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1 – INTRODUÇÃO A FILOSOFIA
A Filosofia é uma ciência que contempla o ser humano dando-lhe uma nova visão de
mundo sobre os seus conhecimentos científicos.
O estudo de filosofia é tão importante aprender porque não se pode pensar em nenhum
homem que seja solicitado a refletir e agir. Isso significa que todo homem tem (ou
deveria ter) uma concepção de mundo, uma linha de conduta moral e política, e deveria
atuar no sentido de manter ou modificar as maneiras de pensar e agir do seu tempo.
Sabemos que uma das características dos Estados Autoritários é impedir o ensino da
filosofia e silenciar a crítica dos pensadores, a fim de garantir a obediência passiva dos
cidadãos. Isso já acontece no Brasil desde 1971, o ensino de filosofia desapareceu das
escolas de 2º Grau durante treze anos e os cursos de filosofia do 3º Grau se esvaziaram a
ponto de algumas faculdades terem cogitado a sua extinção.
Por isso, qualquer que seja a atividade profissional futura ou projeto de vida, enquanto
pessoa e cidadão, o aluno precisa da reflexão filosófica para o alargamento da
consciência crítica, para o exercício da capacidade humana de se interrogar e para a
participação mais ativa na comunidade em que vive.
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c – O Que É Filosofia?
Segundo o Minidicionário da Língua Portuguesa “Aurélio”, nos diz que é o estudo que
visa ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na
sua inteireza; pensamento de filósofo (s); ou obra que contém razão; sabedoria.
É todo o serviço essencialmente teórico. Mas isso não significa que a filosofia esteja à
margem do mundo, nem que ela constitua um corpo de doutrina ou um saber acabado,
com determinado conteúdo, ou que seja um conjunto de conhecimentos estabelecidos de
uma vez por todas.
Para Kant, filósofo alemão do século XVIII, “não há filosofia que se possa aprender;
só se pode aprender a filosofar”. Isso significa que a filosofia é, sobretudo, uma
atitude, um pensar permanente. É um conhecimento constituinte, no sentido de que
questiona o saber instituído.
Portanto, a teoria do filósofo não constitui um saber abstrato. O próprio tecido de o seu
pensar é a trama dos acontecimentos, é o cotidiano. Por isso, a filosofia se encontra no
seio mesmo da história. No entanto, está mergulhada no mundo e fora dele: eis o
paradoxo enfrentado pelo filósofo. Isso significa que o filósofo inicia a caminhada a
partir dos problemas da existência, mas precisa se afastar deles para melhor
compreendê-los, retornando depois a fim de dar subsídios para as mudanças.
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(*) Paradoxo = conceito que é ou parece contrário ao senso comum. Afirmação que vai
de encontro a sistemas ou pressupostos que se impuseram como incontestáveis ao
pensamento – paradoxal.
Vivemos num mundo em que a visão das pessoas está marcada pela busca dos
resultados imediatos do conhecimento. “Então, é considerada importante a pesquisa do
biólogo na busca da cura do câncer; ou o estudo de matemática no 2º grau entra no
vestibular; e constantemente o estudante se pergunta:” para que vou estudar isto, se não
usarei na minha profissão?
Segundo, seguindo essa linha de pensamento, a filosofia seria realmente “inútil”: não
serve para nenhuma alteração imediata de ordem pragmática. Neste ponto, ela é
semelhante à arte. Se perguntarmos qual a finalidade de uma obra de arte, veremos que
ela tem um fim em si mesmo e, nesse sentido, é “inútil”. Entretanto, não ter utilidade
imediata não significa ser desnecessário. A filosofia é necessária.
Estão no fato de que, por meio da reflexão (aquele desdobrar-se, lembra-se?) a filosofia
permite ao homem ter mais de uma dimensão, além da que é dada pelo agir imediato no
qual o “homem prático” se encontra mergulhada.
É a filosofia que o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos
e dos fins a que eles se destinam; reúne o pensamento fragmentado da ciência e o
constrói na sua unidade; retoma a ação pulverizada no tempo e procura compreendê-la.
No início, a ciência estava ligada à filosofia, sendo o filósofo o sábio que refletia sobre
todos os setores da indagação humana. Nesse sentido, os filósofos Tales e Pitágoras
eram também geômetras, e Aristóteles escreveu sobre física e astronomia.
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Na ordem do saber estipulada por Platão, o homem começa a conhecer pela forma
imperfeita da opinião (doxa), depois passa ao grau mais avançado da ciência (epistema),
para só então ser capaz de atingir o nível mais alto do saber filosófico.
Se a ciência tende cada vez mais pra a especialização, a filosofia, no sentido inverso,
quer superar a fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua
integridade e não sucumba à alienação do saber parcelado. Por isso, a filosofia tem uma
função de interdisciplinaridade, estabelecendo o elo entre as diversas formas do saber e
agir.
A filosofia ainda se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto: em todos
os setores do conhecimento e da ação, a filosofia está presente como reflexão crítica a
respeito dos fundamentos desse conhecimento e desse agir. Por exemplo: se a física ou
química se denominam ciências e usam determinado método, não é da alçada do próprio
físico ou químico saber o que é ciência, o que distingue esse conhecimento de outros, o
que é método, qual a validade, e assim por diante. Eles até podem dedicar-se a esses
assuntos, mas, quando o fazem, passam a se colocar questões filosóficas. O mesmo
acontece com o psicólogo ao usar, por exemplo, o conceito de homem livre. Indagar
sobre o que é a liberdade é fazer filosofia.
Portanto, a filosofia não faz juízos de realidade, como a ciência, mas juízos de valor.
Segundo Gramsci, “não se pode pensar em nenhum homem que não seja também
filósofo, que não pense, precisamente porque pensar é do próprio homem como tal”.
Isso significa que as questões filosóficas fazem parte do cotidiano de todos nós.
Esses pioneiros surgiram na Jônia, colônia fundada na costa asiática da Grécia por
antigos micênicos, que ali se refugiaram das invasões dóricas. Enquanto a maior parte
dos gregos mergulhava na “Idade das Trevas”, os jônios desenvolveram intensas
atividades artesanais e comerciais, que favoreceriam o surgimento de novos valores
sociais, baseados menos na tradição, mais na iniciativa dos indivíduos. A vida cultural
floresceu, e disso a obra de Homero é testemunha. A astronomia e a matemática
desenvolveram-se, sob a influência de contatos com os povos do Oriente. Em meio a
esse fervilhar, a cidade de Mileto foi se impondo como principal centro da Jônia.
entendido este não como o que antecede no tempo, mas enquanto fundamento do ser.
Buscar a arché e explicar qual é o elemento constitutivo de todas as coisas.
As respostas dos filósofos à questão do fundamento das coisas são as mais variadas.
Cada um descobre a arché, a unidade que pode explicar a multiplicidade: para Talles é a
água; para Anaxímenes é o ar; para Demócrito é o átomo; para Empédocles, os
famosos quatro elementos: terra, água, ar e fogo, teoria aceita até o século XVIII,
quando foi criticada por Lavoisier.
ESCOLA JÕNICA: Mileto era a cidade mais importante da Jônia. A filosofia desta
escola era naturalista, científica e monista. Esses filósofos estavam ocupados com a
natureza física do mundo. No seu entender, todas as coisas provêm de um elemento
primordial. Uma matéria primordial seria a fonte para o surgimento das estrelas, dos
animais, das plantas e dos seres humanos. No final, tudo convergirá para esta matéria
original. Essa matéria única possuiria uma força ativa imanente. A partir desse princípio
unitário de todas as coisas teriam surgido a variedade, a multiplicidade e a sucessão dos
fenômenos. É a doutrina do hilozoísmo, ou seja, a matéria animada.
Talles de Mileto – (624-547 a.C.) é considerado o primeiro dos sete sábios da Grécia.
Talles percebeu que todos os organismos contêm umidade. Por isso, acreditava que a
água é a substância universal, que se encontra em todos os organismos. Tudo contém
água.
Se hoje observamos os átomos de hidrogênio, veremos que Talles estava bem próximo
da verdade. Pois o átomo de hidrogênio, principal constituinte da água (H²O), é o átomo
mais simples a partir do qual todos os corpos são constituídos. Talles viajou ao Egito e à
Mesopotâmia, onde estudou astronomia. Com base em seus conhecimentos, previu o
eclipse do sol a 28 de maio de 575 a.C. Elaborou uma teoria para explicar as inundações
do rio Nilo. Talles também solucionou problemas geométricos, sendo conhecido nos
dias de hoje entre os estudiosos de Matemática.
“E alguns sustentam que a alma está misturada com o universo; talvez por isto chegasse
Talles à opinião de que todas as coisas estão cheias de deuses” (Aristóteles).
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“Outros julgavam que a Terra repousa sobre a água. Esta é a mais antiga doutrina por
nós conhecida e teria sido defendida por Talles de Mileto” (Aristóteles).
Não se conhece fragmento de algum escrito de Talles. Talles teve participação ativa na
vida política e militar de Mileto.
Anaximandro – (610 – 547 a.C.) também era de Mileto. Viveu neste período, foi
discípulo e sucessor de Talles. Escrevem em prosa. Empregou o termo arché, que
significa principio, fundamento, origem. O principio de todas as coisas é o ilimitado
(apeíron) – o indeterminado, que não impressiona os sentidos e só é conhecido pela
razão. Todas as coisas são limitadas e um elemento particular não pode ser a origem de
toda a realidade. O limitado não pode ser a origem das coisas. Deve haver um principio
que seja anterior e que permita compreender o surgimento de tudo o que é limitado. A
partir do ilimitado compreende-se a origem das coisas e o estabelecimento da
multiplicidade.
A origem das coisas é explicada através da separação dos contrários: quente e frio, seco
e úmido. Existe um movimento eterno e cíclico: o que está separado volta a integrar-se à
unidade primordial. O ciclo destina-se a restabelecer a justiça.
Fragmentos de Anaximandro.
Todas as coisas se dissipam onde tiveram a sua gênese, conforme a necessidade; pois
pagam umas às outras, castigo e expiação pela injustiça, conforme a determinação do
tempo.
Os gregos constataram que os sentidos não nos proporcionam a verdade; eles nos
induzem à ilusão. A verdade é alcançada mediante o uso da razão.
O apeíron é como o éter, sendo único, infinito e capaz de movimento. Declarou que essa
substancia não gerada e imperecível contém e dirige todas as coisas. O ilimitado não
tem inicio.
“Anaximandro de Mileto diz que o princípio dos seres é o infinito, porque dele os seres
vêm e a ele retornam pela morte. Desta forma se produzem mundos indeterminados e de
novo se destroem, retornando ao princípio de que são constituídos. Diz-se, portanto, que
o infinito serve para que nunca cesse a produção” (Plutarco, As Opiniões dos Filósofos).
Anaxímenes (585-525 a.C.) também era de Mileto. Viveu entre 588 e 524 a.C.
Constatou que o ar é a substancia universal. Identificou o ar com a alma. Afirmou que é
o ar que anima tanto o nosso corpo quanto o mundo inteiro.
Fragmento de Anaxímenes:
Como nossa alma, que é ar, nos governa e sustém, assim também o sopro e o ar
abraçam todos os cosmos.
Além de sua investigação racional, os milésimos enfatizaram duas idéias que já eram
difundidas no Egito: a eternidade do Universo e a Indestrutibilidade da matéria.
Pitágoras: nasceu na ilha de Samos, na Jônia, viveu entre 571 e 497 a.C. viajou ao
Egito e Babilônia, e aprofundou-se em astronomia e geometria. Conheceu as idéias dos
brâmanes sobre a alma do mundo. Formulou o teorema de Pitágoras. Há indícios de que
o teorema tenha sido provado por outra pessoa que fazia parte da fraternidade filosófica.
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Pitágoras observou que todas as partes do Universo estão unidas entre si e expressam-se
em números. Todas as coisas obedecem à lei do número. O Universo evolui
harmoniosamente.
Os Pitagóricos atribuem ao número uma importância tal que este se torna a própria
essência das coisas. Os diversos corpos só diferem entre si por seu número de unidades.
Tudo é uma questão de proporções.
Com Pitágoras, a filosofia grega passou a ter uma orientação metafísica. Passou-se
a dar maior atenção a estas questões: a natureza do ser, o sentido da verdade, a função
do divino.
Pitágoras descobriu a relação que existe entre a harmonia dos sons e a longitude das
cordas vibrantes.
Pitágoras instalou-se em Crotona, no sul da Itália. Fundou uma escola que também era
uma seita religiosa e política. Os Pitagóricos ensinavam que a vida especulativa é o
mais alto bem. O homem deve purificar-se dos seus apetites e de suas paixões. A
doutrina era mais religiosa que filosófica.
Pitágoras elaborou uma constituição aristocrática. Seu ensino era secreto, e os iniciados
não tinham o direito de divulgá-lo. O rigor do regime começou a desagradar. Houve
revoltas populares e Pitágoras morreu no decorrer de uma delas.
Pitágoras não deixou obra escrita. O ponto central de sua doutrina religiosa é a crença
na transmigração das almas. Praticava-se a ascese. A doutrina era secreta. Hípaso não
guardou o segredo e foi excomungado. A doutrina da escola compreendia três pontos
básicos:
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O fogo ocupa o lugar central. A Terra se move em torno do centro, produzindo noite e
dia.
2 – ABOLICIONISMO
Veja tópicos sobre:40 - Escravismo, 61 - Iluminismo, 89 - Revolução Francesa.
1 – Introdução:
Pode-se dizer que o conjunto de ideias e ações que tem por objetivo a extinção da
escravidão é chamado de “abolicionismo”. As propostas contra a utilização de escravos
para qualquer tipo de serviço ganharam força na época da Revolução Francesa, mas
antes disso, já tinha diversos defensores no continente europeu. No anto de 1788, na
cidade de Paris, foi criada a Sociedade dos Amigos Negros, grupo que foi presidido
por Condorcet, filósofo, matemático e cientista político francês que possuía ideias
relevantes entre os intelectuais do Iluminismo.
a) Histórico:
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A ideia do abolicionismo ganhou ainda mais relevância com a Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão, que foi proclamada em 1789, levando o pensamento contra a
escravidão até as terras colonizadas pelos franceses naquela época. Com isso,
começaram a surgir algumas leis que abrandaram a escravidão, chegando a extingui-la
em certas regiões. Porém, apenas em 1848 este tipo de regime de trabalho seria
completamente suprimido em terras francesas.
b) Abolição da Escravatura:
A escravidão negra, iniciada nos primeiros tempos da colonização, século XVI, teve
uma duração de mais de três séculos, com milhares de africanos utilizados como mão-
de-obra na agricultura, mineração e nos serviços domésticos. Ainda no Segundo
Império, a escravidão continuava, sendo rendoso negócio, onde eram investidos
elevados capitais.
Em 1815, no congresso de Viena, foi assinada uma convenção luso-inglesa que abolia o
tráfico ao norte do Equador.
Em 1833, Feijó proibiu o tráfico e seriam considerados livres os escravos que entrassem
no país após esta lei que, entretanto não foi cumprida;
Em 1845, através do Bill Aberdeen, repressão violenta contra o tráfico negreiro foi
efetuada pelos ingleses, o que, entretanto provoca o aumento de entrada de escravos no
Brasil.
Em 1850, a Lei Eusébio de Queirós, que aboliu o tráfico negreiro no Brasil, trouxe
como consequências: crise de mão-de-obra, gerando a transferência de escravos do
Norte para a cafeicultura sulina, intensificação da imigração estrangeira e o capital
liberado da compra de escravos foram aplicados na indústria.
Ano Escravos
1842 17.435
1843 19.095
1844 22.849
1845 19.453
1846 50.324
1847 56.172
1848 60.000
1849 54.000
1850 23.000
1851 3.387
1852 700
c) Campanha Abolicionista
Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, Luís Gama, André Rebouças,
Castro Alves e Hipólito José da Costa.
Pela Lei do Ventre Livre ou Lei Visconde do Rio Branco, em 1871, foram declarados
livres os filhos de mãe-escrava, nascidos a partir da promulgação da lei, mas ficariam
sob a tutela do proprietário da mãe até atingir 8 anos, com opção de mantê-los a seu
serviço até os 21 anos ou receber a indenização de 600 mil réis em títulos do governo,
pela tutela. Também os escravos da Coroa foram libertos.
3 – ABSOLUTISMO
1 – Introdução:
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O que é o Absolutismo?
A palavra “governo” deriva do latim “gubernator”, que significa timoneiro. Bem antes
da civilização romana, sociedades primitivas já haviam começado a desenvolver
instituições especiais destinadas a cuidar de seu bem-estar comum e tomar decisões
sobre assuntos que afetassem o povo e o estado como todo. Governo eficiente é aquele
capaz de encontrar um equilíbrio entre pressões conflitantes e de conduzir o estado na
direção dos objetivos da comunidade.
1ª. ) Teoria do direito divino, de Bossuet, segundo a qual o rei representa Deus na terra.
Logo, somente a ele se devia prestar contas;
2ª. ) Teoria de Thomas Hobbes, que diz: “os homens viviam em guerra; por isso
entregaram todos os seus direitos a um governo, por necessidade de segurança e
proteção”. Tal teoria está exposta no seu livro O Leviatã.
2 – Causas Do Absolutismo:
1. Desenvolvimento do comércio;
2. Formação da Burguesia;
3. Aliança entre o rei e a Burguesia.
a) Absolutismo No Brasil
b) Absolutismo Na França
A França foi implicada territorialmente, depois da Guerra dos 100 anos. A luta pela
centralização do poder real foi feita por Carlos VII e Luiz XI.
O governo absolutista surgiu no século XVI com a dinastia dos BOURBONS, depois
das guerras religiosas entre CATÓLICOS E PROTESTANTES. O protestante Henrique
de Bourbon, casado com a filha de Catarina de Médicis, herdou o trono Francês.
Derrotou Felipe II da Espanha, que havia apoiado os católicos para impedir sua
ascensão ao poder, abjurou o CALVINISMO e foi coroado rei de França com o nome
de Henrique IV.
Foi o rei mais popular que teve a França na idade moderna. Seu ministro, Sully,
protegeu especialmente os camponeses. Entretanto, em 1610 um fanático católico, de
nome Ravailac, assassinou o rei.
Luis XIII: era filho de Henrique IV. Durante sua menoridade, sua mãe Maria de Médicis
foi regente, deixando-se dominar por um casal de aventureiros italianos. A nobreza
francesa revoltou-se contra o governo dos estrangeiros, tornando-se bastante agitado
esse período. Quando Luis XIII assumiu o poder, admitiu como ministro o Cardeal
Richelieu. Os objetivos de Richelieu no governo foram:
3. Mazarino e Fronda: a Fronda foi uma guerra civil que durou 4 anos (1648 –
1652). Recebeu este nome porque é comparada a um jogo de crianças que
consiste em lançar pedras com fundas.
O parlamento revoltou-se por não ser consultado e recebeu o apoio do povo de
Paris. Esta foi a “Fronda Parlamentar”, que durou somente três meses. Foi
seguida pela revolta dos príncipes, que contou com o apoio do parlamento.
Mazarino conseguiu derrotá-los. O povo, cansado de guerras, recebeu
esperançoso o jovem rei Luis XIV, já na maioridade;
4. O governo Absoluto de Luis XIV: o absolutismo atingiu o apogeu com este rei,
que se considerou representante de Deus. A ele, é atribuída a frase: ”o estado sou
eu”. Seu emblema foi o sol. Instalou-se no palácio de Versalhes, que mandara
construir e teve a corte mais luxuosa da Europa.
Depois da morte de Mazarino, fez um governo pessoal. Trabalhava diariamente
com seus ministros, mas todas as decisões importantes eram tomadas por ele
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Saiu vitorioso em todas estas lutas, mas em consequência o tesouro francês sofreu um
enorme desgaste, que seu sucessor não conseguiu superar.
Luís XV: neto de Luís XIV, este rei abandonou o governo nas mãos de seus ministros e
raramente presidia o conselho. Dedicava-se à caça e às festas da corte. Durante o seu
reinado os filósofos liberais começaram a atacar o absolutismo. Dois acontecimentos
desastrosos agravaram a crise francesa:
2. Guerra dos sete anos, 1756 – 1763: esta guerra foi provocada pela disputa
comercial e colonialista entre a França e a Inglaterra. A nação francesa foi
derrotada e perdeu para a Inglaterra, o Canadá e a Índia.
Luís XVI: neto de Luís XV, este monarca encontrou a França em crise. Teve bons
administradores financeiros, mas que não conseguiram debelar a crise, em grande parte
devida à oposição do clero e da nobreza.
Em 1789 começou a Revolução Francesa, durante a qual o rei foi deposto e condenado à
morte.
c) Absolutismo Na Inglaterra
1 – Dinastia Tudor – Henrique VII tomou o poder depois da guerra das duas rosas e
iniciou a unificação do país com a ajuda da burguesia e parte da nobreza, interessada no
comércio da lã.
1 Estimulou a produção;
2 Organizou a marinha;
3 Iniciou a conquista da América Inglesa; durante o seu reinado Walter Raleigh
conquistou a Virgínia, e Drake fez uma viagem de circunavegação.
Derrotou Felipe II, da Espanha, enfraquecendo o seu poderio naval e criou uma nova
Igreja Anglicana que era um misto de catolicismo e calvinismo.
Elizabeht I substituída por seu primo Jaime VI, da Escócia, filho de Maria stuard.
Em 1640 estourou uma Revolução dos presbiterianos da Escócia porque o rei tentara
impor uma liturgia anglicana ao país. Carlos I convocou o Parlamento, que ficou
reunido durante 15 anos e chamado o “Longo Parlamento”.
3 – República de Cromwell:
Durante esse período Cromwell sufocou uma revolta dos católicos da Irlanda. Os
proprietários irlandeses foram transformados em arrendatários ou empregados ingleses.
Sufocou uma revolta realista na Escócia, país que reconhecera Carlos II como rei. Em
1651 assinou a Ata da Navegação e Comércio, que proibia aos navios de países
estrangeiros, a não ser de país produtores, tocar portos ingleses ou de suas colônias.
Esta Ata obrigou os ingleses a irem buscar com os seus navios produtos de que
necessitavam para o que foram obrigados a desenvolver a sua marinha. Abalou-se o
domínio holandês nos mares, isto foi a causa de uma guerra entre a Holanda e a
Inglaterra.
Carlos II tinha propensão para o Catolicismo, mas foi obrigado pelo Parlamento, a
respeitar o anglicanismo. Durante o seu reinado surgiram dois partidos políticos no
Parlamento: Tory e Whig, sendo o primeiro conservador e favorável à preponderância
do rei, ao passo que o segundo era liberal e favorável à soberania do Parlamento.
5 – A Revolução Gloriosa:
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Jaime II (VII, da Escócia), que sucedeu a Carlos II, era declaradamente católico, mas as
suas filhas tinham sido educadas no protestantismo. Por isso, o Parlamento o tolerou
para impedir nova guerra civil. Mas, antes que o filho de sua segunda esposa que era
católica, o sucedeu, o Parlamento o depôs, com a chamada “Revolução Gloriosa”, de
sentido duplamente liberal.
4 – ABSTRACIONISMO
Definição:
5 – ADVENTISMO
1 – Introdução:
2 – Indice:
2.1 – Origens;
2.2 – Doutrinas;
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3 – Classificação de Grupos:
2 – História:
2.1 – Origens:
Deste modo, o surgimento das sociedades bíblicas, o não conformismo com o sistema
religioso estebelecido, reuniões de reavivamento (revivals), o estilo evangelístico e
proselitista da religião permitiram o surgimento do movimento baseado na
interpretação das profecias do Livro de Daniel 7 e 8 por Guilherme Miller, membro
da Igreja Batista, e outros líderes religiosos estatelando o fim do mundo e o retorno de
Jesus Cristo para o ano de 1843 e depois para 1844.
Depois de uma reavaliação dos estudos de Miller, alguns desses grupos menores
persistiram no estudo das profecias, mas, com uma nova interpretação ao retorno de
Cristo, surgindo grupos como a Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Igrejas de Deus
Adventistas e a Igreja Cristã do Advento. Em comuns retiveram o seno da iminência da
volta de Jesus Cristo.
2.2 – Doutrina:
Apoiando-se em textos bíblicos, esse grupo de pessoas defende que o retorno glorioso
de Jesus Cristo que se dará de maneira iminente. Sua atuação missionária tem por base a
ordem de Cristo dado no mesmo evangelho de Mateus 28.19: “Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito
Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação do séculos.”
União do Advento e Vida (Life Advent Union) – fundada por Geoge Storrs em
1863, uniu-se com a Igreja Crista do Advento em 1964.
6 – AGNOSTICISMO
1 – Introdução:
a) Conceito;
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b) Teses agnósticas;
c) Indiferença Religiosa.
Conceito:
2 – Teses Agnósticas
A resposta ao agnosticismo não deve ser buscada na religião e na fé (como prefere fazer
hoje tanta gente, caindo assim nas armadilhas do fideísmo), e assim, na filosofia, porque
de fato aí se trata, antes de tudo, de uma posição filosófica.
O agnosticismo é uma das doutrinas sobre o valor do conhecimento; por isso, o terreno
sobre o qual devemos combatê-lo é o da epistemologia. Aqui não nos é possível tratar
do assunto amplamente, limitar-nos-emos a indicar uma pista para escapar do
agnosticismo.
Para sair desse erro é preciso, antes de tudo, efetuar um acurado exame fenomenológico
do conhecimento: deve ficar estabelecido, através da intencionalidade, que o nosso
conhecimento tem valor objetivo: tende ao e entende o ser, e não apenas sua aparência;
visa às coisas, e não só aos fenômenos.
Essa intencionalidade objetiva vale também para a experiência religiosa: seu objetivo
não são os desejos, sentimentos, ilusões, utopias, mas hierofanias, as manifestações do
sagrado na natureza e na história.
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Segundo T.H.Huxley, que introduziu o termo agnosticismo, este indica uma posição de
impotência da razão em face de determinadas realidades, em particular de Deus e da
alma, das quais ela não seria capaz de ter nenhum conhecimento seguro.
Segundo os “fragilistas”, tais verdades estão fora do alcance da razão. Esta deve
limitar-se a descrever a realidade, a atenção, os fenômenos, os eventos, aquilo que
acontece momento a momento, sem bancar suas razões e o sentido transcendente de
cada acontecimento. A respeito dos “últimos porquês”, não só é impossível ter uma
resposta para eles, como até mesmo inoportuno propor essas questões. Em teologia, é
agnóstica a posição de Maimônides, para que de Deus a mente humana só pode ter
conceitos negativos.
7 - ANARQUISMO
1 – Introdução:
Eu aceito com entusiasmo o lema que afirma: “o melhor governo é aquele que menos
governa”; e gostaria de vê-lo posto em prática de forma sistemática. Uma vez posto em
prática, ele acabaria resultando em algo que também acredito: “o melhor governo é
aquele que não governa”; e quando os homens estiverem preparados, será exatamente
este tipo de governo que irão ter.
Conceito:
Sistema (de governo) Político que defende a Anarquia; ação ou movimento anarquista;
Proudhon (1809 – 1865) e Bakunin (1814 – 1876), contemporâneo de Marx, com ele
partilham as críticas ao sistema capitalista, à propriedade privada dos meios de
produção e a exploração da classe proletária pela burguesia. Concordam também que as
revoluções Francesas e Americana foram mais políticas que sociais, pois elas teriam
renovado os padrões de autoridade, dando poderes às novas classes, mas não
modificaram basicamente a estrutura social e econômica da França e dos Estados
Unidos.
Bakunin acusa Marx de otimista, não considerando ser possível evitar a rígida
oligarquia de funcionários públicos e tecnocratas que tenderiam a se perpetuar no poder.
2 – Principais Ideias:
A sociedade estatal possui uma estrutura cuja construção é artificial, pois cria uma
pirâmide em que a ordem é imposta de cima para baixo. A sociedade anarquista seria
não uma estrutura, mas um organismo que cresce de acordo com as leis da natureza, e a
ordem natural se expressa pela autodisciplina e cooperação voluntária e não pela
decisão hierárquica.
Por isso, os anarquistas repudiam até a formação de partidos, já que estes prejudicam a
responsabilidade de ação, tendem a se burocratizar e a exercer forma de poder. Também
temem as estruturas teóricas, porque podem tornar-se um corpo dogmático. Daí o
anarquismo ser o mais conhecido como movimento vivo e não tanto como doutrina. A
ausência de controle e de poder torna o movimento anarquista oscilante, sempre frágil e
flexível, podendo ficar inativo por muito tempo para surgir espontaneamente quando
necessário.
3 – Representantes:
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O mais brilhante anarquista foi Bakunin, filho de ricos aristocratas russos. Tornou-se
revolucionário graças à influência de Proudhon. Participou das rebeliões que ocorreram
em Paris, Praga e Dresden em 1848 – 1848, tendo sido preso por vários anos e depois
exilado na Sibéria. De volta à agitação, em 1870 tomou parte nas revoltas de Lyon e
Bolonha. Feitas cerradas críticas a Marx, tendo sido expulso da Primeira Internacional
em 1872. Com outros companheiros fundou a Internacional Saint-Imier. Sua obra
vigorosa e apaixonada, mas mal organizada, pois dificilmente Bakunin terminava o que
começava, era, sobretudo um ativista.
4 – Movimentos
No final do século XIX, o movimento sindical deu ampla força ao anarquismo, gerando
o movimento chamado anarco-sindicalismo, pelo qual os sindicatos não deveriam se
preocupar apenas em conseguir melhores salários, mas em se tornar agentes de
transformação da sociedade.
Foi na Espanha que o movimento atingiu maior expressividade, até quando não pôde
mais resistir à ação dos exércitos do ditador Franco. Do mesmo modo, o advento do
Fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha significou o enfraquecimento do
movimento naqueles países.
O Anarquismo No Brasil
Merece destaque a atuação de José Oiticica (1882 – 1957), que, além de teórico
divulgador das ideias anarquistas, foi ativista e por isso exilado. Professor universitário
e também do colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, tentava aplicar em aulas os princípios
anarquistas. Homem erudito, foi autor de várias obras: além dos textos políticos,
escreveram poesias, contos, teatros e desenvolveu trabalhos linguístico-filosóficos de
primeira linha.
8 – ANGLICANISMO
(veja tópicos sobre: Reforma Luteranismo, Pentecostalismo etc.)
1 – Definição:
2 – A Igreja Anglicana:
Igreja oficial da Inglaterra, criada pelo rei Henrique VIII, que em 1534 rompe com a
Igreja Católica. Com a nova religião, Henrique VIII fortalece a autoridade secular da
monarquia sobre bens, tribos e questões eclesiásticas. A Igreja Anglicana difunde-se
para as colônias inglesas, especialmente a América do Norte. Chega ao Brasil em 1818,
pelo Rio de Janeiro. A vinda de missionários norte-americanos impulsiona a fundação,
em 1890, em Porto Alegre (RS), da Igreja Anglicana episcopal do Brasil.
31
3 – Histórico:
9 – ANIMISMO
1 – Introdução:
Crença que tudo o que existe tem alma. O termo foi cunhado no século XIX, pelo
antropólogo inglês Edward Tylor, a partir do termo anima (alma, em latim). Tribos na
África Subsaariana, nas Américas, no sul da Ásia e na Oceania são consideradas
animistas. Entre suas características comuns estariam o culto aos espíritos dos ancestrais
e a prática da magia, do curandeirismo e de sacrifícios de animais oferecidos às
divindades.
2 – Conhecendo o Animismo:
Animismo deriva-se da palavra latina “anima”, que significa “alma”. Pode ser descrito
como uma crença que atribui vida espiritual ou uma alma, às coisas inanimadas, e isto
inclui a crença que atribui vida aos mortos. Os animistas dizem que depois da morte, a
33
alma humana continuava a viver num estado espiritual. Ela fica na redondeza por onde a
pessoa passou em sua vida terrestre. No seu modo de ver, existe um poder sobrenatural,
mas não é um Deus pessoal. Os espíritos ficam bem mais perto das pessoas. Esses
espíritos habitam as colinas, as pedras, as árvores, o ar em redor das pessoas, e o céu
acima delas. Os animistas acreditam que a totalidade da natureza está possessa de seres
espirituais.
a) A evolução. O animismo foi descrito pela primeira vez por Edward B. Tylor
numa obra intitulada Primitive culture (1871). Propôs a teoria de que o
animismo é o fundamento de todas as religiões. Baseando sua teoria em relatos a
respeito de tribos remotas que não tinham religião nenhuma, achava que a
religião se envolvia desde aquele estado pré-religioso para as formas mais
avançadas. Havia, porém falhas. Na realidade, nunca foi achada nenhuma tribo
sem uma centelha de religião, e não se levou em conta o relato bíblico da
criação.
b) Mana. Outra origem sugerida para o animismo é a crença numa força chamada
mana. A palavra mana provém das ilhas da Melanésia, no Sul do Pacífico. O
Bispo Codrington da Melanésia (1871-1877) foi informado que o mana era uma
força misteriosa e pavorosa que habitava toda a criação, e que levava o homem e
a natureza a agir de determinadas maneiras. Não era boa nem má, e não era
pessoal. As pessoas podiam falar com espíritos, mas não com mana. Mesmo
assim, almas ou espíritos podem ser mana operante.
O mana é conhecido pelos seus feitos. A correnteza mais veloz, o trovão mais
estrondoso, a madeira que queima melhor, o pai de mais filhos, todos eles,
34
segundo se diz, têm mais mana. As árvores que crescem mais altas, os animais
mais ferozes, os pássaros que levantam voo mais alto, todos eles têm mana
maior. Depois, à medida que as pessoas comem dessas coisas superiores, elas
também recebem mais mana. Acreditam que o mana sempre está presente nelas.
Somente quando a pessoa deixa de respirar é que o mana vai embora, e a pessoa
morre.
O poder para destruir também faz parte do mana. Para evitar o infortúnio ou a
doença proveniente do mana destrutivo, os melanésios usam tabus. Trata-se de
proibições ou de coisas que não se faz. Por exemplo, um casamento entre irmão
e irmã é tabu, porque semelhante casamento pode ter efeitos danosos.
3 – Crenças do Animismo:
a) O Reconhecimento do Sobrenatural
A crença universal num ser supremo que criou a terra e tudo quanto nela há, sempre tem
existido. Até mesmo os povos remotos tais como os pigmeus da África e os boximanes
da Austrália sempre sustentavam essa crença. Considerava-se que Deus era uma pessoa,
mas pelo que sabemos, os animistas não faziam imagens dEle. A crença em Deus que
eles têm é semelhante a do deísmo: Deus está distante, mas demonstra a sua existência
através daquilo que Ele faz. Acreditam que Deus pode ser ofendido, aplacado ou até
mesmo censurado!
se retirou para o céu. De lá, Ele observa as atividades dos homens e, ás vezes, castiga as
suas más ações. O raio é a sua arma, e o trovão é o seu rugir, mas Ele mesmo nunca é
visto. Certa lenda animista diz que o céu, a morada de Deus, ficava perto da terra, e que
quase a tocava. Quando certa mulher esmagava grãos, levantou tão alta a mão do pilão
que bateu em Deus, e Ele, irado, levantou-se e foi embora. Outra versão diz que as
pessoas sempre enxugavam suas mãos sujas no céu azul, de maneira que Deus partiu,
enjoado.
Alguns animistas entendem que Deus é um juiz. Isto significa que há uma lei quanto ao
certo e ao errado, e uma fonte originária da moralidade. Deus pode operar através dos
espíritos para castigar os malfeitores, mas é da parte dEle que o juízo realmente provém.
Quando a pessoa quebra a lei de Deus, ela sofre o castigo divino. Aí surge a tarefa do
sacerdote ou médium: interpretar a vontade de Deus. Instruir a pessoa quanto à maneira
de aplacar um Deus irado.
Os animistas sustentam que os espíritos têm uma natureza humana. Isto quer dizer que
são antropomórficos. Têm mente, sentimentos, vontade ou propósito. O homem pode
raciocinar com eles quando os espíritos estão com boa disposição. Gostam de serem
alvos de devoção e de bajulação, mas podem ser grosseiros quando ficam zangados ou
ofendidos. O homem deve sempre estar alerta para gozar da boa graça deles. Não se
pode confiar neles.
Perguntamos, certa vez, a um homem: “Por que o seu povo adora os espíritos dos
ancestrais?”. O homem respondeu: “Oh, não os adoramos”... Nós os honramos e os
respeitamos, mas não se trata de adoração. “Se eu os respeitar, meus filhos, por sua vez,
me honrarão depois da minha morte”. Os animistas preferem dizer que “veneram” os
ancestrais. Mesmo assim, vários povos animísticos existentes pelo mundo afora não
somente veneram os ancestrais, como também as pedras, as árvores e os animais.
Se você mora num país animísticos, você talvez tenha ouvido falar na crença de que os
espíritos humanos podem entrar nos animais. O propósito desse evento pode ser ajudar
ou danificar e a obra é feita pela bruxaria. Certa noite, depois de ter saído à caça, para
termos carne, chegamos a uma aldeia. Através do luar, vimos o contorno de uma hiena
perto de uma cabana africana. Sabendo que as hienas são perigosas para os homens e os
animais, levantamos o fuzil para abatê-la. De repente, nosso companheiro agarrou-nos
pelo braço e sussurrou: “não atire, Bwana, talvez se trate de uma pessoa!” passou, então
a descrever um incidente assim: Um homem atirou num hiena de noite; ao chegar ao
lugar, nada se via senão gotas de sangue. Seguiu as marcas do sangue até chegar a uma
cabana. Ao entrar, achou um homem que morrera ferido à bala. Para a mentalidade
africana, era mais uma prova de que o homem pode transformar-se em animal.
Algumas pessoas fazem uma nítida distinção entre o certo e o errado, entre o verdadeiro
e o falso, entre Deus e o homem. Os povos pré-literários, porém, tendem a fundir vários
conceitos. Há uma fusão entre as áreas sagradas e seculares ou espirituais e materiais da
vida. O animista não pode ser separado da sua religião. Ele é sua religião, pois ela faz
parte dele desde antes do seu nascimento até muito tempo depois da sua morte. O
nascimento, a puberdade, a iniciação, o casamento, a construção da casa própria, todas
essas coisas devem ser honradas através de ritos especiais. O agricultor leva a religião
dele ao campo, o estudante leva-a para a sala de aula. O político leva-a ao Congresso
Nacional; o sacerdote leva-a ao seu templo. A vida é uma fusão entre coisas sagradas e
seculares.
Você pode perceber, portanto, que a vida na cidade impõe tensões severas no animista
proveniente da área rural. A educação geralmente resulta na urbanização, mas quando
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muda um homem para uma cidade, frequentemente acha que está num vácuo. Suas
bases, sua segurança e suas tradições são deixadas para trás. A indústria e o comércio
modernos não possuem profundidade para ele. Se a sociedade, a igreja ou os grêmios da
cidade não preenchem esse vácuo, procurará a satisfação nas bebidas, nas festas, no
sexo ou no crime. Em alguns casos, sofre danos mentais de culto. Por essa razão, uma
igreja formal, trancada durante seis dias e aberta apenas uma ou duas vezes por semana,
não basta. E esse é o motivo por que alguns cristãos abandonam a igreja e voltam-se às
crenças e praxes do passado. Os cristãos que antes eram animistas necessitam que a
totalidade do seu tempo e dos seus pensamentos fique preenchida com relevância
religiosa e uma experiência vital em Cristo. Somente então se sentirão seguros.
b’ – O Presente e o Passado.
Os animistas também fazem uma fusão entre o tempo presente e o passado. O Dr. John
S. Mbiti, do Quênia, um autor respeitado sobre a religião tradicional da África, descreve
o conceito africano do tempo. Diz o africano tem um passado longo, um presente, mas
um futuro limitado.
O tempo, para o africano, é orientado pelos eventos; isto quer dizer, relaciona-se com
aquilo que acontece. O passado pode ser conhecido somente quando é comparado com
aquilo que acontece no presente. A mesma coisa acontece no caso do futuro. Mas visto
que o futuro ainda não aconteceu, ele não existe na mente africana. A maioria dos
idiomas africanos não tem nenhuma palavra para um futuro, pois ele ainda não
aconteceu, ele não existe na mente africana. a maioria dos idiomas africanos não tem
nenhuma palavra para um futuro além de poucos anos. Dizem: “em frente”, ou “logo
adiante”. Por essa razão, na religião tradicional, não há esperança messiânica, nem visão
do céu. O “aqui e agora”, em alguns idiomas, é derivado da palavra “aqui”. Em Malaui,
tsopanop, que significa “agora”, literalmente significa “neste lugar”.
c’ – O Objeto e o Símbolo.
Outra fusão que acontece é entre o objeto e o seu símbolo. Talvez você já tenha ouvido
falar na “magia imitativa, associativa ou simpática”. Assim é chamada, porque se baseia
na ideia de que “cada qual geral o seu igual”. O que você quer que aconteça pode ser
forçado a acontecer mediante o uso de um objeto semelhante a ele. Uma coisa
conhecida cria uma coisa desconhecida. Por exemplo, o mágico forma uma nuvem de
fumaça para trazer uma nuvem de chuva. Depois, enche a boca de água e aspira no
chão, como símbolo da chuva que cai. Por isso, é chamado o “Manda-Chuva”.
A crença que a pessoa tem no símbolo é uma coisa importante. Essa crença pode ser tão
forte que a pessoa fica literalmente doente – é uma reação psicossomática. Um
jardineiro pendura um maço de galhos secos na entrada do seu jardim. Se um ladrão
procurasse furtar legumes, “seus ossos seriam quebrados”. Ou uma cabaça com
aplicações de chumaços de algodão branco pode levar um ladrão a pegar varíola.
Semelhante crença de causa e efeito baseia-se na semelhança, não na lógica. A mente
ocidental não pode entender tal coisa, mas o animista não se preocupa com isso. Ele
continua crendo assim, imperturbavelmente, e assim pratica.
a’ – O Pecado e a Lei. O que você pensa que é o pecado? Geralmente dizemos que é a
violação das leis conhecidas. Quais eram as leis dos animistas? É difícil saber com
certeza, porque os animistas, em muitas partes do mundo, não possuíam a arte da
escrita. Por isso, a única lei era uma lei oral, transmitida pelos anciãos do clã. As leis
possivelmente desenvolveram-se a partir do raciocínio baseado na causa e no efeito.
Suponhamos que algum infortúnio desabe sobre uma aldeia, como no caso de uma seca,
de um incêndio ou de uma enfermidade. Os animistas diriam: “É a ira dos espíritos”.
Para eles uma calamidade significa que a natureza está fora de equilíbrio. Alguém,
portanto, tinha pecado. É necessário achar o culpado, para ser feita a propiciação.
A partir daí, podemos reconstituir algumas das leis orais dos animistas:
Alguns povos primitivos até mesmo ofereciam sacrifícios humanos aos seus deuses.
Cada objeto oferecido tinha que estar sem mancha nem mácula. O sacrifício era
39
oferecido num lugar especial e conforme determinado padrão. Trata-se de outra praxe
que o cristão pode usar como ponte para demonstrar ao animista o sacrifício perfeito de
Jesus na cruz.
O animista continua reverenciando esse mesmo tipo de substituto, embora talvez não
tenha consciência do seu significado. Certa vez, alguém mostrou-nos um pequeno
santuário com teto de palha, dedicado aos espíritos dos ancestrais. Lá dentro, havia um
montinho de barro na forma de um cone, com a cabeça e os chifres de uma vaca no
ápice. Sacrifícios de farinha eram colocados diante dele. Quando perguntamos qual o
significado da imagem, recebemos a resposta: “A vaca é um símbolo de fertilidade para
o povo e as safras. Mas Deus está tão longe que preferimos oferecer sacrifícios aos
ancestrais e invoca-los para nos ajudar”.
Todas as religiões têm pessoas sagradas para serem mediadores entre sua deidade ou
poder supremo, e o povo. Fazem as suas orações e interpretam a mente ou a vontade da
deidade. Nas religiões animísticas, podem ser sacerdotes, pajés, médiuns, adivinhos,
xamãs, exorcistas, feiticeiros e assim por diante. Algumas pessoas imaginam que o pajé
é aquele que invoca maldições sobre os outros. Na realidade, porém, funciona como um
herbanário em primeiro lugar, e como adivinho. Como herbanário, fornece remédios
feitos de raízes, folhas e brotos de várias árvores. Mas se uma doença persistir por um
tempo mais prolongado, o pajé age como adivinho ou caçador de bruxas. Talvez passe,
então, a usar a bruxaria, a fim de descobrir a causa de um problema e de neutralizar os
poderes malignos da magia; mas não é um malfeitor. É o feiticeiro quem pratica a magia
negra. Poucos animistas acham que a doença é causada por bactérias, por água
contaminada, por uma picada de inseto ou por problemas orgânicos. O primeiro
pensamento deles é que uma pessoa a causou mediante a bruxaria ou um espírito
maligno. Seguem-se outras definições:
O feiticeiro usa a magia para lesar ou destruir. A magia opera contra o sistema
social e as leis da comunidade. A magia negra é usada para danificar, ao passo
que a magia branca é usada para ajudar;
Você fica pensando, as vezes, a respeito daquilo que acontecerá depois da morte? A
maioria das pessoas começa a ter suas perguntas a respeito da morte, quando tem uma
doença ruim. O animista é assim, também. Acredita que a vida no mundo do porvir é
uma continuação da vida aqui na terra. Mesmo assim, a qualidade da vida no porvir
depende de quão bom ou mau ele tem sido nesta vida. Seu desejo é ser um bom espírito,
a fim de que possa abençoar seus filhos e netos. Como é importante levá-lo à esperança
de ficar com Cristo!
Você pode imaginar como seria a vida sem um sistema de escrita? Você não estaria
lendo essa lição se não tivesse sido estabelecido um sistema de escrita válido para
muitas pessoas comum. Os animistas, diferentemente dos seguidores de muitas
outras religiões, não escreviam livros sacros. As únicas comunicações diretas que os
povos primitivos nos deixaram, acha-se em suas pinturas nas rochas, nas suas
ferramentas de agricultura e nas armas de caça, tais como os numerosos artefatos
que foram escavados pelos arqueólogos. A pessoa que descobre um artefato
frequentemente impõe sua própria interpretação da idade e do significado dele. Por
isso, a mensagem do animista depende, em boa parte, da imaginação e de
conjecturas cultas.
b) A Comunicação Oral:
Boa parte dos nossos conhecimentos dos povos pré-literários deve advir das suas
tradições. Estas são transmitidas de uma geração para outra pelos anciãos da
comunidade. Talvez seja por isso que os poderes da memória dos povos animísticos
são tão notáveis. Na ilha de Malaita, no Sul do Pacífico, os sacerdotes gastam horas
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por dia nos seus templos, recitando os nomes dos ancestrais. Desta maneira,
esperam conservar com vida do poder e a influencia destes.
Em seus estudos, você talvez tenha aprendido como os povos ocidentais passaram por
grandes mudanças no decurso dos séculos. Entre os povos pré-literários, no entanto, as
mudanças ocorriam lentamente. Os Maasai da África Oriental têm sido aqueles que
mais resistiram as mudanças. Ainda usam roupas tradicionais e enfeites de contas. As
mulheres raspam a cabeça, mas os jovens deixam os cabelos ficarem compridos e
usando barro entrelaçam-nos em longas tranças que descem pelas costas. Acreditam que
qualquer mudança diminuiria o valor da sua tradição herdada.
pessoas infelizes. Às vezes envolve congregações inteiras. Os cristãos nas áreas onde
ocorre o sincretismo precisam levar a sério a situação
Esses cinco fatores representam apenas algumas poucas razões por que as pessoas
podem desviar-se do Cristianismo ou incorporarem suas velhas crenças animísticas á
sua nova mentalidade cristã. Ao assim fizerem, anulam os efeitos da sua conversão e
enfraquecem o testemunho daqueles que continuam sendo fiéis a Jesus Cristo. Os
missionários e líderes cristãos nas áreas onde ocorre o sincretismo devem estar em
constante estado de prontidão contra ele.
Nossa avaliação do animismo é do ponto de vista cristão. Por isso, devemos examinar
os elementos tanto negativos quanto positivos do animismo. Quais são os fardos, que
precisam ser aliviados, e que os animistas carregam? Depois, precisamos perceber que
algumas crenças são pontes para a salvação e a vida abundante em Cristo.
10 – ANTROPOCENTRISMO
1 – Introdução:
Então, o valor do novo homem que surge se encontra não mais na família ou linhagem,
mas no prestígio resultante do seu esforço e capacidade de trabalho. O modo de
produção que começa a vigorar é o capitalista, e com ele se dá a superação dos valores
medievais. À classe ociosa, opõe-se o valor do trabalho; à riqueza baseada em terras,
opõe-se ao valor da moeda, dos metais preciosos, da produção manufatureira em
crescimento, da procura de outras terras e mercados.
Desde o Renascimento, a religião suporte do saber vinha sofrendo diversos abalos com
o questionamento da autoridade papal, o advento do protestantismo e a consequente
destruição da unidade religiosa. Ao critério da fé da revelação, o homem moderno opõe
ao poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Ao dogmatismo, se
opõe a possibilidade da dúvida. Desenvolvendo a mentalidade crítica, questiona a
autoridade da igreja e o saber Aristotélico. Assume uma atitude polêmica perante a
tradição. Só a razão é capaz de conhecer.
Agora o problema não é saber se as coisas são, mas se nós podemos eventualmente
conhecer qualquer coisa. Das questões epistemológicas, isto é, relativos ao
conhecimento, deriva a ênfase que marcará a filosofia daí por diante.
Em oposição ao saber contemplativo dos antigos surge uma nova postura diante do
mundo. O conhecimento não parte apenas de noções de princípios, mas da própria
realidade observada e submetida a experimentações. Da mesma forma, o saber deve
retornar ao mundo para transformá-lo. Dá-se a aliança da ciência com a técnica.
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11 – APRIORISMO
Kant afirmava que todo conhecimento começa com a experiência, mas que a
experiência sozinha não nos dá o conhecimento. Ou seja, é preciso um trabalho do
sujeito para organizar os dados da experiência. Assim, o filósofo buscou saber como é o
sujeito a priori, isto é, o sujeito antes de qualquer experiência, e concluiu que o ser
humano possui certas faculdades ou estruturas (as quais ele denomina formas da
sensibilidade e do entendimento) que possibilitam a experiência e determinam o
conhecimento.
12 – ARCADISMO
1 – Introdução:
13 – ARIANISMO
1 – Introdução:
O que é o Arianismo?
2 – Arianismo no Nazismo
O Arianismo ou raça ariana foi uma das bases do pensamento nazista, durante a
Segunda Guerra Mundial. O conceito de raça, pregada por Adolf Hitler, dizia os
alemães descendiam da mais pura linhagem de seres humanos, formados por pessoas
altas, fortes, brancas e inteligentes.
Neste contexto, a palavra “ariana” surgiu a partir do termo Sânscrito Arya, que significa
“nobre”. Atualmente, a ideia de raça ariana é completamente desacreditada e até
considerada um crime.
3 – Arianismo e Monofisismo
O Arianismo, como uma doutrina religiosa, defendia a ideia de que Jesus Cristo não era
um ser divino, mas sim apenas filho de Deus. No entanto, o Monofisismo, um
pensamento cristológico, defende que Jesus tinha apenas uma natureza: a divina. De
acordo com a doutrina pregada por Eutíquio, no século V, a natureza humana sempre é
absorvida pela divina.
14 – ATEÍSMO
1 – Introdução:
Como diz a própria palavra (a-theos=sem Deus), significa a negação de Deus; por isso,
“o ateu é quem afirma que Deus não existe”. A negação de Deus é um fenômeno raro na
história da humanidade. Em todas as épocas encontramos, de vez em quando,
indivíduos que fizeram, mais ou menos abertamente, profissão de ateísmo. Tanto Platão
como Fílon denunciam o ateísmo que atinge, sobretudo a juventude, e o condenam
como “tal gravíssimo”. No entanto, como fenômeno cultural de massa, o ateísmo é
típico da época moderna e precisamente daquele período histórico em que o homem
moderno, através de um longo processo de secularização, depois de progressivamente
ter excluído Deus de muitas atividades e aspectos da vida humana, afinal chegou à
conclusão de que Deus não existe, de que “Deus Morreu”.
2.1 – Ateísmo:
O conceito de Ateísmo, dado que se trata de um termo negativo, deve ser definido em
relação a Deus, do qual é direta ou indiretamente a negativa. Para que haja o ateísmo é
necessário, como diz Gilson, que na negação de Deus esteja incluída também a negação
dos seguintes elementos:
O ateísmo pode assumir várias formas. As principais são três: especulativa, prática e
militante.
b) O Ateísmo Prático é a atitude daqueles que dizem crer, mas na realidade como
se não cressem, vivem numa plena indiferença religiosa e numa vida
50
c) O Ateísmo Militante é o ateísmo ativo, até mesmo agressivo, que declara guerra
intelectual contra Deus e procura construir uma verdadeira anti-religião e uma
aberta anti-teologia. Exemplo típico de ateísmo militante era o praticado pelo
Estado Soviético e pelos Chineses.
“O ateísmo Marxista é militante. Ele critica a religião sob todos os pontos de vista em
todas as épocas históricas, indicando as vias e os meios para derrotá-la definitivamente.
O ateísmo marxista demonstrou que derrota total da religião só se tornou possível
depois da destruição das raízes sociais desta, no curso da construção comunista”.
O ateísmo teorético, além das duas formas indicadas – explícita e implícita – pode
distinguir outras três. Assim, há um ateísmo teorético negativo (limita-se a negar a
realidade de Deus) e um ateísmo teorético positivo (reivindica para o homem os poderes
e os atributos que alienara de si ao criar a figura de Deus). Há também outra importante
subdivisão entre o ateísmo prometêico (que pretende fazer do homem o ser supremo) e
ateísmo nülista (que mergulha o homem no nada: depois de ter destruído Deus, destrói
também o homem).
É a atitude de quem não se decide por nenhuma forma religiosa ou atribui a todas as
religiões o mesmo valor. No primeiro caso, tem-se a indiferença “negativa”; no
segundo, a indiferença “positiva”.
A indiferença religiosa pode ser “prática” (quando não se pratica nenhuma religião) e
“teórica”; esta, por sua vez, se subdivide em relativa e absoluta.
A indiferença religiosa sempre foi julgada negativamente, sendo de fato uma atitude que
indica profunda pobreza espiritual, um deserto interior, falta de compromisso moral,
coerência de vigor especulativa. Pascal considerava monstruosa a indiferença em
relação do destino do homem. “é algo monstruoso ver, no mesmo coração e ao mesmo
tempo, a sensibilidade pelas coisas maiores”. As únicas duas atitudes que Pascal
considerava razoáveis são a de servir a Deus de todo o coração, depois de tê-lo
conhecido, ou então procurá-lo com todas as forças, se ainda não é conhecido. Não
menos categóricas e severas são as palavras de Lamennais, no célebre “Essais Sur
l’indifference em matière de Religion” (Ensaio sobre a diferença em matéria de
religião): “Os indiferentes reais – escreve Lamennais – não negam nem afirmam nada; a
deles não é uma dúvida, porque dúvida é suspensão entre duas possibilidades contrárias
e supõe um exame prévio; a indiferença é uma ignorância sistemática, um sono
voluntário da alma que a priva de vigor para resistir aos próprios pensamentos e para
lutar contra lembranças inoportunas, um embrutecimento universal das faculdades
morais, uma privação absoluta de ideias sobre aquilo que mais importa ao homem
conhecer”.
Entre essas raras exceções encontraram Manlis Sgalambro, com seu trattado Dell’
empietà. Nesse escrito, que é simplesmente uma coleção de declarações desarticuladas,
ele dá vazão ao seu “ódio para com Deus”. Ele ataca Deus com uma virulência incrível,
raramente encontrável na literatura ateia, nem mesmo no ateísmo militante marxista.
“grandes e admiráveis são tuas obras, Senhor Deus todo poderoso, Justos e
verdadeiros são teus caminhos, Rei das nações, Quem não temerá Senhor, E
não glorificará teu nome? Porque só tu és Santo, E todas as nações virão E se
prostrarão diante de ti, Pois teus juízos se tornarão manifestos”.
Uma resenha mais completa das atitudes que se enquadram na órbita semântica do
ateísmo incluirá também os pseudo-ateus. Estes – segundo a definição dada por J.
Maritain – são aqueles “que creem e que não creem em Deus, mas que na realidade
inconscientemente creem nele, pois o Deus cuja existência nega não é Deus e sim
alguma outra coisa”.
3 – As Razões Do Ateísmo
Por que o homem se torna ateu se, como reconhecem os próprios ateus (Feuerbach,
Sartre, Bloch), ele por si é “um animal naturalmente religioso”? Quais são as razões, os
motivos, que o induzem a negar a realidade daquele que, mediante inumeráveis
hierofanias naturais e históricas, dá sinais claros e inconfundíveis da própria existência?
Por que há pessoas que não conseguem ver aquele que foi visto e reconhecido por
muitíssimos outros, desde que o mundo é mundo? Por que não ouvem a voz daquele
que não apenas os primitivos e os analfabetos, mas também os homens mais cultos e
civilizados ouviram claramente, alegremente, confiantemente? E, em segundo lugar, por
que a negação de Deus assumiu proporções tão impotentes na época moderna, que é a
época da “morte de Deus”?
a) “Enquanto Deus é expressamente negado por uns, outros pensam que o homem
não pode afirmar absolutamente nada sobre ele”.
b) “Alguns, porém, submetem a exame o problema de Deus por tal método, que
parece carecer de sentido”.
d) “Alguns exaltam o homem a tal ponto que a fé em Deus se torna como que
enervada e dão a impressão de estar mais preocupados com a afirmação do
homem que com a negação de Deus”.
g) “Em outros casos, enfim, o ateísmo é causado pelo mau exemplo dos crentes;
então é uma reação crítica contra as religiões e, em algumas regiões, sobretudo
contra a religião cristã. Por esta razão, nesta gênese do ateísmo, grande parte
pode ter os crentes, enquanto, negligenciando a educação da fé, ou por uma
exposição falaz da doutrina, ou por faltas na sua vida religiosa, moral e social, se
poderia dizer deles que mais escondem que manifestam a face genuína da Deus
e da religião”.
1. O mal: “Se Deus existisse, não deveria haver mal algum”, pois Deus é
infinitamente bom;
“ora, para explicar aquilo que ocorre neste mundo, bastam às leis da natureza e a
liberdade humana; por isso, não é preciso postular a existência de Deus”. Santo Tomás
viu muito bem: a razão ética do mal e a razão teorética da ciência são, indubitavelmente,
os argumentos que em todas as épocas, tiveram maior peso na negação de Deus.
“De três modos, nos dizem, a ciência teria definitivamente enxotado Deus. Em
primeiro lugar, ela constituiu um novo tipo de análise do real que, com seu rigor
único, só teria valor como conhecimento: a objetividade do saber exclui todos os
antigos modos abstratos de raciocínio, todos os procedimentos análogos, todas as
extrapolações ditas metafísicas, que introduzem a mente num mundo irreal,
imaginário, quimérico, um mundo que ela (a mente) chamava de misterioso e
transcendente e no qual se perdia. Além disso, quanto mais a ciência progride em
suas investigações rigorosamente indutivas, seja em relação à história dos homens,
seja em relação aos fenômenos da natureza, tanto mais elimina as ilusões geradas e
alimentadas pelas crenças relativas à divindade: dado que o homem atribui
naturalmente a causas ocultas, a forças naturais e, finalmente, a partir de um
processo de simplificação, de condensação e de abstração, ou, como dizei Engels,
de “destilação” (processo aparentemente racional, mas sem reflexão crítica),
passou a atribuir à causalidade de um único Deus todos os efeitos cujas verdades
causas ele ignorava. Enfim, nascido da ciência, o prodigioso desenvolvimento da
técnica aumenta todo dia o domínio do homem sobre a natureza e sobre si mesmo;
por isso, o homem toma consciência de um poder verdadeiramente criador; ele se
sente cada vez mais ‘o demiurgo da própria história’ e, por consequência, não sente
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mais a necessidade de imaginar um Deus que seja o remédio universal das suas
fraquezas, como o fora, antes, das suas ignorâncias”.
Existem, porém, muitos outros argumentos ao alcance dos ateus para justificar a
negação de Deus; recordemos alguns deles:
15 – ATOMISMO
1 – Introdução:
A Natureza Do Universo
A palavra átomo designa partículas de matéria que, de tão pequenas, são indivisíveis.
Em sua teoria atômica de 1803, o químico britânico John Dalton (1766-1844) definiu-o
como a menor partícula capaz de conservar as propriedades químicas de um dado
elemento. Vários fenômenos puderam ser explicados com o auxílio desta hipótese,
ainda válida.
2 - Estrutura do Átomo
Até a descoberta do elétron em 1897, pelo físico britânico J.J. Thompson (1856-1940),
não havia descrição física do átomo. O átomo nuclear foi proposto pelo físico inglês
Ernest Ruthford (1871-1937) em 1911. Seu modelo consiste de um núcleo central
pequeno, porém denso, de carga positiva, envolto por elétrons carregados
negativamente. Ele sugeriu que os elétrons orbitavam ao redor do núcleo e que a força
de sua velocidade angular em suas órbitas seria suficiente para compensar a força de
atração exercida pelo núcleo de carga oposta. O núcleo contém mais de 99,9% da massa
do átomo, mas seu diâmetro é de dez elevados a menos quinze m (conforme ao tamanho
do átomo de cerca de dez elevados a menos dez m.).
Uma objeção ao modelo de Rutherford foi formulada pelo físico dinamarquês Neels
Bohr (1885-1962). Bohr observou que, ao se mover em órbita circular, o elétron sofre
aceleração contínua e que uma carga acelerada deveria irradiar energia sob forma de
ondas eletromagnéticas. Se o elétron emitisse energia continuamente, poderia energia e
colidiria com o núcleo; assim, não poderia existir órbita permanente.
3 – Estrutura Do Núcleo
Com exceção do átomo de hidrogênio, que contém apenas um próton, os núcleos dos
átomos encerram uma mistura de prótons e nêutrons – os núcleos. O próton tem carga
positiva, de valor igual à carga negativa do elétron; o nêutron, de tamanho similar ao
próton e eletricamente neutro. Os dois tem massa equivalente a cerca de 1836 vezes a
do elétron, cuja massa em repouso é de 9,11x10 elevado a potência de (- 31) Kg. Os
prótons e nêutrons do núcleo atômico são mantidos unidos por meio da força nuclear
forte, que supera a força eletromagnética de repulsão (bem mais fraca) exercida pelos
prótons positivamente carregados.
É possível que átomos do mesmo elemento com tenham números iguais de prótons, mas
números diferentes de nêutrons em seus núcleos – chamamos de isótopos. Isótopo de
um mesmo elemento contém a mesma carga nuclear e suas propriedades químicas são
idênticas, mas com propriedades físicas diferentes. Um isótopo pode ser representado de
várias maneiras: Urânio-235; U-235 ou U.
4 – Radioatividade
A radiação – tanto sob forma de emissão espontânea de partículas quanto como onda
eletromagnética ocorre a partir da desintegração de certas substâncias. Trata-se de
radioatividade, que pode ser de três tipos: decaimento alfa, beta e gama.
No Decaimento Alfa (α), são produzidos núcleos de hélio com dois nêutrons e dois
prótons – partículas alfa formados pelo decaimento espontâneo de seus núcleos-
precursores. Assim, o Urânio-238 decai para Tório-234 com emissão de uma partícula
alfa (α).
No decaimento gama (γ), o processo radioativo produz fótons de alta energia quando o
núcleo resultante salta de um estado excitado de energia para outro de energia baixa.
5 – Partículas Nucleares
Os Quarks transportam, além da carga elétrica, outro tipo de carga chamada “cor”. A
força associada à carga de cor liga os quarks entre si e é tida como a fonte da força forte
que matem os Hádrons unidos. Assim, a força de cor é a mais fundamental. A força
fraca está associada ao decaimento radioativo beta de alguns núcleos. A teoria da força
eletrofraca demonstrou que as forças eletromagnéticas e as fracas estão vinculadas entre
si e previu a existência das partículas W e Z; subsequentemente descobertas.
6 – Fissão e Fusão
A energia nuclear origina-se a partir de dois processos – fissão e fusão, ambas, formas
de reação nuclear. No processo de fissão, um núcleo grande, como o Urânio – 235
(235U) divide-se formando dois núcleos menores que possuem energias de ligação
maiores que a do Urânio original. Assim, a energia é cedida no processo. A fissão é
usada em reatores nucleares e em armas atômicas. Além do Urânio 235, existem outros
isótopos, como o plutônio-239, que dão origem à fissão.
No processo de fusão, dois núcleos leves se fundem, dando origem a duas partículas,
uma maior e outra menor que os núcleos originais. Geralmente, um deles possui energia
de ligação suficiente alta para liberar grande quantidade de energia. A fusão do
hidrogênio para formar hélio é a fonte de energia de estrelas como o sol. Embora o
processo de fusão solar defira em detalhes do processo simplificado aqui descrito. A
60
7 – Aceleradores Nucleares
16 – AUTORITARISMO
1 – Introdução:
Autoritário = que se impõe pela autoridade que tem ou julga ter; impositivo; arrogante;
arbitrário; despótico.
Déspota = aquele que exerce poder absoluto e arbitrário; o que denomina tiranicamente;
tirano; opressor.
61
2 – Governos e Povos
3 – O Contrato Social
oprimidos. Esta ideia é bastante aceitável nos dias de hoje, mas para a época soava
radical – tendo sida adotada, por exemplo, pelos revolucionários americanos de 1776.
Os Estados Comunistas, como a União Soviética até 1990-91, eram governados por um
único partido, o Comunista. Por volta de 1989-91, o poder do partido comunista nos
países da Europa Oriental se desintegrou e eles passaram a adotar sistemas mais
democráticos. Muitos países, principalmente no terceiro mundo, possuem governos
militares. A partir dos anos 70, todavia, tem havido uma tendência de substituição de
regimes militares por democracias, inicialmente no sul da Europa, depois na América
Latina e, mais recentemente, na África.
5 – Participação Política
Alguns países, como a Suíça, utilizam plebiscitos para permitir que o eleitorado opine
diretamente sobre questões de seu interesse.
6 – A Administração
7 – O Autoritarismo
Nos regimes autoritários, contudo, não há uma ideologia de base que sirva “para a
construção de nova sociedade” e não há mobilização popular que lhes dê suporte. Ao
contrário, em vez da doutrinação política e do incentivo ao engajamento ativista (ainda
que dirigido), há a despolitização que leva à apatia política. O clima de repressão
violenta gera o medo, que desestimula a ação política atuante. Permanece, sempre que
possível, a aparência de democracia: pode haver vários partidos, e mesmo que a
oposição efetiva desapareça, ela existe como oposição formal. O partido do governo é
um mero apêndice do poder executivo.
64
17 – BAHAISMO
1 – Introdução:
Religião fundada em Acre, na Palestina, por um nobre exilado persa, nascido em 1817 e
descendente dos reis Sassânidas, de nome Mirzá Husayn ‘Ali Nuri, hoje conhecido pelo
nome de Baha Allah (glória de Deus) e instituída pelo seu filho, Sir Addul-Bahá Bahai
ou “servo da Gloria de Deus” (1894-1921). Essa seita declara ter mais de um milhão de
adeptos e diz que metade da América é Baha’i.
2 – Histórico:
Influenciado por contatos com fontes gnósticas, sufitas e xiitas, o Bab, que fora
reconhecido por dirigentes da seita islâmica xiita como o sucessor de Maomé, anunciou
modificações que se deveriam fazer no corão, o que revoltou os ortodoxos islamitas.
Depois de grandes e bárbaras perseguições aos adeptos dessa seita, sobretudo porque o
Bab se dizia sucessor de Moisés, Cristo e Maomé, o Bab foi morto em 1850, em Tabriz.
Após sua execução, foram expatriados muitos seguidores da seita, inclusive Baha Allah,
que após alguns anos chegou a Acre, na Palestina, onde se proclemou o novo profeta.
Quanto à Ali Muhammad, Baha Allah dizia que ele teria sido uma espécie de João
Batista, que veio com a missão de preparar o caminho para o verdadeiro profeta.
3 – Baha Allah:
Segundo ensinava, a periódica revelação de Deus aos homens por meio de um profeta
especial como Moisés, Jesus, Maomé, não terminara, como ensinara o fundador do
islamismo, na revelação de Meca e Medina. Agora Deus falava de novo por intermédio
dele.
Sua missão consistia em anunciar a nova era, que se caracterizariam pela união de todos
os homens, culturas, línguas, religiões, sob a bandeira do Bahaísmo, o qual não
pretendia ser outra coisa senão a comunhão de todas as religiões...
4 – Doutrinas:
Jesus – foi um profeta como Moisés, Maomé, e Baha Allah. É uma manifestação de
Deus, sendo que o Baha Allah é uma manifestação mais recente. Veja as palavras de
Jesus:
“e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28.20).
Religião Universal – o Bahaísmo é uma seita fabricada para atender a todos. Embora
tenha cunho islâmico, tenta atrair a hindus, cristãos e judeus. Admite outros profetas de
outras religiões e diz que todas as religiões são essencialmente iguais.
Religião Vaga – como o movimento admite a união de todas as religiões sem que estas
tenha que abandonar seus preceitos e doutrinas, evidentemente, não pode discorrer
sobre certos ensinamentos. Não pode ter dogmas doutrinários e não ensina nada que
venha a ferir diretamente as outras religiões.
Alguns princípios do Bahaísmo, são ideias fundamentais que embora bem elaboradas
para atenderem a todos, chocam-se seriamente com alguns princípios cristãos:
Haverá um dia em que alguns desses princípios serão estabelecidos na terra, porém
nunca da maneira como pensam os bahaístas. Somente debaixo da mão poderosa de
Jesus Cristo poderá a humanidade dobrar-se.
18 - BOLIVARIANISMO
1 – Introdução:
Bolívar é a unidade monetária da Bolívia. Uma palavra da moda no Brasil é usada por
muita gente que não faz ideia de seu significado. Entenda o que é bolivarianismo e por
que ele nada tem a ver com “Ditadura Comunista”.
2 – Histórico:
Após ser apropriado pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, o termo originado
do sobrenome do libertador Simón Bolivar aterrissou no debate político brasileiro. São
frequentes as acusações de políticos de oposição e da mídia contra o governo federal
petista. Lula e Dilma estariam “transformando o Brasil em uma Venezuela”. Mas o que
é o tal Bolivarianismo de que tanto falam? Bolivarianismo é sinônimo de ditadura
comunista? Antes de sair por aí repetindo definições equivocadas, leia as respostas
abaixo:
e) Mas esse regime que Chávez chamava de bolivarianismo era comunista? Não.
Apesar de o ex-presidente Venezuelano ter o termo “Revolução Bolivariana”
para referir-se ao seu governo. A ideia era promover mudanças políticas,
econômicas e sociais como a universalização à educação e à saúde, além de
medidas de caráter econômico, como a nacionalização de indústrias ou serviços.
Chávez falava em “Socialismo do século XXI”, Mas o governo venezuelano
continua no país, assim como a parceria com empresas privadas nacionais e
estrangeiras. Empreiteiras brasileiras, chinesas e bielo-russas, por exemplo,
constroem moradias para o maior programa habitacional do país, o gran mission
vivenda Venezuela, inspirado no brasileiro minha casa minha vida.
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f) O Brasil “virou uma Venezuela”? Esta afirmação não faz sentido. O Brasil é
parceiro econômico e estratégico da Venezuela, mas as diretrizes do governo
Dilma e do governo de Nicolás Maduro são bastante distintos, tanto na retórica
quanto na prática.
g) Os Conselhos Populares são bolivarianos? Não, e aqui o engano vai além do uso
equivocado do adjetivo. Parte da Política Nacional de Participação Social, os
Conselhos Populares seriam a base de um complexo sistema de participação
social, com finalidade de aprofundar o debate sobre políticas públicas com
representantes da sociedade civil. Ao contrário do alegado por opositores, os
conselhos de participação popular não são uma afronta à democracia
representativa. Conforme observou o ex-ministro e fundador do PSDB Luiz
Carlos Bresser Pereira, os conselhos estabeleceriam “um mecanismo mais
formal por meio do qual o governo poderá ouvir melhor as demandas e
propostas (da população)”.
19 – BRAMANISMO
(Uma Fé A Rigor)
1 – Introdução:
2 – Os Livros da Fé:
3 – Os Degraus da Desigualdade:
4 – Os Caminhos da Pureza:
A justificação do bramanismo para tal sistema está no karma. Assim, se alguém nasceu
num casta inferior, é porque houve má conduta na sua vida anterior; em compensação, a
conduta virtuosa hoje conduz a casta mais elevada amanhã. É que a fé hinduísta se
baseia na teoria da reencarnação: após a morte, a alma renasce num novo corpo, e uma
próxima vida será mais feliz se praticarmos boas ações, pois, segundo uma lei do karma,
“só colhemos aquilo que semeamos”. A série de renascimento tem por meta final a
moksha (libertação espiritual ou iluminação), que integra o crente na natureza de
Brama. O mesmo fim pode ser atingido por diferentes caminhos: a ação, o amor, o
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conhecimento, e a ascese da yoga (união com o divino), que somente se obtém através
de uma profunda concentração mental.
5 – Os Avatares de Vishnu:
Dois cultos predominam entre numerosas seitas do hinduísmo: os de Siva e Vishnu, que
formam com Brama a trindade suprema denominada Trimuriti. Por meio dessas duas
divindades, Brama intervém para destruir, conservar ou criar. Graças a Siva, a
fecundidade da terra e dos homens é consumida em ciclos de vida e de morte. Por ser o
perpétuo destruidor, Siva permite também a constante procriação e transformação de
tudo quanto existe. As antigas seitas dos seguidores de Siva celebravam cultos orgíacos,
cujos remanescentes ainda subsistem, Vishnu é o deus do amor e da fé, e manifesta-se
de formas diversas. Essas manifestações chamam-se Avatares, que são encarnações
divinas, principalmente em corpos humanos. Entre os Avatares de Vishnu, Rama e
Krishna – humanos de maior valor – realizaram façanhas incríveis, descritas em
epopeias hindus. Quando missionários católicos foram pregar na Índia a doutrina de
Cristo, tiveram a surpresa de ver Jesus tomado por mais um dos avatares de Vishnu.
6 – Os Desânimos de Arjuna:
Em 250 mil versos, a epopeia Mahabhârata (“Grande Índia”) descreveu a guerra entre
os kurus e o pândavas para a conquista de Hastinapura, importante centro da civilização
ariana. Num episódio que resume a mensagem do bramanismo (o Bhagavad Gitâ ou
“Sublime Canção”), dialogam Krishna e o príncipe pândava Arjuna. O homem,
representado por Arjuna, acha-se rodeado de ilusões que pertencem à sua natureza
mortal e inferior. Como se identificou com elas, falta-lhe ânimo para vencê-las. O
divino Krishna ensina então, como conhecer o caminho da libertação e da imortalidade.
