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Novo Procedimento Comum

(Lei 11.719/2008, que entrou em vigor dia 22.08.2008)

Direito Intertemporal / Sucessão de Leis no Tempo

Regra do Direito Penal


 É a irretroatividade da lei penal mais gravosa ou a retroatividade da lei mais benéfica (art. 2º, CP e art. 5º, XL, CF).
o Art. 5º, XL, CF: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.
o Art. 2º, caput, CP: “ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória”.
o Art. 2º, p. único, CP: “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado”.
 A retroatividade consiste em beneficiar o réu quanto aos fatos ocorridos antes da vigência dessa nova lei mais benéfica a ele.
o Ex.: lei nova abole o crime, será aplicada ao fato anterior à sua vigência.
o Ex.: lei nova dá causa de extinção de punibilidade que se aplica ao caso do réu, também retroage para beneficiar o réu.
 A ultratividade significa aplicar uma norma após a sua revogação.
 Com a reforma, tentaram acabar com a prescrição retroativa, mas só acabaram com a prescrição entre a data do fato e a data
do recebimento da denúncia. Pode cair questão a respeito disso, com o fato tendo ocorrido ainda antes da vigência da lei!

Regra do Direito Processual


 Norma Genuinamente Processual
o Aquela que cuida de procedimentos, atos, técnicas do processo.
o Aqui incide o princípio da aplicação imediata / tempus regit actum, sem prejuízo da validade dos atos processuais
praticados sob a vigência da lei anterior (art. 2º do CPP).
o Ou seja, quanto à lei processual penal não há extratividade. Até porque se houvesse retroatividade, atos processuais já
praticados haveriam de ser anulados, mas, em vez disso, consideram-se válidos.
o As normas processuais aplicam-se aos processos em andamento, pouco importando:
 (1) se o fato ocorreu antes ou depois de entrar em vigor a nova da lei!
 (2) se a nova lei é benéfica ou prejudicial ao réu!
o Exceção – Lei que Fixa Novos Prazos
 O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior,
desde esta lei anterior estabeleça prazo menor que o fixado no CPP (art. 3º da Lei de Introdução ao CPP).
 Norma Processual Material / Mista / Híbrida
o Conceito da Corrente Minoritária (Capez, Tourinho Filho)
 É aquela que, embora disciplinada em diplomas processuais, dispõe sobre o conteúdo da pretensão punitiva,
tais como: direito de queixa / representação; decadência e prescrição; perempção.
 Ex.: Lei dos Juizados, porque traz transação, suspensão condicional, composição civil e ação condicionada a
representação nos casos de lesão leve e de lesão culposa.
o Conceito da Corrente Majoritária (Nucci, visão mais garantista)
 É aquela que de alguma forma produz reflexos no direito de liberdade do agente.
 Um exemplo de dispositivo que faz essa ressalva quanto a normas mistas é o art. 2º da Lei de Introdução ao
CPP: “à prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis”.
 Ex.: prescrição e decadência.
 Ex.: normas sobre progressão de regime.
o Independentemente da corrente, o critério aqui é o mesmo do direito penal, ou seja, ocorre a retroatividade integral da
norma mista quando sua parte de direito material for in mellius, para não prejudicar os réus.
o Art. 90, Lei 9.099/95 = com a ADI 1.719, as normas de direito penal com conteúdo mais benéfico devem retroagir para
beneficiar os acusados (STF).
 Art. 366 do CPP (redação pela Lei 9.271/96)
o A nova redação diz que réu citado por edital que não comparece nem constitui advogado agora enseja suspensão do
processo e da prescrição, não mais se prosseguindo o processo à sua revelia.
o A suspensão do processo é norma de direito processual. A suspensão da prescrição é de direito material.
o Logo, trata-se de uma norma processual material, mista ou híbrida.
o Aplicar só parte, cindindo-se a previsão, seria criar uma 3ª lei. Portanto, para os tribunais, o art. 366 CPP teve sua aplicação
limitada aos fatos praticados após a vigência da Lei 9.271/96, para não prejudicar os réus.
 Extinção do Protesto por Novo Júri (art. 4° da Lei 11.689/2008)
o Ocorreu pelo clamor público contra a realização de um novo júri após a condenação no caso Dorothy Stang.
o Para evitar o protesto por novo júri, os juízes já tentavam condenar logo o sujeito a menos de 20 anos!
o Corrente 1 = o art. 4° é norma processual mista / material; portanto, caso o crime tenha sido cometido até a entrada em
vigor da Lei 11.689 (09.08.2008), mesmo que o julgamento seja realizado posteriormente, o acusado terá direito ao PNJ
se condenado a 20 ou + anos.
o Corrente 2 = o art. 4° é norma genuinamente processual; a lei que se aplica ao recurso é a lei vigente no momento em
que a decisão recorrível é proferida.
 Lei Nova sobre Recursos
o Não interessa a lei vigente ao tempo da interposição do recurso, mas sim aquela vigente ao tempo do surgimento do
direito de recorrer, ou seja, a publicação da decisão recorrível.
o O Caso Específico da Repercussão Geral (regulamentada no CPC pelo art. 4°, Lei 11.418/2006)
 Tal art. 4º diz: “aplica-se esta Lei aos recursos interpostos a partir do primeiro dia de sua vigência”.
 A expressão “recursos interpostos” é equivocada.
 A exigência deveria começar a valer apenas a partir das decisões recorríveis proferidas após a vigência da lei.
 O STF disse então que essa lei não era autoaplicável, dependendo de RISTF; e no RISTF corrigiu-se o erro!
 Aplicação da Lei 11.719/2008 aos Processos em Andamento
o Sistema da unidade processual = apesar de se desdobrar em uma série de atos diversos, o processo apresenta uma
unidade; portanto, só pode ser regulado por uma única lei, qual seja, a lei antiga, para a lei nova não retroagir.
o Sistema das fases processuais = cada fase processual (postulatória, ordinatória, instrutória, decisória, recursal) pode
ser disciplinada por uma lei diferente.
o Sistema do isolamento dos atos processuais (prevalece) = a nova lei não atinge os atos processuais já praticados,
mas se aplica aos atos processuais ainda a praticar.
 Ex.: o interrogatório era o 1° ato da instrução probatória; com a nova lei, passou a ser o último. Então, no caso
de interrogatório já realizado, melhor assegurar ao acusado a possibilidade de novo interrogatório ao final da
instrução, para evitar alegação de nulidade absoluta por violação à ampla defesa.

