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nhar a turma e o seu rendimento escolar era A mãe do aluno alegou que o filho não apren-
muito baixo. dia e sempre teve muita dificuldade em Portu-
Durante o terceiro bimestre daquele ano, a guês e Matemática. Quanto à mudança de esco-
coordenadora da escola, que tem especialização la, a mãe colocou que mudava o filho de escola,
em Psicologia, recebeu muitas reclamações por porque acreditava que eram os professores que
parte dos professores a respeito do aluno. Os não sabiam ensinar o seu filho.
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Notas de rodapé:
1. Nome fictício, para preservar a identidade do
aluno.
Referências:
PAPP, Ana Carolina C. Salvatti; WERTZNER, H.
F. O aspecto familial e o transtorno fonológico.
Pró-Fono: Revista de Atualização Científica,
São Paulo, v. 18, maio/ago. 2006. Acessado em
11 maio 2008.
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Trauma intra-uterino
Resumo inato do indivíduo e o adquirido do meio ambien-
te começa muito mais cedo do que normalmente
Este artigo relata o caso de uma criança, vítima de se considera; certas experiências pré-natais po-
um trauma de nascimento, que se reflete na sua dem ter efeito emocional profundo sobre a crian-
relação com as pessoas, tanto na escola quanto fora
ça, especialmente se tais acontecimentos são
dela, e a intervenção da escola a partir da observa-
ção do comportamento da aluna.
reforçados pelas experiências pós-natais. Ela
ainda refere que, embora os “ventres” possam
A gravidez de sete meses transcorre tranqüi- ser considerados como espaços seguros, estão
lamente numa família constituída de pai, mãe e muito longe de serem considerados neutros, pois
duas filhas, uma de cinco e a outra de sete anos. muitas das emoções, pertencentes aparentemen-
STUDOS DE CASOS
Nesta terceira gestação, novamente seria uma te à vida pré-natal, podem ficar indissoluvelmente
menina que iria se integrar àquela família. Tudo ligadas ao modo habitual de se relacionar com a
corria bem até que uma crise conjugal causa a vida (12).”
“Alessandra Piontelli realizou um estudo ob- bilhão de emoções e expectativas. A mãe, sofrida
tações, através de imagens ultra-sonográficas, uma bela menina. O pai vai conhecer a nova
desde a 16ª semana e continuou acompanhando filha, criando, desse modo, na mãe uma grande
as crianças até 4 anos de idade. Os seus acha- expectativa de uma possível reconciliação, que
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diagnósticos realizados pela obra social. em outro lugar. A mãe declarou que, desde a
infância, o filho apresentava alguns retardos no
seu desenvolvimento, mas era um menino tran-
Murilo¹ nasceu em 1989, atualmente freqüen-
qüilo. A partir dos quatro anos de idade começou
ta uma escola da rede municipal de Ribeirão da
a apresentar exagerada irritação quando queria
Neves e, em setembro de 2003, aos 15 anos de
algo e não conseguia, e apresenta esse compor-
idade, foi encaminhado pela pedagoga da escola
tamento até hoje. A mãe demonstrou não aceitar
para uma unidade social, visando participar de
bem que o filho tinha dificuldades no desenvolvi-
um grupo de Apoio Pedagógico para crianças e
mento e na aprendizagem, julgava-o muito frágil
adolescentes em defasagem de aprendizagem
e incapaz de realizar uma série de coisas para
nas séries iniciais do ensino fundamental. A es-
sua idade. Foi percebida na fala uma superprote-
cola alegava que o mesmo possuía dificuldades
ção. Provavelmente, Murilo não recebeu estímu-
específicas na assimilação e retenção de conhe-
los suficientes, o que teria dificultado a constru-
ção de esquemas que favorecessem desenvolver
o equilíbrio entre assimilação e acomodação.
Murilo passou por acompanhamento com espe-
cialistas, mas a mãe não trouxe dados precisos,
somente que abandonou, não tendo registrado o
motivo da desistência do tratamento.
