COMO CONSTRUIR REPERTÓRIO

SOCIOCULTURAL
PARA A REDAÇÃO DO ENEM
 Joab Guimarães Como construir repertório sociocultural para a redação do Enem

COMO CONSTRUIR

REPERTÓRIO
SOCIOCULTURAL
PARA A REDAÇÃO DO ENEM
Por Joab Guimarães

ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS

O conteúdo apresentado neste ebook é resultado de anos de dedicado estudo sobre a

redação do Enem, especificamente sobre uma das exigências da Competência 2 da
matriz de correção das redações: a necessidade de apresentação de repertório
sociocultural. Quando corretamente seguido, é capaz de facilitar a identificação,
seleção e uso das informações que constituirão o repertório sociocultural da redação.
No entanto, não posso me responsabilizar por interpretações e usos equivocados desse
conteúdo. Embora eu tenha buscado produzir este ebook com a maior clareza possível,
quaisquer dúvidas surgidas após a sua leitura podem ser encaminhadas para nossa
equipe através do e-mail contato@joabguimaraes.com.br.

DIREITOS AUTORAIS

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida,
arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio, sem a permissão
expressa do autor. Também é proibida a comercialização do conteúdo por terceiros. A
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e lei número 6.895 de 17/12/1980.

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acordo com a lei de número 9.610 de 1998.

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COMO CONSTRUIR

REPERTÓRIO
SOCIOCULTURAL
PARA A REDAÇÃO DO ENEM

Sobre o autor
JOAB GUIMARÃES

Meu nome é Joab Guimarães e há mais de uma década estudo com dedicado interesse
a dissertação argumentativa cobrada pelo Exame Nacional do Ensino Médio, razão
pela qual sou hoje considerado um especialista em redação do Enem.
Minha história com a redação do Enem começou em 2005, um período em que o
Enem ainda não havia alcançado a relevância que tem hoje; no entanto, como
estudante de Letras e professor de Língua Portuguesa, precisava eleger um tipo de
produção textual para servir como meio de avaliação da proficiência dos meus alunos
em escrita. Assim, optei pela redação do Enem, por ser um gênero textual escolar já
consolidado e contar com uma matriz de avaliação relativamente detalhada.
Em 2009, quando o Enem ganhou o formato atual e passou a ser aceito por um número
cada vez maior de instituições de ensino superior como única condição para acesso
aos cursos de graduação, intensifiquei meus estudos e interesses sobre a redação do
Enem.
Nos últimos anos contribuí diretamente para que uma muitos estudantes pudessem
entrar para o grupo de elite da redação do Enem – alunos com notas acima dos 900
pontos –, dentre os quais destacamos aqueles com 960 e 980 pontos. Depois de toda
essa trajetória, concluí e passei a repetir com total segurança:
“Quando alguém estuda do jeito certo, ou alcança a nota 1000 na redação do Enem
ou fica muito próximo dela”.

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Índice
INTRODUÇÃO 4
AS DUAS POSSIBILIDADES PARA APRESENTAÇÃO DO REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL 5
AS ÁREAS GERADORAS DE TEMAS PARA A REDAÇÃO DO ENEM 7
OS ARGUMENTOS POTENCIAIS 9
CONCLUSÃO 10

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 Joab Guimarães Como construir repertório sociocultural para a redação do Enem

Introdução
Quando se pensa em repertório sociocultural no contexto específico da construção das
redações do Enem, o ideal é que, ao deparar-se com a tarefa de construir a redação, o
estudante consiga mobilizar informações provenientes das diversas áreas do
conhecimento para fundamentar teoricamente a argumentação do texto. Esse
embasamento teórico – as citações de autores (argumento de autoridade), análise
histórica do tema, apresentação de dados estatísticos, entre outros – é chamado
tecnicamente de repertório sociocultural. No entanto, são poucos os participantes que
conseguem cumprir satisfatoriamente a explícita exigência de apresentação do
chamado repertório sociocultural nas redações do Enem e, como consequência, perdem
80 pontos na Competência 2, o segundo critério utilizado na avaliação das redações.
Foi, portanto, com o objetivo de garantir a superação da dificuldade de apresentação
de repertório sociocultural que este material foi idealizado. Como se verá na sequência
deste texto, uma vez compreendidas as grandes áreas de enquadramento dos temas de
redação do Enem e, também, as possíveis causas dos problemas utilizados como tema
das redações, poder-se-á construir uma acervo de informações que certamente servirá
para a fundamentação teórica da argumentação do texto.

