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Digestão biológica do lodo

Data:7/8/2013
por Carla Legner

O tratamento de água é um conjunto de


procedimentos físicos e químicos que são
aplicados para que ela fique em condições
adequadas para o consumo, ou seja, para se
tornar potável, livrando o líquido de qualquer
tipo de contaminação. Uma das etapas que
pode ser utilizada no tratamento de água é a digestão biológica de lodo, utilizada para o tratamento
de resíduos provenientes das estações de tratamento de esgoto (ETE’s), ou em biodigestores,
mecanismos que usam o potencial energético da matéria orgânica descartada para gerar energia na
forma de biogás.
O lodo é o resíduo do tratamento, dessa forma, a principal característica de um tratamento biológico
de efluentes com lodo ativado é a ocorrência de microrganismos que usam a poluição como
alimento. A água é o principal componente do lodo e seu conteúdo depende se é lodo primário
(sólidos), secundário (digestão biológica) ou terciário (precipitação química). Existem basicamente
dois tipos de digestores, o anaeróbio e o aeróbio. São compostos em geral por um único tanque que
opera em regime continuo ou batelada.
De acordo com Henrique Martins Neto, engenheiro químico da EQMA Engenharia, Química e Meio
Ambiente, empresa especializada em fornecer as melhores soluções para sistema de tratamento de
água, esgoto e efluentes industriais, o tratamento biológico de lodo é uma das quatro etapas
necessárias para a correta separação de resíduos sólidos da fase líquida, ou seja, separar a sujeira
da água. A quantia de matéria orgânica e atividade celular são muito elevadas, desta forma sua
principal função é estabilizar a biomassa ainda ativa que é removida do sistema de tratamento da
fase líquida, desse modo em poucas horas após a remoção do excesso de lodo do tanque de
aeração, inicia-se o processo de putrefação do lodo, que exala maus odores.
Além da putrefação, o processo seguinte de secagem do lodo com equipamentos como filtros e
prensa é brutalmente prejudicado, pois a biomassa produz um biopolímero que não permite a
extração de água, mesmo com elevada pressão fornecidas pelos equipamentos, produzindo assim
uma torta com muita umidade e pouco uniforme.
Normalmente quando o lodo de excesso é encaminhado para a unidade digestora ainda na forma
fluida apresenta a concentração de sólidos da ordem de 5%, sendo que após secagem em leitos ou
em centrifugas o teor de sólidos varia entre 20 a 25% já para filtros prensa são comuns valores de
30 a 35%, ou seja em ambos os casos o lodo se apresenta como torta semi-sólida que ainda possui
mais da metade do seu peso composto por água intersticial, porém com o volume extremamente
reduzido.
Tipos de digestores
Podemos considerar tratamento anaeróbio de esgotos qualquer tipo de processo de digestão que
resulte na alteração da matéria orgânica biodegradável, na ausência de oxidante externo, com
produção de metano e dióxido de carbono, deixando na solução aquosa subprodutos como amônia,
sulfetos e fosfatos.
No sistema de digestão anaeróbio, o conteúdo do reator pode ou não ser homogeneizado através
de misturadores mecânicos e também pode contar com sistema de aquecimento comum em um
país de clima temperado, pode-se dizer que a digestão anaeróbia ocorrerá com melhor desempenho
em torno de 40oC e para temperatura abaixo de 5oC é praticamente inexistente. “Um destaque
importante para este tipo de sistema é a formação do biogás ou gás natural, composto por
aproximadamente 50% de metano e 50% de gás carbônico, que é uma ótima fonte de energia limpa
e barata, existem diversas plantas deste tipo operando em países como Alemanha e Holanda”,
completa o engenheiro.
O processo de digestão é desenvolvido por uma sequência de ações realizadas por vários tipos de
bactérias, no qual se podem distinguir quatro fases subsequentes: hidrólise, etapa de quebra das
moléculas mais complexas em carboidratos mais simples, aminoácidos e ácidos graxos (reação com
a água). A acidogênese, onde é feita a conversão dos compostos solúveis produzidos na hidrólise
para ácidos graxos voláteis. Depois a acetogênese, onde bactérias acetogênicas oxidam os ácidos
graxos de cadeia longa para acetato, CO2 e H2. E por fim a metanogênese, onde bactérias
metanogênicas produzem gás metano.
Na ausência de oxigênio encontramos somente bactérias anaeróbias, que podem aproveitar o
oxigênio combinado. As bactérias acidogênicas destroem os carboidratos, proteínas e lipídios
transformando-os em ácidos voláteis. As bactérias metanogênicas convertem grande parte desses
ácidos em gases, predominando a formação de gás metano. A estabilização de substâncias
instáveis e da matéria orgânica presente no lodo fresco também pode ser realizada através da
adição de produtos químicos. Esse processo é denominado estabilização química do lodo.
Já em sistemas de digestão aeróbia são utilizados aeradores mecânicos ou difusos que promovem
a mistura e fornecem o oxigênio necessário a biomassa, seu principal benefício é o menor tempo
requerido para o processo e, portanto apresenta menor volume do tanque, porém deve-se
mencionar que o custo energético é maior. Henrique explica que em ambos os processos o
fenômeno é muito similar, ou seja, o lodo ainda muito ativo e com excesso de matéria orgânica é
enviado ao digestor, ficando submetido à condição de pouco alimento, no caso fazendo referência
ao material presente na água residuária já previamente removido no tratamento da fase líquida.
“Desse modo o pouco material biodegradável disponível está localizado nas reservas internas das
células, que passam a ser a única fonte de alimento, este fenômeno é também conhecido por
respiração endógena, que ocorrem de maneira fermentativa ou oxidativa, respectivamente em
digestores anaeróbios e aeróbios. Ao passar do tempo, em geral de 15 a 45 dias de detenção dentro
do digestor a concentração de matéria biodegradável se esgota por completo e o lodo está
praticamente inativo, pronto para a próxima etapa de desidratação”, enfatiza Henrique.