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be a mãe de Bruno , aluno do 3º ano do ensino trimestrais promovidas pelo Colégio. Era uma
fundamental, que havia sido reprovado. A mãe clara demonstração de ausência de acompa-
solicita uma reavaliação do filho por não concor- nhamento da vida escolar do filho.
dar com o resultado, alegando que ele sempre foi
A professora, graduada em Pedagogia, com
bom aluno.
pós-graduação em Psicopedagogia, leciona na
A coordenadora ouve os argumentos da mãe, rede particular de ensino há 15 anos, sem qual-
que insiste na afirmação de que seu filho sempre quer reclamação sobre seu trabalho.
foi dedicado aos estudos e que dificuldade é algo
Os pais de Bruno são microempresários, tra-
comum na idade, não sendo necessária uma
balham o dia todo e viajam constantemente a
“punição” como a reprovação. A coordenadora
negócios. Quem cuida do Bruno e de seus dois
expõe o fato à professora, que também explica
irmãos não chegou a completar nem mesmo a 4ª
os motivos da reprovação do aluno: sua dificul-
série.
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Notas de rodapé:
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até agredidos fisicamente pelos seus alunos. dos os dias, observarem as turmas quanto a
algazarras, brigas, xingamentos, depredação e
A disciplina na escola não é questão de boa
até agressões físicas. Foi colocado em cada
conduta nem de formação trazida de casa. Disci-
turma um quadro educativo, com diversas pala-
plina se aprende e é do interesse de todo mundo,
vras e frases de boas maneiras, deixando-se um
porque facilita a relação das pessoas com o
espaço para todos os dias serem observados os
mundo. Entretanto, cada professor, juntamente
fatores negativos. Cada turma que comportar de
maneira inadequada, não receberá o carimbo de
boas maneiras ou bom comportamento. Ao final
de cada mês, a equipe pedagógica passará de
sala em sala para analisar o quadro educativo. A
turma que obtiver mais carimbos de bom compor
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os estudantes, que vão aos poucos aprendendo • Seja coerente com o que pede aos alunos.
Não adianta cobrar pontualidade se você
a ter disciplina. Já que os projetos não têm obtido
chega atrasado.
um bom resultado, podemos tentar impor esses
• Não considere a indisciplina um ataque pes-
limites de regras aos alunos x da escola. Ao ler e soal. Não aceite provocações para não refor-
analisar as críticas dos professores descritas no çar comportamentos indesejados.
Diário de Bordo, verifiquei que muitos professo- • Seja enérgico quando necessário sem perder
res não estão aptos para lidar com a questão de o afeto. Faltas graves merecem atitudes fir-
mes. O diálogo e a reflexão não eliminam a
disciplina, devido à sua formação acadêmica, e
sanção prevista.
ainda não sabem diferenciar o aluno que é indis-
• Não desanime. A assimilação da disciplina é
ciplinado somente por causa de problemas en- um processo gradativo e exige investimento.
frentados dentro ou fora da escola”. Você terá que repetir o discurso para o mes-
mo aluno várias vezes.
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Referências:
AQUINO, Julio Groppa. Indisciplina na Escola:
Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo: Ed.
Summus.
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dos para um melhor desempenho educacional e escolar. Diante do que já foi relatado, essa psicó-
para o resgate da auto-estima, do convívio social loga vem acompanhando a criança uma vez por
e, acima de tudo, da valorização de si próprio. mês, juntamente com a mãe, e, como é um caso
que ocorreu recentemente, ainda não se pode
dizer que já teve grandes avanços, pois, como
relatou a coordenadora, esse aluno, em seu dia-
a-dia, se expressa com agressividade em sala,
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Referências:
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Hiperatividade
Resumo colegas, ele logo ficava confuso, não entendia
que não podia fazer aquilo, que a sua atitude era
O presente artigo relata o estudo de caso de um errada e perigosa.
aluno que, aparentemente, apresentava hiperativi-
dade, identificada pela professora, que o encami- A professora conversava, explicava, punia...
nhou a uma psicopedagoga. Ao longo do artigo, Mas nada resolvia. Segundo a professora, Lucas
descreve-se o problema diagnosticado na criança, continuava totalmente inquieto, disperso, desa-
como se deu o início do tratamento, seu relaciona-
tento quanto às atividades em sala de aula e
mento em sala, seu desenvolvimento escolar duran-
te o ano. A hiperatividade manifesta-se de forma
agressivo com os colegas.
