão, é razoável que as autoridades policiais sejam comunicadas, bem como sejam
utilizadas, entre tantos outros meios cabíveis, medidas possessórias protetivas. REsp 1.564.705-PE,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 16/8/2016, DJe 5/9/2016.
(Informativo 586 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270589%27

72. Em relação à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa incorreta:


(A) Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção monetária incide
a partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira
apresentação à instituição financeira sacada ou câmara de compensação.
(B) Em tese, não é abusiva a previsão, em normas gerais de empreendimento de shopping center
("estatuto"), da denominada "cláusula de raio", segundo a qual o locatário de um espaço comercial
se obriga - perante o locador - a não exercer atividade similar à praticada no imóvel objeto da
locação em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distância contado a partir de
certo ponto do terreno do shopping center.
(C) É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-rogado nos direitos do
segurado, de indenização pela deterioração de carga em navio por falha em contêiner.
(D) A pactuação da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação
à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de emissão estampada no campo específico
da cártula.
(E) A caução de maquinário do importador efetuada por ocasião do desembaraço aduaneiro para
o fim da liberação de mercadorias originárias de outro país suspende a exigibilidade dos direitos
antidumping provisórios.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
DIREITO EMPRESARIAL. TERMO INICIAL DE CORREÇÃO MONETÁRIA E DE JUROS DE MORA EM
COBRANÇA DE CHEQUE. RECURSO REPETITIVO. TEMA 942. Em qualquer ação utilizada pelo portador
para cobrança de cheque, a correção monetária incide a partir da data de emissão estampada na
cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou
câmara de compensação. Inicialmente, cumpre consignar que a matéria em debate não é de direito
processual, tendo em vista que demanda tão somente a correta interpretação de normas de direito
privado. Como cediço, a mora ex re independe de qualquer ato do credor, como interpelação ou
citação, porquanto decorre do próprio inadimplemento de obrigação positiva, líquida e com termo
implementado, cuja matriz normativa é o art. 960, primeira parte, do CC/1916, reproduzido no CC
atual, no caput do art. 397, de modo que, em se tratando de mora ex re, aplica-se o antigo e conhecido
brocardo dies interpellat pro homine (o termo interpela no lugar do credor). A razão disso é singela:
sendo o devedor sabedor da data em que deve ser adimplida a obrigação líquida - porque decorre do
título -, descabe advertência complementar por parte do credor. Destarte, havendo obrigação líquida
e exigível a determinado termo - desde que não seja daquelas em que a própria lei afasta a
constituição de mora automática -, o inadimplemento ocorre no vencimento. Nesse contexto, fica
límpido que o art. 219 do CPC/1973 (correspondente ao art. 240 do novo CPC), assim como o art. 405
do CC ("Contam-se os juros de mora desde a citação inicial"), deve ser interpretado de maneira que a
citação implique caracterização de mora apenas se esta já não tiver ocorrido pela materialização de
uma das diversas hipóteses indicadas no ordenamento jurídico. Na hipótese, a matéria referente aos
juros relativos à cobrança de crédito estampado em cheque por seu portador é disciplinada pela Lei
do Cheque, que estabelece sua incidência a partir da data da primeira apresentação do título (art. 52,
II). Quanto ao termo inicial para a incidência de correção monetária para cobrança de valor
representado em cheque, convém pontuar que, a teor do art. 32, parágrafo único, da Lei n.
7.357/1985, o cheque é ordem de pagamento a terceiro à vista, considerando-se não escrita qualquer
menção em contrário. Verifica-se, assim, que o cheque tem vencimento a contar da data de sua
emissão. Além disso, a quitação, em se tratando de dívidas consubstanciadas em título de crédito,
consiste na devolução da cártula. Dessarte, o art. 33 da Lei n. 7.357/1985 estabelece que o cheque
deve ser apresentado para pagamento a contar do dia da emissão, e o art. 34 do mesmo diploma
esclarece que a apresentação do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação. Nessa
ordem de ideias, o art. 52, I e IV, da Lei n. 7.357/1985 não deixa dúvidas acerca de que é apenas se,
para satisfação do crédito, o credor tiver de se valer de ação - isto é, se não houver quitação da
obrigação pela instituição financeira sacada - será possível ao portador exigir do demandado a

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
importância do cheque não pago com a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda até o
pagamento; fazendo, ademais, uma clara diferenciação das datas de incidência dos juros de mora e
da correção monetária, conforme se depreende do cotejo entre seus incisos, in verbis: "Art. 52. O
portador pode exigir do demandado: I - a importância do cheque não pago; II - os juros legais desde
o dia da apresentação; III - as despesas que fez; IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da
moeda, até o embolso das importâncias mencionadas nos itens antecedentes." Dessa forma, tem-se
que a única interpretação harmoniosa com o art. 32 da Lei do Cheque, que se pode fazer do art. 52
do mesmo diploma, é a de que o dispositivo estabelece que o termo inicial para correção monetária
é a data de emissão constante no RECURSOS REPETITIVOS 2 campo próprio da cártula. Precedentes
citados: AgRg no AREsp 713.288-MS, Quarta Turma, DJe 13/8/2015; AgRg no AREsp 676.533-SP,
Terceira Turma, DJe 11/12/2015; AgRg no REsp 1.378.492- MS, Terceira Turma, DJe 28/5/2015; EDcl
no AREsp 541.688-SP, Quarta Turma, DJe 17/9/2014; REsp 365.061/MG, Terceira Turma, DJ
20/3/2006; AgRg no REsp 1.197.643-SP, Quarta Turma, DJe 1°/7/2011; AgRg no Ag 666.617-RS,
Terceira Turma, DJ 19/3/2007; REsp 49.716-SC, Terceira Turma, DJ 31/10/1994; REsp 146.863-SP,
Quarta Turma, DJ 16/3/1998; REsp 55.932-MG, Terceira Turma, DJ 6/3/1995; REsp 217.437-SP,
Quarta Turma, DJ 13/9/1999; REsp 37.064-RJ, Terceira Turma, DJ 14/3/1994; e AgRg no REsp
1.330.923-MS, Quarta Turma, DJe 1°/10/2013. REsp 1.556.834-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
Segunda Seção, julgado em 22/6/2016, DJe 10/8/2016. (Informativo 587 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270587%27

ALTERNATIVA B: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. LEGALIDADE DE CLÁUSULA DE RAIO EM CONTRATO DE LOCAÇÃO DE ESPAÇO
EM SHOPPING CENTER. Em tese, não é abusiva a previsão, em normas gerais de empreendimento de
shopping center ("estatuto"), da denominada "cláusula de raio", segundo a qual o locatário de um
espaço comercial se obriga - perante o locador - a não exercer atividade similar à praticada no imóvel
objeto da locação em outro estabelecimento situado a um determinado raio de distância contado a
partir de certo ponto do terreno do shopping center. Para o sucesso e viabilização
econômica/administrativa do shopping center , os comerciantes vinculam-se a uma modalidade
específica de contratação. Entre as diversas cláusulas extravagantes insertas no contrato de shopping
center - a despeito da existência de severa discussão doutrinária a respeito da natureza jurídica do
ajuste, podendo ser considerado sociedade, locação, contrato coligado, misto, atípico, de adesão,
entre outros -, há efetivo consenso de que todas servem para justificar e garantir o fim econômico

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
almejado pelas partes. Nessa conjuntura, é possível citar, dentre essas disposições contratuais: res
sperata, aluguel mínimo, aluguel percentual, aluguel dobrado no mês de dezembro, fiscalização da
contabilidade, imutabilidade do ramo de negócio, impossibilidade de cessão ou sublocação e,
também, a denominada "cláusula de raio", objeto do caso aqui analisado. De acordo com a "cláusula
de raio", o locatário de um espaço comercial se obriga, perante o locador, a não exercer atividade
similar à praticada no imóvel objeto da locação em outro estabelecimento situado a um determinado
raio de distância daquele imóvel. Em que pese a existência de um shopping center não seja
considerado elemento essencial para a aplicação dessa cláusula, é inquestionável que ela se mostra
especialmente apropriada no contexto de tais centros comerciais, notadamente em razão da
preservação dos interesses comuns à generalidade dos locatários e empreendedores dos shoppings.
Além disso, a "cláusula de raio" não prejudica os consumidores. Ao contrário, os beneficia, ainda que
indiretamente. O simples fato de consumidor não encontrar em todos os shopping centers que
frequenta determinadas lojas não implica efetivo prejuízo a ele, pois a instalação dos lojistas em tais
ou quais empreendimentos depende, categoricamente, de inúmeros fatores. De fato, a lógica por
detrás do empreendimento se sobrepõe à pretensão comum do cidadão de objetivar encontrar, no
mesmo espaço, todas as facilidades e variedades pelo menor preço e distância. Ademais, nos termos
do ordenamento jurídico pátrio, ao proprietário de qualquer bem móvel ou imóvel - e aqui se inclui
o(s) dono(s) de shopping center - é assegurado o direito de usar, gozar e dispor de seus bens e, ainda,
de reavê-los do poder de quem injustamente os possua. Denota-se que, para o exercício desses
atributos inerentes à propriedade, principalmente a permissão do uso por terceiros, pode o
proprietário impor limites e delimitar o modo pelo qual essa utilização deverá ser realizada. Assim,
diversas são as restrições que pode o dono impor aos usuários do estabelecimento (vestimentas,
ingresso com animais, horário de funcionamento, entre outros) e, como já mencionado
antecedentemente, inúmeras são as cláusulas contratuais passíveis de inserção nos contratos de
locação atinentes aos centros comerciais híbridos, sem que se possa afirmar, genérica e
categoricamente, sejam elas abusivas ou ilegais, uma vez que, em última análise, visam garantir a
própria viabilidade do uso, a implementação do empreendimento e, pois, o alcance e incremento real
da função social da propriedade. Além do mais, o fato de shopping center exercer posição relevante
no perímetro estabelecido pela "cláusula de raio" não significa que esteja infringindo os princípios da
ordem econômica estampados na CF, visto que inserções de QUARTA TURMA 17 "cláusulas de raio"
em determinados contratos de locação são realizadas com o propósito de servir à logística do
empreendimento. Aliás, a conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
eficiência de agente econômico em relação a seus competidores não caracteriza ilícito, tanto que
prevista como excludente de infração da ordem econômica (§ 1º do art. 36 da Lei n. 12.529/2011).
Por fim, não se diga que o STF analisou a constitucionalidade da "cláusula de raio" por ofensa ao
princípio da livre concorrência. Afinal, a Súmula n. 646 do STF, a qual prevê que "Ofende o princípio
da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área", não diz respeito às cláusulas contratuais estabelecidas em
pactos firmados entre locador e locatário, mas sim a imposições de política pública municipal, ou seja,
a situações em que o próprio poder público impede e inviabiliza a implementação do princípio da livre
concorrência. REsp 1.535.727-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 10/5/2016, DJe 20/6/2016.
(Informativo 585 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270585%27

ALTERNATIVA C: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. PRAZO DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO DE
MERCADORIA EM CONTÊINER. É de 1 ano o prazo de prescrição da pretensão do segurador, sub-
rogado nos direitos do segurado, de indenização pela deterioração de carga em navio por falha em
contêiner. O CC/2002, em seu art. 206, § 3º, V, fixou que prescreve em 3 anos a pretensão à reparação
civil. No entanto, segundo uma das regras científicas de hermenêutica, cujo escopo é o alcance da
interpretação mais eficiente da norma jurídica, a lei especial sempre prevalece sobre a geral, a
significar, no caso em exame, que a regulamentação ditada pelo CC teria incidência subsidiária em
relação à legislação específica acaso existente. Não obstante a segunda parte do CCom ter sido
preservada com a promulgação do CC/2002, o art. 449, segundo o qual "Prescrevem igualmente no
fim de 1 (um) ano: [...] 3 - As ações de frete e primagem, estadias e sobreestadias, e as de avaria
simples, a contar do dia da entrega da carga", tinha lugar na primeira parte daquele diploma, tendo
sido, dessa forma, expressamente revogado (art. 2.045 do CC/2002). O prazo disposto no art. 8º do
DL n. 116/1967 ("Prescrevem ao fim de um ano, contado da data do término da descarga do navio
transportador, as ações por extravio de carga, bem como as ações por falta de conteúdo, diminuição,
perdas e avarias ou danos à carga"), por sua vez, guarda forte comprometimento com a sistemática
que acabou por ser adotada pelo CC/2002, que prestigiou a segurança jurídica e que reduziu os prazos
prescricionais em relação ao CC/1916. Nessa linha de raciocínio, faz sentido a aplicação do prazo
ânuo previsto no diploma de 1967 às demandas relativas à avaria da carga destinada à exportação
por navios, posto tratar-se de regramento específico que subsiste no ordenamento jurídico e que

