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do mar morto
Uma introdução atualizada
COLEÇÃO HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA EM MOVIMENTO
Direção: Pedro Paulo A. Funari
Esta coleção visa à publicação de obras originais, com base em uma visão
crítica e atualizada, das principais questões historiográficas e arqueológicas.
A coleção publica obras organizadas e livros de autoria individual, de au-
tores nacionais ou estrangeiros, em diferentes estágios de suas carreiras, de
modo a integrar o que há de mais inovador com as mais reconhecidas contri-
buições. Sempre marcados pela excelência acadêmica, volumes introdutóri-
os e obras específicas e aprofundadas constituem o cerne da coleção.
Jonas Machado
Pedro Paulo A. Funari
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
ISBN 978-85-391-0466-6
CDU 261
CDD 290
Imagem da capa
Foto de Jonas Machado
CONSELHO EDITORIAL
Eduardo Peñuela Cañizal
Norval Baitello Junior
Maria Odila Leite da Silva Dias
Celia Maria Marinho de Azevedo
Gustavo Bernardo Krause
Maria de Lourdes Sekeff (in memoriam)
Pedro Roberto Jacobi
Lucrécia D’Aléssio Ferrara
9 Apresentação
Clarisse Ferreira da Silva
11 Prefácio
Paulo Augusto de Souza Nogueira
17 Introdução
45 4. Conteúdo e publicações
67 5. A importância do achado depois de 60 anos
99 Considerações finais
101 Bibliografia
Apresentação
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Embora a data tradicional da descoberta seja 1947 (ano em que também ocorreu,
como veremos adiante, o primeiro contato de Sukenik com os manuscritos), a ca-
verna 1 só foi identificada por uma expedição em janeiro de 1949. Certa demora
na identificação da primeira caverna naturalmente está relacionada com o momento
turbulento em que vivia a região com as disputas pelo estabelecimento do Estado de
Israel (Golb 1996:129;VanderKam 2010:13).
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1
Uma abordagem clássica mais ampla considerando respectivamente a arqueologia
em todo o território de Israel e na Palestina como um todo pode ser encontrada em
Aharoni (1978) e Albright (1956).
2. Qumran, o sítio arqueológico e
uma história rocambolesca
1
As hipóteses e belas imagens do sítio arqueológico de Khirbet Qumran estão em
Kochav (2006). A interpretação original das fases do sítio, com comentários, provém
de Lim (2005:63-69). A interpretação dos dados arqueológicos é considerada a po-
lêmica mais importante e atual em curso no campo dos estudos de Qumran (García
Martínez 2006:317).
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História Natural, 5, 73
1
Uma excelente apresentação geral atualizada desses Manuscritos está em Van-
derKam (2010), cuja primeira edição de 1994 pode ser encontrada em português.
Uma boa avaliação sobre “verdade versus lenda” na história da descoberta dos Ma-
nuscritos está em Shanks (1998). Veja também Trever (1988), Eisenman (1992),
Wise et. al. (2005), Elledge (2005), e Freedamn e Kuhlken (2007). O contexto histó-
rico desse período qumrânico está bem apresentado em Silva (2010:25ss).
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Outros fragmentos também foram tirados da caverna 1 (Golb 1996:129ss; Van-
derKam 2010:13ss).
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Esta placa dentro do sítio e próxima à caverna 4 diz que os beduínos en-
contraram 14000 fragmentos nesta caverna, e os arqueólogos encontraram
mais 1000 posteriormente, fragmentos estes que são restos de 530 manus-
critos diferentes. Foto de Jonas Machado.
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Um exemplo das especulações que surgiram por conta da demora da publicação
dos Manuscritos pode ser visto em Baigent e Leigh (1994). A refutação dessas espe-
culações, especialmente a “Conspiração do Vaticano”, está, por exemplo, no último
capítulo de Shanks (1993).
4
O trabalho desse polêmico participante da equipe comandada por de Vaux pode ser
visto em Allegro (1956).
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A história da publicação do DJD está em Tov (2002).
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A discussão deste assunto foi retomada por Hector L. MacQueen na obra editada
por Lim e Collins (2010:723-748).
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A hipótese de Boccaccini foi submetida a uma avalição por James VanderKam na
obra editada por Lim e Collins (2010:254-277).
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Uma dessas vertentes principais que tem ganhado bastante espaço nesse campo de
estudo é a apocalíptica (Collins 1997; Silva 2010:57ss).
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2
O aspecto midiático da divulgação está resumido em Lim (2005). A importância
dessas descobertas para um quadro geral do judaísmo do período foi destacado por
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Schiffman (2010).
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1
Esta última constatação está em Lim e Collins (2010:5). Discussões sobre os Fragmentos
Zadoquitas e suas relações com Qumran aparecem em Schiffman (2005, 2010), Shanks
(1998), Kugler e Schuller (1999), Reif na obra editada por Lim e Collins (2010:652ss),
e Stone (2010). As referências de Josefo, Filo e Plinio aos Essênios com uma análise
comparativa podem ser encontradas em Boccaccini (2010). Estas referências também
são discutidas no artigo de Joan Taylor na obra editada por Lim e Collins (2010:173-199).