significativa, evidenciando a necessidade de que as
Ela concluiu, então, que poderia ser hiperati-
pessoas envolvidas diretamente com a criança este-
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Assim, só um estudo cuidadoso dos fatores am- uma boa oportunidade de verificação do diagnós-
bientais, somáticos e psíquicos, em cada caso tico do aluno e deve fazer parte do cotidiano des-
particular, pode conduzir ao diagnóstico etiológi- se profissional, posto que, cada criança é diferen-
co (ethos + logos), ou seja, o estudo das causas, te uma da outra, embora possam apresentar
dos distúrbios de conduta da criança em questão. Assim, não se podem esperar soluções mági-
Para isso, o Coordenador Pedagógico tem um cas ou soluções únicas para todos os casos. O
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Referências:
FERREIRA, Marlene de Cássia Trivellato & MAR-
TURANO, Edna Maria. Ambiente familiar e os
problemas do comportamento apresentados por
crianças com baixo desempenho escolar. Psico-
logia Reflexão e Crítica, 2002, v. 15, n. 1, p. 35-
44.
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Resumo
tatar seu nível socioeconômico, pois mora num
bairro da região periférica de Belo Horizonte,
tomei a iniciativa de encaminhá-la ao Hospital
Na história de Jéssica¹, vemos o amor incondicional da Baleia. Lá foram feitos vários exames neuro-
à profissão de educador numa visão abrangente da lógicos, psicológicos e físicos. Quando Jéssica
retornou às aulas, estava usando bota ortopédi-
realidade escolar onde se vêem maus-tratos, dro- ca e óculos. Encaminhei-a para uma psicope-
gas, abuso infantil, desnutrição, levando-se em con- dagoga que lhe dá assessoria até hoje. Jéssica
ta a total ausência do Estado no que tange às suas agora freqüenta o 5º ano razoavelmente, dentro
de suas possibilidades. A avó se sente mais
principais obrigações.
apoiada e conta conosco para ajudá-la nos pro-
blemas que vão surgindo.
Aprender a observar as crianças e dialogar
Neste artigo, tenho como objetivo refletir um
com elas é uma das melhores maneiras de se
pouco sobre os diversos tipos de linguagens
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Notas de rodapé:
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ção com a aprendizagem? O que acham que seja o que existem em torno do jogo educativo estão
jogo educativo e a brincadeira?
relacionadas a duas funções: a lúdica e a educa-
tiva. De acordo com Silva (2003), entre os profis-
Durante a realização do estágio no ensino
sionais da área, parece haver muitas dúvidas
fundamental, deparei com o caso de uma mãe
quando o jogo é associado à educação e ao de-
que exigia explicações da escola acerca do tra-
senvolvimento infantil: se há diferença entre o
balho da professora de seu filho, que se encon-
jogo e o material pedagógico, se o jogo educativo
trava na terceira série. Reclamava de que, todos
é, realmente, um jogo e se o jogo tem um fim em
os dias, conferia os seus cadernos e quase nada
si mesmo ou se é um meio para atingir um objeti-
via escrito. Em compensação, quando pergunta-
vo específico.
va ao filho o que havia feito na escola, ele res-
pondia que havia brincado. Sendo assim, exigia O jogo educativo envolve ações mais ativas
da direção escolar que mudasse seu filho para das crianças, permitindo assim a exploração e
possibilitando efeitos motores, cognitivos, sociais
e afetivos. O jogo didático, por sua vez, é mais
restrito, está atrelado ao ensino de conteúdos
específicos, tornando-se, por isso, inadequado
para o desenvolvimento infantil por limitar o pra-
zer e ser monótono e repetitivo.
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Referências:
FORTUNA, T.R. O Brincar na Educação Infantil.
Pátio Educação Infantil. 2004:13: 6-9.