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
disciplina de forma direta casos como o em exame. Por outro lado, o entendimento do STJ (REsp
705.148-PR, Quarta Turma, DJe 1º/3/2011) é o de que, nos contratos de transporte de carga, deve
ser verificada a existência de relação de consumo, não sendo presumida essa natureza, e, ausente a
relação consumerista, afasta-se o CDC, fazendo incidir as regras não revogadas do CCom, as gerais
do CC e a legislação específica. Por ser comercial a relação jurídica objeto de análise e pela existência
de legislação específica vigente regulando a matéria, diverge-se da conclusão alcançada no
julgamento do REsp 302.212-RJ (Terceira Turma, DJ 27/6/2005) e do REsp 286.441-RS (Terceira
Turma, DJ 3/2/2003), nos quais não foi considerada a previsão encartada no DL n. 116/1967. Não
bastasse a previsão do DL n. 116/1967, há de se ter em mente o teor da Súmula n. 151/STF,
plenamente em vigor, que anuncia especificamente o prazo prescricional para a ação do segurador
da carga avariada ("Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização
por extravio ou perda de carga transportada por navio"). É bem verdade que o fundamento da súmula
é o art. 449 do CCom revogado. No entanto, o enunciado do STF não foi expressamente descartado e
disciplina a situação específica que ora se analisa. Na verdade, a orientação pretoriana é no sentido
de a prescrição da ação regressiva da seguradora ser a mesma que a da ação do segurado, visto que
a relação jurídica de direito material não se altera, mudando apenas o sujeito ativo, ou credor, que
passa a ser outro, tratando-se o caso de subrogação pessoal, em que há substituição de uma pessoa
por outra, ressalvando-se a esta os mesmo direitos e ações que àquela competiam. REsp 1.278.722-
PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/5/2016, DJe 29/6/2016. (Informativo 586 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270586%27

ALTERNATIVA D: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. CHEQUE PRÉ-DATADO E O SEU PRAZO DE APRESENTAÇÃO PARA
PAGAMENTO. RECURSO REPETITIVO. TEMA 945. A pactuação da pós-datação de cheque, para que
seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à instituição financeira sacada, deve espelhar a data de
emissão estampada no campo específico da cártula. Sendo o cheque ordem de pagamento à vista
imposta ao sacado (a instituição bancária ou instituição financeira que lhe seja equiparada) -
imposição que não admite aceite, diferentemente do que ocorre, por exemplo, com a letra de câmbio
-, o seu pagamento, pelo sacado, deverá ser obrigatoriamente efetuado (verificada a existência de
fundos disponíveis), ainda que a cártula tenha sido apresentada "antes do dia indicado como data de
emissão" (art. 32, parágrafo único, Lei n. 7.357/1985 - Lei do Cheque). No tocante à apresentação
realizada após a data constante do campo referente à data de emissão da cártula, convém pontuar

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
que "O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da emissão, no prazo de 30
(trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando
emitido em outro lugar do País ou no exterior" (art. 33, caput). Nesse contexto, não se pode ignorar
o costume relativo à emissão de cheque pós-datado. O mencionado parágrafo único do art. 32,
inclusive, ressalva a possibilidade de o banco sacado pagar o cheque "antes do dia indicado como
data de emissão", caso seja apresentado. É dizer: admite plenamente a hipótese de o cheque conter
data de emissão posterior àquela em que foi, efetivamente, emitido. Nessa conjuntura, o
ordenamento jurídico confere segurança e eficácia à pós-datação regular (efetivada no campo
referente à data de emissão). Por sua vez, mesmo a pós-datação extracartular (isto é, a pós-datação
ocorrida em campo diverso do campo específico, referente à data de emissão, como ocorre, por
exemplo, com a cláusula "bom para") tem existência jurídica, na medida em que a Lei não nega
validade a essa pactuação, que, inclusive, terá consequência de natureza obrigacional para os
pactuantes (tanto é assim que a Súmula n. 370 do STJ orienta que enseja dano moral a apresentação
antecipada de cheque). Contudo, esta pactuação extracartular, que ocorre fora do campo da data de
emissão, é ineficaz em relação à contagem do prazo de apresentação e, por conseguinte, não tem o
condão de operar o efeito de ampliar o prazo de apresentação do cheque. Daí a conclusão de que
somente a pós-datação regular, efetuada no campo da data de emissão do cheque, é hábil a ampliar
o prazo de apresentação da cártula a que se refere o art. 33, caput, da Lei do Cheque. REsp 1.423.464-
SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 27/4/2016, DJe 27/5/2016. (Informativo
584 do STJ).

ALTERNATIVA E: INCORRETA
A questão está incorreta. A caução de maquinário do importador efetuada por ocasião do
desembaraço aduaneiro para o fim da liberação de mercadorias originárias de outro país não
suspende a exigibilidade dos direitos antidumping provisórios:

DIREITO ADMINISTRATIVO E ECONÔMICO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO DIREITO


ANTIDUMPING PROVISÓRIO. A caução de maquinário do importador efetuada por ocasião do
desembaraço aduaneiro para o fim da liberação de mercadorias originárias de outro país não
suspende a exigibilidade dos direitos antidumping provisórios. Inicialmente, nos termos do art. 7º
da Lei n. 9.019/1995, "O cumprimento das obrigações resultantes da aplicação dos direitos
antidumping e dos direitos compensatórios, sejam definitivos ou provisórios, será condição para a

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
introdução no comércio do País de produtos objeto de dumping ou subsídio", sendo que "Os direitos
antidumping e os direitos compensatórios são devidos na data do registro da declaração de
importação" (§ 2º), o que revela ser desinfluente a data de embarque das mercadorias para a
importação. Por sua vez, o art. 3º, I e II, da Lei n. 9.019/1995 oportuniza a suspensão da exigibilidade
dos direitos provisórios, durante o trâmite do processo administrativo, mediante o oferecimento de
garantia: a) em dinheiro; ou b) fiança bancária; e estabelece, no § 3º, que "O desembaraço aduaneiro
dos bens objeto da aplicação dos direitos provisórios dependerá da prestação da garantia a que se
refere este artigo." Veja-se que o sistema instituído pela Lei n. 9.019/1995 visa à proteção da indústria
e do comércio internos mediante a neutralização do dumping por meio da "cobrança de importância,
em moeda corrente do País, que corresponderá a percentual da margem de dumping" (art. 1º). Ou
seja, mediante um acréscimo ao valor da mercadoria importada, suficiente para que as similares
nacionais não sejam prejudicadas pelo dumping, permite-se sua entrada no País, o desembaraço e
sua regular comercialização conforme as regras de mercado. Com efeito, conclui-se que a mesma
finalidade legal está inserida na hipótese da fixação do direito antidumping provisório como condição
para o desembaraço aduaneiro das mercadorias, porquanto, só assim, a comercialização PRIMEIRA
TURMA 5 interna do produto importado levará em consideração o valor suplementar exigido para
neutralizar o dumping. Comercializada a mercadoria, o dano à economia nacional é praticamente
irreversível, mesmo que recolhido posteriormente o direito antidumping, porquanto o agente
econômico pode-se utilizar do lucro obtido de forma desleal para pagá-lo, enquanto que os produtos
similares nacionais já terão sido prejudicados em sua comercialização, com prejuízo de toda a cadeia
produtiva correlata. Contudo, considerando a natureza do direito antidumping provisório, a qual
permite a imediata exigibilidade do valor financeiro suplementar imposto pelo fisco em razão do
acima exposto, deve-se entender que as hipóteses de suspensão de sua exigibilidade são favores
instituídos pelo legislador em prol do importador, enquanto pendente a investigação administrativa
a respeito da ocorrência de dumping. Além do mais, a garantia por depósito em dinheiro ou fiança
bancária é de fácil liquidação pelo fisco, no caso de o processo administrativo ser desfavorável ao
importador, o que é adequado à tentativa de neutralização das consequências do dumping, efeito
que pode não ser alcançado por outro tipo de garantia, cuja liquidação seja mais dificultosa. Em
acréscimo, anota-se que, por força dos arts. 173, § 4º, e 174 da CF, é taxativo o rol das hipóteses
legais de suspensão da sua exigibilidade, mormente porque fruto obrigatório do princípio da reserva
legal e submetido à legalidade estrita, a exemplo do que ocorre com o art. 151 do CTN. Nessa linha,
em razão da excepcionalidade do benefício legal de suspensão da exigibilidade do direito provisório

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
e do fim almejado pela lei, não se pode permitir a interpretação extensiva do art. 3º da Lei n.
9.019/1995 para alcançar outras formas de garantias nele não previstas, sob pena de o Poder
Judiciário atuar como legislador positivo e afrontar o princípio da separação dos poderes. REsp
1.516.614-PR, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/5/2016, DJe 24/5/2016. (Informativo 584 do
STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270584%27
73. Em relação à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa incorreta:
(A) O aceite lançado em separado da duplicata mercantil não imprime eficácia cambiária ao título.
(B) Independentemente da comprovação da relação jurídica subjacente, a simples apresentação
de nota promissória prescrita é suficiente para embasar a ação de locupletamento pautada no art.
48 do Decreto n. 2.044/1908.
(C) Prescreve em três anos a pretensão de ressarcimento veiculada em ação de locupletamento
pautada no art. 48 do Decreto n. 2.044/1908, contados do dia em que se consumar a prescrição da
ação executiva.
(D) É devida a nomeação de liquidante em ação de dissolução parcial de sociedade empresária,
bastando, para a apuração dos haveres do sócio falecido, a nomeação de perito técnico habilitado.
(E) É possível impor ao credor que requereu a falência da sociedade empresária a obrigação de
adiantar as despesas relativas à remuneração do administrador judicial, quando a referida pessoa
jurídica não for encontrada - o que resultou na sua citação por edital e na decretação, incontinenti,
da falência - e existirem dúvidas se os bens a serem arrecadados serão suficientes para arcar com
a mencionada dívida.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. DUPLICATA MERCANTIL E ACEITE LANÇADO EM SEPARADO. O aceite lançado
em separado da duplicata mercantil não imprime eficácia cambiária ao título. O aceite promovido
na duplicata mercantil corresponde ao reconhecimento, pelo sacado (comprador), da legitimidade do
ato de saque feito pelo sacador (vendedor), a desvincular o título do componente causal de sua
emissão (compra e venda mercantil a prazo). Após o aceite, não é permitido ao sacado reclamar de

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
vícios do negócio causal realizado, sobretudo porque os princípios da abstração e da autonomia
passam a reger as relações, doravante cambiárias. Assim, na duplicata, quando o sacado promover
o aceite no título, a dívida, que era somente obrigacional, passará também a ser cambiária,
permitindo o acesso à via executiva, na medida em que nascerá um legítimo título executivo
extrajudicial (art. 15, I, da Lei n. 5.474/1968). Em outras palavras, o aceite na duplicata mercantil
transforma o comprador (relação de compra e venda mercantil a prazo) em devedor cambiário do
sacador ou, ainda, do endossatário, caso o título tenha sido posto em circulação por meio do endosso.
Cumpre ressaltar, ademais, que mesmo as duplicatas sem aceite podem possuir força executiva se
protestadas e acompanhadas dos comprovantes de entrega de mercadorias, em não havendo recusa
do aceite pelo sacado (art. 15, II, da Lei n. 5.474/1968). No que tange à forma do aceite, não há como
afastar uma de suas características intrínsecas, que é o formalismo. Desse modo, esse ato deve ser
formal e se aperfeiçoar na própria cártula, em observância ao que dispõe o art. 25 da Lei Uniforme
de Genebra (Decreto n. 57.663/1966): "O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra
'aceite' ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a
simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra", incidindo o princípio da literalidade.
Não pode, portanto, o aceite ser dado verbalmente ou em documento em separado. Inclusive, há
entendimento doutrinário nesse sentido. De fato, os títulos de crédito possuem algumas exigências
que são indispensáveis à boa manutenção das relações comerciais. A experiência já provou que não
podem ser afastadas certas características, como o formalismo, a cartularidade e a literalidade,
representando o aceite em separado perigo real às práticas cambiárias, ainda mais quando os papéis
são postos em circulação. Logo, o aceite lançado em separado à duplicata não possui nenhuma
eficácia cambiária, mas o documento que o contém poderá servir como prova da existência do vínculo
contratual subjacente ao título, amparando eventual ação monitória ou ordinária (art. 16 da Lei n.
5.474/1968). REsp 1.334.464- RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 15/3/2016, DJe
28/3/2016.
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ALTERNATIVA B: CORRETA