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As duas possibilidades para apresentação

do repertório sociocultural

A) REPERTÓRIO VOLTADO PARA O TEMA

Uma das possibilidades de apresentação de repertório sociocultural é a utilização de
informações voltadas exclusivamente para o tema da redação do Enem. A título de
exemplo, imagine que o tema da próxima edição do Enem seja “Combate à
desigualdade de gênero no Brasil”. Pelo que se disse, uma das possibilidades é o
levantamento de informações que comprovem a existência da desigualdade de gênero
na sociedade brasileira. Veja como o repertório sociocultural (sublinhado) utilizado no
parágrafo abaixo cumpre exatamente esse objetivo.

Exemplo:
Indubitavelmente, a desigualdade de gênero é um grave problema presente na
sociedade brasileira contemporânea. Tal realidade é facilmente comprovada
pelos dados estatísticos divulgados pela Organização Internacional do Trabalho,
os quais informam que apenas 37% das cadeiras de direção e gerência são
ocupadas por mulheres, desigualdade que se agrava pela constatação de que,
quando assumindo postos de direção, o gênero feminino recebe apenas 68% do
valor dos salários pagos aos homens. Nesse sentido, por ser consabido que o meio
social é responsável pela perpetuação de comportamentos, a convivência em
uma sociedade marcada pelo tratamento desigual entre homens e mulheres
produzirá nos novos indivíduos esse mesmo tipo de sentimento. Portanto, a
inferiorização da mulher é, evidentemente, um grave problema social que precisa
ser fortemente combatido.

Muitos participantes do Enem (milhões de estudantes) tentam levantar informações

tendo em vista o tema da redação; entretanto, quando não conseguem levantar essas
informações e sabem da importância de apresentá-las no texto, saem da sala de prova
com a sensação de que não fizeram uma boa redação, já que serão penalizados na
segunda competência avaliada. O que muitos candidatos ainda não perceberam é que

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há outra possibilidade de levantamento de informações para uso na redação: o

repertório direcionado para o argumento.

B) REPERTÓRIO VOLTADO PARA O ARGUMENTO

De fato, não é exclusivamente sobre o tema que se pode apresentar repertório de
informações. Se não é possível justificar o problema com informações legitimadas
pelas diversas áreas do conhecimento, ainda resta a oportunidade de recorrer a essas
informações para justificar o argumento utilizado, ou seja, as causas do problema.
Observe o exemplo abaixo e verifique como o repertório sociocultural foi utilizado
para justificar o argumento de que a falta de planejamento (causa do problema)
contribui para a persistência das dificuldades de formação educacional de estudantes
surdos.

Exemplo:
Outrossim, a falta de planejamento apresenta-se como um obstáculo à
implementação de políticas voltadas à formação de alunos com deficiência
auditiva. Sobre essa questão, é oportuno destacar que, conforme Hugo Tadeu,
economista e professor da Fundação Dom Cabral, “a falta de planejamento é
um problema recorrente e cultural no Brasil”. Com efeito, a simples constatação
da falta de professores com formação em Libras, por exemplo, é suficiente para
confirmar a afirmação do pesquisador da Fundação Dom Cabral. Desse modo,
evidencia-se a urgente necessidade de implementação de medidas de combate
a essa problemática.

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As áreas geradoras de temas para a