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um adolescente de 17 anos muito problemático, essa parte foi a mais difícil, pois todos já se en-
agressivo, usuário de entorpecentes, difícil de se contravam exaustos de suas atitudes e, definiti-
relacionar, pois não conversava, mas sim gritava vamente, haviam desistido dele.
com todas as pessoas, impunha sua presença e
não realizava as atividades propostas pelos edu- Aos poucos, a partir de muitas conversas em
cadores. O pai de Rodrigo morreu de overdose, reuniões pedagógicas com os educadores, e com
quando ele tinha 10 anos e, segundo a mãe, foi Rodrigo e a família em particular, a situação co-
um marido violento e as agressões foram pre- meçou a melhorar, pois ele não grita mais com
senciadas pelo filho. Há cerca de dois anos, ele as pessoas e o seu convívio social tornou-se
No início, tive muitos problemas com Rodrigo, Aproveito essa experiência com Rodrigo para
pois ele procurava deixar bem claro que a minha introduzir uma reflexão a respeito da “adequação
ou inadequação” escolar. Inúmeros exemplos
semelhantes fazem parte do dia-a-dia das esco-
las e, por isso, merecem uma atenção especial
dos profissionais. Em que podemos nos basear
para qualificar um comportamento como adequa-
do ou inadequado? O que esse comportamento
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Não se pode deixar de mencionar que alguns Em sua história de vida, Rodrigo tem muitos
casos de inadequação escolar têm origem orgâ- elementos que evidenciam a violência que viveu
nica e pedagógica e, por isso, merecem atendi- e que continua vivendo: o seu pai era agressivo e
mento especializado. Mas, infelizmente, a maio- usuário de drogas e ele mesmo é um iniciante
ria das manifestações de inadequação são de nesse uso. No entanto, a violência não é, como
ordem emocional, em que as questões com a muitos pensam, fruto somente de desigualdades
família, com o professor e com a escola podem sociais. Ela, no entender de muitos estudiosos, é
estar presentes. Segundo Levisky (2001, p.101): gerada pela inter-relação de fatores biopsicosso-
“a qualidade dos vínculos afetivos está ligada às ciais – é uma energia inata, presente em todos
os seres vivos, e que pode ter um investimento
construtivo ou destrutivo.
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A violência vai sendo internalizada pelo indi- fissional, principalmente, acreditar que o ser hu-
víduo em seu processo de desenvolvimento de mano não é algo pronto, acabado, mas sim um
sua personalidade, pelas identidades que surgem ser passível de mudanças, de transformações.
de suas relações no dia-a-dia com os pais, na
escola, na rua etc. Dependendo de como os mo-
delos de conduta são transmitidos pela família,
pela mídia, pela escola, pela sociedade como um Notas de rodapé:
todo, essa internalização pode acontecer de uma 1. Nome fictício, para preservar a identidade do
forma banalizada. Por exemplo: atos de violência aluno.
a que as crianças assistem todos os dias pela
televisão nos desenhos animados podem ser Referências:
internalizados como valores de coragem, valentia
BLAY LEVISKY, R. Adolescência, violência e a
e heroísmo. família na cultura atual. Técnicas de Trabalho
grupal e familiar. In: Adolescência e violência:
A adolescência é um período de grandes ações comunitárias na prevenção. “Conhecendo,
transformações emocionais, corporais, hormo- articulando, integrando e multiplicando.” Org.
nais, psíquicas e sociais em que é possível viver David Léo Levisky, p. 227, São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2001.
o processo de ressignificação das experiências
vividas na infância. Assim, o papel da família e WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio
da escola na formação desse adolescente é de de Janeiro: Ed. Imago, 1975.
fundamental importância, no sentido de amparar
e conter esse jovem, até o momento em que ele
tenha condições de caminhar sozinho: é impor-
tante o adulto saber dizer não, estabelecendo
limites claros. O difícil é agüentar essa luta, pois,
nesse período, ele é inseguro, vulnerável, rebel-
de e desafiador. Por isso que, creio, é tão comum
a entrada de adolescentes em caminhos que
representam uma violência tanto para a socieda-
de como para ele próprio.
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1. Nome fictício, para preservar a identidade do
aluno.
Referências:
BRASÍLIA. Secretaria Municipal de Educação e
Cultura. O acesso de alunos com deficiência
às escolas e classes comuns da rede regular.
Brasília, set. 2004 (PFDC) 59 p.
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