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16/09/2019 Brasil criou Justiça boa para juiz e ruim para a população - CartaCapital

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Brasil criou Justiça boa para juiz e ru


ANDRÉ BARROCAL b 16 DE SETEMBRO DE 2019

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Tribunais têm salários de marajá mas baixa e ciência, devido à


independência exagerada, diz estudo

Em 2020, o salário mínimo não terá ganho real, mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) acaba de
universalizar uma mordomia para juízes e servidores do Judiciário. Todos receberão um auxílio-saúde
do salário, caso não tenham convênio do tribunal em que trabalham. A remuneração média dos togad
2018 foi de 46,7 mil reais e a de seus funcionários, de 15,3 mil.
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Duas semanas antes dessa decisão, tomada em 10 de setembro, o CNJ havia divulgado seu anuário s
estado do Judiciário. O estoque de processos pendentes subiu sem parar por anos e anos e só foi ca
2017 (80 milhões) para 2018 (78,7 milhões). A queda ocorreu devido ao aumento das decisões dos ju
(3,8%) e à redução no número de casos novos (1,9%).

Esses dois grupos de informações saídas do órgão criado para vigiar magistrados e tribunais (mais
mordomia para quem tem salário de marajá e grande estoque de processos) ilustram algumas das
conclusões de um estudo recém publicado sobre os últimos 30 anos da Justiça brasileira, período pó
Constituição.

➤ Leia também:
"Devemos lutar contra a captura do Judiciário pela direita"

Aqui juiz decide muito, ganha demais, tem funcionários muito bem pagos, mas o Judiciário em geral é
caos, elitista e concentrador de renda. É o diagnóstico do brasileiro Luciano da Ros, da Universidade F
do Rio Grande do Sul (UFRGS), e do americano Matthew MacLeod Taylor, da American University, no a
“Juízes e cientes, Judiciário ine ciente no Brasil pós-1988”.

Da Ros já havia feito uma pesquisa, de 2015, que identi cara a Justiça brasileira como campeã mund
gastos, 1,3% do PIB – no novo anuário do CNJ, a despesa foi de 1,4%. Em 2015, quem vinha atrás apa
longe, com 0,3%, Alemanha e Venezuela. Agora Da Ros descobriu novidades, mas nada que tire o ouro
Brasil: Costa Rica gasta 1,25%, Argentina 1,09% e El Salvador, 0,99%.

“Os demais países nas Américas e na Europa apresentam despesas signi cativamente inferiores, ma
se todos abaixo de 0,6% do PIB. Mesmo a despesa per capita absoluta do Judiciário brasileiro é supe
todos os países europeus, com exceção da Suíça”, a rma o artigo.

➤ Leia também:       

A liti ã d J di iá i ( t )i di õ STF
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A politização do Judiciário e as (contra)indicações ao STF
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Salário é a principal fonte de despesas do Judiciário nacional: 90% do gasto total de 93 bilhões de rea
2018, informa
OPINIÃO o anuário
BLOGS do CNJ.
MAIS Recorde-se: o salário médio dos juízes foi de 46,7 mil em 2018 (21 ve

renda média do trabalhador em dezembro daquele ano, de 2,2 mil reais, segundo o IBGE) e de 15,3 mi
servidores (sete vezes a renda média dos trabalhadores).

Os juízes brasileiros são marajás e o que ganham, mordomias incluídas, não têm paralelo no mundo.
dados de 2015 daqui e de 2014 da Comissão Europeia para a E ciência da Justiça (Cepej, na sigla em
Da Ros e Taylor expõem com nitidez a casta do privilégio.

Aqui, um togado começa a carreira ganhando 11,3 vezes a renda per capita nacional e termina com 1
vezes. Nos Estados Unidos esses mesmos números são 3,2 e 4,1. Na Alemanha, 1,2 e 3,1. Na Itália, 2
Em Portugal, 1,7 e 4,1. Na França, 1,1 e 3,4. Na Espanha, 2,1 e 4,7.

➤ Leia também:
Censura do STF desvela as íntimas relações entre mídia e Judiciário

O salário basta para botar os 18 mil juízes brasileiros no 1% mais rico, clube do qual se faz parte com
reais, conforme o IBGE. Somos o 10o país mais desigual, segundo a ONU, mas se o assunto é concen
de renda no 1%, somos vice. O 1% ca com 28% do PIB, segundo uma equipe francesa coordenada pe
economista Thomas Piketty. O primeiro lugar é do Catar, com 29%.

O estudo de Da Ros e Taylor ressalta que, além do holerite generoso, os juízes embolsam regalias, co
auxílios saúde, alimentação, transporte, que são jabuticabas. “O Judiciário da maioria dos países euro
não fornece tais benefícios. Auxílio à moradia, por exemplo, existe apenas em Portugal, na Rússia e n
Turquia. Inversamente, os únicos auxílios adicionais recebidos por magistrados na Alemanha, na Espa
França e na Itália são relativos à produtividade.”

Registre-se que, além do salário de marajá e das mordomias, os magistrados brasileiros possuem 60
férias por ano garantidas em lei. Mesmo que não as tirem integralmente, o que ajudaria a reduzir o es
78 milhões de processos pendentes nos tribunais, eles as vendem. E enchem mais os bolsos.