E Arjuna enfrentará sem medo a batalha.
7 – Os Rituais da Vida:
O hinduísmo obriga seus fiéis aos rituais durante toda a vida, o primeiro dos quais é o
do nascimento e equivale ao batismo: à criança é dado mel misturado com manteiga
numa colherinha de ouro. A primeira saída de casa (4 meses), o primeiro alimento
sólido (6 meses) e o primeiro corte de cabelo (3 meses) também são comemorados.
Há quatro fases na vida ideal de um homem. Numa idade que varia entre os 8 a 24 anos,
conforme a casta, dá-se a “iniciação”, que simboliza o nascimento espiritual do
bramachin (estudante). O jovem é confiado a um mestre religioso para servi-lo e
aprender os “Vedas”. Pelo casamento, celebrado junto ao fogo sagrado do templo hindu
se torna griasta (chefe de família) e passa a presidir os ritos domésticos. Aproximando-
71
Para os grandes ritos, porém, é indispensável a presença dos brâmanes, que conhecem
como ninguém o segredo dessa complicadas e exigentes cerimônias. Daí vem seu poder.
As seitas hinduístas incluem numerosos cultos populares, nos quais são venerados
alguns animais como a serpente e a vaca. Todos evitam causar-lhes a morte, pois a
serpente é consagrada a Vishnu e a vaca pertence a Siva e tem imagens nos templos.
Isso significa que os fiéis não podem usar carne de vaca na alimentação. Embora
situadas no extremo oposto dos párias, as vacas da Índia também são intocáveis, mas
com privilégios que os homens párias não têm.
A cidade santa dos hindus é Benares, localizada no Nordeste do país, às margens do rio
Ganges, onde, segundo a tradição, Siva teria morado durante sua vida terrena. Milhões
de peregrinos para lá afluem a fim de se banharem no rio sagrado e purificarem a alma.
Nas águas desse rio também são espalhadas as cinzas dos mortos, pois é praticada a
cremação. Apenas os ascetas e as crianças com menos de dois anos não são cremados,
enterram-se os seus corpos.
8 – Os Cultos Hoje:
20 – BUDISMO
1 – Introdução:
Podemos perguntar, com razão: “uma crença que não reconhece a existência de nenhum
deus pode ser considerada uma religião? Não se trata apenas de um sistema de ética ou
de uma filosofia oriental?”.
Nem por isso, o budismo deixa de ser uma religião. Realmente, com mais de duzentos e
cinquenta milhões de seguidores, é uma das religiões mais importantes do mundo.
No jardim das religiões do mundo, há uma seção reservada ao budismo. É uma das
maiores seções e orgulha-se de que tudo o que nela há é bom e belo. Nenhuma vida
deve sofrer. Todas as pessoas são bondosas umas com as outras. A flor predileta do
Budismo é a lótus, porque retrata a posição que o homem deve adotar na meditação
profunda. Nesta condição, pode tornar-se um santo, e um ajudador ou salvador da
humanidade.
2 – Conhecendo o Budismo:
Na sua história, que já conta com vinte e cinco séculos, o budismo tem sido uma das
maiores forças civilizadoras que o Extremo Oriente já conheceu. Trouxe ideias
profundas à cultura da China na Dinastia Tang dos séculos VII ate X d.C. Criou as
maiores mudanças e influência espiritual de todas as religiões do Japão, da Birmânia, da
Tailândia, do Tibet, do Laos da Camboja e do Sri Lanka. Qual é esta religião? Por que
tem uma influência tão ampla no Extremo Oriente e um domínio forte sobre seus
seguidores? São estas algumas das questões que analisaremos.
O jovem Gautama foi criado no luxo, no esplendor principesco e no prazer físico. Tinha
três palácios: um para a estação fria, um para a estação quente, e um para a estação das
chuvas. Com outros rapazes ricos dos seus tempos, sobrepujava nos esportes. Certa vez,
num concurso de arqueiros, conquistou a mão de uma bela moça, filha de um rajá.
Casaram-se e tiveram um filho. O pai Gautama, não querendo que este se tornasse um
líder religioso, não deixou que visse o lado escuro da vida. Procurou impedi-lo de ver
quatro coisas: um cadáver, um idoso, um doente e um monge ascético. Mesmo assim,
seu filho acabou tendo experiência das coisas proibidas. Viu um cadáver putrefato, uma
mulher idosa encurvada, um homem com uma infecção horripilante e um monge cheio
de paz, que renunciara o mundo e escolhera o ascetismo. Então Gautama percebeu que a
vida que a maioria das pessoas vive é de sofrimento e de dor, e ficou profundamente
perturbado.
O problema do sofrimento perturbou tanto o jovem príncipe, que não podia continuar
morando num palácio de vida fácil e de fartura. Certa noite, aos vinte e nove anos de
idade, resolveu deixar a sua casa e buscar uma resposta. Partiu no seu carro puxado a
cavalos, noite adentro. Depois de certa distância, cortou os cabelos e a barba e mandou-
os de volta com o cocheiro. Trocou de roupas com um mendigo e continuou a pé.
Certo dia desmaiou e caiu num córrego, mas a água fria o reanimou. Pensou na sua
situação e reconheceu que o caminho do asceticismo não satisfaria. Ficou em pé, lavou-
se entrou numa taberna e tomou uma boa refeição. Quando os amigos o viram comer,
chamaram-no de traidor e o abandonaram. Depois sua refeição, foi andando em direção
ao rio Nairajara e ficou sentado à sombra de uma árvore bodhi (que significa
“conhecimento”) para meditar. Declara-se que ficou ali durante 49 dias, meditando em
suas experiências. Finalmente, raiou na sua mente uma verdade que o satisfez. Chamou-
a de sua iluminação. A partir de então, passou a ser chamado Buddha ou “o iluminado”.
A árvore tornou-se sagrada para os budistas, quase tão significante quanto a cruz para os
cristãos.
ascéticos que o tinham desprezado. Pregou a eles, no parque das gazelas em Benares, a
respeito das Quatro Verdades Nobres. Os amigos, vendo a transformação em Gautama,
aceitaram seus ensinos, e formou o Sangha, a ordem monástica budista.
O Buda morreu aos oitenta anos de idade, ao comer cogumelos estragados. Suas últimas
palavras foram: “Esforcem-se sinceramente para operarem sua própria salvação”. Seus
seguidores acreditam que ao morrer, o Buda entrou em nirvana o ponto final de todos os
desejos.
A escola do sul era chamada Hinayana, que significa o “veiculo menor”. Seus
seguidores, no entanto, preferiam chamarem-se os budistas Theravada, ou seja: “o
caminho dos antigos”. São os mais conservadores entre os seguidores das suas escolas,
e alegam que seguem os ensinamentos originais do próprio Buda. Os mahayanistas
opõem-se a esta reivindicação, e enfatizam a vida do Buda mais do que seus
ensinamentos. As localizações principais do budismo theravada hoje são Sri Lanka,
Birmânia e o Sudeste asiático.
75
3 – Crenças do Budismo:
De início a doutrina de Gautama era mais um sistema de ética do que uma religião. Mas,
à medida que se expandiu para outros países, houve definição de doutrinas e
desenvolveu-se um sistema de crenças.
Aquilo que Gautama aprendeu na sua meditação debaixo da árvore bodhi, deve ser
estudado dentro do contexto dele. Seu ensino era uma revolta contra o hinduísmo
ortodoxo, mas mantinha certo número das crenças deste. Uma delas era a reencarnação,
a crença de que toda a vida passa por ciclos incontestáveis de nascimento, de morte e de
renascimento. Mantinha, também, a doutrina do karma, mediante a qual a boa conduta é
premiada e a má conduta é castigada na vida futura. Opunha-se ao sistema das castas,
no entanto, acreditava que todos os homens eram iguais.
Deus não existe de modo algum, de conformidade com os budistas, porque semelhante
ser estaria além do entendimento humano. Dizem que o homem está encarregado do seu
próprio destino. Uma das ironias da história é que Buda, que negava um ser supremo, é
adorado com mais imagens do que qualquer outra pessoa na história universal! Muitos
títulos divinos são dados a ele. Os escritos budistas o chamam: “Um rei de reis
universais, um vencedor. Deuses e homens o adorarão como o Grande que transcende o
tempo. No mundo dos deuses, não há nenhum que é igual a ele. Quando ele nasceu, os
cegos recobraram a sua vista, como se estivessem desejosos de ver a sua glória. Os
surdos recuperaram a audição. Os mudos falaram. Os presos foram libertos das suas
cadeias e correntes”. Mesmo assim, os budistas dizem que não oram ao Buda. As suas
milhares de estátuas têm a finalidade de expressar a calma, a sabedoria e a iluminação.
O budista não tem nenhuma autoridade suprema, nenhum papa e nenhuma cerimônia
para a conversão. Não exige a obediência a um conjunto de regras legalistas, tais como
aquelas que o judaísmo impõe, nem um ato de submissão, como no caso do Islamismo.
A pessoa pode tornar-se budista mediante a prática do caminho Óctuplo e dos seus
princípios. Assim, espera-se chegar a um estado de ausência do ego.
1. A Crença ou a Compreensão Certa. Isto significa que devemos ter certas convicções,
tais como as Quatro Verdades Nobres. Devemos crer que o sofrimento abunda e que é
causado pelo desejo de uma existência e realização separada. Devemos crer que pode
ser curado e que o meio para a cura é o Caminho Óctuplo.
3. A Fala Certa. A linguagem revela o caráter e é uma alavanca para alterá-lo. A pessoa
deve tomar a resolução no sentido de nada falar, senão a verdade. Buda disse que o
logro reduz o caráter. O motivo existente por detrás das defesas da pessoa é o medo de
revelar aquilo que realmente é. A fala certa é evitar a tagarelice vã, os mexericos, e as
ofensas verbais.
78
3.5 – A Alma:
No budismo, anatta tem significado de “nenhuma alma”. O Buda diz que existe um ego,
mas nenhuma alma. Para ele, a alma é uma ilusão, à qual foi dado um nome. Ao invés
disto, fala a respeito de karma. A próxima encarnação da pessoa é determinada segundo
o caráter desta. Buda prefere a palavra consciência. Esta é passada adiante como uma
série de pontos e não como um rio que corre. O Buda emprega o exemplo de uma
chama. “A chama no final de vela não é a mesma que a chama original. Da mesma
maneira, nossa conexão com outra pessoa não é de substância, mas de influência”. O
egoísmo anuvia toda boa intenção. É como pisar nas cinzas que encobrem o fogo; o pé
fica queimado.
3.6 – A Salvação:
laços a serem rompidos. Há, por exemplo, três inebriantes: a cobiça, o ódio e a
ignorância. Há cinco impedimentos: o prazer sensual, a má-vontade, a preguiça, a
dúvida e o desassossego. Dez correntes ou vícios negativos atam a pessoa à roda da
existência. Os budistas Theravada acreditam que, quando um monge vence as cinco
primeiras corrente, galgará nirvana e será um arahat.
3.7– Nirvana:
4 – Escritos do Budismo:
De início, os ensinos budistas tinham a forma falada. Foi somente no século I a.C., na
ilha de Sri Lanka, que os primeiros budistas foram registrados. O primeiro escrito
sagrado é o Cânon Pali, que contém as crenças principais dos budistas Theravad. O
Cânon Pali é chamado Tripitaka ou “três Cestos”, porque tem três partes. Estas foram
originalmente escritas em folhas de palmeira e conservadas em cestos.
A primeira parte é chamada Vinaya Pitaka, o “cesto da ordem”. Descreve parte da vida
de Buda e algumas regras de disciplina para os monges. A segunda parte é chamada
Sutta Pitaka. É o “cesto de ensino”, ou livro de instruções, e contêm os discursos do
Buda, bem como 547 lendas a respeito de existência anteriores do Buda. A terceira
seção é Abhidhamma Pitaka. É um cesto acadêmico e metafísico, e contêm a teologia
budista, que não é para o povo comum.
O tamanho total desses três escritos tem cerca de onze vezes o tamanho da Bíblia. Ao
serem traduzidos e impressos nas línguas europeias, ocupa cerca de quatro vezes o
volume das nossas Bíblias. O Sutta Pitaka é o mais importante, porque contém as
palavras do próprio Buda. É subdividido em quatro nikayas ou ensinos. O último, o
khuddka nikaya, é um grupo de quinze obras, compostas depois da morte de Buda.
Inclui o tratado moral importante, o Dhammapada, que significa “Vesículos da Lei”.
Muitos padrões éticos nos escritos budistas são de alta qualidade e fazem nos
lembrar da Bíblia Sagrada:
O ódio não cessa através do ódio, em ocasião alguma; o ódio cessa através do amor. Se
alguém o amaldiçoar, você deve reprimir todo o ressentimento. Faça a decisão firma:
“Minha mente não ficará perturbada, nenhuma palavra irada escapará dos meus lábios,
permanecerei bondoso e amigo, com pensamentos amorosos e sem nenhum rancor
oculto”. Se, pois, você for atacado com punhos, com pedras, com paus ou com espadas,
você deve continuar reprimido todo o ressentimento e conservar uma mente amorosa.
80
5 – Desenvolvimento do Budismo:
O budismo era e é uma religião missionária. Espalhou-se por toda a Ásia Oriental. A
tradição budista conta que em 60 d.C. um imperador chinês sonhou que uma imagem
dourada do Buda apareceu do ocidente. Enviou mensageiros para além das montanhas
Himalaias para descobrir a origem do sonho. Foi o início do budismo na China. A
Tailândia seguiu os mesmo passos no século II d.C.
a. – Movimento de Expansão:
O budismo maha yana foi grandemente promovido pela conversão ao budismo do rei
Asoka da Índia (270-232 a.C.). Asoka foi para o budismo aquilo que Constantino foi
para o Cristianismo. Fez do budismo uma grande religião mundial, e sua roda da lei
tremula hoje na bandeira da Índia. Escreveu verdades budistas nas rochas em muitas
partes do país e enviou missionários a lugares distantes tais como a Macedônia, a Síria e
o Egito. Nomeou um ministro de Assuntos Religiosos e fundou hospitais. Mediante os
seus esforços, o budismo tornou-se a religião mais forte em Sri Lanka e alguns dos
grandes estudiosos budistas tiveram sua origem naquele país.
Dois outros se tornaram tão famosos como Marco Polo nos livros de viagens. Um foi
Fa-Hsien, que deixou a China em 399 d.C., passou quinze anos na Índia, procurando os
santuários nos lugares onde Gautama tinha habitado e compilou um relato como
testemunha ocular daquilo que descobriu. O outro, Hsuan-Tsang, foi para a Índia em
629 d.C. e passou dezesseis anos ali. Voltou com livros que traduziu para o chinês. Há
mais de mil volumes atribuídos a ele e aos seus alunos. A corte da Dinastia Tang,
durante a qual vivia, ficou cheia de convertidos ao budismo. As artes desenvolveram-se
grandemente no período, e alguns dos artistas tornaram-se famosos pelas suas obras.
Nas ruas da capital da Dinastia, estudiosos budistas achavam-se debatendo doutrinas
com confucionistas, taoístas e até mesmo com cristãos.
O princípio zen têm tocado em muitas áreas da vida japonesa. Uma delas é o conceito
do “acidente controlado”, que significa que aquilo que não é planejado é mais valioso
do que aquilo que é planejado. É usado na pintura, na arquitetura, na cerâmica, nos
arranjos florais, na música e na poesia. Por exemplo, o desenho feito no papel poroso
não pode ter emendas e, portanto, é mais belo do que aquele que foi cuidadosamente
planejado e trabalhado.
c. – A Conquista Comunista:
Uma antiga profecia budista dizia que, depois de 2,500 anos, o budismo murcharia ou
gozaria de um reavivamento. A data-chave, segundo os historiadores budistas, seria 24
de maio de 1956. O teste real do budismo, no entanto, surgiu em 1949 quando a China
foi derrotada pelo comunismo. Calcula-se que duzentos milhões de budistas mahayana
caíram diante do comunismo. Os budistas, sendo seguidores de uma religião mansa, não
resistiram. O próprio Gautama repreendeu seus discípulos por causa da ira deles pelo
ataque a um santo. Disse: “Aquele que fere leva vergonha, mas maior vergonha leva
aquele que, ferido, revida ferido”.
destruição dos templos chineses para preserva-los, não como santuários religiosos, mas
como monumentos nacionais.
“Não creiam, ó monges, em nada que seu professor lhes ensine, por mero
respeito a ele. Mas tudo quanto vocês, mediante a análise, descobrirem
ser vantajoso para o bem-estar de todos os seres, creiam naquele ensino,
apeguem-se a ele, e tomem-no como seu orientador.”
6 – Avaliação do Budismo:
21 – CALVINISMO
1 – Introdução:
Apesar disso, a Fé Reformada costumava levar o nome de Calvino, por ter sido ele seu
grande expoente. Atualmente, o termo também se refere às doutrinas e práticas das
Igrejas Reformadas. O Sistema costuma ser sumarizado através dos cinco pontos do
Calvinismo.
2 – Desenvolvimento:
Os calvinistas romperam com a Igreja Católica Romana, mas diferiam dos Luteranos na
doutrina sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, princípio regular do culto, e o uso
da lei de Deus para os crentes, entre outras coisas.
O termo Calvinismo pode ser enganoso, pois a Tradição Religiosa que por ele é
identificada sempre foi diversificada, com uma vasta gama de influências, em vez de
um único fundador. O movimento foi chamado pela primeira vez calvinismo pelos
Luteranos que se opunham a ele, e muitos dentro da Tradição preferem usar o termo
Reformado para descrevê-lo.
3 – História:
Uma vez que tem múltiplos fundadores, o nome “Calvino” induz ligeiramente ao
equívoco, ao pressupor que todas as doutrinas das Igrejas Calvinistas se revejam nos
escritos de João Calvino. O nome aplica-se geralmente às doutrinas protestantes que não
são luteranas, e que têm uma base comum nos conceitos calvinistas, sendo normalmente
ligadas a igrejas nacionais de países protestantes, conhecidas com Igreja Reformadas,
ou a Movimentos Minoritários de Reforma Protestante.
Só havia, então, uma maneira de resolver esse problema: o próprio Deus reatando os
laços. Deus então segundo a doutrina da predestinação escolheu alguns dos seres
humano caído para salvar da pecaminosidade e restaurar para a comunhão com ele.
Deus teria tomado esta decisão antes da criação do universo. Mas é claro que não é por
causa de quaisquer boas ações que eles foram escolhidos: “porque pela graça sois
salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós; é dom de Deus; não vem de Obras, para
que ninguém se glorie.” (Efésios 2.8,9).
4 – Doutrina
Deus fala também através de escritores humanos na Bíblia, que é composto de textos
separado por Deus para a auto-revelação. Teólogos reformados enfatizam a Bíblia como
um meio excepcionalmente importantes pelos quais Deus se comunica com as pessoas.
As pessoas ganham conhecimento de Deus pela Bíblia (que é a forma escrita), e não
pode ser adquirida em qualquer outra forma.
Teólogos reformados afirmam que a Bíblia é verdadeira, mas as diferenças surgem entre
eles sobre o significado e a extensão de sua veracidade. Seguidores da escola
conservadora dos teólogos de Princeton,tais como a Igreja Presbiteriana do Brasil,
Igreja Presbiteriana Nacional no México e Igreja Presbiteriana na América,
consideram que a Bíblia é verdadeira e infalível, ou incapaz de erro ou falsidade, em
todos os lugares. Este ponto de vista é muito semelhante ao do Catolicismo Ortodoxo,
bem como o Moderno Evangelicalismo.
87
4.2 – Pacto
Teólogos usam o conceito de aliança para descrever a maneira como Deus entra em
comunha com as pessoas na história. O conceito de aliança é tão proeminente na
teologia reformada que ela é como um todo e às vezes, é chamada “Teologia da
Aliança". No entanto, teólogos dos séculos XVI e XVII desenvolveram um sistema
teológico particular chamado “Teologia da Aliança” ou “Teologia Federal” que muitas
igrejas reformadas conservadoras continuam a afirmar nos dias de hoje. Esse sistema
estabelece uma divisão sobre a relação de Deus com as pessoas, principalmente em dois
aspectos: o pacto de obras e o pacto da graça.
O pacto das obras é feito com Adão e Eva no jardim do éden, onde Deus proveria uma
vida abençoada no jardim com a condição de que Adão e Eva obedecessem à Lei
Divina perfeitamente. Como Adão e Eva quebraram o pacto ao comer o fruto proíbido,
eles ficaram sujeitos à morte, foram banidos do Jardim e o pecado foi transmitido a toda
a humanidade. Teólogos Federais geralmente inferem que Adão e Eva teriam ganho a
imortalidade caso tivessem obedecido perfeitamente.
Segundo pacto, chamado pacto da graça, é dito ter sido feito imediatamente após o
pecado de Adão e Eva. Nele, Deus graciosamente oferece a Salvação e da Morte, sob
condição de fé em Deus. Este pacto é administrado em formas diferentes em todo o
Antigo e Novo Testamento, mas mantém a substância de ser livre de uma exigência de
perfeita obediência.
4.3 – Deus
Com base na tradição cristã oriental, estes teólogos reformados propuseram uma
“Trindade Social”, onde as pessoas da trindade só existem em sua vida juntos como
pessoas-em-relação. Confissão reformadas contemporâneos como a Confissão de
Barmen e as Declarações da Igreja Presbiterana (EUA) tem evitado a linguagem sobre
os atributos de Deus e têm enfatizados seu trabalho de reconciliação e de capacitação
das pessoas. O teólogo reformado Michael Horton, no entanto, argumentou que o
Trinitarianismo Social é insustentável porque abandona a unidade essencial de Deus
em favor de uma comunidade de seres separados em comunidade.
Os cristãos acreditam que a morte de Jesus e ressurreição torna possível para os crentes
alcançar o perdão dos pecados e reconciliação com Deus por meio da expiação chamado
Expiação Substituta, o que explica a morte de Cristo como um pagamento de sacrifício
pelo pecado. Acredita-se que Cristo ter morrido no lugar do crente, que é considerado
justo, como resultado desse pagamento sacrificial.
4.5 - Pecado
Na teologia cristã, as pessoas são criadas boas e na imagem de Deus, mas se tornaram
corropidas pelo pecado, o que faz com que sejam imperfeitas e excessivamente auto-
interessadas. Cristãos reformados, seguindo a tradição de Agostinho de Hipona,
acreditam que esta corrupção da natureza humana foi causada por ocorrência do
primeiro pecado de Adão e Eva, uma doutrina chamada Pecado Original. Teólogos
reformados enfatizam que este pecado afeta toda natureza de uma pessoa, incluindo sua
89
vontade. Sob esta visão o pecado domina as pessoas de forma que são incapazes de
evitar o pecado, tem sido chamado de “Depravação Total”.
Em português, o termo “Depravação Total”, pode ser facilmente mal interpretado para
significar que as pessoas estão ausentes de qualquer bondade ou incapazes para fazer
qualquer bem. No entanto, o ensino reformado na verdade é que, enquanto as pessoas
continuava a suportar a imagem de Deus, podem fazer coisas que são exteriormente
boas, mas suas intenções pecaminosas afetam toda a sua natureza e pelo que eles não
são totalmente agradáveis a Deus.
5 – Interpretação Sociológica
O calvinista acredita que Deus é soberano em todas as coisas e portanto, o homem não
tem participação alguma na própria salvação, logo, Deus predestinou os seus
escolhidos para a salvação, uma vez que, a humanidade após o pecado não teria
condições de voltar ao criador por estarem mortos em seus pecados e delitos. O
calvinista não tem dúvidas de sua salvação, e nem por isso se acham um grupo seleto,
pelo contrário, o calvinismo atuou de forma forte na Reforma Protestante levando o
evangelho para todas as pessoas. cabe apenas a Deus o saber de todas as coisas e de
quem são seus eleitos. Os calvinistas seguem as Escrituras e prega a todos e seguem o
mandamento do Senhor Jesus de pregar o Evangelho. Sendo um bom cristão,
trabalhando muito, seguindo sempre todos os princípios bíblicos, o calvinista faz tudo
pela glória de Deus. Com essa cosmovisão, por meio do trabalho a sociedade se
desenvolveu economicamente fazendo com que houvesse uma ligação com o
Capitalismo.
Ocorre que o uso das ideias calvinistas para alavancar da sociedade capitalista é
equivocadamente relacionado as ideias capitalistas intrínsecas ao calvinismo. Calvino
em sua obra afirma que a riqueza não tem razão de ser se não para ajudar aos que
necessitam, e critica a avareza ao dize que o fruto do trabalho só é digno se útil ao
próximo:
“Da mão de Deus tens tu o que possuis. Tu porém, deverias usar de humanidade para com
aqueles que padecem necessidades. És rico? Isso não é para tem bel prazer. Deve a caridade
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faltar por isso? Deve ela diminuir? Não está ela acima de todas as questões do mundo? Não
é ela o vínculo da perfeição?”
“Condena o profeta a estes ladrões e assaltantes que lhe parecia deterem o poder de oprimir
a gente pobre e o pequeno trabalhador, uma vez que eram eles que tinham grande
abundância de trigo e grãos.... e o mesmo como se cortar sem a garganta dos pobres,
quando os fazem assim sofre fome.”
Mas o calvinismo se espalhou pelos países que estavam passando pelo processo da
Expansão Comercial. Entre eles os países eram: França, Holanda, Inglaterra e
Escócia. Isto atraíra vários comerciantes e banqueiros.
6 – Demografia
A família reformada de Igrejas é uma das maiores denominações cristãs. De acordo com
adherents, com os reformados/presbiterianos/congregacionais/igrejas Unidas
representam 75 milhões de crentes no mundo.
7 – Denominações Calvinistas
8 – Calvinismo no Brasil
a) França Antártica
A França Antártica foi uma tentativa de colonização francesa no território brasileiro (na
região do atual estado do Rio de Janeiro). Empreendido pelo vice-almirante Nicolas
Durand Villegaignon, o projeto iniciou-se com a chegada das naus francesas em 1555 e
durou até a expulsão definitiva em 1567. “Esse empreendimento contou com o apoio do
almirante Gaspar II de Coligny (faleceu em 24 Ago 1572), influente estadista e futuro
líder dos calvinistas franceses, os huguenotes”.
Este espírito de paz e tolerância, no entanto, não durou muito. Em virtude de questões
teológicas (que reproduziam as guerras religiosas que grassavam na Europa),
Villegaignon passou a perseguir os colonos huguenotes. Um personagem importante
desta mudança de atitude foi o ex-frade dominicano Jean de Cointac. Para ele “a
participação sacramental da ceia não devia obrigar a pessoa a ser cristã de confissão
calvinista e, por outro lado, dizia ele que o sacramento do batismo devia seguir o rito
católico romano”. Grupos de opiniões passaram, então, a se confrontar. Villegaignon
deixara de lado suas novas convicções calvinistas, pois numa carta à Igreja Reformada
de Genebra, assim se refere às doutrinas dos huguenotes: “esses delírios [a doutrina de
Charlier] nos agitavam turbos enormes e quanto mais cuidadosamente se discutia, mais
aparecia a vacuidade da doutrina”. A consequência foi primeira, a proibição dos cultos
dos Calvinistas, depois suas reuniões de oração e, por fim, a sua expulsão do Forte
Coligny.
descreveria suas experiências em seu livro história d’um Voyage faict em la terre du
Brésil (1578).
Com a passagem de um navio que seguiria para a França (o Les Jacques), os colonos
expulsos resolveram retornar a seu país. “mesmo não se opondo ao embarque,
Villegaignon enviou instruções secretas para serem entregues ao primeiro juiz em
França, dizendo para que se executassem os huguenotes como traidores e hereges”.
No entanto, estas instruções acabaram não servindo diretamente para alguns colonos,
pois ao perceber o risco de naufrágio, cinco deles – Jean du Bourdel, Martthieu
Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques Le Bolleur – voltaram à terra firme.
Villegaignon os aprisionou imediatamente e exigiu uma resposta, por escrito, em doze
horas, uma série de questionamento teológico. Os huguenotes presos ofereceram a
resposta por meio da redação de um documento conhecido como Confissão de Fé da
Guanabara.
Le Baleur chegou a São Vicente, onde pregou a fé cristã a partir do ponto de vista
calvinista. Foi detido, por insistência dos jesuítas, e levado a Salvador, então capital da
Colônia, ficando preso entre os anos de 1559 e 1567. Por fim, foi levado para o recém-
fundado Rio de Janeiro e, sob as ordens do governador Geral Mem de Sá, condenado à
forca. O carrasco, no entanto, recusou-se a executá-lo. Diante disso, o Padre Jesuíta José
de Anchieta e teria estrangulado com suas próprias mãos.
b) França Equinocial
“França Equinocial fora um empreendimento Católico que teve como principal chefe
um protestante: La Ravardière”.
A segunda fase das invasões holandesas foi uma colonização em todos os sentidos do
termo. Espalhando-se por grande parte do território nordestino, o Cristianismo
calvinista era a religião oficial durante o domínio holandês. No entanto, havia liberdade
95
9.3 – Organização
Os cultos eram simples, segundo o modelo litúrgico reformado. Dois serviços eram
realizados nos domingos: um culto às nove horas da manhã e uma celebração de
catequese no período da tarde. Frans Schaldwijk também apresenta um resumo da
liturgia calvinista no Brasil Holondês:
“O pastor iniciava o culto com o ‘votum’: “O nosso socorro vem do Senhor que fez o
céu e a terra”, saudando em seguida a igreja com “graça e paz a vós outros por parte de
Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo na Comunhão do Espírito Santo”. Em seguida
a igreja cantava alguns salmos de Davi e confessava seus pecados numa oração dirigida
pelo pastor. Logo após, a promessa de ‘perdão’, vinha a leitura dos dez mandamentos,
como norma para a vida de gratidão. Em seguida a outro cântico congregacional de um
salmo, vinha a pregação, que durava quase uma hora. (...). O culto se encerrava com
cântico, oração, benção apostólica e uma coleta para a diaconia”.
Segundo Schalkwijk, pode-se dividir a história da Missão Reformada junto aos ídios do
Nordeste do Brasil em três etapas: a preparação (1630-36), a expansão (1637-44) e a
conservação (1645-54).
Alguns dos que haviam embarcado para a Holanda após o fim da invasão na Bahia
retornaram para servirem como intérpretes dos missionários juntos aos nativos do
Nordeste Brasileiros. Passado cinco anos na Europa, e após aprenderem a ler e escrever,
estes índios (entre eles, Pedro Poti) foram os primeiros missionários protestantes
Brasileiros.
Igreja romana uma “igreja de Moanga” uma igreja falsa. Poucos anos depois, entretanto,
não restava nada da Genebra Brasileira.
11 – Protestantismo de Imigração
Com o decreto de abertura dos Portos, promulgado por Dom João VI em 1808, um
número grande de estrangeiros afluiu ao Brasil. Dentre estes, muitos eram protestantes
(em especial, os ingleses, anglianos em sua maioria). Outros tratados (como o de
Aliança e Amizade e o de comércio de navegação) traziam artigos que concediam
liberdade religiosa aos estrangeiros que aqui chegassem.
Somando-se estes fatores ao incentivo real à uma geração europeia, houve uma nova
chegada – depois de um século e meio – de protestantes em solo brasileiro. A esta
influência de protestantes, seja em razão do comércio, seja por colonização imigratória,
chama-se protestantismo de imigração.
A presença calvinista pode ser vista, também, no serviço de capelania dos marinheiros
estadunidenses ancorados no Brasil. Em 1851 e 1854, este posto foi ocupado pelo pastor
presbiteriano Rev. James Cooley Fetcher. Mesmo após abandonado o posto de
capelão, Fletcher continuou no Brasil, ocupando posição importante no processo de
inserção do protestantismo no país.
O primeiro missionário calvinista a organizar uma igreja formada por brasileiros foi o
médio e pastor escocês Ver. Robert Reid Kalley. Ele já havia servido como missionário
na Ilha da Madeira entre 1838 e 1846, aprendendo, por conta disso, a língua portuguesa.
Kalley e sua esposa Sarah chegaram ao Brasil em maio de 1855 e, no mesmo ano,
organizaram a primeira escola dominical em território Brasileiro. “Em 11 de julho de
1858, Kalley fundou a Igreja Evangélica, depois Igreja Evangélica Fluminense (1863),
cujo primeiro membro brasileiro foi Pedro Nolasco de Andrade”. A Igreja Evangélica
Fluminense (uma Igreja Congregacional, de doutrina calvinista) é a primeira Igreja
Protestante, fruto do trabalho missionário, brasileiro.
“No sábado, celebramos a Santa Ceia, e recebi por profissão de fé a Henry E. Milford
e a Cardoso Camilo de Jesus. Foi uma obra de gozo íntimo. Antes mesmo do que eu
esperava, Deus me deu os primeiros frutos de nossa missão. Sinto-me grato, mas julgo
que devia estar mais ainda. O culto de comunhão foi dirigido por Schneider e por mim,
em inglês e português. O Sr. Cardoso, o seu próprio pedido e de acordo com o que nós
mesmos, depois de muito pensar e hesitar tinha achado melhor, foi batizado. Seu exame
foi julgado mais do que satisfatório por Schneider e por mim, e não nos deixou dúvida
com respeito à realidade de sua conversão”.
99
12 – Indigenização
22 – CAPITALISMO
1 – Introdução:
b) Capitalismo e Globalização:
2 – Expansão do Capitalismo:
Como tendência geral, as antigas oficinas dos artesãos foram sendo substituídas pelas
fábricas, e novas máquinas tomaram o lugar de muitas ferramentas. Em lugar das
tradicionais fontes de energia – como água, vento e força muscular – passou-se a utilizar
também o carvão, a eletricidade e o petróleo.
Todas essas inovações tecnológicas somaram-se muitas outras, ao longo do século XIX,
como a utilização em larga escala do aço, a invenção da locomotiva elétrica, do motor a
gasolina, do automóvel, do motor a diesel, do avião, do telégrafo, do telefone, da
fotografia, do cinema e do rádio etc. o impacto dessas transformações ainda ecoa em
nossos dias.
Esses avanços reforçaram a confiança no poder da razão, gerada nos séculos anteriores,
levando cada vez mais ao entusiasmo com a ideia de progresso da humanidade e à
apologia da ciência como principal condutora no caminho para um mundo melhor.
Por “modo de produção”, devemos entender a maneira como se origina o processo pelo
qual o homem age sobre a natureza material para satisfazer as suas necessidades.
102
“Produzir é (...) trabalhar”, pondo “em movimento forças” que ajam sobre a natureza.
Estas forças variam com a história e com a sociedade. O trabalho é assim, não só “um
processo (...) entre um homem e a natureza”, mas “supõe uma força de sociedade”
realizando-se em certas “condições sociais”, as “relações sociais de produção”:
Segundo Karl Marx, “...na produção social da sua vida, os homens entram em
determinadas relações, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção
que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças
produtivas materiais”.
Quaisquer que elas sejam, as relações de produção assumem três funções seguintes:
4 – Meios de Produção:
5 – Alienação:
Entretanto, ao contrário de uma visão fatalista da história, em que essa situação ser
repetiria initerruptamente, Marx faz uso do Materialismo Dialético para demonstrar
como se daria a ruptura da ordem capitalista. O trabalhador, mesmo vivendo
individualmente essa dominação, enquanto integrante de uma classe social, poderia
tomar consciência dessa situação de opressão.
104
A parte daí se mobiliza enquanto classe para promover a sua verdadeira libertação,
através de uma revolução. Portanto, era da própria situação de exploração que nasceria a
força de classe operária. Para além da alienação econômica, há também a alienação
religiosa.
Influenciado por Feuerbach, Marx afirma que é preciso destruir a religião para que o
homem se recupere a si próprio, pois o único Deus do homem é o próprio homem. A
alienação religiosa faz com que o ser humano deixe de lutar pela melhoria da sua
condição social, acreditando estar em deus à justificativa para a desigualdade do mundo
capitalista. Assim sendo, é Deus quem decide quem é pobre ou rico, esvaziando de
sentido de luta contra a desigualdade.
Marx considera essa a principal das tarefas do movimento socialista, para se atingir o
comunismo; (...) comunismo com superação positiva da propriedade privada, enquanto
auto alienação do homem, ou seja, como apropriação real da essência humana por meio
de e para homem. Por isso, considera-o como regresso perfeito, consciente e dentro da
riqueza total do desenvolvimento atual do homem para si mesmo enquanto homem
social vale dizer, humano.
burguesa era equivalente a desvendar toda a lógica sobre o mundo burguês e, portanto,
contribuir para a revolução proletária.
23 – CATOLICISMO ROMANO
1 – Introdução:
A Igreja Católica afirma ser a única e verdadeira igreja de Cristo, alegando sua
existência desde o início do cristianismo, considerando inclusive se a Igreja que Jesus
Cristo fundou, tendo em Pedro, um dos seus discípulos, o seu primeiro papa.
O Catolicismo Romano pode ser encarado como uma religião tão falsa como as outras.
Infelizmente, nos últimos tempos, a Igreja Católica está usando uma estratégia que está
enganando a muitas pessoas. Trata-se do Ecumenismo que tem como principal
finalidade enredar todos os credos na teia católica e que tem sido aceito até mesmo por
alguns evangélicos despercebidos.
É o maior ramo do cristianismo e o mais antigo como Igreja organizada. Com sede no
Vaticano, a Igreja Católica (do grego Katholikos, universal) estrutura-se em dioceses,
dirigidas por bispos subordinados ao papa, considerado sucessor do apóstolo Pedro. O
atual papa, Francisco, é o argentino Jorge Mario Bergoglio (1936), que assume o posto
em 2013 depois da renúncia de Bento XVI.
No Brasil, para onde foi trazida pelos colonizadores portugueses, a Igreja Católica
permanece unida ao Estado até 1890. O país tem o maior número absoluto de católicos
no mundo: 123,2 milhões, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE.
2 – Histórico:
evangelizar os gentios com grande ardor missionário. Um exemplo disso está na própria
igreja de Antioquia que enviou a Barnabé e a Paulo.
Até aí, as igrejas eram autônomas e não tinha nenhuma forma de governo eclesiástico.
Admitiam serem guiadas e orientadas pelo Espirito Santo, o Consolador prometido por
Jesus. Respeitavam as orientações dos apóstolos e não reconheciam líder algum sobre
eles que tivesse a incumbência de representar a Cristo quer espiritualmente, quer
administrativamente, papel atribuído ao próprio Espírito Santo.
Muitas perseguições vieram de encontro aos cristãos, começando com Nero (54 a 68
A.D.), Imperador Romano, até o ano 311, quando apareceu o Édito de tolerância,
publicado por Galério, Imperador Romano no oriente, reconhecendo a insânia da
perseguição aos cristãos.
Em 323, Constantino passou a dominar todo o Império Romano, uma vez que o império
do ocidente havia caído. Esse imperador revolucionou a posição do cristianismo em
todos os aspectos. Primeiramente, proporcionou igualdade de direitos a todas as
religiões, e depois, passou a fazer ofertas valiosas ao cristianismo, construindo igrejas,
isentando-o dos impostos e até mesmo sustentando clérigos.
O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor (325 AD), presidido por Constantino, bem como
os outros que lhe sucederam, eram compostos de todos os bispos, alguns nomeados pelo
Imperador, outros que se autonomeavam e outros que eram nomeados por líderes
religiosos das diversas comunidades.
católica e apostólica” – daí por diante inserida no símbolo dessa fé. A Igreja ortodoxa e
as igrejas reformadas também admitem essa qualificação.
Roma teve muitos bispos, entretanto o primeiro a sustentar e defender sua autoridade,
exercendo o direito de impor suas ordens aos bispos de toda a parte, foi Leão I (440-
461) que pode ser considerado o primeiro papa do Catolicismo Romano.
Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era
valiosa diante de Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes
do ano 500 o culto da virgem Maria já estava vitorioso. O paganismo romano teve
grande influencia na formação do culto católico; daí dizer-se católico-romano.
São tantas as diferenças entre a Igreja Católica e a Igreja Evangélica, que precisaríamos
escrever alguns volumes para estabelecê-las. Apresentaremos resumidamente alguns
conceitos da fé católica, comparando-os com o conceito da fé protestante, de acordo
com a Bíblia, mostrando a falsidade dos ensinamentos católico-romanos.
a) Igreja Católica
Aceita como canônicos (inspirados) livros que não constam do cânon hebreu;
- as tradições;
- os escritos dos “pais da igreja”;
- os ensinos da própria Igreja Católica;
- os ditames infalíveis do papa.
b) Igreja Evangélica
a) Igreja Católica
Diz que é a única e verdadeira igreja e que fora dela não há salvação;
Diz que foi fundada sobre Pedro, a rocha;
Diz que é a única que tem os sinais da verdadeira igreja: que é santa, uma,
católica, apostólica e romana.
b) Igreja Evangélica
Compõe-se de todos os que estão unidos em Cristo por uma fé viva nele como o
Filho de Deus e Salvador do homem, sem outros intermediários;
Crê que Jesus é o único salvador e o único mediador entre Deus e o homem;
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Não está disposta a aceitar as ideias católicas e nem tampouco reclama algum
título para si.
a) Igreja Católica
Diz ser apostólica, fundada por Pedro e prega suas doutrinas baseando-se no fato
de ter sido fundada por Pedro e outros apóstolos;
Aceita doutrinas baseadas em interpretações daqueles que chama “pais da
igreja”, ou dos papas.
b) Igreja Evangélica
24 – CETICISMO
1 – Definição:
A Possibilidade do Conhecimento
110
a) Ceticismo:
Nada existe. Mesmo se existisse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; “concedido
que algo exista e que podemos conhecer não o podemos comunicar aos outros. Essas
três proposições, atribuídas a Górgias (sec. IV, a.C.), um dos representantes da sofística,
exemplificam a postura conhecida como ceticismo.
Naquele mesmo século, outro grego chamado Pirro, acompanhando Alexandre Magno
em suas expedições de conquista, conheceu muitos povos com valores e crenças
diferentes. Como geralmente fazem os céticos, deve ter confrontado a diversidade das
convicções que animam os homens, bem como as diferentes filosofias tão
contraditórias, abstendo-se no final de abrir a qualquer certeza.
Skeqtikós, em grego, significa “que observa”, “que considera”. O cético tanto observa
quanto considera que conclui, nos casos mais radicais, pela impossibilidade; e nas
tendências moderadas, pela suspensão provisória de qualquer juízo.
25 – CINISMO
1 – Introdução:
A palavra cinismo vem do grego kynos, que significa “cão”; cínico, do grego kynicos,
significa “como um cão”. Assim, o termo cinismo designa a corrente dos filósofos que
se propuseram viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto.
111
Levavam ao extremo a tese socrática de que o ser humano deve procurar conhecer a si
mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por isso, Diógenes de Sínope (413-327
a.C.), o pensador mais destacado dessa escola, é conhecido como o “Sócrates demente”,
ou o “Sócrates louco”, pois questionava os valores e as convenções sociais de forma
radical e procurava levar uma vida estritamente conforme os princípios que considerava
moralmente corretos.
Há muitas histórias de sabedoria e humor sobre Diógenes. Uma delas conta que ele
morava em um barril e que, certa vez, Alexandre Magno foi visitá-lo. De pé em frente à
“casa”, Alexandre perguntou-lhe se havia algo que ele, como imperador, poderia fazer
em seu benefício. Diógenes respondeu prontamente: “Sim, podes sair da frente do meu
sol”. Diz a lenda que Alexandre, impressionado com o desprezo do filósofo pelos bens
materiais, teria comentado: Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes”.
26 – CLASSICISMO
1 – Introdução:
A literatura clássica sofreu profunda influencias das ideias do filosofo grego Platão, que
incentivava o homem a se afastar do universo restrito dos sentidos e tentar alcançar as
formas puras, elevadas, verdadeiras, que somente a razão poderia oferecer.
2 – autores e poetas:
27 – COMUNISMO
1 – Introdução:
Socialismo e Comunismo.
O Estado burguês deve ser destruído e a propriedade privada dos meios de produção
deverá ser suprimida. Deve ser instaurada a ditadura do proletariado, para evitar a
contrarrevolução. Esta primeira fase é o socialismo, cujo lema é: “De cada um,
segundo sua capacidade, a cada um segundo seu trabalho”.
2 – A Revolução Russa
Na virada do século XX, a Rússia ainda era um Estado feudal. O Czar Nicolau II
governava, assim como fizeram seus ancestrais, como um monarca autocrático,
sustentando-se em uma burocracia ampla e ineficiente. Sua vontade era imposta pela
polícia do Estado. E pelo Exército e seus oficiais controlavam a educação e censuravam
a imprensa. Dissensões eram impiedosamente abafadas. A situação era bastante
favorável para uma revolução.
A maioria dos súditos russos era de camponeses pobres, controlados por latifundiários
nomeados pelo governo. Apesar da abolição da servidão (sujeição dos camponeses às
classes proprietárias) em 1861, os camponeses ligavam-se fortemente à terra por um
sistema comunal de arrendamento.
Contudo, cada vez mais camponeses migravam para as cidades, pois a Rússia iniciara
um rápido processo de industrialização na primeira década do século XX auxiliado por
capital ocidental, especialmente francês. A vida para cerca de 15 milhões de operários
era dura. A moradia e as condições de trabalho nas fábricas eram ruins, propiciando o
aparecimento de partidos radicais e revolucionários. Os dois mais importantes era o
Partido Social Revolucionário (PSR) e o Partido Social Democrata (PSD). O líder deste
último era Vladimir Slitch Ulianov, mais conhecido como Lênin (1870-1924).
3 – As Raízes da Revolução
Em 1904-5, a Rússia entrou em guerra com o Japão e foi derrotada. Antes disso, a
inquietação social já crescia nas áreas urbanas e rurais. A derrota para os japonês
precipitou a revolução. No domingo sangrento (22 de janeiro de 1905), tropas abriram
fogo contra uma manifestação pacífica próxima ao palácio de inverno do Czar em São
Petersburgo. Cerca de 1000 pessoas – incluindo mulheres e crianças – morreram.
Seguram-se, então, uma greve geral, revoltas camponeses nas áreas rurais, tumultos,
assassinatos, motins do exército. Em outubro de 1905, o Czar permitiu a eleição de uma
Duma, o parlamento, o que trouxe os reformadores políticos moderados para o lado do
governo, conseguindo suprimir a revolta.
As primeiras duas dumas foram radicais na opinião do Czar e, em 1907, uma Duma
conservadora foi eleita após mudanças eleitorais. Algumas reformas ocorreram no
governo dos principais ministros Petr Arckadievich Stolypin (1863-1911), que tolheu o
poder dos latifundiários e criou uma pequena classe de camponeses proprietários de
terra. Contudo, Stolypin era malquisto tanto pela esquerda quanto pela direita e
terminou sendo assassinado.
114
A I Guerra Mundial colocou a sociedade russa sob enorme pressão. Após três anos de
guerra, o exército havia sofrido oito milhões de baixas e mais de um milhão de homens
haviam desertado. A inflação estava galopante e os camponeses passaram a não mandar
seus produtos para as cidades, o que levou à escassez de alimentos. O respeito pelo
governo imperial – dominado pelo corrupto e libertino monge Grigori Efimovich
Rasputin (c. 1872-1916) – havia desaparecido e a propaganda política revolucionária
espalhou-se entre soldados e trabalhadores.
4 – Lênin e os Bolcheviques
Lênin estudara as idéias de Karl Marc e tentava substituir o capitalismo por um Estado
operário comunista. Decidiu que o povo russo precisava da liderança de uma elite
educada e dedicada. Seus adversários, no partido social democrata, que queriam um
partido para as massas, foram chamados de Mencheviques (ou a minoria), embora na
verdade os seguidores de Lênin, os bolcheviques (ou a maioria), formassem o menor
grupo.
Quando a revolução de março começou, Lênin estava exilado na Suíça, mas, em abril de
1917, os alemães auxiliaram sua volta à Rússia em um trem lacrado. Passou a planejar a
queda do governo provisório, que decidira continuar a guerra contra a Alemanha e
estava sendo lento na introdução da reforma agrária. A promessa de Lênin de “Pão, Paz
e Terra” conquista muitos para a causa bolchevique. Depois de tomar o poder em
novembro de 1917, Lênin passou a atacar grupos socialistas rivais usando o cheka
(polícia secreta) como arma e executou o Czar deposto e sua família.
Os bolcheviques foram forçados a aceitar uma dura paz com os alemães em Brest-
Litovsk em março de 1918, mas isso os permitiu concentrar esforços na guerra civil que
começara na Rússia. Os “vermelhos” opunham-se aos “Brancos” – uma coalização de
democratas, socialistas e racionários unidos só pela oposição a Lênin – e aos exércitos
enviados pela Grã-Bretanha, França, Japão e Estados Unidos.
Contudo, as diversas facções brancas não conseguiram coordenar sua estratégia e foram
paulatinamente derrotadas pelo exército vermelho criado por Leo Trotsky (1879-1940).
Em meados dos anos 20, ficou claro que os bolcheviques haviam triunfado. A Rússia
foi, então, atacada pela Polônia, que tinha objetivo de tomar territórios da parte
ocidental. O exército vermelho resistiu e conseguiu avançar ate Varsóvia antes de sofrer
115
uma derrota no rio Vístula. Durante a guerra civil, o exercito vermelho reconquistou
também várias áreas não-russas do ex-império czarista que haviam formado suas
próprias repúblicas em 1918. A união das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi
formalmente criada em 1922.
A morte de Lênin em 1924 iniciou uma batalha pelo poder entre seus sucessores. Em
1929, Joseph Stalin emergiu vitorioso, permanecendo líder absoluto até sua morte, em
1953. Seu maior rival, Trotsky, defendera a expansão da revolução por toda a Europa.
Em meados dos anos 20, Trotsky saíra do poder, sendo exilado no México, onde foi
morto em 1940 por um comunista espanhol, talvez a mando de Stalin.
O primeiro dos planos quinquenais para melhoria da indústria pesada soviética também
começou em 1928. Geralmente, os alvos eram ambiciosos demais; contudo, a indústria
soviética começou a alcançar o ocidente.
Como nos dias pré-revolucionários, um crescimento industrial tão rápido causou muitas
dificuldades. O padrão de vida caiu e a força de trabalho industrial dobrou para 6
milhões; os oficiais soviéticos não hesitaram em punir a subprodução com o
aprisionamento em campos de trabalho.
116
6 – URSS e a Europa
Embora os governos europeus temessem que a URSS espalhassem a revolução por seus
países, os soviéticos desempenharam um papel relativamente pequeno nos assuntos
europeus nesse período. O tratado de Rapall de 1922 uniu a URSS à Alemanha, mas,
com ascensão de Hitler, os soviéticos começaram uma dura guerra de propaganda
política contra os nazistas.
28 – CONCEPTISMO
Definição:
Corrente literária barroca, mais associada à prosa, que valoriza a apreensão do conceito
(sinônimo Cultismo).
29 - CONCRETISMO
Conceito:
Movimento na música erudita e nas artes plásticas que surge na Europa nos anos 1950.
Prega a elaboração formal precisa, com foco na racionalidade, em obras que
ambicionam acabar com a distinção entre forma e conteúdo.
Os precursores são o suíço Max bill, nas artes plásticas, e, na música, o francês Pierre
schaeffer. Na literatura, a primeira manifestação ocorre no Brasil, com o grupo
noigandres, formado pelos poetas augusto de campos, Haroldo de campos e Décio
Pignatari.
117
30 – CONSTRUTIVISMO
1 – Introdução:
Escola das artes plásticas, do cinema e do teatro que ocorre basicamente na Rússia logo
após a revolução russa, em 1917. Defende a arte funcional, que deve atender as
necessidades do povo e divulgar os ideais revolucionários. Nas artes plásticas, o
pioneiro é o pintor vladimir tatlin. No cinema, o grande nome é o cineasta russo serguei
eisenstein.
2 – Arte Moderna
3 – Método Construtivista
31 – CRIACIONISMO
(veja tópico 46 sobre evolucionismo)
Conceito:
O criacionismo é uma teoria que tenta explicar a criação do homem. Embora, ela não
possa ser comprovada em laboratório, a coincidência para por aí, pois na abordagem
que se faz ela possui características próprias. A Bíblia, especificamente no livro de
Gênesis, narra a história da origem de tudo que há ao nosso redor, como o sol, as
estrelas e os seres vivos. O primeiro versículo da Bíblia diz: “No princípio criou Deus
os céus e a terra”. E essa é a ideia central do Criacionismo: Deus criou todas as coisas,
inclusive o homem.
A mitologia grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu.
Epimeteu teria criados os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de
barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para
dadr vida à raça humana. Já a mitologia Chinesa atribui a criação da raça humana à
solidão da deusa Nu Wa, que ao perceber sua sombra sob as ondas de um rio, resolveu
criar seres à sua semelhança.
Desta forma, caba a cada julgar e adotar, por meios de critérios pessoais, a corrente
explicativa que lhe pareça mais plausível.
32 – CRISTIANISMO
1 – Introdução:
O Cristianismo é uma religião que tem raízes no Judaísmo, mas que se estendeu muito
além daqueles limites, pois abrange muitas culturas e nações e é de maneira ampla a
maior crença do mundo inteiro. Onde tem penetrado, tem elevado os padrões sociais e
educacionais. Quase uma em cada três pessoas identifica-se de alguma maneira com o
Cristianismo. Assim como o Judaísmo e o Islamismo, o Cristianismo teve sua origem
no Oriente Médio. Apesar disso, seu desenvolvimento histórico e sua influência têm
sido principalmente no Ocidente e dele os povos ocidentais derivam seus ideais da
justiça, da liberdade e da oportunidade.
O fundador desta crença foi um homem de baixa condição social. Durante sua vida, era
desconhecido fora do cantinho do Império Romano onde viveu e morreu. Nunca
possuiu um lar, nem teve família. Tinha poucos bens terrestres e pouquíssimo dinheiro.
Usava roupas singelas, andava por estradas poeirentas, pescava com barco emprestado e
usou o lanche de um menino para alimentar uma multidão. Tirou uma moeda da boca de
um peixe para pagar o imposto do templo. Dava vida e esperança àqueles que entravam
em contato com ele. Não edificou nenhum templo, nem escreveu livro algum. Não fez
nada de mau, não quebrou nenhuma lei, mas morreu em uma cruz como criminoso e foi
sepultado em túmulo emprestado. Mas agora, a maior parte do mundo data as moedas,
os calendários e a correspondência segundo a data de seu nascimento. Quem é ele? É
Jesus Cristo, o filho de Deus.
1.1 – Cristianismo:
O Cristianismo é a religião que conta com o maior número de fiéis no mundo. Com
origem na doutrina judaica, tem início com as pregações de Jesus Cristo, no século I, na
região da Palestina. Após sua morte, seus apóstolos (enviados, em grego) difundem a
doutrina nas regiões do Mediterrâneo. O credo ganha força no século IV, quando o
Império Romano faz dele sua religião oficial. A partir do século XV, as grandes
navegações europeias disseminam a fé cristã pelo planeta.
O cristianismo tem por livro sagrado a Bíblia e professa que o Deus criador envia a terra
seu filho, como Messias (Cristo, em grego), o salvador. Após morrer na cruz, em favor
dos homens, que haviam perdido a graça divina no início da criação do mundo, Cristo
ressuscita e oferece a salvação e a vida eterna aos que se reaproximarem de Deus e
seguirem seus preceitos.
120
2 – Histórico do Cristianismo
a) Conhecendo o Cristianismo;
O Cristianismo é a religião de Jesus Cristo. Cristo é a versão grega da palavra
judaica Messias ou “ungido”, e o nome dado a Jesus pelos seus discípulos. O nome
Jesus é a forma grega da palavra hebraica Joshua ou da palavra aramaica Yeshua.
Condições Históricas:
Bem pouca coisa é conhecida a respeito da infância de Jesus. A mãe dele era
esposa de um carpinteiro em Nazaré, e Jesus foi treinado na mesma profissão até
chegar aos trinta anos de idade. João Batista, seu primo, tinha começado a pregar
que o reino de Deus estava próximo e batizava as pessoas como sinal deste fato.
Jesus foi para o rio Jordão para ser batizado por João e, enquanto Ele saía da
água, uma voz do céu declarou que ele era o filho de Deus. Então, o Espírito
levou Jesus para o deserto onde ele jejuou durante quarenta dias e neste período,
foi tentado por satanás. Foi uma tentação tríplice:
Jesus resistiu a cada uma dessas tentações e saiu vitorioso com um conceito nítido da
sua missão e do seu messianismo. A partir de então, começou a pregar as “Boas Novas”
às pessoas. Tratava-se delas arrependerem-se dos seus pecados e crerem nele. Desta
maneira, podiam ter a vida eterna.
Os eventos do primeiro ano do ministério de Jesus incluem seu batismo e sua tentação,
a chamada dos seus primeiros discípulos, a transformação da água em vinho, a
purificação do templo, o ministério na Judéia, o encontro com Nicodemos, e a prisão de
João Batista.
O terceiro ano do ministério de Jesus começou na Galileia. Depois, ele foi para o sul,
em direção a Jerusalém, onde passou três meses. Durante algum período de tempo, ele
ficou fora da Galileia – em Tiro e Sidom, na Peréia e em Cesaréia de Felipe – antes da
viagem final até Jerusalém. Alguns eventos importantes foram: a confissão de fé pelos
122
b’) Conflitos
Jesus era uma ameaça aos líderes estabelecidos pela religião judaica. Ele não
considerava as barreiras sociais, convivia com os publicanos, com os pecadores
e tinha as mulheres em alta estima. Inverteu os padrões geralmente aceitos, com
ditados tais como: “os primeiros serão os últimos, e os últimos, os primeiros”.
Não desprezava os vizinhos samaritanos, um povo minoritário, não
considerando, de sangue misto. Na realidade, o herói de uma das histórias mais
famosas de Jesus foi um samaritano, ao passo que os “vilões” vieram dos líderes
religiosos judaicos. Jesus louvava a fé demonstrada por certos gentios, em
contraste com os judeus.
Jesus foi crucificado numa colina pequena fora de Jerusalém, chamada Calvário, uma
palavra em Latim que significa “caveira”, ou em aramaico “Gólgota, com o mesmo
significado”. A crucificação era o método romano de executar escravos e rebeldes.
Quando Jesus morreu, houve segundo diz Lucas 23.44, trevas sobre a terra desde o
meio-dia até às quinze horas. Mateus diz que o véu do templo foi rasgado de cima a
baixo, houve um terremoto e alguns sepulcros foram abertos. Antes do pôr do sol,
momento em que o sábado começaria, um rico ancião dos judeus forneceu um sepulcro
novo para sepultar o corpo de Jesus. E assim ele foi sepultado num sepulcro
emprestado.
123
Mas ao terceiro dia, Jesus ressuscitou dentre os mortos, apareceu a Maria Madalena,
depois aos discípulos e, posteriormente a quinhentas pessoas (1 Co 15.3-8). Jesus
permaneceu com os discípulos durante quarenta dias no seu estado ressurreto e
explicou-lhes o significado da sua vida, da sua morte e da sua missão. Depois, ele os
deixou e foi elevado numa nuvem para voltar ao Pai (At. 1.1-11). Os discípulos
reuniram-se num cenáculo, a fim de orarem pela vinda do Espírito Santo, que Jesus lhes
prometera. Depois de dez dias, o Espírito Santo desceu e batizou-os na sua plenitude,
dando-lhes poder e capacitando-os para sua grande tarefa de evangelização. Este
grandioso evento a vinda do Espírito Santo, é chamado O Dia de Pentecoste.
Começaram, então a pregar que Jesus ressuscitou e que era Senhor e Salvador. A
ressurreição de Jesus ainda é o enfoque da pregação cristã.
Paulo referia-se aos cristãos como a ecclesia, os que foram “chamados para
fora”. Também os chamava o “Corpo de Cristo”. A palavra ecclesia é usada na
tradução grega do Antigo Testamento, chamada Septuaginta (LXX). Significa
“assembleia, congregação” ou “povo de Deus”. No Novo Testamento refere-se à
assembleia total ou a um grupo local de cristãos, como por exemplo: “a igreja
em Antioquia” (At. 13.1). Refere-se a um corpo que tem muitos membros e não
ao edifício da igreja (1 Co 12.13-27; Ef. 4.16). Já no fim do século I d.C., grupos
de cristãos estavam espalhados ao redor do Mediterrâneo inteiro. No século II,
estenderam-se para o Egito, a África do Norte e a Gália.
b) Crenças do Cristianismo
Os elementos da teologia cristã foram dados em forma breve por Jesus, porque
conforme ele explicou seus seguidores não conseguiram aprender mais do que isso.
Estes temas, porém foram expandidos por apóstolos tais como Paulo, Pedro e João, e
estão registrados nas Epístolas do Novo Testamento. Muitos dos ensinamentos de Jesus
são éticos, ao passo que boa parte da doutrina de Paulo é teológica. Jesus fez muito uso
124
O tema de muitas parábolas era o reino de Deus (Mt 13), como entrar nele (Jo
3.5) e como mantê-lo firme no coração (Lc 8.1-15). A mensagem primária de
Jesus era que o reino de Deus estava próximo ou perto (Mc 1.15). Os
Evangelhos apresentam Jesus como o rei enviado por Deus (Lc 1.32-33). Por
exemplo, ele entrou em Jerusalém como Rei da Paz, montado num jumento, um
símbolo da paz (Mt 21.4,5). Seu desejo é ser rei nos corações das pessoas. O rei
ensinava as pessoas a amarem-se mutuamente (Jo 13.34). Ele voltará, em poder,
no fim desta era e estabelecerá seu reino visível na terra (Mc 9.1; Lc 21.27).
a) O Messias
A palavra Messias provém do Hebraico, que significa “Ungido”. Os hebreus
ungiam três tipos de pessoas: rei (1 Sm 10.1), sacerdotes (Lv 4.3; 8,30) e
profetas (Sl 105.15). A promessa do Messias estava vinculada ao Filho de Davi,
cujo reino duraria para sempre (2 Sm 7.12-16). Jesus não ensinava diretamente
que Ele era o Messias, mas aceitou as palavras que André dirigiu a Pedro:
“Achamos o Messias” (Jo 1.41). Quando a mulher samaritana disse que o
Messias havia de vir, Jesus lhe disse: “Eu o sou, eu que falo contigo” (Jo 4.26).
Quando o sumo sacerdote lhe perguntou se Ele era o Cristo, Ele respondeu: “Eu
o sou” (Mc 14.61,62).
b) O Filho de Deus
Nenhum outro fundador de uma religião declarou ser o Filho de Deus, nem
sequer um ser divino, mas os cristãos acreditam que Jesus é Deus exatamente
como Ele disse. Ele é declarado Deus na carne por: aquilo que fazia e aquilo que
dizia, e aquilo que era. “Andou fazendo o bem” (At 10.38). “Nunca homem
algum falou assim como este homem” (Jo 7.46). “Vimos a sua glória” (Jo 1.14).
Perto do fim do seu ministério, Jesus perguntou aos seus companheiros mais
íntimos quem o povo acreditava que Ele era. Jesus louvou Pedro pela sua
resposta, e declarou que lhe tinha sido revelado por Deus, e esta confissão tem
sido a pedra fundamental da igreja cristã: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”
(Mt 16.16).
c) A Trindade
Antes de Jesus deixar a terra, prometeu o Espírito Santo, outro consolador, que
tomaria as coisas de Deus e as revelaria aos discípulos. Disse que o Espírito
convenceria o mundo do pecado, que levaria o povo de Deus para toda a
verdade, e dar-lhe-ia poder para testemunhar em todo o mundo (Jo 14.16-18, 26;
15.26; 16.7-14). O Espírito Santo é Deus, o agente de Cristo no mundo hoje. O
Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas em uma só. Cada pessoa
demonstra as qualidades da personalidade e da deidade em igualdade perfeita, e
é manifestada sem confusão, a perfeita unidade na trindade. Isto é um mistério
para nossas mentes finitas, mas a trindade representa a manifestação do Deus
126
d) Os Credos da Igreja
A teologia da igreja já foi sujeita a muitas disputas no decurso dos séculos, e os
líderes eclesiásticos têm procurado formular credos que expressam a crença dos
cristãos. O Credo dos Apóstolos foi um dos primeiros a serem propostos. Cerca
de 185 d.C. Irineu, bispo de Leão na Galileia, publicou um livro no qual
defendeu a fidelidade à doutrina dos apóstolos nos Evangelhos e nas Epístolas.
A Igreja em Roma adotou o credo para defender a fé contra os gnósticos e
Marcião, que estavam ativos naquele período. Na sua forma primitiva, o credo
dizia:
Creio em Deus Pai Todo-Poderoso; e em Jesus Cristo seu único
Filho, nosso Senhor, o qual nasceu da virgem Maria, padeceu sob o
poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e está sentado à mão
direita de Deus Pai Todo-Poderoso, de onde há de vir a julgar os
vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja, na
remissão dos pecados, e na ressurreição do corpo.
a) O Homem e o Pecado
Os cristãos acreditam que o homem foi criado inocente, mas porque Adão, o
cabeça da raça caiu, o pecado entrou no mundo. Agora, todas as pessoas nascem
numa condição pecaminosa, e porque todas nascem no pecado – têm a natureza
pecaminosa – cometem o pecado. Por isso, toda pessoa será julgada pelo seu
próprio pecado, e não aquele de Adão (Rm 3.12,23; 5.17-19). O pecado é a falta
de conformidade com a lei de Deus ou a rebelião contra esta lei (1 Jo 3.4), é a
injustiça (1 Jo5.17). E a falta de fé (Rm 14.23), e é conhecer o bem, mas não
praticá-lo (Tg 4.17). os atos de pecados que as pessoas cometem são expressões
das suas naturezas pecaminosas, que fazem separação entre elas e Deus. A
penalidade ulterior pelo pecado é a morte. O homem estará eternamente
separado de Deus, se não pagar a penalidade pelo pecado.
127
b) A Salvação
Deus, porém, proveu uma maneira de vencer a separação entre Ele e o homem.
É a chamada “expiação”, que nos une de novo com Deus. Mediante o sacrifício
de Cristo como o Cordeiro da Páscoa, Ele forneceu a redenção, o resgate da
escravidão e a salvação. Sendo que o salário do pecado é a morte, o homem
merece morrer pelos seus pecados. Mas Jesus, como substituto do homem,
tomou sobre si o castigo pelo pecado, e satisfez as exigências justas de Deus. Ele
pagou a penalidade pelo pecado (Is 53.5; 2 Co 5.21), sua morte e ressurreição
pagaram o preço integral. “O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou
para nossa justificação” (Rm 4.25).
Como, pois, o homem recebe para si esta salvação? Paulo disse: “Porque, se pela
ofensa de um só [Adão], a morte reinou por este, muito mais os que recebem a
abundancia da graça... reinarão em vida por um só – Jesus Cristo” (Rm 5.17).
Lemos, também, em João 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus”. A resposta, portanto, é recebermos o
Senhor Jesus Cristo em nosso coração. Em outros trechos, somos informados
que deve haver confissão e rejeição do pecado, e a decisão de andar no caminho
de Cristo (1 Jo 1.9; Rm 10.9,10). Aqueles que confessam os seus pecados e
aceitarem a Jesus, não somente recebem a salvação, como também serão
ressuscitados para uma nova vida quando Jesus voltar.
c) A Cruz
A cruz veio a ser o símbolo do Cristianismo, porque a morte de Jesus é o
enfoque central da salvação. Se Jesus não tivesse morrido, o pecado não teria
sido removido, e Jesus teria sido mero homem, como qualquer outro fundador
de uma religião. “Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as
primícias dos que dormem... Porque, assim como todos morrem em Adão, assim
também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo
as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.20-23).
d) A Escatologia
Na escatologia cristã, ou doutrina das últimas coisas, existe a crença na volta
pessoal do Senhor Jesus Cristo. Há muitas interpretações do cronograma e dos
eventos envolvidos nesta volta. Mesmo assim, a maioria crê que Ele virá para
reinar sobre o mundo, para julgá-lo, e para criar novos céus e nova terra. Com a
sua vinda, a oração dos cristãos durante quase dois mil anos: “Venha o teu
reino” será respondida no seu sentido integral.
Os eventos dos tempos do fim não estão declarados na Bíblia numa sequencia
rigorosa. Muitos cristãos evangélicos acreditam, no entanto, que a vinda de
Cristo é dividida em duas fases: o arrebatamento (ou trasladação para o céu) do
corpo (1 Ts 4.17), e a revelação de Jesus Cristo em poder e em glória (Mt
24.29,30). Entre os dois eventos há um período de perseguição, a Grande
128
Embora talvez não concordemos quanto a sequencia dos eventos do fim dos
tempos, nem entendamos exatamente quando e como ocorrerá, nossa
responsabilidade é levar as boas novas da salvação ao mundo inteiro e fazer os
preparativos para a eternidade. Devemos ter consciência de que, visto que Jesus
vem de novo, é nossa responsabilidade estarmos prontos para o encontro com
Ele (Mt 24.42-44; 1 Jo 3.3).
a) Lugares Sagrados
Conforme dissemos anteriormente, a palavra igreja era empregada orginalmente
para as pessoas que seguiam a Cristo. No decorrer do tempo, porém, a palavra
veio a referir-se menos às pessoas e mais aos templos, onde estas se reuniam. Os
primeiros cristãos, sendo judeus, reuniam-se nas sinagogas judaicas. À medida
que o evangelho passou a serem extensivos aos gentios, os crentes começaram a
reunir-se nos lares. Séculos mais tarda, igrejas e catedrais magníficas foram
construídas. No século XX, a tendência é construir templos enormes com mais
capacidade de acomodação para as pessoas, mas com menos ornamentações que
as catedrais antigas. Existe também, uma distinção entre as plantas e os
propósitos dos católicos e dos evangélicos. Os católicos têm igrejas com
enfoque de atenção no altar e no sacramento da comunhão, ao passo que as
igrejas evangélicas enfatizam a posição do púlpito, para focalizar a pregação da
Palavra de Deus.
b) Pessoas Sagradas
No Cristianismo, Deus forneceu condições para o crescimento e a maturidade
dos crentes, à medida que servissem a Ele. O meio é através das pessoas que Ele
chamou e capacitou para as funções especiais de liderança. A igreja reconhece
os dons e a vocação dessas pessoas. Paulo alistou as pessoas existentes na igreja,
com seus respectivos propósitos (Ef 4.11-16). Indicou também a existência de
outros ofícios de liderança na igreja, com suas qualificações e deveres, nas suas
cartas a Timóteo e Tito.
c) Práticas Sagradas
Tornamo-nos parte do corpo de Cristo, a Igreja, ao confessarmos Jesus como
Senhor. Como testemunho diante do mundo, quanto a esta experiência espiritual,
o crente é batizado na água. Este batismo simboliza a morte da velha natureza e
129
Outro ato sagrado é a Ceia do Senhor, em que os elementos pão e vinho são
símbolos do corpo partido e do sangue derramado de Cristo (1 Co 11.17-29).
d) Dias Festivos
As festas cristãs são celebrações da obra de Deus em Cristo que são relembradas
pelos cristãos todos os anos. Muitos grupos de igrejas celebram três eventos
principais todos os anos:
a) O Natal. Celebrado no dia 25 de dezembro, o natal representa o aniversário
de Cristo. Os cristãos reconhecem que não se sabe com exatidão a data do
nascimento de Cristo; mas o fato real é mais importante do que a data;
b) Domingo de Páscoa. Os cristãos também celebram o domingo de Páscoa,
que representa o dia em que Jesus ressuscitou dentre os mortos. É o evento
mais importante da cristandade. É um retrato de quando Jesus passa a viver
no coração da pessoa;
c) Domingo de Pentecoste. O terceiro dia que os cristãos celebram é o domingo
da Pentecoste, que relembra a vinda do Espírito Santo sobre a igreja.
Assim como no caso do Antigo Testamento, o Novo Testamento não foi escrito pelo
fundador. Jesus, na realidade, não deixou nenhum registro escrito, e somo informados a
respeito de uma só ocasião em que Ele escreveu – na areia. Há cerca de sete autores do
Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, Tiago e Judas. Todos estes
escritos foram completados antes do ano 100 d.C. Como, pois, sabemos que a Bíblia é a
inspirada Palavra de Deus? A resposta acha-se na palavra “cânon”. Provém da palavra
grega kanon que é “uma vara ou regra para medição”. A palavra “cânon” refere-se ao
padrão segundo o qual os livros são aceitos como Escrituras. O padrão do Novo
Testamento foi reconhecido pela igreja sob a orientação do Espírito Santo. Dois dos
critérios principais usados para testar a canonicidade eram inspiração divina e
características sobrenaturais. Atanásio (295-373 d.C.), o “pai da ortodoxia” que se
opôs a Ário no Concílio de Nicéia, foi o primeiro que alistou todos os vinte e sete livros
como o Cânon do Novo Testamento, a “fonte da salvação”. Foram escritos outros
130
A razão primária por que os cristãos chamam a Bíblia de Palavra de Deus é sua
inspiração divina, que é confirmada por vários fatos. O primeiro é sua evidência interna;
ou seja, a Bíblia reivindica esta inspiração. Um versículo que assim declara, e que você
deve decorar, é o seguinte: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para repreensão, para correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16). Deus inspirou
os escritores de tal maneira que, enquanto escreviam, eram “inspirados pelo Espírito
Santo” (2 Pe 1.21). Desta maneira, Deus fez com que fosse escrito aquilo que Ele queria
que fosse registrado.
a) Sua unidade na diversidade. Tem muitos assuntos, mas uma só mensagem. Foi
escrita por cerca de quarenta escritores no decurso de uns quinze séculos, mas
tem um só autor – que é Deus;
b) Sua autoridade. Predisse muitas coisas a respeito de Cristo e dos eventos
mundiais, muitos dos quais têm sido cumpridos de modo notável;
c) Sua evidência interna. O Novo Testamento cita o Antigo Testamento como sua
origem documentária, e o Novo cumpriram muitas profecias do Antigo;
d) Sua exatidão arqueológica. Os arqueólogos confirmaram a exatidão da Bíblia
nas descobertas, tais como os rolos do mar Morto em 1947;
e) Sua obra milagrosa. A Bíblia tem sido o meio da salvação, da vida, da coragem
e da esperança eterna nos corações de milhões de pessoas.
A igreja primitiva tinha uma organização não muito rígida, e geralmente, reunia-
se nos lares dos crentes. O dia de culto foi alterado do sábado judaico para o
domingo, o dia em que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Os líderes
sustentavam-se com suas respectivas profissões e apenas, ocasionalmente
recebiam ofertas. Quando Jerusalém foi destruída por Roma em 70 d.C., os
cristãos foram espalhados, e tornou-se urgente contar a história da vida de Jesus
antes que morressem todos quantos o haviam conhecido. Parece que foi Marcos
131
queda, o Santo Império romano tomou seu partido, apoiando o papado contra
seus inimigos, dando-lhes as terras que dominava como possessão temporal.