Nova Classificação e Crimes Conexos

Classificação do Procedimento Comum


 Antigamente, a classificação levava em conta a natureza da pena.
 Atualmente, considera-se a quantidade da pena.
 Procedimento Comum Ordinário (art. 394, §1°, I do CPP)
o Quando o delito tiver sanção máxima igual ou superior a 4 anos.
o Ex.: furto simples, 155, caput, CP.
 Procedimento Comum Sumário (art. 394, §1°, II do CPP – Rito Ordinário com as diferenças trazidas nos arts. 531 a 538 do
CPP )
o Quando o delito tiver sanção máxima prevista superior a 2 anos e inferior a 4 anos.
o Ou seja, aplica-se apenas nos raros casos de crimes com pena prevista de 3 anos, já que se costuma usar números
exatos, naturais, para cominar as penas em abstrato.
o Ex.: injúria racial, associação criminosa (até 3 anos).
 Procedimento Comum Sumaríssimo (art. 98, I da CF; art. 394, §1°, III do CPP – Rito Lei dos Juizados Especiais Criminais
Lei n° 9.099/95 arts. 60 ao 92)
o Aplica-se às contravenções penais e aos crimes com pena inferior ou igual a 2 anos, cumulada ou não com multa, e
submetida ou não a procedimento especial.
o Ex.: desacato (6 meses a 2 anos)
 Hipóteses/Circunstâncias de deslocamento da Competência dos Juizados Especiais Criminais para o Juízo Comum
o A Conexão e a continência do crime de menor potencial ofensivo com outro que não goze desta
característica, ex. desacato + homicídio, desloca a competência para o Juízo Comum. Os institutos
despenalizadores da Lei n° 9.099/95, contudo, serão aplicados pelo Tribunal do Júri. (vide art. 60)
o A impossibilidade de citação pessoal impede a adoção do rito do JECRIM (vide art. 66). Não se admite
no JECRIM a citação por Edital/Carta Rogatória, no máximo admite-se a citação por hora certa. Assim
sendo, o processo será remetido para o Juízo Comum, mais especificamente adotando-se o
procedimento comum sumário.
o A Complexidade da Causa é hipótese de deslocamento de competência, conforme art. 77, §2° da Lei
n° 9.099/95.