Seus funcionários são muito bem pagos também e formam um batalhão enorme, duas coisas sem ig
planeta. Sua média salarial equivale a cinco vezes a renda per capita nacional, segundo Da Ros e Tayl
uma proporção maior do que a recebida por juízes estrangeiros. Nos EUA, em Portugal e na Espanha,
togado em m de carreira ganha quatro vezes a renda per capita. Na Alemanha e na França, três.

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Damares Alves: "Temos que combater o ativismo no Judiciário"

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O número total de servidores no Judiciário brasileiro é de 272 mil, conforme o último anuário do CNJ.
Considerando-se estagiários e trabalhadores temporários, a Justiça tem 450 mil pessoas. Quando Da
Taylor preparavam o artigo, eram 430 mil, dado constante do anuário de 2018 do CNJ. Com base ness
mil, a dupla estimar haver 207 trabalhadores na Justiça a cada 100 mil brasileiros.

É uma “proporção comparativamente elevada”, a rmam os pesquisadores. “A maioria dos países não
aproxima dessa proporção, oscilando entre 33 e 67 funcionários não magistrados por 100 mil habitan
poucos países que se aproximam à taxa brasileira são: Argentina (150), Eslovênia (161) e Croácia (16

Se os juízes estão no 1% mais abonado, seus servidores são igualmente privilegiados. Integram o tim
10%, que nos cálculos do IBGE são os que ganham acima de 9,5 mil reais mensais.

Compreensível, portanto, Da Ros e Taylor terem escrito que “outra área de preocupação é o elitismo d
judiciário”. Para a dupla, esse elitismo se re ete, por exemplo, “na fraca resposta do sistema judicial a
de direitos humanos, como homicídios praticados por policiais, com especial impacto sobre pobres e
brancos”.

Um per l sociodemográ co dos juízes brasileiros divulgado em 2018 pelo CNJ mostrou: 80% dos tog
eram brancos (os brancos são 47% da população), 33% eram lhos de pai ou mãe juiz.

Baixa resolutividade
Apesar de muito bem pagos pelos 200 milhões de brasileiros, juízes e seus servidores não produzem
Justiça e ciente. Ao contrário. “Demonstramos a existência de um aparente descompasso entre mag
de alta produtividade decisória e um poder Judiciário de baixa resolutividade no Brasil, isto é, com red
capacidade de resolução de nitiva de con itos em tempo hábil”, dizem Da Ros e Taylor.

Os dois pesquisadores veem “redundância decisória” no Judiciário brasileiro. Os juízes decidem da pr


cabeça, sem levar em conta o histórico de decisões para casos semelhantes e sem dar bola para a
jurisprudência das altas cortes, como o Supremo Tribunal Federal. Este, aliás, é exemplar do cada um
judicial, vide o recém lançado livro “Os onze”, número de togados no STF.

Em março de 2016, Gilmar Mendes, do STF, proibiu, via liminar, a nomeação de Lula como ministro de
Rousseff. Alegou que a nomeação queria proteger Lula de um juiz de primeira instância (Sérgio Moro)
2017, Celso de Mello, também do STF, negou liminar em uma ação que apontava a mesma blindagem
um juiz de primeira instância por trás da nomeação ministerial do emedebista Moreira Franco no gove
Michel Temer

Diante da “redundância decisória”, comentam Da Ros e Taylor, chega a ser “racional” uma empresa lev
qualquer disputa para o Judiciário e tentar postergar uma decisão o quanto puder. E não falta advoga
Brasil, anotam os pesquisadores: 1,1 milhão registrados na OAB. Em 2010, o CNJ mostrou que o País
tinha mais curso de Direito do que EUA, Europa e China juntos.       

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Para Da Ros, os magistrados brasileiros têm independência demais e deveriam ter menos. Não confu
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porém, com mordaça. O que deveria acontecer, a rma ele, é os juízes seguirem jurisprudências existe
para que houvesse sempre a mesma decisão de casos semelhantes, por exemplo.
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Além do cada um por si decisório no Judiciário e da massa de advogados na praça, o Judiciário cons
pela Constituição de 1988 contribui para o caos e a ine ciência do sistema judicial.

Na ditadura militar (1964-1985), segundo Da Ros e Taylor, os tribunais eram subservientes aos quarté
enterrar esse passado, os constituintes criaram vários mecanismos para tornar a Justiça mais acessí
atuante. Entre as inovações, ações civis públicas, defensorias públicas, Ministério Público livre, autori
para partidos políticos entrarem com ações diretas de inconstitucionalidade. Resultado: “Vertiginoso
aumento da demanda” judicial em 30 anos.

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Diante disso tudo, ca mais fácil entender por que o Brasil tem 78,7 milhões de processos parados. E
a perspectiva não é nada boa, na visão de Da Ros e Taylor: “Dadas a demanda judicial crescente e a
persistência do congestionamento, é improvável que a demora na tramitação da maior parte dos proc
se reduza signi cativamente no horizonte próximo”.

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