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Pesquisa mostra o poder das

posturas corporais
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IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO
25/09/2012 05h00

Mãos ao alto. Estique-se. Agora, se ninguém estiver olhando, fique por


dois minutos nessa posição.

É o suficiente para você ganhar autoconfiança e passar a se comportar


como uma pessoa poderosa, mesmo que esse não seja o seu perfil
habitual, segundo a psicóloga Amy Cuddy, professora da Harvard
Business School.

'Se você faz a pose, mesmo fingindo ganha poder', diz psicóloga

Posturas corporais expansivas são maneiras conhecidas de alguém se


impor. A psicóloga americana vai além ao afirmar que essas poses não
apenas comunicam poder aos outros como também tornam a pessoa
poderosa de fato, mudando seus níveis hormonais, seu comportamento e
sua forma de pensar.

Posturas de famosos

Para comprovar a tese, Amy Cuddy e seus colegas das universidades


Harvard e Columbia mediram os níveis dos hormônios testosterona e
cortisol de 42 pessoas que foram orientadas a ficar em posições
expansivas ou contraídas (pernas e braços cruzados, ombros arqueados).

Quem posou de poderoso teve aumento nos níveis de testosterona


(ligado ao impulso de lutar) e queda nos de cortisol (ligado ao estresse).
É o perfil hormonal do "macho alfa", o líder do bando.
Os voluntários não se exibiram para uma plateia e não sabiam que
estavam participando de um estudo sobre posturas de poder. Os níveis
dos hormônios na saliva dos pesquisados foram medidos antes do início
do experimento e 17 minutos depois de a postura ter sido mantida por
dois minutos.

A influência no comportamento também foi medida: os voluntários


receberam uma pequena quantia em dinheiro que podiam levar para casa
ou apostar --nesse caso, arriscavam-se a perder tudo ou a ganhar em
dobro.

Entre os que se colocaram nas posturas de poder, 86% tiveram coragem


de arriscar, contra 60% dos participantes que ficaram em posições mais
encolhidas.

Eles também fizeram um discurso para uma plateia que não sabia qual
era o objetivo da pesquisa. O público avaliou melhor aqueles que, antes
da apresentação, ficaram, por exemplo, com os pés esticados sobre a
mesa ou com as mãos na cintura como a "Mulher Maravilha" (poses que
não foram reproduzidas no discurso).

"Mudando sua postura, você prepara seus sistemas mentais e


psicológicos para enfrentar desafios e situações estressantes e pode
aumentar sua confiança e melhorar seu desempenho", diz Cuddy.
Lydia Megumi/Editoria de Arte/Folhapress
CIÊNCIA E IOGA
O efeito poderoso das posturas observado na pesquisa de Amy Cuddy
pode ser explicado pela neuroendocrinologia --ciência que estuda a
relação entre os sistemas nervoso e endócrino.

"Essa conexão começa com a percepção física do corpo no espaço, que


manda estímulos nervosos ao hipotálamo, região do cérebro que regula a
hipófise, espécie de gerente-geral de todo o sistema hormonal", explica
Fabio dos Santos, cardiologista especializado em medicina integrativa
em Harvard.

Isso, segundo o médico, referenda a influência da postura nos níveis


hormonais que, por sua vez, estão ligados a emoções primárias, como
medo, e a impulsos básicos, como lutar ou fugir.

"O que me surpreendeu no estudo foi a rapidez com que a postura


produziu efeitos nesse sistema", diz Santos.

Mesmo que o experimento tenha provado um efeito hormonal rápido,


nada garante que ele perdure, segundo o psicólogo Fernando Elias José,
mestre em cognição pela PUC do Rio Grande do Sul. "Pode funcionar
momentaneamente, mas usar só a postura é pouco para uma mudança
comportamental."

Para o psicólogo, as evidências da pesquisa são frágeis: "O número de


participantes é pequeno e as reações a desafios, em um experimento, não
são iguais às reações em uma situação real, como uma entrevista de
emprego".

Também faltou isolar variáveis que podem ter influenciado o resultado,


como o fato de o participante praticar ou não atividades físicas,
acrescenta Fabio dos Santos.

SUPER-HOMEM DEMAIS

Para adeptos da ioga, a relação entre posturas e mudanças hormonais não


é surpreendente.

"A ioga mexe com áreas do corpo ligadas a determinadas redes de


nervos que, quando estimulados, mandam impulsos para as glândulas
produzirem mais ou menos hormônios", afirma o biólogo e professor de
ioga Anderson Allegro, da Aruna Yoga.

A ioga usa tanto posturas de extroversão quanto de introversão. "Ficar


super-homem demais também não é legal", diz Allegro.

As diferenças não param por aí. Na pesquisa americana, a mudança


interior ocorre após meros dois minutos na posição de poder, enquanto
na ioga as transformações de comportamento são percebidas após um
bom tempo de prática contínua.

A neurociência também tem estudado a relação entre corpo, emoções,


cognição e comportamentos.

"O António Damásio [neurocientista português] tem essa descrição da


postura do vencedor que foi usada na pesquisa: peito aberto, cabeça para
cima", conta a terapeuta corporal Lucia Merlino, que estuda os conceitos
de consciência e imagem corporal de Damásio para o seu doutorado
sobre comunicação e ensino do movimento.

Para ela, a mudança interior acontece quando a pessoa chega a uma


organização melhor do corpo e consegue adaptar suas posturas às
demandas da vida, na interação com as outras pessoas.

"Você pode até querer ficar na postura de vencedor, mas às vezes é


impossível fazer isso por causa de limitações do próprio corpo. Nesse
caso, é preciso antes aprender a se soltar, ganhar amplitude", diz
Merlino.

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https://m.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2012/09/1158473-pesquisa-mostra-o-poder-das-
posturas-corporais.shtml

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