 Agravantes e atenuantes = não são levados em consideração, porque não há previsão legal do quantum que deve ser atribuído
a esses critérios, ficando tudo sob discrição judicial (embora 1/6 seja a medida usual).
 Concurso de crimes = não é levado em conta na prescrição, por disposição expressa (art. 119 do CP); mas aqui, para escolha do
procedimento, sim, pois há previsão legal clara da quantidade de pena! Este concurso leva ou à soma ou ao aumento de uma
das penas.
 Causas de aumento e diminuição = também são levadas em consideração, porque suas medidas são expressas na lei, devendo-
se buscar sempre o máximo de pena possível, seja a causa que mais aumenta ou a causa que menos diminui.

Procedimento de Julgamento dos Crimes Dolosos contra a Vida – Processos de Competência do


Tribunal do Júri (art. 394, §3 do CPP)

o Ver o rito previsto nos arts. 406 a 497 do CPP;

Procedimento Especial

o Tráfico de drogas (arts. 48 a 59 da Lei 11.343/2006);


o Lei de Improbidade Administrativa (Lei n° 8.429/92), que tem natureza cível;
o Competência Originária dos Tribunais (arts. 1° a 12 da Lei 8.038/90).
o Lei de Organização Criminosas

Procedimento no Caso de Crimes Conexos Submetidos a Procedimentos Comuns


 Crime + Infração de Menor Potencial Ofensivo
o Ex.: furto (155 do CP) + resistência a prisão (329 do CP).
o Corrente minoritária = os processos devem ser separados, porque a competência do JECrim é absoluta.
o Corrente majoritária = prevalece que não se devem separar os processos, sendo os 2 delitos processados numa vara
criminal comum, sem prejuízo da aplicação dos institutos despenalizadores da Lei 9.099/95 (art. 60 desta Lei).
 Delito de Procedimento Comum + Delito de Procedimento Especial
o Ex.: quadrilha (288 do CP) + tráfico de drogas (Lei 11.343/2006)
o A antiga Lei 6.368/81 tinha dispositivo expresso (art. 28) determinando que prevalecia o procedimento do crime mais
grave (com a pena mais alta), o que era alvo de críticas por parte da doutrina. A Lei 11.343/2006 nada fala.
o Entende-se que o procedimento a ser adotado é o mais amplo, aquele que oferece às partes maiores oportunidades
para o exercício de suas faculdades processuais (nem sempre o mais demorado é o mais amplo).
o Ex.: entre o procedimento da Lei de Drogas e o procedimento comum ordinário, este é o mais amplo. A única vantagem
do procedimento especial aqui é a defesa preliminar. Logo, prevalece o procedimento comum ordinário.