DIREITO EMPRESARIAL. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE À


NOTA PROMISSÓRIA PRESCRITA PARA A INSTRUÇÃO DA AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO PAUTADA NO
ART. 48 DO DECRETO N. 2.044/1908. Independentemente da comprovação da relação jurídica
subjacente, a simples apresentação de nota promissória prescrita é suficiente para embasar a ação

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
de locupletamento pautada no art. 48 do Decreto n. 2.044/1908. Inicialmente, deve-se esclarecer que
a ação de enriquecimento sem causa amparada prevista no art. 884 do CC não tem cabimento no
caso em que a lei preveja outro meio especificamente estabelecido para o ressarcimento do prejuízo,
haja vista o disposto no art. 886 do CC: 7 "Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei
conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido". Diante disso, no caso em que
se busque o ressarcimento de prejuízo causado pelo não pagamento de nota promissória prescrita,
não será cabível a ação de enriquecimento sem causa amparada a que se refere o art. 884 do CC, mas
sim a ação de locupletamento pautada no art. 48 do Decreto n. 2.044/1908. Isso porque o referido
art. 48 - conquanto disponha, em título do Decreto n. 2.044/1908 destinado à letra de câmbio, que
"Sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o sacador ou o aceitante fica obrigado
a restituir ao portador, com os juros legais, a soma com a qual se locupletou à custa deste" - também
é aplicável, com as adequações necessárias, à nota promissória, sendo o emitente da nota
promissória equiparado ao aceitante da letra de câmbio. É o que determina o art. 56 deste mesmo
diploma legal, segundo o qual "São aplicáveis à nota promissória, com as modificações necessárias,
todos os dispositivos do Título I desta Lei, exceto os que se referem ao aceite e às duplicatas". Diante
dessas considerações, cumpre analisar, no caso em análise, a necessidade de o autor da ação de
locupletamento (art. 48 do Decreto n. 2.044/1908) fundada em nota promissória não paga e prescrita
ter que fazer (ou não) prova da causa jurídica subjacente. Preliminarmente, conquanto exista
controvérsia na doutrina acerca da natureza dessa ação de locupletamento, trata-se de uma ação de
natureza cambiária, na medida em que amparada no título de crédito que perdeu sua força executiva
(e não na relação jurídica que deu origem à sua emissão), além de estar prevista na legislação de
regência de tais títulos. Nesse contexto, ressalta-se que, além de a prescrição da ação cambiária ser
um dos elementos do suporte fático da regra jurídica insculpida no referido dispositivo, uma vez
prescrita a ação executiva, dá-se o enriquecimento injustificado em razão do não pagamento e
nascem a pretensão e a ação correspondente, conforme entendimento doutrinário. Além disso, nota-
se, com base na dicção do aludido art. 48, que a ação de locupletamento é autorizada ao portador
do título de crédito (que, alcançado pela prescrição, perdeu sua força executiva). Ora, se o portador
do título é o legitimado para a propositura da demanda, é certo não ser necessária a demonstração
da causa jurídica subjacente como condição para o ajuizamento dessa ação, uma vez que, se
pensarmos na hipótese de título que tenha circulado, o portador não teria como fazer prova da
relação jurídica subjacente. Dessa maneira, a posse, pelo portador, da nota promissória não paga e
prescrita gera a presunção juris tantum de veracidade do locupletamento ilícito havido pelo não

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
pagamento (em contrapartida ao empobrecimento do portador do título), nada obstante seja
assegurada a amplitude de defesa ao réu. REsp 1.323.468-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha,
julgado em 17/3/2016, DJe 28/3/2016. (Informativo 580 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270580%27

ALTERNATIVA C: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. PRAZO PRESCRICIONAL PARA AJUIZAR AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO
PAUTADA NO ART. 48 DO DECRETO N. 2.044/1908. Prescreve em três anos a pretensão de
ressarcimento veiculada em ação de locupletamento pautada no art. 48 do Decreto n. 2.044/1908,
contados do dia em que se consumar a prescrição da ação executiva. Como o Decreto n. 2.044/1908
não prevê prazo prescricional específico para o exercício dessa pretensão - diferentemente da Lei do
Cheque, cujo art. 61 prescreve o prazo de dois anos, contado do dia em que se consumar a prescrição
da ação executiva -, utiliza-se o prazo previsto no art. 206, § 3º, IV, do CC, de acordo com o qual
prescreve em "três anos" "a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa". REsp
1.323.468-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 17/3/2016, DJe 28/3/2016. ( Informativo
580 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270580%27

ALTERNATIVA D: INCORRETA
A questão está incorreta. É indevida a nomeação de liquidante em ação de dissolução parcial de
sociedade empresária, bastando, para a apuração dos haveres do sócio falecido, a nomeação de
perito técnico habilitado.
DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE NOMEAÇÃO DE LIQUIDANTE EM
DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE EMPRESÁRIA. É indevida a nomeação de liquidante em ação de
dissolução parcial de sociedade empresária, bastando, para a apuração dos haveres do sócio falecido,
a nomeação de perito técnico habilitado. Inicialmente, registre-se que, segundo entendimento
doutrinário, a dissolução total de sociedade visa à liquidação e à extinção dela, enquanto a dissolução
parcial objetiva a resolução do contrato societário em relação a um ou mais sócios. Assim, nessa
última, ao contrário da dissolução total, preserva-se a sociedade, operando-se apenas a exclusão do
sócio, com a respectiva apuração de haveres. Dessa diferença fundamental sobressai a necessária
distinção entre os procedimentos para cada situação. Nesse contexto, a doutrina e a jurisprudência
mais recente do STJ entendem que, somente nos casos de dissolução total da sociedade, faz-se

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
necessária a figura do liquidante, porquanto suas atribuições estão relacionadas com a gestão do
patrimônio social de modo a regularizar a sociedade que se pretende dissolver. Por sua vez, na
dissolução parcial, em que se pretende apurar exclusivamente os haveres de sócio falecido ou
retirante, com a preservação da atividade, é adequada simplesmente a nomeação de perito técnico
habilitado a realizar perícia contábil, a fim de determinar o valor da quota-parte devida aos herdeiros
ou ao ex-sócio. Logo, de acordo com a orientação doutrinária e jurisprudencial, nada justifica, na
dissolução parcial, a investidura de quem quer que seja para a prática de atos que seriam atribuídos
à figura do liquidante nas dissoluções totais. Precedentes citados: REsp 242.603-SC, Quarta Turma,
DJe 18/12/2008; e REsp 406.775-SP, Quarta Turma, DJ 1º/7/2005. REsp 1.557.989-MG, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 17/3/2016, DJe 31/3/2016. (Informativo 580 do STJ).
http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270580%27

ALTERNATIVA E: CORRETA
DIREITO EMPRESARIAL. RESPONSABILIDADE PELA REMUNERAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL. É
possível impor ao credor que requereu a falência da sociedade empresária a obrigação de adiantar
as despesas relativas à remuneração do administrador judicial, quando a referida pessoa jurídica
não for encontrada - o que resultou na sua citação por edital e na decretação, incontinenti, da
falência - e existirem dúvidas se os bens a serem arrecadados serão suficientes para arcar com a
mencionada dívida. De fato, o art. 25 da Lei n. 11.101/2005 é expresso ao indicar o devedor ou a
massa falida como responsável pelas despesas relativas à remuneração do administrador judicial. Já
o art. 19 do CPC/1973 dispõe que: "Salvo as disposições concernentes à justiça gratuita, cabe às
partes prover as despesas dos atos que realizam ou requerem no processo, antecipando-lhes o
pagamento desde o início até sentença final; e bem ainda, na execução, até a plena satisfação do
direito declarado pela sentença." Ademais, ressaltam-se os §§ 3º e 4º do art. 24 da Lei de Falência,
que catalogam as situações nas quais o administrador judicial perde o direito à remuneração, não
estando ali inserido o mencionado procedimento falimentar frustrado. Assim, se há possibilidade de
não se arrecadar bens suficientes para a remuneração do administrador, deve a parte credora agir
com responsabilidade, arcando com as despesas dos atos necessários, e por ela requeridos, para
tentar reaver seu crédito. Impõe-se ressaltar que, prosseguindo a ação e arrecadando-se bens
suficientes para a remuneração do administrador, a massa falida deverá restituir o valor despendido
pelo credor antecipadamente, obedecendo ao art. 25 da Lei n. 11.101/2005. REsp 1.526.790-SP, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/3/2016, DJe 28/3/2016. (Informativo 580 do STJ).

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http://www.stj.jus.br/SCON/SearchBRS?b=INFJ&tipo=informativo&livre=@COD=%270580%27

74. Em relação ao empresário no Código Civil, assinale a alternativa incorreta:


(A) Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil
e não forem legalmente impedidos.
(B) Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
(C) Ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão
ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que
conceder a autorização.
(D) Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder
exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
(E) A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da
responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(...)

CAPÍTULO II
Da Capacidade

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a


exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.

§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e
dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser
revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.

§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do
alvará que conceder a autorização.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar
contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de
forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)

I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº
12.399, de 2011)

II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)

III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)

Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não
puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.

§ 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser
conveniente.

§ 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da


responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.

Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de
eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.

Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante
do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.

Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não
tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.

Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja
o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus
real.

Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de
Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação,
herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.

Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de
reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público
de Empresas Mercantis.

(...)

ALTERNATIVA A: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
O Art. 972 do CC/02 dispõe: ‘’Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno
gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.’’

ALTERNATIVA B: CORRETA
O art. 974 do CC/02 dispõe:‘’ Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido,
continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.’’

ALTERNATIVA C: INCORRETA
A alternativa está incorreta. O art.974 §2º dispõe: ‘’Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os
bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo
daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.’’

ALTERNATIVA D: CORRETA
O art. 975 do CC/02 dispõe: ‘’Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por
disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um
ou mais gerentes.’’

ALTERNATIVA E: CORRETA
O art.975 § 2o do CC/02 dispõe: ‘’A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do
menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados’’.

75. Em relação ao entendimento sumulado do STF, assinale a alternativa incorreta:


(A) Prescreve em 3 anos a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou
perda de carga transportada por navio.
(B) Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.
(C) O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os litigantes.
(D) A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva.
(E) A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de
boa-fé antes da cobrança ou do protesto.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA A: INCORRETA
A alternativa está incorreta. Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver
indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio conforme a Súmula 151 do STF
dispõe que: ‘’Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por
extravio ou perda de carga transportada por navio’’.

ALTERNATIVA B: CORRETA
A súmula 189 do STF dispõe: ‘’Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não
sucessivos’’.

ALTERNATIVA C: CORRETA
A súmula 260 do STF dispõe: ‘’O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às
transações entre os litigantes’’.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Súmula 390 do STF dispõe: ‘’A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida
preventiva’’.

ALTERNATIVA E: CORRETA
A súmula 387 do STF dispõe: ‘’A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto’’.