Outras etapas de tratamento


As outras três etapas necessárias para o tratamento são: o adensamento, anterior a digestão, que
consiste na redução do volume do lodo através de processos físicos, desidratação posterior a
digestão, que emprega processos de evaporação ou ação mecânica (prensagem ou centrifugação),
e a última etapa, responsável pela higienização, em geral efetuada através de aquecimento
convectivo, capaz de reduzir a concentração de patógenos como bactérias, vírus e parasitas
(nematódeos e helmintos) a níveis aceitáveis.
“Em geral ambos os sistemas possuem ótima eficiência e a diferença básica na escolha do melhor
ou projeto mais indicado está no estudo entre o arranjo geral da estação de tratamento de efluente,
volume de lodo produzido e custos energéticos”, explica Henrique. O engenheiro explica ainda que
alguns arranjos de estação de tratamento de efluentes possibilitam a eliminação completa do
digestor de lodo, porém requerem a adição de sistemas mistos compostos por reator anaeróbio
seguido de aeróbio. Os esquemas mistos mais comuns são reatores UASB seguido de lodo ativado,
filtro biológico, ou lagoa de estabilização.

No sistema misto, o lodo de excesso oriundo do filtro biológico ou lodo ativado é direcionado para o
reator UASB, que pode realizar até três processos ao mesmo tempo, são eles: tratamento da água
residuária, adensamento e digestão do lodo. Essas funções extras do UASB estão relacionadas com
a robustez e a elevada eficiência no processamento de elevadas cargas orgânicas devido à
formação do manto de lodo, que origina seu nome.
De acordo com Henrique existe também outra alternativa ao regime misto, que é o processo de lodo
ativado modalidade aeração prolongada, recomendado para sistema de médio a pequeno porte com
baixa produção de resíduos. Neste a digestão do lodo de excesso ocorre dentro do próprio tanque
de aeração, juntamente com o esgoto afluente.
No lodo ativado modalidade aeração prolongada não há o decantador primário, que é responsável
pela remoção de parte dos sólidos em suspensão e matéria orgânica afluente, portanto a biomassa
recebe o esgoto bruto e requer tempo de detenção mais longo, originando assim tanques de
grandes dimensões, se comparado ao convencional, por isso a denominação aeração prolongada.
Nesta condição a relação entre a quantidade de alimento disponível para os microrganismos é muito
baixa (fator A/M), obrigando-os a utilizar a respiração endógena para prosperar, desse modo o lodo
de excesso é praticamente estabilizado junto com a água residuária afluente, porém ainda deve ser
adensado e desidratado.

Como escolher o melhor processo?