No século XVI uma revolução sacudia a Igreja Romana até os seus alicerces.
Trata-se da Reforma, que produziu a Igreja Protestante. Além das péssimas
133
a) Martinho Lutero
A pessoa de destaque na Reforma foi Martinho Lutero (1483-1546). Entrou
no ministério católico, prestou os votos de monge, foi professor na
Universidade de Witemberg, e fez seu doutorado no campo da teologia. Ao
dar preleções sobre Romanos e Gálatas, ficou impressionado com a
expressão: “O justo viverá pela fé”. Raciocinava: “se os justos vivem pela fé,
por que estamos procurando merecer a salvação mediante as boas obras?”
Percebeu que a Bíblia, e não o Papa, era a derradeira autoridade para os
cristãos e que as pessoas eram salvas somente pela fé. Assim, sentiu-se
levado a escrever um panfleto sobre o sacerdócio de todos os crentes. Depois
disto, escreveu um documento no qual alistou noventa e cinco abusos
cometidos pelo sistema de indulgências. (As indulgências eram documentos
que a pessoa podia comprar, para livrar-se das penas impostas pela igreja por
seus pecados. Posteriormente, estas indulgências foram aumentadas para
incluir a remoção das penas daqueles que estavam no purgatório). Lutero
pregou esta lista na porta da Igreja em Witemberg em 31 de outubro de
1517. Causou uma rendição, a ponto de Carlos V, Santo Imperador Romano,
convoca-lo para a Dieta de Worms em abril de 1521 e ali foi excomungado e
ordenado a cessar a impressão dos seus livros.
Lutero foi esconder-se das visitas públicas por um período, durante o qual
traduziu a Bíblia para o Alemão. Na Alemanha, uma Igreja Reformada
desenvolveu-se desse protesto. Baseava-se na doutrina da justificação pela fé
e a igreja protestante foi inaugurada. Continuou escrevendo livros, hinos, e
instituindo outras reformas. Encorajava os sacerdotes e as freiras a casarem-
se, e ele mesmo tinha esposa. Morreu em 1546, mas a reforma arraigou-se, e
espalhou-se para muitos outros países, especialmente para as nações
escandinavas.
b) João Calvino
Outra pessoa de influência na Reforma foi João Calvino (1509-1564) d.C.).
Quando estava com cerca de 24 anos de idade, Calvino entrou em contato
com o movimento protestante. Este envolvimento levou-o a deixar a Igreja
Romana. Aos 26 anos de idade, escreveu As Instituas da Religião Cristã, que
ficou sendo uma obra clássica da teologia protestante. Sua doutrina foi
134
c) A Contra Reforma
Percebendo que os protestantes não iriam parar, a Igreja Romana convocou
seus bispos em 1545 d.C. para o Concílio de Trento. Ali, insistiram que a
igreja tinha autoridade igual àquela das Escrituras, e que era a única
intérprete delas. O Concílio reafirmou os sete sacramentos tradicionais e
sustentou a veneração dos santos e das imagens. A Igreja Romana passou
então a mobilizar seus recursos e dispôs-se a reconquistar pela força aquilo
que perdera. Sua reação militante ficou conhecida pelo nome de
Contrarreforma. Como resultado, milhares de pessoas morreram na Europa,
e era tão eficaz que, até 1572, a Reforma foi completamente eliminada da
Itália. Mas em regiões da Inglaterra e na Europa do norte, os protestantes
aumentaram em grande número.
33 – CRITICISMO
1 – Introdução:
Exercício da crítica; espírito crítico; sistema filosófico que procura determinar os limites
da razão humana.
Em sua obra principal, a crítica da razão pra, Kant se ocupa com o fundamento do
conhecer e também com a possibilidade da metafísica.
Nosso conhecimento começa com a experiência, mas não se limita à experiência. Até
então, os filósofos se ocuparem com a realidade, mas não estudaram suficientemente a
razão.
A revolução empreendida por Kant foi a Copernicana. No centro deve estar à razão e
não a realidade objetiva. Nosso conhecimento não é o reflexo do objeto. Os objetos
precisam se orientar pelo nosso conhecimento, e este vem do sujeito para os objetos.
3 – O Criticismo Kantiano.
Immanuel Kant (1724 – 1804) nasceu na Alemanha. Interessado desde o início pela
ciência Newtoniana, já constituída plenamente no seu tempo, e preocupado com a
confusão conceitual a respeito do debate sobre a natureza do nosso conhecimento, Kant
questiona, na sua obra Crítica da Razão Pura, se é possível uma “razão pura”,
independente da experiência. Daí seu método ser conhecido como Criticismo.
O Empirismo
Os empiristas condenam (tudo o que vem dos sentidos) e, da mesma forma, não
concorda com os racionalistas (é errado julgar que tudo quanto pensamos vem de nós):
o conhecimento deve constar de juízos universais, da mesma maneira que deriva da
experiência sensível.
Outro exemplo: quando observamos a natureza e afirmamos que uma coisa “é isto”, ou
“tal coisa é causa de outro”, ou “isto existe”, temos, de um lado, coisa que percebemos
pelos sentidos, mas, de outro, algo escapa aos sentidos, isto é, as categorias de
substancias, de casualidade, de existência (entre outras). Essas categorias não são dadas
pela experiência, mas são postas pelo próprio sujeito cognoscente.
Kant também conclui que não é possível conhecer as coisas tais como são em si, ou
seja, “o nou menon” (coisa-em-si) é inacessível ao conhecimento. Apenas podemos
conhecer os fenômenos; esta palavra, etimologicamente, significa “o que aparece”. A
inovação de Kant consiste em afirmar que a realidade não é um dado anterior ao qual o
intelecto deve se conformar, mas, ao contrário, o mundo dos fenômenos só existe na
medida em que “aparece” para nós e, portanto, de certa forma participamos da sua
construção.
Entretanto, em outra obra, Crítica da Razão Prática, Kant tenta recuperar a realidade
metafísica que destruíra no processo anterior. Não pretendemos aqui acompanhar seu
raciocínio, mas apenas apontar as conclusões: pela análise da moralidade, Kant deduz a
liberdade humana, a imortalidade da alma e a existência de Deus.
Tal como Copérnico dissera que não é o sol que gira em torno daquele, também Kant
afirma que o conhecimento não é o reflexo do objeto exterior: é o próprio espírito que
constrói o objeto do seu saber. Nesse sentido, dizemos que Kant realizou uma revolução
Copernicana.
4 – O que é a razão
É uma estrutura vazia, universal, necessária, inata e a priori. É um órgão ativo, que
coordena as sensações e processa o conteúdo do conhecimento. Sua função é regular e
controlar as impressões fornecidas pela existência.
- fazer com que as ideias metafísicas, que são “as ideias regulativas”, venham a avaliar
o progresso da experiência;
- Negar o caráter contrário das ideias cosmológicas, que então podem ser aplicadas às
práticas morais.
a) Processo do Conhecimento
O espaço e tempo não são conceitos pensados, mas são instituições sensíveis. E são a
priori, pois não podem ser adquiridos pela experiência. Kant desenvolve quatro provas
para sustentar esta argumentação. As duas primeiras, comprovam que o espaço e o
tempo são a priori, as duas últimas o seu caráter intuitivo.
139
34 – CUBISMO
Definição:
Tendências das artes plásticas, sobretudo da pintura, que a partir do início do século xx
rompe com as perspectivas adotadas anteriormente. No cubismo, os artistas decompõem
as figuras /vivas ou inanimadas/em formas geométricos, como cubos e cilindros,
rompendo definitivamente com o ideal de retratar a realidade de forma fiel. As obras
trazem os objetos achatados e elimina a ilusão de tridimensionalidade / a perspectiva /.
Seu expoente é o pintor espanhol Pablo Picasso.
35 – CULTISMO
36 – DADAÍSMO
Definição:
37 – DETERMINISMO
1 – Introdução:
2 – A Liberdade
“não há determinismo ou escolha absoluta: jamais sou coisa, jamais sou consciência
nua”. Merleau Ponty.
a) O que é Liberdade?
Para explicar como se dá a liberdade humana, vejam a parte histórica do homem. Dentre
a epistemologia mitológica temos a seguinte:
As moiras, divindades da mitologia grega, são três irmãs que dirigem o movimento das
esferas celestes, a harmonia do mundo e a sorte dos mortais.
Elas presidem o destino (moira, em grego) e dividem entre si as diversas funções: cloto;
que significa “fiar”, tece os fios dos destinos humanos; Láqueas, que significa “sorte”,
põe o fio no fuso; Átropos, ou seja, “inflexível”, corta impiedosamente o fio que mede a
vida de cada mortal.
Está implícita nesse mito a ideia de que a ação humana se acha ligada aos desígnios
divinos. Os relatos de Homero e Hesíodo revelam como os heróis até se orgulham de
ser escolhidos por certos deuses, que os fazem seus protegidos, defendendo-os da ação
malévola de outros deuses.
O que distingue essas duas posições tão distantes no tempo e que a primeira é mística e
a segunda, científica. O que as aproxima é que, em ambos os casos inexiste a liberdade
humana, por que no mito o homem se acha submetido ao destino inexorável, e no
discurso científico daqueles psicólogos o homem está sujeito ao determinismo.
b) O que é Determinismo?
Segundo o determinismo científico, tudo que existe tem uma causa. O mundo explicado
pelo princípio do determinismo é o mundo da necessidade, e não o da liberdade.
Necessário significa tudo àquilo que tem de ser e não pode deixar de ser. Nesse sentido,
a necessidade é o oposto de contingencia, que significa “o que pode ser de um jeito ou
de outro”.
Segundo essa perspectiva, ser livre é decidir e agir como se quer, sem qualquer
determinação causal, quer seja exterior (ambiente em que se vive), quer seja interior
(desejos, vontade e caráter). Mesmo admitindo que tais forças existam, o ato livre
pertence a uma esfera independente em que se perfaz a liberdade humana. Ser livre é,
portanto, ser influenciado por causa externa.
Bossuet (Século XVII), no tratado sobre o livre-arbítrio, diz o seguinte: “por mais que
eu procure em mim a razão que me determina, mas sinto que eu não tenho nenhuma
senão apenas a minha vontade: sinto aí claramente minha liberdade, que consiste
143
unicamente em tal escolha. É isto que me faz compreender que sou feito à imagem de
Deus”.
A consciência que o homem tem das causas se transforma, por sua vez, em outra causa,
capaz de alterar a ordem das coisas. Com isso, não se rompe o nexo causal, mas
introduz-se outra causa – a consciência do determinismo – que transforma o homem em
ser atuante, e não simples efeito passivo das causas que agem sobre ele.
uma das grandes contribuições de Freud é ter mostrado que o neurótico não é livre, pois
se acha dominado por forças inconscientes que mascaram suas ações.
3 – A Liberdade Situada
A facticidade é a dimensão de “coisa” que todo homem tem, é o conjunto das suas
determinações. São “os fatos” (donde facticidade) que estão aí, tais como são e sem
possibilidade de ser de outra forma. O fenomenológico Luypen diz: “refletindo sobre
sua existência, o homem se encontra, com efeito, como já imerso em determinado corpo
e já envolvido em determinado mundo. Acha-se como holandês, judeus, inteligente,
aleijado, operário, emocional, doente, rico, gordo, ou outra coisa qualquer. Tudo isto
constitui o que ele já é, a saber, seu passado. Esse já é também chamado a determinação
do homem”.
A liberdade não é uma dádiva, algo que é dado, nem é um ponto de partida, mas é o
resultado de uma árdua tarefa, alguma coisa que o homem deve conquistar.
a) A Estrutura do Homem
É preciso examinar a estrutura do homem, e para tal usaremos o esquema utilizado pelo
filósofo Van Riet como ponto de partida para sua teoria do conhecimento. Embora
originalmente o ponto de referência para o filósofo tenha sido o homem enquanto
sujeito que conhece, vamos fazer a adaptação à questão da liberdade, isto é, o homem
enquanto ser livre.
Segundo Van Riet, o homem possui uma estrutura formada por aspectos distintos, mas
ligados entre si: empírico (ou corpóreo), pessoal (ou voluntário) e a perceptivo (ou
intelectual).
- aspecto empírico:
Chama-se empírico o aspecto da estrutura humana referente aos fenômenos que podem
ser constados pela experiência.
O homem é um corpo e, como tal, está sujeito às leis da física (ocupa lugar no espaço,
está sujeito à lei da queda dos corpos etc.).
O homem é um ser cultural, vive no meio humanizado, transformado por sua própria
ação. Ao nascer, já recebe língua, costumes, moral, religião, organização econômica e
política, uma história, enfim. É a isso que chamamos historicidade, ou seja, o homem se
encontra sempre situado em determinada época, numa certa cultura.
- Aspecto Pessoal:
O aspecto pessoal é também chamado voluntário, pois não se explica só pelo fato de o
homem estar situado na sua facticidade, mas por ser capaz de transcender, decidir,
escolher, e, consequentemente, de ser responsável por seus atos, comprometido neles,
engajado numa ação.
Nossa própria experiência pode ser retomada em vários sentidos diferentes: nunca
lemos o mesmo livro da mesma forma, nossas lembranças são reelaboradas nos
contextos vividos; descobrimos coisas novas a cada vez que ouvimos a mesma música.
Mas aí, surge um problema: se o aspecto pessoal justifica a liberdade do homem, e essa
liberdade é pessoal e intransferível, caba a cada homem decidir-se sobre o que é melhor
para si; querer determinar o que é melhor para todos seria violar a liberdade de cada.
Tal posição é muito comum hoje em dia, principalmente quando as pessoas “justificam”
o individualismo dos seus atos: “estou na minha”... permanecer nesse estágio pessoal
resulta em empobrecimento da moral, pois o indivíduo não é capaz de descentrar-se de
si próprio.
- Aspecto Aperceptivo
Conclusão:
A relação que se estabelece entre os três aspectos é dialética, pois supõe a reciprocidade
de influencias, em que a atuação de um aspecto, mesmo “negando” o outro, de certa
forma o “conserva”.
38 – DOCETISMO
1 – Introdução:
O que é docetismo?
A palavra procede do grego (‘dokein’) que significa aparentar que é uma heresia do
final do século I que afirmava que Jesus apenas aparentava ser humano.
A negação da humanidade de Cristo é um erro tão grave quanto negar sua própria
divindade; se Jesus não é Deus e humano, não pode mediar entre Deus e humanos (1
Tm. 2.5). A Salvação envolve a reconciliação dos seres humanos com Deus (2 Co.
5.18,19). Isso só é possível se Deus se tornar humano. Negar a verdadeira humanidade
de Cristo é negar a base de nossa reconciliação com Deus. É por isso que a Igreja
primitiva condenou o docetismo.
“No final do primeiro século, Marcião e os gnósticos ensinaram que Cristo apenas
parecia ser homem (no grego, dokeo, parecer ou aparentar). O apóstolo João referiu-se a
esse falso ensinamento em I João 4.1-3. Essa heresia desafia não apenas a realidade da
encarnação, mas também a validade do sacrifício e da ressurreição corpórea.”
“Para todos os docetas [...] Cristo não foi plenamente encarnado na carne, pois a matéria
é intrinsecamente má. As epístolas de Colossenses e João argumentam contra esta noção
pré-gnóstica. Esta posição tem reaparecido atualmente no ensino dos evangelistas da
prosperidade.”
“Elementos deste erro já tinham surgido nos dias do Novo Testamento (1 Jo 4.1-3; 2 Jo
7; Cl 2.8,9). Em certas formas, sustenta que Jesus escapou da infâmia da morte por
crucificação, quando Judas Iscariotes ou Simão Cirineu trocaram de lugar com Ele na
cruz. Os muçulmanos aceitam uma forma deste erro (ver Sura 4.187). entre o
proponentes deste erro estavam Cerinto (c. 100 d.C.) e Serapião, bispo de Antioquia
(190-203).”
“O docetismo afirmava que o corpo de Cristo não passava de um fantasma; que seus
sofrimentos e morte eram meras aparências. [...]. Acreditava que o sofrimento e a morte
de Jesus eram incompatíveis com a divindade.”
149
39 – DOGMATISMO
1 – Introdução:
Quando transpomos a ideia de dogma para o campo não religioso, ela passa a designar
as verdades não questionadas e inquestionáveis. Só que, nesse caso, não se estando mais
no domínio da fé religiosa, o dogmatismo torna-se prejudicial, já que o homem, de
posse da verdade, fixa-se nela e abdica de continuar a busca.
Disse Nietzsche que “as convicções são prisões”. Refratário ao diálogo, o homem
dogmático teme o novo e não raro se torna intransigente e prepotente. Quando resolve
agir, o fanatismo é inevitável, e com ele, a justificação da violência.
40 – DUALISMO
(veja tópicos sobre: materialismo, modernismo, idealismo, monismo).
1 – Introdução:
Após o resumo histórico sobre distintas concepções de mundo – desde os mitos até o
surgimento da ciência moderna, passando brevemente pelas metafísicas da Antiguidade,
podemos avançar para o estudo das metafísicas da modernidade. Antes, porém,
precisamos conhecer alguns conceitos para poder fazer determinadas distinções.
2 - histórico
Boa parte das explicações sobre o real (filosóficas e não filosóficas) pode ser
enquadrada nestas duas tendências ou correntes de interpretação:
Platão costuma ser considerado um dualista por conceber duas realidades distintas e
separadas (o mundo sensível e o mundo inteligível).
O mesmo se pode dizer de Aristóteles, mas seu dualismo seria “moderado”, tendo em
conta que supôs dois princípios inseparáveis (matéria e forma), constituindo a unidade
do real. Por último, como exemplo claro de pluralismo, temos as concepções de
Empédocles (dos quatro elementos) e de Demócrito (a multiplicidade dos átomos).
3 – Observação:
Tenha sempre em mente que não existem classificações rígidas. Elas são pautas que nos
ajudam a fazer certas distinções, e sua determinação depende do aspecto doutrinário que
se quer abordar, podendo às vezes variar até para um mesmo autor.
a) Dualismo Cartesiano:
Vejamos agora algumas das principais teorias da realidade que contribuíram para a
matriz de valores e concepções de mundo da modernidade. Comecemos pela doutrina
dualista de René Descartes. Durante o século XVII – época do chamado grande
racionalismo, esse pensador concebeu uma metafísica de muita influencia até nossos
dias. Trata-se da concepção de mundo que separa radicalmente matéria e espirito ou
corpo e mente conhecida como dualismo cartesiano.
Como vimos anteriormente, o filósofo francês estava decidido a romper com a herança
cultural do passado (aristotélico-tomista) e a começar tudo novamente desde os
fundamentos, com o propósito de estabelecer “algo de firme e de constante nas
ciências”. Para alcançar esse objetivo, empregou o método da dúvida e chegou a
questionar até mesmo o que parecia mais indubitável: a existência do mundo e de si
mesmo. Desse modo, ele buscava chegar a uma primeira certeza, que atuaria como um
novo centro ou ponto fixo a partir do qual construiria toda a sua filosofia.
Você deve lembrar que a primeira certeza que Descartes alcançou em sua dúvida
metódica foi o Cogito, isto é, o “Penso, logo existo”. Portanto, ele sabia que existia
como “coisa pensante”. A partir daí, tratou de alcançar outras certezas. Primeiro,
precisou provar a existência de Deus, para depois demonstrar como se podia conhecer o
mundo exterior. Nessa tarefa, foi construindo sua teoria da realidade, que ficou
estruturada em três classes de substancias ou coisas (que em latim se diz res):
Desse modo, no mundo em que vivemos existiriam apenas as duas substâncias finitas
(res cogitans e res extensa), que seriam essencialmente distintas e separadas. Daí o
conhecido dualismo da metafísica cartesiana.
153
b) Dualismo Platônico:
Como grande parte dos pensadores de sua época, Platão também enfrentou o impasse
criado pelos pensadores de Parmênides e Heráclito, ou seja, sobre o problema da
permanência e da mudança, da unidade e da multiplicidade.
Em sua doutrina, conhecida como teoria das ideias, Platão procurou resolver esse
impasse propondo uma ontologia dualista. Assim, para ele existiriam duas realidades
diametralmente opostas:
Observe que a concepção dualista de Platão – também conhecida como teoria das ideias
– opera uma mudança radical em relação aos pensadores anteriores ao situar o ser
verdadeiro fora ou separado do mundo sensível. Isso não ocorria nos filósofos pré-
socráticos, que buscavam a arché das coisas nas próprias coisas, nem em Sócrates, para
quem a essência ou o ser verdadeiro também se encontrava nas coisas. Isso significa que
para esses filósofos o ser verdadeiro é imanente, isto é, encontra-se neste mundo ou se
confunde com ele, enquanto para Platão é transcendente, ou seja, encontra-se separado
dele.
c) Demiurgo e o Mundo:
Apesar de seu dualismo, Platão supôs a existência de uma terceira realidade, a qual
teria operado apenas a criação do mundo. Como argumenta o filósofo no diálogo Timeu,
tudo o que foi gerado deve ter tido um princípio gerador, uma causa.
De acordo com essa doutrina, para construir o universo o demiurgo agiu como
“artesão”: buscou as ideias eternas do mundo inteligível como modelo e, com elas, deu
forma à matéria indeterminada, criando assim o mundo sensível. Isso quer dizer que
as ideias e a matéria já existiam antes, compondo, junto com o demiurgo, as três
realidades fundamentais do cosmo gênese platônicas.
154
41 – EBIONISMO
1 – Introdução:
O que é o Ebionismo?
Que Paulo de Tarso foi um apóstata da Lei e não foi um verdadeiro apóstolo de Jesus
Cristo; que as Escrituras Sagradas são somente o Antigo Testamento, e que eles usavam
um único evangelho (chamado de Evangelho dos Ebionitas), escrito em hebraico e que
era considerado como sendo o Evangelho segundo Mateus, um pouco menor do que o
Evangelho segundo Mateus, escrito em grego e era canônico, o qual é usado pelos
cristãos.
Embora os judeus cristãos mencionados em Atos 15.1 e Atos 21.20 não fossem ainda
chamados ebionitas, pois esta denominação somente começou a serem usados mais
tarde, eles eram em essência ebionitas, pois sua crença e prática eram iguais à dos
ebionitas.
3 – Literatura Ebionitas
Consta nos escritos dos Pais da Igreja que os ebionitas usavam somente um Evangelho,
escrito em hebraico, e era considerado com sendo o “Evangelho de Mateus”, mas era
menor do que o verdadeiro Evangelho de Mateus em grego, chamado de “Evangelho
dos Hebreus” (Eusebio de Cesareia, História Eclesiastica e Epifânio de Salamina).
No entanto, é necessário distinguir entre o Evangelho dos Hebreus usado pelos ebionitas
e o Evangelho dos Hebreus usado pelos nazarenos, pois, embora ambos fossem
considerados como sendo o Evangelho de Mateus em Hebraico, o evangelho utilizado
pelos nazarenos era uma versão um pouco mais extensa, que continha todos os trechos
encontrados no Evangelho de Mateus em grego utilizado pelos cristãos, com alguns
trechos a mais, enquanto que o usado pelos ebionitas, ao contrário, era mais curto que a
versão canônica (Epifânio, Panarion, 30.13:2);
O Evangelho dos Hebreus usados pelos nazarenos é citado várias vezes por Jerônimo.
Segundo o entendimento ebionitas, o Evangelho de Mateus continha a sua doutrina,
principalmente em Mateus 5. 17-19, onde consta que Jesus Cristo disse que não veio
abolir a Lei nem os profetas, mas sim cumprir, e que a Lei nunca será abolida; e
também que devemos obedecer a todos os mandamentos da Lei. Também em Mateus
7.21-23, onde consta que Jesus Cristo disse que nem todos os que creem nele entrarão
no Reino de Deus, mas sim somente aqueles que fazem a vontade de Deus. Esse
entendimento contrastava-se com a hermenêutica ortodoxa do texto que aceita a ideia de
Jesus Cristo ter vindo cumprir no sentido de “encerrar”, ou seja, de todas as normas e
regras da lei mosaica se cumprirem nele, o único em toda a história capaz de conseguir
156
cumprir todas as regras previstas na Lei mosaica. A partir daí, ele mesmo, Jesus, viria
estabelecer uma nova aliança, ou novo concerto, e isso está perfeitamente claro e
explicado na Carta aos Hebreus, claramente escrita na época a fim de combater as ideias
ebionitas. Já na questão de todos os mandamentos de Jeová ser obedecidos, o próprio
Jesus os aglutinou em apenas dois: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo. Quem assim fizesse com dedicação e de coração, automaticamente
estaria obedecendo a todos os demais mandamentos de forma natural. Já a crença de
Mateus 7.21-23 é ponto passivo, irrelevante para o confronto doutrinário.
4 – As Duas Seitas
Na época dos pais da igreja, segundo relada Orígenes e Eusébio de Cesareia, existiam
dois grupos de ebionitas. Estes dois grupos diferenciavam-se um do outro devido a
determinadas práticas e em função de sua aparição. A palavra ebionitas significa
literalmente “pobres”, do hebraico evion, e conforme já mencionado, aparece pela
primeira vez nos escritos dos pais da igreja. Conforme a informação encontrada nos
escritos destes, este nome designava ao grupo de judeus que tinha reconhecimento de
Jesus (Yeshua há Netzaret) como figura messiânica do judaísmo, e que não acreditavam
na divindade de Jesus. Desta forma, os pais da igreja diziam que estes tinham
pensamentos “pobres” a respeito de Cristo, e possivelmente surgiu desta palavra
hebraica evion (pobres), que estes judeus passaram a serem chamados de ebionitas.
No decorrer dos tempos parte dos ebionitas criaram a seita dos “ebionitas-gnósticos”,
que consistia em aderir ao Ebionismo ensinamentos dos elchasitas, discípulos de Elshai
(Elchasai). Os elchasitas, que possuíam ensinamentos vegetarianos, assim como os
essênios, tinham a sua religião como um mistura de ensinamentos dos gentios, cristãos e
de judeus.
42 – ECUMENISMO
(Veja pluralismo Religioso, Reformas).
1 – Introdução:
Há vários tipos de ecumenismo. Por isto, iremos descrever alguns para que possamos
conhecer e entender seus objetivos comuns na pratica desses movimentos. Vamos
analisar apenas três que são: o ecumenismo religioso, o cristão e o evangélico.
2 – Desenvolvimento
a) Ecumenismo Religioso:
A filosofia que permite o CMI fazer esta tentativa é o pluralismo. Como o nome já
indica, essa filosofia defende a pluralidade da verdade, ou seja, que não existe uma
verdade absoluta, mas sim verdade diferente para cada pessoa. Esse conceito é ambíguo,
mas definitivamente já fez parte integrante da nossa cultura presente. Ele acredita que
seja possível o relacionamento de pessoas com crenças e ideologias diferentes, sem que
um tenha de sujeitar suas convicções ao domínio do outro.
Uma consulta teológica sobre a salvação na Suíça patrocinada pelo CMI, composta por
25 teólogos, trouxe as seguintes conclusões:
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Em algumas denominações o pluralismo tem sido como filosofia oficial, como na Igreja
Metodista Unida, nos Estados Unidos.
No momento, o ecumenismo religioso não vai indo bem. No último encontro do CMI, o
assunto progrediu quase nada. O que agora estão pensando é cooperação em áreas
sociais apenas, enquanto que cada religião mantém sua individualidade. Parece que o
sonho de uma religião mundial única esta acabando.
b) Ecumenismo Cristão:
c) Ecumenismo Evangélico:
chegou a 22.000 em 1985 e continua crescendo a uma taxa de cinco novas todas as
semanas.
Para Waldir Ferro, o significado do termo “ecumênico” é curioso e importante para que
saiba com que lidamos. Segundo os dicionários, ecumênico é “mundial, geral ou
universal”, tendo sua raiz etimológica no grego “oikoumene” (oikomene), termo este
que na Bíblia traduzido por J.F. de Almeida por “mundo”, expressando todo o “universo
de pessoas conhecidas” ou “conjunto de todas as coisas existentes”. (veja Mt 24.14; Lc
4.5; At 17.31).
Para chegarmos à resposta a isto, precisamos antes, desmistificar a ideia de que existe
mais de um tipo de ecumenismo ou lado “bom” e “lado ruim”. Ele é todo ruim. Ele não
nasceu com este nome e é difícil datar seu nascimento. No entanto, fica claro,
historicamente, que desde a Grande Reforma Protestante de 1520, não faltaram episódio
que demonstrassem interesses em uma aproximação entre catolicismo e seus
discindentes diretos (anglicanismo, luteranismo e ortodoxos). Entre os evangélicos em
1846 surgiu em Londres, um movimento chamado Aliança Evangélica. Já no nosso
século em 1906, varias igrejas protestantes tentaram uma aproximação em torno de uma
organização com fins sociais, abrindo mão de posições doutrinárias. Organizaram,
então, o Conselho Federal das Igrejas de Cristo na América (CFICA). Com o clima
sombrio que antecedia a primeira Guerra Mundial, esta organização uniu-se a igrejas
160
Após a Guerra, em 1919, esta organização internacional voltou a se reunir e mudou seu
nome para Confederação Mundial Cristã de Vida e Ação. Já em 1937, quando
voltaram a se reunir em Oxford, na Inglaterra, participavam dela a igreja anglicana e
ortodoxa (católicos discindentes). Outro movimento surgido em 1910 na Escócia, o Fé e
Constituição, que visava unidade doutrinaria, uniu-se, em 1938 à Vida e Ação e, em
1948 deram origem ao Concílio Mundial de Igrejas com sede em Amsterdã na Holanda.
Antes mesmo que se reunissem em sua III Assembleia em Nova Delhi na Índia (1961),
ao observar a facilidade e rapidez com que se uniram igrejas em um ideal unicionista, o
Vaticano adotou a ideia e, em junho de 1959 o papa João XXIII (58-63) na sua encíclica
“Ad Petri Cathedram”, lançou as bases do movimento ecumênico, convidando todos os
“irmãos separados” a unirem-se a “Igreja Mãe”. Durante seu reinado, o papa Paulo VI
(63-78) visou amplamente este ideal fortemente demonstrado no Concílio Ecumênico
Vaticano II, em seu decreto “Unitatis Redintegratio” cujo, 1º. Capítulo intitula-se “Os
princípios Católicos do Ecumenismo”.
Uma igreja acostumada a prevalecer, não pela razão, mas pela imposição de uma
religião estatal, desde o tempo de Constantino em 313, nunca pode ver com bons olhos
a perda da influencia e de poder, o que a levou a terríveis perseguições como a “Santa
Inquisição” na Idade Média (ou a “idade das trevas” como melhor lhe convém), onde
quem não era Católico Apostólico Romano não era cristão, quem não era cristão deveria
ser morto e ainda, que os matasse, receberia recompensa em indulgências, perdão de
pecados.
c) Seus Métodos:
Nos anos que se seguiram ao Concílio Ecumênico Vaticano II, o padre Aníbal Pereira
dos Reis, converteu-se ao evangelho, desvinculando-se definitivamente da igreja
romana em 1965 e, em exame criterioso e imparcial, sem influencias externas,
pessoalmente encontrou na Igreja Batista, aquela que defendia e praticava os
ensinamentos neo-testamentários e, nela pediu batismo e serviu até o fim de seus dias.
Porém, antes de abandonar a batina, este padre teve a oportunidade de ser “treinado”,
sobre como agir em suas relações com outras denominações e pode ver mudanças
dentro das estratégias de trabalho da igreja, visando entender as diretrizes do Vaticano
II. Num brado de alerta, o irmão Aníbal desnudou estas coisas em alguns de seus livros
(o Ecumenismo; o Ecumenismo e os Batistas e o Papa escravizará os Cristãos?). Vamos
resumi-los como segue:
Mesmo que restrita a sua prática entre um destes grupos, ou mesmo entre
“evangélicos” em geral, entende-se que quando se mistura povos de doutrinas
diferentes, isto é uma generalização ou universalização. O que vem a ser
Ecumenismo. Muitos pensam que quando os evangélicos se reúnem, mostram sua
força “contra” o catolicismo. Isto não é verdade, porque estão abrindo mão de suas
posições doutrinárias e, embora se mostrem com pujança no tamanho número e
muitas vezes no “barulho”, mostram também fraqueza em conteúdo. Abrem-se mão
de suas crenças para se ajuntar entre si, até quando não abrirão mão delas para
juntar-se ao Romaníssimo? Aliás, se o fazem com um, por que não com outros.
163
Existe uma forma bastante padronizada de abordar o Novo Testamento no que se refere
ao diálogo e a pratica. O Novo Testamento tem sido interpretado não só como um
exemplo de convivências ecumênico perfeito entre os cristãos do primeiro século, como
também tem oferecido aos que promovem o ecumenismo o seu “mito fundante”: no
Novo Testamento teríamos o fundamento da igreja e da sua fé. O modelo bíblico desta
leitura é Atos 2.42-45:
Diante de tal quadro os cristãos latino-americanos do final do século 20 não teriam outra
coisa a fazer senão buscar inspiração e modelos de ação – se bem que, com uma grande
dose de frustração.
Assim é que nos deparamos com a grande tese da interpretação ecumênica que se faz do
Novo Testamento: ele apresenta como modelo o exemplo de vivencia ecumênico que,
serviria sem nenhuma mediação de paradigma para as comunidades latino-americanas.
Este enunciado se baseia nos seguintes pressupostos:
Isto significa que o pluralismo (existente desde o início) tem que ser encarado sem
rubor. O pluralismo das comunidades foi o motor de toda a produção literária que
chamamos de Novo Testamento. Este surgiu como resposta criativa aos
questionamentos e discussões de cristãos em situação de crise.
43 – EMPIRISMO
1 – Introdução:
2 - Teoria do Conhecimento:
Podemos dizer que até então, a filosofia tem uma atitude realista, no sentido de não
colocar em questão a existência do objeto, a realidade do mundo. A Idade Moderna
inverte o polo de atenção, centralizada no sujeito a questão do conhecimento.
Como já vimos, se o pensamento que o sujeito tem do objeto concorda com o objeto,
dá-se o conhecimento. Mas qual é o critério para se tiver certeza de que o pensamento
concorda com o objeto? “Um dos problemas que a teoria do conhecimento terá que
propor ou solucionar é aquele de saber quais são os critérios, as maneiras, os métodos
de que se pode valer o homem para ver se um conhecimento é ou não verdadeiro”. As
soluções apresentadas a essas questões vão originar duas correntes: O Racionalismo e
O Empirismo.
2.1 – O Empirismo.
No século XVII, o ponto de partida da reflexão filosófica não é mais o problema do ser,
mas o do conhecer.
O progresso das ciências da natureza fez com que se formasse uma imagem materialista
do universo. O materialismo se impôs e foi se desenvolvendo a ponto de não haver mais
filosofia capaz de lhe oferecer resistência.
A partir desse ponto de vista, a metafísica tornou-se impossível. Nada se pode saber a
respeito da existência e natureza de Deus, sobre a origem primeira e destino final da
vida humana. Essas questões suscitam argumentos que não podem ser demonstrados.
Nem no âmbito moral podem-se estabelecer normas absolutas; bom ou mal é aquilo que
a sociedade aprova ou desaprova.
44 – ENCICLOPEDISMO
1 – Introdução:
c) Voltaire:
O deísmo no estilo dos pensadores ingleses é uma religião da razão. Com a física
clássica passou-se a entender o Universo como uma máquina, onde os fenômenos
acontecem com necessária regularidade e com um nexo causal. O Deus do mecanicismo
criou o Universo, e este equipamento agora se sustém por si mesmo – sem interrupções
nem irregularidades. Desse modo a ciência moderna passou a entender Deus. Não se
admitia mais a possibilidade de Deus intervir no mundo. Em todos os âmbitos (também
no religioso) passou-se a admitir somente aquilo que era acessível ao conhecimento
natural. A religião da razão era considerada a verdadeira; tudo o mais era superstição.
Desse modo o deísmo estava suprimindo a metafísica.
Voltaire batalhou pela liberdade de espírito e por um governo esclarecido pela razão.
Condenou a irracionalidade das guerras. Acreditava no caráter universal da moral.
Ironizou Leibniz – com sua ideia de que estamos no melhor mundo possível.
169
d) Rousseau:
e) Condorcet:
45 – EPICURISMO
1 – Conceito:
Epicúrio nasceu em 341 a.C., na ilha de Samos. Seus primeiros estudos, sob Nausifanes,
um discípulo de Demócrito, ensinaram-no a considerar o mundo como resultado do
movimento e combinação ao acaso de partículas atômicas. Durante algum tempo viveu
no exílio e na pobreza. Gradualmente foi reunindo ao seu redor um circulo de amigos, e
começou a ensinar suas doutrinas distintivas.
Em 306 a.C, estabeleceu-se em Atenas, no famoso jardim que se tornou sede de sua
escola. Morreu em 270 a.C, após grande sofrimento devido algum mal interno, porém,
em tranquilidade mental.
a vida de sereno desprendimento, e nada têm a ver com a existência humana, enquanto
que a morte provoca a dispersão final de nossos átomos constituintes.
A ataraxia é também o objetivo moral de Epicúrio (341 – 270 a.C), que reunia seus
discípulos numa escola conhecida como Jardim. Para ele, felicidade e prazer,
basicamente satisfação de desejos físicos. Mas, como a um prazer momentâneo pode-se
seguir desprazer ou dor, convém procurar um tipo de satisfação estável, cometido, mas
constante – algo como sensação que experimenta um homem que não sente sede e, por
isso, não bebe. Esse “prazer em repouso”, como denomina Epicúrio, é precisamente a
ataraxia, um estado de desejo sempre saciado e que se consegue pelo perfeito equilíbrio
entre as partes do organismo.
Se Epicúrio considera o prazer uma realidade física é porque para ele, seguidor da teoria
atomista de Demócrito, não existe nada além das coisas físicas e corpóreas (os átomos)
e a sua ausência (o vazio). Por isso, o conhecimento também só pode ser resultado do
contato do direito entre as coisas e os sentidos. As coisas compostas de átomos emitiram
uma espécie de eflúvio que atingira os órgãos dos sentidos, produzindo as sensações de
uma nova experiência sensível. É por essas antecipações, que rememoram a sensação
anterior, que se pode reconhecer a identidade (ou não) de coisas percebidas em
momentos diferentes. O conhecimento é, assim, o acúmulo das sensações que vão se
classificando como idênticas ou diferentes, de acordo com as antecipações.
Mas, pela ideia de peso, todos os átomos apenas caíram paralelamente em linha reta e
jamais se chocariam. Por isso, Epicúrio é obrigado a admitir um segundo tipo de
movimento: a inclinação, que faz com que cada átomo se desvie ligeiramente de sua
trajetória retilínea para colidir com outros e, assim, produzir a diversidade das coisas.
Ele não explica, porém, a causa da inclinação. Assim, ao resolver uma dificuldade
171
presente na teoria de Demócrito, Epicúrio acaba por criar outra. Esse “descuido”, no
entanto, tem uma função: a inclinação não se explica porque é a manifestação da
liberdade do átomo. A consequência disso é uma espécie de teoria materialista da
liberdade, de difícil interpretação.
A libertação e a cura, para Epicúrio e seus seguidores, se dão pela filosofia. Assim como
o médico se ocupa das doenças e dos sofrimentos do corpo, ao filósofo cabe cuidar das
doenças e dos sofrimentos da alma. A filosofia é assim a terapia das causas da
infelicidade humana. Num mundo marcado pela pobreza material e pela falta de
solidariedade, por guerras e perseguições políticas – frequentemente interpretadas como
castigos dos deuses aos atos humanos -, o epicurismo defende uma imagem do mundo e
do homem na qual os deuses e a morte deixam de serem ameaçadores.
Tudo na filosofia de Epicúrio – sua concepção física do universo, suas ideias a respeito
do conhecimento e da alma, sua visão da sociedade e da religião – relaciona-se com esse
propósito de libertação. Ele mesmo resume sua doutrina em quatro máximas, ou
medicinas: “não há que temer a Deus”; “morte significa ausência de sensações”; “É
fácil procurar o bem”; “É fácil suportar o mal”.
Aquele que alcançou a ataraxia e tornou-se dono dos seus atos não tem medo da morte,
que não passa da ausência de sensações. Os átomos que uma vez compuseram um corpo
humano apenas se desagregam. O homem nada sente. Por isso, escreve Epicúrio em sua
carte a Meneceu: “Quem compreendeu que nada há de temível no fato de estar morto, a
nada temerá na vida”.
46 – ESCOLÁSTICAS
(veja tópico 56 – Patrística)
1 – Introdução:
O que é a Escolástica?
A Escolástica é a filosofia cristã que se desenvolveu desde o século IX, tem o seu
apogeu no século XIII e começo do século XIV, quando entra em decadência.
A partir do século XIII, Santo Tomás de Aquino utiliza as traduções feitas diretamente
do grego e faz a síntese mais fecunda da Escolástica, e que será conhecida como
“Filosofia Aristotélica-Tomista”. Daí, para frente, a influência de Aristóteles se fará
sentir de maneira forte, sobretudo pela ação dos padres dominicanos e mais tarde dos
Jesuítas, que desde o Renascimento, e por vários séculos, mostraram-se empenhados na
formação dos jovens.
2 – Histórico:
A Idade Média é caracterizada como era de “obscurantismo” pela época seguinte, que se
autodenominaria “Renascimento”. O próprio termo “Idade Média”, já traz embutida
essa carga de desprezo: indica que o período, que se estendeu por cerca de mil anos, não
passa de um intervalo entre o esplendor do mundo greco-romano e seu “renascimento”
posterior.
Não que essa imagem tenebrosa não contenha certa verdade. Afinal, na Idade Média
grassam grandes epidemias (como a peste negra), guerras incessantes, retração da
economia, da técnica e da vida urbana, e um profundo sentimento de medo (o temor da
morte era o menor deles).
interligados por uma cadeia de seres, que começa em Deus e nele termina. Tal sucessão
a história, cuja finalidade, através dos tempos, é a de ser reabsorvida pelo princípio que
a iniciou: Deus.
A partir do século XI surgem as universidades (de Paris, Bologna, Oxford etc.), que,
espalhadas por toda a Europa, tornam-se locais de fecunda reflexão filosófica.
Aristóteles não será conhecido da Idade Média a não ser a partir do século XIII, quando
suas obras são traduzidas para o latim.
Entre as palavras e as coisas, no entanto, que relação pode haver? O “nome da rosa” –
expressão que daria título ao célebre romance de Umberto Eco – coloca o dilema dessa
questão. A rosa, símbolo da perfeição, é também um nome que sobrevive à morte da
própria flor; a palavra fala até de coisas inexistentes. Qual, então, a relação entre o nome
e a coisa, a linguagem e a realidade? Esse problema, que seria conhecido como a
“questão ou querela dos universais”, insistentemente discutido na Idade Média e
ultrapassando os níveis da gramática e da lógica, torna-se tema da metafísica e da
teologia.
A questão tem origem numa tradução latina de Isagogue, obra de porfírio, em que esse
discípulo de Plotino comenta a lógica de Aristóteles. “Não tentarei”, escreve Porfírio,
“enunciar se os gêneros e as espécies existem por si mesmos ou na pura inteligência,
176
O nominalismo, defendido, por exemplo, por Roscelin de Compiegne (c. 1050 – 1120)
considera os universais – termos que designam ideias gerais como “homem” e “animal”
– meras palavras sem existência real. Eles não passariam de resultantes da abstração que
o intelecto faz a partir da percepção de coisas individuais (este homem, este animal).
A isso se opõe o realismo, que sustenta a existência pode ser considerada, à maneira de
Platão, como anterior e separada em relação às coisas, de modo semelhante à noção
aristotélica de forma.
3 – A Filosofia Escolástica
Na matemática lida com questões a priori. Os entes primitivos são o ponto, a reta e o
plano. Eles não apresentam definição. São intuitivos.
A definição de “prova ontológica” foi formulada por Kant. O termo “ontologia” havia
sido fixado por Christian Wolff para designar o estudo do ente na condição do ente.
No monologion, Anselmo expõe a razão da fé. Ele quer tomar racionalmente aceitáveis
as verdades e as razões da fé. Procura demonstrar Deus e os seus atributos por
intermédio da razão. Monologion significa monólogo da própria razão consigo mesma.
Ele procura tomar universalmente compreensível o conteúdo da fé.
O argumento ontológico deduz a existência de Deus de seu puro ser, existir. Ele é a
priori. O Proslogion parte do pressuposto da revelação de Deus. A graça de Deus
concede o entendimento daquilo que ele já revelou.
verdadeiramente naquilo que pensa. Falta a reflexão. A ideia de Deus não foi
compreendida em seu significado efetivo. O capítulo 4 conclui com um
agradecimento a Deus; “agradeço-te, bom Senhor, agradeço-te, porque naquilo
em que cri pelo teu dom, agora compreendi pela tua iluminação, de tal modo que
mesmo se não quisesse crer que existes, não poderia não o compreender”. Deus
concede a fé e o entendimento da fé. E o intelecto da fé é obtido mediante uma
atitude de confiança. Quanto mais se confia, tanto mais cresce o interesse por
aquilo que se procura: a iluminação da luz inacessível que é Deus. A confiança é
o pressuposto de toda a procura.
Na reflexão de Anselmo, “Deus é ulterior a quaisquer coisas que possa ser pensada dele
e a qualquer definição e ação possível” (Tomatis, p. 51).
Anselmo não discute uma ideia qualquer, mas pensa no ser perfeitíssimo. Dele não se
pode pensar nada de maior. Sua existência já está concluída na própria ideia. A
argumentação de Anselmo foi desenvolvida mais tarde por Schelling (1775 – 1854).
3.2 – Pedro Abelardo (1079 – 1142). Uma solução intermediária é sustentada por ele.
Celebre por sua paixão por Heloísa, que tanto escandalizou a época. Para ele, os
universais só existem no intelecto, mas, ao mesmo tempo, mantém relação com as
coisas particulares na medida em que lhes dão significado. Desse modo, é como
significado que os universais subsistem às coisas. Aberlado formula tais considerações
lógicas – sem as vincular às questões teológicas. Por outro lado, porém, fornece à
teologia um modelo de argumentação que marcaria toda a Escolástica: um método que
confronta duas opiniões contraditórias a respeito de cada questão, para, desse confronto,
extrair uma solução satisfatória.
A principal obra de Pedro Abelardo é “Sic et non” (sim e não). Coloca em confronto as
posições contraditórias das autoridades eclesiásticas a respeito do questionamento
teológico. Com esse procedimento, ele demonstra que – com base nas autoridades
eclesiásticas – é possível provar tanto uma tese como também a posição contrária.
Diante de questões controvertidas, só resta então a razão com última instancia.
179
“Se a fé, de fato, exclui toda discussão racional, se ela não tem mérito senão à custa
disto, de tal sorte que o objeto da fé escapa a todo juízo crítico e que é necessário aceitar
imediatamente tudo o que é ensinado pelos pregadores, apesar dos erros difundidos por
tal pregação, neste caso, de nada serve ser crente: onde não é a razão que dá
assentimentos, tampouco pode ela refutar qualquer coisa. Se um idólatra nos vier dizer
de uma pedra, de um pedaço de madeira ou de qualquer outra cultura: “eis o verdadeiro
Deus, criador do céu e da terra; se ele nos pregar qualquer outra evidente abominação,
quem poderá refutá-lo se, se exclui toda discussão no domínio da fé”?”.
3.3 – Alberto Magno (1200 – 1280) pertenceu à ordem dos Dominicanos, e foi
professor na Alemanha e em Paris. Foi um pensador de saber enciclopédico é, por isso,
recebeu o título de Doctor Universalis. Foi mestre de Tomás de Aquino.
Para os povos árabes, o Islã – que significa “submissão à vontade divina” – é muito
mais do que uma religião. É o que lhes dá identidade cultural e o que, durante muito
tempo, lhes proporcionou unidade política. Segundo o Corão, livro sagrado do
islamismo, a origem do islã está na missão que Mohammed (Maomé, c. 570 – 632) teria
recebido do anjo Gabriel: a de propagar a vontade de Alá, o único Deus verdadeiro e
criador de todas as coisas.
A partir daí, Maomé assume a condição de Profeta e inicia sua pregação, que também é
uma campanha militar: em torno da fé ele unifica as tribos e os clãs em que se dividiam
os árabes. Sofre perseguições que o obrigam a exilar-se – a Hégira –, mas contra-ataca,
subjugando aqueles que não aceitam o Islã. Instala-se em Medina e, dali, inicia uma
série de ofensivas contra Meca, a principal cidade árabe, que capitula definitivamente
em 630.
Maomé morre dois anos depois de sua entrada triunfante em Meca. Seus sucessores –
denominados califas (vigários do profeta) – levam adiante sua obra, construindo um
vasto império que, no século X, abrangia a Espanha e o norte da África, estendendo-se,
a leste, até a região do rio Indo. Essa expansão, no entanto, não se fez sem divergências
internas. Dentro do islamismo surgiram seitas dissidentes, como a dos xiitas. Além
disso, rivalidades de todo tipo provocaram o surgimento de vários Estados árabes
independentes.
180
Física, astronomia, química (palavra que tem a mesma raiz árabe do termo “alquimia”),
medicina, biologia, geografia, história: não houve área do conhecimento que os árabes
não tivessem investigado, antecipando muitas das descobertas que o Ocidente, séculos
depois, iria reivindicar como suas.
Al-Kindi (século IX) é o primeiro a formular esse problema: como o intelecto humano
pode apreender a essência das coisas, se pelos sentidos só é possível conhecer que elas
existem? A solução encontra-se na Inteligência, sempre em ato que transcenda o
intelecto humano e que tenha o conhecimento das essências. É ela que torna possível o
181
Mas, se a inteligência agente leva as coisas a ser o que são, fazendo-as passar da
potência ao ato, elas podem adquirir ou perder a existência; mas é apenas contingente.
Por isso, a existência das coisas depende de uma causa, aquela em que a essência e a
existência coincidam: Deus.
Todos esses temas estão presentes no pensamento de Ibn Sina (980 – 1037), que no
Ocidente ficaria conhecido como Avicena. Nascido nas proximidades de Bukhara, e
morto perto de Hamadã (no atual Irã), ele tem seu nome associado à medicina, terreno
em que exerceria uma notável influência. Descreveu a anatomia do olho humano e o
funcionamento das válvulas do coração; analisou uma série de doenças, como a varíola,
sarampo e diabetes; formulou a hipótese de que certas moléstias eram causadas por
pequenos organismos presentes na água e na atmosfera; elaborou vários procedimentos
de diagnóstico. Sua obra Cânon seria leitura obrigatória em qualquer ensino de
medicina na Europa por muitos séculos. Além disso, Avicena, como outros sábios
muçulmanos de seu tempo, foi também matemático, astrônomo, físico, zoólogo,
geólogo, musicólogo e assim por diante, abarcando todas as áreas do conhecimento.
Segndo Avicena, há dois modos de ser. Em primeiro lugar, há o ser necessário, isto é,
aquele que por sua essencia são identicas. Há, em segundo lugar, o ser possível, que se
desdobra em dois: o ser possível por essencia é aquele que não pode existir porque a
existencia lhe é causada, enquanto o ser puramente possível é o que pode vir a existir
contanto que a existencia lhe seja causada. Na linguagem aristotélica, o ser necessário é
o ato puro; o ser possível necessário é a potencia que se torna ato, mediante uma causa.
E o ser puramente possível, apenas potencia. Daí se conclui que o ser necessário é o
único que existe por si, sem nenhuma causa, sendo ele próprio a causa de tudo o que
existe: é Deus, o único e eterno criador.
182
As três vias podem ser percorridas pelo intelecto humano. A primeira é interior. É
impossível duvidar das verdades inatas na alma. A imagem de Deus deseja recordar
Deus. A segunda recorre ao testemunho das criaturas de Deus, que proclamam a
existência do Criador. A terceira eleva o intelecto acima de si mesmo para contemplar a
existência de Deus como verdade evidente e indubitável.
Não podemos pensar nada maior do que Deus. Não se pode pensar que ele não exista.
Deus é verdadeiro e é maior do que aquilo que se possa pensar que não exista. “O ser de
que não pode ser pensado nada de maior é ser de tal natureza que não pode ser pensado”
(Tomatis. P 26).
Se limitarmos Deus com o nosso pensamento, então não pensaremos mais aquilo de que
não se pode pensar nada de maior.
3.5 – John Duns Scot (1266 – 1308) estudou no mosteiro dos franciscanos em Dumfries
e em Oxford, e também em Paris. Lecionou Teologia em Oxford e em Paris, sendo
expulso por causa de sua oposição ao rei Felipe IV. Em 1305 recebeu o grau de Doutor
em Paris. Transferiu-se para Colônia, onde faleceu em 1308.
183
Aquilo que é contraditório não se pode ser pensado. E aquilo que não é contraditório é
pensável. Deus é aquilo de que, sem contradição, não se pode pensar de maior. É
possível pensar Deus e ele existe. Pensando Deus, evitamos a contradição, pois
evitamos a contradição entre a sua possibilidade e a sua existência. O ente infinito existe
e, portanto, é possível pensa-lo.
Não se trata de uma prova a prior no simples pensamento. Mas, partindo do entre finito
e considerando a possibilidade de Deus como ente infinito – aquilo de que não se pode
pensar nada de maior sem contradição – obtém-se a prova a posterior. Duns Scot passa
do ente finito para o ser infinito a posteriori considerando a efetividade do ente finito e
obter fundamento seguro e necessário para provar a possibilidade do ser incausado,
infinito em ato – a existência de Deus. Ele desenvolve a prova do ser infinito em
diversas etapas e demonstrações. Atenua o argumento de Anselmo. O ponto de partida é
o ente finito sob o aspecto metafísico. Na condição de finito do ente comum, pode-se
atribuir-lhe a efetividade. “A evidência da possibilidade real do ente finito demonstra a
possibilidade da existência do ente finito. Mas, se o ente infinito é possível, ou seja, se é
possível sem contradição, existe necessariamente”. (Tomatis, O argumento Ontológico,
p. 38). O ente efetível não pode auto efetuar. Ele não pode se tornar efetível por si
mesmo. A possibilidade real do ente finito, imediatamente evidente, aponta para a
possibilidade do ente que deve ser causa eficiente primeira – incausada e incausável. A
possível efetividade do ente finito demonstra a possibilidade da existência da causa
suprema incausável, final, do ente perfeitíssimo.
John Duns Scot identificava-se com o posicionamento dos realistas. Ainda hoje, um
pensador pode ser realista em matemática (considerando que os números e as formas
geométricas existem por si mesmos) e ser conceptualista em ética (alegando que os
valores são apenas ideias sem realidade própria).
“Se é correto que a verdade da fé cristã ultrapassa as capacidades da razão humana, nem
por isso os princípios naturalmente inatos à razão podem estar em contradição com esta
verdade sobrenatural.”
As verdades da razão e da revelação são distintas, mas não são opostas. A razão humana
é uma expressão imperfeita da razão divina, ficando-lhe subordinada. O conteúdo das
185
verdades reveladas está acima da capacidade da razão natural, mas nunca pode ser
contrário a ela.
“A tudo isso respondo que foi necessário, para a salvação do homem, uma doutrina
fundada na revelação divina, além das disciplinas filosóficas que são investigadas pela
razão humana. Primeiro, porque o homem está ordenado a Deus como a um fim que
ultrapassa a compreensão da razão”. Conforme afirmou Isaias 64.3: “fora de ti, ó Deus,
o olho não viu o que preparaste para os que te amam.” Ora, o homem deve conhecer o
fim ao qual deve ordenar as suas intenções e ações. Por isso se tornou necessário, para a
salvação dos homens, que lhes fossem dadas a conhecer, por revelação divina,
determinadas verdades que ultrapassam a razão humana.
No paraíso, Adão recebeu o domum superadditum, o acréscimo de outro dom aos dons
naturais. Através do dom da graça, Adão podia permanecer unido a Deus. Tomás de
Aquino enunciou a existência de dois graus: o natural e o sobrenatural. Todo seu
pensamento corresponde a um sistema de graus.
O mesmo princípio é aplicado para a relação entre revelação divina e a razão humana. A
revelação não constrói a razão, mas a realiza. A razão é levada para além de si mesma,
mas não é destruída. A razão existe num determinado domínio. E a revelação atua num
outro onde complementa a razão. São duas formas: natureza e sobrenatureza. A Igreja
Católica defende esse supranaturalismo com todo o vigor.
4 – A Decadência da Escolástica
O rigor do controle da Igreja se faz sentir nos julgamentos feitos pelo Santo Oficio
(Inquisição), órgão que examinava o caráter herético ou não das doutrinas.
Conforme o caso, as obras eram colocadas no Index, lista das obras proibidas. Se a
leitura fosse permitida, a obra recebia a chancela Nihil obstat (nada obsta), podendo ser
divulgada. Quando consideravam o caso muito grave, o próprio autor era julgado.
186
Foi trágico o desfecho do processo contra Giordano Bruno (séc. XVI), acusado de
panteísmo e queimado vivo por ter defendido com exaltação poética a doutrina da
infinidade do universo e por concebê-lo não como um sistema rígido de seres,
articulados em uma ordem dada desde a eternidade, mas como um conjunto que se
transforma continuamente.
Foi talvez a lembrança ainda recente desse acontecimento que tenha levado Galileu a
abjurar, temendo o mesmo destino de Bruno.
47 – ESCRAVISMO
1 – Introdução:
2 – História da Escravidão:
a) No Império Britânico:
4 – Escravidão Na Antiguidade:
A escravidão era uma situação aceita e logo se tornou essencial para a economia e para
a sociedade de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito
pouco produtivo. A Mesopotâmia, a Índia, a China e os antigos Egípcios e Hebreus
utilizaram escravo. Na civilização Grega o trabalho escravo aconteceu na mais variada
sorte de funções, os escravos podiam ser domésticos, podiam trabalhar no campo, nas
minas, na força policial de arqueiros da cidade, podiam ser ourives, remadores de barco,
artesão etc. Para os gregos, tanto as mulheres como os escravos não possuíam direito de
voto. No entanto, o tipo de escravidão que se deu nas Américas, logo após seu
descobrimento por Cristóvão Colombo, em 1492, era praticamente inédito, baseado no
subjulgamento de uma raça, em razão da cor da pele.
6 – Escravidão No Brasil:
6.1 – Introdução:
A escravidão no Brasil ocorreu entre os séculos XVI e XIX e foi uma forma de
exploração da força de trabalho de homens e mulheres africanos, sustentado pelo tráfico
189
No Brasil a escravidão começou com os índios, mas como eles não se adaptavam ao
serviço braçal, os colonizadores recorreram aos “negros africanos”, que foram
utilizados nas minas e nas plantações: de dia fazia tarefas costumeiras, a noite
carregavam, trituravam e encaixotavam o açúcar. O comércio de escravo passou a ter
rotas intercontinentais, no momento em que os europeus começaram a colonizar os
outros continentes, no século XVI e, por exemplo, no caso das Américas, em que os
povos locais não se deixaram subjugar, foi necessário importar mão-de-obra,
principalmente da África. Nessa altura, muitos reinos africanos e árabes passaram a
capturar escravos para vender aos europeus. Em alguns territórios brasileiros, o índio
chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até o
final do século XVII, quase não se encontrava negros e os documentos da época que
usavam o termo “negro da terra” referiam-se na verdade aos índios.
Em 1871 foi feita a Lei do Ventre Livre que declarava livre os filhos de escravos
nascidos a partir daquele ano. Em 1885 a Lei dos Sexagenários, que concedia liberdade
aos maiores de 60 anos.
E mais tarde fez surgir o abolicionismo, em meados do século XIX. Em 1888, quando a
escravidão foi abolida no Brasil, ele era o único país ocidental que ainda mantinha a
escravidão legalizada. A Mauritânia foi, em 1981, o último país a abolir, na letra da lei,
a escravatura. A escravidão é pouco produtiva porque, como o escravo não tem
propriedade sobre sua própria produção, ele não é estimulado a produzir já que isto não
irá resultar em um incremento do bem estar material de si mesmo.
Sobreviver foi uma tarefa difícil. As mortes eram constantes e a taxa de natalidade
muito baixa, por conta disso e pela pouca importância dada a reprodução, houve
necessidade constante de importar mão-de-obra, sustentando o tráfico atlântico. Este
figurou como atividade lucrativa para um grupo bastante fluente de traficantes.
190
É com a chegada dos portugueses na costa atlântica ao sul do Saara, no século XV que
as formas de comércio se modificam e o uso da violência passou a ser comum. Cerca de
4,5 milhões de africanos vieram para o Brasil. As plantations e os monopólios eram à
base da agricultura escravista e garantiram a escravidão como um negócio lucrativo.
A travessia nos navios negreiros era marcada pela violência e pelas condições
insalubres. Antes de embarcar os homens e mulheres cativos eram marcados com ferro
– ou nas costas ou no peito – como forma de identificação do traficante a quem
pertenciam. Um único navio carregava cativos de diversos traficantes e locais de
origem. E assim os senhores os preferiam: trabalhadores de etnias e culturas diferentes,
pois dificultava a comunicação e prevenia a formação de rebeliões e motins.
A viagem nos navios tinha como dieta básica o azeite e o milho e, por conta desta
alimentação pobre em vitaminas, especialmente a vitamina C, muitos escravizados
chegavam com “escorbuto”, doença bastante comum neste contexto. O fim da travessia
se dava com a chegada aos portos brasileiros como os de Recife, Salvador, Rio de
Janeiro, Fortaleza, São Luís e Belém. Os principais portos à época eram os de Salvador
e Recife, mas, após a descoberta do ouro na região de Minas Gerais o porto do Rio de
Janeiro ganha destaque e passa a receber um número cada vez maior de cativos.
c) Chegada ao Brasil
A chegada era marcada, inicialmente, pela burocracia. Classificados por sexo e idade,
posteriormente eram enviados para o local onde se faziam os leilões de escravos, que
poderia ser já na alfândega ou nos armazéns próximos à região portuária.
Além da vendo in loco os homens e mulheres escravizadas eram anunciadas nos jornais.
Ao buscar os periódicos do período este tipo de anúncio é facilmente encontrado. Postos
à venda a partir do seu sexo, idade e etnia a preferência se dava por homens adultos – os
mais caros. A venda envolvia garantias: caso o cativo apresentasse alguma doença ou
debilidade física nos quinze dias sequentes à venda podia ser devolvido.
Os escravizados eram assombrados pela presença dos castigos físicos e das punições
públicas. Várias foram as formas de humilhação. O tronco, o açoite, as humilhações, o
uso de ganchos no pescoço ou as correntes presas no chão representavam a violência a
que eram submetidos os cativos. A escravidão é um sistema que só funciona com a
presença da violência.
Ainda assim é preciso destacar o papel importante das revoltas e das rebeliões, formas
de resistência à exploração imposta, como experiência dos quilombos – como o de
Palmares – e as diversas táticas praticadas para fugir da violência injusta. Homens e
mulheres cativos não foram passivos ao sistema a que foram submetidos reagindo da
mais variadas formas.
7 – Escravidão Na Bíblia
7.1 – Introdução:
192
Uma das razões pela qual você parece desacreditar o Cristianismo é por causa da
existência da escravidão na Bíblia. A escravidão tem existido praticamente por toda a
extensão da história humana. Costumes culturais não têm permanecido estagnados ao
longo dos séculos, e atitudes em relação à escravidão mudaram junto com eles.
Movimentos abolicionistas eram raros antes do século XVIII.
2 – A leitura de Êxodo 21.7-11, leva a crer que “todo homem é livre para vender sua
filha como escrava sexual – embora certas sutilezas se apliquem. Exemplo:
“Se um homem vender a sua filha como escrava, ela não será liberta como os escravos
homens. Se ela não agradar ao seu senhor que a escolheu, ele deverá permitir que ela
seja resgatada. Não poderá vende-la a estrangeiros, pois isso seria deslealdade para com
ela. Se o seu senhor a escolher para seu filho, lhe dará os direitos de uma filha. Se o
senhor tomar uma segunda mulher, não poderá privar a primeira de alimentos, do
roupas e de direitos conjugais. Se não lhe garantir essas três coisas, ela poderá ir embora
sem precisar pagar nada (Ex 21.7-11).
3 – Nos dias do Antigo Testamento, quando um homem vendia sua filha como uma
escrava, ele permitia a sua entrada na aliança matrimonial que ela aprovasse. Um
homem ou sua família normalmente iniciava a sequência de passos que levavam ao
casamento. O costume do Antigo Testamento incluía o novo o marido ou sua família
oferecendo um preço de nova ao pai da noiva. Nem sempre um pagamento monetário,
isto pode ter sido um presente ou algo considerado valioso. A passagem acima não
oferece apenas sutilezas aplicáveis, mas provê leis para proteger as mulheres que entram
no casamento desta forma.
4 – como exemplo de uma família que incluía novas servas, vamos considerar o lar de
Jacó: Jacó teve doze filhos cujos descendentes dera origem às doze tribos de Israel:
Rubem, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José e
Benjamim. Jacó se apaixona por Raquel e desejou casar-se com ela. Jacó, em seguida
193
reuniu-se com o pai dela, Labão, e ofereceu tornar-se um escravo durante sete anos a
fim de ganhar a mão de Raquel em casamento. Infelizmente para Jacó, o costume no
país de Labão era que a primogênita deveria casar-se primeira. Depois de sete anos,
Jacó recebe Lia em casamento, ao invés de Raquel, o que muito o irritou. Labão
concordou em permitir que Jacó casasse com Raquel após a semana nupcial de Lia, em
troca de mais sete anos de trabalho. Gravemente apaixonado, Jacó continuou como
escravo de Labão por outros sete anos para ganhar a mão de sua amada Raquel. Então,
Jacó e Raquel também se casaram e expandiram a família que Jacó já tinha começado
com Lia. Tanto Lia como Raquel tiveram servas que também se juntaram à família de
Jacó. Essas servas Zilpa e Bila tornaram-se esposas servas de Jacó por seu acordo
mútuo com Lia e Raquel. Enquanto Lia deu a Jacó seis filhos, cada uma de suas outras
três esposas lhe deram dois filhos. Lia também teve uma filha, Diná.
Encontram este relato em Gênesis 29 e 30. Jacó tratava suas esposas Lia e Raquel, e as
esposas servas Zilpa e Bila, de forma justa e equitativa. Jacó, suas esposas e seus filhos
viveram e viajaram juntos com uma família depois que Jacó terminou o seu contrato
com Labão.
8.1 – Introdução:
A escravidão foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas quando eles saíram do Egito
(cf. Ex. 21.1-11). Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era
crime punido com pena capital (Ex. 21.16).
Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar a sua dívida, sendo
libertado ao sétimo ano, sem pagar nada (Ex.21.1). Além disso, ele deveria receber de
seu proprietário alguns animais e alimentos para recomeçar a vida (Dt. 15.13,14).
Durante seu período de serviço, o (a) escravo (a) teria um dia de folga semanal, o
sábado (Ex. 20.10). é interessante notar que na versão dos dez mandamentos de
Deuteronômio 5, é dito que o sábado foi dado para que o servo e a serva “descansem
como tu”, no caso o patrão.
Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punido
com a morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código. Antes desse rei, que
viveu em torno de 1750 a.C., entre os sumérios, o termo arad (escravo, servo) era
considerado como um objeto e era referido através de um pronome usado para descrever
coisas (p.ex. como o uso do it, em inglês).
194
Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os
israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa
prática. Mesmo que Deus abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A
título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em
uma democracia. Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até
que a mentalidade da nação fosse mudada. Deus humanizou essa prática em Israel. Em
lugar algum do antigo Oriente Médio encontraremos escravo e senhor em pé de
igualdade (cf. Jó 3l.13-15).
48 – ESPIRITISMO
1 - Introdução:
Doutrina codificada em 1857m em o Livro dos Espíritos, pelo pedagogo francês Allan
Kardec (1804-1869). Seus adeptos acreditam no retorno do espírito à Terra, em
sucessivas encarnações, até chegar à perfeição, e creem na possibilidade de
comunicação entre vivos e mortos, que pode ocorrer de várias formas, como por
mensagens escritas (psicografadas) ou faladas (psicofônicas). A religião prega a
caridade e o amor ao próximo como meio de atingir a maturidade espiritual. Chega ao
Brasil em meados do século XIX e seu principal nome foi o mediúm Chico Xavier
(1910-2002).
Livro e mais livros têm sido escrito sobre o espiritismo nos seus diversos aspextos. O
povo evangélico brasileiro, particularmente, dispõe de algumas obras significantes
quanto a história, doutrinas e refutações bíblicas no que se refere a essa seita-religião
que de acordo com as denominações que recebe, mostra a manifestação de satanás no
meio do “seu povo”.
A palavra espírito vem do grego, “pneuma” sopro, exaltação, sopro vital, espírito. O
sufixo grego “ismós” indica doutrina filosófica religiosa, daí, espiritismo.
3 – Histórico:
A primeira sessão espírita teve lugar no Éden, onde a serpente serviu de médium,
satanás de guia e Eva de assistente. Até hoje, as sessões espíritas são feitas com esses
elementos: os médiuns, os demônios ou guias e os assistentes.
É claro, que não podendo comungar com Deus e os anjos, por ter sido lançado do céu,
nem com os homens, por terem estes corpos físicos, o diabo e seus anjos só podem
viver no espaço, entre o céu e a terra, que aliás, Deus não achou bom ao criar, visto estar
reservado para a habitação dos seres decaídos.
Como é impossível a Satanás a comunhão com Deus, o astuto anjo decaído, juntamente
com seus seguidores, procura habitar entre os homens e o faz através de encarnações
mediúnicas, encostos ou usando outros métodos como: “protegendo”, “ajudando” etc.
Querem estes seres, o poder da expressão; daí usarem preferivelmente o homem de que
usam as faculdades para mesmo que disfarçadamente o levar ao afastamento de Deus e
à destruição. São inimigos de Deus, rebeldes e predestinados para o lago de fogo, para
onde não querem ir sozinhos.
4 – O Espiritismo Moderno:
Swedemborg, contemporâneo de Mesmer, era um filósofo místico que dizia ter recebido
de Deus poder para explicar as Escrituras (como Allan Kardec) e comunicar-se com o
outro mundo.
As práticas espíritas eram chamadas antigamente, como podemos notar nas páginas das
Escrituras, de necromancia ou magia. Seus praticantes eram chamados de: magos,
pitonisas, adivinhos, bruxas, feiticeiros etc. os centros, tendas ou terreiros eram
chamados oráculos, cavernas ou antros.
Hoje, dependendo do ramo a que pertencem, os nomes são diversos. Desde o Vodu até
o “alto” espiritismo, a essência é a mesma. Através dos tempos, têm sido redutos do
espiritismo, a china, a índia, o Tibete, o Haiti, a África, o Brasil e os povos indígenas
em geral. O Brasil é hoje o líder mundial do espiritismo que tem seu foco principal no
Estado do Rio de Janeiro. Em uma estatística publicada em uma de nossas revistas,
afirmava-se que 70% dos católicos brasileiros são frequentadores de centros espíritas.
5 – Divisão do Espiritismo:
Crença na reencarnação;
Jesus Cristo é visto como a grande entidade encarnada – a maior que já apareceu
no mundo. O Evangelho foi reinterpretado, segundo o espiritismo, no famoso
livro de Allan Kardec – o Evangelho Segundo o Espiritismo.
7 – Doutrinas Espíritas.
Algumas:
Deus existe, mas está longe demais e só se manifesta por meio de intermediários
– os guias.
Jesus é um homem que alcançou grande desenvolvimento espiritual.
Entre as seitas ou sociedades secretas ligadas ao Espiritismo, bem como certas práticas,
temos ainda: o Ioguismo, o Faquirismo, o Manuseio de Serpentes, o Culto ao Mago
Abramelim, o Culto das Bruxas, o Culto do Pavão, o Culto aos discos voadores, culto
aos duendes e fadas etc.
8 – Cultos Espíritas.
1 – Umbanda:
A palavra Umbanda quer dizer “do lado de Deus, ou do bem”. Essencialmente é religião
de magia e feitiçaria, politeísta, fetichistas e mitológicas, muito semelhantes ao
candomblé.
O orixá é adorado, servido e motivo de orgulho para o médium (ou cavalo). A ele se faz
oferendas e para ele, banhos de purificação ou preparação do ambiente (casa ou terreiro)
com incenso ou perfumes.
O exu é evitado. Quando em uma sessão se incorpora, é logo afastado, muitas vezes
depois de ser doutrinado. Em alguns terreiros aconselha-se fazer-lhe oferendas para que
se afaste, em outros essa oferenda é feita para cobrir outra que já lhe foi feita e coloca-lo
assim ao serviço do último ofertante.
Tipos de Reuniões:
2 – Quimbanda:
A dificuldade existe por causa do grande sincronismo que existe entre as duas
formas de espiritismo. Na maioria dos terreiros, vê-se uma mistura dos dois
cultos, entretanto, analisando basicamente cada uma delas, podemos notar as
tendências de cada terreiro.
3 – Candomblé:
3.1 – O Ocultismo
4. Mistura de ervas com pós, terra de lugares santos, pedras e coisas desse
tipo são feitas para a obtenção de várias finalidades; pó do amor; bebida
para fechar o corpo; pó da sedução; banhos para afastarem mal olhado,
inveja ou para receberem benefícios, são receitados por suas mães de
todos os santos ou babás. É claro que por trás disso tudo existe um
grande comércio de bugigangas na exploração da ingênua fé do povo.
4 – Macumba:
Acontece de tudo nos terreiros de macumba. Há uma mistura de orixás, exus, preto-
velho, almas desencarnadas, espíritos de luz etc. de acordo com cada terreiro, são
aceitos ou rejeitados ou comungam da mesma maneira todos os espíritos.
Quanto aos rituais, assimilam dos demais cultos espíritas as suas práticas, porém sem
nenhum compromisso sério. Fazem de tudo. No rio de Janeiro, principalmente na
Baixada Fluminense e em São Paulo, na chamada Periferia, esses terreiros são muito
comuns. É claro que as tendências de cada terreiro estão de acordo com os princípios do
pai ou mãe de santo que os dirige.
A prática desse culto, como os demais cultos africanos, começou aqui no Brasil com os
escravos africanos. Após a Lei Áurea, continuaram a praticar o culto que foi aos poucos
angariando adeptos, principalmente dentre os pobres e favelados.
Hoje, pode-se ver muita “gente boa” nessas reuniões. Filas de carros se fazem defronte
dos terreiros de macumba, oriundos de todas as partes da cidade. É comum observar-se
com tristeza, dentre os praticantes, inclusive, muitas crianças, às vezes de colo...
As Sessões de Macumba
Oferendas
Na macumba, o “guia” exige oferendas. Marca dia e hora e local para que ela seja
entregue e costuma se manifestar na hora em que o macumbeiro a coloca no lugar
indicado.
A isto se chama também obrigação, que serve para atender um pedido ou uma paga em
favor de algo recebido. Também faz parte da comunhão entre o médium e seu guia.