76. Em relação ao entendimento sumulado do STJ, assinale a alternativa incorreta:


(A) A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de carnê (TEC), ou outra
denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos bancários anteriores ao
início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008.
(B) O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes
de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.
(C) Não responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datada.
(E) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
A Súmula 565 do STJ dispõe: ‘’ A pactuação das tarifas de abertura de crédito (TAC) e de emissão de
carnê (TEC), ou outra denominação para o mesmo fato gerador, é válida apenas nos contratos
bancários anteriores ao início da vigência da Resolução-CMN n. 3.518/2007, em 30/4/2008. (Súmula
565, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016)’’

ALTERNATIVA B: CORRETA
A Súmula 476 do STJ dispõe: ‘’O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário’’.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Alternativa incorreta. Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que
recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco,
ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas conforme dispõe súmula
475 do STJ: ‘’ Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando
ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas’’.

ALTERNATIVA D: CORRETA
Súmula 370 do STJ dispõe: ‘’ Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datada’’.

ALTERNATIVA E: CORRETA
A súmula 388 do STJ dispõe: ‘’A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral’’.

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DIREITO TRIBUTÁRIO
77. Em relação à jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a alternativa incorreta:
(A) O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execução fiscal de débitos
constituídos em momento anterior à alienação voluntária de imóvel.
(B) Não ofende a coisa julgada, a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros
de mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória de reparação civil, até a data
do pedido de recuperação judicial.
(C) O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição
originária da propriedade.
(D) É devida a contribuição ao FGTS prevista no art. 1º da Lei Complementar n. 110/2001 pelos
optantes do Simples Nacional.
(E) Não incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas empresas
de transporte de passageiros às empresas rodoviárias.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
ALTERNATIVA A: CORRETA
AgInt no AREsp 942.940-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 15/8/2017,
DJe 12/9/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO TEMA Execução fiscal.
IPTU. Alienação de imóvel após o lançamento. Sujeito passivo. Contribuinte. Alienante.
Responsabilidade solidária. Art. 130 do CTN. DESTAQUE O alienante possui legitimidade passiva para
figurar em ação de execução fiscal de débitos constituídos em momento anterior à alienação
voluntária de imóvel.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
A questão posta nos autos consiste em determinar a responsabilidade tributária do antigo
proprietário pelos débitos referentes ao IPTU constituídos em momento anterior ao da alienação
voluntária do imóvel, nos termos do art. 130 do CTN. Nesse ponto, há precedentes do STJ que firmam
a tese da manutenção da responsabilidade tributária do antigo proprietário na alienação do imóvel.
O REsp 1.319.319-RS assevera: "Alienado bem onerado com tributos, o novo titular, não
comprovando o recolhimento dos tributos imobiliários, torna-se responsável solidário pelos débitos,
nos termos do art. 130 do CTN". E o REsp 1.087.275-SP prescreve: "o parágrafo único do art. 130 do

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
CTN traz uma exceção de responsabilidade oponível apenas pelo adquirente do imóvel em hasta
pública, ou seja, não beneficia o antigo proprietário". Embora os precedentes citados não tratem
especificamente da responsabilidade do alienante por débitos constituídos em momento anterior à
alienação voluntária do imóvel, tem-se que a força de um precedente não se restringe à sua parte
dispositiva, mas abrange especialmente os seus motivos determinantes, que passam a orientar os
demais juízes e tribunais sobre a correta interpretação da norma consagrada na decisão. O relevante
para o caso não é a diferença, mas a semelhança entre os arestos indicados que firmaram a tese da
manutenção da responsabilidade tributária do antigo proprietário na alienação do imóvel. Cumpre
ressaltar que o uso de precedentes com eficácia persuasiva não se dá apenas quando os casos são
absolutamente iguais, sob o aspecto fático, mas também em hipóteses juridicamente análogas, a
bem da uniformidade e da coerência das decisões. Importante registrar que o distinguishing entre o
caput do art. 130 do CTN e o seu parágrafo único, ao contrário de infirmar a manutenção da parte no
feito, em verdade, o confirma. Isso porque, embora versem sobre situações distintas, os dois
dispositivos tratam do mesmo instituto legal: sub-rogação do crédito tributário. A diferença é que a
sub-rogação do caput recai sobre o adquirente do imóvel, salvo quando conste do título a prova da
quitação do tributo, e a do parágrafo único recai sobre o preço, na hipótese de arrematação em hasta
pública. Afora a distinção limitada ao objeto, a sub-rogação do parágrafo único é exatamente a
mesma do caput. Se a sub-rogação é a mesma, os efeitos também o são, não havendo como sustentar
tratamento jurídico distinto a sub-rogações disciplinadas no mesmo artigo sem previsão de regime
diverso. O caput do art. 130 só pode ser interpretado em conjunto com o seu parágrafo único. E
nenhuma dúvida existe de que a sub-rogação do parágrafo único não exclui a responsabilidade do
proprietário anterior à transferência imobiliária. Saliente-se, por fim, que não se pode confundir a
sub-rogação tributária com a civil. Enquanto nesta última o instituo é direcionado sempre no crédito
e decorrente do pagamento de débito, no Direito Tributário a subrogação está na posição do devedor,
assemelhando-se a uma cessão de dívida, com todas as consequências pertinentes. Por essas razões,
o instituto estabelecido no art. 130 do CTN, pela autonomia e diversidade de regime jurídico, não
conduz ao efeito almejado, tendo caráter meramente aditivo e integrador do terceiro adquirente na
obrigação, com transmissão a ele da mesma posição do alienante, mas sem liberação do devedor
primitivo.
http://www.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0610.pdf

ALTERNATIVA B: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
REsp 1.662.793-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 14/8/2017.
RAMO DO DIREITO DIREITO FALIMENTAR TEMA Recuperação judicial. Habilitação de crédito.
Atualização. Tratamento igualitário. Novação. Juros e correção. Data do pedido da recuperação.

DESTAQUE

Não ofende a coisa julgada, a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de
mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória de reparação civil, até a data do
pedido de recuperação judicial.

INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR

A princípio, no que se refere à forma de cálculo dos créditos a serem habilitados, o art. 9º, II, da LRF
limita-se a dispor que a habilitação de crédito deverá conter o valor do crédito atualizado até a data
do pedido de recuperação judicial. Todos os créditos devem ser tratados de maneira igualitária, sejam
eles fundados em título judicial ou extrajudicial, sempre com vistas à formação harmoniosa do quadro
geral de credores e sua desejável realização prática a viabilizar o soerguimento da empresa. Por seu
turno, o art. 49, § 2º, da LRF dispõe que as obrigações anteriores à recuperação judicial observarão
as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos
encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano. Desse modo, todos os créditos serão
necessariamente atualizados até a data do pedido de recuperação judicial. A partir de então, poderá
o plano deliberar modificação das condições originalmente contratadas, impedindo a fluência de
juros e correção monetária após o requerimento de recuperação. Com isso, aceitar a incidência de
juros de mora e correção monetária em data posterior ao mencionado pedido implica negativa de
vigência ao art. 9º, II, da LRF. Esse entendimento não importa em violação da coisa julgada, mas
estabelece um exercício de interpretação normativa própria da matriz axiológica que norteia o
instituto da recuperação judicial (art. 47). Assim, respeitada a respectiva classificação, eventual
crédito oriundo de sentença condenatória por reparação de danos deve seguir o mesmo tratamento
do crédito oriundo de sentença trabalhista quanto à data limite de sua atualização (art. 49). Não se
questiona dos índices de atualização monetária e juros de mora previstos nos títulos, nem seus
respectivos termos iniciais, pois o tratamento igualitário impõe-se a todos os créditos em relação ao
termo final de sua atualização. Ressalta-se que o art. 59, da LRF dispõe que “o plano de recuperação
judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a
ele sujeitos”. A novação do crédito, oriundo de sentença condenatória por reparação civil, permite o
ajuste do cálculo da dívida na recuperação, sem que isso implique violação da coisa julgada, pois a
execução seguirá as condições pactuadas na novação e não na obrigação extinta.

ALTERNATIVA C: CORRETA
REsp 1.668.058-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em 8/6/2017, DJe
14/6/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO TEMA Desapropriação.
Aquisição originária de propriedade. Exigibilidade de tributos anteriores ao ato desapropriatório.
Ausência de responsabilidade do ente expropriante.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
DESTAQUE
O ente desapropriante não responde por tributos incidentes sobre o imóvel desapropriado nas
hipóteses em que o período de ocorrência dos fatos geradores é anterior ao ato de aquisição
originária da propriedade.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
A questão trazida à colação trata de sucessão tributária, em decorrência da desapropriação de
imóvel pertencente à empresa privada pela União Federal, visto que os débitos, objetos de cobrança
em execução fiscal promovida por fazenda municipal, tem como fundamento fatos geradores
ocorridos em momento pretérito à ocorrência da imissão na posse, relativos ao Imposto Predial
Territorial Urbano (IPTU) e Taxa de Limpeza Pública de Coleta de Resíduos Sólidos. Primeiramente,
cumpre referir que o art. 34 do CTN considera contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular
do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Por seu turno, da análise dos artigos 130 e
131, I, do CTN, extrai-se que o comprador do imóvel se sub-roga nos direitos e obrigações que
decorrem da aquisição, ou seja, se torna pessoalmente responsável pelos impostos referentes ao bem
adquirido. No mesmo sentido, as taxas de limpeza pública de coleta de resíduos sólidos estão
vinculadas ao imóvel, ou seja, são obrigações propter rem, independentemente de quem seja o
proprietário, detentor do domínio útil ou possuidor. Noutra quadra, a desapropriação, de acordo com
doutrina, "(...) é forma originária de aquisição da propriedade, porque não provém de nenhum título
anterior, e, por isso, o bem expropriado torna-se insuscetível de reivindicação e libera-se de quaisquer
ônus que sobre ele incidissem precedentemente, ficando os eventuais credores subrogados no preço".
Extrai-se, portanto, que a propriedade adquirida em decorrência da desapropriação desvincula-se dos
títulos dominiais pretéritos e não mantém nenhuma ligação com estes, o que impede a imposição de
ônus tributário sobre o bem por quem quer que seja, nos termos do artigo 35 do Decreto-Lei n.
3.365/1941. À vista desse entendimento e considerando que à legislação tributária é vedado alterar
a definição, o conteúdo e o alcance dos institutos, conceitos e formas de direito privado (art. 110 do
CTN), conclui-se ser inexigível perante à União, os créditos tributários incidentes sobre o imóvel
expropriado, devendo eventuais direitos creditórios em favor da exequente ser imputados ao
expropriado.
http://www.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0606.pdf

ALTERNATIVA D: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
REsp 1.635.047-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em 6/6/2017, DJe
12/6/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO TRIBUTÁRIO TEMA Simples nacional. Contribuição social ao
FGTS do art. 1º da LC n. 110/2001. Isenção. Inocorrência. Incidência do art. 13, § 1º, VIII e XV, da LC
n. 123/2006.
DESTAQUE
É devida a contribuição ao FGTS prevista no art. 1º da Lei Complementar n. 110/2001 pelos optantes
do Simples Nacional.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
Discute-se a exigibilidade da contribuição social instituída pelo art. 1º da LC n. 110/01 (contribuição
de 10% sobre o saldo da conta do FGTS dos empregados despedidos sem justa causa), às empresas
optantes do Simples Nacional. Inicialmente, a questão a ser resolvida passa pela aparente
incompatibilidade entre o art. 13, § 1º, XV, e o art. 13, § 3º, ambos da Lei Complementar n. 123/2006.
O primeiro estabelece que o recolhimento do Simples Nacional não exclui a incidência dos demais
tributos de competência da União. Já o segundo afirma que as microempresas e empresas de pequeno
porte optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas do pagamento das demais contribuições
instituídas pela União. A solução da contradição há que ser teleológica e sistemática, já que ambos
os dispositivos pertencem ao mesmo diploma normativo, não sendo possível trabalhar com os
critérios de especialidade, cronológico e hierárquico. Nesse sentido, a fim de preservar a estabilidade
e previsibilidade das relações jurídicas (princípio da confiança legítima), impera observar haver uma
certa relação de continuidade entre o Simples antigo e o Simples Nacional. A partir da análise das
duas legislações, é possível concluir que em nenhum momento, seja na construção do Simples antigo
ou do Simples Nacional, houve a intenção na própria lei do Simples de atingir os recursos destinados
ao FGTS, tendo em vista a sua natureza social de amparo ao trabalhador. Assim, por coerência,
previsibilidade e segurança jurídica, o legislador do Simples Nacional seguiu a linha anteriormente
adotada de manter as isenções previamente existentes para o antigo Simples e não criar novas
isenções às contribuições ao FGTS, deixando isso a cargo das próprias leis que tratam especificamente
dessas contribuições (Lei n. 8.036/90 e Lei Complementar n. 110/2001), notadamente porque seus
recursos são destinados a finalidades específicas. Outro ponto de relevo é que o rol taxativo dos
tributos e contribuições abarcados pelo Simples Nacional (art. 13, caput, da LC n. 123/2006) não exclui
a incidência de outras exações, para as quais se mantém a tributação regular, de acordo com o
disposto no § 1º do mesmo preceito legal. Desse modo, há que se concluir que a contribuição ao FGTS
prevista no art. 1º da Lei Complementar n. 110/2001 está incluída na disciplina do art. 13, § 1º, XV,

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
da Lei Complementar n. 123/2006, que determina a incidência dos "demais tributos de competência
da União", e não na do art. 13, § 3º, da mesma Lei Complementar n. 123/2006, que dispensa "do
pagamento das demais contribuições instituídas pela União", havendo que ser cobrada das empresas
optantes pelo Simples Nacional. Assim, seja por estar inserida no inciso VIII ou incluída na disciplina
do inciso XV, ambos do § 1º do art. 13 da LC n. 123/2006, é devida a contribuição ao FGTS prevista
no art. 1º da LC n. 110/2001 pelos optantes do Simples Nacional.
0

ALTERNATIVA E: INCORRETA
A alternativa está incorreta. Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual
repassado pelas empresas de transporte de passageiros às empresas rodoviárias.

