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Fichamento – Culturas, fronteiras, identidades 1 e 2


Profa. Ms. Danielle Silva Moreira dos Santos
Discente: Dyeenmes Procópio de Carvalho

No texto do Durval Muniz Albuquerer Jr, o termo “invenção” ganhou uma


tonicidade ao ser compreendido como uma percepção comum a várias áreas do
conhecimento sobre a constituição epistêmica de seus saberes específicos, em outras
palavras, um afastamento de uma epistemologia naturalizada, enrijecida e hermética,
uma sensibilidade para as múltiplas formas como a realidade é adentrada em suas
representações.
Nessa mudança paradigmática, o evento histórico deixa de ser dado, monolítico
e unívoco. O uso do termo “invenção” fez ranger as rupturas, inflexões e
descontinuidades desabrochando um campo vasto, aberto de uma pesquisa histórica
que não só inocula a intersubjetividade na constituição do saber histórico, mas
processa a participação de outras disciplinas como a Linguística, Antropologia,
Etnografia e Psicanálise, só para citar algumas, numa dialética polissêmica sempre
aberta à reformulação. Foi isso que a dita Nova História, na esteira da emergência de
um sujeito pensante e discursivo imerso nas práticas simbólicas dos imaginários, pôde
contribuir influenciada por Michel Foucault e Michel de Certeau, sendo que para o
primeiro, há uma demarcação porosa entre o mundo das coisas e as representações.
Obviamente, essa mudança paradigmática não nega ou embota o
acontecimento em si, mas põe em evidência as contradições, interesses, tramas e
conflitos na emergência do fato como instrumento de percepção da experiência do
passado. Assim, entende-se que a invenção enseja em si uma narrativa que construa
um sentido, dentre tantos possíveis, para as ações dos homens em multiplicidades
temporais e espaços distintos. Logo, é parte inerente do ofício do historiador usar a
heurística indagando as fontes disponíveis trazendo à luz o subjacente, antes oculto,
talvez não perceptível pelos próprios personagens do evento em si. É uma
transposição de um passado quase divinizado, eterno e imutável, transcendente para
uma experiência humana fluída, dispersa e imanente. O discurso do historiador
assume-se como uma mais uma das formas possíveis de atravessar esse fluir do
tempo dentro das tantas outras enunciações instituidoras de sujeitos e objetos.
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Já o texto de Koselleck nos traz o peso da tradição de que as palavras são o


ponto de interseção entre a história dos conceitos e a história social uma vez que ao
se traçar a genealogia de certos vocábulos, como, por exemplo, “revolução”, percebe-
se como os sentidos polissêmicos de palavras são construções que remetem à uma
determinada mentalidade ou conjuntura social. Embora história social e dos conceitos
confrontem-se, num primeiro momento, de forma superficial, uma sociedade cuja
existência está calcada na percepção de conceitos que a fundamentam. Logo,
sociedade e conceito imbricam-se como partes complementares da constituição de
um objeto histórico.
Dentre as esferas sociais factíveis do método histórico, a terminologia política
é a que Koselleck define como objeto do seu texto a fim de demonstrar a coexistência
e reciprocidade entre história social e dos conceitos. Koselleck parte, numa primeira
instância do método da história social e dos conceitos. Tomando o caso de
Hardemberg com respeito á reestruturação do estado prussiano após a Revolução
Francesa, Koselleck demonstra que o sentido exato das palavras empregadas
depende não apenas do contexto do próprio documento, no caso in loco, do diário,
mas do contexto do autor e destinatários e da genealogia dos termos dos
predecessores e contemporâneos ao autor. Logo, é o ambiente social que potencializa
a capacidade da história social e dos conceitos de reconstruir os significados dos
vocábulos que emanam uma específica compreensão de uma época como processo
semântico, cumulativo ou não, mas traçável.
Um segundo exemplo empregado por ele é o do termo “classe”. Na sua análise,
o emprego do vocábulo “classe” sinaliza uma sensibilidade diretiva para o futuro,
enquanto “estamento” apontaria, no caso prussiano, para o legado de uma tradição
jurídica fisiocrata que justificaria uma hierarquia racional social do Estado. Logo, na
interseção do uso de “classe” e “estamento” verifica-se uma polêmica na fronteira
entre uma orientação presente e planejamento futuro entremeadas por aspectos de
uma longa duração, talvez braudeliana, da constituição social originária do passado.
A exegese koselleckiana se apropria de uma crítica das fontes,
instrumento metódico utilizado na teologia, principalmente entre os séculos XVIII e
XIX, no intuito de demonstrar que a história dos conceitos, tanto sincronicamente
quanto diacronicamente, constitui-se como saber específico ao reconstruir os
significados lexicais anteriores ao uso dos termos, bem como os sentidos correntes à
época de sua utilização.

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