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POPULAÇÃO NEGRA E LGBT

A expansão da análise sobre minorias que pertencem não só ao grupo dos LGBT, como o
apresentado agora, também pode ser exposta através da população negra e LGBT. (Eu vou tentar
construir um panorama social das duas minorias para depois entender e analisar a interseção das
duas)
(Gostaria de começar utilizando dados mais simples) Negras e negros correspondem a mais de 50%
da população brasileira. A construção da nossa sociedade determinou-se historicamente por uma
instituição que dominava todas as outras, a escravidão. Consequentemente, nossa economia,
formação familiar e política depende diretamente da influência escravocrata que nos marcou e segue
nos marcando. Os quase 400 anos de escravidão sem posterior inserção completa ou complexa
dessa parcela populacional no meio social acarreta em uma desigualdade-disparidade na questão de
renda, de violência e do próprio espaço social, de forma totalmente estrutural no Brasil. Como o
grupo do sistema prisional abordou, uma família que nasce pobre, no Brasil, tende a se manter na
mesma condição nas próximas gerações. Exemplos de como essa disparidade ocorre é que, de
acordo com o Atlas de Violência de 2017, o ​população negra também corresponde a maioria (78,9%)
dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. Saiu, inclusive, nessa
semana agora, o Atlas de 2018, que atualizou os dados. O resultado conseguiu piorarr: para os
negros os assassinatos cresceram em 23%, para os brancos, caem em 6,8%. O Fórum Brasileiro de
Segurança Pública e o Ipea demonstraram no estudo que (abre aspas) “​É como se, em relação à
violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos. Em 2016, por
exemplo, a taxa de homicídios de negros foi duas vezes e meia superior à de não negros (16,0 por
100.000 habitantes contra 40,2)"

Em um outro lado da nossa sociedade, a violência contra a população LGBT é também significativa.
A construção da nossa sociedade designou um Estado, como pode ser observado, classista, racista
e conservador, que fortalece a padronização social heteronormativa, e que ​constrói um campo de
apagamento e inexistência baseado em mecanismo de fala, poder, espaço; tão controlados no Brasil.
A heteronormatividade, questão essencial para a homofobia internalizada na sociedade, representa
os campos em que as sexualidades externas a heterossexual são marginalizadas ou apagadas.
Assim, a luta da população parte antes, do reconhecimento de sua própria existência. Exemplo disso
é o reconhecimento em março desse ano, pelo STF, do direito dos transexuais de alterarem seu
nome sem necessidade de cirurgia. Fale a reflexão, levando em consideraçao que o direito ao nome,
logo após o direito a vida, é a primeira coisa que o meio social nos concede.
Apesar da dificuldade de taxação dos crimes lgbtfóbicos pelo Estado Brasileiro, muito influenciado
pela não aprovação de uma lei contra a homofobia, O Grupo Gay da Bahia, nasce como um
responsável pela datação e análise das violações que marcaram a população LGBT no Brasil. O
grupo fez um levantamento de que em 2017, 445 pessoas LGBTs assassinadas, e que esse número
já passava de 100 nos meses de 2018.

Dessa forma, expostas a mais de uma forma de opressão, essa população negra e LGBT está mais
suscetível a sofrer preconceito e opressão, expressos em casos de violência, por exemplo. A
possibilidade de construção dessa análise reitera a valorização de um panorama que entenda as
interconexões e interseções de identidades sexuais e sistemas de opressão e dominação. A
construção desse ponto de vista delimita que mesmo pertencentes a uma mesma minoria, que sofre
com a lgbtfobia, a estrutura e a formação de um sistema opressivo atua de maneira diferente levando
em consideração quais outros tipos de opressão ela sofre. O que difere, dessa forma, é a maneira
como as instituições de poder atuam sobre as pessoas, buscando atender, em um mesmo grupo, a
busca por interseções que delimitam diferentes vivências e diálogos.

Por não ser meu lugar de fala, o grupo achou interessante uma abordagem que cabe por representar
com base em relatos cotidianos o que está sendo discutido e apresentado em viés mais histórico e
construtivo. Dessa forma, seguem alguns depoimentos recolhidos na décima quarta caminhada de
mulheres lésbicas e bissexuais, em São Paulo, em 2016. As entrevistas foram encontradas no site da
CUT, parte de uma matéria intitulada “Como é ser um LGBT negro em uma sociedade racista”.

A primeira fala é de Regiane Silva, lésbica e estudante; ​“A gente, por conta do racismo, já tem nosso
corpo negado em muitos espaços. Então é necessário muita coragem para se assumir lésbica em
uma sociedade que a heteronorma é uma regra, que torna nossa sexualidade maldita. Por combinar
esses fatores, negados por uma sociedade que nem reconhece que mulheres negras são mulheres,
é um ato de coragem ser uma mulher lésbica e negra.”
A segunda é apresentada por Rouseanny Luiza Bonfim, bissexual e professora, que afirma ​“O
movimento LGBT ainda precisa reconhecer as diferenças dentro dele”, “Existem pautas que são
invisibilizadas, como a saúde de mulheres lésbicas e bissexuais, ou a questão racial que pode
agravar um contexto de violência por orientação sexual, inclusive dentro do movimento.”
Por fim, a educadora social Paullet Furacão, transexual, discute a acessibilidade e abrangência das
políticas públicas do governo brasileiro ao afirmar que ​“Pensar em uma travesti negra e em uma
travesti branca é também pensar que as políticas não conseguem ser implementadas para a
população negra. Mesmo sendo uma transexual no Brasil, é muito mais fácil que as políticas possam
alcançar uma população travesti branca, mas não acontecerá o mesmo fenômeno com as travestis e
transexuais negras.”

Unindo-se a temática dessa última citação, o grupo decidiu compartilhar uma pesquisa realizada por
Márcia Cristina Brasil Santos, doutoranda em Serviço Social pela Uerj e coordenadora técnica
ambulatorial da Unidade de Atenção Especializada no Processo Transexualizador (HUPE/Uerj). O
Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais. Seu debate discute sobre o processo
transexualizador realizado pelo SUS, nosso sistema de saúde. Seu ponto de vista é mostrar que tal
instituição, principalmente nesse processo, não está preparada para lidar com o racismo da nossa
sociedade.
(gráfico)

Ela acredita que um grande número de pessoas trans negras não conseguem chegar ao atendimento
por conta dos obstáculos que precisam ser superados em um processo burocrático até a chegada ao
atendimento. A dificuldade de acessibilidade em geral, “a necessidade de dinheiro para se locomover
até o local, desenvoltura para acessar as informações necessárias, disponibilidade para transitar
durante o dia, em horário determinado pela instituição,” etc. A construção do ambiente deve por sua
vez respeita certas especificidades e garantir o acesso justo e benéfico a todos que buscam o
sistema único de saúde nesse sentido.
Relatos:
“A promiscuidade a qual os negros LGBT'S (minoria que já vem sendo
hipersexualizada a muito tempo) é atribuída gera um preconceito que resulta num
tratamento”
“Nem sabem oque significa nome SOCIAL”
“Porque quase não tocam na gente quando estamos sentindo algo e então já
diagnosticam como se fosse uma virose, quase não nos examinam.”

A Rede Nacional de Negros e Negras LGBT realizou e produziu um trabalho denominado “Dossiê da
violência contra a população negra LGBT”(Brasília, 2016) baseando gráficos e pesquisas em um
questionário realizado em Salvador, Belo Horizonte, Recife e Brasília.

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