PROCESSO REsp 1.441.457-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, por unanimidade, julgado em
16/3/2017, DJe 22/3/2017. RAMO DO DIREITO DIREITO TRIBUTÁRIO TEMA Contribuição ao PIS e
COFINS. Valores pagos pelas empresas de transportes às empresas rodoviárias que são retidos por
estas quando da venda de passagens aos usuários dos serviços de transportes. Conceito de
faturamento. Art. 3º da lei n. 9.718/98. Incidência.
DESTAQUE
Incide a contribuição ao PIS e COFINS sobre o valor do percentual repassado pelas empresas de
transporte de passageiros às empresas rodoviárias.
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR
O caso refere-se à incidência das contribuições ao PIS e COFINS sobre os valores pagos pelas empresas
de transportes às empresas rodoviárias que são retidos por estas quando da venda de passagens aos
usuários dos serviços de transportes. No julgamento do RE 585.235-MG (DJe 27/11/2008), o Supremo
Tribunal Federal apreciou o recurso extraordinário submetido a repercussão geral e definiu que a
noção de faturamento deve ser compreendida no sentido estrito de receita bruta das vendas de
mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, a soma das receitas oriundas
do exercício das atividades empresariais consoante interpretação dada pelo RE n. 371.258 AgR
(Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 03.10.2006) e pelo RE n. 400.479-8/RJ (Segunda
Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em 10.10.2006). Quando a empresa é prestadora de serviços
de transporte intermunicipal de passageiros que vende suas passagens por meio de empresa
rodoviária para a qual destina um percentual de 11% (onze por cento) desta receita que é retido pela

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
própria empresa rodoviária no momento em que vende as passagens aos usuários dos serviços de
transporte, evidenciam-se duas relações contratuais Na primeira, ela figura como contratada pelo
usuário dos serviços de transporte e, na segunda, ela figura como contratante da empresa rodoviária
para efetuar a venda das passagens. Sendo assim, seu faturamento é composto pelo valor integral
da venda das passagens, que é a paga pelo primeiro contrato, nele incluído o valor correspondente
ao retido pela empresa rodoviária (receita proveniente da prestação de serviços de transporte). O STJ
já julgou, por dois recursos representativos da controvérsia e pela Corte Especial, ser ilegítima a
supressão de etapa econômica, mediante contrato, como forma de descaracterizar a obtenção de
faturamento, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. Seguem os precedentes: REsp.
n. 1.141.065-SC, Primeira Seção; REsp. n. 1.339.767-SP, Primeira Seção; AgRg nos EREsp. n. 529.034-
RS, Corte Especial. O fundamento determinante de todos esses precedentes vinculantes é o de que os
contratos firmados pelas pessoas jurídicas contribuintes não podem retirar da base de cálculo das
contribuições ao PIS/PASEP e COFINS parcela de seu faturamento ou receita a pretexto de haver
retenção desses valores pela outra parte contratante antes do seu ingresso no caixa da empresa
contribuinte. Para haver essa exclusão é preciso lei federal específica. Por oportuno, cabe observar
que o CPC/2015 estabelece em seu art. 926 que é dever dos tribunais uniformizar a sua 7
jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. A integridade e coerência da jurisprudência
exigem que os efeitos vinculante e persuasivo dos fundamentos determinantes (arts. 489, §1º, V; 927,
§1º; 979, §2º; 1.038, §3º) sejam empregados para além dos processos que enfrentam a mesma
questão, abarcando também processos que enfrentam questões outras, mas onde os mesmos
fundamentos determinantes possam ser aplicados.
http://www.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0600.pdf

78. Em relação à obrigação tributária, assinale a alternativa incorreta:


(A) A obrigação tributária é principal ou acessória.
(B) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto somente o
pagamento de tributo e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
(C) A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
(D) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(E) A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
(...)

TÍTULO II

Obrigação Tributária

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,


positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação


principal relativamente à penalidade pecuniária.

(...)

ALTERNATIVA A: CORRETA

O art.113 do CTN dispõe: ‘’ A obrigação tributária é principal ou acessória’’

ALTERNATIVA B: INCORRETA

A alternativa está incorreta. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito
dela decorrente conforme dispõe o art.113 §1º do CTN:

‘’A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.’’

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA C: CORRETA
O art.113 §2º do CTN dispõe: ‘’A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização
dos tributos.’’

ALTERNATIVA D: CORRETA
O art.113 §1º do CTN dispõe: ‘’A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.’'

ALTERNATIVA E: CORRETA
O art.113 §3º do CTN dispõe: ‘’A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.’’
79. Em relação ao Domicilio Tributário, assinale a alternativa incorreta:
(A) Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da
legislação aplicável, considera-se em relação às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou,
sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade.
(B) Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da
legislação aplicável, considera-se em relação às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o
de cada estabelecimento.
(C) a falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da
legislação aplicável, considera-se em relação às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de
suas repartições no território da entidade tributante.
(D) Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos do art.127 do Código
Tributário Nacional, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o
lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
(E) A autoridade administrativa não pode, sem exceções, recusar o domicílio tributário eleito.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(...)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
SEÇÃO IV

Domicílio Tributário

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma
da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou


dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.

(...)

ALTERNATIVA A: CORRETA

(...)

O art.127, inc. I do CTN dispõe:

‘’Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;’’

(...)

ALTERNATIVA B: CORRETA

(...)

O art.127, inc. II do CTN dispõe:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
‘’Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na
forma da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua


sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento;’’

(...)

ALTERNATIVA C: CORRETA

(...)

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território
da entidade tributante.

(...)

ALTERNATIVA D: CORRETA
Art.127 §1º do CTN dispõe:

Domicílio Tributário

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma
da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

ALTERNATIVA E: INCORRETA

A alternativa está incorreta. A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do
parágrafo §1º conforme dispõe o art.127 §2º do CTN:
(...)

Domicílio Tributário

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma
da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede,
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou


dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo
anterior.

(...)

80. Em relação à lei 6.830/80, assinale a alternativa correta:

(A) Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária na Lei nº 4.320, de
17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.
(B) Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária
na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas
específicas de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
(C) A Dívida Ativa da Fazenda Pública, que compreende apenas dívida tributária, abrange
atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.
(D) A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo
órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos
os efeitos de direito, por 90 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de
findo aquele prazo.
(E) Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária
na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais
de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal.

RESPOSTA: E
COMENTÁRIOS
(...)

LEI No 6.830, DE 22 DE SETEMBRO DE 1980.

Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa


da Fazenda Pública, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo
Código de Processo Civil.

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não
tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que trata o artigo 1º,
será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.

§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange


atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.

§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita


pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para
todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes
de findo aquele prazo.

§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional

(...)

ALTERNATIVA A: INCORRETA

A alternativa está incorreta. Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como
tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal conforme dispõe o art.2º da lei
6830/80:

‘’Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não
tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que estatui normas
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal’’.

ALTERNATIVA B: INCORRETA
A alternativa está incorreta. Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como
tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal conforme dispõe o art.2º da lei
6830/80:

ALTERNATIVA C: INCORRETA

A alternativa está incorreta. A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e


a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
em lei ou contrato conforme dispõe o art.2º §2º da lei 6.830/80: ‘’ A Dívida Ativa da Fazenda Pública,
compreendendo a tributária e a não tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora
e demais encargos previstos em lei ou contrato’’.

ALTERNATIVA D: INCORRETA
A alternativa está incorreta. A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da
legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá
a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal,
se esta ocorrer antes de findo aquele prazo conforme dispõe o art.2º §3º da lei 6830/80:’’ A inscrição,
que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente
para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito,
por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.

ALTERNATIVA E: CORRETA
O art.2º da lei 6.830/80 dispõe: ‘’Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como
tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores,
que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.’’

81. Em relação ao entendimento do ICMS sumulado no Superior Tribunal de Justiça, assinale a


alternativa incorreta:
(A) A Taxa de Melhoramento dos Portos não se inclui na base de cálculo do ICMS.
(B) A isenção do ICMS relativa a rações balanceadas para animais abrange o concentrado e o
suplemento.
(C) O exportador adquire o direito de transferência de crédito do ICMS quando realiza a exportação
do produto e ao estocar a matéria-prima.
(D) O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de serviços em bares, restaurantes
e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total da
operação.
(E) O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: CORRETA
A súmula 80 do STJ dispõe: ‘’A Taxa de Melhoramento dos Portos não se inclui na base de cálculo do
ICMS’’.

ALTERNATIVA B: CORRETA
A súmula 87 do STJ dispõe: ‘’A isenção do ICMS relativa a rações balanceadas para animais abrange
o concentrado e o suplemento’’.

ALTERNATIVA C: INCORRETA
A alternativa está incorreta. O exportador adquire o direito de transferência de crédito do ICMS
quando realiza a exportação do produto e não ao estocar a matéria-prima conforme dispõe a súmula
129 do STJ: ‘’ O exportador adquire o direito de transferência de crédito do ICMS quando realiza a
exportação do produto e não ao estocar a matéria-prima.’’

ALTERNATIVA D: CORRETA
A súmula 163 do STJ dispõe: ‘’O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de
serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir
sobre o valor total da operação’’

ALTERNATIVA E: CORRETA
A súmula 350 do STJ dispõe: ‘’O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone celular’’

82. Em relação ao entendimento sumulado no STJ, assinale a alternativa incorreta:


(A) Não constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do imposto de renda, em caso de
liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio
do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação,
devidamente atualizadas e corrigidas.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(B) Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no desembaraço
aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais quando da concessão
do benefício relativo ao regime de drawback.
(C) A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe
o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando
infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros
públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran.
(D) É indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação de
aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições
recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em
razão da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação anterior à que lhe
foi dada pela Lei n. 9.250/1995.
(E) Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os
tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos
geradores ocorridos até a data da sucessão.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
A alternativa está incorreta. Constitui acréscimo patrimonial a atrair a incidência do imposto de
renda, em caso de liquidação de entidade de previdência privada, a quantia que couber a cada
participante, por rateio do patrimônio, superior ao valor das respectivas contribuições à entidade em
liquidação, devidamente atualizadas e corrigidas conforme dispõe a Súmula 590 do STJ: ‘’ Constitui
acréscimo patrimonial a atrair a incidência do imposto de renda, em caso de liquidação de entidade
de previdência privada, a quantia que couber a cada participante, por rateio do patrimônio, superior
ao valor das respectivas contribuições à entidade em liquidação, devidamente atualizadas e
corrigidas.’’

ALTERNATIVA B: CORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
A Súmula 569 do STJ dispõe: ‘‘Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de
débito no desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais
quando da concessão do benefício relativo ao regime de drawback.’’.

