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A MATER PRIMORDIAL E LILITH

“Deus criou então o homem à sua imagem, e criou-o à imagem de Deus, E criou-o macho
e fêmea”.
(Gênese I, vers. 27).

Lendo a Bíblia, somos levados a pensar que o ser humano a princípio foi criado
hermafrodita: macho e fêmea ao mesmo tempo, embora no versículo 7 do segundo
capítulo da Gênese esteja indicado que o homem foi feito do lodo da terra e a mulher, no
versículo 22, “da costela tirada de Adão”. Trata-se de um erro de tradução, deve se ler “a
mulher foi feita de um dos lados do primeiro ser humano”. A palavra cêla significa, em
todas as passagens bíblicas, lado e não costela.
Foi sem dúvida por copiarem mal os mitos mais antigos, célticos, egípcios, fenícios,
indianos, etc., que os autores da Bíblia, que a modificaram tanto.
Muito antes dos Hebreus, os povos mais antigos veneravam a Mater (Grande Mãe), em
quem viam a mãe da humanidade, e reproduziram-na muitas vezes bissexuadas, ou
seja, hermafrodita.
A deusa Mout era simultaneamente Pai e Mãe supremos dos Egípcios: Neît, a Velha, era
Pai dos Pais e Mãe das Mães e representavam-na pelo escaravelho macho e pelo abutre
fêmea.
A deusa Ishtar dos Assírios Babilônios, deusa das manhãs e das noites (Vênus Lúcifer
e Vênus Vésper), era representada com uma barba, em Nínive, e a Astarté dos Fenícios
também tinha uma barba, em Cartago.
No mais antigo livro do mundo, a História Fenícia, de Sanchoniathon, está escrito que “os
Zophasemin ou Observadores do céu, feitos da substância primordial, eram andróginos
no começo”, comentário para os Ufólogos de Plantão.
Os seus sexos diferençaram-se quando a luz e as trevas se separaram.
O Adão da Bíblia falsificada e mal traduzida é, na realidade, a Segunda Chance da
espécie humana novamente criada.
Em Midrasch Schemot Rabba, cap. XX está escrito:
«Quando Deus criou Adão, este era homem - mulher.»
Segundo Jeremia Ben Eleaser, Deus criou o homem andrógino (macho e fêmea).
Moisés Maimónida, disse:
«Adão e Eva foram criados juntos, unidos de costas; quando este ser duplo foi separado,
Deus agarrou na metade que foi Eva e entregou-a a outra metade.»
Manasseh Ben Israel escreveu que a forma de Adão era dupla, «macho à frente
e fêmea atrás».
Cybele, a mãe dos deuses, era andrógina, como a Afrodite dos Gregos, que tinha «os
atributos do macho para cima das ancas, e os da mulher, para baixo.»
Em Chipre e em Berlim encontram-se estátuas de Afrodite com barba.
Está assim esclarecido que os povos antigos pensaram muitas vezes que o ser humano
primordial era um andrógino e que a Mater que adoravam acima de todos
os deuses tinha simultaneamente um falo e uma vulva.
Algumas tradições, pouco consistentes de resto, como o romance da Bíblia, afirmam que
Eva não foi à primeira mulher da criação.
O símbolo degenerado da serpente, apesar de tudo identificável ao seu papel de
tentadora, acompanha a história da queda de Adão e Eva no paraíso terrestre.
Essa serpente era o demônio que, de fato, trouxe o conhecimento à humanidade logo que
apresentou a maçã a Eva, a não ser que tivesse sido a uma concubina porque não se
sabe muito bem quem foi à primeira mulher do primeiro homem.
Uma velha lenda talmúdica, bastante não ortodoxa, segundo a Enciclopédia, dá duas
mulheres a Adão: Eva e Lilith.
Quando Adão Foi expulso do paraíso terrestre, abandonou a mulher que ouvira as
propostas da Serpente e o incitara a morder a maçã (No Dicionário de Bayle diz-se que
Eva, mal foi criada, perdeu logo a virgindade; e a Serpente aproveitou-se disso para a
tentar, num momento em que Adão adormecera para repousar das fadigas conjugais.
Outros exegetas são de opinião que Adão, depois do pecado, foi excomungado durante
cento e cinqüenta anos, que passou com uma mulher feita como ele de lodo. Chamava-se
Lília ou Lilith).
Essa mulher era Eva, que, depois de ter relações sexuais com Satan, deu à luz a duas
crianças: Abel e Caim. Segundo outra lenda ainda outra menina de nome oculto pela
Tradição, por motivos justos.
No Talmud, lê-se que o principal daimon - fêmea era Lilith, representada com uma longa