A EQMA Engenharia, Química e Meio Ambiente trabalha com projetos para atender toda a demanda
dos clientes, porém Henrique ressalta que antes da escolha do melhor processo, a empresa sempre
faz uma avaliação crítica do arranjo geral da estação de tratamento de efluente, volume de lodo
gerado, consumo de energia, insumos químicos, espaço disponível etc.
“Em geral os digestores são mais utilizados em estações de médio e grande porte, sendo quase que
obrigatórios em estações de tratamento de esgoto domésticos municipais ou grandes instalações
industriais, portanto a demanda de mercado acaba sendo praticamente a mesma das estações de
tratamento. Já para sistemas de pequeno porte a demanda é muito pequena, tendo em vista a baixa
geração de lodo e possibilidade de se eliminar o digestor através de arranjos no sistema de
tratamento do efluente líquido”, completa Henrique.
Apesar de ser um processo pouco utilizado, o sistema de digestão de lodo tem suas vantagens: é
uma alternativa que propicia o aproveitamento energético do lodo (geração de biogás com elevado
conteúdo de metano), a digestão anaeróbica combinada com a queima do biogás é uma alternativa
ecológica sem emissões gasosas e com redução de sólidos voláteis de até 70% e é uma solução
que propicia um lodo final de volume muito reduzido e isento de patogênicos.

Saneamento
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Soluções Técnicas

2) Sistema compacto para tratamento de esgoto processa material por


meio de biodigestão anaeróbia; veja ilustração em 3D
Edição 43 - Setembro/2014

As Estações de Tratamento de Esgoto Compactas (ETECs) são usadas para


separar e transformar biologicamente o material sólido e líquido do esgoto
doméstico. Nas estações, esse material é levado até os tanques anaeróbios (sem
presença de oxigênio) para a biodigestão. O processo transforma a matéria
orgânica em compostos como gás metano, gás sulfídrico, gás carbônico e água. O
resultado do processo é um efluente líquido tratado, que deve ser ainda submetido
a uma disposição final conforme exigências do órgão ambiental local. Entre as
opções de escoamento, estão as valas de infiltração, os sumidouros e as galerias
pluviais.

Algumas ETECs podem ser instaladas acima do solo enquanto outras são
enterradas. Os dois principais componentes do sistema (reator anaeróbio e filtro
anaeróbio) podem estar presentes tanto em um único tanque quanto em dois
tanques separados. As ETECs podem ser instaladas em residências, comércios,
sítios ou outras edificações que não tenham rede de esgoto adequada.
Clique para ampliar a imagem

Projeto e transporte
O dimensionamento do sistema deve atender a demanda de material a ser
processado. Normalmente, esse valor é dado em litros por dia. Os tanques devem
ser manuseados com cuidado para evitar impactos e quedas. É aconselhável
utilizar um sistema de roldanas ou guindastes para sua movimentação.

1 - Escavação
A escavação para instalação dos tanques e tubulações pode ser feita de forma
manual ou mecanicamente. O diâmetro da escavação deve ser do tamanho do
diâmetro dos tanques, com acréscimo de 30 cm em torno dos componentes. Já a
distância entre os dois tanques (reator e filtro) deve ser de 60 cm.

2 - Base de assentamento
Para assentamento dos tanques deve ser construída uma base regular e nivelada
para que os equipamentos estejam bem posicionados e não fiquem inclinados.
Para evitar riscos de influenciar o lençol freático, é necessária uma base de
concreto com malha armada com pelo menos 15 cm de espessura.

3 - Instalação dos equipamentos


Os tanques (reator e filtro) podem ser posicionados nas valas manualmente. Como
eles são fornecidos pré-montados, basta apenas conectá-los com as tubulações
hidráulicas. Nas entradas e saídas dos equipamentos são utilizadas tubulações de
100 mm (as tubulações de entrada são sempre mais altas que as tubulações de
saída).

3.1 - Reator anaeróbio


O esgoto sai de sua origem e segue para o reator anaeróbio onde ocorrem os
processos de sedimentação, decantação e biodigestão. O material é processado e
resulta em um efluente líquido. O tubo guia retira o lodo e conduz o esgoto até o
fundo do reator. A calha vertedora retém partículas sólidas e conduz a água já
tratada. O cone direciona o fluxo para a calha vertedora. E a peneira ao fundo do
reator também faz a separação de sólidos.

3.2 - Filtro anaeróbio


O efluente resultante do reator ainda possui um pequeno percentual de matéria
orgânica dissolvida. Ele passa, então, a ser tratado no filtro anaeróbio,
completando assim o ciclo de operação da estação de tratamento. Além dos
tanques, outros componentes importantes são:
a - Entrada do esgoto
b - Saída de efluente líquido
c - Alongador (opcional, para terrenos com relevo irregular e quando houver
necessidade de elevar a tampa)
d - Saída de gás

4 - Aterramento
Os componentes da ETEC são enterrados com uma mistura de pó de brita ou
areia com cimento em traços de 3:1. O aterramento é gradativo, feito em camadas
de 25 cm, até se completar o volume total das valas. O material de aterramento
não deve ser compactado mecanicamente, mas somente com a pressão natural da
camada superior de terra.

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