ALTERNATIVA C: CORRETA
A súmula 560 do STJ dispõe: ‘’ A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art.
185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica
caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição
de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran’’.

ALTERNATIVA D: CORRETA
A súmula 556 do STJ: ‘É indevida a incidência de imposto de renda sobre o valor da complementação
de aposentadoria pago por entidade de previdência privada e em relação ao resgate de contribuições
recolhidas para referidas entidades patrocinadoras no período de 1º/1/1989 a 31/12/1995, em razão
da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei n. 7.713/1988, na redação anterior à que lhe foi dada
pela Lei n. 9.250/1995.’’

ALTERNATIVA E: CORRETA
A súmula 554 do STJ dispõe: ‘’Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da
sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias
ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão’’.

DIREITO AMBIENTAL
83. De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98), assinale a alternativa INCORRETA:

(A) A pena restritiva de direito, consistente na proibição de contratar com o Poder Público, deverá
ser aplicada pelo prazo de 3(três) anos, em se tratando de crime culposo, e por 5 (cinco) anos, em
sendo doloso.

(B) A lei prevê circunstancias que atenuam a pena. São elas: baixo grau de instrução ou
escolaridade do agente; arrependimento consistente na espontânea reparação do ano ou limitação
significativa da degradação ambiental; comunicação prévia do agente sobre o perigo iminente de
degradação ambiental e a prestação de colaboração.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) Na apreensão de produto e do instrumento de infração administrativa ou de crime, os produtos
e subprodutos da fauna, não perecíveis, serão destruídos ou doados a instituições cientificas,
culturais ou educacionais.

(D) A ação penal de todas as infrações penais previstas na Lei de Crimes Ambientais é pública
incondicionada.

(E) Quem danificar vegetação secundária em caráter médio de regeneração do Bioma da Mata
Atlântica poderá ter a pena reduzida à metade.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. É exatamente o que dispõe o art. 10 da lei. Vejamos:

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado contratar com
o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar
de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes
culposos.

LETRA B: CORRETA. Nos termos do art. 14 da lei. Vejamos:

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação


significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

LETRA C: CORRETA. É o que dispõe o art. 25, §4º da lei. Vejamos:

§ 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições


científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando do §3º para §4º pela Lei nº 13.052, de 2014)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA D: CORRETA – Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.

LETRA E: ERRADA – A alternativa é contrária ao que dispõe o art. 38-A da Lei. A pena será reduzida à
metade se o crime for culposo. Vejamos:

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado ou


médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das normas de
proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

84. A respeito da Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, definida pela Lei n.º 6.938/1981, assinale a alternativa correta:

(A) A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente não prevê crimes, de modo que as condutas ilícitas
praticadas em detrimento do meio ambiente serão punidas nos termos da Lei de Crimes
Ambientais.

(B) O IBAMA poderá celebrar convênios com os Municípios para que desempenhem atividade de
fiscalização ambiental, sendo, contudo, vedado o repasse das receitas obtidas com a Taxa de
Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA).

(C) O Ministro do Meio Ambiente é o Presidente do CONAMA.

(D) A Política Nacional do Meio Ambiente tem como objetivo a prevenção e a defesa contra
eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais.

(E) A servidão ambiental poderá ser perpétua ou temporária. Neste último caso, o prazo mínimo
será de 15 (quinze) anos.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA. O art. 15 traz a previsão de crime. Vejamos

Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver
tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três)
anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

§ 1º A pena e aumentada até o dobro se:

I – resultar:

a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; (Incluído pela Lei nº 7.804,
de 1989)

b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; (Incluído pela


Lei nº 7.804, de 1989)

III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. (Incluído


pela Lei nº 7.804, de 1989)

§ 2º Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas


tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas.

LETRA B: ERRADA. Há autorização expressa no art. 17-Q da lei. Vejamos:

Art. 17-Q. É o IBAMA autorizado a celebrar convênios com os Estados, os Municípios e o Distrito
Federal para desempenharem atividades de fiscalização ambiental, podendo repassar-lhes parcela
da receita obtida com a TCFA.

LETRA C: ERRADA. O Presidente do CONAMA é o Secretario do Meio Ambiente. Vejamos:

Parágrafo único. O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do
Conama. (Incluído pela Lei nº 8.028, de 1990)

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA D: ERRADA. Não é um princípio da Política Nacional do Meio Ambiente. Vejamos quais são os
princípios da PNMA:

Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade
da vida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente


como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção


dos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,


objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

LETRA E: CORRETA. É exatamente o que dispõe o art. 9-B da lei. Vejamos:

Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou


perpétua. (Incluído pela Lei nº 12.651, de 2012).

§ 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos.

85. De acordo com a Lei n.º 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), assinale a opção correta.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(A) A Estação Ecológica; a Reserva Biológica e o Monumento Natural são de posse e domínio
público.

(B) Não é admitida a visitação pública, exceto aquela com motivo educacional, de acordo com
regulamento específico, nas unidades de conservação de proteção integral.

(C) A Floresta Nacional, Unidade de Conservação de Uso Sustentável, é de posse e domínio público.
Caso inclua terras particulares em seus limites, estas deverão ser desapropriadas.

(D) A Área de Proteção Ambiental é constituída apenas por terras públicas. Caso incida em terras
particulares, estas deverão ser desapropriadas.

(E) É obrigatória a consulta pública para a criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

LETRA A: ERRADA. O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares. Vejamos:

Art. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros,
singulares ou de grande beleza cênica.

§ 1o O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos
proprietários.

LETRA B: ERRADA. A proibição de visitação pública incide apenas na Estação Ecológica e na Reserva
Biológica. Vejamos o que diz a lei a respeito da visitação na Unidade de Conservação Refugio da Vida
Silvestre:

Art. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se
asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e
da fauna residente ou migratória.

§ 3o A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da


unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas
em regulamento.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C: CORRETA. É exatamente o que dispõe o §1º do art. 17 da lei.

Art. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos
florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas
nativas.(Regulamento)

§ 1o A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas
em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.

LETRA D: ERRADA. A APA é constituída por terras públicas ou privadas. Vejamos:

Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos
básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.(Regulamento)

§ 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas.

LETRA E: ERRADA. Não é obrigatória a consulta para a criação dessas duas Unidades de Conservação.
Vejamos:

Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)

§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de


consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para
a unidade, conforme se dispuser em regulamento.

§ 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer


informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.

§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de que


trata o § 2o deste artigo.

86. A Lei nº 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, ficou conhecida como
sendo o novo Código Florestal. Foram ajuizadas cinco ações discutindo a constitucionalidade desta
lei. Em fevereiro de 2018, o STF realizou o julgamento conjunto dessas ações. Assim, nos termos

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
da Lei Federal n. 12.651/2012 – Código Florestal – e o entendimento do Supremo Tribunal
Federal a respeito de seus dispositivos, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) De acordo com o STF, os entornos de nascentes e olhos d’agua, ainda que intermitentes,
configuram área de preservação permanente.

(B) De acordo com o STF, durante a execução dos termos de compromissos subscritos nos
programas de regularização ambiental os prazos de decadência e prescrição não deverão correr.

(C) De acordo com o STF, a intervenção excepcional em área de preservação permanente, por
interesse social ou utilidade pública, deve estar condicionada à inexistência de alternativa técnica
ou locacional à atividade proposta.

(D) De acordo com o STF, todas as terras e áreas indígenas deverão receber tratamento
diferenciado, ainda que não tenham demarcação e titulação.

(E) De acordo com o STF, a aquisição de CRA em uma área no mesmo bioma é suficiente como
mecanismo de compensação.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º,
IV, para fixar a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes
configuram área de preservação permanente. STF. Plenário. ADC 42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF,
ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018 (Info 892).

LETRA B: CORRETA. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de
modo a afastar, no decurso da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de
regularização ambiental, o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais praticados
antes de 22.7.2008, seja das sanções deles decorrentes, aplicando-se extensivamente o disposto no
§ 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a prescrição ficará interrompida durante o
período de suspensão da pretensão punitiva” . STF. Plenário. ADC 42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF,
ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018 (Info 892).

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA C: CORRETA. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de
modo a se condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública,
à inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta. STF. Plenário. ADC 42/DF,
ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 28/2/2018
(Info 892).

LETRA D: CORRETA. O STF declarou a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e


“tituladas”, de forma que tais terras e áreas poderão receber o tratamento diferenciado mesmo sem
demarcação e titulação. Isso porque a titulação do território das comunidades tradicionais e dos
povos indígenas representa uma mera “formalidade”, de caráter declaratório (e não constitutivo).
Em outras palavras, mesmo sem demarcação ou titulação, tais territórios já existem e devem receber
tratamento diferenciado independentemente dessas formalidades. A exclusão dessas palavras foi,
portanto, para beneficiar os povos indígenas e as comunidades tradicionais. STF. Plenário. ADC
42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em
28/2/2018 (Info 892).

LETRA E: ERRADA. Deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir
compensação apenas entre áreas com identidade ecológica. Em outras palavras, não basta que a
área seja do mesmo bioma, é necessário também que haja identidade ecológica entre elas. STF.
Plenário. ADC 42/DF, ADI 4901/DF, ADI 4902/DF, ADI 4903/DF e ADI 4937/DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgados em 28/2/2018 (Info 892).

• Comentários retirados do site do Dizer o Direito (www.dizerodireito.com.br).

87. Assinale a alternativa que está em DESCONFORMIDADE com jurisprudência de nossos


Tribunais Superiores:

(A) Não obsta que o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato de a área do imóvel
ser inferior à correspondente ao "módulo urbano".

(B) Os Municípios podem legislar sobre Direito Ambiental, desde que o façam
fundamentadamente.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) Aplica-se o princípio da insignificância aos crimes ambientais.

(D) Compete à União legislar sobre controle de resíduos de embarcações, oleodutos e instalações
costeiras.

(E) Decidindo sobre a constitucionalidade de alguns dispositivos do Código Florestal, o STF


entendeu que a proteção ambiental não significa ausência completa de impacto do homem na
natureza e que o princípio da vedação ao retrocesso não está acima do princípio democrático.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. Não obsta que o pedido declaratório de usucapião especial urbana o fato de a
área do imóvel ser inferior à correspondente ao "módulo urbano" (a área ínima a ser observada no
parcelamento de solo urbano por determinação infraconstitucional).

(Inf. 584 do STJ, RESP 1.360.017-RJ, 3ª T.)

LETRA B: CORRETA. 2ª Turma. ARE 748206 AgR/SC, Rel Min. Celso de Mello, julgado em 14/3/2017
(Info 857).

LETRA C: CORRETA. Não se configura o crime previsto no art. 34 da Lei nº 9.605/98 na hipótese em
que há a devolução do único peixe – ainda vivo – ao rio em que foi pescado. STJ. 6ª Turma. REsp
1.409.051-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/4/2017 (Info 602)

LETRA D: ERRADA. Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de
resíduos de embarcações, oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela
ao meio ambiente, sendo essa matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e VIII,
da CF/88. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872).

LETRA E: CORRETA. A preservação dos recursos naturais para as gerações futuras não pode significar
a ausência completa de impacto do homem na natureza, consideradas as carências materiais da
geração atual e também a necessidade de gerar desenvolvimento econômico suficiente para

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
assegurar uma travessia confortável para os nossos descendentes. O suposto conflito entre meio
ambiente e desenvolvimento econômico é tão somente aparente, envolvendo diversas nuances, em
especial a justiça intergeracional, demandando escolhas trágicas a serem realizadas pelas instâncias
democráticas (Parlamento e chefia do Poder Executivo), não podendo ser decidido apenas com base
na convicção de juízes, por mais bem-intencionados que sejam.

Ademais, o STF entendeu que que o princípio da vedação ao retrocesso não se sobrepõe ao princípio
democrático, no afã de transferir ao Judiciário funções inerentes aos Poderes Legislativo e Executivo,
e nem justifica afastar arranjos legais mais eficientes para o desenvolvimento sustentável do país
como um todo.

• Comentários retirados do site do Dizer o Direito (www.dizerodireito.com.br).

88. Sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos, assinale a alternativa INCORRETA:

(A) A água é um bem de domínio público, um recurso limitado e dotado de valor econômico.

(B) O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água é
um dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos.

(C) Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica.

(D) Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a vinte
e cinco anos, renovável.

(E) Independem de outorga pelo Poder Público o uso de recursos hídricos para a satisfação das
necessidades de pequenos núcleos populacionais, distribuídos no meio rural.

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

LETRA A: CORRETA. Nos termos dos incisos I e II do art. 1º da lei 9433/1997.

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:

I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
LETRA B: CORRETA.

Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:

I - os Planos de Recursos Hídricos;

II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;

III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;

IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

V - a compensação a municípios;

VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

LETRA C: CORRETA. É o que dispõe o art. 8 da lei. Vejamos:

Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o
País.

LETRA D: ERRADA. O prazo correto é de 35 anos. Vejamos:

Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta
e cinco anos, renovável.

LETRA E: CORRETA. Nos termos do art. 12, §1º, I da Lei 9433. Vejamos:

§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:

I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos


populacionais, distribuídos no meio rural;

DIREITO ADMINISTRATIVO

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
89. Assinale a alternativa correta no que se refere à temática da improbidade administrativa no
entendimento dos tribunais superiores

(A) José, prefeito de um município cearense, teve ação de improbidade ajuizada em seu desfavor,
em decorrência de irregularidades na prestação de contas de verbas federais transferidas mediante
convênio, tendo sido estas incorporadas ao patrimônio municipal. Neste caso a competência para
julgamento da ação é da justiça federal.

(B) é causa de nulidade absoluta a ausência de notificação do acusado para apresentar defesa
prévia nas ações de improbidade administrativa.

(C) Joana, servidora estadual, teve ação de improbidade ajuizada em seu desfavor, vindo esta a ser
julgada improcedente. Neste caso a referida sentença estará sujeita ao reexame necessário como
requisito inexpugnável para o transito em julgado.

(D) Glauber, governador de estado, cometeu ato de improbidade administrativa. No caso em tela
ele será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.

(E) Mário, prefeito, cometeu ato vedado pela lei de improbidade administrativa no curso de seu
primeiro mandato. Entre o primeiro mandato e o segundo mandato houve uma descontinuidade
temporal, em razão de anulação de pleito eleitoral, vindo o presidente da câmara municipal
assumido a prefeitura de forma provisória, tudo subsidiado por decisão da justiça eleitoral.
Posteriormente Mário foi confirmado como vencedor do pleito à prefeitura, cumprindo todo o seu
segundo mandato. No caso em tela, ainda que tenha ocorrido a descontinuidade, a prescrição da
pretensão da ação de improbidade será iniciada apenas após o fim do segundo mandato.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: O STJ entendeu de forma diversa no julgamento do - CC 131.323-TO.

LETRA B: O STJ entendeu ser nulidade relativa no julgamento do EDcl no REsp 1.194.009-SP.

LETRA C: O STJ, no julgamento do REsp 1.220.667-MG, entendeu pela desnecessidade de remessa


necessária em razão de lacuna acerca de tal procedimento na lei de improbidade administrativa.

LETRA D: Foi pacificado o entendimento de que nas ações de improbidade administrativa a ação será
ajuizada em instâncias ordinárias, independentemente de quem seja o acusado (AgRg na Rcl
12.514/MT).
LETRA E: Assim decidiu o STJ no julgamento do REsp 1.414.757-RN.

90. No que toca à atuação do estado no domínio econômico, assinale a alterativa incorreta:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(A) Em caso de ocorrência de sonegação de bens e serviços, levada a efeito por setores
empresariais, é possível que o poder público proceda ao tabelamento de preços, de forma a manter
condições regulares de mercado.

(B) é permitido, no direito brasileiro, em que pese a livre iniciativa, o favorecimento e tratamento
diferenciado em relação a microempresas, de forma a fomentar o seu desenvolvimento.

(C) é terminantemente proibido que o estado conceda privilégios fiscais às suas empresas, uma vez
que se trata de renúncia de receitas, bem como fomenta a concorrência desleal.

(D) Em que pese a regra geral seja a presença do estado como um regulador da economia, há
hipóteses, limitadas, em que o estado deixa sua passividade e passa a atuar como verdadeiro
estado executor, exercendo por si próprio atividade econômica.

(E) em certas hipóteses é permitido que o estado imponha monopólio em atividades econômicas.

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Letra A: o texto acima foi retirado do livro de José dos Santos Carvalho Filho, e a hipótese possui
guarida no art. 2º, II da lei delegada 4/1962.

Letra B: Tal previsão encontra eco na própria constituição, bem como na legislação específica (LC
123/06).

Letra C: Os privilégios fiscais fazem parte da atuação do estado no domínio econômico, de forma a
fomentar certa área da economia. No que se refere à concessão de privilégios fiscais, não há óbice
à concessão destes a empresas estatais, o que se veda, por meio do art. 173,§2º da Constituição
Federal, é que tais benesses sejam estendidas apenas a empresas estatais, em detrimento do setor
privado, que ficaria impossibilitado de ofertar real competição em hipotético setor econômico.

Letra D: Citando José dos Santos Carvalho Filho:’...além da figura do estado-regulador, o poder
público aparece ainda sob a forma de estado executor”...”o estado também age exercendo e não
apenas regulado. É claro que o exercício estatal dessas atividades não pode constituir-se em regra
geral”.

Letra E: assertiva verdadeira, sendo possível o monopólio estatal, garantido constitucionalmente,


em situações que tratem de setores estratégicos ou que abranja questões relativas à segurança

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
nacional.

91. No que se refere aos atos administrativos, assinale a alternativa que corresponde a ato
vinculado, que “confere ao interessado consentimento para o desempenho de certa atividade”
(José dos Santos Carvalho Filho):

(A) Permissão

(B) Licença

(C) Autorização

(D) Aprovação

(E) Homologação

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

O conceito trazido no enunciado é veiculado pelo autor José dos Santos Carvalho Filho no que toca
às licenças.

92. analise as seguintes assertivas relativas à legislação anticorrupção:

I. para a celebração de acordo de leniência, é prescindível que a empresa seja a primeira a


manifestar sua intenção de colaborar com as investigações.

II. No caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica fica impedida de celebrar
novo acordo pelo prazo de 5 anos.

III. No caso de dano causado pela pessoa jurídica o ministério público ou a advocacia pública do
ente pode requerer a indisponibilidade de bens.

IV. nas ações de responsabilidade judicial decorrente de atos previstos na lei de anticorrupção
utilizar-se-á o rito da ação civil pública.

Assinale a alternativa que corresponde à veracidade das assertivas acima:

(A) V-V-F-V

(B) F-V-F-V

(C) V-V-V-F

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) V-F-V-V

(E) F-V-V-V

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

Assertiva I:

Art. 16. § 1o O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se preenchidos,
cumulativamente, os seguintes requisitos:

I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a
apuração do ato ilícito;

Assertiva II:
Art. 16. § 8o Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida
de celebrar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração
pública do referido descumprimento.
Assertiva III:
Art. 19. § 4o O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de representação judicial, ou
equivalente, do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores
necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, conforme
previsto no art. 7o, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
Assertiva IV:
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei no 7.347, de 24
de julho de 1985.

93. De acordo com o entendimento sumulado do STJ, assinale a alternativa correta:

(A) é possível a oposição à união de registros de propriedade particular de imóveis situados em


terreno de marinha.

(B) Thaís, empresária do município de Jijoca de Jericoacoara, teve um pedido administrativo


negado em relação a débitos de sua loja de doces. Para recorrer administrativamente de tal
negativa deverá efetuar o depósito prévio do valor.

(C) João, advogado, em ação de desapropriação conseguiu êxito em aumentar o valor da


indenização devida ao seu cliente de R$ 100.000,00 (cem mil reais), valor da oferta, para R$
200.000,00 (duzentos mil reais), valor final. A João serão devidos honorários advocatícios com
base no valor final da desapropriação.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(D) A incidência de juros remuneratórios sobre juros compensatórios, nas ações expropriatórias,
constitui anatocismo, sendo expressamente vedada.

(E) A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos.

RESPOSTA: E

COMENTÁRIOS

LETRA A: Súmula 496 - Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de


marinha não são oponíveis à União
LETRA B: Súmula 373 - É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.

LETRA C: Súmula 141 - Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a
diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.

LETRA D: Súmula 102 - A incidência dos juros moratórios sobre os compensatórios, nas ações
expropriatórias, não constitui anatocismo vedado em lei.
LETRA E: Súmula 119 - A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos.

94. No que se refere à legislação atinente às parcerias entre as organizações da sociedade civil e a
administração pública, assinale a alternativa incorreta:

(A) as organizações da sociedade civil, para firmar parcerias com fundamento na legislação vigente,
devem possuir 2 anos de existência para firmar parcerias no âmbito estadual.

(B) a prestação de contas, e todos os atos dela decorrentes, dar-se-ão por plataforma eletrônica.

(C) no que toca à apuração da responsabilidade da organização da sociedade civil por infração ao
pactuado, a aplicação da penalidade desta decorrente prescreve em 5 anos, a partir da data da
apresentação de contas, sendo suspensa com a edição de ato administrativo que objetive sua
apuração.

(D) o termo de fomento, ao contrário do termo de colaboração, será adotado pela administração
nos casos em que envolvam transferência de recursos financeiros para a respectiva organização da
sociedade civil em relação a planos de trabalho propostos por esta.

(E) No caso de inexecução do objeto da parceria, pode a administração retomar, unilateralmente,


os bens públicos em poder da organização, independentemente da modalidade ou título que
concedeu o direito a tais bens.

RESPOSTA: C

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
COMENTÁRIOS

LETRA A: Art. 33. Para celebrar as parcerias previstas nesta Lei, as organizações da sociedade civil
deverão ser regidas por normas de organização interna que prevejam, expressamente:
V – possuir:

a) no mínimo, um, dois ou três anos de existência, com cadastro ativo, comprovados por meio
de documentação emitida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com base no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, conforme, respectivamente, a parceria seja celebrada no âmbito
dos Municípios, do Distrito Federal ou dos Estados e da União, admitida a redução desses prazos por
ato específico de cada ente na hipótese de nenhuma organização atingi-los;

LETRA B: Art. 65. A prestação de contas e todos os atos que dela decorram dar-se-ão em plataforma
eletrônica, permitindo a visualização por qualquer interessado.
LETRA C: Art. 73. Pela execução da parceria em desacordo com o plano de trabalho e com as normas
desta Lei e da legislação específica, a administração pública poderá, garantida a prévia defesa, aplicar
à organização da sociedade civil as seguintes sanções:
§ 2o Prescreve em cinco anos, contados a partir da data da apresentação da prestação de
contas, a aplicação de penalidade decorrente de infração relacionada à execução da parceria.
§ 3o A prescrição será interrompida com a edição de ato administrativo voltado à apuração da
infração.
LETRA D: Art. 2º VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias
estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de
finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que
envolvam a transferência de recursos financeiros;
LETRA E: Art. 62. Na hipótese de inexecução por culpa exclusiva da organização da sociedade civil, a
administração pública poderá, exclusivamente para assegurar o atendimento de serviços essenciais
à população, por ato próprio e independentemente de autorização judicial, a fim de realizar ou
manter a execução das metas ou atividades pactuadas
I - retomar os bens públicos em poder da organização da sociedade civil parceira, qualquer que
tenha sido a modalidade ou título que concedeu direitos de uso de tais bens;

95. Assinale a alternativa que corresponde ao entendimento dos tribunais superiores:

(A) é possível que a indisponibilidade prevista na lei de improbidade administrativa abranja bens
de família.

(B) A tortura, uma vez que especificamente tipificada em legislação específica, não caracteriza ato
de improbidade.

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
(C) Compete à justiça do trabalho, no caso de servidor celetista, decidir acerca da legalidade de
greve.

(D) é aplicável a teoria do fato consumado nos casos envolvendo concursos públicos.

(E) não é possível que o ministério público ajuíze ações de improbidade administrativa cuja causa
de pedir envolva questões tributárias.

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

LETRA A: Assim decidiu o STJ no julgamento do EDcl no AgRg no REsp 1351825/BA.