Detalhes sobre o Novo Procedimento Comum Ordinário

Antigo Procedimento Comum Ordinário


 (1) oferecimento da peça acusatória;
 (2) recebimento da peça acusatória (se houver rejeição, o procedimento se encerra);
 (3) citação do acusado (em regra, pessoal, por oficial de justiça, mas também poderia ser por edital);
 (4) interrogatório do acusado;
 (5) defesa prévia, em 3 dias (revogado art. 395), cuja única relevância era arrolar testemunhas;
 (6) audiência para oitiva de testemunhas de acusação;
 (7) audiência para oitiva de testemunhas de defesa;
 (8) fase de diligências;
 (9) alegações finais (revogado art. 499);
 (10) diligências determinadas de ofício pelo juiz (que deve dar ciência às partes);
 (11) sentença.

Novo Procedimento Comum Ordinário


 (1) oferecimento da peça acusatória;
 (2) recebimento ou rejeição da peça acusatória;
o Prega-se uma rápida análise, importante para evitar a prescrição; o recebimento só precisa ser fundamentado quando
houver defesa preliminar (que não existe no procedimento ordinário).
o Há novas hipóteses de rejeição.
 (3) citação do acusado;
o Agora só resta 1 caso de citação por edital, e há também a citação por hora certa;
 (4) resposta à acusação;
o É diferente da defesa prévia, e, claro, da defesa preliminar antes do recebimento da peça acusatória.
 (5) possibilidade de absolvição sumária (é um “julgamento antecipado da lide”);
o Antes era restrita ao procedimento do júri.
 (6) audiência uma de instrução e julgamento;
o Trata-se de visar à concentração dos atos, por economia processual e celeridade.
o O pedido de diligências agora já deve ser feito na audiência.
o O interrogatório agora ocorre ao final da audiência.
o Alegações finais, em regra, orais, com exceções em que se permitem memoriais (alegações por escrito).
 (7) sentença;
Peça Acusatória

Oferecimento da Peça Acusatória


 Rever matéria sobre Ação Penal.
 Requisitos do art. 41 do CPP:
o (1) exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
o (2) qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo;
o (3) classificação do crime;
o (4) o rol das testemunhas, quando necessário.
 Início do Processo Penal
o Corrente conservadora
 O processo penal só começa com o recebimento da peça acusatória pelo juiz.
 É o que ocorre no processo penal militar, por disposição expressa do art. 35 do CPPM.
o Corrente moderna
 O processo penal tem início com o oferecimento da peça acusatória, porque mesmo que o juiz a rejeite, será
indispensável a intimação do denunciado para apresentar contrarrazões ao eventual RESE interposto pela
acusação, sob pena de nulidade (Súmula 707 do STF).
Parêntese sobre a Defesa Preliminar (que não existe em procedimento comum ordinário!)
 Em alguns procedimentos especiais, entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória, ocorre a apresentação de uma peça
da defesa – a defesa preliminar.
 Objetivo = impedir a instauração de lides temerárias.
 Procedimentos especiais com defesa preliminar:
o Crimes funcionais / de responsabilidade afiançáveis
 Art. 514 CPP, “notificar”, mais correto que “citar”, que é só depois de receber;

HABEAS CORPUS. CONCUSSÃO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. NOTIFICAÇÃO PARA DEFESA PRÉVIA DO


ACUSADO. ART. 514 DO CPP. NÃO APLICAÇÃO. DENÚNCIA INSTRUÍDA POR INQUÉRITO POLICIAL E
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CRIMINAL. SÚMULA 330/STJ. IMPUTAÇÃO DE CRIMES FUNCIONAL E
NÃO FUNCIONAL. AFASTAMENTO DO RITO DO ART. 514 DO CPP. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CONFIGURADO. ORDEM DENEGADA.

1. Na hipótese em que a ação penal é precedida de inquérito policial, incide o entendimento consagrado na Súmula
330 deste Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual "é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo
514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial." 2. No caso em apreço, da leitura
da exordial acusatória, denota-se que a persecução penal teve por embasamento Inquérito Policial e procedimento
administrativo criminal, a implicar, portanto, a incidência da Súmula 330/STJ.