Essas oferendas são compostas de elementos de acordo com a vontade de cada “guia”.
Farofa, pipoca, cachaça ou outras bebidas costumam ser comuns.
Descargas
O grande segredo do espiritismo, nas suas diversas formas, é abrir a vida às forças do
inferno e ficar escravo dos espíritos, pagando um preço incrível pelos favores que o
diabo presta.
205
– Kardecismo:
O espiritismo kardecista está apoiado nos princípios de Allan Kardec. Seus praticantes
costumam dizer que são os verdadeiros espíritas, sendo que os demais são espiritistas ou
mediunistas.
Como já afirmamos várias vezes, a essência é a mesma. É certo que existe uma grande
influência dos ensinos de Jesus na doutrina de Kardec. Este, chegou a escreveu o livro
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, afirmando ser este ditado pelo “espírito da
verdade”.
O que é bom deixar claro, entretanto, é que os ensinos de Jesus no citado livro e nos
demais que Kardec e seus asseclas escreveram, encontra-se dramaticamente torcidos e
mutilados. É uma tentativa delirante de procurar equacionar os ensinamentos sublimes
do Senhor Jesus Cristo aos ensinamentos demoníacos e falsos do espiritismo.
A prática
O Kardecismo, como os demais cultos espíritas, não tem uma doutrina sólida. Os
ortodoxos defendem apenas os ensinos de Kardec, enquanto que a maioria assimila
também os ensinamentos de diversos autores espíritas como, no Brasil, Pastorino, Chico
Xavier, Bezerra de Menezes, Imbassay e outros.
a) Comunicação com os mortos: espíritos de pessoas que viveram entre nós e que
ora necessitam de caridade ora são mensageiros celestes;
c) Comunicação com extraterrestres: espíritos que não viveram entre nós; de outra
esfera espiritual; superevoluídos;
f) Cânticos: usam cânticos durante as reuniões: têm corais, conjuntos de jovens etc.
49 – ESPIRITUALISTAS CRISTÃOS
Histórico:
A razão não deve usar conceitos estereotipados. A vida não deve ser entendida apenas a
partir de fórmulas químicas.
“Vitalidade é o poder que mantém um ser vivo com vida crescendo. Élan Vital é o
impulso criativo da substancia viva em tudo o que vive rumo a novas formas” (Paul
Tillich, Teologia Sistemática, p. 154).
“A vida em sua criatividade dinâmica, em seu Élan Vital (Bergson), está aberta só ao
conhecimento receptivo, à participação intuitiva e à união mística” (Paul Tillich,
Teologia Sistemática, p. 90).
50 – ESTOICISMO
1 – Introdução:
Outra corrente filosófica que introduziu novas perspectivas no caminho da felicidade foi
o estoicismo. Essa palavra deriva do grego stoá, “pórtico” ou “galeria de colunas”.
Trata-se de uma referencia ao local em que reunia os alunos e administrava suas aulas o
primeiro filósofo dessa corrente, Zenão de Cício (c. 335-264 a.C.). Para o estoico, é
feliz aquele que vive de acordo com a ordem cósmica, aceitando e amando o próprio
destino nela inscrito.
2 – Desenvolvimento:
a) Ordem Cósmica:
Para compreender o método estoico para a condução de uma vida boa e feliz, é preciso
entender primeiro um pouco de sua física ou cosmologia. O estoicismo concebe o
universo como “kósmos”, “universo ordenado e harmonioso”, composto de um
princípio passivo (a matéria) e de um princípio ativo, racional, inteligente (o chamado
logos), que permeia, anima e conecta todas as suas partes.
Em outras palavras, tudo o que existe e que acontece tem um objetivo e uma razão de
ser, pois faz parte da inteligência universal e divina. Assim, tudo é necessário, ou seja,
não pode ser diferente do que é. Nessa ordem cósmica, portanto, todos os eventos já
estariam organicamente predeterminados, inclusive a vida de cada um – estaria seu
destino.
208
Pela mesma razão, tudo o que acontece deve ser bom, pois é animado pelo bem contido
nos princípios racionais que governam o universo (o que se denomina providência). O
importante é a ordem do todo, da totalidade do universo. E o bem do todo deve ser
melhor do que o bem individual.
b) Uso da Vontade:
Com base nessa cosmologia, os estoicos entendiam que é impossível sermos felizes se
acreditarmos que felicidade é ter tudo o que desejamos (como geralmente se pensa).
Basta que fracassemos em alcançar um desejo e nos tornarmos infelizes.
A esse respeito, ensinavam que há coisas que dependem de nós e há outras que não
dependem de nós, ou só de nós. Depende de nós, por exemplo, elaborar um bom
trabalho ou ser bom e generoso; não depende de nós (ou só de nós) ganharmos na
loteria ou conquistar o coração da pessoa amada.
Então, se existe uma ordem cósmica predeterminada e se há coisas que não dependem
de nós, só nos resta aproveitar uma brechinha de liberdade que o estoicismo nos deixa
para garantir nossa felicidade. Trata-se da aplicação de uma faculdade que todos temos:
a vontade. Ela nos permite querer ou não querer as coisas. Veja que nada pode me
obrigar a querer o que não quero, ou a não querer o que quero. Podem me obrigar, por
exemplo, a ir a uma festa, inclusive me levar à força até lá, mas não podem me fazer
querer ir a essa festa.
Portanto, segundo os estoicos, posso construir minha felicidade a partir dessa brechinha,
usando minha vontade para querer apenas aquilo sobre o que tenho poder, que depende
de mim e que me faz verdadeiramente feliz.
Com base nesse raciocínio, os estoicos procuraram orientar a conduta das pessoas
estabelecendo a seguinte distinção entre as coisas:
Boas – são aquelas que dependem de nós e que devemos querer e buscar durante
a vida para sermos felizes. Trata-se das virtudes, como ser prudente, justo,
corajoso;
Más – são as coisas que dependem de nós, mas que, ao contrário, devemos evitar
durante a vida se queremos ser felizes. Trata-se dos vícios e das paixões, como
ser imprudente, injusto, covarde, guloso, raivoso;
Indiferentes – são as coisas que não dependem de nós e com as quais não
devemos nos preocupar, sob pena de gerar infelicidade. É o caso da morte, do
poder, da saúde ou doença, da riqueza ou pobreza, entre outras.
Por esse raciocínio, podemos concluir que a paixão é o resultado do uso inadequado da
razão, enquanto a virtude consiste na ação que se desenvolve conforme a razão (ou seja,
conforme a natureza, pois a natureza, como vimos, é logos, razão).
Assim, dominar as paixões é o objetivo principal da ética estoica. Para isso, o esforço
em controlar os pensamentos será fundamental, pois é o pensamento equivocado que
gera as condições para aflorá-lo das paixões.
d) Amor Fati:
O domínio sobre os pensamentos e as paixões seria, portanto, a via negativa para atingir
a felicidade. Diz-se “negativa” porque se dá pela negação das paixões, pela negação das
causa da infelicidade. Mas há também um percurso positivo, o do amor fati, expressão
latina que significa “amor aos fatos, aos acontecimentos, ao próprio destino”.
Por isso, para o estoicismo, uma pessoa não deve revoltar-se por ter nascimento com
uma deficiência física, ou porque é feia, pobre ou escrava. Isso não depende dela. Deve
não apenas aceitar sua condição, mas também querer o que é o que tem ou o que vive.
Deve, enfim, ter amor por seu destino (amor fati), que faz parte da totalidade. Somente
então ela poderá ser feliz.
Estoicismo: O Dever.
O Estoicismo, fundado a partir das ideias de Zenão de Cício (336-263 a.C.), foi a
corrente filosófica de maior influencia no período helenístico. Como estudamos
anteriormente, os representantes dessa escola eram conhecidos como estoicos e
defendiam a noção de que toda realidade existente é uma realidade racional. Isso
significa que todos os seres, os indivíduos e a natureza fazem parte dessa realidade
racional.
Segundo esses pensadores, o que chamamos de Deus nada mais é do que a fonte dos
princípios racionais que regem a realidade, integrado à natureza, não existe para o ser
humano nenhum outro lugar para ir ou fugir, além do próprio mundo em que vivemos.
Somos deste mundo e, ao morrer, no dissolvemos neste mundo.
210
51 – ESTRUTURALISMO
1 – Introdução:
O todo pode ser matemático, mineral, mecânico, um corpo vivo, um idioma, um O ser
humano tem procurado fundamentar o seu conhecimento da seguinte maneira:
O método estrutural procura entender a organização das entidades de acordo com suas
relações internas. A estrutura refere-se ao modo como se relaciona um grupo de
elementos. Observa a singularidade do conjunto. E aponta para a unidade e a
comparação.
A Linguística não se ocupa tanto com a descrição empírica das línguas, mas com a
análise do sistema abstrato que constitui as relações linguísticas. Um exemplo seria a
análise da Língua Portuguesa.
52 – EUROCOMUNISMOS
(veja tópico 22 sobre o comunismo).
Conceito:
212
Na Itália, por exemplo, o Partido Comunista Italiano, liderado por Togliatti, afirma a
ideia de que existem caminhos nacionais para o Socialismo (policentrismo), defende o
pluralismo partidário e preconiza as alianças que o proletariado deve fazer com os
outros grupos que compõem as classes populares, como camponeses, intelectuais e
camadas médias.
53 – EUTIQUISMO
1 – Introdução:
Pelos idos de 440, ele converteu-se numa figura de grande projeção do Monofisismo em
Constantinopla, quando subiu ao poder, em 441, o eunuco Crisápio, responsável por seu
batismo, Eutiques principiou uma campanha fulminante contra o Nestorianismo,
atacando a todos a quem julgava suspeita. Assim, ele denunciou a Teodoreto de Ciro,
Ibas de Edessa, Domno II de Antioquia (442-449) e até Flaviano de Constantinopla fora
denunciado em uma carta enviada por ele à Sé Romana.
2 – Monofisismo Eutiquiano
54 – EVOLUCIONISMO
(Veja Tópico 26 Sobre Criacionismo).
1 – Introdução:
Um dos maiores mistérios que sempre intrigou o homem ao longo de sua história é o
conhecimento a respeito de suas próprias origens.
Pode-se dizer que todos os povos da antiguidade tinham teorias que tentavam explicar a
existência do homem e do universo. A maioria delas tinham fundamentos religiosos,
filosóficos ou até mesmo mitológicos. Além dos próprios mistérios existentes na
questão da origem da vida, ainda que, havia outra questão não menos pertinente: Por
que somos tão diferentes dos animais?
O evolucionismo é uma teoria que surgiu a partir do século XIX, afirma que o hoem foi
resultado de uma longa evolução iniciada há cerca de cinco milhões de anos, desde os
Homídeos até o Homos Sapien, espécie correspondente ao homem com suas
características atuais. De fato, a teoria evolucionista surgiu a partir da publicação do
livro de Charles Darwin, “A Origem das Espécies”, em 1859. Darwin, após uma
viagem às Ilhas Galápagos, acabou descobrindo diversas novas espécies de animais,
realidade que o levou a desenvolver a ideia de seleção natural dos seres vivos. Ainda
segundo a teoria, homem e macaco possuiriam a mesma ascendência, da qual as outras
espécies foram desenvolvendo ao longo do tempo.
Assim como o criacionismo é uma teoria que tentam explicar a criação do homem, o
evolucionismo também tenta pelo método da evolução.
2 – Teorias Evolucionistas
Até hoje os cientistas não sabem falar de onde viemos e para onde iremos, temos várias
teorias como a evolução; defendida no princípio pelo cientista francês Jean-Baptiste
215
Contando com as premissas, ele afirmou que o homem e o macaco teriam uma mesma
ascendência a partir da qual as duas espécies se desenvolveram. Contudo, isso não quer
dizer, conforme muitos afirmam que Darwin supôs que o homem é um descendente de
macaco. Em sua obra, a origem das espécies, ele sugere que o homem e o macaco,
devido suas semelhanças biológicas, teriam um mesmo ascendente comum. A partir da
afirmação científica, ao longo dos anos, se lançaram ao desafio de reconstituir todas as
espécies que antecederam o homem contemporâneo.
Naturalista francês foi o primeiro cientista a propor uma teoria sistemática da evolução.
Sua teoria foi publicada em 1809, em um livro denominado filosofia zoológica.
Segundo Lamarck, o princípio de evolução estaria baseado em duas leis fundamentais:
lei do uso e desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que
estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. Lei da transmissão dos
caracteres adquiridos: alterações provocadas em determinadas características do
organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes. Lamarck utilizou
vários exemplos, para explicar sua teoria. Segundo ele, as aves aquáticas tornaram´se
pernalta devido ao esforço que faziam no sentido de esticar as pernas para evitarem
216
molhar as penas durante a locomoção na água. A cada geração, esse esforço produzia
aves com pernas mais altas, que transmitiam essas características à geração seguinte.
Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves pernaltas. A teoria de
Lamarck não é aceita atualmente, pois suas ideias apresentam um erro básico: as
características adquiridas não são hereditárias. Verificou-se que as alterações em células
somáticas dos indivíduos, não alteram as informações genéticas contida nas células
germinativas, não sendo, dessa forma hereditárias.
As ideias gerais da teoria da evolução das espécies sofreram, aos poucos, alterações e
aperfeiçoamentos. Todavia, as bases do evolucionismo subsistem até hoje e o nome
Darwin ficou ligado a uma das mais notáveis concepções do espírito humano. Charles
Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, Shropshire, no Reino Unido, em 12 de fevereiro
de 1809, em uma família próspera e culta. Seu pai, Robert Waring Darwin, foi médico
respeitado. Seu avô paterno Erasmus Darwin, poeta, médico, filósofo, era evolucionista
em potencial, cuja obra mais famosa, a zoonomia (1794-1796), antecipava em muitos
aspectos as teorias de Lamarck. Em 1825, Darwin foi para Edimburgo estudar medicina,
carreira que abandonou por não suportar as dissecções. Todavia, interessou-se pelas
ciencias naturais. Matriculou-se a seguir no Christ’s College, em Cambridge, decidido a
ordenar-se, embora não tivesse vocação religiosa. Ali se tornou amigo do botânico John
Stevens Henslow, que o aconselhou a aperfeiçoar seus conhecimentos em história
natural.
55 – EXISTENCIALISMO
(Veja tópico 50 sobre fenomenologia).
1 – Introdução:
Aos filósofos da existência propriamente ditas surgiram no século XX, mas sofreram
grandes influências do pensamento de alguns filósofos do período anterior, como Arthur
217
2 – Problema do Existir
O que é existir?
3 – Influências da Fenomenologia.
Isso significa que a consciência não é uma realidade essencial ou substancial, mas
apenas um movimento – um movimento que se realiza na direção das coisas, dos
objetos, pois toda consciência é sempre uma consciência de algo.
O filósofo trouxe também outra novidade, pois observou que, nesse movimento, a
consciência manifesta sempre uma intencionalidade, ou seja, um modo específico de
visar às coisas. Em outras palavras, as coisas são sempre abordadas em função de
alguma intenção do sujeito.
a) Arthur Schopenhauer
b) Sören Kierkegaard
c) Jean-Paul Sartre
O Ser e O Nada.
Aristóteles explicava as mudanças do ser pela passagem da potencia ao ato. Para Sartre,
porém, o ser é o que é. Em sua linguagem própria trata-se do ente em si. Esse ente “não
é ativo nem passivo, nem afirmação nem negação, mas simplesmente repousa em si,
maciço e rígido”.
56 – EXPRESSIONISMO
Conceito:
57 – FACISMAO
1 – Introdução:
O fascismo foi apresentado como partido político em 1921. Desde essa altura, a palavra
“fascista” é usada para mencionar uma doutrina política com tendências autoritárias,
anticomunistas e antiparlamentares, que defende a exclusiva autossuficiência do Estado
e suas razões. Trata-se de um movimento antiliberal, que atua contra as liberdades.
2 – Desenvolvimento:
O fascismo é diferenciado das ditaduras militares porque o seu poder está fundamentado
em organizações de massas e tem uma autoridade única. Os seus membros são na sua
222
O fascismo é caracterizado por uma reação contra o movimento democrático que surgiu
graças à Revolução Francesa, assim com pela furiosa oposição às concepções liberais e
socialistas.
O termo fascismo passou a ser usado para englobar tanto os regimes diretamente ligados
ao eixo Roma-Berlim e seus aliados, como os sistemas de autoridade que atribuíam ao
estado funções acima daquelas que as democracias lhe entregavam. É o caso das
referencias ao “fascismo” espanhol, brasileiro, turco, português, entre outros.
Em1945, com a queda dos principais estados fascistas e com a divulgação das
atrocidades cometidas, o movimento fascista perdeu possibilidades de grandes
mobilizações. Apesar disso, alguns grupos minoritários se mantiveram nos antigos
estados fascistas (neofascismo).
3 – Fascismo Na Itália:
Na Itália, Mussolini, antigo socialista e militar, ocupou o poder depois da “marcha sobre
Roma” no dia 28 de Outubro de 1922. A Câmara outorgou plenos poderes ao duce e os
fascistas ocuparam, pouco a pouco, os pontos chave do estado. O deputado socialista
Matteoti denunciou a corrupção e violência fascistas, tendo sido assassinado pouco
depois. A oposição abandonou o parlamento e Mussolini aproveitou a crise para
estabelecer, em janeiro de 1925, um estado totalitário, que proibiu os partidos políticos
e os sindicatos não fascistas.
Através do Pacto de Aço (25 de maio de 1939), o duce se aliou à Alemanha nacional-
socialista, levando a Itália a intervir na II Guerra Mundial.
4 – Fascismo e Nazismo:
Apesar de muitas vezes serem vistos como sinônimos, o fascismo e nazismo têm
diferença s. o nazismo é frequentemente contemplado como um forma de fascismo, mas
223
o movimento nazista identificou uma raça superior (raça ariana), e tentou eliminar
outras raças, para criar prosperidade para o Estado.
A semelhança entre estes dois regimes é que obtiveram grande popularidade entre os
elementos da classe operária, porque criavam medidas de apoio para eles, medida que
varias vezes não se concretizava.
58 – FAUVISMO
Conceito:
O que é Fauvismo?
Os franceses Henri Matisse (1869 – 1954) e André Derain (1880 – 1954) fundaram o
Fauvismo, o primeiro movimento moderno do século XX. O movimento foi assim
denominado por um crítico francês que, em 1905, os chamou de fauves (feras
selvagens) ao se referir às suas cores fortes e chocantes.
59 – FENOMENOLOGIA
1 – Introdução:
A fenomenologia surgiu no final do século XIX, com Franz Brentano, cujas principais
ideias foram desenvolvidas por Edmund Husserl (1859 – 1958). Outros representantes
foram: Heidegger, Max Scheler, Hartmann, Binswanger, De Waelhens, Ricoeur,
Merleau Ponty, Jaspers, Sartre.
Seu postulado básico é a noção de intencionalidade, pela qual é tentada a superação das
tendências racionalistas e empiristas surgidas no século XVII. A fenomenologia
pretende realizar a superação da dicotomia razão-experiência no processo de
conhecimento, afirmando que toda consciência é intencional. Isso significa que,
contrariamente ao que afirmam os racionalistas, não há pura consciência, separada do
mundo, mas toda consciência tende para o mundo; toda consciência é consciência de
alguma coisa. Mas também contrariamente aos empiristas, os fenomenólogos afirmam
que não há objeto em si, já que o objeto só existe para um sujeito que lhe dá significado.
2 – Tendência Humanista:
A fenomenologia é a filosofia e o método que têm como precursor Franz Brentano (final
do século XIX), mas foi Edmund Husserl (1858 – 1938) quem formulou as principais
linhas dessa nova abordagem do real, abrindo o caminho para filósofos com Heidegger,
Jaspers, Sartre, Merleau-Ponty.
próprios estímulos nunca são idênticos para todas as pessoas, mas exercem influência na
medida em que são percebidos de maneira singular pela consciência que os atinge.
60 – FEUDALISMO
1 – Introdução:
conceitos para identificá-las, como o de feudalismo. Este termo, entretanto, tem gerado
muitos debates e recebido muitas definições.
Para conceituação desta matéria, vamos analisar o termo feudalismo, de acordo com o
historiador francês Jacques le Goff, especialista em história medieval. Um sistema de
organização economica, social e política baseado nos vinculos de homem a homem, no
qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores – subordinados uns aos
outros por uma hierarquia de vinculos de dependencia, domina uma massa campesina
que explora a terra e lhes fornece com que viver.
a) Poder Político:
b) Suserania e Vassalagem.
1 – elementos romanos:
2 – elementos germânicos:
Sistema feudal prevaleceu durante longo período na Europa Ocidental. Por abranger
área tão extensa, não foi idêntico em todos os lugares. No entanto, é possível
apontar algumas características comuns:
3 – Sociedade Divida:
Clero (Orates, palavra latina que significa “rezadores”) – ordem dos membros
da Igreja católica, destacando-se os dirigentes superiores, como bispos, abades e
cardeais. Os dirigentes da igreja administravam suas propriedades e tinham
grandes influencia política e ideológica (isto é, na formação das mentalidades e
das opiniões) sobre toda a sociedade.
Essa organização social, rígida e praticamente sem mobilidade entre as ordens, era
defendida pela elite do clero e da nobreza como uma forma de manter seus
interesses.
4 – Produção Econômica:
Senhorio
O tamanho médio de um senhorio variava entre 200 e 250 hectares. Cada um tinha uma
produção variada de cereais, carnes, leite, roupas e utensílios domésticos – poucos
produtos (como os metais utilizados na confecção de ferramentas e o sal) vinham de
fora. Eram divididos em três grandes áreas:
229
Os mansos servis: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu
próprio sustento e os recursos para cumprir as obrigações que deviam aos
senhores.
Servidão
Os servos não eram proprietários das terras em que trabalhavam apenas as usavam;
produziam para o próprio sustento e para manter as outras duas ordens (os nobres e o
clero).
A relação servil impunha uma série de obrigações do servo para com o senhor feudal,
pagas em forma de trabalho e de bens. Uma delas era a corveia, pela qual o servo,
embora livre, tinha de trabalhar alguns dias da semana gratuitamente nas reservas
senhoriais. Esse trabalho podia ser realizado na agricultura, na criação de animais, na
construção de casas e outros edifícios ou em benfeitorias.
Os castelos – até fins do século XI, o castelo feudal era, muitas vezes, um rude
forte de madeira. Mesmo os grandes castelos de pedra construídos
posteriormente eram desconfortáveis. Os quartos eram escuros e úmidos e as
paredes de pedra crua, frias e tristes. Os pisos eram, em geral, recobertos com
esteiras de junco ou palha.
Os direitos dos servos – o servo tinha direito à posse usual da terra. Se a terra
fosse vendida, ele conservava o direito de cultivar o seu lote. Quando o servo
ficava muito velho ou fraco para trabalhar, era dever do senhor feudal cuidar
dele até o fim de seus dias.
61 – FUNDAMENTALISMO
1 – Introdução:
O contexto de terrorismo e de guerra que estamos vivendo nos inícios dos séculos XXI
faz circular como moeda corrente o termo “Fundamentalismos”. Esta palavra se tornou
chave explicativa e interpretativa de ações terroristas que ocorrem em diferentes regiões
do mundo, especialmente naquelas onde predomina o islamismo.
2 – O que é Fundamentalismo?
Esses dados já nos ajudam a entender o que seja o fundamentalismo. Não é uma
doutrina. Mas uma forma de interpretar e viver a doutrina. É assumir a letra das
doutrinas e normas sem cuidar de seu espírito e de sua inserção no processo sempre
cambiante da história, que obriga a contínuas interpretações e atualizações, exatamente
para manter sua verdade essencial. Fundamentalismo representa a atitude daquele que
confere caráter absoluto ao seu ponto de vista.
Sendo assim, imediatamente surge grave consequência: quem se sente portador de uma
verdade absoluta não pode tolerar outra verdade, e seu destino é a intolerância. E a
intolerância gera desprezo do outro, e o desprezo, a agressividade, e a agressividade, a
guerra contra o erro a ser combatido e exterminado. Irrompem conflitos religiosos com
incontáveis vítimas.
4 – Fundamentalismo Protestante
Cada palavra, cada sílaba e cada vírgula, dizem os fundamentalistas, é inspirada por
Deus. Como Deus não pode errar então tudo na Bíblia é verdadeiro e sem qualquer erro.
Como Deus é imutável, sua Palavra e suas sentenças também o são. Velem para sempre.
Ainda hoje, especialmente nas escolas do sul dos Estados Unidos onde há ensino
religioso, as aulas de história e de biologia podem refletir o mais elevado
evolucionismo, enquanto que as aulas de religião seguem o mais estrito
fundamentalismo.
A Bíblia não precisa ser interpretada, ela é a palavra de Deus, e o espírito Santo ilumina
as pessoas para compreenderem os textos. Por razões semelhantes, eles se opõem aos
avanços contemporâneos da história, das ciências, da geografia e especialmente da
biologia que possam questionar a verdade bíblica.
Para o fundamentalista, a criação se realizou mesmo em sete dias. O ser humano foi
feito literalmente de barro. Eva é tirada da costela física de Adão. O preceito “crescei e
multiplicai-vos, enchei e subjugai a Terra, dominai sobre os peixes do mar, sobre as
aves do céu, sobre tudo o que vive e se move sobre a Terra” (Gênesis 1. 28, 29) deve ser
tomado estritamente ao pé da letra, pouco importando se essa dominação
antropocêntrica venha a pôr em risco a biosfera.
Mais ainda: só Jesus é o caminho, a verdade e a vida, o único e suficiente salvador. Fora
dele há somente perdição. Desse rigorismo se deriva o caráter militante e missionário de
todo fundamentalista. Em face dos demais caminhos espirituais, ele é intolerante, pois
significam simplesmente errância.
5 – Fundamentalismo Católico
O Catolicismo possui também seu tipo de fundamentalismo. Ele vem sob o nome de
Restauração, e Integrismo. Procura-se restaurar a antiga ordem, fundada no casamento
(incestuoso) entre o trono e o altar, vale dizer, entre o poder político e o poder clerical.
Visa-se a uma integração de todos os elementos da sociedade e da história sob a
hegemonia do espiritual representado, interpretado e proposto pela Igreja Católica (pelo
seu corpo hierárquico, encabeçado pelo Papa). O inimigo a combater é a Modernidade,
com suas liberdades e seu processo de secularização.
que não foi ainda digerido nem por nós católicos, muito menos pelos
protestantes, que estavam se acercando muito próximos da Igreja Católica.
b) O fundamentalismo ético-moral
A segunda vertente, é da moral e dos costumes, é a mais perplexidade e até
escândalo provoca. Basta lembrar à doutrina oficial contra os contraceptivos, os
preservativos, a fecundação artificial, a interrupção da gravidez, a
pecaminosidade da masturbação e do homossexualismo, a proibição de segundas
núpcias após um divórcio e o diagnóstico pré-natal ou a eutanásia. Para defender
suas teses nos foros mundiais, como na Conferência sobre a População Mundial
no Cairo, em 1994, e na Conferência Mundial da Mulher em Pequim, em 1995,
os representantes do Vaticano se aliaram às forças mais reacionárias e xiitas do
islamismo e dos estados autoritários do Ocidente.
Já antes o Vaticano foi um dos poucos estados que não referendou a Carta dos
Direitos Humanos da ONU, em 1948, por não constar em sua introdução o nome
de Deus. Pior ainda, sabotou os belíssimos cartões natalinos da UNICEF e
suspendeu sua contribuição para a Obra de Ajuda à Infância da UNESCO por
causa da recomendação desses organismos para que as mulheres refugiadas
usassem preservativos anticoncepcionais.
Que quer dizer a esses jovens? Que se abstenham de vida sexual até o
casamento? Que não usem preservativos e se usarem “imoralmente” correm o
risco em 10% de contaminação? Não é irresponsável pregar semelhante moral?
Comenta Daniel Souza com razão: “É mais fácil um camelo passar por um
buraco de agulha do que esses 92,3% de jovens praticarem a abstinência sexual
até o casamento... A meu ver, a Igreja Católica deveria celebrar e preservar o
bem maior que Deus nos deu, a vida, do que receitar a morte”.
6 – Fundamentalismo Islâmico
O fundamentalismo ocupou o eixo das discussões neste final de 2001. Como é notório,
o islamismo é a última grande religião surgida no último milênio, estendendo-se do
Marrocos até a Indonésia, incluindo a Turquia, partes da África Negra e da Rússia. É a
religião que mais cresce no mundo. A seguir o ritmo atual, dentro de alguns anos será
maior religião da humanidade. Vindo após o cristianismo e o judaísmo, ela se entende
como a síntese superior de ambas, seu necessário corretivo e aperfeiçoamento. Trata-se
de uma religião extremamente simples, o que explica em parte sua divulgação,
sustentada por cinco pilastras: a oração ritual, cinco vezes ao dia, feita na direção de
Meca; peregrinação a Meca uma vez na vida; jejuar do nascer ao por do sol durante o
Ramadã, o nono mês lunar; dar esmola como forma de partilha e de agradecimento a
Deus, doador de todos os bens; professar que Alá é o único Deus e Maomé, o seu
profeta.
O livro Alcorão é entendido como a revelação verbal e última dada por Deus, em árabe,
ao seu povo. O livro é até mais importante que seu próprio intermediário, Maomé.
Divide-se em 114 capítulos (suras), constituindo duas grandes partes que correspondem
às duas fases de atuação do profeta Maomé: a fase de Meca (anos de 610-622) e a fase
de Medina (622-632). A fase de Meca contém textos mais curtos e trata
fundamentalmente da doutrina, do único Deus, da moral, do juízo, do inferno e do
paraíso. Aqui se revela um grande respeito por Jesus e por Maria. Na fase de Medina, o
Alcorão trata de orientações concretas de o reto viver, de organização política e do
sistema jurídico.
236
Como nem tudo pôde ser tratado por Moisés no Alcorão, incorporam-se à doutrina
islâmica os ditos de outros profetas e santos (hadit), o consenso dos sábios (igma) e os
argumentos por analogia (qiyas).
O islamismo original (islam significa “submissão total a Deus”), não é guerreiro nem
fundamentalista. São tolerantes para com todos os povos, especialmente “os povos do
livro” (judeus e cristãos). Ele vive de duas grandes convicções: a afirmação da absoluta
unicidade e transcendência de Deus, a partir de onde tudo na Terra é relativizada, e a
comunidade profética dos irmãos, pois todos são criaturas de Deus e devem se
entreajudar. Comenta Roger Garaudy no seu conhecido livro Promessas do Islã (Nova
Fronteira, 1988): “Transcendência e comunidade, não é essa a contribuição que o Islã
hoje pode trazer para a descoberta de um futuro de aspecto humano, num mundo em que
a eliminação do transcendente, a destruição da comunidade pelo individualismo e um
modelo demente de crescimento tornaram o status quo impossível de se viver e,
impossíveis às revoluções de tipo ocidental?”.
Não obstante, aqueles que tomam o Alcorão como a revelação enlivrada (feita livro) e
tentam aplica-la em todos os campos da vida – no sagrado e no profano, na sociedade e
na organização do Estado – tendem a serem fundamentalistas. Criam um estado
teocrático e acabam impondo a todos, mesmo aos não muçulmanos, as verdades
islâmicas e os preceitos rígidos da moral, especialmente com referencia à mulher. O
famoso jihad (originalmente, fervor e empenho pela causa de Deus) se transforma em
guerra santa. A permanente tensão entre muçulmanos e cristãos é tributária de uma
história longa de mútuas violências.
Do século VII ao século XII deu-se a expansão do Islã, ocupando os lugares sagrados
para os cristãos: a Terra Santa e os territórios da Igreja de S. Paulo (a Ásia Menor) e da
Igreja da antiga região catequizada por Santo Agostinho e São Cipriano (todo o norte da
África, chegando até a Espanha).
Do século XII ao século XIII se dá a contra ofensa cristã através das cruzadas até a
expulsão dos muçulmanos da Espanha em 1942.
Nos séculos XIX e XX, as potencias ocidentais dão o troco, dominando e colonizando
os principais territórios islâmicos na África, Oriente Médio e Extremo Oriente, usando
violência militar, exploração econômica e imposição cultural e religiosa. A partir da
237
Qual foi o efeito final desse processo? A demonização mútua do inimigo. Os ocidentais
tendem a ver no muçulmano o fanático religioso e o terrorista. Os muçulmanos tendem
a ver nos ocidentais os ateus práticos, os materialistas crassos e os secularistas ímpios.
Esse caldo anticultural faz germinar o fundamentalismo e a nova forma de cruzadas dos
ocidentais.
62 – FUTURISMO
Iniciado em 1909 pelo poeta italiano Felipo Marinetti, o movimento rejeita o moralismo
e o passado e propõe um novo tipo de beleza, baseada na velocidade da industrialização.
Na literatura, a linguagem é espontânea, e as frases são fragmentadas para sugerir o
ritmo veloz. Na Rússia, o futurismo se alinhara a revolução de 1917, tendo como
expoente o poeta Vladimir Maiakovski. Marinetti alinha-se com o fascismo, que surge
na Itália na década de 1920.
63 – GEOCENTRISMO
Desde os tempos mais antigos, o universo causa curiosidade e especulações nos seres
humanos. Um dos temas mais debatidos ao longo da história foi a organização do
sistema solar, sobre o qual foram geradas diversas pesquisas, observações e teorias
científicas e religiosas.
Na Grécia Antiga, por volta de 350 a.C., Aristóteles passou a idealizar a teoria de que a
Terra estaria no centro do universo, e que todas as outras esferas girariam ao redor dela.
Muito tempo se passou e então no século II d.C., o astrônomo e matemático Cláudio
Ptolomeu, não apenas reforçou a teoria de Aristóteles, como elaborou a teoria
Geocêntrica – teoria que defendia plenamente a ideia de que a Terra se encontrava no
centro do universo.
238
Ainda, segundo Ptolomeu, a Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno
giravam ao redor da Terra, nessa ordem. Ele também acreditava que cada planeta girava
ao longo de um pequeno círculo, o qual chamou de epiciclo. Assim, cada planeta teria
um epiciclo próprio, e o centro de cada epiciclo se moveria em um ciclo maior, o qual
ficaria um pouco afastado da Terra.
A tradição árabe prega que Ptolomeu, uma das grandes celebridades de sua época,
faleceu aos 78 anos de idade, deixando seus conhecimentos e teorias astronômicas em
um tratado de treze volumes chamado de Almagesto, o qual abordava o Geocentrismo e
muitas outras teorias.
3 – Contestação Final
Quatorze séculos depois, apareceu um homem chamado Nicolau Copérnico, que passou
a contestar o Geocentrismo. Ele elaborou a teoria do Heliocentrismo, no qual defendia
que a Terra assim como os outros planetas, movia-se ao redor do sol, e que era o real
centro do Sistema Solar. A Igreja Católica não aceitou sua teoria, que posteriormente,
foi comprovada e aperfeiçoada por Kepler, Isaac Newton e Galileu Galilei. Hoje, a
teoria do Heliocentrismo é amplamente aceita e defendida pela comunidade científica.
4 – O Que é O Geocentrismo?
É a teoria astronômica que determina ser a Terra o Centro do Universo. Por esse modelo
cosmológico, formulado por Aristóteles por volta de 350 anos a.C., e aperfeiçoado por
Cláudio Ptolomeu (90-168 a.C.), a Terra permanecia fixa no Centro do Universo e todos
os outros corpos celestes orbitavam.
A teoria do Geocentrismo foi apresentada por volta do ano 150, quando Ptolomeu
afirmou e publicou “A Grande Síntese”. A Obra apresentava o modelo cosmológico que
explicava o movimento dos corpos celestes em torno da Terra e apontou seis órbitas
circulares que “segurariam” os planetas para que não caíssem.
concluiu que cada planeta tinha seu próprio elíptico e previu a distância entre eles,
concluindo estar mais próxima a Lua (primeira), seguido por Mercúrio (segunda),
Vênus (terceira), o Sol (quarta), Marte (quinta), Júpiter (sexta) e Saturno (sétima), nesta
ordem. Segundo historiadores, Ptolomeu deixou um tratado de treze volumes chamado
Almagesto, onde detalha o Geocentrismo e outras teorias.
O modelo do Geocentrismo era aceito pela Igreja Católica porque coincidia com os
textos bíblicos que colocavam o homem como objetivo da criação divina. Estando o
homem na Terra, permanecia na posição de imagem e semelhança de Deus, portanto, no
Centro do Universo. A teoria ruiu a partir dos estudos de Nicolau Copérnico, que
apontavam ser, na verdade, o sol o Centro do Universo.
A obra de Copérnico, contudo, foi condenada pela Santa Inquisição. A Igreja condenava
à morte os opositores a suas doutrinas. Foi o que ocorreu com Giordano Bruno, morto
na fogueira ao apoiar o modelo do Heliocentrismo e apresentar observações
astronômicas que apontavam a expansão constante do Universo. Um dos mais
importantes estudiosos da astronomia foi Galileu Galilei também comprovou o
Heliocentrismo com base nas pesquisas de Copérnico, mas foi obrigado a retratar-se
perante a Igreja para não morrer.
Em observações mais precisas, o físico alemão Johannes Kepler concluiu em 1609, que
somente a física pode explicar a organização do cosmos. Os dados foram usados pelo
inglês Isaac Newton (1643- 1727), que elaborou a Teoria da Gravitação Universal.
Diante dos estudos irrefutáveis, em 1835, o Papa Gregório XVI reconheceu o modelo
do Heliocentrismo.
64 – GNOSTICISMO
(veja tópico 59 sobre Humanismo).
Definição:
O que é o Gnosticismo?
Afirma-se, portanto, uma visão dualista, isto é, uma nítida distinção e contraposição de
“princípios”, no âmbito teológico, cosmológico e antropológico. Efetivamente, na
perspectiva gnóstica, o mundo visível, material, e o seu criador (o Demiurgo, às vezes
acompanhado de uma multidão de personagens secundários, os arcontes ou anjos) são
contrapostos a um mundo espiritual, divino, quase sempre formado por uma entidade
suprema, transcendente e incognoscível, a qual se manifesta em uma série de emanações
sucessivas (os éons) com nomes e atributos diferentes, exprimindo vários aspectos e
funções da divindade, em um movimento ad extra no qual se pode ver a causa última
daquele processo, visto como uma decadência, que levará ao aprisionamento de uma
partícula de substância divina na matéria. Outro lado característico e recorrente nos
sistemas gnósticos é a identificação entre o Deus criador do Antigo Testamento e o
Demiurgo inferior.
Os padres da Igreja Justino, Ireneu, Tertuliano, Hipólito, Epifânio tiveram contato direto
com as várias comunidades gnósticas, cujos membros, apelando a uma interpretação
“espiritual” e esotérica das Sagradas Escrituras e à pessoa de Jesus como revelador do
conhecimento salvifico, proclamavam-se os verdadeiros cristãos. Por isso, tais padres
consideraram os gnósticos como “hereges”, que falseavam e distorciam o ensinamento
confiado por Jesus aos apóstolos e conservado nas várias Igrejas, e empenharam-se
ativamente em refutar as suas doutrinas, com a finalidade de demonstrar a falsidade
destas e de afastar dos fiéis à sugestão de uma mensagem religiosa que, recorrendo a um
conhecimento superior, reservado a poucos privilegiados, podia atrair os espíritos
curiosos por perscrutar os “mistérios” divinos. As obras desses autores constituem uma
fonte preciosa de informações acerca do fenômeno gnóstico, aliás, a única fonte antes
que as areias do deserto egípcio trouxessem até nós, perto de Nag Hammadi, uma
coletânea de códices em papiro, contendo obras gnósticas originais.
65 – HELIOCENTRISMO
1 – Introdução:
Foi no século XVI que o monge Nicolau Copérnico (1473-1543) publicou a obra onde
propunha a teoria heliocêntrica. Apresentada timidamente como simples hipótese, talvez
por temor à Inquisição, a teoria teve pouca repercussão e foi praticamente ignorada até o
início do século XVII, quando ressurgiu como uma bomba com Galileu e Kepler.
O forte impacto dessas novidades desencadeou inúmeras polêmicas até que, pressionado
pelas autoridades eclesiásticas, Galileu se viu obrigado a abjurar. Que ideias tão terrível
é essas, que tanto ameaçam a ordem estabelecida e que merecem ser sufocadas?
3 – Descentralização do Cosmos
4 – Geometrização do Espaço
Para os antigos, sempre houve uma mística do lugar. Havia lugares privilegiados: Hades
(inferno); Olimpo (lugar dos deuses); o espaço sagrado do templo; o espaço público da
ágora (praça pública); o gineceu (lugar da mulher). Da mesma forma, havia na física
aristotélica a teoria do lugar natural e, na astronomia, a divisão entre o mundo sublunar
e o mundo supralunar, constituídos de deferentes naturezas e hierarquicamente situados
(um inferior e outro superior).
Não havendo mais diferença entre a qualidade dos espaços celestes e a dos terrestres, é
possível admitir que as leis da física sejam também da mesma natureza que as leis da
astronomia.
5 – Mecanismo
66 – HILEMORFISMO TEOLÓGICO
Introdução:
Para Aristóteles, a ciência deveria partir da realidade sensorial – empírica – para buscar
nela as estruturas essenciais de cada ser. Em outras palavras, a partir da existência do
243
O filósofo entendia, portanto, que o ser individual, concreto, único constitui o objeto da
ciência, mas não é o seu propósito. A finalidade da ciência deve ser a compreensão do
universal, visando estabelecer definições essenciais que possam ser utilizadas de modo
generalizado.
Desse modo, a indução (operação mental que vai do particular ao geral) representa, para
Aristóteles, o processo intelectual básico de aquisição de conhecimento. É por meio do
método indutivo que o ser humano pode atingir conclusões científicas, conceituais, de
âmbito universal.
1 – Hilemorfismo Teleológico:
Mais interessado na vida natural que seu mestre, Aristóteles formulou uma teoria da
realidade que ficou conhecida como hilemorfismo teleológico. Para explica-la é preciso
relacionar conceitos de sua física com os de sua metafísica.
Se observarmos a natureza como fazia esse pensador, veremos que ela tem ciclos
constantes e regulares. As plantas e os animais nascem, crescem e morrem. Cada
organismo constitui um todo orgânico, ordenado e coeso. Apesar da diversidade e
multiplicidade de entes, parece haver uma ordem interna e externa a cada um deles que
conduz à sucessão dos acontecimentos.
Portanto, ficava difícil para Aristóteles conceber que o inteligível estivesse totalmente
separado da realidade concreta, perceptível aos nossos sentidos, pertencendo a outro
mundo, como dizia Platão. Por que não pensar que o inteligível está aqui mesmo, neste
mundo, e que opera dentro das próprias coisas?
2 – Matéria e Forma
Foi o que supôs Aristóteles. Ele era um grande observador da natureza – considerado
por muitos o primeiro biólogo que existiu – e achava que o sensível e o inteligível
deviam estar unidos, metidos um no outro. Somente a análise ontológica permitiria
identificá-los e separá-los, mas essa separação seria apenas conceitual, pois, na
realidade mesma, o sensível e o inteligível andariam sempre juntos. Para os filósofos,
“as coisas são o que são em sua própria natureza”, ou seja, o ser verdadeiro deve ser
imanente.
244
Seguindo essa linha de raciocínio, Aristóteles concebeu a noção de que todas as coisas
estariam constituídas de dois princípios inseparáveis:
Assim, tudo o que existe é composto de matéria e forma, daí o nome hilemorfismo para
designar essa doutrina. Note, porém, que é a forma que faz as coisas serem o que são,
enquanto a matéria constituiu apenas o substrato que permanece. Nos processos de
mudança, é a forma que muda; a matéria mantém-se sempre a mesma. Por exemplo: se
um anel de ouro é derretido para converter-se em uma corrente de ouro, muda-se a
forma (de anel para corrente), mas mantém-se a matéria (ouro).
Como você pode perceber apesar de revalorizar o sensível, Aristóteles não despreza
totalmente a concepção de ideias eternas de seu mestre, mas a trazia de volta a este
mundo, batizava-a com outro nome (forma) e a complementava com o que supôs faltar
para que ela pudesse explicar todas as classes de seres e as mudanças do real.
3 – Potência e Ato
Desse modo, observou que uma semente não é uma planta, assim como um livro não é
uma planta. Mas a semente pode tornar-se uma árvore, enquanto o livro não pode. Isso
quer dizer que, em todo ser, devemos distinguir:
O ato – a manifestação atual do ser, aquilo que ele já é (por exemplo: a semente
é, em ato, uma semente);
Conforme essa concepção, todas as coisas naturais são ato e potência, isto é, é algo e
podem vir a ser algo distinto. Uma semente pode tornar-se uma árvore se encontrar as
condições para isso, do mesmo modo que uma árvore que está sem flores pode se
tornar, com o tempo, uma árvore florida, manifestando em ato aquilo que já continha
intrinsecamente como potência. Enfim, potência e ato explicam a mudança no mundo, o
movimento e a transitoriedade das coisas.
245
Relacionando essas dualidades de princípios nos seres (matéria e forma; potência e ato),
podemos observar um paralelismo entre matéria e potência e entre forma e ato: a
matéria indeterminada é o ser em potência; a forma é o ser em ato.
4 – Substância e Acidente
Por outro lado, em virtude de certas condições climáticas, uma árvore frutífera pode não
vir a dar frutos (o que contraria sua potência de dar frutos), ou então às folhas da árvore
podem se apresentar queimadas ou ressecadas, em consequência de um clima seco.
Aristóteles classifica esses casos, ou qualidades do ser, como acidentes, ou seja, algo
que ocorre no ser, mas que não faz parte de seu ser essencial. Isso significa que, para o
filósofo, devemos distinguir em todos os seres existentes o que neles é:
67 – HINDUÍSMO
1 – Introdução:
a) O que é o Hinduísmo?
É uma religião muito antiga e é um sistema de crenças que muitas pessoas têm em
comum. Você perceberá como uma religião muito antiga pode absorver muitas crenças
diferentes, atrair muitos grupos de pessoas aos seus ensinamentos e tornar-se um
sistema que seja uma filosofia de vida.
2 – Conhecendo O Hinduísmo
O hinduísmo declara ser a religião mais antiga do mundo. Apesar disso, tem
raízes no animismo. O animismo, por sua vez, tem suas raízes no monoteísmo
dos tempos da criação. Seria, portanto, mais exato dizer que o hinduísmo é a
religião mais antiga com um nome. Sua história remonta aos dias de Abraão, e
até mesmo à área deste.
a’) Definição:
É difícil definir o hinduísmo por causa da grande variedade de suas crenças.
Alguns hindus adoram um deus tal como Brahman, ao passo que outros
acreditam num deus pessoal. Alguns são vegetarianos (não comem carne);
outros realmente comem carne. Segundo muitas pessoas, o hinduísmo é uma
religião, ao passo que outros é uma filosofia de vida. Um ex-presidente da Índia
disse que o hinduísmo é mais uma cultura do que um credo. A palavra Hindu
provém de Sindhu, o nome em sânscrito do rio Indu, na Índia. Os hindus
chamam sua religião de sanatana dharma, que significa “religião eterna” ou
“verdade eterna”. Inclui tanto as crenças religiosas como as ideias éticas.
- O Período Védico. Esse é o período da invasão ariana desde 2000 até 600 a.C.
Cerca de 1400 a.C., os Vedas, os escritos sagrados dos hindus, foram
compostos. Os mais famosos deles eram chamados de: Upanishadas. Vieram a
ser a origem documentária do hinduísmo clássico e filosófico.
- O Período de Reforma. Nos séculos X e IX a.C., algumas pessoas reagiram
contra os sacrifícios, o sistema de castas, e a reencarnação, ensinada no sistema
védico. A revolta permaneceu por um longo período, mas os escritos do Período
de Reforma provinham principalmente do período de 600 a.C. até 200 d.C.
parece que Deus estava despertando a consciência das pessoas espalhadas por
uma vasta área nos séculos X e IX a.C. em Canaã, havia o conflito entre Jeová e
os sacrifícios ao deus falso, Baal. Elias, e outros profetas desafiaram os Baalins
e comprovaram que o Deus de Israel era Deus verdadeiro. No século IV a.C., o
Imperador Grego estendeu-se até a Índia e provocou outra mistura de povos e
crenças. Seguiu-se, então, o Império Romano, com suas próprias formas de
idolatria. Todas essas mudanças preparavam o caminho para Cristo, o
248
- Período Clássico. Mais uma vez, houve coincidência parcial dos períodos da
história, com relação aos ensinamentos e aos escritos. O Período Clássico do
hinduísmo durou cerca de 200 a.C. até 1000 d.C. os deuses foram reduzidos a
Trimurti ou três modos de deuses: Brahma, Shiva e Vishnu. Essas ideias foram
debatidas em todo o Oriente Médio cerca de 200 d.C.
e’) Características
Tolerância. O Hinduísmo é, provavelmente, a mais tolerante de todas as
religiões. Suas crenças, assim como seus deuses, são incontáveis. Abrangem
variações desde o animismo simples até algumas das filosofias mais nobres do
homem. O hinduísmo aceitou deuses maiores e menores, com seus respectivos
templos e sacerdotes. Quando brotaram as correntes do jainismo e do budismo, o
hinduísmo abriu as suas portas e permitiu que fossem afluentes do rio principal
do pensamento hindu. O hinduísmo, no entanto, não tem sido uma religião
missionária tal como o islamismo ou o Cristianismo. Cresce absorvendo todas as
demais religiões. Esta atitude tem por base a tradição do povo ariano, que
revelava amplo interesse pelas questões mais profundas da vida: a realidade, o
homem de Deus.
membro deve manter-se na casta que herda e não associar-se a outras castas. As
quatro castas são:
9. Brahmans, a classe sacerdotal e intelectual;
10. Kshatriyas, os governantes e guerreiros;
11. Vaisyas, os agricultores e artesãos;
12. Sudras, a classe mais baixa de trabalhadores.
A origem do sistema das castas provém de uma tradição hindu de que Brahma
criou Manu, o primeiro homem. De Manu surgiram os quatro tipos de pessoas. Da sua
cabeça surgiram os Brahmins, o povo mais santo. Das suas mãos surgiram os
governantes e os guerreiros. Da sua coxa surgiram os artesãos. Dos pés de Manu
surgiram os Sudras. Os hindus, portanto, acreditam que o sistema das castas provém de
Deus. No decurso do tempo, o sistema das castas tornou-se mais complexo. Agora, há
cinquenta e oito castas com mais de um milhão de membros cada uma delas, além de
outras 2000 subcastas. Além disso, cerca de cinquenta milhões de pessoas ou mais, são
chamadas párias (sem casta), Harijans, intocáveis ou legalmente, as “classes arroladas”.
O sistema das castas foi declarado ilegal pelo governo da Índia, mais ainda continua
fazendo parte da sociedade indiana.
O Aposentado – Nesta etapa, ainda pode morar com a esposa, mas passa muito
tempo em meditação na floresta;
O Sábio Santo – Nessa etapa, o homem deixa a sua família e anda pelas estradas
da Índia como homem santo.
3 – Crenças Do Hinduísmo
A Índia é uma nação com uma grande variedade de crenças. Quem a estuda é como uma
pessoa que nada num vasto oceano de ideias. Certo escritor disse: “Os únicos aspectos
unificantes do hinduísmo são o caráter indiano da fé, e a reverência universal à vaca!”
Para nosso estudo, escolheremos uns poucos tópicos para podermos avaliar e comparar
com outras religiões.
10. O Monismo. Cerca de 600 a.C. a filosofia do monismo tornou-se popular. Trata-se
da crença de que não há diferença entre alma e Brahman, a grande Alma do
Universo. Conta-se uma estória a respeito de um menino, cujo pai lhe ordenou que
colocasse sal num tigela. E assim foi deixado o sal durante a noite. No dia seguinte,
251
o pai mandou o menino trazer o sal, mas o filho não o achou, porque já havia se
dissolvido. O pai disse que, da mesma maneira, a alma dele e o Brahman são a
mesmíssima coisa. Arrematou com a declaração famosa: “O sal é o Próprio-eu:
você é o sal”.
13. Vishnu. O terceiro deus do Trimurti é Vishnu. É conhecido como um deus de amor,
de graça e de perdão. Declara-se que ele já apareceu nove vezes na terra e que virá
uma décima vez, na última vez, para pôr fim ao mundo. Os seguidores de Vishnu
são célebres pelo seu profundo amor ao seu deus. Cânticos são escritos para louvá-
lo. Kabir e Nanak, fundadores do Siquismo, eram poetas da seita Vishnu. O
Bhagavad-Gita, o grande poema hindu, declara que Krishna era o avatar
(encarnação) de Vishnu. Ele é o deus do movimento Hare Krishna. A partir do
século XV, esse movimento espalhou-se em redor do mundo. Mediante o estudo, o
entoar de mantras de Krishna e a meditação, seus membros esperam atingir a
“consciência de Krishna”.
14. Lugares e Pessoas Sagradas. Nos tempos arianos, o culto era realizado ao ar livre,
mas posteriormente, templos eram edificados para os deuses. Visto que se pensava
que os deuses habitavam nas montanhas, muitos templos foram edificados segundo
o estilo de um lar nas montanhas. Uma imagem, o símbolo da presença divina,
estava no centro de uma torre, com muros em redor. O culto que prestam tem
muitas cerimônias, inclusive o lavar dos pés, o enxaguar da boca, o banhar-se e
uma refeição. Tocam sinos, cantam hinos e queimam incenso com o
acompanhamento de música ritualista. A adoração não é congregacional, mas sim,
individual. Os professores, sacerdotes, gurus e ascéticos (sadhuns) são as pessoas
santa no sistema do culto.
252
b’) O Homem
O hinduísmo faz uma conexão entre a religião dos homens e a crença hindu a respeito
da realidade do homem e do pecado.
ações, no entanto, obterá bom karma. Mesmo assim, nunca sabe o resultado, porque está
no ciclo da reencarnação. Está preso a um fatalismo desconhecido e sem esperança.
Karma. Segundo a crença hindu, o destino da pessoa relaciona-se com a sua conduta. A
salvação depende do karma que a pessoa tem. A origem documentária principal dos
ensinos sobre o karma acha-se nos Upanishadas, a autoridade sebre a doutrina hindu.
Karma significa literalmente “obras” e é vinculado à lei da causa e do efeito. A crença é
que atman (a alma humana) pode unir-se com a Grande Alma, Brahman. Essa união é
realizada mediante o karma que a pessoa tem e esse karma depende das boas obras e da
abnegação. A pessoa controlará seus desejos quando pensar nos efeitos que terão sobre
seu karma. Nesse processo, porém, não há juiz, nem arrependimento, nem perdão.
Trata-se da lei em si mesma. Por meio das boas obras, a alma humana pode merecer
moksha (libertação) do samsara (o ciclo do nascimento, da morte e da reencarnação).
Como o hindu sabe qual forma receberá na próxima reencarnação? Isto segundo a
crença hindu é determinado pela lei do karma. Os pensamentos, palavras e ações da
pessoa nesta vida terão um efeito bom ou mau na vida futura. É a lei antiga: Aquilo que
o homem semeia isto ceifará. Os Upanishadas declaram:
d’) A Salvação
4 – Escritos Do Hinduísmo
Os hindus alegam que seus escritos sagrados são os maiores e os mais antigos do
mundo inteiro. Foram escritos no decurso de um período de 2.000 anos, desde
cerca de 1400 a.C. até 600 d.C. podem ser dividido em dois grupos: o Sruti ou
“aquilo que é ouvido”, e o Smriti ou “aquilo que é lembrado”.
255
Os Vedas. Os livros Sruti consistem nos quatro Vedas. Os hindus acreditam que
são as verdades originais reveladas aos videntes antigos. É a autoridade da
religião hindu. A palavra Vedas provém de uma palavra em sânscrito, vid, que
significa “sabedoria ou conhecimento”. Foram escritos no decurso de um
período de 1.000 anos e contém hinos, orações e textos rituais.
Smriti. O segundo grupo, os livros Smriti (600-200 a.C), que significa “aquilo
que é lembrado”, não têm a mesma autoridade que os Vedas. São comentários e
poesias que explicam os Vedas, mas também criticam o sistema sacrificial.
Outros livros desse grupo foram escritos durante o Hinduísmo Popular (200- 700
d.C.) para o povo hindu em geral, e contêm regras e práticas. São chamados
Sastras, Remayana e o Mahabharata.
O Bhagavad Gita. Este livro fazia parte do Mahabharata e é o livro mais sagrado
e famoso dos hindus. Conta a respeito de Krishna, o oitavo avatar de Vishnu,
que ensinava a arjuna os métodos de um guerreiro, o caminho da ação (karma) e
da devoção amorosa (bhakti). Krishna é maior do que os deuses védicos. Ele
segura uma montanha em seu dedo para abrigar uma aldeia de uma tempestade
enviada por Indra, o deus das tempestades. No livro Arjuna pergunta a Krishna
como pode matar seus parentes de sangue:
Na lista Smriti há muitos outros livros poéticos, tais como os Puranas, Tantras,
Darsanas, Yoga e Sankara. Contêm ensinamentos e satisfação para o povo
comum. Os Brahmins tinham consciência disso e salvaguardavam para si
mesmos tudo quando podiam, propondo a ideia do Trimurti ou tríade de deuses.
5 – Desenvolvimento Do Hinduísmo
O Brahmo Samaj. Este movimento foi fundado por Rammohan Roy cerca de
1830, a fim de excluir o hinduísmo da idolatria e do sistema das castas.
Mediante seu Samaj (sociedade), Roy procurou reformar o hinduísmo,
combinando a ética com os Vedas e os Upanishadas. Os hindus, porém,
aceitavam somente aquelas Escrituras que concordavam com a sua razão. Sendo
assim, a razão humana era colocada em pé de igualdade com os Vedas e a
Bíblia. Por causa desta sua atitude, os movimentos Samaj são fracos e foram
dominados pelos movimentos hindus clássicos.
Sri Ramakrishna (1834-1883). Outro movimento de reforma foi iniciado pelos
ensinos de Sri Ramakrishna. Depois de ouvir um sufi (místico) muçulmano e um
missionário cristãos, chegou à conclusão de que todas as religiões eram
verdadeiras. Não passavam de caminhos diferentes para a união com Deus.
Chamava-se “aquela mesma alma que já nascera como Rama, como Krishna,
257
com Jesus ou como Buda”. Com ele, o hinduísmo foi reavivado e hoje a Missão
de Ramakrishna é a ala missionária do hinduísmo.
Jawaharlal Nehru foi o Primeiro Ministro da Índia, eleito logo quando a nação
ganhou a sua independência em 1947. Era um agnóstico e procurou transformar
a Índia em estado secular. Achava que a religião fazia mal à Índia, mas que a
ciência era a única esperança da nação. Desde então, outros têm procurado fazer
da Índia um estado hindu. Este movimento teve o efeito de impedir a igreja
cristã de ganhar convertidos.
6 – Avaliação Do Hinduísmo
68 – HUMANISMO
1 – Introdução:
a) O que é Humanismo?
“O Humanismo nos ensina que é imoral esperar que Deus aja por nós.
Devemos agir para acabar com as guerras, os crimes e a brutalidade desta
e das futuras eras. Temos poderes notáveis. Temos um alto grau de
liberdade para escolher o que havemos de fazer. O humanismo nos diz que
não importa qual seja a nossa filosofia a respeito do universo, a
responsabilidade pelo tipo de mundo em que vivemos. Em última análise,
cabe a nós mesmos”.
Prometeus se sobressai por ter sido idolatrado pelos antigos gregos com aquele que
desafiou Zeus. Ele roubou o fogo dos deuses e o trouxe para a terra. Por causa disto, foi
punido. E mesmo assim, continuou seu desafio em meio às torturas. Essa é a origem do
desafio humanista à autoridade.
como da tradição humanista que surgiu a partir daí. E, desde sua morte, nenhum santo
ou sábio igualmente considerado juntou-se a ele, nesse aspecto.
O fato de que o humanismo possa, ao mesmo tempo, ser religioso e secular apresenta,
de fato, um paradoxo, mas não é este o único paradoxo. Outro é que ambos colocam a
razão acima da fé, geralmente até o ponto de evitar completamente a fé. A dicotomia
entre razão e fé frequentemente recebe ênfase no Humanismo, com os humanistas
tomando lugar ao lado da razão. Por causa disso, o Humanismo Religioso não deveria
ser visto como uma fé alternativa, mas sim como um modo alternativo de ser religioso.
3 – Objetivo do Humanismo
A Escolástica refere-se à teologia das escolas nos séculos desde a tomada de Jerusalém
pelos invasores Islâmicos (638) até sua retomada pelos Cruzados Cristãos (1099). A
teologia era basicamente trabalho dos monges, cujo estudo da Bíblia, dos pais da igreja
e da literatura clássica fazia parte de sua devoção à vida contemplativa.
A escolástica é a filosofia cristã que se desenvolveu desde o século IX, tem o seu
apogeu no século XIII e começo do século XIV, quando entra em decadência. Continua
a aliança entre a razão e a fé, aquela sempre considerada a “serva da teologia”. Com
frequência as disputas terminam com o apelo ao princípio da autoridade, que consiste na
recomendação de humildade para se consultar aos intérpretes autorizados pela igreja.
A partir do século XVIII, Santo Tomás utiliza as traduções feitas diretamente do grego e
faz a síntese mais fecunda da Escolástica, e que será conhecida como filosofia
aristotélico-tomista. Daí para frente a influencia de Aristóteles se fará sentir de maneira
forte, sobretudo pela ação dos padres dominicanos e mais tarde dos jesuítas, que desde o
Renascimento, e por vários séculos mostraram-se empenhados na formação dos jovens.
262
b) O Termo Humanismo
O termo humanismo é derivado de humanitati, que no tempo de Cícero (106 – 43. A.c.)
designava a educação do homem, enquanto considerava em sua condição propriamente
humana, correspondendo ao sentido da palavra grega “paideia” : a educação por meio
de disciplinas liberais, relativas a atividades exclusivas ao homem e que a distinguiam
dos animais. A autonomia do ser humano é buscada pelos humanistas da Renascença
através de uma volta à antiguidade, a seus métodos e as suas diretrizes pedagógicas.
Liberdade e capacidade humana de atuar sobre o mundo são temas fundamentais dos
humanistas, aparecendo não apenas em pico Della Mirandela, como também em
Gianozzo Manetti (1396 - 1459) em Marcílio Ficino (1433 – 1499), e ressurgindo nos
humanistas franceses posteriores como Charles Bonillé (1475 – 1533). Mais tarde é que
as especulações marcadas pela exaltação da capacidade humana serão contrabalançadas
pela nota de ceticismo que o humanismo assumiria no pensamento de Montaigne (1533
– 1592), de Pierre Charron (1541 – 1603) e de Francisco Sanches (1552 – 1581).
d) Rejeição do Ascetismo
e) Tolerância Religiosa
Perguntava Leonardo Bruni: “São Paulo ensinou algo mais do que foi pensado por
Platão?” Seguindo a linguagem Patrística – a doutrina dos primeiros padres da igreja –
os humanistas consideravam que o cristianismo teria levado à sua plenitude a sabedoria
expressa pelos filósofos antigos: a razão (logos) grega seria uma antecipação do verbo
(logos) que se encarnaria no Cristo.
4 – A Religião:
a) A Religião
A religião é uma das atividades mais universais conhecidas pela humanidade, sendo
praticada por todas as culturas desde o início dos tempos. Contudo, não há uma
definição de religião universalmente aceita. A religião parece ter surgido do desejo de
encontrar um significado e propósito definitivos para a vida, geralmente centrado na
crença em um ser (ou seres) sobrenatural. Na maioria das religiões, os devotos tentam
honrar e/ou influenciar seu deus ou deuses através de preces, sacrifícios ou
comportamento correto.
Surge a pergunta a respeito do que pode ser incluído no que chamamos de religião.
Podemos, por exemplo, chamar o marxismo-leninismo de religião ou humanismo
(crença na humanidade e na razão no lugar de um deus)? Algumas pessoas poderiam
incluir tais crenças em uma definição moderna de religião como “qualquer coisa à qual
oferecemos devoção absoluta”, contudo, tais crenças normalmente não incluem
qualquer referencia a um ser (ou deus) sobrenatural ou máximo. Portanto, é melhor
descrevê-las como ideologias e não religiões, embora possam compartilhar muitas das
características da religião.
b) Crenças e Práticas
Uma classificação amplamente aceita identifica cinco aspectos: fé, culto, comunidade,
credo e código.
O Credo envolve todas as crenças e ideias mantidas pela religião como um todo,
incluindo escrituras e ideias sobre Deus, anjos, o céu, o inferno e salvação;
- Universas: essas religiões acreditam ter importância para todo o mundo e tentam, com
maior ou menor intensidade, converter pessoas. Além disso, em sua maioria,
desenvolveram escrituras que desempenham um papel central na religião.
Outra forma de classificar grupos de religiões é a distinção entre aquelas com único
Deus (monoteístas) e aquelas com vários deuses (politeístas). As religiões monoteístas
incluem o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. As religiões politeístas incluem o
266
Esse florescimento foi acompanhado por uma mudança o status dos artistas – de artesão
para membros honrados de uma sociedade cultural – e contou com um entusiasmado
patrocínio cívico, particular, real e papal. Embora a demanda por pinturas e esculturas
de temas religiosos tenha continuado tão grande quanto antes, o temário expandiu-se e
passou incluir representações mitológicas, históricas e alegóricas.
O próprio termo humanismo, hoje tão livremente jogado de um lado para outro, referia-
se nos séculos XV e XVI não tanto a uma filosofia universal de vida quanto a um
método particular de aprendizado com base na redescoberta e no estudo das fontes
clássicas da antiguidade, tanto pagã, isto é, romana e grega, quanto cristã. Dessa forma,
o humanismo do período da Renascença e da Reforma estava muito próximo do que
entendemos por humanidades atualmente. Ad fontes – de volta às fontes! – era o mote
dos estudiosos humanistas, cujo trabalho abriu novas perspectivas na história, na
literatura e na teologia.
Cristo? É uma proposição plausível que Deus pai pudesse odiar seu filho? Poderia Deus
ter tomado a forma de uma mulher, de um demônio, de um burro, de uma abóbora ou de
uma pederneira? Nesse caso, como uma abóbora poderia ter pregado sermões, realizado
milagres e sido pregada na cruz? E o que Pedro teria consagrado se o tivesse feito
quando o corpo de Cristo ainda estava na cruz? E mais, Cristo poderia ao mesmo tempo
ter sido chamado de homem? Teremos permissão de comer e beber após a ressurreição?
Estamos tomando as devidas precauções contra a fome e a sede enquanto há tempo?
Esses sutis refinamentos de minúcias tornam-se ainda argumentos escolástico, tanto que
você sairia mais facilmente de um labirinto do que das tortuosas obscuridades dos
realistas, nominalistas, tomistas, albertistas, occamistas e scotista – e não mencionei
todas as divisões, somente as principais.
O problema do Escolaticismo não era sua ênfase sobre o aprendizado, mas sim suas
especulações áridas, que levavam mais a um labirinto intelectual do que a uma reforma
da igreja e da sociedade. A filosofia Christi, “filosofia de Cristo”, como Erasmo
chamava seu enfoque da vida cristã, pressupunha a reforma pela educação que
valorizava a retórica sobre a dialética, os clássicos sobre os escolásticos e a ação no
mundo sobre a reclusão monástica.
Em certo nível, a colheita humanista de fontes clássicas levou a uma crítica radical das
instituições eclesiais e da teologia tradicional. Lorenzo Valla (1457) provou, mediante
uma análise linguística, que a chamada Doação de Constantino, um documento no qual
grande parte da reivindicação papal sobre a autoridade temporal estava baseada, era de
fato uma forjadura do século IX. Em outro aspecto, Valla desafiou a tradução
tradicional da palavra grega “metanóia” como “fazer penitência”. Ele demonstrou que o
termo realmente significava “arrependimento”. Referia-se a uma mudança genuína da
mente e do coração, não à atuação ritual requerida pelo sacramento da penitência.
atraído especialmente pelas confissões. Sempre que lia essa obra, ele dizia: “parece-me
que não estou lendo a história de outra pessoa, mas o relato de minha própria
peregrinação”.
O humanismo, assim como o misticismo, foi parte da estrutura que possibilitou aos
reformadores questionar certas suposições da tradição recebida, mas que em si mesma
não era suficiente para fornecer uma resposta duradoura às obsessivas perguntas da
época.
5 – Humanismo em Portugal
a) Teatro no Humanismo:
Antes do Humanismo, não havia em Portugal propriamente teatro, pois eram comuns
somente encenações rudimentares de vidas de santos e de passagens bíblicas. Com Gil
Vicente, nasce o teatro português e tornam-se populares suas peças de conteúdo
religioso ou profano, especialmente as que se valem do riso como meio de criticar os
vícios da sociedade portuguesa do final do século XV e início do XVI.
b) Autores e Obras:
c) Humanismo:
69 – IDEALISMO
(veja tópico sobre Realismo).
1 – Introdução:
O que se deve levar em conta é que naquele momento a filosofia está no seu berço e
Parmênides leva até as últimas consequências o poder recém-descoberto da razão de
procurar entender o mistério do mundo.
2 – O Âmbito do Conhecimento;
Os filósofos gregos tinham uma concepção realista do conhecimento, pois para eles não
era problemática a existência do mundo. O mundo é considerado inteligível, isto é, tudo
no mundo é compreensível pelo pensamento. O conhecimento se faz pela formação de
conceitos, que são verdadeiros enquanto adequados à realidade existente.
271
Com isso, o idealismo se configura como caminho para a procura da verdade que acaba
por restringir o conhecimento ao âmbito do sujeito que conhec
- O Racionalismo tem seu maior expoente em Descartes, segundo o qual a razão tem
predomínio absoluto como fundamento de todo o conhecimento possível. (Veja Tópico
41 sobre Racionalismo).
- Mas o inglês John Locke, embora de formação cartesiana, critica as ideias inatas e
elaboradas do Empirismo, teoria do conhecimento segundo a qual as ideias derivam
direta ou indiretamente da experiência sensível. (Veja o Tópico 16 sobre o Empirismo).
- No século XVIII Kant tentará superar com o criticismo essas duas posições
antagônicas. (Veja Tópico 12 sobre o criticismo).
4 – O Idealismo Transcendental
Tal como Copérnico dissera que não é o sol que gira em torno da terra, mas é esta que
gira em torno daquele. Também Kant afirma que o conhecimento não é o reflexo do
objeto exterior: é o próprio espírito que constrói o objeto do saber. Nesse sentido,
dizemos que Kant realizou uma revolução copernicana.
272
5 – O Idealismo Hegeliano.
“O homem tem de viver em dois mundos que se contradizem (...). o espírito afirma o
seu direito e a sua dignidade perante a anarquia e a brutalidade da natureza á qual
devolve a miséria e a violência que ela o faz experimentar. Mas esta divisão da vida e
da consciência cria para a cultura moderna e para a sua compreensão a exigência de
resolver tal contradição.”
(Hegel).
Hegel, tomando como ponto de partida a noção Kantiana de que a consciência (ou
sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, propõe o que se chama de
filosofia do devir, ou seja, do ser como processo, como movimento, como vir-a-ser.
Desse ponto de vista, o ser está em constante transformação, donde surge a necessidade
de fundar uma nova lógica que não parta do princípio de contradição para dar conta da
dinâmica do real.
A dialética ensina que todas as coisas e ideias morrem: essa força destruidora é também
a força motriz do processo histórico. A ideia central é a de que a morte é criadora, é
geradora. Todo o ser contém em si mesmo o germe da sua ruína e, portanto, da sua
superação. O movimento da dialética se faz em três etapas: tese, antítese e síntese (ou
seja: afirmação, negação e negação da negação).
A verdade, nesse caso, deixa de ser um fato para ser um resultado do desenvolvimento
do Espírito. Vejamos como isso se opera.
Como ponto de partida do devir, Hegel coloca não a natureza – a matéria – mas a ideia
pura (tese). Esta para se desenvolver, cria um objeto oposto a si, a natureza (antítese),
que é a ideia alienada, o mundo privado de consciência. Da luta desses dois princípios
antitéticos nasce uma síntese, o Espírito, a um tempo pensamento e matéria, isto é, a
ideia que toma consciência de si através da natureza.
Por esse movimento a Razão passa por todos os graus, desde o da natureza inorgânica,
da natureza viva, da vida humana individual até a vida social.
273
Os dois últimos graus (do homem individual e social) são manifestação, num primeiro
momento, do Espírito subjetivo do homem, ainda encerrado na sua subjetividade
(enquanto emoção, desejo, imaginação). Ao Espírito Subjetivo se opõe a antítese do
Espírito objetivo, ou seja, o espírito exterior do homem enquanto expressão da vontade
coletiva por meio da moral, do direito, da política: o Espírito objetivo se realiza naquilo
que se chama mundo da cultura. Essa relação antitética é superada pelo Espírito
absoluto, síntese final em que o Espírito, terminando o seu trabalho, compreende-o
como realização sua. A mais alta manifestação do Espírito absoluto é a filosofia, saber
de todos os saberes, quando o Espírito atinge a absoluta autoconsciência. Por isso Hegel
a chama de “pássaro de Minerva que chega ao anoitecer”, ou seja, a crítica filosófica se
faz ao final do trabalho realizado.
Feuerbach tambpem foi um critico das religiões, afirmando que não foi Deus quem
criou os seres humanos, e sim os seres humanos quem criaram Deus, ao projetar suas
melhores qualidades nele. Tratava-se, portanto, de uma posição filosófica tipicamente
materialista.
Essas e outras ideias de Feuerbach teriam grande impacto no pensamento de Marx, que
depois buscou ampliá-las e especificá-las, demarcando seu próprio materialismo.
Assim, em sua crítica ao idealismo hegeliano, Marx afirma que Hegel inverteu a relação
entre o que é determinante – a realidade material – e o que é determinado – as
representações e conceitos acerca dessa realidade. A filosofia idealista seria, portanto,
uma grande mistificação ou farsa, pois pretende entender o mundo real, concreto, como
manifestação de uma razão absoluta. Contrapondo sua filosofia ao idealismo, Marx
afirma na introdução ao livro A ideologia alemã:
As premissas de que partimos não constituem bases arbitrárias, nem dogmas; são antes
bases reais de que só é possível abstrair no âmbito da imaginação. As nossas premissas
são os indivíduos reais, a sua ação e as suas condições materiais de existência [...].
274
Marx procurou, portanto, compreender a história real dos seres humanos em sociedade a
partir das condições materiais nas quais eles vivem. Essa visão da história foi chamada
posteriormente por Engels de materialismo histórico.
Materialismo Histórico:
De acordo com Marx, os seres humanos não podem ser pensados de forma abastrata,
como na filosofia de Hegel, nem de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach,
Proudhon e tantos outros que Marx criticou, como Schopenhauer e Kiekegaard.