LETRA B: Assertiva em desacordo com o entendimento do STJ no REsp 1.177.910-SE.

LETRA C: assertiva em desacordo com o entendimento do STF no RE 846854/SP.

LETRA D: decidiu o STF de forma oposta no julgamento do RE 608482.

LETRA E: assertiva em desconformidade com o decidido no REsp 1.387.960-SP.

96. Com base na lei 9.826/74, que trata do estatuto dos funcionários públicos do estado do
Ceará, assinale a alternativa que não corresponde às peculiaridades da legislação em relação ao
procedimento administrativo disciplinar.

(A) é prescritível o ilícito de abandono de cargo e a respectiva sanção.

(B) O funcionário público fica sujeito ao poder disciplinar desde a posse ou, se esta não for
exigida, desde o seu ingresso no exercício funcional

(C) a apuração da responsabilidade funcional será promovida, por provocação ou de ofício, pela
autoridade de maior hierarquia no órgão em que a irregularidade tiver ocorrido. No caso de
irregularidade praticada fora do local de trabalho, será a responsabilidade apurada pela
autoridade de maior hierarquia do órgão a que pertença o servidor a quem se a prática.

(D) é cabível a punição de repreensão ao funcionário, em caráter primário, comete falta leve.

(E) a demissão será obrigatoriamente aplicada nos casos em que o servidor quebrar o dever de
sigilo funcional.

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Letra A: Art. 182. Parágrafo único - São imprescritíveis o ilícito de abandono de cargo e a respectiva
sanção.

Letra B: Art. 186. O funcionário público fica sujeito ao poder disciplinar desde a posse ou, se esta não
for exigida, desde o seu ingresso no exercício funcional

Letra C: Art. 176 - A apuração da responsabilidade funcional será promovida, de ofício, ou mediante
representação, pela autoridade de maior hierarquia no órgão ou na entidade administrativa em que
tiver ocorrido a irregularidade. Se se tratar de ilícito administrativo praticado fora do local de
trabalho, a apuração da responsabilidade será promovida pela autoridade de maior hierarquia no
órgão ou na entidade a que pertencer o funcionário a quem se imputar a prática da irregularidade.

Letra D: Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre por escrito, ao funcionário que, em caráter
primário, a juízo da autoridade competente, cometer falta leve, não cominável, por este Estatuto,
com outro tipo de sanção.

Letra E: Art. 199. VIII - quebra do dever de sigilo funcional.

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ


97. A respeito da organização da carreira dos magistrados, conforme disposto na Lei estadual nº
12.342/1994, assinale a opção correta:
(A) É obrigatória a promoção do juiz que haja figurado por duas vezes consecutivas ou três
alternadas em lista de merecimento.
(B) O Juiz Substituto empossado deverá entrar no efetivo exercício do cargo perante a Presidência
do Tribunal de Justiça, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados da data da posse.
(C) Os Juízes Substitutos perceberão vencimentos correspondentes à 90% dos vencimentos dos
Juízes de Direito de primeira entrância.
(D) Não é exigido prazo mínimo de exercício na entrância para que o Juiz concorra à remoção
voluntária de uma vara para outra.
(E) Conforme previsão expressa, o magistrado responderá por perdas e danos quando, no exercício
de suas funções, proceder com dolo ou culpa.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
ALTERNATIVA A: INCORRETA
Primeiramente, em relação à Lei estadual nº 12.342/1994, é importante advertir que vários
dispositivos legais dela foram revogados pela Lei estadual nº 16.397/2017, nos termos do art. 152:

“Ficam revogadas as Disposições Preliminares; o Livro I; os Títulos I, II e V, do Livro II; e o Livro III, da
Lei Estadual nº 12.342, de 28 de julho de 1994, que instituiu o Código de Divisão e Organização
Judiciária do Estado do Ceará, à exceção das normas de criação de cargos e de serventias
extrajudiciais, no que não for incompatível com o disposto nesta Lei.”

Contudo, o Título III, referente à organização da carreira dos magistrados, não foi revogado.

Art. 172 da Lei estadual nº 12.342/1994:

“É obrigatória a promoção do juiz que haja figurado por três vezes consecutivas ou cinco alternadas
em lista de merecimento.”

ALTERNATIVA B: CORRETA
Art. 156 da Lei estadual nº 12.342/1994:

“Art. 156. O Juiz Substituto empossado deverá entrar no efetivo exercício do cargo perante a
Presidência do Tribunal de Justiça, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados da data da posse,
expedindo-se a competente declaração, que servirá, dentre outros fins, para a contagem da
antiguidade. (Nova redação dada pela Lei n.º 16.465, de 19.12.17)”

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Art. 217 da Lei estadual nº 12.342/1994:

“Os Juízes Substitutos perceberão vencimentos iguais aos dos Juízes de Direito de primeira
entrância.”

ALTERNATIVA D: INCORRETA

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
Art. 190 da Lei estadual nº 12.342/1994:

“A remoção voluntária de uma vara para outra, na mesma comarca ou em unidade judiciária distinta,
sempre de igual entrância, somente será possível se o Juiz contar com mais de 2 (dois) anos de
efetivo exercício na Entrância. (redação dada pela Lei nº 14.258/08)”

ALTERNATIVA E: INCORRETA
A responsabilização por culpa não está prevista, expressamente, na Lei nº 12.342/1994, que
preceitua, no art. 313, I:
“O magistrado responderá por perdas e danos quando:
I - No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;”

98. Nos termos da Lei estadual nº 16.397/2017, nas Comarcas do interior, com 2 Varas, ao Juiz da
1ª Vara NÃO cabe:
(A) os processos de competência do Tribunal do Júri.
(B) os processos e as medidas relativas à jurisdição da infância e juventude.
(C) a execução penal e corregedoria dos presídios.
(D) o processo e medidas relativas aos registros públicos.
(E) os feitos relativos aos conflitos fundiários.
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
COMENTÁRIO COMUM A TODAS AS ALTERNATIVAS:
Lei estadual nº 16.397/2017:
Art. 92. A competência dos juízes de direito das comarcas com 2 (duas) varas será exercida com
observância das seguintes privatividades:
I - Ao Juiz da 1ª Vara cabe:
a) os processos e as medidas relativas à jurisdição da infância e juventude;
b) os processos de competência do Tribunal do Júri;
c) a execução penal e corregedoria dos presídios;
d) os feitos relativos aos conflitos fundiários;
II - Ao Juiz da 2ª Vara cabe:
a) os processos e julgamento dos crimes da competência do juiz singular;

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
b) o processo e medidas relativas aos registros públicos.

99. No que concerne aos serviços auxiliares da Justiça, conforme disposto na Lei estadual nº
16.397/2017, assinale a opção correta:
(A) Haverá, na sede de cada comarca do interior do Estado, pelo menos, 1 ofício de registro civil, 1
ofício de registro de imóveis e 1 ofício de tabelionato de notas.
(B) Os serviços auxiliares da justiça são constituídos, exclusivamente, pelos órgãos que integram o
foro extrajudicial.
(C) Os serviços do foro extrajudicial compreendem serventias extrajudiciais notariais e de registro,
e são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público.
(D) Os escreventes poderão, simultaneamente com o notário ou o oficial de registro, praticar todos
os atos que lhe sejam próprios.
(E) Nas comarcas do interior do Estado, o primeiro escrivão e tabelião exercerá as funções de oficial
do registro de imóveis e o segundo escrivão e tabelião as funções de oficial de registro civil.
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Art. 128 da Lei estadual nº 16.397/2017:
“Haverá, na sede de cada comarca do interior do Estado, pelo menos, 1 (um) ofício de registro civil
e 1 (um) ofício de registro de imóveis, cabendo a ambos, cumulativamente, os serviços de
tabelionato de notas, ofício de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas e ofício
de protesto de títulos.”

ALTERNATIVA B: INCORRETA
Art. 107 da Lei estadual nº 16.397/2017:
“Os serviços auxiliares da justiça são constituídos pelos órgãos que integram os foros judicial e
extrajudicial.”

ALTERNATIVA C: CORRETA
Corresponde ao art. 115 da Lei estadual nº 16.397/2017:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Os serviços do foro extrajudicial compreendem serventias extrajudiciais notariais e de registro, e
são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, na forma da legislação
pertinente.”

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Art. 119, § 5º, da Lei estadual nº 16.397/2017:
“Os substitutos poderão, simultaneamente com o notário ou o oficial de registro, praticar todos os
atos que lhe sejam próprios.”

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Art. 128, § 1º, da Lei estadual nº 16.397/2017:
“Nas comarcas do interior do Estado, o primeiro escrivão e tabelião exercerá as funções de oficial de
registro civil e o segundo escrivão e tabelião as funções de oficial do registro de imóveis.”
100. A respeito da Organização Administrativa do Poder Judiciário, nos termos da Lei estadual nº
16.208/2017, assinale a opção correta:
(A) Todas as Unidades Judiciárias do Estado do Ceará, efetivamente instaladas e em
funcionamento, contarão com um Supervisor, nomeado em comissão pelo respectivo Juiz Titular.
(B) Em relação ao cargo de Supervisor nas Unidades Judiciárias de 1º Grau, a exigência de nível
superior poderá ser dispensada, a critério da Presidência do Tribunal de Justiça, exclusivamente
para o provimento de cargo de Supervisor lotado em unidade judiciária do interior do Estado.
(C) Deverá ser designado um Juiz de Direito de 1º Grau para compor o Conselho da Magistratura.
(D) Compete ao Tribunal Pleno nomear os juízes substitutos.
(E) A organização da função administrativa, da mesma forma que a jurisdicional, baseia-se, entre
outros, nos princípios da hierarquia e da unidade de comando.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A: INCORRETA
Art. 54 da Lei estadual nº 16.208/2017:

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
“Na forma do constante no anexo II desta Lei, todas as Unidades Judiciárias do Estado do Ceará,
efetivamente instaladas e em funcionamento, contarão com um Supervisor, nomeado em comissão
pela Presidência do Tribunal de Justiça após livre indicação do respectivo Juiz Titular ou, no caso de
vacância, pelo Juiz em respondência, dentre profissionais de nível superior preferencialmente em
Direito ou Administração, e competência técnica reconhecida.”

ALTERNATIVA B: CORRETA
Corresponde ao disposto no Art. 54, parágrafo único, da Lei estadual nº 16.208/2017:
“A exigência de nível superior, de que trata o caput, poderá ser dispensada, a critério da Presidência
do Tribunal de Justiça, exclusivamente para o provimento de cargo de Supervisor lotado em unidade
judiciária do interior do Estado, quando o indicado já se achar investido em cargo de provimento em
comissão extinto por esta Lei, possuir competência técnica reconhecida, revelada pelo desempenho
continuado das funções e for indicado para ocupar cargo lotado na mesma unidade.”

ALTERNATIVA C: INCORRETA
Art. 9º, da Lei estadual nº 16.208/2017:
“O Conselho da Magistratura é composto pelo Presidente, pelo Vice-Presidente e pelo Corregedor-
Geral da Justiça, como membros natos, e mais 4 (quatro) desembargadores, sendo 2 (dois)
representantes da Seção de Direito Privado, 1 (um) da de Direito Público e 1 (um) da Criminal, eleitos
pelo Tribunal Pleno, dentre os seus respectivos componentes, com mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução.”

ALTERNATIVA D: INCORRETA
Art. 6º, XX, da Lei estadual nº 16.208/2017:
“Art. 6º Compete administrativamente ao Presidente do Tribunal de Justiça:
(…)
XX - nomear os juízes substitutos e os servidores do Poder Judiciário;”

ALTERNATIVA E: INCORRETA
Art. 2º, VI, da Lei estadual nº 16.208/2017:
“a organização da função administrativa, diversamente da jurisdicional, baseia-se, entre outros, nos
princípios da hierarquia, da unidade de comando, observada a cadeia escalar, a divisão e

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.
racionalização do trabalho e demais critérios técnicos de planejamento, coordenação, direção e
controle, considerando as técnicas gerenciais de motivação do pessoal e observando o sistema do
mérito.”

É proibida a reprodução deste material sem a devida autorização, sob pena da adoção das medidas cabíveis na esfera cível e penal.

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