3. Ademais, o paciente foi denunciado por crimes funcional (art. 316 do CP) e não funcional (art. 288 do CP), de
forma "que não se aplica o rito previsto para o processamento dos crimes de responsabilidade do funcionário
público, o que afasta a determinação do art. 514 do Código de Processo Penal" (REsp 670.739/RJ).

4. Ordem denegada.

(HC 160.332/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 30/03/2012)

o Tráfico de drogas (art. 55 da Lei 11.343/2006);


o Lei de Improbidade Administrativa, que tem natureza cível;
o Juizados Especiais Criminais, de modo oral (art. 81 da Lei 9.099/95);
o Competência Originária dos Tribunais (art. 4° da Lei 8.038/90).
 Consequências
o O juiz ganha mais um objeto de análise antes de decidir sobre o recebimento ou rejeição da peça acusatória.
o O recebimento da peça acusatória agora precisa ser fundamentado (assim como a rejeição), porque houve defesa
preliminar, ao contrário do que se prega na regra do procedimento comum ordinário.
 Falta de Notificação para Defesa Preliminar
o Ex.: vara criminal comum não se lembra que tem de cumprir procedimento especial para o funcionário público.
o Superior Tribunal de Justiça
 Se não se notifica o acusado para a defesa preliminar, há mera nulidade relativa (Súmula 330 do STJ).
 Crítica à Súmula = ela determina a inobservância de lei (do devido processo legal) e viola a isonomia, pois
só prejudica o funcionário público (ao dispensar apenas a sua notificação para defesa preliminar).
o Supremo Tribunal Federal
 Num primeiro momento, o STF entendia pela nulidade absoluta (HC 85.779).
 Porém, em julgados + recentes, tem prevalecido a tese de que se trata de nulidade meramente relativa, sendo
indispensável, portanto, a comprovação do prejuízo (que, na prática, é difícil) e o questionamento oportuno, sob
pena de preclusão (HC 94.011 e HC 89.517).
 Falta de Defesa Preliminar após a Devida Notificação
o Claro, que uma vez notificado, não havendo resposta, não há problema, não há nulidade, pois a defesa é dispensável.
Recebimento da Peça Acusatória
 Em regra, não precisa ser fundamentado, exceto quando houver defesa preliminar.
 Com a Lei 11.719/2008, houve polêmica sobre qual seria o momento do recebimento:
 Corrente 1
o Deve ocorrer logo após o oferecimento da peça acusatória, cf. 396 CPP (“se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á”).
o É a corrente adotada pelo STJ (HC 138.089, de 2010).
 Corrente 2
o O juiz deve antes ordenar a notificação do acusado para apresentar a chamada defesa preliminar; depois faz análise de
possível absolvição sumária; e apenas se não for o caso desta, efetua o recebimento (arts. 397 e 399 CPP).
o Crítica 1 = não pode o juiz ingressar no mérito, analisando se já caberia uma absolvição sumária, por exemplo, sem
sequer analisar antes a regularidade formal da peça acusatória.
o Crítica 2 = de acordo com o 363 CPP, o processo só terá completada sua formação com a citação. E a citação só é
possível se antes ocorreu o prévio recebimento da peça acusatória (399 CPP).
o Crítica 3 = a intenção dos autores do anteprojeto até era mesmo de que a defesa preliminar (antes do recebimento da
peça acusatória) fosse para todos; porém, o Projeto foi alterado no Congresso para que o recebimento no procedimento
comum ordinário se desse logo após o oferecimento, de modo a evitar a prescrição.

Rejeição da Peça Acusatória

Antes da Lei 11.719/2008 Depois da Lei 11.719/2008


Hipóteses do art. 395 do CPP.
 Inépcia da peça acusatória = peça acusatória sem
Hipóteses de rejeição no revogado art. 43 do CPP: obedecer aos seus requisitos indispensáveis (ex.:
exposição deficiente do fato delituoso de quadrilha).