Para Marx, não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. Ele enfatiza esse
ponto ao afirmar: “A essência humana [...] é o conjunto das relações sociais” (Teses
contra Feuerbach, p. 52). Isso significa que a forma como os indivíduos se comportam,
agem, sentem e pensam vincula-se à forma como se dão as relações sociais. Essas
relações, por seu lado, são determinadas pela forma de produção da vida material, ou
seja, pela maneira como os seres humanos trabalham e produzem os meios necessários
para a sustentação material das sociedades. Em A ideologia alemã, escrita em conjunto
com Engels. Marx desenvolve essa reflexão dizendo:
Capital e Trabalho
Dialética Marxista
Marx reconhece o mérito de Hegel por ter sido o primeiro a expor as formas gerais da
dialética, mas alega que é preciso desmistifica-la, evidenciando seu núcleo racional.
Modo de Produção
Embora a definição dos modos de produção seja um aspecto complexo na obra de Marx
e entre seus comentadores, lemos em A ideologia alemã a exposição dos seguintes
modos de produção dominantes em cada época: o comunismo primitivo, o escravismo
na Antiguidade, o feudalismo na Idade Média e o capitalismo na Idade Moderna.
Luta de Classes
De acordo com Marx, cabe à classe social que possui, nesse momento, um caráter
revolucionário intervir por meio de ações concretas, praticas, para que essas
transformações ocorram. Foi o que aconteceu, por exemplo, na passagem do feudalismo
ao capitalismo, com as revoluções burguesas.
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a
história das lutas de classes.
De acordo com Marx, o capitalismo também criou uma classe revolucionária, a qual, em
virtude de suas condições de existência, deve se organizar para, no memento oportuno,
fazer a revolução social rumo ao socialismo. Essa classe revolucionária seria o
proletariado – que, pela definição do filósofo, é a classe de trabalhadores assalariados
modernos que, destituídos dos meios de produção, se veem obrigados a vender sua força
de trabalho para poder existir.
b) Idealismo Absoluto:
O Real é Racional
Hegel entendia a realidade como um processo análogo ao pensamento. Por isso dizia
que “tudo que é real é racional, tudo que é racional é real”.
277
Desse modo, Hegel rompeu com a distinção tradicional entre consciência e mundo,
sujeito e objeto, ideal e real, espírito e matéria. Para ele, a realidade se identificaria
totalmente com o espírito (ou ideia, ou razão), e a racionalidade seria o fundamento de
tudo o que existe inclusive da natureza. O ser humano, por sua vez, constituiria a
manifestação mais elevada dessa razão, que estaria dentro dele e ao mesmo tempo
acima dele, pois a racionalidade cósmica movimentaria o mundo.
Quando Hegel concebe a realidade como espírito, quer destacar que ela não é apenas
uma substância (uma coisa permanente, rígida). Ela é principalmente um sujeito, um ser
com vida própria, que pode aturar. Portanto, entender a realidade como espírito é
entendê-la nesse seu atuar constante, ou seja, como movimento ou processo, e não
como coisa ou substância inerte. É entendê-la como devir.
Mas como é esse movimento do real? De acordo com Hegel, esse movimento tem uma
característica específica: ele se dá por contradições autossuperadoras contínuas. Isso
quer dizer que cada momento surge do anterior e prepara o seguinte, em um processo de
embate e superação em que sempre o anterior tem de ser negado.
Assim podemos ver como a realidade não é estática, mas dinâmica. Os momentos se
contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um
crescente auto-enriquecimento. Esse desenvolvimento, que se faz por meio do embate e
da superação de contradições, foi chamado por Hegel de dialética. Não se trata aqui do
método usado por Platão para pensar e conhecer a realidade, mas sim de uma descrição
do movimento real do mundo.
Por motivos didáticos, esses três momentos do real são comumente chamados de tese,
antítese e síntese (embora alguns estudiosos afirmem que Hegel nunca usou essa
terminologia). Como o mover do mundo é contínuo, cada momento final, que seria a
síntese, torna-se a tese de um movimento posterior, de caráter mais evoluído.
Assim, a dialética do mundo pode ser representada como uma espiral, ou seja, um
movimento circular que não se fecha nunca, seguindo evolutivamente em direção ao
infinito.
c) Idealismo Alemão:
Como vimos antes, ao longo do livro, uma doutrina é idealista quando concebe a noção
de que o sujeito tem um papel mais determinante que o objeto no processo de
conhecimento. E há vários tipos de idealismo. Platão, por exemplo, costuma ser
considerado o principal idealista da Antiguidade, devido a sua teoria das ideias.
Descartes, por sua vez, expressou plenamente seu idealismo na formulação do cogito. O
mesmo fez Kant, que afirma – na Crítica da razão pura – que das coisas só conhecemos
a priori aquilo que nós mesmos colocamos nelas.
Foi justamente Kant quem assentou as bases dos que ficaria conhecido como idealismo
alemão, pois dizer que das coisas só podemos conhecer a priori aquilo que nós mesmos
colocamos nelas significa que só podemos conhecer o pensamento ou a consciência
que temos das coisas. Para esse filósofo, portanto, a condição última do processo de
conhecer é a existência do eu como principio da consciência. Em outras palavras, é a
existência do sujeito como centro (o eu) que torna possível o conhecimento e lhe dá
forma, pois é o sujeito que organiza o conhecimento do objeto, ao passo que este apenas
se encaixa nos “moldes” da percepção humana.
Pois bem, outro filósofo alemão, Johann Gottlieb Fichte (1726-1814), era um
admirador de Kant, mas achava problemática e separação que ele estabelecera entre a
coisa em si (o chamado noumenon ou número) e a coisa como ela se apresenta para
279
Dessa forma, levou ao máximo o idealismo de Kant, construindo uma doutrina segundo
a qual a realidade objetiva seria produto do espírito humano. Isso porque, para Fichte,
trazemos em nós concepções lógicas das coisas do universo e este, necessariamente,
reflete essas concepções lógicas. O filósofo chegou a se referir às coisas da realidade
(ao que é exterior ao ser humano) como o não eu criado pelo eu.
Essa mesma ideia, que pode parecer um tanto estranha para o entendimento comum das
pessoas, é retomada e amadurecida por outro pensador alemão Friedrich Schelling
(1775-1854), assistente de Fichte e seu sucessor. Schelling também procurou explicar
como se dá a existência do mundo real, das coisas, a partir do eu, mas discordou de
Fichte no que se refere à determinação do mundo como puro não eu, ou seja, à ideia de
que a realidade exterior seria produto da concepção do eu.
Para Schelling, existe um único princípio, uma inteligência exterior ao próprio eu que
rege todas as coisas. Essa inteligência se manifestaria de forma visível em todos os
níveis da natureza até alcançar o nível mais alto, isto é, o ser humano ou, mais
geralmente, o que chamamos razão. Trata-se, portanto, de uma noção mais
compreensível ao senso comum, uma vez que guarda afinidade com a ideia de Deus – o
Deus espinosano, mais especificamente.
Racionalidade do Real
Assim, Hegel rompeu com a distinção tradicional entre consciência e mundo, sujeito e
objeto. Para ele, a realidade se identificaria totalmente com o espírito (ou ideia, ou
razão), enquanto a racionalidade seria o fundamento de tudo o que existe, inclusive da
natureza. O ser humano por sua vez, constituiria a manifestação mais elevada dessa
razão.
Movimento Dialético
Também vimos anteriormente que, ao conceber a realidade como espírito, Hegel queria
destacar que ela não é apenas uma substância (uma coisa permanente, rígida), mas um
sujeito com vida própria que pode atuar. Portanto, entender a realidade como espírito é
entendê-la nesse seu atuar constante, ou seja, como movimento ou processo. É
entendê-la como devir.
280
a) O primeiro, do ser em si, seria, por exemplo, o momento de uma planta como
semente (tese);
b) O segundo, do ser outro ou fora de si, seria o momento em que essa semente
sai fora, de si, desdobra-se em algo distinto (antítese);
c) E o terceiro, do ser para si, seria o momento em que surge a planta (síntese dos
momentos anteriores).
Saber Absoluto
O pensamento de Hegel apresenta-se desse modo, como um grande sistema, que permite
pensar tanto a natureza, ou a realidade física, quanto o espírito, tendo como fio condutor
dessa reflexão totalizante a relação entre finito e infinito.
Filosofia e História
Portanto, se para o filósofo tudo que é real é racional, e tudo que é racional é real –
como vimos antes – todas as coisas existentes, mesmo as piores, fazem parte de um
plano racional e, portanto, têm um sentido dentro do processo histórico. Esse conceito
hegeliano recebeu inúmeras críticas, já que pode levar a certo conformismo ou a uma
passividade diante das injustiças sociais.
Legado de Hegel
70 – ILUMINISMO
1 – Introdução:
A difusão dessas ideias na França foi facilitada pela ampla produção intelectual dos
filósofos conhecidos como enciclopedista, tais como Diderot, - D’Alembert e Voltaire e
outros, embora, politicamente, a França se encontrasse atrasada com relação aos
avanços do Liberalismo Inglês, justificado teoricamente pela doutrina de Locke e levado
a efeito pela Revolução gloriosa ainda em fins do Século XVIII.
O Absolutismo da dinastia Bourbon perdura na França até 1789, data da Revolução. Por
isso praticamente durante todo o século XVIII, os franceses visitam a Inglaterra para
admirar suas instituições e elogiar a liberdade de consciência reinante.
2 – A Ilustração:
Outra influencia importante foi o advento da ciência galileana no século XVII, cujo
método experimental fecundou outros campos de pesquisa, fazendo nascerem novas
ciências.
Como essa ciência é aliada a técnica, faz surgir o modelo de um novo homem, o
homem construtor, o artífice do futuro, que não mais se contenta em contemplar a
harmonia da natureza, mas que conhecê-la para dominá-la.
De fato, o século XVIII é o século das Revoluções burguesas: ainda no final do anterior,
em 1688, a Revolução Gloriosa da Inglaterra destrona os STUART absolutistas e, em
1798, os BOURBON são depostos com a Revolução Francesa. Ecos desses
acontecimentos chegaram ao Novo Mundo, movimentos de emancipação como a
Independência dos Estados Unidos, em (1776), a Inconfidência Mineira (1789) e a
Conjuração Baiana em (1798).
Na filosofia Alemã, as expressões maiores são: Wolff, Lessing e Baumgarten. Mas foi
Kant o filósofo por excelência desse período, criando uma obra sistemática cuja
influencia marcará a filosofia posterior.
b) O Que é A Ilustração?
Preguiça e Covardia são as razões pelas quais uma tão grande parcela da humanidade
permanece na menoridade mesmo depois que a natureza a liberou da condução externa
(naturaliter maiorennes); e essas são também as razões pelas quais é tão fácil para outros
manterem-se como seus guardiões. É cômodo ser menor. Tem-se um livro que substitui
meu entendimento, um diretor espiritual que tem uma consciência por mim, um médico
que decide sobre minha dieta e assim por diante, não preciso me esforçar. Não preciso
pensar se puder pagar: outros prontamente assumirão por mim o trabalho penoso.
Que a passagem à maioridade seja tida como muito difícil e perigosa pela maior parte
da humanidade (e por todo o belo sexo) deve-se a que os guardiões de bom grado se
encarreguem da sua tutela. Inicialmente os guardiões domesticam o seu gado, e
certificam-se de que essas criaturas plácidas não ousarão dar um único passo sem seus
cabrestos; em seguida, os guardiões lhes mostram o perigo que as ameaça caso elas
tentem marchar sozinhas. Na verdade, esse perigo não é tão grande. Após algumas
quedas, as pessoas aprendem a andar sozinhas. Ma cair uma vez as intimida e
comumente as amedronta para as tentativas ulteriores.
285
É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua menoridade quando ela
tornou-se quase a sua natureza (...).
Mas que o público se esclareça a si mesmo é muito perfeitamente possível; se lhe for
assegurada a liberdade, é quase certo que isso ocorra... Sempre haverá alguns
pensadores independentes, mesmo entre os guardiões das grandes massas, que, depois
de terem-se libertado da menoridade, disseminarão o espírito de reconhecimento
racional tanto de sua própria dignidade quanto da vocação de todo homem para pensar
por si mesmo.
Ma note-se que o público, que de início foi reduzido à tutela por seus guardiões, obriga-
os a permanecer subjugo, quando é estimulado a se rebelar por guardiões que, eles
próprios, são incapazes de qualquer ilustração. Isso mostra quão nocivo é semear
preconceitos; mais tarde volta-se contra seus autores ou predecessores. Sendo assim,
apenas lentamente o público pode alcançar a ilustração. Talvez a destruição de um
despotismo pessoal ou da pressão gananciosa ou tirânica possa ser realizada pela
revolução, mas nunca uma verdadeira reforma nas maneiras de pensar. [Enquanto essa
reforma não acontece], nos preconceitos servirão tão bem quanto os antigos, para atrelar
as grandes massas não pensantes.
A pedra de toque para o estabelecimento do que devem ser as leis de um povo está em
saber se o próprio povo poderia ter-se imposto às leis em questão (...).
O que o povo não pode decretar para si próprio muito menos pode ser decretado por um
monarca, pois a autoridade legislativa deste último baseia-se em que ele une a vontade
pública geral na sua própria. A ele incube zelar para que todas as melhorias, verdadeiras
ou presumidas, sejam compatíveis com a ordem civil; fazendo isso, ele pode deixar aos
súditos que busquem eles próprios o que lhes parece necessário à salvação de suas
almas.
71 – IMPRESSIONISMO
Conceito:
Movimento artístico que surge na França, na segunda metade do século XIX, nas artes
plásticas e na música. Constitui-se no marco da arte moderna, com o início da
dissolução da representação figurativa. Em suas paisagens, os impressionistas dão
enorme importância à luz natural e a decomposição das cores. Entre seus expoentes
286
estão os franceses Claude Monet e Edgar Degas. Na música, o francês Claude Debussy
é considerado o pioneiro do movimento.
72 – ISLAMISMO
1 – Definição:
A Arábia é uma das partes mais inférteis da superfície terrestre. Trata-se de uma
península de cerca de 1600 quilômetros de comprimentos por 960 quilômetros de
largura, que consiste em desertos de areia, colinas rochosas e grandes áreas de cascalho
onde apenas os espinheiros conseguem crescer. Apenas uns poucos oásis, produzidos
por nascentes isoladas, oferecem algum alívio na sequidão. Apesar disto, esta terra
pouco prometedora produziu uma das três maiores religiões monoteística do mundo, o
Islamismo. Já nos tempos presente, cresceu até quase um bilhão de pessoas, e sua área
de predominância abrange a maior parte do Oriente Médio e da África do Norte.
O Islamismo enfatiza o sucesso das suas crenças, e, portanto, é uma religião missionária
militante. Com seu domínio sobre os estados petrolíferos muçulmano, está disposto a
conquistar o mundo inteiro. Os muçulmanos acreditam que o Islamismo satisfaz todas
as necessidades religiosas e espirituais do homem. Na fachada das mesquitas de um
milheiro de cidades no mundo inteiro, podemos ver as palavras impressionantes escritas
em letras grandes e destacadas: “Não há Deus senão Alá; Maomé é o seu profeta”.
2 – Conhecendo o Islamismo
2.1 – Definição:
Meca, a capital da Arábia, era uma cidade de comércio num local onde se cruzavam
dois caminhos principais das caravanas. Um passava pela Arábia do norte ao sul, e o
outro se estendia em direção ao leste, a partir da orla marítima ocidental. Meca era o
local onde havia uma grandiosa feira e mercado todos os anos, e as pessoas,
principalmente árabes, vinham de longe para negociarem e para adorarem nos
santuários dos deuses pagãos em Meca. A tribo Quraysh, na qual Maomé nasceu, era
muito poderosa e controlava a adoração pagã em Meca. Muitas pessoas eram animistas
e adoravam deidades nas rochas, árvores e fontes sagradas. Uma das pedras mais
sagradas era a meteorite negra na Caaba em Meca. Uma lenda declara que a pedra caiu
do céu nos dias de Adão. Romarias eram feitas a Meca para adorar as deidades e para
beijar a pedra. Perto da Caaba havia o poço de Zam-Zam, onde segundo acreditava-se,
Hagar e Ismael estabeleceram-se depois de terem sido expulsos por Abraão. O filho de
Abraão, Ismael, foi para Meca, de conformidade com a tradição, e ficou sendo pai de
todos os povos árabes. Os nomes Abraão e Ismael continuam sendo de uso comum entre
os muçulmanos.
Além dos politeístas, moravam também monoteístas na Arábia, mas estes eram
principalmente cristãos e judeus. Muitos comerciantes judeus, refugiados das guerras,
também trouxeram suas mercadorias para a Arábia. Seus livros do Antigo Testamento e
suas tradições orais eram bem conhecidos ali. Os cristãos da Arábia eram na sua
maioria, ignorantes e divididos entre si. Nos séculos V e VI, argumentos doutrinários a
respeito da natureza de Cristo tinham causado facções. Alguns sustentavam que Jesus
era tanto Deus quanto Homem, duas naturezas em uma só pessoa. Outros acreditavam
que Ele era diferente tanto de Deus quando do Homem. Os argumentos eram ríspidos e
generalizados.
Neste meio ambiente nasceu Maomé em Meca, cerca de 570 d.C. seu pai morreu antes
dele nascer, e sua mãe morreu quando ele ainda era menino. Um tio, Abu Talib,
assumiu a responsabilidade de cuidar dele, e viveu em conforto, mas sem riquezas.
Trabalhava como diretor das caravanas de camelos que pertenciam a uma viúva rica,
Khadija. Embora Khadija fosse quinze anos mais velha do que Maomé, ficou tão
impressionada com ele que concordou, quando ele atingiu vinte e cinco anos de idade,
em casar-se com ele. Tiveram dois filhos e quatro filhas, mas somente Fátima
sobreviveu. A tradição declara que, apesar do seu ambiente social, Maomé era fiel e
honesto no seu trabalho. O nome árabe Muhammad (aportuguesado: Maomé) significa
“altamente louvado” e é usado por muitos muçulmanos do sexo masculino em todo o
mundo muçulmano.
Hira, a 5 quilômetros de Meca e, sempre quando era possível, nos quinze anos que se
seguiram, ia para lá a fim de meditar e orar. Seu coração ardia com os mistérios do bem
e do mal, e estendia-se em direção a Deus. Ficou grandemente atraído a Allah, o Deus
adorado com verdadeira devoção pelos cidadãos de Meca. Começou a perceber que
Deus era tão tremendo e real quanto a vida e a morte. Deus enchia todo o céu e a terra.
Era o único Deus, sem igual nem rival. Dentro em breve, a partir da sua caverna nas
montanhas, iria ressoar a frase mais importante da língua árabe, o grito que estava para
arregimentar um povo e estender o seu poder até aos fins do mundo conhecido:
Segundo a lenda, certa noite ao meditar na caverna, ouviu uma voz dizer: “Recite em
nome do teu Senhor que criou o homem a partir de um coágulo de sangue. Recite: Teu
Senhor é muito benevolente, pois pela caneta ensino aos seres humanos as coisas que
não sabiam”. Maomé foi para casa, cansado após a visão, e contou sua experiência a
Khdija. Ele disse que a visitação provinha do anjo Gabriel. Khadija ficou convicta de
que ele não estava louco, mas que tinha sido escolhido para ser um grande profeta. A
partir de então, dedicou a sua vida à proclamação da mensagem.
Assim como ocorreu com outros fundadores de religiões, Maomé recebeu muita
oposição no início. Em Meca, muitas pessoas temiam que seu monoteísmo extremo
provocasse uma diminuição das somas pagas nos santuários dos templos. Em certo
templo em Meca, havia mais de 360 santuários, um para cada dia do ano. Além disso,
sua doutrina ameaçava estragar o tráfico ilícito e a imoralidade daqueles tempos.
Maomé e seus seguidores foram expulsos de Meca, mas acharam refúgios em Yathrib,
uma cidade cerca de 432 quilômetros ao norte de Meca.
A hejira (“lugar”) para Yathrib em 622 d.C. veio a ser o evento mais importante do
Islamismo, e o ponto de partida do calendário islâmico. Era chamado Anno Hegirae, e o
ano 622 d.C. ficou sendo A.H.I. Posteriormente, o nome de Yathrib foi mudado para
Medina, a cidade do profeta de Deus.
Maomé ficou sendo um político perito, o líder de Medina, e um guerreiro feroz, tudo em
nome de Alá. Quando começou a pregar, esperava ser bem recebido pelo povo judaico,
porque achava que estava proclamando a mesma fé. Considerava que os profetas do
Antigo Testamento e os apóstolos do Novo Testamento eram muçulmanos, porque se
submetiam a Deus. Louvava os judeus e os cristãos com “povo do livro”, dizendo que
ficariam em segurança no dia do juízo. Os judeus, porém, rejeitaram-no porque dizia
que Jesus era um profeta, e porque tinha ideias inexatas a respeito do Antigo
Testamento. O rompimento final com os judeus ocorreu quando uma judia, Zainab,
convidou o profeta e seus amigos para um jantar, e deu-lhes para comer carne de
carneiro envenenada. Embora Maomé tenha comido uma porção pequena da carne,
sofreu dos seus maus efeitos durante o restante da sua vida, e morreu em idade pouco
avançada.
289
3 – Crenças do Islamismo
a) A Profissão de Fé (“Shahadah”):
Todos os muçulmanos professam publicamente Alá como o Deus Único e Maomé como
seu profeta. Embora outros profetas sejam reconhecidos, o maior e o último foi Maomé.
Além disso, os muçulmanos acreditam nos anjos, seres espirituais que cumprem a
vontade de Alá, doutrina esta que foi copiada do Judaísmo. Acreditam na ressurreição
dos mortos e no dia de juízo quando, então, as pessoas que forem fiéis ao Alcorão serão
recompensadas. Aqueles que deixam de obedecer serão castigados no inferno.
durante o tempo todo. Um esforço especial é feito para ir até uma mesquita ao meio-dia
da sexta-feira, que é o Dia de Descanso dos muçulmanos, e o Iman ou “líder”, prega um
sermão.
Todo muçulmano é obrigado a dar uma proporção das suas rendas como caridade ou aos
pobres, e contribuir para as despesas da mesquita. A porcentagem varia, e depende se as
rendas eram provenientes do serviço assalariado, da agricultura ou do comércio. Varia
entre 2,5% e 10%, mas é um imposto obrigatório. Outras ofertas voluntárias, chamadas
sadaqa, também podem ser feitas por quem assim desejar.
Durante Ramadan, o nono mês lunar, todo muçulmano adulto tem a obrigação de
abster-se da comida, da bebida e da atividade sexual. Todos os dias, desde o amanhecer
até o pôr do sol, orações especiais são recitadas e trechos do Alcorão são lidos.
Alimentos podem ser tomados depois do pôr do sol. No fim do mês, é celebrada uma
festa. Visto que o calendário muçulmano segue as fases da lua, as datas mudam todos os
anos.
É obrigatório para todo homem adulto que tem condições para tanto, fazer uma romaria
a Meca uma vez na vida. A presença em Meca é exigida em Dhu’l Hijja, o “mês da
romaria”. Centenas de milhares de pessoas vão para lá a pé, de jumento, de camelo, de
carroça, de automóvel ou de avião. É o momento mais brilhante da vida do muçulmano.
Aqueles que foram até lá podem mesmo ter o termo hajj, acrescentado ao seu nome. O
alcorão contém pormenores a respeito de quais roupas usarem e de que se deve fazer em
Meca. Oram diante da Caaba, o santuário sagrado do Islamismo, no átrio da grande
mesquita. Durante os dias da sua permanência ali, os peregrinos visitam Zam-Zam que,
segundo se acredita, é o poço de Hagar e de Ismael. No décimo dia do décimo segundo
mès lunar, o “Festival do Sacrifício” marca o fim da estação das romarias.
a) O Ser Supremo:
onipotente. “Eis que teu Senhor é Alá, que criou os céus e a terra em seis dias, e então
Ele subiu ao trono”. Os muçulmanos atribuem noventa e nove nomes a Alá para louvar
seus muitos atributos, e os muçulmanos devotos recitam esses nomes, de modo muito
semelhante à recitação do rosário pelos católicos romanos.
Os muçulmanos descrevem outras criaturas chamadas jinn, que ficam à meia distancia
entre os seres humanos e os anjos. São criados do fogo, e alguns são anjos da guarda
para os seres humanos, mas outros são demônios. Iblis, o líder dos jinn, é um anjo caído
que age de modo muito semelhante a Satanás no Livro de Jó. Segundo a lenda
muçulmana, Iblis foi quem provocou a queda de Adão.
b) A Lei (“Shari’a”):
c) A Predestinação:
Ele te conhece muito bem, quando Ele te produziu da terra, e quando tu,
ainda no ventre da tua mãe, não tinha nascido. Deus desvia a quem Ele
quiser, e Ele coloca no caminho reto a quem Ele quiser. Tu não terás
vontade de nada, a não ser o que for pela vontade de Deus.
Os muçulmanos não acreditam que uma coisa causa outra; por exemplo, não podemos
dizer que a água nos molha. É somente quando Deus assim quer que nós, estando na
água, ficamos molhados! Essa crença, na sua forma extrema, despoja as pessoas da
liberdade de escolha e, portanto, não são responsáveis pelas suas próprias ações. Não
passam de fantoches nas mãos de Deus. Uma expressão comum dos muçulmanos é
Insh’allah, ou seja: “se Deus assim quiser”. Mas nem todos os muçulmanos levam o
fatalismo tão longe assim. Alguns dizem que Alá, na sua sabedoria e misericórdia,
permite que as pessoas façam escolhas nas áreas em que serão julgadas. Segundo este
ponto de vista, as pessoas têm pelo menos alguma liberdade de escolha.
292
d) A Salvação:
e) A Escatologia do Islamismo:
Parece que a escatologia dos judeus e dos cristãos teve efeito profundo sobre Maomé. O
Alcorão diz que quando a pessoa morre, o corpo volta à terra e a alma passa para um
estado de sono até o dia da ressurreição. O anjo de Alá soará a sua trombeta, a terra se
fenderá, e os corpos serão reunidos com suas respectivas almas. Será aberto um livro de
registro da vida de toda pessoa, e cada uma será julgada segundo as suas ações. Todas
passarão por uma ponte estreita, afiada como espada, que atravessa o abismo do inferno.
Os malfeitores cairão para a destruição, mas os muçulmanos atravessarão com
segurança. O céu, no entanto, é um paraíso ajardinado onde os fiéis serão
recompensados com todos os tipos de deleites físicos. Melhor de tudo: verão a Deus. Os
que caírem no inferno sofrerão tormentos.
a) Lugares Sagrados:
Mesquitas – Tendo sua origem numa palavra árabe antiga que significa “prostrar-se”, as
mesquitas são lugares de reuniões de adoração. Há grande número de mesquitas na
maioria das cidades das nações do Oriente Médio e do Oriente. Maomé decretou que a
sexta-feira seria o dia oficial de adoração para os muçulmanos, assim como o sábado o é
para os judeus e o domingo para os cristãos. O muezzi (“convocador”) fica em pé num
minarete de uma mesquita e convoca as pessoas à oração cinco vezes por dia. Nos
tempos modernos, sua convocação é frequentemente substituída por uma gravação.
b) Cidades Sagradas:
c) Pessoas Sagradas:
Muitos dos tabus do judaísmo foram adotados pelo Islamismo. A carne de porco e o
sangue são proibidos, mas a carne de vaca, ovelha e cabra é permitida, se o animal for
abatido segundo as regras do Islamismo. A jogatina e o vinho são proibidos, e acredita-
se que foram os muçulmanos que introduziram no mundo o café, como bebida. É
permitido o comércio visando lucros, mas emprestar dinheiro a juros é pecado.
Maomé ensinou seus seguidores a não tolerarem os pagãos; deviam aceitar o Islamismo
ou ser executados. As caravanas para Meca eram atacadas, dinheiro e convertidos eram
trazidos para o Islamismo. Maomé chamava este tipo de guerra um dever religioso. Até
mesmo os laços de parentesco não eram importantes e num ataque contra uma caravana,
parentes pagãos podiam ser assassinados. Morrer no Jihad ou guerra santa dá ao
294
5 – Escritos do Islamismo
a) Origem e Reverência:
b) Contradições e Inexatidões:
Sendo que vários muçulmanos tinham fragmentos dos escritos, o Califa Uthman, depois
da morte do profeta, nomeou uma comissão dirigida por Zyd para compilar uma versão
autorizada do Alcorão. Acabou formando um livro quase do mesmo tamanho do Novo
Testamento. Cada capítulo é chamada sura e possui um título extraído de uma palavra
existente nele. Há 114 suras, sendo que as primeiras foram àquelas produzidas em
Medina, e contêm regras para os muçulmanos e advertências contra os seus inimigos.
As suras posteriores eram as visões, que originalmente foram dadas na caverna nem
Meca. Foram organizadas por ordem de tamanho, excetuando-se uma cura breve, a
Fatihah (“abertura”), que é colocada em primeiro lugar e é uma oração a Deus pedindo
295
Os muçulmanos tratam com grande reverência o Alcorão como seu livro mais sagrado.
Tomam o cuidado de nunca coloca-lo no chão nem deixar que toque numa substância
impura. A grande ambição é decorar o alcorão inteiro e recitá-lo durante o mês de
Ramadan. Nas escolas de todo o mundo islâmico, o Alcorão é ensinado para crianças, e
muitas delas decoram os seus sons mesmo quando não entendem as palavras. Muitos
exemplares do Alcorão foram escritos com bela caligrafia e artesanalmente
encadernado. Suas palavras são frequentemente usadas para enfeitar mesquitas, escolas,
túmulos e outros edifícios. Alguns usam trechos do Alcorão como amuletos contra
demônios e enfermidade. Sendo que o Alcorão foi dado a Maomé em árabe, era
proibido traduzi-lo. Mesmo assim, exemplares têm sido impressos em outros idiomas.
c) Contradições e Inexatidões:
Um aspecto do Islamismo que causa muita dificuldade aos cristãos acha-se nas
contradições do Alcorão. Por “contradições”, queremos dizer que alguns versículos
cancelam outros versículos. Por exemplo, Maomé originalmente aceitava as crenças
judaicas como semelhantes às suas. Mas quando os judeus o rejeitaram, teve uma visão
especial, depois da qual disse que os outros “perverteram as Escrituras”. Sura 2.150
disse que Maomé devia ordenar que seus seguidores orassem em direção a Jerusalém.
Mas, posteriormente, numa visão, o anjo lhe ordenou que orasse em direção a Meca
(sura 2.125). As visões de Maomé que se alteravam conforme a sua conveniência, não
poderiam ter sido inspiradas pelo Deus que não muda.
Qualquer pessoa que ler o Alcorão notará sua semelhança com a Bíblia, o que
demonstra que Maomé dependia dela para muitos dos seus escritos. Seus discípulos
negavam este fato, declarando que Maomé era analfabeto. A ideia de que ele copiou da
Bíblia as suas visões é ofensiva para os sentimentos religiosos do muçulmano. Em
alguns dos incidentes, porém ocorrem contradições. Escreveu, por exemplo, que Hamã
na história de Ester trabalhava para o Faraó nos tempos do Êxodo (sura 28.38). Os
muçulmanos respondem que o Alcorão apresenta uma visão diferente de Deus, do
homem e do mundo. Se houver contradições, aceitam o Alcorão como certo.
O conhecimento que Maomé tinha de outras crenças podia ter sido obtido das suas
esposas, uma das quais era judia e outra cristão. Mas, já que ele dependia da tradição
oral, era inexata a sua interpretação da doutrina cristã. Em sura 5.77 diz que os cristãos
296
adoram três deuses: Deus, como Pai, Maria, como mãe e Jesus como Filho! O Alcorão
ataca a filiação de Cristo e declara que “Deus nem gera nem é gerado”. Em sura 4.156,
referindo-se a Jesus diz: “Não o mataram nem o crucificaram, pois somente possuíam a
aparência dele. Não o mataram na realidade”. Mesmo assim, o Alcorão declara que
Jesus nasceu de uma virgem, operou milagres, era isento de pecado, foi para o céu e virá
de novo no final.
6 – Desenvolvimentos do Islamismo
O Islamismo surgiu numa ocasião em que o povo árabe precisava de uma força
unificadora. A Arábia estava dilacerada com o animismo, a idolatria e a imoralidade. O
Império Bizantino estava prestes a desmoronar-se por causa da corrupção e dos abusos
do governo, e o povo persa estava pronto para mudanças.
a) Façanhas Políticas:
b) O Califado:
O califado (governo dos califas) consistiu de quatro califas e durou desde 632 ate 660.
Os califas eram os sucessores de Maomé e governaram como líderes espirituais e
temporais do Islamismo. Foram: Abu Bakr, Umar, Uthman e Ali, os companheiros mais
íntimos de Maomé. Abu Bakr morreu cerca de dois anos após a sua eleição. Umar e
Uthman foram assassinados por radicais. Ali, marido de Fátima, filha do profeta, foi
assassinado por um parente. Os califas que se seguiram a eles reinavam como reis,
transferiram a capital para Damasco e depois para Bagdá. Os califas abássidas reinaram
em Bagdá desde 750 até 1258 com muita pompa e esplendor, e no reinado deles o
Islamismo atingiu sua idade de ouro. Os turcos otomanos, que governaram desde o
297
século XV, usavam o título sultão que o equiparavam a califa. Quando o Império
Otomano se desfez depois da Primeira Guerra Mundial, o califado cessou de existir.
O sucessor de Maomé não poderia ser outro profeta, porque o Alcorão declarava que
Maomé era o “Selo dos Profetas”. Alguns seguidores achavam que o califa deveria ser
escolhido dentre a totalidade da comunidade muçulmana. Outros eram leais à família
Umayyad de Meca. Ainda outros apoiavam o genro de Maomé, Ali. Com a eleição de
Ali, explodiram as tensões dentro do Islamismo. Uma rebelião foi dirigida por dois dos
companheiros do profeta e pela sua viúva, Aisha. Na batalha sangrenta que foi travada,
dez mil muçulmanos foram mortos antes de Ali ganhar a vitória. Pouco depois, no
entanto, Mu’awiya, um parente de Uthman, opôs-se a Ali, e no conflito, Ali foi
assassinado.
Sunnis
Shi’itas
Outro grupo permaneceu leal a Ali, o genro de Maomé. Os membros eram chamados
Shi’itas (derivados de Shi’a, “partido”). Estes xiitas achavam que todos os califas
deviam ser descendentes de Ali. Um grupo chamado Kharijis ou “dissidentes”, separou-
se dos partidos de Ali, e alguns deles ainda existem em Zanzibar e entre os Bárbaros da
África do Norte. Os Kharijis eram radicais, e diziam que os quem não seguiam o
caminho deles eram piores do que pagãos e que deveriam ser chacinados ao serem
vistos. O próprio Ali foi assassinado por um fanático Khariji. Com a morte de Ali, seu
inimigo Um’awiya ficou sendo califa e sua descendência ficou com o califado durante
quase um século.
O partido xiíta ficou mais forte entre os persas. Consideravam que Ali era o mensageiro
de Deus, e mais importante que o próprio Maomé, até mesmo uma encarnação de Deus.
Declaravam que uma luz divina estava em Ali, e que era transmitida aos descendentes
deste, e que esta luz os conservava livres de qualquer erro ou pecado. Os xiitas usavam
o título Imam para os descendentes de Ali. Depois da morte de Ali, vários grupos
principais reivindicavam apenas sete imas e, portanto, são chamados os dos sete. Os
drusos do Líbano, da Síria, e da Palestina são ismailis, e o Aga Khan é o líder deles
298
hoje. O segundo grupo, os Zaydis, são uma seita menor, que se acha no Iémen hoje. Os
partidários dos Doze acreditam que houve doze Imãs. O décimo-segundo Imã
desapareceu em 878 d.C. Os xiitas acreditam que ele se ocultou e que reaparecerá como
o Mahdi (“o esperado”). Ele trará um período de justiça e de paz antes do último juízo.
Hoje, os Aiatolás são classificados como “dos Doze”.
Sufis
A seita sufi surgiu como reação contra o Islamismo ortodoxo. A palavra provém de suf,
uma peça de vestuário feita de lã grossa, usada por monges e eremitas. Os sufis
surgiram no século VIII como místicos, reagindo contra o mundanismo dos líderes
muçulmanos. Buscavam uma experiência pessoa do Divino, que percebiam no Alcorão
e em Maomé. Dirigidos pelos seus Shaykhs, ressaltam o amor a Deus e o seu amor ao
homem, e esforçaram-se para atingir a união com Deus ou para serem absorvidos nele.
Espera atingir seu alvo mediante o ascetismo, os êxtases e a repetição de um dhikr ou
“nome de Deus”, como a mantra do hinduísmo. Alguns usam a dança ou expressões
vocais sem sentido. Alguns alegam que, ao terem contato com pessoas santas, derivam
delas barakah (“benção ou santidade”). Os sufis acham-se entre os xiitas bem como
entre os sunitas, e sua atração é que combinam a doutrina muçulmana com uma
experiência com Deus. Muitos convertidos ao Islamismo foram ganhos pelos sufins na
África, mas são acusados de fanatismo e de excessos físicos.
Bahais
Aiatolá
d) A Arte Islâmica
O Islamismo deu ao mundo uma nova forma de arte que deixou sua impressão na
arquitetura de muitos países. Seus desenhos e cores são distintos belos e devem ser
estudados por todo leitor.
e) O Islamismo e Israel
Lembremo-nos que a religião islâmica forneceu a uma sociedade sem esperança, uma
oportunidade de unir a fé em Deus. Uniu o aspecto espiritual com o aspecto temporal e
ficou sendo uma parte vital da comunidade, da sua cultura, e de todas as facetas da vida.
Agora, o Islamismo estende-se por todos os meios á sua disposição e suas conquistas
são significantes, especialmente na África além do Saara. Tanto o Islamismo quanto o
Cristianismo aproveitaram-se do declínio da religião tradicional, fomentado pelas
mudanças políticas e comerciais modernas. Na realidade, estão progredindo em ritmo
mais rápido de todas as religiões do mundo atual.
7 – Avaliações do Islamismo
Embora a condição social das mulheres tenha sido melhorada, ainda não é ideal.
Os membros têm licença de ter várias esposas;
Os muçulmanos precisam merecer a sua salvação mediante as boas obras;
Os muçulmanos não têm certeza de um salvador do pecador, nem uma promessa
atual da vida eterna;
A reverência pelo Alcorão e pela pedra da Caaba fica bem perto da idolatria;
O texto sagrado contém contradições;
É aceitável a conquista de adeptos pela força;
O futuro prometido é de prazeres sensuais.
73 – JAINISMO
Definição:
Uma das três antigas religiões indianas, ao lado do hinduísmo e do budismo, com as
quais compartilha importantes conceitos, como o dharma e o carma. O nome deriva do
verbo ji (conquistar, em sânscrito), uma referencia à batalha interna pela iluminação
espiritual. Surge a partir do século VI a.C., época em que vive Parshavanatha, o
primeiro tirtancara (aquele que consegue vencer o ciclo de reencarnações). O mais
recente tirtancara é Mahavira (século VI a.C.).
Os jainistas não acreditam em Deus; para eles, os únicos seres sobrenaturais são os
tirtancaras. Defendem a não violência, a abstinência sexual e a renúncia aos bens
materiais.
74 – JUDAISMO
1 – Introdução:
Em sua acepção mais ampla, o termo judaísmo indica a história global do povo
hebraico, desde seu início na época bíblica até o presente; ele pode então ser referir
tanto ao povo hebraico em suas diversas formas histórico como à religião e à cultura dos
hebreus. Do mesmo modo, o termo judeu pode ser usado para indicar a condição de
pertencer ao povo ou à comunidade religiosa hebraica. Em um sentido mais restrito, o
termo judaísmo é empregado para designar a época do Segundo Templo (515 a.C. – 70
d.C.), bem como a época sucessiva à destruição definitiva do templo de Jerusalém em
70 d.C., quando se constituiu o judaísmo rabínico, que assume então o valor de
judaísmo normativo. Porém, deve-se observar que tal judaísmo define a própria
identidade na exegese da Bíblia hebraica e da história do povo hebraico (ou povo de
Israel) narrada nos textos bíblicos, de modo que é mais correto entender o termo, como
301
será feito de agora em diante, em sua acepção mais ampla, que abrange, além do
judaísmo rabínico, que se estende até os nossos dias, também chamado judaísmo do
segundo templo (do exílio babilônico a 70 d.C.) e sua matriz israelense.
2 – Conhecendo o Judaísmo:
a) Significado
A palavra judaísmo provém da palavra judeu. O judeu era membro da tribo de Judá e da
nação judaica que existia na Palestina desde o século VI a.C. até I d.C. Judá era o nome
do antigo reino judaico, e teve sua origem na palavra hebraica Yehudhi. Um definição
do Judaísmo é: uma religião que expressa as crenças e práticas dos judeus, conforme
foram reveladas a Abraão, a Moisés e aos profetas.
b) Fundo histórico
O povo judaico teve uma história muito notável. Esta é sem igual porque revela
diretamente os modos de Deus lidar com as pessoas. Além de ser chamado o Povo de
Deus, o povo judaico tem sido chamado semitas, hebreus, israelitas e judeus.
Os antepassados dos judeus remontam a Abraão, que estava na décima geração depois
de Sem, o filho mais velho de Noé. Eram, portanto, semitas. O povo de Abraão também
era chamado de hebreus, nome este que possivelmente se derivava do povo Habiru da
Mesopotâmia do norte, onde Abraão passou algum tempo. O nome Israel provém do
neto de Abraão, Jacó, que recebeu um novo nome, Israel, depois de uma confrontação
com Deus. Seus descendentes, portanto, foram chamados israelitas. O nome judeu
provém do filho de Jacó, Judá. O povo tem sido chamado de Judeus desde o cativeiro da
Babilônia. Para os próprios judeus, no entanto, serem chamados de o povo de Deus era
o que mais importava.
A chamada de Abraão, cerca de 1800 a.C., foi um evento relevante por causa das
condições que existiam na sua região. Ur era uma cidade-estado da Caldéia, na área
onde os rios Tigre e Eufrates confluíam para desaguarem no Golfo Pérsico. Ur se
deteriorara num estado politeístico e animista. O povo usava rochas no formato de
colunas e montes especiais de pedra na sua adoração pagã. Gilgal era um círculo de
colunas e os hebreus, posteriormente, deram este nome a uma cidade na Palestina.
Acreditavam que as pedras, os poços, as fontes, as árvores e o vento eram habitações de
espíritos e demônios, e dedicavam bosques à idolatria e à prática imorais. El Shaddai, o
Deus verdadeiro, era um Deus pessoal para Abraão, mas a esposa de Abraão ainda se
apegou por algum tempo aos seus terafins, às imagens de madeira ou de pedra, que os
pagãos conservavam para a magia e adoração doméstica.
302
A totalidade do Oriente Médio estava em estado de tensão nos tempos de Abraão. tribos
indo-européias das montanhas da Armênia invadiam com carros puxados por cavalos.
Muitas famílias e tribos tornaram-se nômades e a Palestina ficou infestada de
refugiados. Alguns deles eram parentes arianos daqueles que migraram em direção ao
oriente, até à Índia. Terá, chefe de uma família pastoril em Ur, levou seus filhos Abrão e
Naor com suas posses, e mudou para Hará, no noroeste da Mesopotâmia. Viajaram
pelos rios e planícies do Crescente Fértil, que era o itinerário geral daqueles dias. Outro
grupo semítico de indo-europeus, os hicsos, passou pela Palestina e invadiu o Egito.
Em meio a todo o tumulto das nações, Deus estava formando um povo para Sua
possessão particular. Parece, segundo Atos 7.2-4, que Deus originalmente chamou
Abraão enquanto este ainda morava na sua cidade natal de Ur dos Caldeus. Depois, em
Harã é provável que Deus tenha confirmado a sua chamada e ordenado Abraão a ir para
uma terra que Ele lhe mostraria (Gn 12.1-3). A chamada envolveu uma promessa de
grandes bênçãos sobre o povo judeu. Todas as nações que o abençasse seriam
abençoadas e todas aquelas que o amaldiçoasse seriam amaldiçadas. Deus mostrou a
Abraão a Terra Prometida. Estendia-se desde o rio Eufrates até o rio do Egito (Gn 12.7;
13.14-17; 15.13-18). A promessa ficou sendo um concerto entre Abraão e Deus, e foi
ratificada por um sacrifício e pelo rito da circuncisão (Gn 17.1-11). Seria um concerto
eterno. Nisto vemos uma referência profética ao Messias, o Ungido de Deus, e a
esperança de Israel.
Sendo assim, Abraão entrou na Terra Prometida e fixou sua habitação numa cordilheira
de montanhas em Hebrom, que ficou sendo a residencia da família durante as gerações
futuras. Embora, Abraão inicialmente tivesse dois filhos, Ismael e Isaque, a linhagem da
família passou de Abraão para Isaque, e depois para Jacó que, posteriormente recebeu o
nome de Israel. Por causa de uma fome severa, Israel e seus filhos saíram de mudança
para o Egito. Os hicsos tinham conquistado o Egito e, sendo da mesma raça semítica,
mostraram tolerãncia com os israelitas e deixaram que habitassem ali. Os israelitas
prosperaram e se multiplicaram, a partir de cerca de setenta pessoas para uma nação de
quase três milhões de pessoas.
Depois dos israelitas já terem morado no Egito durante 215 anos, os egípcios
retornaram ao rei dos hicsos, e “levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não
conhecera a José” (Ex 1.8). não se sabe certo que Faraó era este, mas descobertas
recentes indicam que era Ramsés II (1304-1237 a.C.). ramsés edificou grandes templos
e cidades, e forçando os israelitas a construirem, em regime de escravidão, suas obras
públicas. O povo de Deus suportou muitos sofrimentos, mas Deus ouviu o seu clamor.
Moisés, um hebreu, foi criado pela filho de Faraó na corte egípcia, com sua erudição e
seus luxos. Foi, porém, exilado para o deserto de Midiã por ter trucidado um egípcio.
Depois de passar quarenta anos como pastor de ovelhas, Moisés teve, certo dia, um
encontro com Deus diante de uma sarça ardente, e Deus o chamou para conduzir Israel
para fora do Egito. Moisés voltou para o Egito e Deus operou vários milagres para
persuadir os egípcios a soltarem os israelitas. O maior milagre ocorreu quando o anjo da
303
morte passou por cima dos lares de Israel, mas matou todos os primogênitos dos
egípcios. Então, quando os israelitas fugiram, passaram por um corredor que Deus abriu
para eles através do mar Vermelho, mas o exército egípcio, que perseguia, pereceu
quando as águas voltaram ao seu estado anterior. Este escape dramático da escravidão
no Egito é chamado o Exôdo.
No Monte Sinai, Deus deu a Israel as tábuas da Lei e celebrou um concerto solene com
seu povo. Além disso, deu a Moisés instruções sobre a edificação do Tabernáculo ou da
Tenda da Congregação, onde Ele pudesse encontrar-se com seu povo. Depois de
peregrinar no deserto durante quarenta anos, Israel finalmente chegou ao monte Nebo,
em Moabe, de onde podia se ver a Terra Prometida. Moisés, que tinha dirigido o povo,
olhou a terra à distancia, mas morreu sem entrar ali pessoalmente.
Nos duzentos anos que se seguiram, a despeito das advertências dos profetas, o povo do
reino do norte rebelou-se contra o caminho do Senhor. Finalmente em 721 a.C. foi
conquistado pela Assíria e disperso em outros países. Este foi o início da Diáspora, da
qual a maioria nunca voltou. O reino do sul, Judá, passou por muitos dos mesmos
problemas espirituais que caracterizaram Israel. Mesmo assim o povo experimentou
alguns períodos de renovação espiritual em quase 350 anos como reino. Mesmo assim,
como resultado da apostasia de Judá, Deus permitiu que a Babilônia conquistasse esta
nação cerca de 606 a.C. Embora, o reino continuasse até 586 a.C., a maior parte do povo
foi levada ao cativeiro da Babilônia em 597 a.C. O templo de Salomão foi destruído em
586 a.C., e a arca do concerto nunca mais foi vista.
Os judeus ficaram no cativeiro durante setenta anos, conforme tinham dito os profetas
(Jr 26.11-14). Durante o governo do rei da Pérsia, os judeus receberam permissão para
voltarem à Pérsia. Em 536 a.C., cerca de cinquenta mil deles acolheram a oportunidade
e voltaram sob o comando de Esdras e Neemias para reedificar a nação, a cidade e o
templo. A partir daquele tempo até a Era Cristã, os judeus ficaram em sujeição aos
impérios persa, grego e romano, sendo o Grego e o Aramaico os idiomas comuns.
Quando Jesus chegou, os judeus estavam no auge do jugo romano e estavam esperando
no Messias que, segundo acreditavam, os conduziria para fora do cativeiro. Quando,
porém, ficaram sabendo que a missão de Jesus era espiritual, rejeitaram-no. Rebelou-se
contra Roma e trouxeram sobre si a destruição de Jerusalém em 70 d.C. Foi uma
304
Os romanos pensaram que a nação judaica tivesse sido destruída. O concerto que Deus
fizera com Abrão ficou firme, no entanto, e a preservação do povo judaico tem sido o
grande fenômeno de todos os tempos. A despeito de perseguições amargas durante estes
últimos dezenove séculos, os judeus têm sobrevivido e tornaram-se parte de todas as
nações da terra.
3 – Crenças do Judaísmo:
Para os hebreus, o Deus do céu existia desde toda a eternidade passada. “No princípio
criou Deus” (Gn 1.1). Ele criou todas as coisas, Ele está em todos os lugares e Ele tem
comunhão com o seu povo. Elohim é o nome comum de Deus em Gênesis. El está no
singular, e Elohim está no plural. Elohim, usado com um verbo no singular, dá
testemunho da unidade e da pluralidade de Deus; o relacionamento entre El e o seu
povo foi revelado ao juntar esse nome com outra palavra. Deus era El-Shaddai (aquele
que satisfaz) para Abraão. Outros termos eram: El-eazar (Deus socorreu), Belt-el (Casa
de Deus), Elias (Deus é Jeová), e Elizeu (Deus é Salvador).
Aos hebreus, Deus se revelou como YHWH, a palavra que significa especificamente:
“eu sou o que sou” ou “Eu sou aquele que causa o existir”. Provém do verbo “Ser” e
inclui todos os tempos – o passado, o presente e o futuro. Os judeus consideravam esta
palavra santa demais para pronunciar. Ao lerem a Torá, colocam a palavra Adonai
(“Senhor”) no lugar de YHWH. O nome YHWH ou Jeová, às vezes é usado em
Gênesis, mas não foi revelado no seu pleno significado a não ser nos tempos de Moisés
(Ex 3.11-15). Neste caso também, o relacionamento entre Deus e Israel é indicado nos
seus nomes segundo o concerto. Para os enfermos, Ele é Jeová Rafá, o Senhor que cura.
Oprimido pelo inimigo, seu povo invoca Jeová-Nissi, o Senhor nossa bandeira.
Necessitado, o povo fica sabendo que Ele é Jeová-Jirá, o Senhor que provê.
Dez leis morais absolutas foram dadas a Israel no monte Sinai e são básicas para a vida
judaica. São comumente chamadas de os Dez Mandamentos e estão registrados em
Êxodo 20.1-17. Estão resumidos aqui para você decorar:
1. Eu sou o Senhor teu Deus não terá outros deuses diante de mim;
2. Não farás para ti imagem de escultura;
3. Não tomará o nome do Senhor teu Deus em vão;
4. Lembra-te do dia do sábado, para o santifica;
5. Honra a teu pai e a tua mãe;
6. Não matarás;
7. Não adulterarás;
8. Não furtarás;
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo;
10. Não cobiçarás.
Moisés Maimonides (1135-1204), um rabino que nasceu na Espanha e que foi exilado
para o Egito, reduziu as crenças judaicas a um credo de treze pontos principais. Podem
ser condensados da seguinte maneira:
a’ – Lugares Sagrados:
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O Muro das Lamentações. A única parte do templo que continua existindo hoje
é um trecho do muro das lamentações e é um lugar santíssimo para os judeus.
Fazem romarias até lá, e colocam orações, escritos em papéis, nas fendas do
muro. O nome foi dado por causa do choro dos judeus pela perda do templo e da
glória de Deus.
Práticas Sagradas:
3.Rosh Hashanah. O Novo Ano civil judaico é celebrado nos dias 1 e 2 do mês
de Tishri, que cai em setembro ou outubro.
4 – Escritos do Judaísmo:
Visto que a lei e os profetas foram registrados por escrito, os judeus eram conhecidos
como o Povo do Livro. Suas Escrituras Sagradas são essencialmente idênticas ao Antigo
Testamento da Bíblia Cristã, ou seja: uma coletânea de trinta e nove livros. Na Bíblia
Judaica, alguns dos livros são juntados para dar um total de vinte e dois livros, para
corresponder às vinte e duas letras do abecedário hebraico. Foram escritos à mão em
rolos por vários autores. Nos tempos de Cristo, foram divididos em três grupos:
a) A Lei ou Torá
A lei o Torá, os cinco primeiros livros (Pentateuco em Grego). Os cinco livros são:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Acredita-se que Moisés os
escreveu, porque são frequentemente chamados os “Livros de Moisés”.
b) Os Profetas ou Nebhiim
Os profetas posteriores tinham quatro rolos: Isaías, Jeremias, Ezequiel e o Livro dos
Doze (profetas Menores).
c) Os Escritos ou Kethublim
Festivos: Megilloth (rolos curtos lidos nas festas): Cantares, Rute, Lamentações, Ester e
Eclesiastes.
5 – Desenvolvimento do Judaísmo:
311
Depois, como resultado de uma distinção entre semitas e árias, uma onda de
antissemitismo varreu a Europa. Na década de 1930 começou na Alemanha um
movimento, dirigido por Adolf Hitler, para destruir os judeus. Desde 1933 até
1945, aproximadamente seis milhões de judeus foram trucidados – uma terça
parte da população judaica quase cessou de existir na Europa. Os extermínios
dos judeus pelos nazistas não tinha paralelo na história universal. O mundo
ficou estarrecido, e muito se perguntavam por que Deus permitiu que
semelhantes sofrimentos sobreviessem ao seu povo. Uma leitura cuidadosa de
Deuteronômio 28 é iluminadora, pois nos oferece alguma ideia sobre a razão
por que aconteceram estes eventos. A rejeição de Jesus pelos judeus também
lança luz sobre esta questão. Mesmo assim, conforme dizem muitas pessoas, a
explicação integral do holocausto ainda tem seus mistérios.
Nos anos que se sucederam, muitas batalhas foram travadas; cada parte procurou
focalizar a opinião mundial da legitimidade da sua reivindicação à terra de
Israel. Entrementes, a população de Israel chegou a mais de três milhões, mas a
população mundial de Judeus ultrapassam quinze milhões. No meio da
confrontação que continua, somos forçados a reconhecer que as profecias
bíblicas têm sido cumpridas, e continuam sendo, pela regeneração da terra e pelo
reestabelecimento do estado de Israel. Não é contrária aos ensinos bíblicos e
expectativa de que virá o Senhor Jesus Cristo, que trará uma solução permanente
à crise no Oriente Médio. E durante este acontecimento, o povo de Israel voltar-
se-á para Ele.
Os Judeus Reformados são liberais. Não procuram nenhum Messias nem pátria
judaica. Ao invés disto, dizem que Israel é um povo messiânico. A aceitação da
Torá é mediante a opção pessoal.
6 – Avaliação do Judaísmo:
75 – LIBERALISMO
“O Pensamento Liberal”.
1 – Introdução:
“Nós temos por testemunho as seguintes verdades: todos os homens são iguais: foram
aquinhoados pelo seu criador com certos direitos inalienáveis e entre esses direitos se
315
Tais ideias subvertem as concepções políticas no século XVII e XVIII. No novo mundo,
os movimentos de emancipação das colônias são bem-sucedidos, como a Independência
dos Estados Unidos (1776), enquanto outros são violentamente reprimidos, como as
conjurações Mineiras em (1789) e Baiana em (1798), ambas no Brasil. Na Europa, o
grande acontecimento é a Revolução Francesa (1789), que representando a luta contra
os privilégios da nobreza e na defesa dos princípios de “igualdade, liberdade e
fraternidade”, depõe a dinastia real dos Bourbon.
2 – As Ideias
No entanto, aqui não nos interessam tais significados da palavra liberal, mas sim,
aqueles que indicam o conjunto de ideias éticas, políticas e econômicas da burguesia
que se opunha à visão de mundo da nobreza feudal.
Podemos nos referir ao liberalismo ético, enquanto garantia dos direitos individuais, tais
como liberdade de pensamento, expressão e religião, o que supõe um estado de direito
em que seja evitado o arbítrio, as lutas religiosas, as prisões sem culpa formada, a
tortura, as penas cruéis.
No século XIX, o liberalismo clássico englobava uma filosofia econômica que insistia
no modelo laissez-faire, desatrelada da intervenção do Estado. No final do século XIX,
as desigualdades sociais criadas por um capitalismo industrial irrestrito produziu através
dos governos reformistas de Herbert Henry Asquith (1852-1928) e Devid Lhoyd George
(1863-1945), na Grã-Bretanha. Daí em diante, entretanto, a causa da reforma política e
social viria a ser defender com mais êxito pelos emergentes políticos social-democrátas
e socialistas e, na maioria dos países, os partidos liberais entram em declínio.
Opôs-se inicialmente à intervenção do poder do rei nos negócios, que se davam por
meio de procedimentos típicos da economia mercantilista, tais como a concessão de
monopólios e privilégios. Os primeiros a se insurgirem contra o controle da economia
foram os fisiocratas, cujo lema era “laissez-faire”; laissez passer, lemond vai de lui-
même (deixai fazer, deixai passar, que o mundo anda por si mesmo), tais ideias são
desenvolvidas pelos economistas ingleses Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo
(1772-1823). O que se pretendia era a defesa da propriedade privada dos meios de
produção e a economia de mercado, baseada na livre iniciativa e competição. O estado
mínimo, ou seja, o Estado não intervencionista e considerado possível porque o
equilíbrio pode ser alcançado pela lei da oferta e da procura. O liberalismo e o
socialismo hoje, nem sempre foram possíveis manter o Estado afastado do controle da
economia.
“Cada um é o único guardião autêntico da própria saúde, tanto física, quanto mental e
espiritual.” (Stuart Mill).
3.1 – Introdução
No século XIX, as exigências democráticas não eram apenas da nova classe dos
burgueses, mas também dos operários, cujo número crescia consideravelmente, já que a
Revolução Industrial (sec. XVIII) aumentara a concentração urbana. Os operários,
organizados em sindicatos e influenciados por ideias socialistas, exigem melhores
condições de trabalho.
No entanto, não há como negar que o liberalismo nasceu não democrático, na medida
em que sempre desconfiou do governo popular, sustentando o voto censitário pelo qual
excluído do poder os, não proprietários.
No século XIX podemos notar claramente os dois sentidos do movimento que até hoje
dilacera o pensamento liberal: a permanência do liberalismo conservador que defende a
liberdade, mas não a democracia (ou seja, não é um liberalismo com aspirações
igualitárias); e o liberalismo radical que, além da liberdade, defende a igualdade. É este
último liberalismo que, nas formas mais extremas, se aproxima, no século XX, das
concepções do Estado de bem-estar social e do socialismo liberal.
Na França – Tocqueville;
Na Inglaterra – Jeremy Bentham, James Mill e seu filho John Stuart Mill.
O intelectual brasileiro José Guilherme Merchior diz o que significa para Tocqueville a
palavra democracia: algumas vezes, ele empregou o termo em seu sentido politico
normal, de um sistema representativo fundado num amplo sufrágio. Mas, com mais
frequência, o empregou como um sinônimo para sociedade igualitária, coisa com que
ele não designava uma sociedade de iguais, mas uma sociedade em que a hierarquia já
não era a regra do princípio aceito de estrutura social”.
Bentham substitui a teoria do direito natural, típica dos filósofos contratualista do século
anterior, pela teoria da utilidade: o cidadão só deve obedecer ao Estado quando a
obediência contribui para a felicidade geral. Critica as formas liberais que levam ao
egoísmo. Aliás, para ele, o objetivo da moral é o controle do egoísmo, e a virtude é o
que amplia os prazeres e diminuí as dores, donde resulta uma “aritmética moral”: é
preciso fazer um cálculo entre duas ações para saber qual delas reúne maior número de
prazeres e menor quantidade de dores. Da mesma forma, o governo deve concordar com
o princípio de utilidade, e sua finalidade é alcançar a felicidade para um número maior
de pessoas.
Bentham também se tornou conhecido por ter imaginado o Panopticon (que signifc “ver
tudo”), construção com uma torre de controle central e um prédio cheio de janelas onde
seriam confinadas pessoas que precisariam ser vigiadas constantemente, tais como
loucos, doentes, condenados, operários ou estudantes. Michel Foucault, filósofo francês
contemporâneo, em sua obra Microfísica do poder identifica o projeto de Bentham ao
processo iniciado na Idade Moderna pelo qual é constituída a “Sociedade disciplina”,
baseada no controle e vigilância na fábrica, na escola, na prisão, no hospício, no
exército, e que tão bem irá caracterizar a forma de poder pela qual a burguesia exerce
sua hegemonia.
320
John Stuart Mill (1806-1873) segue inicialmente a corrente utilitarista, na qual foi
iniciado por seu pai, James Mill, mas a modifica profundamente, já que sofreu outras
influências, desde o Positivismo de Comte ao Socialismo de Saint-Simon.
Vimos também o socialismo surgir como doutrina, e mais adiante abordará como foi
sua implantação em diversas nações, até os acontecimentos conhecidos como “crise do
socialismo real”.
A presente análise tem por fim recusar as explicações simplistas que contrapõe o
fracasso do socialismo as excelências do liberalismo, pois as contradições vividas no
nosso tempo exigem soluções novas e criativas que sejam capazes de oferecer melhores
condições de vida a um número cada vez maior de pessoas.
Uma das conquistas do liberalismo clássico foi o ideal do Estado não intervencionista,
que deixava o mercado livre para sua auto-relação. Tratava-se do Estado minimalista, de
baixa intervenção, e do liberalismo, ou seja, do prevalecimento do livre mercado.
Obs.: As teorias Keynesianas foram influentes desde a década de 30 até a de 70, quando passaram a ser
severamente criticadas pelo neoliberalismo.
Carlos Rosselli (1899-1937) escreve: “É possível pensar que a passagem de uma para
outra sociedade aconteça mediante um processo gradual e pacífico: mediante uma
passagem que, salvando as vantagens já garantidas de uma, as reforce progressivamente
através das vantagens da outra”.
Político ativo, Bobbio estabeleceu polêmicas em jornais e revistas, tanto com católicos
neotomistas e neo-idealistas como com marxistas dogmáticos. Critica a injustiça que
permanece no mundo capitalista e o estado de não liberdade dos países em que foi
implantado o socialismo real.
apático, muito distante do caráter ativo exigido pela verdadeira cidadania. Bobbio
chama a esses aspectos de paradoxos da democracia moderna. Evidentemente, não para
concluir que a democracia é impossível, mas que se trata de tarefa difícil.
Bobbio se ocupa com a análise dos limites e obrigações do Estado, e faz o estudo
histórico do desenvolvimento das relações entre sociedade civil e Estatal. Vimos que
nas teorias contratualista do liberalismo clássico o contrato social constitui o Estado,
cuja legitimidade repousa, portanto no consentimento dos cidadãos. Bobbio, ao lado de
outros teóricos (como Rawls), desenvolve o neocontratualismo, em que, diferentemente
das antigas teorias, o pacto não se apresenta limitado apenas à explicação da origem do
Estado, mas, segundo ele, as forças sociais devem continuar agindo sem cessar, num
processo renovado e constante.
O governo democrático é, portanto uma policracia, isto é, o poder está irradiado por
toda a sociedade civil, entendida esta como o conjunto das organizações não estatais na
esfera das relações entre indivíduos e grupos e que, nesse sentido, representam
interesses pluralistas, sendo o Estado o ponto de encontro da diversidade e do embate
das forças mediante as quais se dará o pacto social. Além disso, Bobbio defende a
democratização da vida social como um todo, estendendo os mecanismos de discussão e
livre decisão para organismos como trabalho, educação, lazer, vida doméstica.
4.4 – Neoliberalismo
Desde a década de 40 alguns teóricos, como o austríaco Friedrich Von Hayek (1899),
defendiam o retorno às medidas liberalistas do livre mercado. Antikeynesiano por
excelência, Hayek acusa o Estado previdenciário de paternalista e se refere à “miragem
da justiça social”. Critica a tentativa de planificação central como uma impossibilidade,
já que, na sua concepção evolucionista, a complexidade e mutabilidade dos fenômenos
humanos escapam às tentativas construtivistas de controle.
A partir da década de 80, os governos de Reagan e depois Bush, nos Estados Unidos, e
de Margareth Thatcher na Inglaterra são representantes da nova onda neoliberal. No
Brasil a tendência se confirma nos processos de privatização de organismos estatais e de
abolição da reserva de mercado. Mas contraditoriamente esbarra em outras medidas de
nítida intervenção estatal (muitas vezes exacerbadas) como a dos sucessivos planos
heterodoxos de controle na economia para conter a inflação.
324
O que é, afinal, o capitalismo real? Ele não consiste apenas nas luzes que costumam
ofuscar contradições intransponíveis. O lado sóbrio parece fazer parte integrante da
condição de crescimento do capitalismo.
Quando nos referimos aos países mais ricos do mundo, não encontramos sequer uma
dezena entre as 170 nações existentes. E, se a distribuição de renda é assim irregular
entre os países, ela também se aprofunda nos países subdesenvolvidos, como o Brasil,
onde a concentração de renda atinge níveis alarmantes.
Com isso queremos dizer que a crítica feita pelos socialistas ao capitalismo continua
válida. Ainda mais no momento presente, em que o neoliberalismo tende a rejeitar o
Estado assistencialista – que teoricamente significa a contradição como o livre mercado
–, mas que bem ou mal tem ajudado a minorar as dificuldades dos trabalhadores. Daqui
para frente, na selva do “salve-se quem puder”, onde já sabemos de antemão que as
325
O problema é que a saída deve ser construída. Ela não existe no momento, a não ser em
esboços de teorias ainda incipientes e nas soluções práticas muitas vezes apressadas que
frequentemente têm levado os países socialistas ao agravamento da crise e a retrocessos.
Para outros, o que existe é apenas constatação de que o “socialismo real” não soube
fazer a conciliação com a democracia, e seria bom que essa experiência ajudasse a
experimentar novos caminhos.
76 – MANIQUEÍSMO
1 – Introdução:
O que é Maniqueísmo?
É a ideia baseada numa doutrina religiosa que afirma existir dualismo entre dois
princípios opostos, normalmente o bem e o Mal.
Devido à definição dualista que caracteriza o maniqueísmo, por extensão este termo
também é utilizado para adjetivar qualquer perspectiva de mundo que haja uma
divisão entre aspectos opostos e incompatíveis.
3 – Maniqueísmo Político
4 – Maniqueísmo e Cristianismo
As ideias disseminadas pelo maniqueísmo eram consideradas uma heresia cristã para o
Cristianismo. No entanto, após se converte definitivamente ao Cristianismo, tornou-se
um dos principais opositores desta filosofia religiosa.
77 – MARXISMO
1 – Introdução:
Doutrina econômica e filosófica iniciada por Marx e Engels (Séc. XIX); contrapõe-se ao
liberalismo, faz a crítica do Estado burguês. A teoria marxista tem como fundamento o
materialismo histórico e dialético.
2 – Desenvolvimento histórico:
Foi, portanto, numa Alemanha agitada e cheia de problemas que surgiu o marxismo, na
verdade, essa obra é fruto não só de Karl Marx (1818-1883), mas também de seu amigo
Friedrich Engels (1820-1895), que, além da colaboração ideológica, era industrial e
pôde, por diversas vezes, ajudar Marx financeiramente nos momentos mais críticos.
Marx e Engels formulam suas ideias a partir da realidade social por eles observada: de
um lado, o avanço técnico, o aumento do poder do homem sobre a natureza, o
enriquecimento e o progresso; de outro, e contraditoriamente, a escravidão crescente da
328
classe operária, cada vez mais empobrecida. (Para a elaboração da doutrina, partem da
leitura dos economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo), da filosofia de Hegel (o
conceito de dialética e uma nova concepção de história) e dos filósofos do socialismo
utópico):
3 – A Filosofia da Práxis:
Ao analisar o ser social do homem, Marx desenvolve uma nova antropologia, segundo a
qual não existe uma “natureza humana” idêntica em todo tempo e lugar. Para ele, o
existir humano decorre do agir, pois o homem se autoproduz à medida que transforma a
natureza pelo trabalho. Sendo o trabalho uma ação coletiva, a condição humana depende
da existência social. Por outro lado, o trabalho é um projeto humano e como tal depende
da consciência que antecipa a ação pelo pensamento. Com isto, se estabelece a dialética
homem-natureza e pensar-agir.
Leon Trótski (1879-1940) foi companheiro de Lênin nas lutas de outubro de 1917.
Defendeu a “revolução permanente”, que significa o prolongamento da luta de classes
em escala nacional e internacional, o que deveria gerar inevitavelmente a guerra civil
interna e a guerra revolucionária externa. Partindo do princípio de que o mundo
capitalista exerce influência perniciosa sobre os países que pretendem implantar o
329
4.1 – A social-democracia
Varias medidas são tomadas para a conquista de direitos sociais, como legislação de
proteção ao trabalhador, direito de associação, criação de inúmeras cooperativas de
consumo e ampla divulgação das ideias socialistas por jornais, revistas, teatro etc. o
resultado desses esforços significou conquistas reais para os operários. Até 1914, o
fortalecimento do movimento sindical na Alemanha tornou possível a colaboração
permanente entre Estado, empresas e classe trabalhadora.
A social democracia não se confunde com o liberalismo social, pois o Estado de bem
estar social é anti-socialista e pretende manter o capitalismo, ao passo que a
socialdemocracia visa em última instância a superação do capitalismo e a implantação
do socialismo.
Em 1919, Rosa e Liebknecht são fuzilados. Na década de 30, a cisão entre o Partido
Comunista Alemão e a Social-democracia será uma das causas da ascensão de Hitler ao
poder.
Antonio Gramsci (1891-1937) foi um dos mais importantes teóricos italianos, preso
durante onze anos pela ditadura fascista. Mesmo no cárcere, onde ficou até a morte,
escreveu muito, enfatizando a crítica ao dogmatismo do marxismo oficial, que, ao
petrificar a teoria, impedia a prática revolucionária. Suas principais obras são concepção
dialética da história, os intelectuais e a organização da cultura, Literatura e vida
nacional, cadernos do cárcere.
Sua contribuição teórica está, sobretudo, em ter compreendido que o Estado capitalista
não se impõe apenas pela coerção e violência explícita, mas também por consenso, por
persuasão. Ou seja, por meio das instituições da sociedade civil, como Igreja, escola,
partidos políticos, imprensa, a ideologia da classe dominante é difundida e preservada.
É dessa forma que também se impede a tomada de consciência da classe dominada. Não
tendo sua própria consciência de classe, permanece desorganizada e passiva, e as
eventuais rebeliões não modificam a situação de dependência. Por isso Gramsci
considera a necessidade de os elementos das classes populares continuarem
organicamente ligados à sua classe de forma a elaborarem, coerente e criticamente, a
experiência proletária por meio dos seus próprios intelectuais orgânicos. Só assim será
possível a unificação da teoria com a prática, ou seja, da ação revolucionária com a
transformação intelectual.
331
Uma das críticas feitas se refere ao dogmatismo dos leninistas e stalinistas quando
desenvolvem uma concepção naturalista da história, segundo a qual a evolução dos
fatos históricos marcha inexoravelmente em direção à sociedade sem classes. Trata-se
de uma concepção determinista e evolucionista típica do positivismo predominante no
final do século XIX.
78 – MATERIALISMO
Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social, que
universalmente determina a sua consciência.
(Marx)
1 – Materialismo Antigo
Tales (624-562 aC.) percebeu que todos os organismos contêm água. É considerado o
primeiro dos sete sábios da Grécia.
2 – Materialismo Histórico
Marx inverte o processo do senso comum que pretende explicar a história pela ação dos
“grandes homens”, ou, às vezes, até pela intervenção divina. Para o marxismo, no lugar
das ideias, estão os fatos materiais; no lugar dos heróis, a luta de classes.
Em outras palavras, o que Marx explicitou foi que, embora possamos tentar
compreender e definir o homem pela consciência, pela linguagem, pela religião, o que
fundamentalmente o caracteriza é a forma pela qual reproduz suas condições de
existência.
Portanto, para estudar a sociedade não se deve, segundo Marx, partir do que os homens
dizem, imaginam ou pensam, e sim da forma como produzem os bens materiais
necessários à sua vida. Analisando o contato que os homens estabelecem com a natureza
para transformá-la por meio do trabalho e as relações entre si é que se descobre como
eles produzem sua vida e suas ideias.
No entanto, essas determinações não podem nos fazer esquecer-se do caráter dialético
de toda determinação: ao tomar conhecimento das contradições, o homem pode agir
ativamente sobre aquilo que o determina.
335
3 – Materialismo Dialético
Para os materialistas, a história da filosofia tem longa tradição idealista, pressuposta até
nas teorias em que o idealismo não transparece num primeiro momento, culminando
com o pensamento de Hegel, no século XIX. Para esse filósofo, é a própria razão que
faz o tecido do real, e a ideia não é uma criação subjetiva do sujeito, mas a própria
realidade objetiva, donde tudo procede.
4 – Materialismo Mecanicista
Ludwig Feuerbach (1804-1872) contesta Hegel e diz que o mundo não é produto do
espírito. Afirma que o verdadeiro conhecimento é o conhecimento das coisas materiais e
sensíveis. O mundo não depende do movimento das ideias. Sua tese é ateísta: o homem
projetou Deus à sua imagem e semelhança. Ao adorar esse Deus forjado por suas
angústias, o homem religioso se despersonaliza e se aliena, pois não mais se pertence.
“A religião é o ato pelo qual o homem se separa a si mesmo e no qual ele contempla a
sua natureza latente” (A Essência do Cristianismo).
“O que o homem declara acerca de Deus, ele na realidade afirma acerca de si mesmo”.
“A religião é um sonho da mente humana. Mas mesmo nos sonhos não nos encontramos
no vazio ou nos céus, mas na terra, na esfera da realidade.” Feuerbach também observa
336
“Deus é o diário onde o homem registra os seus mais altos pensamentos e sentimentos,
o álbum genealógico onde inscreve o nome das coisas que lhe são mais caras e
sagradas”.
“Feuerbach foi uma estranha combinação”. Religioso e ateu ao mesmo tempo. Para
nossos hábitos mentais aqui estão duas atitudes que se excluem. Para ele, ao contrário,
são atitudes que se pressupõem: ateu porque religioso.