cabeleira: muito bela, excitava não só os homens como também as mulheres para jogos
de amor e de volúpia.
É a ela que o Iniciado em Magia Cerimonial se dirige na Conjuração dos Sete:
«Não nos atormentes, Lilith, afasta-te...
Segundo o Sepher - Ah - Zoar, Lilith teria sido a verdadeira sedutora de Adão, enquanto
Eva foi conquistada pelo belo Arcanjo da Escuridão Samael.
Dos amores mágicos de Lilith e de Adão teriam nascido as egrégoras ou veladores de
que falam os manuscritos do mar Morto (o Tantra do Ocidente).
De qualquer modo, segundo estes comentadores: Teríamos na origem da nossa árvore
genealógica um antepassado que era o Demônio ou uma avó que era diaba!
Uma outra tradição faz de Lilith a criatura humana original anterior a Adão, a quem teria
posto no mundo ou vira nascer e de quem fora à primeira mulher, o que sugere um mito
de Mater.
Teria ambos sidos modelados em argila vermelha recém-criada, com um especial esmero,
por Lilith. (Os cabalistas deram o nome de Lilith a um pequeno astro escuro que foi
muitas vezes observado pelos astrônomos Riccioli, Cassini, Alischer, etc. Este astro seria
o segundo satélite do nosso planeta e teria também o nome de Lilith, a Lua Negra).
Uma tradição que se atribui aos pitagóricos faz de Lilith ou Vulcano, uma Antiterra que
gira à volta do Sol, exatamente no sentido oposto da elipse, embora não seja possível vê-
la. Trata-se, é evidente, de uma lenda.
No entanto, Adão abandonou-a, preferindo Eva, que havia sido feita da sua carne e do
seu sangue «Preferiu-se» a si mesmo, em suma!
Esta última tradição foi posta em poema pelo marquês de Belloy em 1855, com algumas
variantes, pois faz nascer Lilith e Eva de uma costela de Adão.
Platão, em sua obra Banquete, conta uma outra tradição também muito antiga do homem
criado andrógino.
Alguns descrevem Lilith como um critério de pureza, de ideal, de castidade e de beleza
inacessível à tentação.
O Demônio, representado pela Serpente, nada pode contra ela.
O Mago Josefo afirma que, no tempo da criação, a Serpente tinha o dom da palavra, e
mesmo amaldiçoada guardou o segredo da regeneração com sua troca de pele. Segundo
Paracelso conserva ainda atualmente, por especial privilégio de Deus, o conhecimento
dos maiores mistérios.
Eva ou Héva, no poema do Senhor de Belloy, é a feiticeira que encanta, mal nasce. Por
essa razão é que Adão abandonou o amor de Lilith e se dedicou a Héva, a Sensual.
O enigma da primeira mulher da criação, e de um Adão hermafrodita, que se «prefere» a
si próprio ao escolher uma Eva feita da sua carne e do seu sangue, sugere uma
interessante tese sobre a anterioridade da criação humana.
Trata-se, de fato, do verdadeiro problema da Mater.
Estas tradições, lendas e superstições, referindo-se a Lilith como a primeira criatura
terrestre, rival de Eva, demônio, Lua Negra ou astro sombrio, provam que, desde a mais
alta Antigüidade, os nossos antepassados pensaram que o ser humano primordial podia
ser uma mulher: a Mater.
Esta hipótese, que se junta à dos biólogos do princípio do século, daria, portanto uma
anterioridade de existência à mulher.
É o que tenderia a fazer pensar, em favor do homem, a atrofia do canal de Muller, que
tinha um papel essencial num tipo humano mais antigo.
Neste sentido, este primeiro tipo humano possuidor, quer do canal de Muller, quer do de
Wolf (trompas, útero, vagina, canal urinário), era uma mulher.
Seja como for, essa criatura humana número um era a Mater, mãe e pai dos nossos mais
longínquos antepassados, «Mãe das Mães», como diziam os Egípcios o que explicaria o
culto universal que lhe foi consagrado.
O que, do mesmo modo, daria um sentido profundo às crenças antigas, às divindades
andróginas da Grécia e da Assiro-Babilônia, e a essa Lilith maravilhosa e a perversa que
nos legou a sua inteligência, a sua astúcia e a sua curiosidade demoníaca.
Lembrando que se levarmos em conta que a tradição bíblica está correta e Caim, o
suposto mau, que foi amaldiçoado por Deus com uma marca na testa, matou Abel; então
somos descendentes de Caim? E aí.
Professor Flavio Lins
Diretor da Magus Magnus Magister

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