 Fato narrado evidentemente não constituir crime (ex.: furto Obs.: a inépcia da peça acusatória deve ser arguida até a
sentença, sob pena de preclusão (jurisprudência).
de uma lata de atum é atípico).
 Ausência de pressupostos processuais de existência
(demanda, juiz e partes) ou validade (inexistência de
 Extinta a punibilidade (ex.: prescrição, decadência). litispendência, CJ, e vícios processuais / nulidades).
 Ausência de condições da ação penal
 Ausência de condições da ação (ex.: vítima querendo
 Ausência de justa causa para o exercício da ação penal
oferecer queixa por estupro é ilegítima). (colocado em separado das condições da ação por mera
questão de ênfase; trata-se do lastro probatório mínimo
indispensável para o início de um processo).
“Não recebimento” = por questões processuais
Não recebimento = rejeição (ambos são sinônimos)
 Coisa julgada = formal (removido o vício, nova peça
acusatória pode ser oferecida).  Ambos são utilizados apenas para questões formais,
porque o art. 395 só traz questões processuais.
 Recurso admitido = RESE (art. 581, I, CPP).
 Coisa julgada = a decisão só faz CJ formal (removido o
 Caso = ausência de condições da ação. vício, nova peça acusatória pode ser oferecida).
“Rejeição” = por questões de direito material  Recurso cabível = RESE (art. 581, I, CPP), e aqui será
 Coisa julgada = formal e material (não se pode oferecer indispensável a intimação do denunciado para que
nova peça acusatória posteriormente). constitua advogado e apresente contrarrazões ao recurso,
 Recurso admitido = apelação. caso contrário é dever do juiz mandar à Defensoria Pública
(Súmula 707 do STF).
 Casos = fato não criminoso e extinta punibilidade.

Rejeição da Peça Acusatória

 Causas (art. 395 CPP)


o Inépcia (a peça não preenche seus requisitos obrigatórios) = deve ser arguida até a sentença, sob pena de preclusão.
o Ausência dos pressupostos processuais / condições da ação
 Pressupostos de existência = demanda (veiculada pela peça); órgão investido de jurisdição (competência e
imparcialidade) e presença de partes que possam estar em juízo (capacidade da parte).
 Pressupostos de validade (dizem respeito à originalidade da demanda e ausência de vícios processuais) =
inexistência de CJ e de litispendência.
o Ausência de Justa causa = lastro probatório mínimo para o início do processo.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

 Não recebimento é, hoje, sinônimo de rejeição, pois não mais se relaciona a aspectos materiais, somente processuais. Logo, a
rejeição (ou o não recebimento) só faz coisa julgada formal. Removido o defeito, nova peça acusatória pode ser oferecida, razão
pela qual vale a pena deixar de recorrer para corrigir a deficiência e oferecer nova peça.
 Rejeição parcial = é cabível, quando o juiz verificar excesso por parte do órgão acusatório. Para a doutrina, quando o magistrado
perceber que há uma classificação abusiva formulada pelo MP, privando o acusado do gozo de direitos assegurados pela CF e
pelo CPP, nada impede sua concessão imediata, aplicando-se o 383 CPP.
 Recursos cabíveis = RSE (581, I), pelo MP ou querelante, devendo-se intimar o acusado para apresentar contrarrazões (Súmula
707 STF); e, nos juizados, apelação (art. 82, Lei n° 9.099/95).
o Quando o tribunal der provimento ao RESE a prescrição é interrompida (súmula 709/STF)
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
SÚMULA Nº 707/STF: CONSTITUI NULIDADE A FALTA DE INTIMAÇÃO DO DENUNCIADO PARA OFERECER CONTRA-RAZÕES AO RECURSO INTERPOSTO DA REJEIÇÃO
DA DENÚNCIA, NÃO A SUPRINDO A NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO.
SÚMULA Nº 709/STF: SALVO QUANDO NULA A DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU, O ACÓRDÃO QUE PROVÊ O RECURSO CONTRA A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA VALE, DESDE
LOGO, PELO RECEBIMENTO DELA.

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