“O homem, diz-nos ele, é um ser dividido. É isto que o distingue dos animais. Dividido
por não ajustar-se às condições concretas em que se encontra lançado. Conflito
permanente entre essência e existência. Por isto transcende-se. E este transcender-se se
expressa em sua vida mental. O homem, diferentemente dos animais, não é apenas um
duplicador de dados. O homem projeta, cria imagens que não correspondem aos fatos
do mundo exterior. Que é o que é assim projetado? O que ele vê? Ele projeta o que
existem reprimidos e latentes em sua própria natureza, suas potencialidades não
realizadas em sua experiência histórica. Feuerbach se coloca desta forma em radical
oposição ao positivismo que identifica o real com os objetos oferecidos à contemplação,
e que necessariamente reduz a imaginação a uma função alienante. O homem pensa o
seu real não através de um ato de conformação às duas condições. Isto é o que
caracteriza os brutos: sua incapacidade para transcender. O homem, ao contrário,
expresso a sua humanidade no ato pelo qual suas funções psíquicas colocam diante dele
mesmo a sua essência, negadas pelas condições da existência. É isto que é a religião”.
(Rubem Alves, O Enigma da Religião, p. 33 e 34).
79 – MECANICISMO
1 – Definição:
2 – Tipos de Mecanicismo:
1 – mecanicismo.
Essa regra, fundamental nas ciências naturais até nossos dias, é uma reelaboração do
princípio da parcimônia, formulado antes por Guilherme de Ockham (1280-1349) e
que se resume na seguinte máxima: é tolice fazer com mais o que se pode fazer com
menos. Em outras palavras, deve-se preferir a explicação mais simples em lugar de uma
mais complexa sempre que a primeira seja capaz da abranger o maior número de casos
relacionados a um determinado fenômeno. Nada mais distinto das múltiplas causas de
Aristóteles. Esse princípio ficou também conhecido com navalha de Ockham.
2 – materialismo x idealismo.
Nesse breve resumo histórico que fizemos você pode perceber que, desde a
Antiguidade, uma gama profusamente variada de concepções sobre a origem, estrutura e
organização da realidade foi formulada por profetas, sábios, filósofos e cientistas de
todas as partes, constituindo distintas visões de mundo. E a visão que as pessoas têm da
realidade influi no que elas pensam, sentem e fazem.
a) Materialista.
b) Idealista.
Por outro lado, como nem todas as teorias sobre o mundo advogaram a existência de
apenas um principio fundamental, elas também costumam ser distinguidas em três
categorias:
a) Monismo – doutrina que considera que tudo o que existe pode ser reduzido
(convertido, simplificado) a um princípio único ou realidade fundamental (a
palavra monismo deriva do grego “monos”, que significa “único, isolado”). Por
exemplo: a matéria (monismo materialista), a mente ou o espírito (monismo
idealista ou espiritualista) ou qualquer outra entidade. As explicações monistas
tendem a compor grandes sistemas, em que todas as esferas da existência
estariam interligadas pelo principio fundamental;
3 – mecanicismo e determinismo.
Com vimos, o filósofo francês decidiu romper com a herança cultural do passado
(aristotélico-tomista) quando definiu que precisava “começar tudo desde os
fundamentos, se quisesse estabelecer algo firme e de constante nas ciências”. Para
alcançar esse objetivo, empregou o método da dúvida e chegou a questionar até mesmo
o que parecia mais indubitável: a existência do mundo e de si mesmo. Ele buscava,
desse modo, chegar a uma primeira certeza, que atuaria como um novo centro ou ponto
fixo a partir do qual construiria toda a sua filosofia.
Você deve lembrar que a primeira certeza que Descartes alcançou em sua dúvida
metódica foi o cogito, isto é, o “Penso, logo existo”. Portanto, ele sabia que existia
como “coisa pensante”. A partir daí, tratou de alcançar outras certezas. Primeiro,
precisou provar a existência de Deus, para depois demonstrar como se podia conhecer o
mundo exterior. Nessa tarefa, foi construindo sua teoria da realidade, que ficou
estruturada em três classes de substâncias ou coisas (que em latim se diz):
Mesmo os animais são comparáveis com máquinas, para o filósofo. Segundo sua
argumentação, apesar de, muitas vezes, alguns deles serem capazes de ações de que os
humanos não são. Isso nada prova além de que esses animais têm uma natureza “muito
bem disposta”. O mesmo ocorre com o relógio, cujo mecanismo preciso o torna capaz
de contar melhor as horas do que nós.
O ser humano, por sua vez, seria composto de corpo e alma (res extensa e res
cogitans). Nosso corpo, como todos os corpos, estariam submetido às leis mecânicas
naturais, de causa e efeito, pré-determinadas. Nossa alma teria as faculdades do
entendimento e da vontade, o que nos conferiria a capacidade de iniciativa própria e de
liberdade. A alma, desse modo, teria a propriedade de interagir com o corpo e comandá-
lo.
Essa concepção trouxe dificuldades para Descartes, já que, segundo sua própria
concepção, essas duas substâncias seriam radicalmente distintas e separadas. Surgiu,
assim, a seguinte questão: como se relacionaria a mente com o corpo, tendo em vista
que, de acordo com a teoria cartesiana, um corpo só poderia ser movido por outro corpo
contíguo no espaço, mas a alma não é um corpo, uma substância extensa?
Descartes supôs que alma estivesse sediada em um pequena glândula localizada no meio
do cérebro e que, por meio dela, se comunicaria com o corpo. Mas como se relacionaria
341
a alma com essa glândula? Desse modo, a concepção dualista do ser humano – e o que
dela resulta: a questão sobre a relação entre o corpo e a alma – tornou-se um problema
filosófico clássico (para não dizer, também, científico), discutido por seus
contemporâneos e herdado pela posteridade. A tendência seria a volta ao monismo
ontológico, seja materialista, seja idealista ou espiritualista.
4 – materialismo mecanicista.
Em outras palavras, Hobbes concordava que pensar era uma evidencia de que algo
existia. Mas existia como corpo, pois, para esse filósofo, o que se chama “espirito”
não seria outra coisa senão o resultado do movimento em certos órgãos corporais.
Como explica Hobbes em sua obra sobe o corpo, quando os corpos exteriores
afetam o corpo humano e agitam os sentidos, estes transmitem ao cérebro esse
movimento ou agitação, que é então enviado ao coração. A partir do coração
começaria um movimento inverso, em direção ao exterior, que produziria as
sensações propriamente ditas e, delas, as ideias que constituem o conhecimento.
Note que, para Hobbes, é pela sensação que se inicia todo processo de conhecimento
(concepção que se denomina empirista). As ideias seriam imagens das coisas
impressas na “fantasia corporal”.
342
Assim, a partir das noções de corpo e movimento, o filósofo inglês explicava toda a
realidade. Todos os corpos – incluindo os pensamentos – estariam sujeitos, segundo
ele, aos nexos causais que determinam seus movimentos. Nada se move por si
próprio, seja por uma propensão natural de seguir sua natureza ou essencia (como na
física aristotélica), seja de forma aleatória (e livre). Tudo é movido, no sentido de
que todo movimento é sempre uma reação ou efeito a um agente externo ao corpo
(ou causa).
80 - MINIMALISMO
Conceito:
Movimento do início dos anos 1960, nos estados unidos, que se caracteriza por criar
obras com um mínimo de recursos. Nas artes plásticas, restringe o uso das cores e
privilegia formas geométricas e sua repetição. Na música, uma obra pode resumir-se a
execução de variações tonais. Destaque para os compositores norte-americanos Philip
glass e Steve reich.
81 – MODERNISMO
(veja tópico sobre capitalismo, realismo, simbolismo, iluminismo).
1 – Introdução:
Para falarmos sobre o modernismo, precisamos rever um pouco de história. Saber o que
foi a Idade Moderna, quando ela iniciou, qual foi a sua origem?
Este período foi aberto com a queda do Império Romano do Oriente, em 1453, e
encerrado com a Revolução Francesa, em 1789. O mais importante marco histórico que
343
2 – O que é o Modernismo?
No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana da Arte Moderna,
realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência. No
entanto, devemos lembrar que o modernismo já se mostrava presente muito antes do
movimento de 1922. As primeiras mudanças na cultura Brasileira que tenderam para o
modernismo datam de 1913 com as obras do pintor Lasar Malfatti, recém-chegada da
Europa, provocou uma renovação artística com a exposição de seus quadros. A este
período chamamos de Pré-modernismo (1902-1922), no qual se destacam literalmente,
Lima Barreto, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos. Nesse
período ainda podemos notar certa influência de movimentos anteriores como
Realismo/Naturalismo, parnasianismo e Simbolismo.
A partir de 1922, com a semana da Arte Moderna tem início o que chamamos de
Primeira Fase do Modernismo ou Fase Heroica (1922-1930), esta fase caracteriza-se por
um maior compromisso dos artistas com a renovação estética que se beneficia pelas
estreitas relações com as vanguardas europeias (cubismo, futurismo, surrealismo etc.),
na literatura há a criação de uma forma de linguagem, que rompe com o tradicional,
transformando a forma como até então, se escrevia; algumas dessas mudanças são: a
liberdade formal (utilização do verso livre, quase abandono das formas fixas – como o
soneto, a fala coloquial, ausência de pontuação etc.), a valorização do cotidiano, a
reescrita de textos do passado, e diversas outras; este período caracteriza-se também
344
Pintura:
Anita Malfatti, Lasar Segall, Di Cavalcante, Tarsila do Amaral, Cândido
Portinari, Rego Monteiro, Alfredo Volpi.
Literatura:
Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Mario
de Andrade, Oswaldo de Andrade, Alcântara Machado, Manuel Bandeira,
Cesariano Ricardo, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Vinicius
de Morais, Murilo Mendes, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge de
Lima, José Lins do Rego, Thiago de Mello, Ledo Ivo, Ferreira Gullar, João
Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Olavo Bilac, Menotti
Del Picchia, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho, Ribeiro Couto, Raul
Bopp, Graça Aranha, Murilo Leite, Mário Quintana, Jorge Amado, Érico
Veríssimo.
Música:
Escultura:
Victor Brecheret;
Teatro:
Arquitetura:
3 – O que é Modernidade?
4 – O que é Moderno?
É comum ouvirmos ou nos referirmos à nossa realidade como moderna. O termo já está
naturalizado em nossa língua que passou a ter o mesmo contexto de Contemporâneo – o
que coexiste em um mesmo período de tempo – mas, você entende o que é ou o que nós
referimos quando tratamos de moderno ou modernidade.
René Descartes foi uma das figuras mais proeminentes desse período. Suas obras são
vistas como fonte de inspiração e base de construção da filosofia Moderna. Em sua
principal obra, Discurso do Método, Descartes apresenta o que foi chamado de Método
Cartesiano, o ápice de sua filosofia, que estipulava o caminho a ser tomado para a
construção do conhecimento científico: a evidência, a análise, a síntese e a enumeração.
Pensamento racional e o método cartesiano pavimentaram o caminho para os eventos
que foram vistos como o ponto inicial da Era Moderna: a Revolução Industrial.
A sociedade europeia passava por uma série de mudanças motivadas por grandes
conflitos bélicos e ideológicos. As guerras napoleônicas estimularam a corrida
armamentista, o que elevou a exigência por uma produção de bens materiais em maior
escala. Os processos de cercamento, em que as terras de uso comunal passaram a ser
privatizadas, empurraram os camponeses para os grandes centros urbanos. A ligação
direta com a terra e o trabalho rural, pelo qual o camponês produzia seu sustento, foi
cortada. As populações agrárias acumularam-se nas cidades e passaram a ter de vender
sua força de trabalho nas grandes fábricas que se erguiam.
Nesse ponto, vemos que toda estrutura social que havia existido até então se modificou.
As relações entre indivíduos tornaram-se diferentes na medida em que sua realidade se
tornava distinta. Costumes que antes se justificavam em um mundo agrário e rural
foram esquecidos ou se modificaram no meio urbano. Novos conflitos surgiram diante
de uma nova configuração de relações trabalhistas e influenciados pelo Capitalismo
emergente, que foi o ponto principal da nova organização do mundo.
A desordem inicial que o mundo moderno encontrou com o abandono dos princípios
religiosos que sustentavam costumes e organizações sociais foi a força motriz para que
o sociólogo Zygmunt Bauman defendesse ser uma das principais características da
modernidade: a busca pela ordem. Essa busca já havia sido anunciada por Thomas
Robbes, ainda no século XVII, com a descrição do poder que um estado soberano
deveria ter como controlador de seus súditos e responsável pelo esforço da ordem,
especificando aquilo que era aceitável ou o que era repulsivo. Todavia, foi apenas nos
347
séculos XIX e XX que esse fenômeno tomou as dimensões que vemos hoje. A Era
Moderna, diante dos conflitos cada vez mais globais, foi marcada pela segregação de
classes, indivíduos e, principalmente, de nações.
Bauman (1999), explica que: classificar consiste nos atos de incluir e excluir. Cada ato
nomeador divide o mundo em dois: entidades que respondem ao nome e todo o resto
que não. Certas entidades podem ser incluídas numa classe – tornar-se uma classe na
medida em que outras entidades são excluídas, deixadas de fora.
Os Estados Modernos, tais como os conhecemos, foram tomados a partir dessa lógica
de exclusão e inclusão. A busca pela ordem, determinando o que não é, tomou forma na
segregação estamental de território dos países que temos hoje espalhados pelo mundo e
espalhou-se por todos os redutos das sociedades modernas. Os conflitos entre ideias
socialmente aceitas e tudo o que é diferente foram a marca das sociedades modernas.
O estabelecimento da ordem foi pela busca pelo progresso, outra característica marcante
da Era Moderna. Nesse sentido, as guerras foram responsáveis pelo avanço
tecnológico vertiginoso do último século. A corrida armamentista dos países envolvidos
levou ao desenvolvimento de novas tecnologias que inundaram novamente a nossa
percepção de mundo.
Diante dessa enorme trajetória que nos esforçamos para cobrir, podemos contemplar o
tamanho da complexidade dos caminhos pelos quais o pensamento humano e nossas
organizações sociais passaram e ainda passam. Entender os processos históricos
permite-nos entender a origem da realidade em que vivemos. O mundo moderno ainda
se reinventa e, assim como todos os períodos que vieram antes, chegará o momento
derradeiro de sua conclusão. Resta-nos perguntar: Já estamos nesse momento de
ruptura?
5 – Pré-Modernismo no Brasil.
Foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas décadas de
1910-1920. Muitos estudiosos da literatura brasileira afirmam que foi um período de
transição entre o Simbolismo e o Modernismo.
348
5.3 – Pós-Modernismo.
Não é fácil, porém, definir exatamente o sentido deste termo, seu alcance e,
principalmente, os limites temporais, pois os pesquisadores carecem justamente do
imprescindível distanciamento histórico para melhor analisa-lo, o que é muito difícil, já
que o pós-modernismo é um processo ainda em desenvolvimento no contexto histórico
em que vivemos.
Hiper-realismo, porém, sendo uma condição ilusória, entra em choque com a existência
cotidiana concreta, o que provoca na psique do homem certa perturbação, pois em um
determinado momento é difícil estabelecer as fronteiras entre real e ficção. Esta técnica
pode, facilmente, driblar a vigilância tanto emissor da mensagem, quanto de seu
receptor, que perdem, assim, o domínio sobre ele. Este é o universo da especularização
350
82 – NACIONALISMO
Conceito:
83 – NATURALISMO
1 - Introdução:
1 .1 – O que é Naturalismo?
Movimento artístico surgido na França na segunda metade do século xix, com base na
ideia de que só as leis da natureza explicam o mundo e na de que o homem está
submetido ao condicionamento biológico e social. Influenciados pelo positivismo, os
naturalistas apresentam a realidade com rigor quase científico. A pintura retrata
fielmente paisagens e personagens. Na literatura, a linguagem é coloquial e predominam
as descrições, com as emoções em segundo plano. Destaca-se o francês Emile Zola.
351
2 – Naturalismo Grego
O naturalismo constitui uma noção fundamental que marcou profundamente toda a arte
ocidental desde a Grécia Antiga até o final do século XIX.
O naturalismo, segundo Harold Osborne, pode ser definido como a ambição de colocar
diante do observador uma semelhança convincente das aparências reais das coisas. A
admiração pela obra de arte, dentro dessa perspectiva, advém da habilidade do artista
em fazer a obra parecer ser o que não é, parecer ser a realidade e não a representação.
Dentro da atitude naturalista, podemos distinguir algumas variações, dentre as quais as
mais importantes são o realismo e o idealismo.
O realismo mostra o mundo como ele é, nem melhor nem pior. É característico,
por exemplo, da arte renascentista do século XV.
A ruptura com a atitude naturalista ocorre na segunda metade do século XIX com os
impressionistas, que passam a dar primazias às variações da luz e não aos objetos
representados.
Na Grécia Antiga não havia a ideia de artista no sentido que hoje empregamos, uma vez
que a arte estava integrada à vida. As obras de arte dessa época eram utensílios (vasos,
ânforas, copos, templos etc.) ou instrumentos educacionais. Assim, o artífice que os
produzia era considerado um trabalhador manual, do mesmo nível do agricultor ou do
ferramenteiro. Ele era um artesão numa sociedade em que o trabalho manual era
considerado indigno.
Nesse período (séc. V e IV a.C.) foram desenvolvidas técnicas cuja principal motivação
era produzir cópias da aparência visível das coisas. A função da arte era criar imagens
de coisas reais, imagens que tivessem aparência de realidade.
Há várias anedotas que ilustram bem isso, embora poucos exemplares da pintura grega
tenham chegado até nós. Dizem que Apeles pintou um cavalo com tanto realismo que
352
cavalos vivos relincharam ao vê-lo. Outra história conta que Parrásio pintou uvas tão
reais que passarinhos tentavam bicá-las.
Para Aristóteles (séc. IV a.C.), a arte “imita” a natureza. Arte, para ele, no entanto,
englobava todos os ofícios manuais, indo da agricultura ao que hoje chamamos de belas
artes. Assim, a arte, enquanto poiésis, ou seja, “construção”, “criação a partir do nada”,
“passagem do não ser ao ser”, imita a natureza no ato de criar. Por outro lado, também
aqui poderíamos entender mímesis com o sentido de “representar”. Para Aristóteles,
“todos os ofícios manuais e toda a educação completam o que a natureza não terminou”.
É no sentido de cópia ou reprodução exata e fiel que a palavra mímesis passa a ser
adotada pela teoria naturalista. E as obras de arte, dentro dessa perspectiva, são
avaliadas segundo o padrão de correção colocado por Platão: “Agora suponhamos que,
neste caso, o homem também não soubesse o que eram os vários corpos representados.
Ser-lhe-ia possivel ajuizar da justeza da obra do artista? Poderia ele, por exemplo, dizer
se ela mostra os membros do corpo em seu número verdadeiro e natural e em suas
situações reais, dispostos de tal forma em relação uns aos outros que reproduzem o
agrupamento natural – para não falarmos na cor e na forma – ou se tudo isso esta
confuso na representação? Poderia o homem, ao vosso parecer, decidir a questão se
simplesmente não soubesse o que era a criatura retratada?”.
Nesse contexto, as artes vão buscar um naturalismo crescente, mantendo estreita relação
com a ciência empírica que desponta na época e fazendo uso de todas as suas
descobertas e elaborações em busca do ilusionismo visual. Assim, a perspectiva
científica, a teoria matemática das proporções, que possibilitam a criação da ilusão da
terceira dimensão sobre uma superfície plana, as conquistas da astronomia, da botânica,
da fisiologia e da anatomia são incorporadas às artes.
4 – A beleza é uma propriedade objetiva das coisas e consiste em: ordem, harmonia,
proporção, adequação. A harmonia se expressa matematicamente;
Na Europa ocidental, durante a Idade Média, não houve grande interesse pelas artes que,
como coisas terrenas ligadas à cultura pagã, poderiam prejudicar o fortalecimento da
alma e do espírito.
Nas palavras de André Malraux, crítico francês deste século, “a Idade Média tinha tanta
noção do que entendemos pelo termo arte quando a Grécia ou o Egito, que careciam de
uma palavra para exprimi-lo. Para que essa ideia pudesse nascer, foi preciso que se
separassem as obras de arte de sua função. (...). A metamorfose mais profunda
principiou quando a arte já não tinha outra finalidade senão ela mesma”.
A nova atitude estética advém do estado de espírito cauteloso, empírico e analítico que
não quer generalizar, mas que se mantém atento às características individuais de cada
forma de arte. Isso vai possibilitar a cada uma empreender experimentações, na busca
da sua linguagem específica e característica, com a dissolução da atitude naturalista, os
artistas passam a menosprezar o assunto ou tema das sua obras para valoriza o fazer a
obra de arte. Qualquer assunto serve, ou mesmo nenhum assunto, como é o caso da arte
abstrata e da música atonal.
355
As cores são descobertas na sua pureza, e os artistas percebem que, sempre carregadas
de luz, elas podem exprimir pelo contraste as intensidades mais claras, como faz o
branco. Outra descoberta sensacional é que as sombras não são absolutas. Podem ser
dadas pela cor.
Os objetos naturais, sob a influência da cor, perdem sua existência particular, sua
autonomia local. Cézanne veio destruir os dois últimos anteparos naturalistas: a ilusão
do espaço sensorial e a correção das proporções anatômicas e da perspectiva que
escaparam à avalancha impressionista.
84 – NAZISMO
1 – Introdução:
Nazismo foi uma política de ditadura que governou a Alemanha entre 1933 e 1945,
período que também ficou conhecido como Terceiro Reich, liderado por Adolf Hitler.
A ideologia política do nazismo surgiu após a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918),
com a Alemanha destruída economicamente e humilhada por ter perdido a guerra. Neste
cenário, surge um sentimento de revolta entre os alemães, que culpavam o governo pela
situação do país e exigiam mudanças drásticas.
O Partido Nazi alegava que a culpa de todos os problemas da crise que enfrentava a
Alemanha eram dos imigrantes judeus, dos comunistas e dos liberais, que causavam a
desordem e “roubavam” as oportunidades dos “alemães puros”, que segundo os nazistas
pertenciam a uma “raça superior”, uma raça ariana.
Com a grande crise econômica de 1929 (que começou com a Quebra da Bolsa de
Valores de Nova Iorque), a Alemanha se viu em desespero e o profundo desgosto com
as condições de vida da população se intensificou. Esses sentimentos ajudaram a
fortalecer o Partido Nazista e seus ideais.
Sobre forte pressão social, o presidente alemão Hindenburg foi forçado a conceder o
cargo de chanceler para Hitler, considerado o segundo mais importante posto de poder
na Alemanha naquela época, ficando apenas abaixo do presidente.
Adolf Hitler, sob o comando do Partido Nazista, conseguiu finalmente chegar a poder
da Alemanha em 1933, após a morte do presidente Von Hindenburg, auto proclamando-
se Füher (“líder” em alemão) e instaurando o chamado Terceiro Reich (“Terceiro
Reino”).
357
Com o auge do nazismo no comando da nação alemã, em 1939 teve inicio a Segunda
Guerra Mundial, muito mais terrível e sanguinária que a primeira.
Hitler criou três principais forças de poder para executar os seus objetivos: as Seções de
assalto (S.A.), as Seções de Segurança (S.S.) ou Schutzstaffel (em alemão) e a
Gestapo (polícia secreta alemã).
Muita gente não sabe, mas uma das principais figuras que auxiliou o crescimento do
nazismo foi o cineasta e ministro da propaganda nazi Joseph Goebbels. Goebbels
controlava todos os meios de comunicação da Alemanha, criava campanhas
publicitárias alienadoras que prometiam um “mundo melhor”, a partir da ideia de
supremacia da raça ariana como dominadora de todas as outras.
Com a derrota da Alemanha pelos países aliados, acaba-se a Segunda Guerra Mundial e
o nazismo também chegou ao fim. Com as informações sobre a derrota eminente, Adolf
Hitler se suicidou em seu esconderijo.
3 – Características do Nazismo:
No entanto, o objetivo principal do Partido Nazi era construir uma grande nação
consolidada sob uma “única e verdadeira raça”, a raça que, segundo os nazistas, era
considerada a mais pura da Europa e superior intelectualmente e fisicamente a todas as
outras: a raça ariana.
A tática adotada pelo nazismo para cumprir com todos os seus objetivos foi chamada de
“Solução Final” ou “Solução Final para a Questão Judia”, ou seja, eliminar todos os
povos judeus que ocupavam territórios alemães.
4 – Símbolo
A cruz suástica é um dos símbolos mais utilizados pelo nazismo, representando uma
“sorte”, “prosperidade” e “sucesso”, entre os nazistas. Porém, atualmente, este símbolo
tem uma conotação totalmente negativa, sendo até mesmo proibido de ser replicado ou
incentivado em locais públicos.
No entanto, muita gente não sabe mais o símbolo que se tornou um dos “mais odiados
do mundo”, por causa da sua ligação com o Partido Nazista, existe há muitos anos e sob
um significado totalmente inofensivo e bondoso.
5 – Nazismo no Brasil:
Porém, mesmo assim, o Brasil era considerado o país estrangeiro (fora da Europa) com
o maior número de adeptos do nazismo, segundo alguns pesquisadores.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial e derrota dos nazistas, muitos condenados
alemães se refugiaram em terras brasileiras, em colônias.
Entre os refugiados estava o notório médico Josef Mengele, conhecido como “Anjo da
Morte” e responsável por experiências médicas terríveis em milhares de prisioneiros
judeus e cianos. Mengele morreu afogado em Bertioga, interior de São Paulo, sem ser
reconhecido por ninguém.
6 – Neonazismo:
Judeus, negros, homossexuais, índios e povos de outras etnias são os alvos dos
neonazistas.
85 – NEOTOMISMO
(veja tópico 58, sobre o Tomismo)
1 – Introdução:
Neotomismo é um movimento de retorno à filosofia tomista da Idade Média, resgatada
à luz de tendências intelectuais modernas e retomada especialmente a partir de 1879,
por influência de uma encíclica do Papa Rei Leão XIII.
O Neotomismo é a corrente filosófica que resgata o Tomismo, a filosofia do pensador
italiano Santo Tomás de Aquino, com o objetivo de resolver problemas
contemporâneos. Para o Neotomismo, toda a filosofia moderna, a partir de Descartes,
constituiriam em erros e equívocos, responsáveis pela crise do mundo moderno em que
nós mesmos a criamos.
Na visão neotomista, é inaceitável privilegiar interesses de ideologias como o
neoliberalismo ou comunismo, por exemplo, ou instituições como empresas e o
governo, em detrimento do direito do ser humano a uma vida digna e tudo que ela
acarreta: a liberdade, a saúde, o emprego e a habitação. Em resumo, tentar resolver os
problemas através das raízes dos problemas, que é o governo. Isso é que é uma missão
bem impossível.
2.1 – Quatro princípios formulados por Maritain, sobre as relações entre a Filosofia e as
Ciências:
Maritain aplicou a filosofia tomista aos problemas modernos: política, arte, pedagogia e
ciências. Sua contribuição ao pensamento político foi muito importante. Maritain é o
teórico de uma democracia de inspiração cristã, a nova cristandade, que deve ser distinta
da cristandade medieval. A democracia cristã deve se confrontar com o espaço
estrutural do mundo, que tem uma configuração categorial profana, bem distante e
diferente da dimensão do sagrado.
86 – NESTORIANISMO
1 – Introdução:
O Nestorianismo é uma doutrina cristológica proposta por Nestório, Patriarca de
Constantinopla (428-431). A doutrina, que foi formada durante os estudos de Nestório
sob Teodoro de Mopsuéstia na Escola de Antioquia, enfatiza a desunião entre as
naturezas humana e divina de Jesus. Os ensinamentos de Nestório o colocaram em
conflito com alguns dos mais proeminentes líderes da igreja antiga, principalmente
Cirilo de Alexandria, que o criticou particularmente por negar o título Theotokos (“mãe
de Deus”) para a Virgem Maria.
Nestório e seus ensinamentos foram condenados como herético no Primeiro Concílio de
Éfeso em 431 e no Concílio de Calcedônia em 451, o que acabou por provocar o cisma
Nestoriano, no qual as igrejas que apoiavam Nestório deixaram o corpo da Igreja.
Porém, o crescimento da Igreja do Oriente no século VII e nos seguintes espalhou o
Nestorianismo por toda a Ásia. Há que se distinguir, porém que nem todas as igrejas
afiliadas com a Igreja do Oriente parecem ter seguido a cristologia nestoriana. A Igreja
361
Assíria do Oriente, por exemplo, que reverencia Nestório, não segue a doutrina
nestoriana histórica.
2 – Desenvolvimento Histórico:
2.1 – Doutrina e a Controvérsia Nestoriana:
Nestório desenvolveu a sua cristologia como uma tentativa dedutiva e emocional de
explicar e entender a encarnação de divino Logos, a segunda pessoa da trindade, no
homem Jesus Cristo. Ele estudou em Antioquia, onde seu mentor fora Teodoro de
Mpsuéstia. Ele e outros teólogos da escola já vinha há muito tempo ensinando uma
interpretação literal da Bíblia e enfatizavam a diferença entre a natureza humana e a
divina de Jesus. Nestório levou consigo estas crenças quando foi apontado Patriarca de
Constantinopla pelo imperador Teodósio II e 438.
Os ensinamentos dele se tornaram então a raiz da controvérsia quando ele publicamente
criticou o já tradicional título de Theotokos (“mãe de Deus”) para a Virgem Maria. Ele
sugeriu que o título negava a humanidade plena de Cristo, argumentando que Jesus
tinha duas naturezas vagamente relacionadas, a do divino Logos e a do humano Jesus.
Assim, ele propôs o título Christotokos (“Mãe do Messias”) como sendo mais adequado
para Maria.
Os oponentes de Nestório acharam que este ensinamento estava muito próximo da já
condenada heresia do adocionismo – a ideia que Cristo teria nascido um homem que foi
depois “adotado” (escolhido) como filho de Deus. Nestório foi especialmente criticado
por Cirilo, Patriarca de Alexandria, que argumentou que os ensinamentos de Nestório
minavam a unidade entre as naturezas divina e humana de Cristo, na Encarnação.
Nestório por sua vez sempre insistiu que a sua visão seria a ortodoxa, mesmo depois
que ela já tinha sido considerada herética pelo Concílio de Éfeso em 431, levando ao
cisma nestoriano.
O Nestorianismo é uma forma de diofisismo e pode ser entendido como a antítese do
monofisismo, que emergiu justamente como reação a ele. Enquanto o primeiro sustenta
que Cristo teria duas naturezas vagamente unidas (divina e humana), o monofisismo
sobreviveu até hoje, transformado no miafisismo das modernas igrejas do Oriente.
A Igreja Assíria do Oriente moderna evita o rótulo “nestoriana”. O atual líder da igreja,
o católico Mar Dinkha IV, rejeitou explicitamente o termo por ocasião de sua
consagração em 1976. Em 1994 Mar Dinkha IV e o papa João Paulo II assinaram uma
“Declaração cristológica comum entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente”
reforçando o caráter não Nestoriano da Igreja do Oriente.
363
87 – NIILISMO
1 – Introdução:
A palavra “niilismo” deriva do latim nihil, que significa nada. Dentro de cada contexto
pode significar: tenência revolucionária russa do século XIX, caracterizada pela rejeição
radical das estruturas sociais, sem propor nenhuma substituição definitiva. Atitude de
negação dos valores intelectuais e morais comuns a um grupo social, de recusa do ideal
coletivo desse grupo.
O niilismo é mais uma das teorias analisadas por Nietzsche em sua filosofia “a golpes
de martelo”.
2 – O que é Niilismo?
[...] Por essa ótica, niilismo seria o sentimento coletivo de que nosso sistema
tracional de valoração, tanto no plano do conhecimento quanto no ético-
religioso, ou sociopolítico, ficaram sem consistência e já não podem mais
atuar como instancias doadoras de sentido e fundamento para o
conhecimento e a ação.
88 – PANGERMANISMO
1 – Introdução:
O que é Pangermanismo?
Essa ideologia ganhou grande força com o sentimento nacionalista alemão, e logo
depois com unificação da Alemanha e Itália.
2 – Origem do Pangermanismo:
89 - PARLAMENTARISMO
1 – Introdução:
3º. – O governo parlamentar pode ser exercido unicamente pelo partido político que
obteve a maioria dos votos ou em coligação com outros partidos, em caso de não ter
obtido a maioria necessária para formar governo (atualmente a Inglaterra é governada
por uma coligação de partidos de Centro-Direita).
4º. – outro ponto importante no sistema parlamentarista é o chamado voto censura: caso
o governo não esteja atuando dentro das normas institucionais, ou seja, suspeito de
corrupção, por aprovar o chamado voto censura e, com isso, o primeiro ministro e seu
gabinete perdem as condições de governar.
Nesse caso, cabe ao presidente da república, ou ao rei, convocar novas eleições gerais.
Isso acontece de uma maneira em geral tranquila e não afeta diretamente o dia a dia das
pessoas.
366
2 – Parlamentarismo Brasileiro:
Durante a década de 1990, houve outro plebiscito para escolha da forma de governo e o
presidencialismo, defendido pelo PT, acabou sendo vitorioso. O maior partido brasileiro
de oposição – PSDB – defende o Sistema Parlamentarista.
90 – PATRÍSTICA
(veja tópico 39 sobre a Escolástica)
1 – Introdução:
iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas: tal como o
sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto.
Santo Agostinho viveu no final da Antiguidade; logo depois Roma cai nas mãos dos
bárbaros, tendo início o longo período da Idade Média. Na primeira metade, conhecida
com Alta Idade Média, continua sendo enorme a influencia dos Padres da Igreja, e
vários pensadores de saber enciclopédico retomam a cultura antiga, continuando o
trabalho de adequação às verdades teológicas.
2 – A Filosofia Medieval
Com a queda do Império Romano (século V), a religião surge lentamente como
elemento agregador dos inúmeros reinos bárbaros formados após sucessivas invasões;
seus chefes são pouco a pouco convertidos ao cristianismo, e a Igreja se transforma em
soberana absoluta da vida espiritual do mundo ocidental.
2 – A Filosofia Patrística
91 – PELAGIANISMO
1 – Introdução:
O que é o Pelagianismo?
Todo homem é totalmente responsável pela sua própria salvação e, portanto, não
necessita da graça divina. Segundo os pelagianos, todo homem nasce “moralmente
neutro”, sendo capaz, por si mesmo, sem qualquer influência divina, de salvar-se
quando assim o desejar. Uma das grandes disputas durante a Reforma Protestante
versou sobre a natureza e a extensão do pecado original.
2 – Desenvolvimento:
No Século V, Pelágio havia debatido ferozmente com Agostinho de Hipona sobre este
assunto. Agostinho mantinha que o pecado original de Adão foi herdado por toda a
humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a habilidade para escolher, ele
está escravizado ao pecado e não pode não pecar. Por outro lado, Pelágio insistia que a
queda de Adão afetara apenas a Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas
perfeitas, ele também dá a habilidade moral para que elas possam fazê-lo e embora
considerasse Adão como “mau exemplo” para a sua descendência, suas ações não
teriam consequências para a mesma, sendo o papel de Jesus definido pelos pelagianos
como “um bom exemplo fixo” para o resto da humanidade (contrariando, assim, o mau
exemplo de Adão), bem como proporciona uma expiação pelos seus pecados, tendo a
humanidade em suma, total controle pelas suas ações, posteriormente Pelágio
reivindicou que a graça divina era desnecessária para a salvação, embora facilitasse a
obediência.
369
As sentenças pronunciadas pelo papa Inocêncio I contra tal tese acabaram por classifica-
la como heresia.
3 – Conceitos
4 – História:
As duas décadas da polêmica causada pelas ideias de Pelágio costumam ser divididas
em três momentos:
a) Até 411: período mais sugestivo pela escassez de material, nesse período
escreveu De Induratione Cordis Pharaoniscontendo o manifesto para a
hermenêutic do cristianismo;
c) De 418 – 430: Até a morte de Agostinho que polemiza suas obras sobre
liberdade humana, enquanto que o Pelagianismo deixava de ser uma heresia para
ser considerado como uma visão de mundo e da humanidade.
Em seus discursos, o Papa Francisco tem feito constante referencia a uma heresia
surgida no século V, chamada Pelagianismo. Afinal, em que consiste esta heresia, qual
o seu perigo e como o erro de Pelágio ainda pode contaminar os cristãos de hoje?
Nos últimos tempos, o Papa Francisco tem abordado com frequência a questão do
Pelagianismo. Mas, o que vem a ser isso? Trata-se de uma heresia iniciada por um
monge oriundo da Bretanha, chamado Pelágio. Ele dizia que não era necessário o
auxílio da graça de Deus para que o homem realizasse atos de virtude. Cristo morreu
na cruz e deu o exemplo. Bastaria ao homem segui-lo. Santo Agostinho que por trinta
anos viveu amarrado às correntes do pecado sabia que a afirmação de Pelágio era falsa.
Ele sabia da incapacidade do homem em vencer o pecado sem o auxilio da graça divina.
370
Algum tempo depois, a reflexão teológica iniciada por Pelágio ganhou um novo
capítulo, pois, na Gália, atual França, surgiu uma segunda opinião acerca do tema. João
Cassiano, o mesmo que escreveu as “Instituições Cenobíticas”, tornou famoso Evágrio
Pôntico e a doutrina dos Padres do Deserto no Ocidente, criou o chamado
“Semipelagianismo”, afirmando que a graça de Deus auxilia no momento de se vencer
o pecado, mas que a iniciativa precisa ser do homem. Isso também não é verdade, pois,
o amor de Deus é sempre o primeiro a dar o passo na direção do homem. O
semipelagianismo foi condenado no II Sínodo de Orange, iniciado em 12 de julho de
526.
Para entender estas duas heresias e como elas influenciam de modo concreto e
inequívoco a vida dos cristãos até os dias atuais, é necessário fazer uma distinção
entre graça suficiente e graça eficaz. Lembrando que graça é o próprio Deus que se
doa ao homem. O Espírito Santo quando é derramado nos corações é a graça por
excelência.
A efusão do Espírito Santo, também conhecida com graça incriada, provoca no homem
diversas mudanças que podem ser chamada de graça criada. Elas são reações ocorridas
no íntimo da própria pessoa, que se transmuda ao receber o Deus que se doa.
A graça suficiente age no homem para realizar a conversão do filho pródigo narrada no
Evangelho de São Lucas, capítulo 15. Ele pensa: “pequei contra Deus e contra o meu
pai, vou voltar para casa”. A partir dessa tomada de consciência, da graça suficiente que
toca o coração humano, ele deve pedir, suplicar, implorar pela graça eficaz, aquela que é
capaz de agir em seu coração, capacitando-o a vencer o pecado no dia a dia.
A graça eficaz não é merecida por ninguém, nem mesmo os grandes santos, por isso é
preciso pedi-la. Santo Afonso Maria de Ligoria dizia: “quem reza se salva, quem não
reza não se salva, se condena.” Ou seja, quem pede a graça de Deus a terá. E a graça
eficaz fará com que a pessoa vença o pecado na batalha do dia a dia. Assim, quem não a
pede não tem a força que ela traz.
371
Se a graça suficiente combate o semipelagianismo, a graça eficaz, por sua vez, combate
o Pelagianismo. Seja como for, em ambos os casos, o homem é um mendigo diante da
parte de Deus. Ele precisa bater e pedir a graça. Deus a concederá não porque o homem
a mereça, mas porque Ele é Bom.
Para recebê-la, contudo, é preciso ser como as virgens prudentes do Evangelho de São
Mateus (25), que enchem as suas lâmpadas com o óleo da oração. Pedir insistentemente,
bater à porta, fará com que aconteça o que Jesus prometeu: “ pedi e recebereis, batei e
abrir-se-vos-a, vos será dada um medida calcada, sacudida, abundante que será colocada
em vosso regaço” (Mt. 7.7): a graça de Deus.
Para isso, é preciso não se contentar com a graça mínima, suficiente, mas pedir
incessantemente e confiar naquele que prometeu que irá derramar a graça de fazer com
que o cada um O ame de todo o coração.
92 – PENTECOSTALISMO
1 – Introdução:
O que é Pentecostalismo?
Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual,
estilo de “adoração e ensinamentos” que foram encontrados na igreja primitiva. Por este
motivo, alguns pentecostais também usam os termos apostólicos ou evangelho pleno
para descrever seu movimento.
2 – Origens do Pentecostes
“Contareis para vós outros desde o dia imediato ao sábado, desde o dia em que
trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras serão. Até o dia imediato ao
sétimo sábado, contareis cinquenta dias; então, trareis nova oferta de manjares ao
Senhor. Das vossas moradas trareis dois pães para serem movidos; de duas dízimas de
um efa de farinha serão; levedados se cozerão; são primícias ao Senhor. Com o pão
oferecereis sete cordeiros sem defeito de um ano, e um novilho, e dois carneiros;
holocaustos serão ao Senhor, com a sua oferta de manjares e as suas libações, por oferta
queimada de aroma agradável ao Senhor. Também oferecereis um bode, para oferta pelo
pecado, e dois cordeiros de um ano, por oferta pacífica. Então o sacerdote os moverá,
com pão das primícias, por oferta movida perante o Senhor, com os dois cordeiros;
santos serão ao Senhor, para o uso do sacerdote. No mesmo dia, se proclamará que
tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; é estatuto perpétuo em todas as
vossas moradas, pelas vossas gerações. Quando segardes a messe da vossa terra, não
rebuscareis os cantos do vosso campo, nem colhereis as espigas caídas da vossa sega;
para o pobre e para o estrangeiro as deixareis. Eu sou o Senhor, vosso Deus.”
As igrejas pentecostais fazem alusão a este acontecimento como um símbolo para todos
os que se converteram ao Cristianismo no dia de Pentecostes, seriam os primeiros frutos
da colheita de uma grande parte dos milhões de almas;
Aproximadamente entre 835 e 805 a.C., a terra de Judá foi atingida com uma praga de
gafanhotos que destruiu os pastos e as folhagens das árvores, em apenas algumas horas.
Todos os cultivos se perderam, a fome e a seca devastaram o país inteiro. O profeta Joel
ao ver esse período terrível, deu a promessa do derramamento do Espírito Santo, que
seria a restauração de tudo o que o mal tinha destruído, descrevendo-o como segue:
373
“E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e
vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até
sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei
prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumaça. O sol se converterá em
trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. E
acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque, no monte
Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor prometeu; e, entre os
sobreviventes, aqueles que o Senhor Chamar.” (Joel 2.28-32, ARA).
“mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da
terra”. (Atos 1.8, ARA).
Neste capítulo de Atos, Jesus disse aos seus seguidores que deveriam permanecer em
Jerusalém para que pudessem receber a promessa do derramamento do Espírito Santo.
Para que dessa maneira pregassem o evangelho em todos os lugares.
Dez dias depois que Jesus subiu ao Céu, chegou o dia de Pentecostes. Cento e vinte
pessoas estavam esperando no cenáculo, unânimes, à promessa que Jesus Cristo havia
feito.
“de repente, veio do céu um som como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam assentados. Apareceram distribuídas entre eles, línguas como que de fogo,
e pousou uma sobre cada um deles”. Atos 2.2 e 3, ARA.
De acordo com Atos 10.46 em uma visão que teve o apóstolo Pedro no telhado de uma
casa em Jope, Deus revelou que devia amar seus companheiros, apesar de não judeus,
375
por que diante de Deus não há acepção de pessoas. O centurião Cornélio da Corte
Italiana, enviados em ir a Cesaréia por ordem de Deus, e chegou à casa de Cornélio.
Quando Pedro começou seu discurso o Espírito Santo desceu sobre os presentes e
começaram a falar em línguas. Glorificando a Deus.
Quando o apóstolo Paulo chegou a Éfeso, ele encontrou uma situação muito
comprometedora. Os cristãos da igreja que tinham sido batizados pelo batismo de João
e nem sequer sabiam que existia o Espírito Santo, depois, Paulo batizou-os na
ordenança de Jesus e colocando as mãos sobre eles veio o Espírito Santo e falaram em
línguas e profetizaram. (Atos 19.5).
Pedro e João tinham chegado a Samaria, onde havia um grupo de cristãos batizados em
água, mas não tinham sido batizados com o Espírito Santo. É por isso, que Pedro e João
impuseram suas mãos sobres (Atos 8.17). Esta é a única passagem em Atos que não
menciona que os crentes têm falado em novas línguas e é muito discutido. No entanto,
muitos grupos pentecostais modernos, acreditam que se o fizessem, porque Simão o
Mago, que quis comprar o dom do Espírito Santo tinha visto grade milagre.
3 – Antecedentes Históricos
Afirmou em sua carte aos filadelfienses (Inácio Filadelfienses 7:01) que profetizou pelo
espírito: “Estando no meio de vós gritei, disse em alta voz, uma voz de Deus:
“permanecei unidos (...)”. aqueles suspeitaram que eu disse isso porque previa a divisão
de alguns, mas aquele pelo qual estou acorrentado é minha testemunha que eu não sabia
através da carna. Foi o Espírito que me anunciou, dizendo: (...), guardai vosso corpo
como templo de Deus, amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo,
como ele também é do seu Pai”.
Em sua carta a Policarpo, ele também declara: “Quanto as coisas invisíveis, pode que te
sejam manifestados a ti, para que nada te falte e tenhas abundâncias em todo dom
espiritual”.
Teve uma revelação de Deus como morreria. “orando, ele teve uma visão, três dias
antes de o prenderem: viu seu travesseiro queimando pelo fogo. Voltando-se para seus
companheiros, disse: ‘devo ser queimado vivo!’.
376
Em seu diálogo contra o judeu Trifo recorda que os dons do Espírito Santo, incluindo
exorcismo, ainda estão em uso: “Recebendo uma vez o espírito de discernimento, outro
um conselho, outro uma cura, outro de poder, outro de presciencia, outro de ensino e
outro de temor a Deus. Os dons proféticos permanecem conosco até o presente tempo.
Para alguns (crerem) certamente em expulsar demônios, (...). Outros têm conhecimento
daquilo que vai acontecer; eles têm visões e pronunciam expressões proféticas”.
“De igual modo nós todos” ouvimos que muitos dos irmãos na igreja que têm dons
proféticos, e que falam em todas as línguas por intermédio do Espírito, e que também
trazem a luz os segredos dos homens para benefício dos homens, e que expõem os
mistérios de Deus.
Ao falar de Marcião, declarou o seguinte: “para provar o que os” profetas têm falado e
não pelo sentimento humano, mas pelo Espírito de Deus, como aqueles que previam o
futuro e revelaram os segredos do coração, que apresentam um salmo, uma visão, uma
oração, que é apenas pelo Espírito em um êxtase, ou seja, em um rapto ou num
arrebatamento toda vez que uma interpretação tem ocorrido. “Aparentemente Tertuliano
descreveu parte da vida comum da Igreja Ortodoxa e recomendou buscar o dom do
Espírito Santo de profecia”.
Depois de momentos especiais podia, sob o poder de o Espírito falar o idioma grego e
latim que jamais haviam aprendido.
Talvez o mais famoso cristão carismático da igreja Ortodoxa. Seus Relatos declaram
muitas experiências espirituais, isto é, inclui um “batismo no Espírito Santo.”
Aconpanhado por dons de copiosas prantos, compulsão, e visões de Deus. Embora, não
haja registros ou indícios de derramamento do Espírito Santo durante a idade média,
alguns autores mencionam que os Valdeneses, albígenses, e os frades mendicantes,
falaram em línguas na Europa Meridional.
377
Líder carismático da Igreja Ortodoxa Russa, afirmou que o objetivo da vida cristã é a
recepção da Espírito Santo. Serafim também e lembrado pelo dom de cura. Os
hunguenotes foi o o nome dado ao Calvinista da França, uma nota sobre os
hunguenotes:
Os Hunguenotes
Um dos principais líderes desta Igreja foi George Fox, que pregou uma mensagem sobre
a Nova Era do Espírito Santo, ele em seu Diário, diz o seguinte:
qual tinha que ser sacudida antes que a semente de Deus fora levantada da tumba. E
assim, sucedia: Pois o poder de Deus começou a sacudi-los e grandes manifestações de
adoração eram conduzidos, de tal maneira, que poderosas obras do Todo Poderoso eram
realizadas entre os crentes para o assombro, tanto das gentes como dos sacerdotes.”
Ministro aos 21 anos foi ordenado para pregar na Inglaterra. Fois aos Estados Unidos
em mais de nove ocasiões ensinando da Georgia até a Nova Inglaterra.
Aos seus dezenove anos começaram a pregar numa igreja em Nova Iorque, depois foi
ministro numa Igreja de Yale e em 1726 foi pastor associado da Igreja de Northampton,
Massachusetts, donde seria pastor por mais de 25 anos, sendo uma das pessoas mais
importantes do grande despertamento. Diz-se que quando foram pregar em uma vila, as
tabernas quebraram vazias e durante seus cultos ou reuniões, as pessoas gemiam e
choravam devido às pregações.
Ministro que pregava na cidade de Chicago e de Nova Iorque, mencionou numa ocasião
que tinha uma especial investidura de poder do alto, um batismo claro e inequívoco do
Espírito Santo.
379
Foi um movimento que dava ênfase que nesta vida presente pela fé, é possível obter a
inteira santificação, ou perfeição cristã através do Espírito Santo. A partir de 1840 se
iniciou a pregar sobre o batismo no Espírito Santo, seu principal contribuidor foi John
Morgan, o qual escreveu: “o dom do Espírito Santo, em sua plenitude pentecostal, não
devia restringir-se a igreja apostólica; é o privilégio compartilhado por todos os
crentes”.
Kittim Silva comenta que no ano de 1894, uns cem crentes foram batizados com o
Espírito Santo na Carolina do Norte, falando em novas línguas; eles pertenciam a um
grupo religioso chamado União Cristã, Igreja da Santidade e em 1907 mudaram para
Igreja de Deus. Esta igreja é conhecida como Igreja de Deus de Clevelend, por ser o
lugar donde adquiriu mais força.
4 – Pentecostalismo Moderno
O Movimento Pentecostal de hoje traça seus vestígios da sua comunidade a uma reunião
de oração no colégio Bíblico Betel, na cidade de Topeka, estado do Kansas, nos Estados
Unidos, em 1°. De Janeiro de 1901. Ali, muitos chegaram à conclusão de que falar em
380
línguas era sinal bíblico do Batismo no Espírito Santo. Charles Tarham foi o fundador
desta escola, que mais tarde iria para a cidade de Houston, no Texas. Apesar da
segregação racial em Houston, William J. Seymour, um pregador negro, foi autorizado a
assistir as aulas bíblicas de Parham. Seymour viajou para Los Angeles, onde sua
pregação provou o avivamento da Rua Azusa em 1906. Apesar do trabalho de vários
grupos Wesleyanos avivalistas, como Parham e D.L.Moody, o início do movimento
pentecostal difundido nos Estados Unidos, é geralmente considerado como tendo
começado com Seymour no avivamento da Rua Azusa.
Logo cedo os pentecostais foram incentivados por seu entendimento de que todo o povo
de Deus poderia profetizar nos últimos dias antes da segunda vinda de Cristo. eles
olharam para as passagem bíblicas sobre o pentecostes no segundo capítulo de Atos, em
que Pedro citou a profecia contida em Joel 2: “Nos últimos dias, Deus diz: eu
derramarei meu Espírito sobre todos os povos. Vossos filhos e filhas profetizarão,
vossos jovens terão visões, vossos velhos terão sonhos.” (NVI). Assim, quando a
experiência de falar em línguas espalhou-se entre os homens e mulheres da Rua Azusa
um sentido de urgência tomou conta, quando eles começaram a olhar para a segunda
vinda de Cristo. No início os pentecostais se viam como peregrinos na sociedade,
dedicando-se exclusivamente a preparar o caminho para a volta de Cristo.
4.3 – Influências
Alguns líderes cristãos que não faziam parte do início do movimento pentecostal
mantinham um alto respeito pelos líderes pentecostais. Albert Benjamim Simpson
tornou-se estreitamento envolvido com crescente avivamento pentecostal. Era comum
aos pastores pentecostais e missionários receberem a sua formação no Missionary
Training Institute fundado por Simpson.
381
Devido a isso, Simpson e a Aliança Missionária e Cristã (C & MA), o qual Simpson
também fundou, teve uma grande influência sobre o pentecostalismo, em particular, as
Assembleias de Deus e a Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular. Essa
influencia inclui a ênfase evangelística, doutrina da (C & MA), hinos e livros de
Simpson, bem como a utilização do termo “Evangelho Tabernáculo”, que evoluiu nas
igrejas pentecostais tornando-se “Evangelho Pleno Tabernáculo”.
4.4 – Afro-americanos
4.5 – Mulheres
Além disso, as provas de três dos mais antigos grupos pentecostais, Assembleia de
Deus, a Igreja de Deus (Cleveland, Tenneesse) e a Igreja Internacional do Evangelho
Quadrangular, mostra um número de mulheres atuando como clero e missionários.
Pouco depois das Assembleias, formada em 1914, a listas do clero mostram que um
terço dos seus ministros era mulheres. Em 1925, embora o número de ministros do sexo
feminino caiu significativamente, de dois terços de seus missionários estrangeiros ainda
eram mulheres. Condo a Igreja de Deus foi formada em 1906, um terço dos seus
382
Mesmo antes da Rua Azusa, as mulheres levaram seus próprios avivamentos com um
resultado de Agnes Ozman falando em línguas no Colégio Bíblico de Parham. A Sra.
Waldon e a Sra. Hall, por exemplo, trouxeram a mensagem pentecostal de Kansas a
Zion, Illinóis, onde elas ministraram e mais tarde Parham foi convidado a falar. Agnes
Ozman evangelizou completamente o Centro-Oeste depois de sair do Kansas. Quando
Parham mudou o seu ministério para Houston, Texa, oito dos seus quinze trabalhadores
eram mulheres.
Mais relatos históricos foram disponibilizados aos homens, e estes autores tendem a
representar William J. Seymour como líder principal, com outros homens como
Charles Fox Parham e Edward Lee em importantes papéis de apoio. No entanto, as
mulheres não foram enfatizadas. Por outro lado, o relato da mãe Emma Cotton,
portadora de uma grande Igreja de Deus em Cristo, Congregação em Los Angeles,
inverteu a importância relativa dos homens com as mulheres. Independentemente de
quem teve a maior participação na liderança do avivamento, parece geralmente seguro
para concluir que a liderança global no avivamento da Rua Azusa foi partilhada entre
homens e mulheres. É preciso também ter em mente que a ideia de liderança humana no
383
Outras evangelistas e missionárias da Rua Azusa incluem Ivey Campell que pregou ao
longo de Ohio e Pensilvania, Louis Condit foi para Okland, Califórnia, e em seguida
em Jerusalém, Lucy Leatherman evangelizado em Israel, Egito, Chile e Argentina;
Julia Hutchim evangelizou na Libéria; E.G.W. Daisy e Batman eram missionários na
Libéria. Globalmente, cerca da metade dos missionários, evangelistas e viajantes no
exterior eram mulheres.
Apesar da liderança das mulheres no início do movimento, muitos tinham dúvidas sobre
os papéis de mulheres realizadas neste momento e assim hesitaram em sua luta para
avaliar o próprio papel e a posição das mulheres dentro das Igrejas pentecostais. Em
mulheres no pentecostalismo, diz Edith Blumhofer da participação das mulheres: “o
pastorado, não o púlpito, foi historicamente sido o maior obstáculo para as mulheres
pentecostais pede o reconhecimento do ministério completo”.
A cultura também contribui para a limitação do papel das mulheres nas igrejas
pentecostais. A visão social das mulheres como guardiões morais da sociedade começou
a desvendar-se como flappers na década de 1920 veio para a cena, provocando
suspeitas sobre a moral das mulheres. Desde quando os pentecostais quiseram
distanciar-se tanto quanto possível da modernidade, a “nova mulher” era uma imagem
terrível. Assim, os pentecostais, se agarrarem na visão mais tradicional da mulher no lar
e na sociedade.
No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, os cristãos das igrejas tradicionais nos
Estados Unidos, Europa, e outras partes do mundo começaram a aceitar a ideia
pentecostal que o batismo do Espírito Santo está disponível aos cristãos de hoje, ainda
mesmo se não aceitassem outros princípios do pentecostalismo formal. O movimento
carismático começou a crescer nas principais denominações. Emergiram carismáticos
episcopais luteranos, católicos, metodistas, batistas e durante esse período do tempo,
carismáticos foi utilizado para se referir a movimentos semelhantes que existiam dentro
das denominações que cresceram a partir do início do avivamento da Rua Azusa. Ao
contrário dos pentecostais clássicos, que formaram estritamente congregações ou
denominações pentecostais, carismáticos adotaram como seu lema, “floresça onde Deus
plantou você”.
5 – Crença
Batismo para dentro do corpo de cristo: Refere-se à salvação. Todo crente é feito
parte de seu corpo, a Igreja, através do batismo. O Espírito Santo é o agente, e o
corpo de Cristo é o meio;
5.2 – Salvação
Pentecostais são continuacionistas, isso significa que eles acreditam que todos os dons
espirituais, incluindo miraculosos ou “dons”, encontrados em 2 Coríntios 12.4-11 e 27-
31, Romanos 12.3-8, e Efésios 4.7-16, continuam a operar dentro da igreja no templo
presente. Pentecostais colocam os dons do Espírito em contexto com o Fruto do Espírito
Santo. O fruto do Espírito é o resultado do novo nascimento e do contínuo permanecer
em Cristo. É pelo fruto exibido que o caráter espiritual é julgado. Os dons espirituais
são recebidos como resultado do batismo com o Espírito Santo. Os dons são livremente
dados pelo Espírito Santo, não podem ser ganhos ou merecidos, eles não são um critério
adequado para avaliar a vida ou maturidade espiritual de alguém. Pentecostais ver nos
escritos bíblicos de Paulo uma ênfase em tanto ter caráter quanto poder, exercendo os
dons em amor.
Assim como fruto deve ser evidente na vida de cada cristão, os pentecostais acreditam
que para cada crente cheio do Espírito foi dado alguma capacidade para a manifestação
do Espírito. É importante notar que o exercício de um dom é uma manifestação do
Espírito, não da pessoa dotada e, apesar dos dons operarem através de pessoas, eles são
principalmente dons dados à Igreja. Eles são valiosos apenas quando ministram ganho
espiritual e edificação para o corpo de Cristo. Escritores pentecostais apontam que as
listas de ministérios úteis e funções na igreja. Um dom espiritual é muitas vezes
exercido em parceria com outro dom, por exemplo, em um culto numa igreja
pentecostal, o dom de línguas pode ser exercido seguido pela operação do dom de
interpretação.
5.4.1 – Profecia
está a crença de que o dom de profecia continua a ser dado aos crentes em tempos pós-
bíblicos. A profecia não é compreendida pelos pentecostais como a capacidade de
pregar, embora a profecia e a pregação possam sobrepor-se às vezes. Pentecostais
definem profecia como uma “manifestação espontânea da graça de Deus, recebida por
revelação, (às vezes como uma visão, em outros momentos como sentimentos ou
pensamentos) e falada pelo Espírito através de um cristão, na língua dos destinados a
ouvir a palavra profética. Se vinda como palavra falada em uma situação específica”.
Como todos os dons, a profecia é dada a comunidade cristã para encorajar e fortalecer a
fé. A profecia sempre está subserviente e sob a autoridade das Escrituras.
5.4.3 – Cura
Orar pelos doentes é uma importante prática em muitas igrejas pentecostais. As práticas
variam, mas geralmente esta oração inclui o pastor ungir o doente com azeite e a ajuda
dos anciãos da igreja, juntamente com os colaboradores pastorais, e a imposição de
mãos sobre o requerente da oração. Baseado no relato de Atos 19.11, 12, alguns
pentecostais ungem e oram “panos de oração”, que podem ser colocados perto de uma
parte do corpo do doente.
ao mesmo tempo em que estava orando. Pentecostais creem que o cair pode ser causado
do Espírito, a “marcha para Jericó” é um exemplo de uma prática tradicional pentecostal
rara que não viu avivamento nas igrejas independentes carismáticas. Trata-se de uma
congregação marchado com gritos de oração e cantando.
A ordenança da comunhão é vista como uma ordem direta dada por Jesus na Última
Ceia, a ser feito em suas memórias. Algumas igrejas pentecostais usam suco de uva, em
vez de vinho.
Lava-pés também é tido como uma ordenança por alguns pentecostais, especialmente a
Igreja Internacional Pentecostal Unida (IIPU) e a Igreja de Deus em Cristo (IDC). “É
considerado uma ordenança de humildade”, porque Jesus mostrou humildade ao lavar
os pés dos discípulos em João 13.14-17. Outras denominações, tais como as
Assembleias de Deus e a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), não tem isso como
uma ordenança, mas deixam isso à consciência individual.
A teologia pentecostal foi moldada por movimentos que cresceram a partir da:
Santidade-Wesleyana e vida Superior. Os participantes desses movimentos acreditavam
que, após uma experiência de conversão (a “primeira benção”) haveria uma experiência
de “crise de santificação” ou a “segunda benção”. Pregadores wesleyana de santidade
392
Na primeira década do século XX, surgiu a controvérsia sobre uma nova doutrina, Obra
Consumada, que difere da Santidade-Wesleyana e da Vida Superior Pentecostal. A
doutrina da Obra Plena professa uma dupla experiência de conversão e de batismo no
Espírito, já que a santificação é vista como progressiva e não como instantânea. Este
argumento produziu um profundo cisma e foi visto como falacioso e contencioso por
pentecostais ortodoxos, os quais assumiram o Batismo no Espírito como a prova da
segunda obra.
6 – Denominações e Ligações
7 – Pentecostalismos Brasileiros
O movimento pentecostal pode ser dividido em três ondas delineadas por suas
características sócias religiosas e contexto cronológico. Além das grandes
denominações pentecostais, existem hoje centenas de “ministérios independentes” ou
novas denominações surgindo anualmente no Brasil e no mundo.
Em 1911, Daniel Berg e Gunnar Vingre, iniciaram suas missões no Pará e Nordeste,
dando origem as Assembleias de Deus. O movimento das Assembleias de Deus cresceu
no norte-nordeste para o sul, com apoio inicial do movimento pentecostal escandinavo e
posteriormente transferência de aliança com as Assemblies of God americanas. Com os
anos surgiram ministérios e convenções, dos quais muitos são independentes, ou seja,
não afiliados à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil.
A segunda onda começou a surgir na década de 1950, quando chegaram a São Paulo
dois missionários norte-americanos da Internacional Church of The Foursquare Gospel.
Na capital paulista, eles criaram a Cruzada Nacional de Evangelização e, centrados na
cura divina, iniciaram a evangelização das massas, principalmente pelo rádio,
contribuindo bastante para a expansão do pentecostalismo no Brasil.
Analisando a História da Igreja, podemos observar nitidamente que Deus sempre avivou
ou reavivou sua Igreja em várias ocasiões diferentes. Esses períodos da Era Cristã foram
marcados por reavivamento maravilhosos, onde Deus se manifestou aos seus servos de
forma sobrenatural.
A palavra “Avivamento” vem do verbo “avivar” que significa: tornar mais vivo,
despertar, reanimar-se e vivificar-se. John Stott conceitua avivamento como: “... uma
visitação inteiramente sobrenatural do Espírito soberano de Deus, pela qual uma
comunidade inteira toma consciência de sua santa presença e é surpreendida por ela”.
9 – Origens do Pentecostalismo:
Algum tempo depois, vários grupos semelhantes foram formados em muitos lugares dos
USA, mas com o rápido crescimento do movimento, o nível de organização também
cresceu até o grupo denominar-se Missão da Fé Apostólica da Rua Azusa.
10 – Pentecostalismo no Brasil:
a) Pentecostalismo Clássico;
b) Deutero-pentecostalismo;
c) Neopentecostalismo.
10.2 – Deutero-pentecostalismo:
10.3 – Neopentecostalismo:
93 – PERSONALISMO
1 – Introdução:
a) O que é Humanismo?
2 – Ideia Central
A pessoa possui um valor inerente. Ela não é um simples reflexo de relações social. O
ser humano tem a possibilidade de ser sujeito de valores, portanto a pessoa não é uma
entidade estática.
4 – Orientação do Personalismo:
Em 1933, Monier fundou a revista Espirit, órgão de ação e conscientização política. Sob
a acusação de atentar contra o governo, a revista foi fechada e Monier foi preso. Como
prisioneiro, Monier constatou que um homem que não conhece a enfermidade ou a
prisão é um ser humano incompleto. A igreja institucional negou-lhe a eucaristia, pois o
considerou um subversivo. Manier não se abateu. Percebeu que Deus lhe dava um
reflexo eucarístico através de sua presença na igreja sofredora e abandonada.
Sua interpretação sobre Marx é contrária àquela feita por Althusser. Monier observa que
Marx empreendeu uma análise científica da sociedade. Mas, junto a essa visão técnica,
Monier também quer um espaço para a dimensão ética e espiritual. Reconhece que o
materialismo é uma realidade, pois a civilização perdeu a dimensão do espírito e da
pessoa humana. Mas, a linguagem científica só abrange o materialismo. A verdade
precisa ser buscada na consciência, que acusa a desordem do sistema capitalista.
400
Monier observa que o marxismo é tão otimista com relação à humanidade. E tão
pessimista a respeito do homem. Apregoa também um socialismo libertário.
Onde, os movimentos operários são mais confiáveis do que as ideologias que se dizem
representar o trabalhador. O marxismo não entendeu o humanismo dentro do
movimento operário. Por isto, Monier dá razão a Proudhon, um socialista utópico e um
anarquista.
Rejeitou o lema de que o indivíduo precisa ser escravizado para que a massa seja
libertada. Mas, também observou que a burguesia se refugia no anticomunismo. A
burguesia tem medo do povo e do futuro.
Ele define o personalismo como a doutrina “que afirma o primado da pessoa humana
sobre as necessidades materiais”. No Manifesto a serviço do personalismo, Monier
escreveu em 1936 que “a primeira preocupação do individualismo é centrar o indivíduo
sobre si mesmo, a primeira preocupação do personalismo é descentra-lo para estabelecê-
lo nas perspectivas abertas da pessoa”.
No entender de Monier, “a pessoa é o ser humano racional e livre, definido por sua
dimensão de sujeito moral e espiritual, plenamente consciente do bem e do mal, livre e
responsável”. Deste modo a pessoa se torna “o centro de uma nova filosofia de
engajamento.” (Japiassu e Marcondes).
94 – PIETISMO
01 – Introdução:
2 – Histórico:
Durante uma estada em Tübingen, Spener leu o Waechterstimme aus dem verwuesteten
zion de Teophilus Grossgebauer, panfleto que criticava a morosidade espiritual das
igrejas de então.
Em 1666 Spener recebeu seu primeiro encargo pastoral em Frankfurt com a opinião de
que a vida cristã no seio do luteranismo estava a ser sacrificada pelo rígido zelo da
ortodoxia. O Pietismo, com um movimento distinto da igreja alemã, originando-se
402
através de Spener que promovia reuniões religiosas em sua casa (collegia pietatis) em
que pregava seus sermões, expondo passagens do Novo Testamento e induzindo os
presentes a participar na discussão de questões religiosas que surgiram.
Em 1675 publicou a Pia desideria ou desejos Pios para a Reforma da verdadeira Igreja
evangélica, um introdução a uma coletânea de sermões de Arndt, mas o ensaio ganhou
vida própria. O título deu origem ao termo “petista” e tornou-se um manifesto para a
renovação da igreja. Nesta publicação fez seis propostas como o melhor meio de
restaurar a vida da Igreja:
Enquanto o Pietismo tradicional permaneceu dentro das igrejas luteranas apesar de suas
críticas, o pietismo radical distanciou-se das igrejas estabelecidas ainda mais.
Doutrinariamente, muitas vezes os petistas radicais refletem as influencias de Jacob
Boeheme, mas eram separatistas formando suas próprias congregações. O pietismo
radical criticou as noções luteranas de expiação, a autoridade das escrituras,
Sacramentos e no ministério.
O Pietismo prático foi promovido pela nova universidade petista de Hallen na der Saale.
Em Halle, o pastor August Hermann Franckie fundou em 1695 orfanatos, asilos e
gráficas, dando um caráter de ação social do pietismo. A universidade de Halle tornou-
403
2 – Doutrina:
Defendia uma experiência vitalista da fé, pela demonstração e comprovação desta numa
piedade prática, através da rejeição do espírito mundano e pela participação ativa dos
leigos em reuniões ou conventículos de “Cristãos Conversos”.
3 – Pietismo Radical:
Um ramo do pietismo não contentou de ficar no seio das igrejas luteranas e reformadas.
Defensores de uma igreja formada por regenerados, os petistas radicais empregavam as
influencias de Jakob Böhme, Gottfried Arnold, e Philipp Jakob Spener para propagar
um cristianismo separado do mundo e das igrejas estabelecidas.
95 – PIRRONISMO
Conceito:
Fundado a partir das ideias de Pirro de Élida (1365-275 a.C.), o pirronismo foi uma
corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum conhecimento é
seguro, qualquer argumento pode ser contestado.
Por isso seus seguidores propunham que as pessoas adotassem a suspensão do juízo
(epokhé em grego), isto é, a abstenção de fazer qualquer julgamento, já que a busca de
uma verdade plena é inútil. Desse modo, aceitando que das coisas se podem conhecer
apenas as aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as pessoas
viveriam felizes e em paz.
96 – PLURALISMO
Definição:
Platão costuma ser considerado um dualista por conceber duas realidades distintas e
separadas (o mundo sensível e o mundo inteligível); o mesmo se pode dizer de
Aristóteles, mas seu dualismo seria “moderado”, tendo em conta que supôs dois
princípios inseparáveis (matéria e forma), constituindo a unidade do real.
97 – POSITIVISMO
1 – Introdução:
A crítica feita por Kant à metafisica na crítica da razão pura provocou o aparecimento
de duas linhas divergentes entre os filósofos posteriores. De um lado, os materialistas
(Feuerbach) e os positivistas (Comte), sendo que estes reduzem o trabalho da filosofia à
mera síntese dos resultados das diversas ciências particulares, não cabendo ao filósofo
teorizar sobre “ideias sem conteúdos”, de outro, os idealistas (Fichte, Schilling e Hegel),
que levam às últimas consequências a capacidade que Kant atribuía à razão de impor
formas a priori ao conteúdo dado pela experiência. Portanto, para os idealistas, a
filosofia é o estudo dos processos pelos quais a realidade deriva dos princípios
constitutivos do espírito: o mundo é o produto de um movimento do pensamento.
2 – O Positivismo
A exaltação diante de esse novo saber e novo poder leva à concepção do cientificismo,
segundo o qual a ciência é considerada o único conhecimento possível e o método das
ciências da natureza o único válido, devendo, portanto, ser estendido a todos os campos
406
Para um rápido esboço do pensamento de Comte, vamos utilizar suas próprias palavras,
como constam da primeira lição do curso de filosofia positiva.
b) “No estado metafísico, que no fundo nada mais é do que simples modificação
geral do primeiro, os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas,
verdadeiras entidades (abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do
mundo, e concebidos como capazes de engendrar por elas próprias todos os
fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada
um, uma entidade correspondente”.
d) “(...). Essa revolução geral do espírito humano pode ser facilmente constatada
hoje, duma maneira sensível, embora indireta, considerando o desenvolvimento
da inteligência individual. (...). Ora, cada uma de nós, contemplando sua própria
história, não se lembra de que foi sucessivamente, no que concerne às noções
mais importantes, teólogo em sua infância, metafísica em sua juventude e físico
em sua virilidade”.
Desse texto podemos constatar que para Comte, o estado positivo corresponde à
maturidade do espírito humano. O termo positivo designa o real em oposição ao
quimérico, a certeza em oposição à indecisão: o preciso em oposição ao vago. É o que
se opõe as formas teológicas ou metafísicas de explicação do mundo.
Assim, enquanto o primitivo poderia explicar, por exemplo, a queda dos corpos pela
ação dos deuses, o metafísico Aristóteles a explicaria pela essência dos corpos pesados,
cuja natureza os faz tender para baixo, onde seria o seu “lugar natural”. Galileu, espírito
positivo, não indagaria o porquê, não procuraria as causas primeiras e últimas, mas
contentaria em descrever como o fenômeno ocorre.
Segundo Comte, “todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente são reais
os conhecimentos que repousam sobre fatos observados”.
Aqui o conceito de “necessidade” significa o que tem de ser e não pode deixar de ser;
nesse sentido, necessário opõe-se a contingente. No mundo da necessidade, não há lugar
para a liberdade.
Comte fez uma classificação das ciências: Matemática, Astronomia, Física, Química,
Biologia e Sociologia. O critério da classificação vai da mais simples e abstrata, que é a
matemática, até a mais complexa e concreta, que é a sociologia. E essa ordem não é
apenas lógica, mas cronológica, pois foi nessa sequencia que elas apareceram no campo.
408
A sociologia foi considerada ciência por Comte, que se diz seu fundador. Define-a
como uma física social, mas na verdade toma os modelos da biologia e explica a
sociedade como um organismo coletivo.
A Filosofia de Comte pode ser considerada como uma reação conservadora à Revolução
Francesa (1789). Colocando-se no caminho contra revolucionário, quer participar da
reconstrução, instituindo a ordem de maneira soberana.
É essa ideia de ordem que domina seu trabalho de sistematização da filosofia, levando-o
à necessidade de classificar as ciências e todo o conhecimento em quadro fechado,
estanques. (observe que a palavra ordem significa ao mesmo tempo “arranjo” e
“mando”). É ele mesmo que afirma: “nenhum grande progresso pode efetivamente se
realizar se não tende finalmente para evidente consolidação da ordem”.
A história não é mais pensada com vir a ser, mas como uma sequencia congelada de
estados definitivos, e a evolução nada mais é do que a realização, no tempo, daquilo que
já existia em forma embrionária e que se desenvolve até alcançar seu ponto final. O seu
conceito de ciência é o de um saber acabado, que se mostra sob a forma de resultados e
receitas.
Essa rígida construção teórica culmina com a concepção da religião positiva. É ela que,
integrando a sociedade dos vivos na comunidade dos mortos, na trindade formada pelo
grande ser, pelo grande feitiço e pelo grande meio, fornecerá o enquadramento social
que colocará os indivíduos ao abrigo das convulsões históricas.
Não deixa de ser estranho constatar a criação de uma religião positivista, se considerar
que o contexto Comtiano privilegia o positivo como última fase de uma evolução
iniciada pelo estado teológico, considerando o mais arcaico e infantil da humanidade.
98 – PRAGMATISMO
Introdução:
O que é Pragmatismo?
99 – PRESBITERIANISMO
1 – Introdução:
2 – História do Presbiterianismo:
Na Escócia, John Knox (1505-1572), que estudara com João Calvino em Genebra,
levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma em 1560. A primeira Igreja
Presbiteriana, a Igreja da Escócia (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.
3 – O Governo Presbiteriano:
411
100 – PRESIDENCIALISMO
1 – Introdução:
O sistema presidencialista em vigor no Brasil tem sua raiz nos Estados Unidos, o
primeiro grande país da América a adotá-lo. À medida que foram se instalando as
repúblicas nos demais países do Continente, o regime norte-americano de governo
acabou sendo replicado. A exceção é o Canadá, um país com sistema parlamentarista.
101 – PROTESTANTISMO
1 – Introdução:
A Presbiteriana, fundada pelo escocês John Knox, no século XVI, com base na
doutrina de João Calvino (1509-1564), é mais rigorosa que a vertente luterana, enfatiza
o ensino bíblico e busca evangelizar por meio da educação; a Batista, fundada em
Londres, em 1611, por um grupo de luteranos, sob a liderança de Thomas Helwys,
valoriza o batismo de adultos por imersão, fazendo da confissão de fé pessoal do
batismo o eixo ético dos fiéis; e a Metodista, fruto de uma dissidência da Igreja
Anglicana conduzida pelo pastor John Wesley, em 1740, na Inglaterra, com influencia
de Calvino, que acreditava na purificação por meio da disciplina e da negação dos
prazeres mundanos.
413
2 – Histórico:
O protestantismo tem um novo ramo em 1906, quando aparece, nos Estados Unidos, o
pentecostalismo, cuja principal característica é a convicção nos poderes do Espírito
Santo, como o de curar doenças. No Brasil, as mais importantes igrejas pentecostais
são: a Congregação Cristã no Brasil; a Assembleia de Deus; a Deus é Amor; e a
Evangelho Quadrangular. Com o pentecostalismo, surge, na década de 1970, nos EUA,
o neopentecostalismo, cujo eixo central é a Teologia da Prosperidade: o sucesso e a
felicidade devem ser alcançados nesta vida pela fé, que se confirma pelas doações à
igreja. A expulsão do demônio, enfatizada como a garantia de uma vida bem-sucedida e
feliz, geralmente marca a conversão dos fiéis. A maior denominação neopentecostal
criada no Brasil é a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada em 1977 por Edir
Macedo, no Rio de Janeiro.
Seguem-se outros dois movimentos, que surgem em 1534. Na França, o religioso João
Calvino (1509-1564) prega que o homem deve buscar o lucro por meio do trabalho e de
uma vida regrada – que também seriam formas de louvar a Deus. Na Inglaterra, após ter
um pedido de divórcio negado pelo papa e interessado em se sobrepor à autoridade
católica em seu país, o rei Henrique VIII (1491-1547) funda a Igreja Anglicana.
2.3.1 – Contrarreforma.
414
A origem dos povos do grupo linguístico dos germânicos remonta a 1700 a.C.
Informações históricas precisas sobre a presença dos germânicos às margens do Reno,
porém, datam das incursões romanas, no tempo de Júlio César, entre 55 a.C. e 53 a.C.
com desintegração do Império Romano, em 476, são criados vários reinos germânicos,
consolidados pelo Imperador franco Carlos Magno, entre 772 e 802. Além de anexar a
Saxônia, a Baviera, a Renânia e outras áreas ao domínio do recém-criado Sacro Império
Romano, Carlos Magno converte os germânicos ao cristianismo.
A Ilha da Irlanda é ocupada desde tempos pré-históricos. Sua história remonta ao século
IV a.C., quando tribos celtas de origem gaulesa se fixam na ilha e fundam a civilização
gaélica. O cristianismo é introduzido por São Patrício, no século V. devastada pelos
415
Emigração: nos séculos XVI e XVII, os irlandeses são despojados de suas terras por
colonos ingleses. Ainda no século XVII, imigrantes protestantes, vindos principalmente
da Escócia, colonizam parte do norte da ilha, o Ulster. Em 1801, a Irlanda é integrada ao
Reino Unido. Na segunda metade do século XIX é assolada por terrível seca –
conhecida como “fome da batata”, que mata mais de um milhão de pessoas. Cerca de
dois milhões emigram. Sobretudo para os EUA.
Existem também igrejas que já existiram antes da reforma protestante, por isso seria
incorreto chama-las de protestantes. Um exemplo são as Igrejas Batistas que chegaram a
ser perseguidas severamente pelos protestantes na época da reforma.
O termo protestante não foi inicialmente aplicado aos reformadores, mas foi usado
posteriormente para descrever todos os grupos que protestavam contra a Igreja Católica.
Desde aquele tempo, o termo protestante tem sido usado com diversos sentidos, muitas
vezes como um termo geral para significar apena os cristãos que não pertencem à Igreja
Católica, Ortodoxa ou Ortodoxa Oriental.
As boas obras não salvam, sendo resultados da fé e não causa de salvação. O culto
sempre é no idioma vernáculo e em sua grande maioria é simples tendo como base as
417
O ensino religioso tem como base o estudo de catecismos. No Luteranismo faz-se uso
dos Catecismos Maior e Menor de Lutero. O Catecismo de Heidelberg e o Catecismo
Maior e Menor de Westeminster são utilizados pelas Igrejas Reformadas, como a
presbiteriana.
Os cinco Solas:
É o princípio no qual a Bíblia tem primazia em relação à tradição legada pelo magistério
da Igreja, quando os princípios doutrinários entre esta e aquela forem conflitantes.
Como Martinho Lutero afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus
ensinamentos: “portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das
Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das
passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de
Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar
contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-
me. Amém”.
Afirma que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de sua
ira apenas por sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é
a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo
419
que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte
espiritual para a vida espiritual.
Afirma que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa
somente de Cristo. É pela fé em Cristo que sua justiça é imputada a nós como a única
satisfação possível da perfeita justiça de Deus.
Afirma que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente sua vida sem
pecado e expiação substitutiva são suficiente para nossa justificação e reconciliação
com Deus Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de cristo não é
declarada, e a fé em Cristo e sua obra não é proposta.
Afirma que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para sua Gloria.
diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes,
nomeadamente entre os católicos e os anglicanos.
102 – PURITANISMO
1 – Introdução:
O adjetivo “puritano” pode designar tanto o membro deste grupo de calvinistas como
aquele que é rígido nos costumes, especialmente quanto ao comportamento sexual
(pessoa austera, rígida e moralista).
2 – História:
O surgimento dos puritanos está ligado às confusões amorosas do rei Henrique VIII
(1509-1547) e à chegada do Protestantismo Continental à Inglaterra. O movimento
puritano, em seus primórdios foi claramente apoiado e influenciado por João Calvino
(1509-1564), que a partir de 1548 passou a se corresponder com os principais líderes da
Reforma Inglesa. Em 1548 foi promulgado o Ato de Supremacia, tonando o rei “o
cabeça supremo da Igreja na Inglaterra”. Com a anulação do seu casamento com
Catarina de Aragão, tia de Carlos V, o rei Henrique VIII e o Parlamento inglês separam
a Igreja da Inglaterra de Roma, em 1536, adotando a doutrina Calvinista apenas por
comodismo. A Reforma, então, teve início na Inglaterra pela autoridade do rei e do
Parlamento. No ano de 1547, Eduardo VI, um menino muito enfermo, tornou-se rei.
Em 1570, um pouco antes deste evento, Elisabete foi excomungada pelo Papa Pio V. a
morte dela, ocorreu em 1603, ela não deixou herdeiro. Apenas indicou como seu
sucessor James I, filho de Maria Stuart, que já governava a Escócia. Quando o rei foi
coroado, os puritanos, por causa da suposta formação presbiteriana do rei, inicialmente
tiveram esperança de que sua situação melhorasse. Para enfatizar sua esperança eles lhe
apresentaram, quando de sua chegada em 1603, a petição milenar, assinada por cerca de
mil ministros puritanos, em que pediam que a Igreja Anglicana fosse completamente
“puritana” na liturgia e administração.
Em 1630, John Winthrop liderou o primeiro grande grupo de puritanos até a baia de
Massachusetts e, em 1636, foi fundado o Havard College. Laud tentou impor o
Anglicanismo na Escócia, só que isto degenerou num motim que serviu para aliar
puritanos e escoceses calvinistas. Em 1638, os líderes escoceses reuniram-se numa
“solene liga e aliança” e seus exércitos marcharam contra as tropas do rei, que fugiram.
5 – A Assembleia de Westminster
6 – Consequências.
Muitos dos puritanos fugiram para países como EUA, onde introduziram o
presbiterianismo oriundo da Reforma Calvinista da Igreja da Escócia.
103 – QUINHENTISMO
Introdução:
O interesse pela cultura clássica já vinha ocorrendo desde o final do século XIII, na
Itália, onde escritores e intelectuais, chamados humanistas, liam e traduziam autores
latinos e gregos. Desse grupo, destacaram-se Dante Alighieri, Petrarca e Bocaccio.
Contexto Histórico:
Luís de Camões (1525-1580), com o poema épico Os lusíadas, além da lírica, deu a
resposta concreta a esse desejo, projetando a literatura portuguesa entre as mais
significativas do centenário europeu nesse momento histórico.
Estudiosos da cultura clássica, Camões soube somar à sua formação cultural as ricas
experiências pessoais que viveu: a guerra no norte da África, onde perdeu um olho; a
prisão motivada por um duelo; e o exílio de dezessete anos, período em que viveu na
África e na Ásia (incluindo Índia e China). Todo seu conhecimento literário, filosófico,
426
histórico, político e geográfico foi aproveitado como matéria prima para escrever seus
poemas líricos e, principalmente, sua obra épica Os lusíadas, a principal expressão do
Renascimento português.
3 – A Poesia Lírica:
Na lírica amorosa, o eu lírico nega a realização física do amor por entender que o sexo
estraga o verdadeiro amor (com maiúscula), isto é, o amor com ideia universal, como
abstração pura e perfeita, acima de todas as experiências individuais.
De acordo com as duas primeiras estrofes, o eu lírico manifesta uma concepção segundo
a qual a realização amorosa se dá por meio da imaginação. Não é preciso ter a pessoa
amada fisicamente, basta tê-la em pensamento. E, tendo-a dentro de si, na imaginação, o
eu lírico se transforma na pessoa amada, confunde-se com ela e, dessa forma, já a tem.
Contudo, nas duas últimas estrofes o eu lírico abandona o neoplatonismo e, com uma
comparação, manifesta seu desejo físico pela mulher amada: do mesmo modo que toda
matéria busca uma forma, o seu amor puro, amor-ideia, busca o objeto desse amor, ou
seja, a mulher real.
4 – A Poesia Épica:
A obra Os lusíadas foi publicada em 1572 e narra os feitos heroicos dos portugueses
que, em 1498, se lançaram ao mar, numa época em que ainda se acreditava em monstros
marinhos e abismos. Liderados por Vasco da Gama, os lusos (os portugueses, daí o
nome da obra) ultrapassaram os limites marítimos conhecidos – no caso, o cabo das
Tormentas, no sul da África – e chegaram até Calicute, na Índia. Tal façanha uniu o
Oriente e o Ocidente pelo mar, deslumbrou o mundo e foi alvo de interesses políticos e
econômicos de diversas nações europeias.
Como epopeia – gênero cultivado por escritores gregos e latinos, como Homero, autor
da Odisseia e da Ilíada, e Virgílio, autor da Eneida – a obra Os lusíadas segue a
estrutura própria do gênero, mas apresenta diferenças significativas. Por exemplo, em
vez da figura de um herói com forças sobre-humanas, como ocorre nas epopeias
clássicas, à figura de Vasco da Gama, em os lusíadas, é diluída para dar espaço aos
portugueses em geral, vistos como herói coletivo.
Outra diferença importante é que, na tradição épica, ocorre o “maravilhoso pagão”, isto
é, a interferência de deuses da mitologia nas ações humanas. Em Os lusíadas, também
há a presença de deuses da mitologia clássica, porém o paganismo convive com ideias
do cristianismo (o “maravilhoso cristão”), já que essa era a opção religiosa do autor e
dos portugueses em geral. Além disso, havia na época a pressão da Inquisição, que
controlava as publicações e chegou a pôr em dúvida a edição de Os lusíadas, em virtude
da presença de paganismo.
104 – RACIONALISMO
(Veja tópico 36 sobre o Empirismo).
1 – Introdução:
428
René Descartes (1596 – 1650), cujo nome latino era Cartesius (daí seu pensamento ser
conhecido como “cartesiano”), é considerado o “Pai da Filosofia Moderna”. Dentre
suas obras, o discurso do método e meditações metafísicas, expressa a tendência de
preocupação com o problema do conhecimento a que já nos referimos. O ponto de
partida é a busca de uma verdade primeira que não possa ser posta em dúvida. Por isso,
converte a dúvida em método. Começa duvidando de tudo, das afirmações do senso
comum, dos argumentos da autoridade, do testemunho dos sentidos, das informações da
consciência, das verdades deduzidas pelo raciocínio, da realidade do mundo exterior e
da realidade de seu próprio corpo.
2.2 – O Cogito
Descartes só interrompe essa cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser que duvida. Se
duvido, penso; se penso, existo. “Cogito Ergo Sum”, “Penso, logo Existo”. Eis aí o
fundamento, o ponto de partida para a construção de todo o seu pensamento. Mas este
“eu” cartesiano é puro pensamento, uma res cogitaus (um ser pensante), pois, no
caminho da dúvida, a realidade do corpo (res extensa, uma coisa externa, material) foi
colocada em questão.
A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável,
Descartes distingue os diversos tipos de ideias, percebendo que algumas são duvidosas e
confusas e outras são claras e distintas.
As ideias claras e distintas são ideias gerais que não derivam do particular, mas já se
encontram no espírito, como instrumentos de fundamentação para a apreensão de outras
verdades.
São as ideias inatas, que não estão sujeitas a erros, pois vêm da razão, independentes das
ideias que “vêm de fora”, formadas pela ação dos sentidos, e das outras que nós
formamos pela imaginação.
São inatas, não no sentido de que o homem já nasce com elas, mas como resultantes
exclusivas da capacidade de pensar. São ideias verdadeiras. Nessa classe estão às ideias
da substancia infinita de Deus e a ideia da substancia finita, com seus grandes grupos –
a res cogitus e a res extensa.
Embora o conceito de ideias claras e distintas resolva alguns problemas com relação à
verdade, de parte do nosso conhecimento, não dá nenhuma garantia de que o objeto
pensado corresponda a uma realidade fora do pensamento. Como sair do próprio
pensamento e recuperar o mundo?
430
2.3 – DEUS
Para isso Descartes lança mão, entre outras provas, da famosa prova ontológica da
existência de Deus. O pensamento deste objeto – Deus – é a ideia de um perfeito; se um
ser perfeito, deve ter a perfeição da existência, senão lhe faltaria algo para ser perfeito.
Portanto, ele existe.
2.4 – O MUNDO
Podemos perceber, nesse rápido relato, uma tendência forte e absoluta de valorização da
razão, do entendimento, do intelecto.
3 – Consequências Do Cogito
Acentua-se o caráter absoluto universal da razão que, partindo do cogito, só com suas
próprias forças pode chegar a descobrir todas as verdades possíveis. Daí a importância
de um método de pensamento que garanta que as imagens mentais, ou representações da
razão, correspondam aos objetos a que se referem e que são exteriores a essa razão
mesma.
A partir do século XVII, passa-se a buscar o ideal matemático, isto é, ser uma Mathesis
Universalis (matemática universal). Isso não significa aplicar a matemática no
conhecimento do mundo, mas usar o seu tipo de conhecimento que é completo,
dominado inteiramente pela inteligência e buscado na ordem e na medida, permitindo
estabelecer cadeias de razões.
105 – RACISMO
1 – Introdução:
O dia 21 de março foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o
Dia Internacional de luta pela Eliminação da Discriminação Racial. A data foi escolhida
em memória aos mais de 60 mortos do massacre ocorrido na África do Sul nesse mesmo
dia no ano de 1960.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi criada com o objetivo de proteger
os direitos fundamentais dos seres humanos condenado to tipo de discriminação pela
cor, gênero, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Existem vários tipos de racismo, entre eles o racismo individual, institucional, cultural,
primário, comunitarista ou diferencialista, o ecológico ou ambiental.
O racismo pode estar relacionado com a política de uma país, sendo um dos maiores
exemplos, a Alemanha nacional-socialista, que perseguiu e exterminou judeus, ciganos,
eslavos, entre outros grupos, com base em argumentos sobre a superioridade da raça
ariana. O anti-semitismo (racismo contra os judeus) levou ao holocausto, cuminando na
Segunda Guerra Mundial.
433
Entre as formas sobre como definir o racismo está à questão de se incluir formas de
discriminação que não são intencionais, como as que fazem suposições sobre
preferências ou habilidades dos outros com base em estereótipos raciais, ou formas
simbólicas e/ou institucionalizadas de discriminação, como a circulação de estereótipos
étnicos pela mídia. Também pode haver a inclusão de dinâmicas sócio-políticas de
estratificação social que, por vezes, têm um componente racial. Algumas definições de
racismo também incluem comportamentos e crenças discriminatórias baseadas em
estereótipos culturais, nacionais, étnicos ou religiosos. Uma interpretação do termo
sustenta que o racismo é mais bem entendido como “preconceito aliado ao poder”, visto
que sem o apoio de poderes políticos ou econômicos, o preconceito não seria capaz de
manifestar-se como um fenômeno cultural, institucional ou social generalizado. Alguns
críticos do termo afirmam que ele é aplicado diferencialmente, com foco em
preconceitos que partem de brancos e de forma que definem meras observações de
eventuais diferenças entre as raças como racismo.
3 – História do Racismo:
Na história o racismo foi uma força motriz por trás do tráfico transatlântico de escravos
e de Estado que se basearam na segregação racial. Como os Estados unidos no século
XIX e início do Século XX e a África do Sul sob o regime da Apartheid. As práticas e
ideologias do racismo são universalmente condenadas pela ONU, ou Declaração Dos
Direitos Humanos. Ele também tem sido uma parte importante da base política e
ideológica de genocídios ao redor do planeta, como o Holocausto, mas também em
434
3.1.1 – Eugenia
No século XIX, houve uma tentativa científica para explicar a superioridade racial
através da obra do Conde de Gobineau intitulada Essai Sur l’inégalite des races
humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas). Nesta obra, o autor
sustentou que, da raça ariana, nasceu a aristocracia que dominou a civilização europeia
e cujos descendentes eram os senhores naturais das outras raças inferiores.
3.1.2 – Genética
3.1.3 – Xenofobia
3.1.4 – Disgenia
Uma forma de racismo menos conhecida consiste na crença de que a miscigenação gera
indivíduos inferiores aos de “raça pura” (degeneração). Seja ambos, como defendia
Louis Agassiz, seja a um deles, como defendia Gobineau.
436
Uma forma atual de racismo tem ocorrido como reação ao racismo contra negros e de
indígenas e asiáticos que consiste em negar a identidade mestiça e a defesa de que as
populações de pardos fazem de sua condição de mestiça, exigindo-se que as populações
mestiças sejam tratadas como negras, indígenas e brancas, negando sua peculiaridade. O
Movimento Negro no Brasil não aceita o termo “mulato” nem aceita o “Movimento
Mestiço” e o grupo “Nação Mestiça”, tendo declarado o Movimento Negro que a
mestiçagem é a “ideologia do Embranquecimento”.
3.1.6 – Misoginia
O preconceito contra a mulher negra tem suas raízes na escravidão que, apresar de ter
sido abolida há décadas, no modo de pensar e de ver o outro e a si mesmo. O
preconceito contra a mulher sempre foi tão incutido na sociedade, que gerou nelas
mesmas uma visão autodepreciativa de sua posição nas relações sociais e como tal no
mercado de trabalho.
Embora, existam esforços contra a prática do racismo, esta ainda é comum a muitos
povos da terra. Uma demonstração de racismo ocorreu em pleno século XX a partir de
1948, na África do sul, quando a apartheid manteve a população africana sob o domínio
de um povo de origem europeia. Este regime político racista acabou quando, por
pressão mundial, foram convocadas as primeiras eleições para um governo
multirracional de transição, em abril de 1994.
Alfred Rosenberg também criou obras que reforçaram a teoria da superioridade racial.
Estas foram aproveitadas pelo programa político do Nazismo visando à unificação dos
alemães utilizando a identificação dos traços raciais específicos do povo dos senhores.
Como a raça alemã era bastante miscigenada, isto é, não havia uma normalidade de
traços fisionômicos, criaram-se, então raças inimigas, fazendo, desta forma, surgir um
sentimento de hostilidade e aversão dirigido a pessoas e coisas estrangeiras.
Nos Estados Unidos, o racismo chega o extremo contra os negros, índios, asiáticos e
latino-americanos, em especial no sul do país. Ate 1965, existiam leis, como as
chamadas leis de Jim Crow, que negavam aos cidadãos não brancos toda uma série de
direitos. A discriminação racial confundia-se com o preconceito social.
Na década de 1820, surge o termo “whaite trsh” (literalmente, “lixo branco”), criado por
negros para designar os brancos pobres que competiam com eles por trabalho. A elite do
país considerava este grupo como “socialmente desajustado” acusando-o de ociosidade,
imoralidade, estupidez e de responsabilidade pela disseminação de “debilidade mental”
e doenças. Eram tidos como nocivos para saúde (social, mental e genética) da população
e, ao longo dos séculos XIX e XX, milhares foram esterilizados compulsoriamente. Os
White trash (termo ainda em uso) representam um dos grupos vitimados pela eugenia
negativa, que procurava impedir a procriação dos elementos considerados “inferiores”
que pudessem “poluir” o patrimônio genético humano.
Em 1964, o presidente Lyndon Baines Johnson promulgou a Lei dos Direitos Civis de
1964 que deu uma série de direitos aos negros, tendo, na ocasião dita Johnson:
“Nós democratas perdemos o sul por uma geração” o que veio realmente acontecer. O
chamado “sólido sul” era majoritariamente democrata desde o final da Guerra Civil
(1861-1865), tornando-se, após a Lei dos Direitos Civis, e até hoje, majoritariamente
republicano.
Além disso, muitos negros foram linchados e queimados vivos sem julgamento, sem
que os autores destes assassinatos fossem punidos, principalmente pelos membros de
uma organização, a ku klux klan (KKK). Que defendia a supremacia branca. Essa
organização ainda existe naquele país, alegadamente para defender a liberdade de
expressão e liberdade de se expressar a supremacia branca. A KKK surgiu como uma
reação dos escravos nos Estados Unidos (Proclamação de Emancipação) e ao
revanchismo praticado pelos ex-escravos aliados aos nortistas (Yankees) após a Guerra
de Secessão (1861- 1865). Filmes pro-sulistas como: e o vento levou, Santa Fé Trail,
The Undefeated, o nascimento de uma nação e Jezebel; denunciam esse revanchismo
que deu origem à KKK. Atualmente, a KKK ainda existe nos Estados Unidos, embora
seja perseguida.
439
3.2.4 – Filosofia
Nesse contexto, a falta de análise crítica a aceitação cega do mito gerado dentro do
próprio grupo e a necessidade continuar ligado ao seu próprio grupo levam à
propagação do mito ao longo das gerações. O mito torna-se, a partir de então, parte do
status quo, fator responsável pela difusão de valores morais como “certo” e o “errado”,
o “aceito” e o “não aceito”, o “bom” e o “ruim”, entre outros. Esses valores são aceitos,
sem uma análise ontoaxiológica do seu fundamento, propagando-se por influência da
coerção social e se sustentando pelo pensamento conformista de que “sempre foi
assim”.
Convém ressaltar que o racismo nem sempre ocorre de forma explicita. Além disso,
existem casos em que a prática do racismo é sustentada pelo aval dos objetos de
preconceitos na medida em que também se satiriza racionalmente e/ou consente a
prática racista, de uma forma geral. Muitas vezes, o racismo é consequência de uma
educação familiar racista e discriminada.
3.2.5 - Ideologia
Como uma ideologia, o racismo existiu durante o século XIX, como racismo cientifíco
“racialismo”, que tentava dar uma classificação racial para a humanidade. Embora, tais
ideologias racistas tenham sido amplamente desacreditadas após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) e o Holocausto, o racismo e a discriminação racial permaneceram
difundidos em todo o mundo. Alguns exemplos disso no dia de hoje são estatisticas
incluindo, mas não restritas a isto, a proporção de negros nas prisões em relação aos
homens negros livres comparada a outras etnias; habilidades físicas; estatísticas sobre
capacidade mental; e outros dados recolhidos por grupos científicos. Embora estas
440
Isso já foi notado por William Edward Burghart Du Bois, que observeou que, ao fazer a
diferença entre raças, não é sobre raça que pensamos, mas sobre cultura: “... uma
história comum, leis e religião comuns, hávitos de pensamento semelhantes e um
esforço consciente em conjunto para certos ideiais de vida”. Nacionalista do final do
século XIX foram os primieros a abraçar os discursos contemporâneos sobre “raça”,
etnicidade e “sobrevivencia do mais forte” para moldar novas doutrinas nacionalistas.
Em última análises, a raça passou a representar não apenas os traços mais importantes
co corpo humano, mas também foi considerada decisiva na moldagem do caráter e da
personalidade da nação.
Várias universidades por todo o mundo têm feito ao longo das décadas diversos estudos
para determinar o conceito de racismo em diferentes grupos étnicos e em diferentes
camadas sociais. Segundo uma pesquisa da Universidade de Ontário, no Canadá,
pessoas racistas e preconceituosas apresentam quociente de inteligência mais baixo e
são mais facilmente atraídas por ideologias conservadoras e de direita. Porém, um
estudo realizado por cinco psicólogos de quatro Universidades americanas
determinaram que a intolerância não é exclusiva de ambos os lados extremos do
espectro político (extrema-esquerda e extrema-direita), mas que conservadores e liberais
tem similares níveis de intolerância.
Como a simples educação e conscientização não tem sido suficiente para minorar o
racismo presente na cultura de inúmeros países foram feitas, então, leis para coibir o
racismo.
Em 1919, criou-se uma Proposta chamada proposta de Igualdade Racial para incluir
uma provisão de igualdade racial no Pacto da Liga das Nações, a proposta foi apoiada
pela maioria, mas não foi adotada na conferência de Paz de Paris.
em vez disso falar sobre grupos étnico”. A declaração condenou teorias de racismo
cientifico que tinham desempenhado grande papel no Holocausto. O objetivo também
foi desmentir teorias científicas racistas, popularizando o conhecimento moderno sobre
a “questão racial”, e moralmente condenar o racismo como contrário à filosofia do
iluminismo e sua assunção de igualdade entre todos. Este relatório foi crucial para
terminar a política de segregação norte-americana no caso Brown V. Board of
Education of Topeka. Também em 1950, a convenção Europeia dos Direitos Humanos
foi adotada, amplamente usada em questões de discriminação racial.
Capítulo III – Artigo 21, Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
3.2.6.2 – Brasil
Nos Estados Unidos, a situação se inverteu nas últimas décadas, de leis que regulavam o
racismo, passou-se a ter leis antirracistas: nos Estados Unidos, 44 a 50 estados possuem
leis punindo explicitamente a discriminação racial. Os únicos estados que não possuem
tais leis são: Arkansas, Geórgia, Indiana, Carolina do Sul, Utah e Wyoming.
No nível federal dos Estados Unidos, algumas leis também punem crimes motivados
pelo racismo, tais como: a Lei da Acomodação Justa (The Fair Housing Act) de 1968, a
aplicável à discriminação racial do alugues, compra ou venda de imóveis; e a Lei de
Aumento das Penas para crime de Ódio (The Hate Crimes Sentecing Enhancement Act),
de 1994, aplicável a ataques racistas em propriedades federais ou parques nacionais.
3.2.6.4 – França
Na França, o artigo 225-1 do Código Penal Francês define, como discriminação “toda
distinção operada entre pessoas físicas (ou jurídicas) em razão de (...) seu pertencimento
ou não pertencimento, verdadeiro ou suposto, a uma etnia, nação, raça ou religião
determinada”. O artigo 225-2 pune tal discriminação com três anos de prisão e 45 mil
euros de multa, quando ela ocorre em função da recusa no fornecimento de um bem ou
serviço, no entrave ao exercício normal de qualquer atividade econômica, na recusa de
empregar, demitir ou aposentar uma pessoa, ou na subordinação de uma oferta de
emprego, de um pedido de estágio ou de um curso de formação na empresa a tais
características discriminatórias.
3.2.6.5 – Índia
O Sistema de Castas existentes no país tem sido apontado como forma de racismo, mas
a posição oficial do governo afirmada publicamente numa Conferencia Mundial da
Organização das Nações Unidas contra o racismo é que “as questões de castas não são
as mesmas do racismo”. A hierarquização das castas como algo inevitável não é
consensual na índia e o fato de indivíduos de algumas castas considerados “inferiores”
terem conseguido poder político tem ajudado a minorar os efeitos da segregação
tradicional.
3.2.6.6 – Israel
Em 1975, por pressão dos países árabes e com o apoio dos Soviéticos, O Sionismo foi
considerado “uma forma de racismo” pela resolução 3.379 da Assembleia Geral das
Nações Unidas. No entanto, em 1991, essa acusação foi eliminada pela resolução 4.686
da Assembleia Geral das Nações Unidas.
443
Em 2002, o parlamento israelense aprovou uma lei que nega aos cidadãos de origem
árabe do país o direito de conviver com seus cônjuges caso contraiam matrimonio com
palestinos, pois este serão recusada a permissão de residência no país. A Lei visa a
impedir a infiltração de possíveis terroristas palestinos como pretexto. Esta Lei se baseia
na Torá, no livro do Deuteronômio 7.3 que a lei israelense segue e que diz:
“Nem contrairás matrimônio com filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus
filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos”. A lei foi questionada na justiça por
diversas entidades de direitos humanos, mas em 15 de maio de 2006, foi confirmada
pela suprema corte de Israel.
3.1.6.7 – Portugal
De acordo com o novo Código Penal em vigor desde 15 de Setembro de 2007, qualquer
forma de discriminação com base na raça ou etnia é punível. Da mesma forma, são
penalizados grupos ou organizações que se dediquem a essa discriminação, assim como
as pessoas que incitam a mesma em documentos impressos ou na internet. A legislação
portuguesa aplica-se igualmente a outras formas de discriminação religiosas, de local de
origem e orientação sexual.
106 – REALISMO
1 – Introdução:
Estilo artístico da segunda metade do século XIX caracteriza-se por uma abordagem
objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. Na pintura, as obras privilegiam
cenas de grupos sociais menos favorecidos. Na literatura, o romance social é a principal
forma de expressão do período. São destaques o francês Gustave Flaubert, o russo
Fiodor Dostoievski e Machado de Assis, que inicia o estilo no Brasil com os romances
Memórias Póstumas de Brás Cubas.
2 – Antecedentes:
A segunda metade do século XIX foi sacudida por três correntes do pensamento: o
monismo materialista, o evolucionismo e o positivismo – doutrinas que, de um modo
geral, supervalorizavam a ciência em detrimento do espírito, colocavam o homem como
fruto do meio e defendiam o princípio de que só o sensível podia ser conhecido.
444
O vocábulo “Realismo” - a palavra real vem do latim: res, que significa coisa, objeto,
fato etc. o vocábulo realismo, portanto, vem de real + ismo, onde o sufixo significa
escola, doutrina, tendência etc.
Em 1880/81 firma-se soberana a nova Escola que se estende até a primeira grande
guerra.
445
3.3.1 – Realismo:
Em primeiro lugar, é importante perceber que o realismo, como atitude geral do homem
diante do mundo, não ocorre somente durante o Realismo, isto é, apenas no período
histórico que leva este nome.
Atitude realista houve sempre que o homem, em lugar de acentuar os seus valores
íntimos, a sua subjetividade, deu maior peso àquilo que estava fora dele, à realidade
objetiva. Assim, há textos “realistas” muito antes mesmo de o Realismo existir como
período literário.
Neste período, todavia, a atitude realista tanto passou a ser um hábito, como, ainda,
obedeceu a uma série de objetivos específicos, envolvendo, inclusive, um método
próprio, muito aproximado daquele desenvolvido pelas ciências naturais.
O Senso Crítico – do que foi dito acima, não se deve concluir que a obra realista
não proponha juízos de valor sobre a realidade retratada. Ao contrário,
abandonando a concepção dogmática e “inspirada” de períodos anteriores, o
realista procura, pela própria seleção dos fatos observados, pela importância que
adquirem determinadas minúcias, demonstrar um juízo crítico sobre a realidade,
emitir um julgamento sobre aquilo que viu e documentou.
A Função Social da Arte – constitui outro traço do período realista, que passa a
encarar o fenômeno estético como uma forma de atuar na sociedade,
447
107 – REDUCIONISMO
Introdução:
1 – Tendências Contemporâneas.
2 – Reducionismo.
É a maneira de pensar a matéria segundo a qual o todo (por exemplo, uma máquina ou
um animal) pode ser explicado pelas partes nas quais ele se reduz (ou seja, as peças que
compõem a máquina ou os órgãos que formam o animal). Aí há o entendimento de que
“a soma das partes equivale ao todo”. Se conhecermos as partes, conhecemos o todo.
3 – Reducionismo materialista.
Cada vez mais áreas como a genética e as neurociências, entre outras, têm tentado
mostrar que sim, que é possível e alcançado com certo êxito. Hormônios como a
448
Desde o final do século XIX surgiram vozes discordantes desse modelo de interpretação
e investigação do mundo, mas foi principalmente nas últimas décadas que aumentou
significativamente o número de adeptos de abordagens não reducionistas no campo
científico, razão pela qual se costuma falar no surgimento de um novo paradigma
científico, ou de uma ciência pós-moderna.
Nessas novas abordagens, o todo tende a ser entendido como sistema, isto é, como
estrutura organizada de elementos inter-relacionados. Assim, para ser adequadamente
compreendido, o todo não pode ser dividido e suas partes, isoladas. Elas devem ser
entendidas conjuntamente nas relações que estabelecem entre si, sempre tendo como
referencia o todo. Essa tendência é conhecida, de modo genérico, como holismo (do
grego hólos, “total”, “inteiro”, “completo”).
No entanto, há também aquele – como o pensador francês, Edgar Morin (1921) – que
defendem a tese de que, para compreender a complexidade do mundo, é preciso adotar
ao mesmo tempo as perspectivas do todo e das partes, isto é, holista e reducionista.
449
1 – Introdução:
O movimento reformista do século XVI variou bastante de país para país e, como toda
grande mudança, foi provocado por uma série de fatores, entre os quais podemos
apontar de maneira genérica: o desenvolvimento do capitalismo e da burguesia que
gerou a necessidade de uma nova ética religiosa que não condenasse atividades como o
comércio, a usura e a acumulação de capitais; o fortalecimento do poder dos reis e o
nacionalismo crescente que entrava em conflito com a autoridade supranacional do
Papado; a intensa religiosidade da época que exigia uma purificação dentro da Igreja,
bem como uma religião em cujas formas de culto os fiéis tivessem uma participação
mais direta.
No ano de 1054, a cristandade foi abalada por um primeiro e grande conflito entre o
Papado de um lado e os Imperadores e clero do Império Bizantino do outro, que
resultou no chamado Cisma do Oriente, pelo qual os cristãos daquela região se
450
Um bom exemplo de “heresia social” ocorreu na França do século XI. Na cidade Lion,
um rico comerciante chamado Pedro Valdo impressionado com a miséria do povo,
repartiu seus bens com os pobres e passou a viver do seu próprio trabalho dizendo
seguir o exemplo de Jesus. Com esta pregação fez inúmeros discípulos que foram
chamados de Valdenses.
Outra grande heresia apareceu no século XII na cidade francesa de Albi, sendo os seus
seguidores chamados de Albígenses. Além de criticarem uma série de crenças da Igreja
da época, os albigenses tal como os discípulos de Pedro Valdo, pregaram que os cristãos
deviam ser desapegados dos bens materiais como Cristo o fora.
Tais medidas que visavam a resguardar a Igreja de possíveis mudanças, puderam ser
tomadas porque no início da Baixa Idade Média o poder da alta hierarquia eclesiástica,
especialmente do Papado, era cada vez maior, no entanto, esse poder foi decisivamente
abalado a partir do início do século XIV.
No início do século XIV, o rei francês Felipe, o Belo, entrou em luta com o papa
Bonifácio VIII, por causa da questão do pagamento de impostos pela Igreja na França.
Ameaçado de ser excomungado pelo papa, ao exigir que a Igreja pagasse impostos,
Felipe, o Belo, não se deixou intimidar: para evitar a excomunhão mandou sequestrar
Bonifácio VIII. Como consequência do sequestro Bonifácio morreu e os franceses
conseguiram eleger Clemente V como papa. Subordinado às ordens do rei francês e
hostilizado pelo povo de Roma, o novo pontífice fez transferir a sede do Papado de
Roma para Avignon, no sul da França onde durante 70 anos diversos papas
permaneceram submissos aos reis franceses. Tal situação foi chamada pelos italianos de
o “Segundo Cativeiro de Babilônia”.
451
No início do século XV, o Cisma do Ocidente foi solucionado, mas deixou atrás de si
uma cristandade abalada. O poder do Papado já não era o mesmo e o seu
enfraquecimento possibilitou o aparecimento de novas heresias em diversas partes da
Europa.
b) no século XV, as ideias de Wyclif foram levadas à Boêmia por um estudante tcheco
de nome John Huss. A Boêmia, região de Tchecoslováquia, estava dominada pelos
alemães, fazendo parte do Santo Império Romano Germânico. As ideias pregadas por
John Huss queriam levar a uma religião mais pessoal, onde os leigos tivessem grande
importância. Pregava ele que os ofícios religiosos deveriam ser realizados em língua
nacional e não em latim, que era uma língua que só o clero dominava. Ao lado disso,
452
Huss insistia em que os próprios fiéis deveriam eleger os seus bispos esperando com
isso diminuir a importância dos bispos alemães na Boêmia. As ideias de Huss
alimentavam o nacionalismo do povo tcheco contra a dominação alemã.
Chamado a expor seu pensamento ao Concílio que estava reunido em Constança, para
resolver a questão do Cisma do Ocidente, Huss dirigiu-se àquela cidade. Lá chegando
não teve oportunidade de expor as suas ideias sendo preso e executado na fogueira.
Com a sua morte desencadeou-se entre os tchecos uma revolta que ficou conhecida
como Movimento Hussita. Durante um longo tempo os hussitas conduziram uma dura
guerra contra a dominação alemã e pela reforma religiosa a um só tempo, sendo
definitivamente esmagados nos fins do século. Mais tarde, no século XVI, Lutero, o
grande líder reformista, irá confessar a sua adesão a algumas das teses de John Huss.
Uma conclusão que seria importante extrair do estudo desses movimentos precursores
da Reforma é a seguinte: num mundo recém-saído da Idade Média onde a religião
possuía uma importância muito grande, qualquer mudança na esfera religiosa tendia a
produzir sérias repercussões na vida economia, social e política.
5 – A Reforma Na Alemanha
início do século XVI era um país numa dolorosa fase de transição do feudalismo para o
pré-capitalismo.
Nascido do seio de uma família de classe média, Lutero tentou com grande esforço
fazer um curso de Direito. Depois de uma intensa crise espiritual abandonou seus
estudos jurídicos para tornar-se monge e, ordenando-se em 1507, tornou-se professor da
Universidade de Wittenberg onde começou a desenvolver uma série de doutrinas que
redundariam na sua pregação reformista.
frase: “Enquanto o dinheiro tilinta na minha sacola, a alma do fiel já está entrando no
Reino dos céus”.
O debate entre os dois monges foi acompanhado por número crescente de alemães e
duraram três anos, no decorrer dos quais se foram tornando cada vez mais claras as
ideias reformistas de Lutero. Já em 1519 dizia ele estar de acordo com inúmeras teses de
John Huss, afirmando a liberdade de consciência contra a infalibilidade dos Papas e dos
Concílios. Para Lutero o homem está só perante Deus e devem estar sujeito apenas à
palavra divina manifestada nas Sagradas Escrituras.
Acusado de heresia, Lutero deveria ser preso e executado pelo governo secular. Mas a
sua popularidade era cada vez maior na Alemanha e o Imperador do Santo Império,
Carlos V, achou mais prudente reunir a Dieta Imperial na cidade de Worms para julgar
o caso do herético monge. A Dieta Imperial era uma assembleia que reunia todos os
príncipes do Santo Império. No entanto, um grande número desses príncipes já estava
contaminado pelas ideias luteranas, principalmente porque entre estas se encontrava a
ideia da secularização dos bens da Igreja pelo poder leigo.
Lutero não foi condenado pela Dieta e conseguiu asilo a Saxônia onde o príncipe de
Nome Frederico, o Sábio, passou a protegê-lo. Começou então a elaborar mais
profundamente as suas doutrinas e a traduzir a Bíblia de Latim para o Alemão, tradução
que irá torna-lo fundador da moderna língua alemã.
a) As Ideias Luteranas
A religião criada por Lutero favoreceu bastante os grandes senhores feudais alemães
que, além de confiscarem os bens do clero católico, passaram a ser os chefes espirituais
da nova Igreja Luterana. Lutero apoiou também os pequenos comerciantes, mas
condenou o grande comércio e a usura. “O grande comércio que traz mercadorias de
Calcutá, da Índia, drenando o dinheiro alemão não deveria ser permitido”. Sobre a usura
dizia ele: “O Diabo a inventou e o Papa sancionou-a causou ao mundo um mal
incalculável. ”
Na década de 1520 a Reforma Luterana propagou-se com força cada vez maior entre os
senhores feudais alemães que, convertidos ao luteranismo, secularizavam os bens da
Igreja. Em 1530, o imperador Carlos V, chefe da família Habsburgo e defensor do
catolicismo, estabeleciam por decreto que os bispos deveriam receber de volta os bens
secularizados. Tal medida levou os príncipes protestantes a se reunirem num partido
político-religioso, a chamada Liga de Smalkalde, cujo objetivo básico seria a defesa dos
interesses da religião protestante.
6 – Reforma Na Suíça
Nos fins da Idade Média na Suíça, o comércio assumia uma importância crescente.
Politicamente, o país era profundamente marcado por um forte sentimento nacionalista
que datava dos fins do século XV, quando três cantões haviam conseguido libertar-se da
dominação do Santo Império. Este sentimento de nacionalismo voltava-se também
contra a Igreja Romana que era encarada frequentemente como uma potência
estrangeira, acusada por uma série de abusos.
Concordando com Lutero, Zwuinglio afirmava que o homem está só perante Deus. A
salvação não resulta, portanto, da ação da Igreja, mas de uma relação direta entre Deus e
os homens individualmente. Dessa forma, também Zwinglio diminuía a importância do
clero, procurando criar uma Igreja onde os pastores teriam uma importância muito
pequena. O governo da Igreja de Zwinglio seria exercido por uma Assembleia eleita
pelo voto dos fiéis, derivando daí o nome de Igreja Democrática.
457
A teoria luterana da “justificação pela fé”, foi criticada por Zwinglio que desenvolveu a
teoria da Predestinação que já havia aparecido no pensamento de Lutero. Segundo ele a
salvação, como tudo mais, resulta da vontade de Deus, que escolhe os que deverão ser
salvos ou condenados. Lutero passou a considerar Zwinglio como o maior dos
heréticos.
A difusão das ideias da Igreja Democrática pela Suíça encontrou grande resistência na
parte sul do país, onde boa parte dos homens tinha como profissão servir como soldados
mercenários nos exércitos da Santa Sé. A partir daí, desencadeou-se uma guerra que
impediu a penetração das ideias reformistas nos cantões do sul que permaneceram
católicos.
7 – A Reforma Na Inglaterra
Na primeira metade do século XVI, o mais importante monarca Tudor foi Henrique
VIII, cujos problemas políticos precipitaram a Reforma no país. Henrique VIII era
casado com uma princesa espanhola pertencente à família Habsburgo, tia do Imperador
Carlos V, de nome Catarina de Aragão. Desse casamento nasceu uma filha que tomou o
nome de Maria Tudor. O problema que serviu de estopim para o movimento reformista
começou a surgir quando Henrique VIII, que desejava ter um filho homem, tentou
divorciar-se de Catarina para casar-se com Ana Bolena.
O divórcio de Henrique VIII deve, portanto, ser vistos num amplo contexto onde podem
entrar razões pessoais ao lado dos fatores fundamentais que são sociais e políticos.
A crise entre Henrique VIII e o papado iniciou-se em 1527 quando o rei inglês pediu ao
Papa Clemente VII o divórcio de Catarina de Aragão, que não lhe podia dar o filho
homem pretendido. Sabendo do desejo de Henrique VIII, o imperador Habsburgo,
Carlos V, pressionou o Papa para que este não concedesse o divórcio que afastaria sua
tia do trono inglês.
De 1536 a 1539, através de uma série de leis, Henrique VIII determinava a extinção dos
mosteiros em todo território inglês. Os inúmeros bens desses mosteiros, principalmente
terras, foram adquiridos pela coroa e pela aristocracia que desta forma aumentavam a
sua riqueza através da ruptura com a Igreja de Roma.
Em meio a todas essas medidas de profundo alcance político-social foi criada a Igreja
Anglicana que, do ponto de vista estritamente religioso, pouco se diferenciava da Igreja
Católica.
Com a morte de Henrique VIII a coroa inglesa passou para Eduardo VI, filho nascido do
terceiro casamento de Henrique VIII com Joana Seymour. No entanto, o novo rei era
menor de idade não podendo governar. A Inglaterra viveu então um momento de
regência. Os dois regentes, Thomas Cramer e o Duque de Somerset era calvinista e
procuraram difundir as ideias de Calvino no reino, rejeitando o Catolicismo e o
Anglicanismo criado por Henrique VIII.
Eduardo VI morreu ainda criança no ano 1547 e subiu ao trono inglês a filha de
Catarina de Aragão, Maria Tudor. Casada com Felipe II, monarca de Habsburgo da
Espanha, Maria Tudor governou de 1547 a 1558 e o seu período caracterizou-se por
uma tentativa de restauração do catolicismo. Para isto, desencadeou uma política de
perseguição aos calvinistas e anglicanos, que foram executados às centenas. Ao mesmo
tempo, desenvolveu uma política impopular de aproximação com a Espanha. Por
ocasião de sua morte o país encontrava-se à beira da guerra civil.
460
Sucedendo Maria Tudor subiu ao trono Elizabeth I, filha de Ana Bolena com Henrique
VIII. O período Elizabetano durou de 1558 a 1603 e foi dos mais importantes da
história inglesa. Envolvida nas guerras de corso contra Espanha, Elizabeth procurou
desenvolver uma política interna marcada pela restauração do Anglicanismo, mas
também por uma atitude de tolerância para com as outras religiões. Esta política
contribuiu para manter a paz religiosa na Inglaterra num período em que a intolerância e
as guerras religiosas tornavam-se cada vez mais comuns no Continente Europeu.
Nos meados do século XVI a Igreja Católica começou a desenvolver intensos esforços
para reformular toda uma série de aspectos da sua organização. A estes esforços de
renovação os historiadores católicos chamaram de Reforma Católica, ao passo que os
historiadores protestantes preferiram o termo Contrarreforma, por acharem que as
mudanças realizadas na Igreja Romana do século XVI visavam antes de qualquer coisa
ao combate ao Protestantismo em ascensão.
1. Os Precursores
Desde o século XV inúmeros católicos clamavam por uma melhoria nas condições da
Igreja. Estes movimentos em prol da renovação do catolicismo começaram na Espanha
com um grupo de humanistas da universidade de Salamanca chefiados pelo cardeal
Ximenes.
2. Os Papas Reformistas
Além dos Papas reformista outra grande força a serviço da Reforma Católica foi a
chamada Companhia de Jesus. Esta nova ordem religiosa foi fundada por um pequeno e
extremamente místico grupo de estudantes da universidade de Paris, entre os quais se
sobressaía a figura de Inácio de Loiola.
461
O futuro Santo Inácio pertencia à pequena nobreza espanhola em 1521 havia sofrido
sérios ferimentos em ação de guerra. A proximidade da morte parece ter sido um
elemento fundamental na vida de Inácio de Loiola. A partir daí devotou-se totalmente à
causa da religião colaborando mais tarde para a fundação da Companhia de Jesus.
A nova ordem possuía como lema “lutar por Deus e pela Cruz” sendo organizada
debaixo de uma férrea disciplina, com os objetivos de difundir a fé cristã e combater a
propagação da heresia protestante. Para a realização dos seus intentos, os jesuítas
atuaram principalmente através do ensino e da pregação, realizados na Europa e nos
continentes tocados pelos europeus através das grandes navegações do século XVI.
4. O Concílio de Trento
As forças favoráveis à Reforma Católica chegaram ao ápice dos seus esforços durante o
Concílio de Trento reunindo entre os anos de 1545 e 1563. Os bispos católicos reunidos
em Trento rejeitaram a totalidade das teses protestantes. Mantiveram os sete
sacramentos, a doutrina das boas obras, definiram melhor os dogmas católicos,
mantendo ainda o celibato eclesiástico e o uso do latim. Ao lado disso o Concílio de
Trento restaurou os Tribunais da Santa Inquisição que haviam caído em desuso, criando
ainda a chamada Congregação do Índex responsável pela censura de livros e espetáculos
a serem lidos ou assistidos pelos fiéis católicos. Para alguns historiadores o espírito do
Concílio de Trento continuou a ter grande importância na organização e no espírito da
Igreja Católica até a convocação do Concílio Vaticano II por João XXIII no ano de
1959.
Resumo:
13. Na Suíça o grande precursor da Reforma foi Ulrico Zwinglio que fundou
a chamada Igreja Democrática na região de Zurique.
109 – RENASCIMENTO
Introdução:
Entendemos como cultura leiga aquela cultura preocupada com as coisas deste mundo,
com as coisas do homem, em contraposição a uma cultura sacral, preocupada
fundamentalmente com as coisas de Deus.
Podemos dizer que a cultura medieval foi uma cultura Teocêntrica, isto é, centrada em
Deus (Teo), ao passo que a cultura moderna teve como característica predominante o
Antropocentrismo, ou seja, a crença de que o homem (antropo) devia ser o centro de
todas as coisas.
O Renascimento foi também o primeiro passo de uma cultura burguesa. O que se quer
dizer com isto? A classe burguesa que vimos surgir no início da Baixa Idade Média, no
seu processo de ascensão econômica, social e política, procurou elaborar uma cultura
capaz de refletir os seus interesses e sua nova visão do mundo.
2 – Mudanças À Vista
Corria o século XIV e na Europa – Itália, a princípio – começou a toma forma aquilo
que mais tarde o mundo conheceria como Renascimento. Àvidas, as pessoas
revisitavam os valores da antiguidade clássica. Vasculhavam velhos textos e, as redes
cobriam o ideal artístico do universo greco-romano. Mas não se tratava de uma simples
volta ao passado remoto. Acreditando-se em herdeiras das antigas tradições, essas
pessoas começaram a produzir um mundo diferente. Beneficiadas pelo desenvolvimento
sem precedentes da ciência e da técnica lançavam-se aos mares, aventuravam-se para
além das terras conhecidas e chegavam ao novo mundo – que passaria a integrar, na
qualidade de colônia, o sistema econômico e político da Europa.
Evidentemente, essa concepção abalou ainda mais o cristianismo, que via ruir, nos
novos tempos, seu sonho de unificar o mundo pela fé. “O papa e o imperador veem seus
direitos ignorados”, lamentava em 1454 o futuro papa Pio II, referindo-se aos rumos
pela Europa cristã. A queda de Constantinopla, último vestígio do outrora poderoso
Império Romano, o fim da Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453) e a Peste Negra, que na
época do conflito levou à morte um terço da população europeia, haviam deixado fortes
marcas na vida social, política e religiosa do velho continente.
A classe dos burgueses, como o próprio nome indica, compunha-se inicialmente dos
habitantes dos burgos, isto é, fortificações de que surgiram as cidades medievais. A
partir do século X, muitas delas formaram as comunas, um modo de organização social
em que os cidadãos, livres das imposições do Império, do papado ou da nobreza,
estabeleciam seu próprio destino. A principal atividade era o comércio e a manufatura,
organizados em corporações. Voltadas para gerar riquezas e não somente subsistência,
como na vida rural, as comunas prosperaram e nelas se formaram famílias ricas e
influentes – a burguesia propriamente dita – que passaram a viver dos serviços
prestados pelos trabalhadores.
A Itália, que pela sua posição geográfica controlava o comércio no Mediterrâneo, era a
mais rica das regiões. Ali nasceu o sistema de letras de câmbio e de seguros, os bancos e
outros mecanismos que tornaram mais ágil a atividade mercantil.
Além disso, a proximidade com Constantinopla fez como que a Itália se tornasse o
refúgio natural dos emigrados que fugiam da invasão turca. E com eles chegou à
península a rica tradição intelectual e cultural do Império Romano do Oriente, do qual
faziam parte diversos textos gregos desconhecidos no Ocidente.
A Itália era também a pátria do Império, o que favorecia um contato mais direto com os
valores do mundo romano que se queria ver renascer. Mais do que isso, com sua longa
história de vida autônoma e livre, distante das restrições religiosas, morais e políticas da
Idade Média, as cidades italianas formavam há tempos um ambiente propício ao
surgimento de uma nova classe, com um novo modo de vida, uma nova mentalidade,
uma nova maneira de conceber o mundo e o próprio ser humano.
Na Europa Ocidental essa cultura havia sido destruída em grande escala pelas invasões
bárbaras. Os mais importantes restos da cultura antiga encontravam-se no Oriente,
especialmente em territórios do Império Bizantino e nas terras dominadas pelos Árabes.
a) A crise do comércio no século XVI, ocorreu nos diversos países da Europa, mas
foi particularmente intensa na Itália que teve o seu comércio de produtos
orientais prejudicado pelas Grandes Navegações. A classe burguesa em crise não
pode continuar a prática do mecenato, isto é, a proteção financeira de artistas,
filósofos e homens de ciências.
Uma primeira característica renascentista foi a grande produtividade nos mais diversos
ramos da vida cultural. Na literatura, nas artes plásticas, na filosofia e na ciência, a
produção foi cada vez maior. Este aumento na produtividade dos artistas, filósofos e
homens de ciência do renascimento foi, em parte, derivado de uma revolução no
domínio das comunicações ocorrida com o aparecimento da imprensa em meados do
século XV.
Podemos dizer que uma cultura é tanto mais rica e complexa quanto maiores são as
possibilidades de comunicação nela existentes. Aos meios de comunicação cabe a
tarefa, extremamente importante em qualquer cultura, de favorecer a troca das
diferentes experiências culturais realizadas pelos indivíduos e pelos grupos humanos.
468
Nos fins da Idade Média a cavalaria como arma de guerra entrou em decadência
principalmente por causa da utilização da pólvora. Nessa época presenciamos também o
declínio da cavalaria como instituição formadora de um tipo humano que era o cavaleiro
medieval, cujas principais características eram uma vida devotada a Deus, marcada pela
fidelidade ao seu Senhor, pelo respeito às damas e pela defesa dos fracos e oprimidos.
Outro ideal repudiado pelos homens do Renascimento foi o governo limitado tal como
existia durante a Idade Média. O poder político medieval era limitado especialmente
pela moral cristã e pelo poder particularista dos senhores feudal.
Com essa obra Maquiavel tornou-se o fundador da política como ciência, procurando
afastar a moral religiosa da atividade política e mostrando que a política tem uma moral
que lhe é própria. Além disto, para muitos interpretes, o príncipe se constituiu numa
apologia dos governos fortes.
Podemos definir o Hedonismo como a filosofia que faz da busca do prazer a finalidade
primeira da vida. Nos homens do Renascimento esta é uma característica bastante
importante. Na arte medieval com muita frequência o prazer tem reduzida importância,
os artistas estão preocupados principalmente com temas como salvação das almas, a
bondade e a grandeza de Deus, enfim, toda uma série de temas ligada à religião. Nos
artistas do Renascimento uma preocupação básica é o gozo dos prazeres terrenos.
na nudez dos corpos que se vai tornando cada vez mais frequente nas pinturas
renascentistas.
8 – O Humanismo
A palavra humanismo deriva da palavra “humanus que vem do latim”, que quer dizer
cultivado. O ideal humanista foi uma das ideias básicas do Renascimento e tinha como
ponto de partida a noção de que o homem era a criatura mais importante do universo.
Mas o homem apresentava-se através da cultura, procurando a um só tempo um
constante aprimoramento do corpo e do espírito. Ao lado disto, nos fins da Idade Média,
a palavra humanista designava também os estudiosos da velha cultura greco-latina, que
se dedicavam principalmente ao estudo e tradução dos textos antigos.
9 – A Descoberta Do Homem
“O homem é o modelo do mundo”, disse um dia Leonardo da Vinci. Com essa frase, ele
de certo modo sintetizava o que era o Renascimento e suas realizações.
Esse exemplo indica a íntima relação entre a nova concepção do homem, dono do
tempo, e a classe dos mercadores, que vai constituir a burguesia. De fato, os primeiros
humanistas – são burgueses e pessoas a eles associadas. A força que domina o tempo é
também a força da iniciativa, da habilidade, da inteligência, da audácia, sempre de
caráter pessoal. Por isso, o homem virtuoso dos renascentistas italianos está longe do
participante abstrato de uma única humanidade, como o concebia o pensamento
helenístico. Na nova ordem das coisas, o homem de virtù é aquele que tem capacidade
individual de saber escolher as ocasiões propícias para, ousadamente, transformar o
curso dos acontecimentos. No Renascimento, o homem é basicamente o indivíduo.
a) A Valorização da Criatividade;
Mais do que isso, o mundo que o artista cria ultrapassa a condição mortal e efêmera do
criador. Suas obras tendem à eternidade. Não é à toa que os artistas renascentistas
tenham preferido materiais menos corrosíveis pela ação do tempo e, portanto, mais
propícios à duração e à fama, como o óleo, na pintura, e o mármore, na escultura.
Mas o artista não se limita ao ofício que o caracteriza. Se fosse mero “fazedor de arte”,
seria apenas artesão, isto é, trabalhador braçal, que continua desprezado. Ele não é
apenas o executor da obra, mas seu idealizador. Isso significa que deve dominar, além
das técnicas indispensáveis ao ofício, todo um conjunto de conhecimentos. Deve, por
isso, ser um homem universal, que tudo sabe e que tudo faz.
b) O Retorno às Humanidades;
c) Reinventando a Antiguidade;
Por trás dessa aparente divergência técnica sobre a tradução há um fosso que separa o
mundo medieval do renascentista e que se manifesta em concepções conflitantes a
respeito da educação, a começar pelo local do ensino. Se a Escolástica tinha como sede
a universidade, o núcleo das humanidades são os colégios.
Esse tipo de ensino, aparentemente fútil e frívolo, corresponde aos anseios da burguesia,
que, depois de ver consolidado seu domínio econômico, quer ser admitida nos círculos
aristocráticos, mesmo que para isso tenha de comprar títulos de nobreza. Por isso, opõe-
se às universidades, cujos “pedantismo” e “intelectualismo”, destinados a formar
teólogos e outros especialistas, de nada servem ao desejo de promoção social. “Nem
todos são chamados a ser legistas, físicos ou filósofos (...). Mas todos, tais como somos,
fomos criados para viver em sociedade e para os deveres que esta vida implica”, escreve
no século XV o educador humanista Vittorino da Feltre.
Orgulhoso de si, mas abandonado à própria sorte, esse homem procura reatar com a
ordem do mundo. Para isso, retoma as noções antigas de macrocosmo e de
microcosmo, que serviam para relacionar o ser humano ao universo. Na Idade Média, o
homem era concebido como um pequeno mundo (microcosmo) que, como criatura de
Deus, espelhava em si toda a Criação, o macrocosmo. A astrologia, embora condenada
pela Igreja, era um instrumento para desvendar esse jogo.
Caso alguém seja bem-sucedido, é porque agiu num momento de conjunção propícia
dos astros. Isso significa a crença de que as pessoas podem se aproveitar das influências
astrais. Em ocasiões favoráveis, é possível até mesmo convocar as forças da natureza,
valendo-se da magia. Nessa medida, a astrologia e a magia tornam-se uma espécie de
álibi da liberdade humana. Elas representam o momento em que o homem, tornando-se
senhor do mundo e de seu destino, ainda se sente inseguro da própria liberdade. O
pensamento renascentista irá nutrir-se dessa condição ambígua do ser humano.
474
1 – Introdução:
Com a Revolução Francesa chegou ao seu auge a chamada “Crise do Antigo Regime”,
cujas primeiras manifestações haviam sido a cultura da Ilustração e a Independência dos
Estados Unidos. A Revolução iniciada na França em 1789 representou um golpe mortal
no Absolutismo, no Mercantilismo, no poder da Igreja e da Nobreza, que eram
algumas das principais características do Antigo Regime.
A agricultura, não obstante a sua reduzida evolução técnica, continuava a ser a atividade
econômica mais importante do país dando ocupação a 20 milhões, pelo menos, de
franceses.
O tratado que beneficiava os donos dos grandes vinhedos, desencadeou uma grande e
violenta crise na indústria francesa de tecidos, incapaz de concorrer com os fabricantes
ingleses que lideravam a Revolução Industrial.
Para completar o quadro, o ano de 1787 foi marcado por uma colheita de trigo
superabundante que gerou uma baixa de preços arruinando grande numero de pessoas
que viviam da agricultura. No ano seguinte, a colheita foi desastrosa, acarretando uma
acentuada alta de preços nas cidades.
476
c) O Terceiro Estado.
Constituindo um bloco quando se tratava de lutar contra a nobreza privilegiada,
o terceiro estado também apresentava divisões, muito importantes para explicar
o desenvolvimento da revolução.
477
1 – Introdução:
A Revolução Industrial foi gerada pela Revolução Comercial, realizada entre os séculos
XV e XVIII, em alguns países da Europa Centro-Ocidental.
O aumento das trocas que, a partir do século XVI os europeus realizam numa escala
planetária levou a radical alteração na forma de produzir de alguns países da Europa
Ocidental.
Com o aumento das trocas que passaram a ser feitas com o mundo inteiro, o trabalho
artesanal, realizado com ferramentas, típico das corporações do ofício, foi sendo
substituído por um trabalho mais dividido que, utilizando máquinas numa escala
crescente, teve uma produtividade incomparavelmente maior, na França, por exemplo, a
478
maior parte dos sapatos era produzida de forma artesanal: um mesmo artesão
geralmente ligado a uma oficina corporativa, curtia o couro, cortava, costurava,
realizando sozinho, as mais diversas tarefas que resultam na fabricação de um sapato.
Nos fins do século XVIII, à medida que as corporações eram extintas e foi-se
acentuando a necessidade de se produzir mais para um mercado em constante expansão,
os operários foram sendo especializados no interior das fábricas nascentes, em cada uma
das tarefas necessárias à fabricação de um produto. No exemplo do sapato: alguns
operários curtiam o couro, outros cortavam, outros costuravam. Podemos dizer que a
crescente especialização tornou-se uma das características básicas da moderna
sociedade industrial, gerando uma produtividade cada vez maior.
c) A utilização de Máquinas
Mas, a divisão do trabalho por mais desenvolvido que fosse não conseguiria,
isoladamente, aumentar a produção e o lucro dos empresários capitalistas. Muito cedo
se verificou que maior produtividade e maiores lucros só poderiam ser conseguidos
acrescentando-se ao trabalho dividido a utilização de máquinas em grande escala.
Para compreender a importância das máquinas, basta lembrar que elas, ao contrário das
ferramentas, realizam trabalho utilizando basicamente forças da natureza como o vento,
a água, o fogo, o vapor, e um mínimo de força humana. Alguns pensadores afirmam que
a humanidade realizou seus maiores progressos no momento em que criou as várias
máquinas capazes de utilizar as grandes fontes de energia natural existentes sobre a
superfície terrestre. O progresso se realizaria no momento em que o homem conseguisse
fazer com que as forças da natureza trabalhassem por ele principalmente através das
máquinas.
Sendo a máquina alto tão fundamental para a vida humana sobre a face da terra, é de se
perguntar: por que o progresso técnico foi tão lento antes do século XVIII?
Depois dessa enumeração, vamos explicar de maneira mais aprofundada o papel de cada
um desses fatores na industrialização inglesa no século XVIII.
Em primeiro lugar a Inglaterra foi o país que mais lucrou com a Revolução Comercial,
colocando-se na vanguarda do comércio europeu especialmente a partir da segunda
metade do século XVII quando, em duas guerras, derrotou a Holanda, sua concorrente
mais próxima. A liderança comercial do país resultou na criação de um forte mercado
interno que havia começado a se desenvolver com a pirataria do período elisabetano.
Ao lado desse mercado interno, a industrialização inglesa pôde contar também com um
crescente império colonial e grandes áreas de influência. Na segunda metade do século
XVIII, no Continente Americano, a Inglaterra havia perdido as treze colônias, mas
mantinha sob seu controle o Canadá e algumas ilhas nas Antilhas. Na Ásia os ingleses
avançavam a passos largos pelo imenso e rico subcontinente indiano que terminaram
por dominar por volta de 1850.
Para manter os contatos comerciais entre a metrópole inglesa e todas essas áreas, os
ingleses contavam no século XVIII com o maior poder naval do mundo, criado
especialmente a partir dos Atos de Navegação promulgados por Cromwell em 1650.
teve seu solo preservado das múltiplas guerras que devastaram o continente europeu e
que tiveram visíveis efeitos no sentido de retardar o progresso econômico de países
como a França e a Alemanha.
Quanto à indústria rural e doméstica, podemos dizer em primeiro lugar, que ela foi
extremamente importante em vários países da Europa Ocidental até a segunda metade
do século XVIII, operando especialmente no campo da fabricação de tecidos.
Como o próprio nome indica, a indústria rural e doméstica funcionava na zona rural
onde as famílias camponesas nas suas casas, fiavam, teciam e tingiam, conseguindo
dessa forma aumentar as suas rendas. Este tipo de indústria surgiu, num primeiro
momento, para satisfazer as necessidades da própria família camponesa, que produzia
tecidos de lã e algodão com rocas e teares de madeira, movido quase sempre pela força
humana, ou de pequenos moinhos de vento e água.
481
Este novo empresário possuía, em primeiro lugar, o controle sobre a matéria-prima que
comprava e distribuía, num primeiro momento pelas casas de camponeses que se
haviam especializado no trabalho de fiação. Depois, o comerciante-manufatureiro e seus
empregados tomavam os fios elaborados, passando-os para outra série de famílias
especializadas na tecelagem. Uma vez elaborado o tecido, passava-se à última fase, a do
tingimento, no fim da qual o comerciante-manufatureiro recebia o produto acabado para
ser comercializado.
Mas, o invento central dessa primeira fase da industrialização surgiu também no ano de
1769 com o aperfeiçoamento da máquina a vapor, que havia sido inventada por
Newcomem em 1712, por James Watt. A partir daí a nova energia do vapor passou a ser
utilizada nas máquinas de fiar e tecer, fazendo o surgir a partir da década de 1770 a
indústria moderna.
Nessa mesma época, em outros setores da economia inglesa, como por exemplo o da
construção civil, estavam surgindo também inventos de grande importância. Mas, foi o
ramo da fabricação de tecidos que tivemos o setor mais crucial para o aparecimento dos
inúmeros melhoramentos técnicos que fariam o início da Revolução Industrial.
Nas novas fábricas as máquinas movidas pelo vapor, de grande custo e alta
produtividade, reuniram em torno de si centenas e depois milhares de operários. Para
custear as instalações das fábricas tornaram-se necessários grandes capitais encontrados
principalmente nas mãos dos comerciantes-manufatureiros que, enriquecidos com a
indústria rural e doméstica, transformaram-se paulatinamente nos modernos
empresários industriais.
482
O baixo custo das mercadorias produzidas pela nova fábrica foi consequencia da
utilização das máquinas, mas também dos baixos salários pagos à nascente classe
operária.
No início do século XIX, a máquina a vapor começou a ser utilizada nos meios de
transportes. Data de 1807 o primeiro barco a vapor criado por um americano de nome
Robert Fulton. Em 1825, na Inglaterra, um engenheiro chamado George Stephenson
conseguiu criar a primeira estrada de ferro.
Com o barco a vapor e as estradas de ferro o tempo das viagens diminuiu, o custo dos
transportes baixou e aumentou ainda mais o volume das trocas, isto é, o mercado. Com
o aumento das trocas e a consequente necessidade de produzir mais, tornaram-se cada
vez maiores os avanços da industrialização.
483
O grande aumento da produção industrial no início do século XIX fez com que os
empresários industriais ingleses se preocupassem cada vez mais com o aumento
constante dos mercados. Para a Inglaterra tornou-se interessante a derrubada das
barreiras mercantilistas que criavam obstáculos ao comércio internacional.
112 – ROMANTISMO
Conceito:
113 – SABELIANISMO
1 – Introdução:
Ele foi um discípulo de Noeto, motivo pelo qual os seguidores desta crença são
chamados nas fontes patrísticas de noecianos. Já Tertuliano batizou-a de
patripasianismo.
484
2 – Significado e Origens:
O sabelianismo histórico ensinava que Deus Pai era a única existência verdadeira de
Deus, uma crença conhecida como monarquianismo. Um autor descreveu o
ensinamento de Sabélio assim: A verdadeira questão, portanto, se torna esta, o que
constitui o que chamamos de ‘pessoa’ na Divindade? É original, substancial, essencial à
própria divindade? Ou é parte dos desenvolvimentos e formas de aparecer que a
Divindade criou para si para suas criaturas? A primeira opção, Sabélio negava. Esta
última ele admitia completamente.
Os modalistas afirmam que o único número atribuído a Deus na Bíblia é “Um” e que
não existe nenhuma trindade inerente atribuída a Deus explicitamente nas Escrituras. O
numero três nunca é mencionado na bíblia com relação a Deus, e as duas únicas
exceções possíveis são Mateus 28.16-20 (chamado de “Grande comissão”), 2 Coríntios
13.13 e o Comma Johanneum, que muitos consideram como uma passagem espúria
interpolada em 1 Jo. 5.7, conhecida principalmente pela tradução do rei James e em
algumas versões do Textus Receptus e que não é incluída na maior par das versões
críticas modernas. Eles acreditam que Deus teria três “faces” ou “máscaras” (em grego:
prosopa; latim personae). Já os trinitários acreditam que os três membros da Trindade
estavam presentes como seres aparentemente distintos no batismo de Jesus e acreditam
que há evidências nas escrituras para a crença trinitária.
Modalismo tem sido principalmente associado com Sabélio, que ensinava uma forma
dele em Roma no século III d.C. como um discípulo de Noeto e Práxeas.
Modalismo é a ideia de Deus como esta única substancia ou ser chamado em grego de
ousia (São João Damasceno dá a seguinte definição do valor conceitual dos dois termos
em sua dialética: Ousia é a coisa que existe por si própria e que não precisa de mais
nada para sua consistência. Novamente, ousia é tudo que ‘subsiste’ por si e que não tem
sua existência em outra coista). Esta ousiaque então emana sequencialmente várias
realidades infinitas (hypostasis) e não criadas. Sabélio foi um dos primeiros teólogos
cristãos que aplicou este raciocínio metafísico pagão (lógica aristotélica) no
cristianismo. Ele tentou reduzir cada uma das hipóteses de Deus a simples “modos” da
essência de Deus, uma única essência ou ousia, removendo assim qualquer distinção
entre as existências de deus e a essência de Deus.
As nossas principais fontes para o monarquianismo inicial do tipo modal são Tertuliano
(Adversus Praxean), Hipólito de Roma (Contra Noetum – fragmento) e a
Philosophumena. contra Noetum e a perdida Syntagma foram usadas por Epifânio de
Salamina (Haer. 57 “Noecianos”), mas as fontes dele para o capítulo 62 (Sabelianos)
são menos claras. O maior crítico do sabelianismo foi Tertuliano, que o chamou de
“Patripassianismo” em Adversus Praxeas (cap. I), das palavras latinaspater (“pai”) e
passio do verbo “sofrer”, pois o movimento pregava que Deus Pai teria sofrido na cruz.
É importante notar que as nossas únicas fontes que sobreviveram sobre o sabelianismo
são de autoria de seus detratores. Acadêmicos hoje em dia não concordam sobre o quê
exatamente Sabélio e Práxeas ensinaram. É fácil supor que Tertuliano e Hipólito tenham
exagerado ou interpretado maliciosamente as opiniões de seus adversários.
486
Tertuliano parece afirmar que a maioria dos crentes naquele tempo favoreciam o ponto
de vista sabeliano da unicidade de Deus. Epifânio de Salamina (Adv Haeres 62), por
volta de 375, relata que os aderentes do sabelianismo ainda podem ser encontrados em
grande quantidade, tanto na Mesopotâmia e em Roma. O primeiro Concílio de
Constatinopla (381), no Cânone VII, e o Terceiro Concílio de Constatinopla (680), no
cânone XCV, declararam que o batismo de Sabélio era inválido, o que indica que a
crença ainda existia na época.
4.1 – Outras:
b) Dionisio de Roma escreveu uma obra chamada “contra os Sabelianos”, na qual ele
afirma: “na verdade seria justo lutar contra aqueles que, ao dividir e rasgar a monarquia,
que é o mais augusto dos anúncios da Igreja de Deus em, como se fossem três poderes e
distintas substâncias (hipóstases) e três divindades, destruindo-a. pois eu ouvi que
alguns que pregam e ensinam a palavra de Deus entre voces professam esta opinião, que
de fato é, por assim dizer, diametralmente oposta à opinião de Sabélio. Pois ele
blasfema ao dizer que o próprio Filho é o Pai e vice-versa.”
c) tertuliano também escreveu uma obra inteira contra os sabelianos, chamada “Contra
Práxeas”, onde ele defende ferozmente o trinitarismo, contrapondo suas ideias às de
Práxeas, a quem ele faz a seguinte afirmação: “Não, mas voce de fato blasfema, pois
voce alega não somente que o Pai morreu, mas que Ele morreu a morte na cruz. Pois
amaldiçoados são os que são enforcados numa árvore – uma maldição que, seguindo a
Lei, é compatível com o Filho (no sentido de que Cristo foi feito uma maldição para
nós, mês certamente não o Pai); mas como, voce converte Cristo no Pai, voce também é
culpado de blasfêmia contra o Pai.
5 – Influências:
Tanto Michael Servetus quanto Emanuel Swedenborg têm sido interpretados como
sendo proponentes do Modalismo. Ambos descreveram deus como sendo “Uma Pessoa
Divina”, Jesus Cristo, que tem uma “alma Divina de Amor”, “Mente Divina de
Verdade” e “Corpo Divino de Atividade”.
Jesus, por um processo de união de sua forma humana com o divino, se tornou
inteiramente um com sua alma divina do Pai a ponto de não haver mais distinção de
personalidade.
487
Os pentecostais do nome de Jesus ensinam que o Pai (um ser divino) está unido com
Jesus (um homem) como o filho de Deus. Porém, há diferenças significativas com o
modalismo sabeliano, pois eles rejeitam o ssquencialismo modal e aceitam
completamente a crença de que a humanidade do Filho foi criada (e não é eterna), que
foi o homem Jesus que nasceu, foi crucificado e ressucitou.