redação do Enem
Ao se analisar os temas das redações do Enem desde a primeira edição do exame em
1998, é possível identificar, sem grandes dificuldades, as áreas temáticas que devem
ser consideradas no processo de formação do repertório sociocultural. São estas as
grandes áreas:
INTOLERÂNCIA
DESIGUALDADE
VIOLÊNCIA
MEIO AMBIENTE
EDUCAÇÃO
CIDADANIA
INTERNET/REDES SOCIAIS
SAÚDE
Dessas grandes áreas, somente a área da saúde ainda não foi utilizada para geração de
temas. Não obstante a ausência de temas relacionados à área da saúde entre os vinte e
um temas de redação do Enem (de 1998 a 2018), é importante considerar essa área
temática em função da relevância com a qual algumas questões relacionadas à saúde
têm sido tratadas nos últimos anos no Brasil, especialmente o aumento do número de
obesos, as dificuldades relativas à doação de órgãos, o aumento dos casos de depressão
e, ainda, o aumento das chamadas doenças epidêmicas.
Do que se disse, infere-se, portanto, que, durante os meses que antecedem o Enem, o
estudante deve realizar leituras com base nestas áreas temáticas: intolerância,
desigualdade, violência, meio ambiente, educação, cidadania, internet e saúde. Essa é
uma medida que dever ser utilizada para garantir que, independentemente da área
temática utilizada para a construção da tema da redação, o candidato tenha informações
que possam ser usadas como repertório sociocultural.

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Além do conhecimento das grandes áreas temáticas geradoras de temas, a tarefa de

construção de repertório sociocultural voltado especificamente para a redação do Enem
é significativamente facilitada quando se leva em consideração os possíveis – ou
potenciais – argumentos que poderão ser utilizados na redação. Em outras palavras, é
esta a compreensão que se deve ter para a formação do repertório sociocultural: é
necessário identificar as áreas de enquadramento dos temas da redação do Enem e, a
partir dessa identificação, levantar o maior número de argumentos possíveis que
poderão ser utilizados em redações cujo tema pertença a uma dessas áreas temáticas.
Portanto, ao se identificar os possíveis – ou potencias – argumentos, é possível
pesquisar e selecionar o repertório sociocultural específico para fundamentação teórica
de cada argumento identificado.

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Os argumentos potenciais
A partir das características de construção das propostas de redação do Enem, é possível
levantar os principais argumentos, sobretudo quando se reconhece que existem
basicamente oito áreas geradoras de tema para a redação do Enem. O argumento “Falta
de fiscalização”, por exemplo, é um dos potenciais (prováveis) argumentos para a
redação do Enem, quando se verifica que as propostas de redação apresentam, no geral,
um fragmento de lei que tipifica e/ou prevê a punição para um determinado crime e
outro texto motivador com números que comprovam que o crime previsto (ou direito
garantido) encontra-se apenas no papel. Observe o exemplo a seguir.

ARGUMENTO: Falta de fiscalização

AUTOR: Charles-Louis de Secondat, mais conhecido por Montesquieu, filósofo e
político francês de formação iluminista.
REPERTÓRIO: “Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que
lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte”.

Exemplo:
De início, convém destacar a relação da falta de fiscalização com a
perpetuação da intolerância religiosa no Brasil. A esse respeito, é oportuno
mencionar que, segundo Montesquieu, filósofo francês de formação iluminista, o
importante em um país não é a existência de boas leis, mas a garantia de
cumprimento das leis existentes. No entanto, contrariamente ao pensamento
montesquiano, o Brasil preocupa-se muito com a criação de leis, mas pouco tem
feito para garantir que tais leis sejam efetivamente cumpridas. Portanto, a
inegável falta de fiscalização das leis de proteção às liberdades crenças e cultos
encontra-se na base de sustentação dos crimes praticados contra as minorias
religiosas no Brasil.

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Conclusão

É importante que se diga, a título de conclusão, que o ideal é que o estudante, ao final
do Ensino Médio, tenha já adquirido um conjunto de conhecimento pertencente aos
mais diversos campos do saber que lhe possibilite estabelecer uma relação rápida entre
o tema da redação e informações diversas, legitimadas pelas várias áreas do
conhecimento e adquiridas não só durante a formação exclusivamente escolar, mas
também a partir de experiências vividas fora do ambiente de sala de aula.
No entanto, como esse ideal nem sempre é alcançado, é importante que se realize um
estudo específico sobre a formação de repertório sociocultural para uso na redação do
Enem. Além disso, esse tipo de estudo é fundamental mesmo para os bons leitores, os
quais já possuem um significativo volume de conhecimentos provenientes dos mais
variados campos do saber, uma vez que servirá para a sistematização desse conjunto
de conhecimentos e posterior uso nas redações produzidas.

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scriber

Forte abraço e bons estudos!

Prof. Joab Guimarães

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