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A fluidez da identidade judaica antiga está discutida em Machado (2010:286-292),
Schiffman (2010:353ss), e em vários capítulos de Nogueira (2010). O artigo de Waddell
(2004) é um exemplo das possíveis variáveis na relação Qumran-Essênios. No con-
texto mais amplo, o dinamismo da linguagem e identidade sempre em transformação
é discutido em Llamas e Watt (2010:1ss). Um exemplo de radicalização no campo
dos estudos de identidade judaica é a obra editada por Silberstein (2000) e sua crítica
ao método de “traçar” a identidade buscando uma essência e a contraproposta de
“mapear” a identidade, já que esta é um “tornar-se”, mais do que “ser”, como parte
do jogo da história, cultura e poder.
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A obra editada por Grossman (2010) já tenta combinar disciplinas e, ao mesmo
tempo, oferecer estudos bem específicos de áreas diferentes, com abordagens bem
recentes de especialistas em assuntos como o uso da informática, historiografia e mé-
todo de comparação, modelos sociológicos e abordagens científico-sociais. O livro
editado por Lim e Collins (2010) também dedica uma parte para novas abordagens,
embora neste prevaleçam abordagens históricas e temáticas.
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Parte mais oriental do platô de Qumran, onde ficava o cemitério. Mar Morto
ao fundo. Foto de Jonas Machado.
2
Este fato dá ares de artificialidade à afirmação de Boccaccini, por exemplo, de que
o proporcionalmente maior número de cópias do livro dos Jubileus encontradas em
Qumran demonstra o importante papel que esta obra desempenhou ali. Além disso,
ele desenvolveu, já no final dos anos 1990, toda uma teoria a respeito das obras
ausentes em Qumran que, embora tenha certa validade como hipótese de trabalho e
limites que o próprio Boccaccini admite, se torna muito sujeita à artificialidade diante
da natureza incompleta da descoberta (Boccaccini 2010:35,121,170ss). Mais recen-
temente, García Martínez (2011:17-29), por sua vez, acredita que um ponto “novo”
a se considerar numa revisão da hipótese de Groningen ligada a seu nome, é que a
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publicação recente dos manuscritos demonstrou que os documentos que ele chama
de “para-bíblicos” são bem mais representativos em número. Mas, mesmo que as
publicações dos textos encontrados tenham chegado ao fim, isso ainda é parcial em
relação a todo material que existiu em Qumran, e qualquer mudança de “proporção
das composições” de Qumran alegada por García Martinez é artificial.
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Visão parcial das ruínas do alto do platô de Massada. Mar Morto ao fundo.
Foto de Jonas Machado.
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As transformações nas ciências humanas e sociais que resultaram em novas pers-
pectivas para a História e Arqueologia estão discutidas em Funari (2007).
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como sendo agora tudo que é feito pelo ser humano, visto que
o objeto da pesquisa é o homem no tempo, interessa aqui a
ampliação do conceito de “fonte” como agora se referindo a
todos os documentos, e não somente aos oficiais.
Essas fontes escritas podem ser analisadas de muitas ma-
neiras, em vários níveis de estudo, por diferentes paradigmas e
modelos de interpretação, cuja profundidade de análise depende
da especialização do estudioso e da expectativa do público. Se
não aconteceu antes, pelo menos a partir de agora é necessário
considerar que disciplinas básicas para o estudo desse material,
como a História e a Arqueologia, estão, nesse momento, sob
novos olhares e novos procedimentos.
História e Arqueologia são disciplinas que caminham
juntas. Todavia, esta passou a ser considerada não apenas como
auxiliar da História, mas, enquanto parceira, como disciplina
independente que trilha caminhos próprios. Ao mesmo tempo,
a Arqueologia não é mais tão somente a observação de artefatos
com a pressuposição de que havia apenas constatação, e não
interpretação. Enquanto acontecia todo esse processo desde o
descobrimento até as publicações finais, amadurecia também
o “descobrimento” de que o arqueólogo também é intérprete.
Outro modo de dizer isso é que, com o reconhecimento
de que as fontes históricas, agora bem mais amplas que apenas
as “oficiais”, não dão informações objetivas e imparciais, antes
parciais e condicionadas aos autores dos textos, a Arqueologia,
ao mesmo tempo em que foi considerada também sujeita aos
mesmos condicionamentos, ganhou independência. Além disso,
ambas, a um só tempo, também dependem da interpretação do
cientista pesquisador que vem com boa carga subjetiva, seja o
historiador ou o arqueólogo.
Um último elemento que deve ser considerado quanto à
situação atual e possibilidades futuras é o que diz respeito ao
uso da informática. Os avanços que facilitaram as publicações
96 os manuscritos do mar morto
Títulos publicados:
Arestas do Poder
Adilton Luís Martins
www.annablume.com.br