Esta denominação cristã acredita portanto que o Cristo (Messias) foi “Filho” apenas
quando se tornou humano na terra (encarnando como o homem Jesus), mas que era o
Pai antes de ser feito homem. Eles se referem ao Pai como “Espírito” e ao Filho como
“carne”. Mas eles acreditam que Jesus e o Pai eram essencialmente uma pessoa
operando como diferentes “manifestações”. Eles rejeitam ainda a doutrina da Trindade
como sendo “pagã” e não prescrita na Bíblia e acreditam na “doutrina do Nome de
Jesus” no que diz respeito aos batismos. Eles são frequentemente referidos como
“Modalismo” ou “sabelianos” ou “Só Jesus”.
114 – SEISCENTISMO
1 – Introdução:
O Barroco foi uma escola literária desenvolvida no século XVII. Nesse período, o terror
provocado pela “Santa Inquisição” tenta limitar pensamentos e manifestações culturais
e impor austeridade.
2 – Movimento Literário:
Como movimento cultural e artístico, o Barroco se estende do final de século XVI ate o
início do século XVIII. Tem origem na Itália, alcança vários países europeus e algumas
de suas colônias, como o Brasil.
3 – Cultismo e Conceptismo:
cultismo e, respondendo à segunda pergunta, surgiu o conceptismo, que era uma atitude
de análise do ser, para a qual se empregavam os sacrifícios da lógica, como os
silogismos, dilemas etc. o cultismo foi predominante na poesia. O conceptismo, na
prosa e teve como indicador o poeta Quevedo, espanhol.
Para fins didáticos, o Barroco português vai de 1580 a 1756. O ano de 1580 e
significativo em dois aspectos: assinada a morte de Camões, o maior nome do
Classicismo português, e marca o fim da autonomia política de Portugal, pois, com a
morte de D. Sebastião, em 1578, o rei Felipe II, da Espanha, ganha o direito de subir ao
trono português. Portugal passa a fazer parte do reino espanhol.
Nos séculos XVII e XVIII, ainda não havia no Brasil condições para o desenvolvimento
de uma atividade literária propriamente dita. Nosso imenso território era, na maior parte
despovoado. A vida social brasileira girava em torno de alguns pequenos núcleos
urbanos e a vida cultural praticamente não existia. Só no século XIX começou a formar-
se um público leitor que possibilitou a continuidade da produção literária.
115 – SETECENTISMO
Introdução:
1 – Histórico:
O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às
artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua
riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica liderada pelo
pensamento burguês.
Segundo o crítico Alfredo Bosi, em seu livro História Conciso da Literatura Brasileira
(São Paulo: Cultrix, 2006), houve dois movimentos do Arcadismo no Brasil:
Seus principais autores são Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Basílio
da Gama e Santa Rita Durão. No Brasil, o ano, convencionado para o início do
Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de obras, do poeta Cláudio Manoel da
Costa.
2 – Arcádia Ultramarina:
Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada
pela Arcádia Italiana (fundad em 1960) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é,
nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina.
Por isso, que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas
obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana.
491
3 – Principais Características:
4 – termos em Latim:
Algumas delas:
Por isso, a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação do sentimento
fictício.
492
116 – SILOGISMO
Definição:
117 – SIMBOLISMO
Conceito:
O poeta francês Charles Baudelaire é considerado precursor com sua obra As Flores do
Mal, de 1857.
Nas artes plásticas, busca-se uma síntese entre a percepção dos sentidos e a reflexão
intelectual, como fez o austríaco Gustav Klimt. O belga Maurice Maeterlinck é o maior
nome do teatro simbolista.
118 – SIONISMO
Introdução:
1 – Histórico:
b) Surge a OLP;
c) Acordo de Oslo;
d) Ocupação da Cisjordânia;
O processo de paz estanca com o debati sobre temas centrais – o destino dos refugiados,
o futuro de Jerusalém Oriental, onde os palestinso querem instalar a sua capital e os
assentamentos judaicos. O impasse provoca a segunda intifada, em 2000, e o aumento
dos atentados contra Israel, que reage com ataque militar na Cisjordânia. Arafat é
sitiado em Ramallah, em 2002, e as cidades palestinas são reocupadas. Arafat morre em
2004, e o moderado Mahmoud Abbas é eleito presidente da ANP em 2005.
494
e) Vitoria do Hamas;
O principal grupo opositor do Fatah é o Hamas, criado em 1987, e que mantém a luta
armada pela destruição de Israel. Nas eleições da ANP, em 2006, o Hamas conquista a
maioria dos assuntos do Parlamento. A desilusão com o processo de paz e a corrupção
no governo da ANP explica a derrota do Fatah. Os palestinos também se voltam para o
Hamas porque o grupo sustenta uma vasta rede assistencialista com o suporte do Irã e
da Síria.
g) Gaza Isolada;
h) Turquia;
Em 2010, o ataque de Israel a uma flotilha turca que levava ajuda humanitária a Gaza
chama a atenção para a situação do território. Com a pressão internacional pelo fim do
bloqueio, Israel passa a permitir a entrada de bens de consumo básicos em Gaza.
495
i) Reconciliação;
Israel e Hamas trocam prisioneiros em 2011. O soldado israelense Gilad Shalit e 1.027
palestinos são libertados. Hamas e Fatah assinam um acordo de reconciliação em maio
de 2011 que prevê a formação de um governo de união, mas, até 2013, não há
entendimento sobre a divisão de cargos no ministério.
j) Nova Guerra;
Em novembro de 2012, um ataque de Israel mata o chefe militar do Hamas dispara 1,5
mil projéteis contra Israel, incluindo alguns mísseis de médio alcance iranianos, que
atingem pela primeira vez os subúrbios de Telaviv e Jerusalém. Israel, por sua vez,
defende-se com um eficiente estudo antimíssil. O cessar fogo entre Israel e o Hamas é
assinado no fim do mês, sob mediação dos EUA e do presidente egípcio, Mohammed
Mursi. Morrem cerca de 160 palestinos e seis israelenses.
Após os confrontos Khaled Mashal, o líder do Hamas exilado no Egito, visita Gaza pela
primeira vez e afirma que o grupo jamais reconhecerá Israel. Durante o ataque
israelense a Gaza, o Egito, a Turquia e Catar enviam seus ministros ao território para
demonstrar seu apoio ao Hamas – um fato inédito.
k) Estado Observador;
l) Fatan;
Ele é substituído pelo acadêmico Rami Hamdallah. No mesmo mês, Khaled Marshal é
reeleito para o comando do Hamas.
m) Arafat.
Em novembro, após exames nos restos mortais de Arafat, uma equipe forense suíça
informa terem sido encontrados altos níveis de polônio radioativo no corpo,
aumentando a suspeita de que ele tenha sido envenenado. Autoridades palestinas
acusam Israel e pedem a abertura de uma investigação internacional sobre o caso – o
governo israelense nega envolvimento. Em contrapartida, uma equipe forense francesa
que analisou amostras do corpo exumado de Arafat não vê indícios de envenenamento.
O atual Estado de Israel tem sua origem no sionismo (de Sion, colina da antiga
Jerusalém), movimento surgido na Europa no século XIX. Seu ideólogo, Theodor Herzl,
organiza , em 1897, em Basileia, na Suíça, o primeiro congresso sionista, pela formação
de um Estado judaico. Colonos judeu da Europa Central e Oriental, onde o
antissemitismo (preconceito contra os judeus) e mais intenso, instalam-se na Palestina,
de população majoritariamente árabe. Em 1909, cria o primeiro kibutz, colônia agrícola
de inspiração socialista.
A perseguição aos judeus pelo regime nazista de Adolf Hitler, a partir de 1933,
intensificou a migração para a Palestina. Em 1929 e em 1936 ocorrem violentos
distúrbios entre árabes e judeus.
3 – Partilha da Palestina
guerra termina em janeiro de 1949, com a vitória de Israel. Cerca de 750 mil palestinos
se refugiam na Cisplatina, em Gaza ou nos países árabes. Em seguida, o Egito,
incorpora a Faixa de Gaza; a Jordânia recebe Jerusalém Oriental e Cisjordânia.
Os Palestinos ficam sem território. O Estado árabe-palestino, previsto pela ONU, não é
proclamado, e os israelenses passam a controlar 75% do território da Palestina. A
economia floresce com o apoio estrangeiro e remessas particulares de dinheiro. Em
1956, Israel aproveita a crise do Canal de Suez e se alia à França e ao Reino Unido para
atacar o Egito na Península do Sinai e na Faixa de Gaza. Por intervenção da ONU e sob
pressão dos EUA e da União Soviética (URSS), as tropas israelenses retiram-se da
região.
Diante da aliança militar entre Egito, Síria e Jordânia – com o apoio da URSS – Israel,
fortemente armado pelos EUA, ataca os três países em 5 de junho de 1967. O episódio,
conhecido como Guerra dos Seis Dias, termina em 10 de junho com a vitória israelense
e a conquista do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, das colinas de Golã (na Síria)
e da zona oriental de Jerusalém. Resoluções da ONU determinam a devolução das áreas
ocupadas, mas Israel exige que os países árabes reconheçam sua existência. Jerusalém
Oriental é anexada em 1980.
Nova guerra eclode em, 6 de outubro de 1973, feriado judaico do Yom Kippur (dia do
Perdão). Num ataque surpresa, tropas do Egito e da Síria avançam sobre o Sinai e Golã
para reconquistar os territórios perdidos em 1967, mas são repelidas. O conflito se
estende por 19 dias e não provoca alterações territoriais. Os árabes utilizam o petróleo
como arma na guerra: boicotam seu fornecimento às nações que apoiam Israel e reduz a
produção, o que provoca escassez mundial e aumento dos preços.
Em 1977, a coligação liderada pelo partido direitista Likud ganha as eleições em Israel,
depois de 30 anos de hegemonia do Partido Trabalhista. O primeiro-ministro Menahem
Begin expande as colônias israelenses nos territórios árabes ocupados em 1967. No
mesmo ano, o presidente egípcio Anuar Sadat visita Jerusalém, o que abre caminho para
os acordos de Camp David (1978-1979), mediados pelos EUA, mas repudiados pelos
países árabes. O Sinai é devolvido ao Egito em 1982. O governo do Likud inicia a
desestatização e enfraquece a participação de membros do kibutz, que são a base de
apoio do Partido Trabalhista.
498
Em 1982, o Exército israelense invade o Líbano e cerca a capital, Beirute, para destruir
o quartel-general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), chefiada por
Yasser Arafat. Sua sede é transferida para a Tunísia. A milícia fundamentalista islâmica
Hezbollah passa a combater Israel a partir de bases no sul do Líbano em 1985.
7 – Intifada:
8 – Acordos de Oslo:
O partido Trabalhista vence as eleições de 1999 e seu líder, Ehud Barak, assume o cargo
de primeiro-ministro. Novas retiradas militares na Cisjordânia, previstas no acordo de
Wye Plantation (1998), estendem-se até março de 2000. Em maio, Israel deixa o sul do
Líbano, exceto área conhecida como fazendas de Shabaa (que a ONU afirma ser da
Síria).
Outro tema espinhoso é Jerusalém. Desde 1967, Israel instalam colônias judaicas no
setor oriental para justificar uma soberania sobre a área, hoje habitada por cerca de 200
mil judeus. Barak apresenta nova proposta: soberania palestina sobre toda a faixa de
499
Gaza e 90% da Cisjordânia. Arafat rejeita a proposta por não contemplar a entrega de
Jerusalém Oriental e o direito de retorno dos refugiados a Israel.
10 – Nova Intifada:
Em setembro de 2000, começa a nova Intifada. Seu estopim é uma caminhada do líder
do Likud, Ariel Sharon, pela Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, local sagrado
para os muçulmanos. O levante passa a ações armadas e ataques suicidas, Barak
suspende as negociações de paz. Ele perde a maioria no Parlamento e convoca eleições
apenas para primeiro-ministro.
11 – Ofensiva na Cisjordânia:
Sharon vence Barak nas urnas em 2001 e suspende as negociações com a ANP.
Organizações como o Hamas e a Jihad Islâmico desencadeiam ataques suicidas que
matam dezenas de civis israelenses. Em resposta, Israel lança ofensiva militar contra
cidades da Cisjordânia, em 2002, e ordena a construção de um muro no território para
separar judeus e árabes. Em 2003, o Quarteto – grupo diplomático formado por EUA,
União Europeia (EU), ONU e Rússia – propõe sem sucesso a criação do Estado
Palestino até 2005.
12 – Retirada de Gaza:
Em janeiro de 2006, Sharon sofre um derrame que o deixa em estado de coma. Ele é
substituído por seu vice, Ehud Olmert. Nas eleições de março, o Kadima vence e forma
uma coalizão com os trabalhistas. Olmert se mantém como premiê.
13 – Ataque ao Líbano:
de Gaza e passa a colaborar com o governo da ANP. Ainda em junho, Shimon Peres,
ex-trabalhista que aderiu ao Kadima, é eleito presidente.
14 – Annapolis:
15 – Netanyahu:
Nas eleições de fevereiro de 2009, nenhum partido obtém maioria parlamentar. O líder
Likud, Benyamin Netanyahu, costura uma aliança entre partidos de direita e o
Trabalhista e volta ao cargo de primeiro-ministro. Netanyahu apoia a política dos “dois
Estados” (um judeu e outro palestino) negociada nos Acordos de Oslo. O Estado
palestino deve ser desmilitarizado, reconhecer Israel como um Estado Judeu e Jerusalém
como a sua capital indivisível. O retorno dos refugiados deve ser resolvido fora das
fronteiras israelenses. A liderança palestina considera a proposta inaceitável.
16 – Assentamentos:
17 – Fatos Recentes:
O presidente dos EUA, Barack Obama, lança novo esforço para reavivar o processo de
paz. Em discurso sobre o Oriente Médio, em maio, ele reafirma o apoio a um Estado
palestino independente e ressalta que as fronteiras anteriores a 1967 devem ser à base
das negociações – com troca de terras dos dois lados da fronteira, para acomodar em
Israel uma parte das colônias judaicas da Cisjordânia. Netanyahu responde que as
fronteiras de 1967 são “indefensáveis”.
18 – Península do Sinai:
23 – Conflito em Gaza:
Israel lança em novembro de 2012 a Operação “pilar de Defesa” na Faixa de Gaza, com
o objetivo oficial de proteger civis israelenses dos recentes ataques com foguetes vindos
do enclave e debilitar a infraestrutura militar do Hamas. É a maior ofensiva em Gaza
desde 2009. De acordo com Israel, o sistema antimíssil Domo de Ferro, em fase de
testes, intercepta durante o conflito mais de 90% dos foguetes vindo de Gaza.
24 – Palestina na ONU:
Na 66ª. Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2011, a maioria dos
países apoia a solicitação de Abbas para que a Palestina se torne um membro pleno do
organismo, mas a questão não chega a ser analisada pela principal instância, o Conselho
de Segurança, no qual os EUA, aliados de Israel, têm poder de veto. Em novembro,
Israel declara que vai acelerar a construção de duas mil moradias em Jerusalém Oriental
e na Cisjordânia depois que a Palestina é aceita como membro pleno da Unesco.
25 – Direitos Humanos:
Em janeiro de 2013, Israel se torna o primeiro país a não cumprir uma determinação de
caráter obrigatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O órgão afirma que o
governo Netanyahu consolidou a expansão dos assentamentos judaicos em áreas
palestinas e enfatiza que a transferência de israelenses para território ocupado viola a lei
humanitária internacional. Israel rejeita o relatório.
26 – Novo Parlamento:
No mesmo mês são realizadas eleições gerais antecipadas – a coalizão governista havia
sido desfeita por não conseguir aprovar o orçamento em outubro de 2012. O resultado
mostra um Parlamento fragmentado em 12 partidos e acentua a divisão do país entre
laicos e religiosos. A coligação Likud/Israel Beytenu, de Netanyahu, é a mais votada,
mas só conquista 23,4% dos votos. O segundo colocado é o recém-criado partido laico
Yesh Atid (14,3%), que pleiteia a retomada das conversações de paz com os palestinos,
vidndo a segui os Trabalhistas (11.4%) e o religioso-ultranacionalista Lar judaico
(9,1%), defensor da expansão das colônias nos territórios ocupados. Netanyahu forma
uma coalizão de governo com o Yesh Atid, Lar Judaico, Kadima e Hatnua, e inicia o
novo governo em março.
27 – Guerra na Síria:
28 – Confrontos:
29 – Turquia:
30 – Processo de Paz:
31 – Acordo Nuclear:
Em novembro de 2013, o Irã assina um acordo para reduzir suas atividades nucleares
com as seis grandes potências, o que desagrada ao governo israelense. Netanyahu
chama o pacto de “um erro histórico” e afirma que o Irã deu mais um passo para obter
armas atômicas
119 – SIQUISMO
Introdução:
No decorrer de dois séculos, Nanak é sucedido por outros nove gurus, considerados
reencarnações do mesmo espírito. Após a morte do último guru, o espírito passa a
habitar o livro sagrado, o Granth Sahib.
505
120 – SOCIALISMO
(veja tópicos 6, 66 e 67 sobre anarquismo, liberalismo e marxismo).
1 – Introdução:
a) O que é sociologia?
Segundo um dos críticos da sociologia, de nome Anthony Giddens diz: que a sociologia
muitas vezes diz que ela trata do que todo mundo sabe em uma linguagem que ninguém
entende. Porque se diz que a sociologia trata do que todo mundo sabe?
A sociologia se debruça sobre fenômenos sociais que nos afetam em nosso dia a dia.
Esses fenômenos muitas vezes nos provocam indagações. Por que a vida em sociedade
é como é? Por que uns têm tanto e outros tão pouco? Por que obedecemos ou
contestamos? Por que as pessoas se unem ou se tornam rivais? O que nos é proibido e o
que nos é imposto como obrigação? Por que os governos se organizam de uma forma e
não de outra? Essa e outra questão voltam e meia nos intriga, mesmo que não falemos
delas refletidamente. Quando, por exemplo, simplesmente “trocamos uma ideia” com
um amigo ou colegas é capaz de expressar nossa opinião sobre qualquer tema. Portanto,
nós fazemos as mesmas perguntas que a sociologia faz e identificamos os problemas
nelas envolvidos. Nesse sentido, sabemos aquilo de que a sociologia trata. Mas será que
a sociologia usa mesmo uma linguagem que ninguém entende?
Sem dúvida, a sociologia trata de questões que reconhecemos, mas com uma linguagem
própria, diferente daquelas que costumamos usar na vida cotidiana. Ela emprega uma
maneira de falar e de escrever distinta da que utilizamos para emitir nossas opiniões
pessoais. É que a sociologia se expressa por meio de conceitos, ou seja, noções
formuladas de modo deliberado e preciso, e não por meio de noções do senso comum,
ou seja, ideias recebidas e comumente admitidas como verdades.
A sociologia nos ajuda a refletir sobre as certezas que temos, e põe nos sob observação,
de nossas opiniões mais arraigadas. É um campo do conhecimento que modifica nossa
percepção sobre o que vivemos em nossa rotina e assim contribui para alterar a maneira
de vermos nossa própria vida e o mundo que nos cerca. Refletindo sobre a crítica feita
por Anthony Giddens, podemos entender que ele nos mostra que a sociologia trata
daquilo que já sabemos de maneira que não conhecíamos antes.
“Todo homem tem igual direito à satisfação das suas necessidades e ao usufruto de
todos os bens da natureza, e a sociedade deve consolidar esta igualdade.” (Babeuf).
No século XVI, autores com Thomas More (Utopia) e Campanella (cidade do sol)
imaginam uma sociedade de iguais.
Já vimos que mesmo a teoria liberal precisou mudar adaptando suas ideias às novas
aspirações, como nos revela o pensamento de Stuart Mill. Mas, as convicções
burguesas são postas à prova pelas teorias socialistas e comunistas matizadas nas mais
diversas interpretações da situação vivida naquele momento e com diferentes propostas
de mudança, desde as reformistas até as revolucionárias.
3 – Socialismo Utópico
As teorias que aparem no século XIX são classificadas por Marx e Engels como
socialismo utópico. A elas irão contrapor o socialismo científico sem, contudo, negar a
importância precursora daqueles movimentos.
É assim que Saint-Simon estabelece o plano de uma sociedade Industrial dirigida pelos
produtores, entendendo por produtores não só a classe operária, mas todos os que criam,
sejam banqueiros, empresários, sábios ou artistas. Seu objetivo é melhorar a sorte da
classe mais numerosa e mais pobre.
Também Fourier não destaca o antagonismo entre as classes. Faz uma crítica arguta e
imperiosa ao sistema capitalista e à cobiça dos comerciantes, mas seu plano de
associação voluntaria, o falanstério – pequena unidade social abrangendo de 1.200 a
5.000 pessoas vivendo em comunidade –, não pode ser confundido com uma proposta
comunista.
Fourier respeita a herança, considera natural haver pobres e ricos e tanta atrair os
capitalistas mostrando-lhes possibilidades de lucros fabulosos caso investissem nos
falanstérios. Ingenuamente aguardava todos os dias à mesma hora, a vinda do mecenas
que financiaria seu projeto de reforma social.
Outros caminhos são percorridos por Proudhon. Ele foi deputado atuante, criou um
banco popular, para oferecer empréstimos a baixos juros, defendeu a instalação pública
e participou ativamente da primeira internacional. Tendo nascido de família pobre,
sempre desejou permanecer próximo às suas origens. Preconizava a autonomia da classe
operária na organização de sua luta contra a exploração capitalista.
Com o britânico Owen aparece a ideia de que o trabalho é criador de riquezas, que não é
usufruída pelo operário, mas lhe é extorquida. Tenta pôr em prática as concepções
socialistas organizando colônias cooperativas onde a propriedade privada seria
totalmente excluída. Apesar da grande repercussão de suas ideias, as tentativas de
concretizá-las falhem completamente. Antes admirado e festejado até por governantes e
príncipes, ao formular suas teorias comunistas passa a ser atacado e execrado.
De qualquer forma, as soluções que preconiza não vão além de uma tendência
fortemente filantrópica e paternalista: melhoria de alojamento e higiene, construção de
escolas, aumento de salários, redução das horas de trabalho.
Robert Owen (1771 – 1858), foi diretor de fábrica, ficou sensibilizado com as precárias
condições de vida do operário, as longas jornadas de trabalho, a insalubridade e o rápido
crescimento do maquinário. Propôs uma reforma da sociedade, que não foi além da
filantropia e do paternalismo. Acreditava na possibilidade de educar o homem e de
moralizar o mundo. Suas tentativas de organizar colônias cooperativas e de apoiar os
sindicatos falharam completamente. O equívoco de Owen foi imaginar que a reforma
social acontece de modo independente da ação política e da conquista do poder.
Pretendia uma reforma social sem ação política.
Embora reconheçam a importância das primeiras teorias socialistas, Marx e Engels não
lhes pouparam severas críticas. Vimos que são eles que “batizam” os socialistas que os
antecedem de utópicos.
A palavra utopia, como já vimos, significa em nenhum lugar (u-topos) e embora possa
ter uma conotação positiva, de algo que ainda não é, mas poderá vir a ser, a
denominação dada por Marx é pejorativa, pois não vê em tais teorias nenhuma condição
de reverter o quadro de injustiça e exploração vigentes.
510
Segundo Marx e Engels, as teorias do socialismo utópico são inócuas porque em geral
são paternalistas, já que à organização do proletariado contrapõem “uma organização da
sociedade pré-fabricada por eles”, não percebendo no proletariado nenhuma iniciativa
histórica, nenhum movimento político que lhe seja próprio. Idealistas, não reconhecem
quais seriam as condições materiais de emancipação, ocupando-se com “leis sociais que
permitam criar essas condições”. Substituem a atividade social pela sua própria
imaginação pessoal. Moralistas, pretendem reformar a sociedade pela força do exemplo.
Ingênuos, pensam que experiências em pequenas escalas poderão frutificar e se
expandir, alcançando seus fins por meios pacíficos e não revolucionários.
Há verdades nessas críticas, mas é preciso reconhecer também que a oposição feita
pelos Marxistas “entre ciência e utopia está carregada daquela pretensão cientificista
cara ao século XIX”, segunda a qual só o método marxista, o materialismo dialético e
histórico poderia pretender ser verdadeiramente científico e qualquer outro método seria
utópico, ou seja, ingênuo, pueril, irrealista, moralista, metafísico, até mesmo religioso.
Em outras palavras, tal posicionamento, ao reafirmar a ideia de uma continuidade
histórica entre um socialismo utópico precursor ultrapassado e um marxismo científico
que revela ao movimento operário sua plena maturidade é revelada dessa filosofia da
história própria a todos os determinismos positivista.
5 – Feuerbach
Feuerbach (1804 – 1872) pertence à ala dos jovens hegelianos de esquerda. Do mestre
utiliza o conceito de alienação para aplica-lo na defesa da tese do ateísmo. Segundo
Feuerbach, a “alienação religiosa” consiste no processo antropomórfico segundo o qual
o homem projeta o céu a sua própria imagem idealizada; não foi Deus que criou o
homem; ao contrário, foi o homem quem criou Deus. Mas, ao adorar esse Deus forjado
por ele mesmo, o homem religioso se despersonaliza, não mais se pertence, se aliena.
Marx e Engels aproveitam as análises de Feuerbach, mas vão além, criticando nele o
desprezo pela contribuição do método dialético, o que o faz repetir de certa forma o
materialismo mecanicista do século XVIII. Ao compreender o homem como máquina,
Feuerbach torna-se incapaz de perceber o mundo como processo, como matéria em via
de desenvolvimento histórico.
Segundo Marx, nas Teses sobre Feuerbach, o erro deste está em analisar o homem
abstratamente, desvinculado da sua realidade, que consiste no conjunto das relações
sociais.
511
Quanto à política, muito cedo a promessa de que o poder deveria ser dado aos soviete
foi desmentida com a crescente identificação entre o Estado e o Partido Único, que
sufocou o pluralismo e a possibilidade de contestação do sistema. A centralização do
poder criou a camada dirigente dos burocratas que mantinham privilégios e não
conseguiam evitar a corrupção.
Na gestão Brejnev (de 1964 a 1982), o gigante soviético começa a perceber nítidos
sinais da crise que se avizinha. Quando Gorbatchev sobe ao poder em 1985, inicia uma
série de mudanças. A perestroika, ou “reestruturação da economia”, tem por objetivo
quebrar a rigidez do planejamento estatal com a introdução de elementos de regulação
de mercado. A glasnost, ou “abertura”, “transparência”, refere-se às reformas nas
instituições políticas, visando à renovação dos quadros da velha e autoritária elite
burocrática dirigente; suas consequências foram à libertação dos presos políticos, a
garantia da impressa livre e da liberdade individual.
A glasnost, por ter sido desencadeada ao mesmo tempo em que a perestroika, trouxe ao
conhecimento dos soviéticos fatos que aceleraram os anseios de libertação e a
impaciência de aguardar as reformas mais lentas da economia.
121 – SOFISMO
1 – Introdução:
2 – Os Sofistas:
Apesar de suas contradições, o ideal democrático devia ser justificado. Coube aos
sofistas, no século V. a.C., a função de elaborar a teorização que interessava à nova
classe dos comerciantes. E isso acontece no período clássico da história grega.
O período clássico acontece nos séculos V e IV a. C. e dele faz parte, além de Sócrates,
seu discípulo Platão, que por sua vez foi o mestre de Aristóteles. Os sofistas são
contemporâneos de Sócrates e foram por ele duramente criticados.
À virtude (areté) de uma aristocracia guerreira opõe-se a virtude do cidadão: a maior das
virtudes é a justiça, e todos, desde cidadãos da pólis, devem ter direito ao exercício do
poder. Enquanto na aristocracia predomina a areté ética, para o cidadão ela é política e
mais objetiva que a anterior, pos o critério do justo e do injusto se acha na lei escrita.
513
A exigência que os sofistas vêm satisfazer não é apenas de ordem teórica, mas também
prática, voltada para a vida para a vida. Segundo Jaeger, historiador da filosofia,
exercem por isso uma influencia muito forte, vinculando-se à tradição educativa dos
poetas Homero e Hesíodo.
Os sofistas são os mestres da nova areté política, e o instrumento desse processo será a
retórica, ou seja, a arte de bem falar, de utilizar a linguagem em um discurso persuasivo.
É bem verdade que esse movimento não se dirige ao povo em geral, mas a um elite,
àqueles bons oradores que poderiam, nas assembléias públicas, fazer uso da palavra
livre e pronunciar discursos convincentes e oportunos. Com o brilhantismo da
participação no debate público, deslumbram os jovens do seu tempo. Desenvolvem o
espírito crítico e a facilidade de expressão.
3 – Teoria do Conhecimento:
Todo cidadão tinha direito de participar da democracia de Atenas. Era importante saber
argumentar na assembleia popular. Uma vez qua a obtenção de vantagens pessoais
dependia da habilidade pessoal, tornou-se evidente o individualismo.
Na época dos sofistas, a competência política não era considerada um talento inato e,
por isso, procurou-se um método para adquirir conhecimentos que possibilitassem fazer
frente à nova realidade. Os sofistas passaram a ensinar as técnicas do sucesso
individual. Era a arte para poder vencer numa sociedade competitiva. O ensino
preparava as pessoas para as disputas verbais. O educando era preparado para defender
514
Toda Verdade é imaterial. Por ser também imaterial, somente a alma pode
conhecer a verdade. A verdade não é apreendida, mas ela é conhecida à luz das
ideias eternas.
Mas, a alma está enfraquecida por causa do pecado original. Ela necessita de
uma ajuda especial: a iluminação divina para esclarecer o intelecto. O
conhecimento inteligível é radicalmente diferente do conhecimento sensível. Por
isso, a alma só pode alcançar a Verdade, quando ela se distancia do sensível, do
material, do relativo e do instável. O conhecimento inteligível é o início
caminho que conduz à Verdade.
Descartes rejeitou os dados dos sentidos, que podem nos enganar. Rejeitou
também os raciocínios, que podem nos induzir a erros. Só podemos atingir a
verdade, se colocarmos todas as coisas em dúvida.
Com este raciocínio, Hume afirma que a relação entre causa e efeito não é
necessária. Passado o efeito, nunca percebemos a causa. Desse modo, Hume
tornou-se o mais radical dos empiristas. A causalidade não seria uma
propriedade do real; mas tão somente o resultado de nosso hábito de perceber
520
O tempo e o espaço são formas que o sujeito coloca nos objetos. Nós
enquadramos os fenômenos nos moldes subjetivos de tempo e espaço. Portanto,
espaço são dependentes da mente do sujeito. Ordenando assim os objetos nas
formas de sensibilidade, a razão organiza as percepções, que são transformadas
em conhecimento. Espaço e tempo são contribuições que a mente constitui para
observar o mundo. São contribuições independentes da experiência e, portanto,
são apriori.
521
Hegel fez uma distinção entre razão e entendimento. A razão nos possibilita o
acesso a um conhecimento mais elevado. Ela permite que alcancemos o
Absoluto. Abrangendo a totalidade, a razão supera as contradições. Mas, o
entendimento para diante das diferenças.
522
122 – SUBJETIVISMO
Definição:
O subjetivismo pode ser notado através do verbo na primeira pessoa. Trata-se sempre de
uma opinião parcelar, dada por um indivíduo que baseia sua perspectiva naquilo que
525
123 – SURREALISMO
Conceito:
124 – TAOÍSMO
1 – Introdução
É uma das quatro religiões da Ásia Oriental, tais como o Confucionismo, o Budismo e o
Xintoísmo. Muito de suas crenças são distintas entre si, mas possuem alguns aspectos
em comum.
As religiões orientais são mais humanísticas do que deísticas e, portanto, nem sempre
podem ser consideradas religiões. Seus fundadores não buscavam a Deus, mas
procuravam maneiras de conviverem em paz. As religiões orientais são inclusivistas. A
pessoa pode ser Budista, Taoísta e Confucionista ao mesmo tempo. As religiões
ocidentais não são tão tolerantes assim. Não é frequente ouvir alguem dizer: “sou cristão
e muçulmano”.
2 – Conhecendo o Taoísmo
Definição de Taoísmo:
2.2 – Origens:
Lao-Tzu. O taoísmo é a religião mais antiga da China, com fundador pessoal. Segundo
as tradições, o fundador foi Lao-tzu, um filósofo chinês (604-517 a.C.). Existem lendas
527
a respeito do seu nascimento e da sua vida. Segundo uma dessas lendas, viveu sessenta
anos no ventre da mãe antes de nascer. Quando nasceu, foi saudado como “Velo
Mestre”, porque seus cabelos já eram brancos. Algumas pessoas duvidam que ele fosse
uma pessoa real ou apenas um sistema de crenças nos livros sagrados taoístas. As datas
citadas para a sua vida, portanto, são apenas sugestões.
Segundo uma tradição taoísta, Lao-tzu nasceu em Chujen, uma aldeia no distrito Hu da
província de Honan, cerca de cinquenta anos antes do Confúcio. Vivia nos tempos de
Zoroastro (na Pérsia) e dos profetas hebreus Jeremias e Ezequiel. Recebeu um cargo na
corte real da dinastia Chou como estudioso encarregado dos livros sagrados. Era uma
pessoa quieta, que mantinha poucos contatos sociais. Era considerado um santo e, pouco
depois da sua morte, passou a ser adorado como divino.
Lao-tzu e Confúcio viviam na China num período de caos nacional. Tinha havido um
governo feudal (um sistema de proprietários de terras que também eram donos dos
habitantes) que começara a desfazer-se. Inimigos invadiam com regularidade o país.
Filósofos e mestres viajavam pela nação. Todas as cortes da China eram infestadas de
filósofos ambulantes, cada um insistindo que o governante aceitasse suas alegações.
Havia ativismo e quietismo, moralidade e amoralidade, individualismo e supremacia do
estado. Numa só coisa estavam unidos. Cada um reivindicava possuir a arte de
governar, mediante a qual os ancestrais se tornaram poderosos no passado. Lao tzu
procurava restaurar a ordem política e social, mas foi mal sucedido, a lenda disse que
deixou o livro sagrado do taoísmo na Grande Muralha da China, e que saiu em busca da
vida eterna e da união com o Tao.
O Tao não é chamado de Deus, mas na crença taoísta, realiza a mesma obra que um
deus. Assim como no caso do ser supremo do hinduísmo, o Tao não é um deus pessoal.
É uma força que está em mudança incessante. Nos escritos sagrados taoísta, o Tao é
chamado o completo, aquele que tudo abrange o grandioso, a realidade. Vários
escritores chamam o Tao: “força, razão, ser supremo, providência, deus, palavra, logos”.
Com efeito, a tradução de João 1.1 em chinês emprega “Tao” no lugar de “Verbo”. “No
princípio era o Tao, e o Tao estava com Deus, e o Tao era Deus”. (Hume, pg, 144).
Numa declaração famosa, Lao-tzu expressou a ideia de Tao. “Os caminhos dos homens
528
são determinados por aqueles do céu, os caminhos do céu, por aqueles do Tao, e o Tao
veio a existir por si mesmo”.
Além do alcance das palavras. Segundo seus seguidores, o taoísmo não pode ser
descrito, porque está sempre em mudança. Se pudesse ser explicado, já não seria Tao.
“O Tao a respeito do qual se pode falar não é o Tao absoluto”. Pode ser entendido
apenas intuitivamente, e não pelo pensamento racional. Declara-se que é metafísico, ou
seja: além do âmbito físico. É invisível e transcende o mundo humano: o processo
visível da natureza por meio do que todas as coisas se transformam. Vendo os
resultados desse processo, pode-se perceber que o Tao existe quanto a isso, pensamos
nas palavras de Jesus em João 3.8: “O vento assopra onde quer”.
Uma das crenças chinesas mais antigas referia-se a yin e yang. Trata-se segundo se diz,
da interação entre os princípios negativo e positivo da natureza. Seu símbolo é um
círculo dividido em duas metades em forma de pera, frequentemente visto nos enfeites
chineses. Acredita-se que o yin e o yang foram criados por si mesmos e que controlam a
totalidade da terra e do céu. O yin é a força negativa da natureza. É escuro, frio, úmido,
feminino, é a terra e a lua. O yang é a força positiva da natureza. É luminoso, quente,
masculino, seco, é o sol. Nenhuma avaliação é aplicada a eles para julgá-los; nem são
bons nem maus. A totalidade da natureza, dos seres humanos e dos eventos equilibram
essas forças. Quando cooperam em harmonia, a vida é aquilo que deve ser.
529
O yin e o yang são usados na adivinhação. O símbolo é cercado de oito trigramas, que
são todas as combinações possíveis de linhas quebradas e completas, dispostas em
grupo de três. A linha completa representa o princípio positivo ou masculino. A linha
quebrada representa coisas tais como a água, o trovão, a lua, a terra, a montanha, o fogo,
o raio, o vento e o céu. Há sessenta e quatro hexagramas, sendo que cada um representa
outros aspectos do universo. As plantas, quando as deixamos cair no chão, formam
desenhos como um dos oito trigramas. Os adivinhadores alegam que conseguem lê-los e
adivinhar o presente ou predizer o futuro.
Os ensinos do taoísmo no diz respeito à vida e à conduta são descritos por quatro
considerações no Tao-Ching, os livros sagrados.
A força básica por detrás do universo é o Tao. É uma unidade que não pode ser
definida. A partir do primeiro significado de “caminho”, seguem-se três outros
significados:
Os taoísta dizem que, posto que Tao seja a origem do universo, é inútil lutar contra ele.
Assim como a água desgasta a pedra, todas as obras dos homens serão destruídas por
Tao e, portanto, cada pessoa deve procurar unir-se a Tao. Os taoístas genuínos têm uma
vida quieta e simples.
A vida deve ser vivida com simplicidade. Visto que todas as obras dos homens
serão destruídas, alguns taoístas viram as costas à sociedade e até mesmo à
própria família. Consideram que todos os laços deste tipo são empecilhos à vida
e tornam-se eremitas. Lao-tzu ensinava que no governo, o menor é o maior. O
melhor governante é aquele que governa menos e que fica no anonimato. Em
semelhante estado, cessariam as brigas e as guerras.
4 – Escritos do Taoísmo
5 – Desenvolvimento do Taoísmo
6 – Avaliação do Taoísmo
1 – Introdução:
a) O que é Socialismo?
Nos anos 80, os fracassos básicos das economias planejadas do bloco comunista
depreciaram totalmente a tradição “socialismo do Estado”. este descrédito permitiu que
a esquerda social-democrata sueco e alemão, o trabalhista britânico e o socialista
francês esclarecesse seu compormisso com o pluralismo econômico, uma economia
mista cujos mercados são regulados pelos governos, visando maior liberdade, igualdade
e comunhão.
b) Marxismo:
c) Social Democracia:
1 – Introdução:
Para melhor exercer o poder, Stálin interfere em todos os domínios da cultura: Jdanov,
membro do partido, dá os cânones da produção artística e critica os “desvios burgueses”
das letras e das artes; o biólogo Lysenko rejeita a genética mendeliana, acusando-a de
burguesa e conservadora (!) porque, para Mendel, os caracteres veiculados conservam-
se de geração em geração; Lysenko retoma as ultrapassadas teorias lamarchianas,
segundo as quais os caracteres adquiridos poderiam se tornar hereditários.
127 – TOMISTA
(veja o tópico 74 sobre Neotomismo)
1 – Concepção Tomista:
Com Aristóteles, Santo Tomás considera que o homem só encontra sua realização na
cidade, e o plano político é a instância possível em que o governo não tirânico pode
aliar ordem e justiça na busca do bem comum. O poder político, mesmo que seja de
origem divina, circunscreve-se na ordem das necessidades naturais do homem enquanto
ser social que necessita alcançar seus fins terrenos. Daí que o estudo da política requer o
uso da razão natural, não se circunscrevendo apenas ao âmbito da teologia.
537
No entanto, coerente também com sua visão religiosa do mundo, Santo Tomás conclui
que o Estado conduz o homem até certo ponto, quando então se exige o concurso do
poder da Igreja, sem dúvida superior, e que cuidará da dimensão sobrenatural do destino
humano. Embora ainda mantendo a hierarquia entre as duas instâncias atenuam sem
dúvida os excessos da doutrina nascida da “luta das duas espadas”.
Preocupado com a questão da tirania, considera que a paz social resulta da unidade do
Estado, sendo importante a virtude do governante. Ao abordar as formas de governo,
indica suas preferencias pela monarquia, desde que “temperada”, em que o poder é
repartido entre o rei e um grupo de homens especiais escolhidos pela maioria:
“primeiro, um chefe único, escolhido por sua virtude, que esteja à frente de todos; em
seguida, abaixo dele, alguns chefes escolhidos por sua virtude; sendo autoridade de
alguns, a deles nem por isso deixa de ser autoridade de todos, visto que pode ser
escolhido na totalidade o povo, ou realmente o são”.
128 – TOTALITARISMO
1 – Introdução:
Sistema Político no qual todas as atividades do ser humano estão submetidas ao Estado.
2 – Situação Histórica
A inflação e a alta do custo de vida são reflexos da crise econômica que se torna mais
aguda quando, em 1929, ocorre a “quebra” da Bolsa de Nova Iorque, com repercussões
mundiais. A Grande Depressão ocasiona desemprego em massa e falências, o que
recrudescem os antagonismos e, consequentemente, as críticas ao modelo do
liberalismo, incapaz de evitar crises como essas.
A aliança com setores mais conservadores, ligados à grande indústria monopolista, aos
bancos e às finanças em geral, é que pode explicar o fato de esses partidos terem
chegado ao poder por via legal. É interessante notar que, apesar de o verdadeiro poder
vir da oligarquia e de nesses movimentos se encontrarem adeptos de todas as camadas
sociais, inclusive proletários, é da classe média que saem os elementos que formarão os
principais quadros. A fúria da adesão pequeno-burguesa talvez se explique pela
constante ameaça de proletarização em momento de crise.
3 – Características Principais
Origem da Nomenclatura:
O termo fascismo, lançado por Mussolini, vem do italiano fascio, que significa “feixe”.
Na Roma Antiga, os magistrados eram precedidos por funcionários, os littori, que
539
empunhavam machados cujos cabos compridos eram reforçados por muitas varas
fortemente atadas em torno da haste central. Os machados simbolizam o poder do
Estado de decapitar os inimigos da ordem pública e as varas amarradas representam a
unidade do povo em torno de sua liderança. Fascio são também organizações populares
que surgem na Itália, desde o século XIX, formadas na luta em defesa dos interesses de
determinadas comunidades. Em 1919, Mussolini fundo os fasci di comattimento, que
em seguida proliferam por toda a Itália.
É interessante lembrar que antes de se tornar líder da direita fascista, Mussolini foi um
jornalista cuja atividade política tinha tendências socialistas. Defendendo posições de
esquerda, foi preso sob acusação de incitamento à greve.
O termo nazismo surge quando Hitler entra para o Partido Operário Alemão e muda o
nome para Partido Operário Alemão Nacional-Socialista (Nationalzsozialistische
Deutsche Arbeiterpartei), cuja abreviação passa a ser Nazi. Hitler também cria o
estandarte da cruz gamada (suástica), símbolo do movimento.
Doutrina:
Nacionalismo:
Auxiliado por teorias pseudocientíficas, Hitler estabelece critérios para valorizar a “raça
ariana”, a elite nórdica, e exclui do poder as “raças passivas”, de “menor valor”,
propondo inclusive a eliminação da raça judaica, “antítese da raça ariana”, todos sabem
a consequência dessa ideologia: a perseguição dos judeus, culminando com os campos
de concentração e o genocídio. Ainda na perspectiva racista, o nazismo difunde técnicas
de eugenia para o “aprimoramento da raça superior”, proíbe a mestiçagem e propõe
esterilizações orientadas pelo princípio de que só os indivíduos são devem procriar.
Totalitarismo:
Ao lado dessa exaltação, há o controle das informações pela censura, tanto de notícias
quanto da produção artística e cultural.
A educação é orientada no sentido da valorização das disciplinas de moral e cívica,
visando à formação do caráter, da força de vontade, da disciplina, do amor à pátria,
importantes para o cidadão. Dedica-se especial atenção à educação física, tendo em
vista o ideal de corpos perfeitamente sadios, e há mal disfarçado desprezo pelas
atividades intelectuais.
129 – TRINITARISMO
1 – Introdução:
O que é Trinitarianismo?
Segundo o dicionário da Língua Portuguesa Larousse, é a crença na “Trindade”. Assim
define o Dicionário: “1. Trindade – s.f. do latim (trinitas). Na teologia cristã,
designação de Deus em três entidades (Pai, Filho e o Espírito Santo). (Usa-se com letras
maiúsculas); 2. P.ext. Divindade Tríplice; 3. Tríade”.
O que é Trinitarianismo Bíblico? É o ensino de que Deus é triúno, que Ele tem Se
revelado em três pessoas co-eternas.
(*) Para uma apresentação bíblica e detalhada da Trindade, por favor, leia nosso artigo
sobre o que a bíblia ensina sobre a Trindade. O propósito desse artigo é apenas discutir
a importância do Trinitarianismo em relação à salvação e vida Cristã.
Frequentemente recebemos a pergunta: “tenho que acreditar na Trindade para ser
salvo?” a resposta é – sim e não. Tem uma pessoa compreender totalmente e concordar
com todos os aspectos do Trinitarianismo para ser salvo? Não. Há certos aspectos do
Trinitarianismo que fazem um papel importante em salvação? Sim. Por exemplo, a
divindade de Cristo é de importância crucial à doutrina da salvação. Se Jesus não fosse
Deus, sua morte não poderia ter pagado a penalidade infinita do pecado. Só Deus é
infinito – Ele não teve um começo e não tem um fim. Todas as outras criaturas,
incluindo os anjos, são finitas – eles são todos seres criados. Apenas a morte de um Ser
infinito poderia expiar pelo pecado da humanidade por toda a eternidade. Se Jesus não
fosse Deus, Ele não poderia ser o Salvador, o Messias, o Cordeiro de Deus que tira os
pecados do mundo (João 1.29). Uma opinião não bíblica da natureza divina de Jesus
resulta em uma opinião errada sobre salvação. Toda seita “cristã” que nega a divindade
verdadeira de Cristo também ensina que precisamos adicionar nossas obras à morte de
Cristo para podermos ser salvos. A verdadeira e completa divindade de Cristo, um
aspecto do Trinitarianismo, refuta esse conceito.
543
Ao mesmo tempo, reconhecemos que há seguidores de Jesus Cristo que não defendem o
Trinitarianismo por completo. Enquanto rejeitamos Modalismo, não negamos que uma
pessoa pode ser salva e acreditar que Deus não é três Pessoas, mas simplesmente Se
revelou de três “modos”. A Trindade é um mistério que nenhum ser humano finito pode
completamente e perfeitamente compreender. Para salvação ser recebida, Deus exige
que confiemos em Jesus Cristo, Deus encarnado, como Salvador. Para salvação ser
recebida, Deus não exige aderência completa a todo preceito de teologia Bíblica ensina.
Não, entendimento completo e concordar completamente com todos os aspectos do
Trinitarianismo não são necessários para salvação.
2 – Refutação:
2.1 – Mentiras que os Trinitarianos atribuem a Deus, Jesus Cristo e a Bíblia.
Disse Jesus: Seja, porém, o vosso falar: Sim, Sim; não, não; pois o que
passa daí, vem do maligno. Mateu 5.37.
Se estas palavras de Jesus são verdadeiras, como cremos que de fato são isto significa,
que, em tudo que Ele disse, nunca houve meias verdades. Afinal de contas, Ele próprio,
repetidas vezes, afirmou:
“A palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.” Jo. 14.24. E
numa oração ao Pai, acrescentou: “Porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me
deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu
me enviaste.” Jo. 17.8.
Portanto, se nas palavras de Jesus nunca houve meias verdades, muito mentos haveria
nas palavras de Seu Pai. Até porque, toda meia-verdade não passa de uma mentira
disfarçada. E isto também provém do Maligno. Numa das descrições que fez do diabo,
Jesus afirmou que ele “jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade.
Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da
mentira.” Jo. 8.44.
544
A igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois de quatro séculos de
investigações, decidiu expressar a doutrina deste modo: Na unidade da Divindade há
três pessoas – o Pai, o Filho e o Espirito Santo – realmente distintas uma da outra.
Assim nas palavras do Credo de Atanásio: “o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito
Santo é Deus, e, no entanto não são três deuses, mas um só Deus”. [catecismo do
católico de hoje, p. 12 (número 1248, da Editora Santuário, Edição 28, 2002).
Embora a Divindade não seja apenas uma pessoa, Deus é um em propósito, mente e
caráter. Esta unicidade não oblitera as personalidades distintas do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Tampouco a existência destas personalidades separadas destrói o
conceito monoteísta das Escrituras, de que Pai, Filho e Espírito Santo são um único
Deus. Nisto cremos, p. 42, (CPB, 2000;
c) Tomando por base as citações acima, leia os comentários abaixo. Depois, pare,
pense e reflita.
1°. – Teria Jesus mentido, quando disse: “Todas as coisas me foram entregues por meu
Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt. 11.27)?
2°. – Teriam Jesus e Paulo mentido, quando disseram: (Jesus) “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” Jo 14.6 e (Paulo) “Porque há
545
Jesus declara (e Paulo confirma) que não existe nenhum outro mediador ou
intercessor entre Deus e os homens. Nenhuma outra pessoa além de Jesus, “ninguém”
tem acesso ao Pai para interceder por nós. Porém, os trinitarianos afirmam que o
Espírito Santo é uma terceira pessoa divina e que intercede por nós com gemidos
inexprimíveis. Quem está mentido? Jesus e Paulo, ou os trinitarianos?
3°. – Teria Jesus mentido, quando disse: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em
meu nome, aí estou eu no meio deles” Mt. 18.20; “... e eis que eu estou convosco todos
os dias, até a consumação dos séculos”?
4° - Teria Jesus Mentido, “... porque disse: Sou Filho de Deus” Mt. 27.43? E “... àquele
a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque eu disse:
Sou Filho de Deusa” Jo. 10.36?
Foi o próprio Jesus quem afirmou ser Ele mesmo o Filho de Deus! Os
trinitarianos dizem que Jesus só se tornou filho na terra, quando nasceu da Maria. Se
isto fosse uma verdade, então Jesus não nos dissera toda a verdade, mas teria usado de
meias verdades e suas palavras não teriam sido de sim, sim e não, não.
Além disso, diz a Bíblia que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo. Bem, se o Espírito
fosse uma terceira pessoa divina como afirmam o trinitarianos, então Deus, o Pai, não
seria o Pai de Jesus na Terra. O verdadeiro Pai de Jesus na Terra seria a terceira pessoa
da trindade, se levássemos a sério o dogma da trindade quem está mentindo, Jesus ou os
trinitarianos?
6°. – Teria Deus, o Pai, mentido, quando “ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho
amado; em ti me comprazo” Lc. 3.22? “Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e
glória, quando pela Glória Magnifica lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo”. II Pd. 1.17.
Note, amigo leitor, que o Espírito Santo desceu sobre Jesus, mas a voz que se
ouviu, veio do céu. Com toda a certeza, a voz veio da parte do Pai. Mas, se Jesus não
fosse um filho no céu, como afirmam os trinitarianos, se fosse verdadeiramente um
Deus co-igual ao Pai e ao Espírito Santo, o Pai não jamais deveria ter proferido estas
palavras! Afinal, para os trinitarianos, foi o Espírito que gerou a Jesus na terra. Assim,
Deus Pai estaria usurpando do Deus Espírito a condição de Pai de Jesus.
Se Jesus só passou a ser Filho na terra, alguém está mentindo. Quem seria o verdadeiro
Pai de Jesus? Deus, o Pai, que afirmou isto, ou os trinitarianos, que dizem que Jesus foi
gerado pela terceira pessoa da trindade?
7°. – Teria Jesus mentido, quando disse: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigêntio, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna” Jo. 3.16?
A pergunta é: O que foi que Deus deu, se Jesus ainda não era um filho? Lembre-se que
a crença trinitariana diz que Jesus só passou a ser um filho real na Terra. Se Jesus não
fosse de fato um Filho no céu, como afirmam os trinitarianos, o que foi que Deus
entregou por nós? Como Deus realmente, pode provar que nos ama, se Ele não nos deu
um filho real, um filho verdadeiro? Quem está mentindo, Jesus, ou os trinitarianos, que
acreditam num Jesus filho, apenas de nome?
Comentário à parte: Mesmo os demônios reconheceram ser Jesus o filho de Deus. Mas
este testemunho não vamos levar em cont. apenas citaremos o texto, como prova de que
os anjos caídos, que haviam estado com Jesus no céu, antes que Ele se tornasse carne
comonós, sabiam da sua condição de Filho. Observer o que diz o espírito maligno. “... é,
clamando com grande voz, disse: “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus
Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.” ( Marcos 5.7).
Pedro: “Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no
espírito” I Pd. 3.18;
Jesus: “Isso foi para que se cumprisse a palavra que dissera Jesus, significando de que
morte havia de morrer” Jo. 18.32;
“Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! E tenho as
chaves da more e do inferno” Apoc. 1.18?
Quem está mentindo? A Bíblia afirma que Deus é imortal (ver 1 Tm. 6.16). a
palavra imortalidade em si mesma já encerra uma verdade absoluta. Deus não pode
morrer, caso contrario não seria imortal. Ao tornarem Jesus um Deus co-igual ao Pai, os
trinitarianos não podem negar a sua imortalidade, assim, afirmam que Jesus não morreu
de fato, pois sendo igual ao Pai, não poderia morrer visto que Deus é imortal. Então
alegam que apenas seu corpo morreu, porém a sua divindade não. Esta explicação
aproxima-se em muito dos ensinamentos do espiritismo, o qual afirma que “o homem
não morre. Ele possui um espírito imortal. Apenas seu corpo é que morre.” Afinal Jesus
morreu ou não? Quem está mentindo, Cristo e os apóstolos ou os trinitarianos?
9°. – Teria Jesus mentido, quando afirmou: “ouviste que eu vos disse: Vou, e voltarei a
vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai; porque o Pai é maior do
que eu” Jo. 14.28?
Sendo Jesus um Deus co-igual ao Pai, jamais poderia morrer, visto que Deus é imortal.
Por que então disse Jesus que Deus, o Pai, é maior do que Ele, se de fato Deus não era?
Qual seria a necessidade destas palavras, se o próprio Jesus fosse suficiente em Si
mesmo e independente do Pai para todas as coisas?
10°. – Teria Jesus mentido, quando disse: “Eu e o Pai somos um” Jo. 10.30?
Os trinitarianos afirmam: Deus Pai, Deus Filho eo Deus Espírito Santo São um.
Em que parte da Bíblia isso está escrito? Quem está mentindo, Jesus ou os trinitarianos?
11°. – Teria Jesus mentido, quando chamou a Deus de seu Pai e seu Deus? “Disse-lhe
Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelou, mas meu Pai que está nos céus” Mt. 16.17;
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Disse-lhe Jesus: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai; mas vai a meus
irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” Jo.
2017?
Alguém está mentindo aqui, ou Jesus, ou os trinitarianos. Não seria natural que
Jesus após sua ressurreição retornasse a sua condição original, tornando-se novamente
um Deus, ingual ao Pai, visto que já havia cumprido o seu papel de filho na terra? O
primeiro mandamento da Lei de Deus, diz: “Não terás outros deuses diante de mim”.
Pode um Deus em condição de igualdade admitir outros deuses diante dEle? Quem está
mentindo? Jesus, que não apenas denominou, mas afirmou que seu Pai era também o
seu Deus? Ou os trinitarianos, que afirmam ser Jesus o próprio Deus em figura de
Filho?
12°. – Teria João mentido, ao afirmar que: “... o que temos visto e ouvido anunciaram
também a vós outros, par que vós igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a
nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” I Jo.1.3?
Por que João omitiu a terceira pessoa da trindade, nesta declaração tão
importante para Igreja? Por que João ignorou a “pessoa” do Espírito Santo como parte
desta comunhão, sendo que seria esta “pessoa” que se faria presente entre nós e não o
próprio Jesus e o seu Pai?
Desta feita, os trinitarianos ignoram as palavras de Jesus que nos disse: Vou, mas volto
para junto de vós. Jo. 14.28. Ignoram também que o próprio Jesus lhes estava falando
figuradamente (Jo. 16.25) sobre Si mesmo e de seu verdadeiro Pai, e que ambos fariam
em Seus discípulos morada. Veja: João 14.23; Gl. 2.20; I Co. 3.16,17; e etc.
Com base no texto de II Co. 13.14, os trinitarianos dizem que temos comunhão COM o
Espirito. Mas lendo atentamente percebe-se que o texto diz que a comunhão é DO
Espírito. Isto significa claramente que a saudação de Paulo visava apelar aos cristãos de
Corintos para que eles tivessem o mesmo modo de pensar, de sentir e agir, porque a
comunhão é DO Espírito e não COM o Espírito. Alguém está mentindo nesta história.
Que será? João, Paulo, ou serão os trinitarianos?
“Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da
terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que
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Mas claro do que estas palavras de Ellem White, impossível! Somente o Pai e o Filho
devem ser exaltados. Estas palavras excluem definitivamente qualquer alusão a
existência de uma divindade triúna.
A quem nós devemos e iremos adorar? A quem estamos adorando hoje? Não encontro
na Bíblia, nem nos Testemunhos uma única citação que me diga para adorar uma
trindade. Não há um só verso da bíblia ou uma só citação dos Testemunhos orientando-
me a prestar reverencia a uma terceira pessoa divina. Se Deus é uma trindade, como
pode a “terceira pessoa”, o Espírito Santo, ser desconsiderado nestas citações acima?
Definitivamente alguém está mentindo. Quem será? Os discípulos? Deus? Jesus? Os
profetas? Ou será a terceira pessoa da trindade, (“houve, porém, um ser que preferiu
perverter esta liberdade. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora
o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e gloria entre os habitantes do
Céu”. O Grande Conflito. 36ª. ed. Tatuí – SP, CPB, 1988. p. 493.) que conseguiu
enganar o mundo e até muitos dos que se dizem cristãos, fazendo-se passar por Deus,
para ser adorado como se fosse um Deus?
“quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o
anticristo, esse que nega o Pai e o Filho”. I Jo. 2.22.
130 – TROVADORISMO
1 – Introdução:
a) O que é o Trovadorismo?
Trovadorismo é uma escola literária que surgiu em Provença, sul da França, e espalhou-
se pela Península Ibérica, no final do século XII. Nessa época, dá-se a fundação de
Portugal, e as primeiras manifestações literárias são escritas em galego-português. O
texto literário mais antigo que restou desses tempos medievais é a Cantiga da
550
131 – UTILITARISMO
1 – Introdução:
Conceito:
Sistema filosófico que se preocupa com o modo de agir utilitário que tem o interesse
como o fim principal de seus atos. Os adeptos dessa filosofia eram conhecidos como
utilitarista.
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2 – Historico:
Epicurismo: doutrina do filósofo grego Epicúrio (341-270 a.C.), que identifica o bem
com o prazer, que deve ser na prática da virtude e na cultura do espírito. Os adeptos
dessa doutrina eram conhecidos como epicuristas.
Os utilitaristas acreditam que os efeitos que uma ação produz neste mundo são
tudo o que importa para seu valor ético.
A escola idealista teve início com o trabalho do filósofo grego Platão no século
IV a.C., em uma série de diálogos, Platão mostra seu antigo professor Sócrates
discutindo problemas de filosofia com amigos e opositores. Nos diálogos, o
procedimento de Sócrates é extrair a sabedoria daqueles com quem discutia. Ele
raramente faz uma afirmação própria ao contrário, faz perguntas que forçam os
outros a descobrir a verdade por si mesma ou parecer tolos.
A escola racionalista é representada classicamente por Platão, que discutiu várias teorias
do conhecimento e descartou aquelas construídas sobre a instável percepção sensorial.
Os sentidos são considerados muito falíveis.
O filósofo francês do século XVII René Descartes, embora não fosse plantonista, foi um
racionalista por considerar o conhecimento sensorial como uma base inadequada para a
ciência.
132 – XAMANTISMO
Introdução:
Embora o termo xamã venha de saman, palavra da língua da etnia tungu, que vive na
Sibéria, a expressão xamantismo engloba crenças de diferentes povos espalhados por
todo mundo.
554
133 – XINTOÍSMO
Introdução:
Religião politeísta japonesa que surge da adoração do Deus do céu, da natureza e dos
ancestrais. Sua origem remonta ao século III a.C., mas é só por volta do século VI que a
palavra “xinto” (caminho para os deuses) começa a ser usada, em oposição ao budismo,
então levado ao país a partir da China. Possui um complexo de divindades, chamadas
Kamis, destacando-se a deusa-sol amaterasu O-mikami. Também são venerados
imperadores, heróis nacionais, espíritos guardiões de famílias, árvores, rios. É a religião
oficial do Japão entre 1868 e 1946, quando, após a derrota do país na II Guerra
Mundial, o imperador Hiroito renuncia ao caráter divino atribuído à realeza.
1 – Definição:
O xintoísmo é uma religião nacional e uma crença sem igual, pois não tem fundador,
nem credo, nem teologia, nem salvador. Mas, assim como o Cristianismo, tem igrejas,
escolas, sacerdotes, seitas e cerimônias. Assim como o Hinduísmo, é uma religião com
muitos deuses, e tolera muitas crenças, com várias práticas desde a autogratificação até
à abnegação, desde a ciência até a magia, desde a fé até aos fogos de artifício.
A bandeira nacional do Japão, com seu emblema do sol nascente no centro, fala, sem
dúvida, da fé religiosa e inspira zelo patriótico no povo. Lembra aos japoneses que são
súditos de um imperador divino e um povo santo numa terra santa. No Japão moderno,
o imperador já não reivindica a divindade, mas o Xintoísta continua a abrigar esta
crença no seu coração.
2 – Conhecendo o Xintoísmo:
O Xintoísmo é um dos credos mais antigos do mundo, pois tem suas raízes na história
do Japão do século VII a.C. A palavra Xinto é derivada de Shen Tao, que significa “o
caminho dos deuses”. A última parte do título, Tao, refere-se ao Taoísmo chinês. O
termo começou a ser usado cerca de 552 d.C., quando o Budismo estava entrando no
Japão, juntamente com a escrita e a cultura chinesa. Isto levou os japoneses a renovar
seu interesse pela religião e cultura. Reconheceram que a sua religião nem sequer tinha
nome. Ao adotarem este nome, estavam estabelecendo a sua identidade e honrando os
deuses que cuidavam das ilhas de arrozais japoneses. Sendo assim, a religião de kami
555
ficou sendo chamada a religião do Xintoísmo. Num sentido mais amplo, o Xintoísmo
refere-se ao modo de viver do povo durante mais de vinte e cinco séculos. O fio da
tradição liga o japonês moderno aos seus ancestrais primitivos.
2.1 – Características:
As raízes do Xintoísmo fixavam-se num tipo antigo de politeísmo, que quase atingia o
panteísmo. Seres superiores têm sido adorados no Japão, com variações desde os
espíritos dos ancestrais até os heróis e os espíritos da natureza, desde a deusa do sol até
o deus da comida. Todos são abordados com reverencia, santo temor e respeito.
O Xintoísmo tem cerca de trinta milhões de seguidores que adoram em cerca de cem
milhares de santuários. A maioria dos japoneses são xintoístas nominais, e muitos deles
adoram diante de seus próprios santuários; no ar xintoísta há uma prateleira dos deuses
onde fica em Torii. Há um espelho sagrado que representa a beleza interior do coração
humano. Estes objetos fazem o dono lembrar-se de kami, o mistério da alma humana.
Os xintoístas acolhem aquilo que consideram de valor no Budismo, no Confucionismo e
até mesmo no Cristianismo sendo assim, o Xintoísmo é considerada uma das mais
antigas das religiões e, ao mesmo tempo, a mais moderna.
O Xintoísmo não possui nenhum fundador pessoal que possamos descobrir em seus
registros. Quando o povo japonês passou a ter consciência da sua cultura, o Xintoísmo
já existia. Não existem, portanto, ideias de uma crença religiosa pessoal, tais como as
que se acham em outras religiões.
3 – Crenças do Xintoísmo:
O Xintoísmo é sem igual nas suas crenças religiosas. Este fato é demonstrado nas
características que lhe faltam bem como nas diferenças das suas crenças. Por não ter
tido nenhum personagem como fundador, é difícil encontrarmos mais do que umas
poucas características notáveis que o tornam diferente de outras religiões. Portanto,
alistaremos estas poucas.
O Xintoísmo é um sistema religioso e político que não tem nem livros sagrados, nem
código moral, nem teologia. Não tem escatologia; não se preocupa com o estado futuro,
não conhece um paraíso nem um inferno e importa-se ainda menos com a salvação. Não
556
há pecado original nem depravação herdada e a morte é uma ilusão. Tende a mesclar a
sua mitologia com a história da nação e seus membros são exclusivamente, os súditos
do Mikado (do imperador). Suas raízes acham-se no Animismo e seu princípio essencial
é a crença numa força cósmica vaga, que atribui divindade ao imperador.
Originalmente, o Xintoísmo era uma religião de adoração à natureza e a deusa do sol era
a divindade primária. A segunda era a deusa da lua, que reinava à noite. Depois, havia
deuses das estrelas, uma deusa da neblina e numerosos outros. O âmago da mitologia
consiste em contos a respeito de Amaterasu Omikami, a deusa do sol, que deu origem
ao lar imperial no Japão. Segundo a lenda xintoísta, apareceu no princípio um casal de
kami, com os nomes de Izanagi e Izanami. Geraram as ilhas japonesas, bem como os
kamis que foram os ancestrais dos vários clãs.
As lendas xintoístas referem-se a oitocentas miríades ou oito vezes dez mil kami.
Alguns deles são as deidades tutelares ou guardiãs dos clãs e das comunidades. Os
escritos sagrados xintoístas relatam aventuras muito francas e, às vezes, obscenas dos
deuses. Nascem, casam-se, tomam banho, ficam doentes, zangados e ciumentos.
Choram, destroem, morrem, são sepultados e sua categoria pode ser elevada pelo
imperador do Japão. Seu caráter moral é tão mutável como o caráter humano. Algumas
são deidades mentirosas e muito grosseiras.
Os xintoístas consideram que a Dinastia Imperial do Japão faz parte da deidade. Seu
Mikado ou Imperador é considerado divino. Esta crença remonta aos tempos mais
antigos. A tradição divina é que o primeiro Mikado era descendente da deusa do sol.
Declara-se que Amaterasu enviou um dos seus filhos para reinar sobre a terra. Quando o
Japão formou sua constituição em 1889, declarou que o Mikado se assentaria no “trono
de uma sucessão linear initerrupta desde os tempos eternos”. Assim, a dinastia mais
antiga do mundo tem uma base religiosa e o imperador tem o direito divino de reinar
sobre os seus súditos.
Além dos mais de cem mil santuários sob o controle do estado, mais de dez milhões de
santuários sectários foram construídos e sustentados pelo povo. Os santuários têm com
entrada o portão de torii, cujas pontas se curvam para cima, em direção ao céu. São
colocados, também, ao lado de quedas d’água, de florestas e de pontes. Desta maneira,
promovem uma apreciação religiosa pela beleza da natureza.
O Grande Santuário de Ise, na praia ao sudeste da capital antiga, Kyoto, é local mais
sagrado em todo o Japão. O templo interno, o Naiku, remonta à data de 4 a.C., segundo
acreditam os japoneses é dedicado á deusa do sol, Amaterasu. Um espelho redondo no
santuário simboliza o sol, o grande luminar do céu.
As pessoas fazem romarias até o santuário, parcialmente para vê-lo como turistas e
parcialmente para adorar. Enquanto ao adorador turista passa pelo torii, fica pensando
na ponte entre o céu e a terra. A adoração é individual, não congregacional e inclui
mesuras, genuflexões, bater de palmas, tocar de sinos ou gongos, e a entrega de
oferendas materiais. Os sacerdotes não pregam sermões, não falam de um inferno
eterno, nem de um castigo do qual as pessoas precisam ser salvas. Nem ensinam a
558
respeito do céu, com os preparativos necessários para ir até lá. Os antepassados são
lembrados e recebem veneração e respeito mais do que adoração.
Quando um xintoísta termina as suas devoções, curva-se em grata adoração, coloca uma
oferenda no cofre de dinheiro, curva-se de novo, e sai aparentemente refrigerado. No
que diz respeito ao xintoísta, a vida é boa, os deuses são nobres, o Japão é celestial, o
que mais se poderia pedir? Uma só coisa – a mais importante: a vida eterna em Cristo
Jesus.
4 – Escritos do Xintoísmo
O Xintoísmo não tem escritos sagrados que possam ser comparados com a Bíblia no
Cristianismo, ou com o Alcorão no Islamismo. Antes de o Budismo fazer sua
abordagem em 552 d.C., não havia nenhum sistema de escrita reconhecido no Japão.
Com a chegada do Budismo veio o desafio de um sistema de escrita e de uma
declaração da fé xintoísta. Respondendo ao desafio, foi escrito o Kijiki, que consistia
nos “Registros as Questões Antigas”. Em 720, o Nihongi ou “crônicas do Japão” foi
compilado, dedicando-se em grande medida ao budismo, o que revela a influencia
crescente desta religião no Japão. Estes livros sacros do Xintoísmo contêm as tradições
orais e a história do Xintoísmo antigo, mais do que as doutrinas. As doutrinas precisam
ser respigadas no meio dos mitos e das práticas ali descritas. Sendo assim, os escritos
sagrados do Xintoísmo aparecem mais que treze séculos após a história propriamente
dita. Os primeiro Mikado, Jimmu Tenno, foi coroado em 660 a.C. Os escritos, vistos do
ponto de vista da cultura ocidental são muito fracos e, às vezes obscenos.
5 – Desenvolvimentos do Xintoísmo
Desde seu início em 660 a.C., a história do Xintoísmo tem sido dividida em cinco
período sucessivos.
559
5.1 – O Período de Supremacia desde 660 a.C até 552 d.C. Durante este período, desde
o primeiro Mikado, Jimmu, até a introdução do Budismo, o Xintoísmo manteve o
domínio sobre o Japão.
5.2 – O Período da Instrução do Budismo desde 552 d.C. até 800 d.C. As três religiões
orientais, o Confucionismo, o Taoísmo e o Budismo, fizeram incursões no Japão
durante estes 250 anos. O Budismo tornou-se uma ameaça ao Xintoísmo em 552
d.C., quando um rei da Coréia enviou como presente ao imperador do Japão uma
grande estátua dourada do Buda. Com ela, vieram ensinadores e sacerdotes budistas.
Conta-se a história de que, quando a estátua foi colocada na casa do ministro
principal, irrompeu-se uma epidemia de varíola. Isto foi considerado mal augúrio; o
kami estava zangado porque o Buda tinha sido honrado de tal maneira. O imperador
ordenou que a estátua fosse jogada num canal. Mas pouco depois, o palácio do
imperador foi atingido por um raio, e dizia-se que os deuses do budismo estavam
irados. A estátua do Buda foi imediatamente tirada do canal e colocada num templo
novo.
5.3 – O Período do Sincretismo desde 800 d.C. até 1700 d.C. Durante estes nove
séculos, a religião do Japão misturou-se com várias religiões estrangeiras. Um
sacerdote Budista no Século VIII ensinava uma doutrina chamada Xintoísmo misto,
na qual declarava que os deuses do Xintoísmo eram reencarnações das deidades
budistas. Outros líderes ensinavam que o Xintoísmo, o Budismo e o Confucionismo
deveriam ser fundidos numa só unidade. O resultado foi um enfraquecimento do
Xintoísmo original.
5.4 – O Período do Reavivamento do Xintoísmo desde 1700 d.C. até 1868. Neste
período, quatro líderes xintoístas reavivaram a língua antiga do Japão, juntamente
com os livros antigos. Ensinavam a ética xintoísta e escreviam muitos comentários e
livros que renovaram as glórias do Xintoísmo e levaram à famosa restauração do
Xintoísmo em 1868.
5.5 – O Período do Sectarismo desde 1868 até o presente momento. Durante este
período, novas ideias varriam o mundo, e surgiram muitas seitas que provocaram
grandes desordens no Japão. O governo dividiu o Xintoísmo em duas facções
principais: o Xintoísmo do Estado e o Xintoísmo sectário. O xintoísmo do Estado
era considerado um culto ou ritual patriótico do qual todos os súditos japoneses
podiam compartilhar, independentemente, de sua crença. O xintoísmo sectário era
considerado igual ao Budismo e às demais religiões.
World em 1919, foi feita uma declaração que esclarece muito a respeito do que
ocorreu, posteriormente, na década de 1940. Um escritor descreveu a opinião do
povo japonês: “os japoneses são o povo escolhido por Deus, e a presença de Deus é
especialmente representada no Imperador do Japão. O Xintoísmo é destinado a ser a
religião universal e a cultura salvífica da humanidade. O Imperador tornar-se-á o
governante supremo temporal e espiritual do mundo”.
6 – Avaliações do Xintoísmo
134 – ZOROASTRISMO
1 – Introdução:
Dois princípios fundamentais regem o sistema de crenças desta religião, que são a
existência de Deus e do Diabo e a volta do Paraíso à Terra. Ahura Mazda é a deidade
suprema, o criador de todas as coisas boas, enquanto Ahriman é o princípio destrutivo
que rege a ganância, a fúria e as trevas. Seus adeptos acreditam que Zoroastro é um
profeta de Deus, mas este, porém não é alvo de veneração direta por parte dos mesmos.
De acordo com os ensinamentos do zoroastrismo, é dado aos seres humanos aproximar-
se de Deus e da ordem natural marcada pelo bem e justiça (asha). De acordo com os
Gathas, após a morte, cada alma é julgada na "Ponte de Cinvat". Os que seguem a
Verdade chegam ao Paraíso; quem segue a Mentira, cai no Inferno.
Os livros sagrados do Zoroastrismo são:
- o Gathas, que são dezessete hinos atribuídos a Zoroastro, e que permitem conhecer a
vida e o pensamento religioso do inaugurador da religião.
Mesmo em meio a uma maioria muçulmana que exerce enorme pressão sobre a religião,
o zoroastrismo continua sendo praticado por algumas populações no interior do Irã e
comunidades iranianas radicadas na Índia, os chamados parsis. Mesmo assim, estima-se
que cerca de 1% da população do Irã seja seguidora do zoroastrismo, enquanto que a
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esmagadora maioria segue o islamismo, religião trazida ao Irã pelos árabes, no século
VI.
O zoroastrismo possui ainda uma importância em meio à história das religiões, por ser
pioneira no conceito de religião monoteísta, onde é cultuado apenas um deus. Especula-
se que conceitos fundamentais do zoroastrismo, principalmente o monoteísmo tenham
influenciado o judaísmo, e consequentemente o cristianismo.
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