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FEDERAL DA BAHIA
Yasmin Ferraz1
RESUMO
INTRODUÇÃO
De acordo com dados da UNESCO, no ano de 2013, houve um aumento de quase 100% de
estudantes de todo o mundo que foram estudar no exterior em relação ao ano de 2000 -
passando de 2 milhões para 4,1 milhões. No Brasil, os intercâmbios acadêmicos começaram a
se intensificar, principalmente por conta de uma atuação cada vez maior das universidades e
de uma política externa mais sensível a essa questão. Do ponto de vista institucional, foi a
partir dos anos 90 que se intensificou a criação de setores da universidade para tratar dessa
demanda, majoritariamente em forma de Assessorias Internacionais. (AQUINO, 2016)
De acordo com Marginson e Rhodes (2002), citado por Aquino (2016, p. 43), “o ensino
superior em praticamente todo o mundo é influenciado por forças da economia global, cultura
global e forças educacionais internacionais tais como instituições de ensino superior que
acabam estendendo suas influências em diversos países.” Devemos nos atentar para esse fato
para compreender melhor os fluxos do conhecimento e de pessoas e as estratégias dos
governos e das instituições de ensino superior para seus acordos acadêmicos internacionais,
uma vez que as políticas direcionam as cooperações universitárias e acordos conforme os
interesses nacionais ou interesses privados.
Segundo Laus (2012), no Brasil, as relações acadêmicas, antes voltadas majoritariamente para
a Europa e Estados Unidos, passam a partir de 2003 a voltar-se para o multilateralismo –
consolidando relações com países emergentes e a América Latina por meio de acordos do
governo federal. As universidades seguiram o mesmo caminho, construindo programas e
parcerias para alinhar melhor essa política, uma vez que seu financiamento para essa área
depende, majoritariamente de investimentos do governo federal.
O processo de internacionalização no Brasil encontra barreiras de diversas origens no cenário
internacional. A língua portuguesa, ainda pouco utilizada mundialmente e a pequena
quantidade de cursos oferecidos em língua inglesa, são um entrave cultural importante para
esse quadro, assim como a distância geográfica entre o Brasil e outros países. (AQUINO,
2016). Em entrevista concedida ao Jornal da Unicamp (2010), Francisco Marmonejo, aponta
para o fato que as universidades latino-americanas têm o “currículo altamente
profissionalizante, muito rígido e ineficiente” e para a necessidade de adequar melhor este aos
padrões internacionais, dando maior autonomia ao estudante para construir seu caminho
acadêmico e desenvolver suas competências. Na mesma entrevista, John Douglass diz que o
Brasil está caminhando para um melhor posicionamento mundial, mas que precisamos
organizar ações legislativas para superar os diversos entraves legais que se tornam
desaceleradores da internacionalização e destaca a necessidade de investimentos em serviços
para a permanência de estudantes e visitantes, tal como alojamentos e centros de apoio.
Esses fatores que necessitam investimentos profundos são essenciais para garantir a
mobilidade acadêmica, ponto central de qualquer política de internacionalização acadêmica.
Entender seu fluxo dentro de uma determinada Universidade “auxilia no entendimento de
suas possíveis vocações e pode tanto refletir parcerias institucionais, projetos isolados, como
até mesmo parcerias estratégicas” (AQUINO, 2016, p. 18). Foi e é por meio dela que se
estabeleceram as redes de pesquisa internacionais e possibilitaram trocas de saberes e
tecnologias para aprofundamento em campos de estudo.
Na pesquisa realizada por Brandão (2016) junto à Assessoria Internacional – e também a Pró-
Reitoria de Ensino de Pós-Graduação - foram levantados dados relevantes sobre a realidade
da mobilidade acadêmica, destacando-se dois programas que a UFBA faz parte: Programa de
Alianças para a Educação e a Capacitação (PAEC) e o Programa Institucional de Bolsas de
Doutorado Sanduiche no Exterior (PDSE).
Através do PAEC, foi possível levantar dados de estudantes estrangeiros que estudavam na
UFBA desde 2013 até o ingresso em 2016, apontando um crescimento de 400% no número de
bolsas - saindo de 6 para 26 – e que os países que a UFBA mais recebeu foram Colômbia,
México, Peru e Venezuela. Os campos de estudo procurados pelos estudantes foram Medicina
e Saúde, Educação, Engenharia Industrial; Ciência Animal. Os dados do PDSE, entre 2012 a
2015, por outro lado, apontaram que a saída dos estudantes da UFBA se deu prioritariamente
para os Estados Unidos, França e Portugal, nos campos de Comunicação e Cultura
Contemporânea, Artes cênicas, Educação e Arquitetura e Urbanismo, não havendo
crescimento acentuado, saindo de 50 em 2012 para 72 em 2015. (AQUINO, 2016)
Outro dado relevante que esse estudo apontou foi sobre o programa Ciências Sem Fronteiras,
parte da política educacional do governo Lula para a internacionalização e mobilidade
acadêmica, que até 2016 contava com 1878 estudantes da UFBA, sendo os países mais
procurados por estudantes bolsistas da UFBA os Estados Unidos e Reino Unidos,
principalmente nas áreas de engenharia e demais áreas tecnológicas e biologia, ciências
biomédicas e da saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS