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PROJECTO FINAL DE CURSO

Optimização do Comportamento
Mecânico de Juntas Adesivas

5º ANO
2006/2007
ENGENHARIA MECÂNICA

Realizado por:
Orientador:
Maria João Canedo Quinteiro Lopes
Eng.º Lucas Silva
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

ÍNDICE
1. SUMÁRIO ...........................................................................3
2. INTRODUÇÃO ......................................................................4
3. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA ........................................................6
3.1 Definições ........................................................................ 6
3.2 Descrição geral dos adesivos .................................................. 6
3.3 Tipos de adesivos estruturais e propriedades............................... 8
3.4 Vantagens e desvantagens associadas às juntas adesivas ................10
3.5 A adesão numa ligação ........................................................13
3.6 Modos de carregamento .......................................................15
3.7 Modos de Rotura................................................................17
4.ESTUDO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DE UMA JUNTA ADESIVA MISTA .... 18
4.1 Análise em Elementos Finitos ................................................23
4.2 Procedimento Experimental ............................................... 29
4.2.1 Selecção e caracterização do substrato........................29
4.2.2 Selecção e caracterização dos adesivos........................33
4.2.3 Geometria ..........................................................37
4.2.4 Processo de fabricação das juntas adesivas ...................39
4.2.4.1 Preparação dos substratos..............................39
4.2.4.2 Preparação do molde....................................40
4.2.4.3 Preparação dos adesivos ................................41
4.2.2.4 Preparação das juntas ...................................41
4.2.4.5 Processo de cura ..........................................43
4.2.4.6 Testes das juntas adesivas ..............................44
4.3 Resultados Experimentais.....................................................46
4.4 Conclusões.......................................................................65
5. JUNTAS ADESIVAS COM CURVATURA NA SOBREPOSIÇÃO............... 67
5.1 Análise em Elementos Finitos ................................................68
5.2 Conclusões ......................................................................72
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 74
7. ANEXOS .......................................................................... 75

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

1. SUMÁRIO
Um dos motivos que leva ao contínuo estudo das juntas adesivas é a
constante necessidade de melhorar o seu comportamento mecânico.
Os casos de estudo relacionados com as juntas adesivas que vão ser
abordados ao longo deste trabalho de investigação, são juntas adesivas mistas
e juntas adesivas com curvatura na sobreposição.
Para o primeiro caso serão estudadas juntas adesivas mistas com um
adesivo muito frágil no centro da sobreposição, variando o adesivo utilizado
nas extremidades. Para as extremidades serão utilizados adesivos menos
frágeis do que o utilizado no centro, sendo dois deles classificados como
intermédios e o outro dúctil. Para este caso de estudo será realizada uma
análise em elementos finitos com o objectivo de se obter a distribuição de
tensões ao longo da sobreposição e será também seguido um procedimento
experimental onde se vão fabricar e testar juntas com os adesivos utilizados
individualmente e em modo misto, analisando as forças e tensões de rotura.
Para o segundo caso de estudo, serão analisadas juntas adesivas
simples com curvatura na sobreposição. Para este caso será efectuada uma
análise em elementos finitos, com o objectivo de verificar as distribuições de
tensões ao longo da sobreposição para juntas adesivas com diferentes
curvaturas.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

2. INTRODUÇÃO

A evolução, o progresso, o desenvolvimento das mais diversas tecnologias,


directa ou indirectamente contribuem para um melhor funcionamento do dia-
a-dia de todos. É importante ter a noção que esta evolução passa pelo
melhoramento dos materiais, logo, toda a investigação nesta área é de
extrema importância e imprescindível para o progresso da ciência e
tecnologia.
No presente trabalho os elementos em estudo são as ligações adesivas.
A colagem foi uma das primeiras técnicas a serem utilizadas pelo homem
para proceder à ligação de peças diferentes. A utilização desta técnica
remonta ao tempo dos Egípcios, quinze séculos antes de Cristo, onde já eram
empregues colas (adesivos) à base de gelatina, caseína, ovo, grude, resinas
extraídas de diferentes tipos de árvores, sendo o caso mais conhecido a
utilização de “Gum Arabic” extraída da Acácia.
Quando se pretende efectuar a ligação permanente de mais do que um
componente, de entre as diferentes técnicas possíveis – soldadura, brasagem,
rebitagem, aparafusagem, colagem – aquela que maior interesse e evolução
tem despertado nos últimos anos tem sido a colagem estrutural de
componentes. O aumento da aplicação desta técnica de ligação, deve-se à
relativa facilidade de realizarem juntas de ligação simples, resistentes e
económicas usando adesivos.
Juntas adesivas são frequentemente utilizadas na indústria aeroespacial e
na indústria automóvel. Comparando com outros métodos de ligação já
referidos em cima, as ligações adesivas são aquelas que apresentam uma
distribuição de tensões mais uniforme ao longo da zona de sobreposição. A
mais comum e frequentemente estudada é a junta adesiva de simples
sobreposição. Volkersen [1], Goland and Reissner[2] e Harth-Smith [3] foram
pioneiros no estudo do comportamento da distribuição de tensões em juntas
de simples sobreposição. Apesar da distribuição das tensões ser relativamente
uniforme, as juntas adesivas de simples sobreposição, podem gerar tensões
localizadas muito elevadas nas extremidades, sendo a tensão no centro da
sobreposição bastante inferior. As propostas a estudar neste trabalho para
melhorar a distribuição de tensões passam pela variação da curvatura na zona
de sobreposição e pela utilização de juntas adesivas mistas.
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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

As juntas adesivas mistas também têm sido alvo de estudo, em


particular na indústria aeroespacial, pois existe a necessidade de encontrar
um adesivo que resista a baixas e altas temperaturas, dada a grande
amplitude térmica a que estão sujeitos, nomeadamente os aviões. Contudo,
adesivos adequados a baixas temperaturas apresentam um fraco desempenho
a altas temperaturas ou degradam-se devido ao facto de se ultrapassar a
temperatura de transição vítrea, o que faz com que as juntas percam a
capacidade de sustentar cargas significativas. Por outro lado, adesivos
adequados para altas temperaturas, são por norma muito frágeis a baixas
temperaturas. Uma possível solução será uma junta que combina um adesivo
para baixas temperaturas com um adesivo para altas temperaturas.
Nesta área já foram realizadas análises teóricas e experimentais que
mostraram que a solução proposta é viável (da Silva, 2004; Neves et al 2005).
A análise teórica foi feita inicialmente com o método de elementos finitos
porque não há um modelo analítico para tratar este caso específico de junta
adesiva mista. No entanto para estudos paramétricos e para projecto, é mais
fácil ter um modelo analítico, por conseguinte, foi desenvolvido, baseado na
teoria de Frostig (1999), um modelo que permitiu avaliar a influência do
comprimento da sobreposição do adesivo para baixas temperaturas e do
adesivo para altas temperaturas e o efeito da espessura dos mesmos. No
entanto este estudo paramétrico precisa de ser validado com um programa
experimental.
Em resumo, o presente trabalho de investigação dividir-se-á em dois
métodos distintos que convergem para o mesmo objectivo, a optimização do
comportamento mecânico de juntas adesivas. O plano de trabalhos encontra-
se estruturado na Tabela 1.

1ªFase 2ª Fase
Recolha bibliográfica sobre Juntas Adesivas Mistas
adesivos
Análise em Elementos Finitos Procedimento Experimental Conclusões
3ªFase 4ªFase
Juntas Adesivas com Curvatura na Sobreposição Elaboração do
Análise em Elementos Finitos Conclusões relatório
Tabela 1 – Estruturação e ordem de trabalho

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

3. RECOLHA BIBLIOGRÁFICA
3.1 Definições

Um adesivo pode ser definido como um material polimérico, ou seja


uma longa cadeia de átomos ligados covalentemente entre si, que quando
aplicado em superfícies pode ligá-las e resistir à sua separação.
Um adesivo estrutural por sua vez resiste a forças substanciais e é
responsável pela rigidez da estrutura. O substrato é o material a ser ligado,
podendo ser designado como aderente depois da ligação.
A adesão é um conceito que deve ser bem esclarecido neste contexto,
e distinguido do termo coesão. Enquanto que adesão é a atracção entre duas
substâncias resultante das forças intermoleculares que se estabelecem entre
elas, coesão envolve apenas as forças intermoleculares de uma substância.
Uma junta é o conjunto formado pelos aderentes ou substratos, o
adesivo, os primários, caso estes existam, e as superfícies. Primário é a
substância que se utiliza por aplicação directa nas superfícies dos substratos
para melhorar a adesão ou proteger a sua superfície até aplicação do adesivo.
A região entre o adesivo e o substrato é definida como superfície de ligação.

3.2 Descrição geral dos adesivos

Os adesivos podem ser sintéticos ou naturais. Os sintéticos são


fabricados a partir de materiais fabricados pelo homem, enquanto que os
adesivos naturais são fabricados a partir de produtos naturais provenientes da
agricultura ou dos animais. Dado que a classificação dos adesivos como
naturais ou sintéticos é muito vaga, a classificação é feita de acordo com a
sua função, composição química, modo de aplicação, forma física, custo e
aplicação.
A classificação funcional distingue os adesivos como sendo estruturais
ou não estruturais. Os adesivos estruturais apresentam elevada resistência ao
corte e são capazes de resistir a cargas elevadas sem grande deformação. Os
adesivos não estruturais limitam-se a manter em posição materiais leves,
amortecer vibrações, a vedar ou isolar, pois apresentam baixa resistência ao
corte, à temperatura e agentes químicos.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Segundo a sua composição química os adesivos distinguem-se em,


termoendurecíveis, termoplásticos, elastómeros e híbridos (misturas destes).
Os adesivos termoendurecíveis são polímeros largamente reticulados
que possuem uma grande rigidez após a sua polimerização e quando sujeitos a
aplicação de calor excessivo degradam-se devido à oxidação ou quebras nas
cadeias moleculares.
Os termoplásticos são polímeros lineares ou ramificados que podem ser
fundidos pela adição de calor, podendo ser moldados e remoldados usando
técnicas convencionais. Apesar de alguns termoplásticos apresentarem boa
resistência ao corte a temperaturas moderadas, esses materiais não são
reticulados e tendem a fluir sob carga a baixas temperaturas. Estes são menos
resistentes que os termoendurecíveis a agentes químicos.
Os elastómeros podem ser extendidos sob a acção de forças elevadas
que recuperam as dimensões iniciais quando a força é retirada, pois têm uma
grande tenacidade e capacidade de deformação graças à sua estrutura
macromolecular levemente reticulada que permite o deslizamento das
moléculas umas em relação às outras. Os adesivos elastoméricos podem ser
termoendurecíveis ou termoplásticos. Os do tipo termoendurecível podem ser
utilizados em algumas aplicações estruturais. Devido ao facto dos adesivos
elastoméricos serem materiais muito viscoelásticos, são caracterizados por
terem um alto grau de deformação, baixo módulo de elasticidade e elevada
tenacidade. Assim estes adesivos apresentam uma boa resistência a forças de
arrancamento e uma boa flexibilidade que permite ligar substratos com
coeficientes de expansão térmica diferentes.
Os adesivos híbridos são feitos combinando as propriedades mais úteis
dos três adesivos expostos anteriormente gerando adesivos mais resistentes.
Resinas rígidas e frágeis para elevadas temperaturas são combinadas com um
elastómero ou termoplástico flexível e tenaz para melhorar a resistência ao
arrancamento e a capacidade de absorver energia.
Outra forma de classificação é através do modo como endurecem ou
solidificam que pode ser por reacção química, por perda do solvente, por
perda de água ou por arrefecimento a partir do estado fundido.
Relativamente à sua forma física os adesivos apresentam-se sob várias
formas como, pastas, líquidos, pós, fita, filme e barra. Entre a pasta e líquido

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

a principal diferença é a viscosidade. Relativamente às formas sólidas como,


pós, filme, fita e barra a principal vantagem é serem adesivos de apenas um
componente não requerendo dosagem e mistura.
Os métodos de aplicação mais usados em adesivos líquidos são o spray,
a escova ou espátula. As pastas são consideradas como de extrusão, aplicadas
com pistolas de mástique ou seringas.

3.3 Tipos de adesivos estruturais e propriedades

Os adesivos estruturais são usados quando é necessário uma elevada


resistência. São geralmente termoendurecíveis que necessitam de reticulação
química com a adição de um endurecedor ou fornecimento de calor. De
seguida são descritas as principais famílias de adesivos estruturais:

Epóxidos modificados com borracha

Epóxido-fenólicos

Epóxidos Epóxido-nylons

Epóxido-polisulfetos

Epóxido-vinilos

Nitrilo-fenólicos

Vinilo-fenólicos

Fenólicos Neopreno-fenólicos

Epóxido-polisulfetos

Epóxido-vinilos

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Poliimidas
Poliaromáticos
de alta Bismaleidas
temperatura
Polibenzimidazol

Temos ainda, os poliuretanos, os anaeróbicos, os cianoacrilatos,


acrílicos modificados e os poliésteres.
Os adesivos epóxidos consistem numa resina epóxida adicionada a um
endurecedor. Permitem uma grande versatilidade na sua formulação dado que
existem diversos tipos de resinas e endurecedores que podem ser combinados
de acordo com as necessidades. Formam adesões extremamente resistentes e
de elevada durabilidade com uma boa percentagem de ocupação de vazios.
Podem ser apresentados na forma de filme.
Os adesivos fenólicos foram os primeiros adesivos usados para metais,
contando com uma longa história de sucesso dadas as características de
elevada resistência em ligações metal-metal e metal-madeira. Requerem
pressão e temperaturas relativamente elevadas para o processo de cura.
Os adesivos poliaromáticos de alta temperatura são conhecidos pela
sua excepcional resistência térmica. Um dos principais problemas
apresentados por estes adesivos além do custo, é a dificuldade de
processamento que apresentam e o aparecimento de vazios e bolhas devidos à
água ou solvente libertados durante a condensação. Durante o processo de
cura são necessárias temperaturas entre os 290-340ºC [4] e elevadas pressões.
Os poliuretanos por sua vez podem curar à temperatura ambiente ou a
altas temperaturas, são flexíveis e apresentam uma relativamente alta
resistência ao corte e ao arrancamento. Têm melhor resistência a
temperaturas baixas do que os outros adesivos, mas a resistência a altas
temperaturas é má. A humidade é um grande inimigo destes adesivos pois
promove a sua degradação quer no estado curado, quer no estado não curado.
A boa aderência destes adesivos é uma característica consequente da sua boa
molhabilidade e flexibilidade.
Os adesivos anaeróbicos são curados, como o próprio nome indica,
quando o ar é excluído da resina. Estes adesivos são muito caros, mas em

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

contrapartida a quantidade de adesivo requerida é pequena. Têm uma boa


resistência à humidade e solventes e a cura pode ser feita à temperatura
ambiente.
Os acrílicos modificados possuem cura rápida, alta dureza e resistência
ao corte, ao impacto, arrancamento e humidade. São fornecidos em duas
partes (resina e catalisador) e são misturados antes de aplicados. Toleram
preparações mínimas das superfícies e podem ser aplicados a uma alargada
gama de materiais com boas capacidades de preenchimento de vazios.
Os poliésteres são relativamente baratos, e são divididos em saturados
(termoplásticos) e não saturados (termoendurecíveis). Os poliésteres
saturados têm uma elevada resistência ao arrancamento e dada a sua
transparência também são usados em material óptico. Os poliésteres não
saturados exibem mais contracção durante a cura e uma resistência à
corrosão mais fraca do que os epóxidos. Podem ser muito flexíveis ou muito
rígidos.

3.4 Vantagens e desvantagens associadas às juntas adesivas

Ainda que a utilização dos adesivos apresente enormes vantagens face


às ligações tradicionais, é preciso ter consciência das limitações que lhes
estão associadas.
As vantagens que podem estar associadas ao uso das juntas adesivas
são:
Melhor distribuição de tensões: as tensões são distribuídas de
forma mais uniforme ao longo da área ligada o que permite uma
maior rigidez e transmissão de carga.

Ligação de chapas finas eficientemente pode constituir uma


aplicação importante dos adesivos para ligar materiais metálicos.

Capacidade de unir materiais com composições diferentes: os


adesivos permitem ligar diferentes materiais. Estes podem diferir
em composição, módulo, coeficiente de expansão ou espessura pois
a flexibilidade do adesivo compensa a diferença.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Redução de vibrações: as juntas adesivas possuem boas


propriedades de absorção de ruído ou vibrações, o que pode ser de
grande utilidade em aplicações destinadas a este fim e melhora a
resistência à fadiga dos componentes ligados;

Boa resistência à corrosão: o formato de continuidade das


juntas adesivas forma uma selagem à prova de agentes corrosivos.

Boa capacidade de vedação: as juntas adesivas possuem boas


propriedades de vedação o que pode ser muito útil em
determinadas aplicações.

Possibilidade de concretizar formas complexas: estruturas de


compósitos em sandwich são exemplos típicos.

Boa aparência superficial, com contornos regulares: as juntas


adesivas dão um aspecto mais liso e regular aos componentes,
melhorando a qualidade do seu acabamento. Não existe o problema
das saliências e outras interferências resultantes da utilização de
parafusos e rebites, nem as marcas deixadas pela soldadura.

Boas técnicas de controlo de qualidade: evolução em técnicas


não destrutivas.

Economicamente mais favorável: o processo de colagem pode


ser automatizado, os procedimentos de montagem podem ser
significativamente simplificados com a substituição de vários
dispositivos de fixação mecânica por uma simples junta adesiva
permitindo a montagem de vários componentes numa só operação.

As desvantagens que podem trazer as juntas adesivas por sua vez são:

Forças de arrancamento e clivagem: é necessário um projecto


de ligação que elimine ao máximo estas forças. Quando um dos

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

materiais não é rígido, a ligação pode estar sujeita a forças de


arrancamento, e quando os dois materiais são rígidos a ligação pode
ficar sujeita a forças de clivagem.

Tensões localizadas: é importante usar geometrias que evitem


tensões localizadas e que garantam uma distribuição uniforme de
tensões. É importante que as tensões estejam perpendiculares ao
adesivo para se evitarem as forças de arrancamento e clivagem. Se
se conceber uma ligação com tensões paralelas à ligação teremos
um adesivo sujeito a tensões de corte, o que é preferível.

Manutenção: as juntas adesivas não são geralmente simples de


desmantelar para realização de serviços de manutenção

Fraca resistência ao fogo e temperatura: os adesivos pertencem


à classe dos materiais poliméricos. Têm obviamente as limitações
inerentes aos elementos desta classe. Com o aumento da
temperatura, a resistência da junta adesiva diminui e as
propriedades mecânicas do adesivo degradam-se. Esta transição
ocorre tipicamente numa gama de temperaturas entre 70 – 220ºC. A
temperatura de transição depende obviamente do adesivo.

Problemas de toxicidade e inflamabilidade: as juntas adesivas


podem ser inflamáveis e apresentar níveis de toxicidade
significativos;

Susceptíveis à degradação ambiental e apresentam incerteza


relativamente à sua durabilidade a longo prazo em condições de
serviço severas;

Apresentam limitada resistência a condições extremas, tais


como o calor e a humidade devido à natureza polimérica do
adesivo.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Necessidade de ferramentas de fixação: a ligação não é


normalmente realizada instantaneamente o que leva à utilização de
ferramentas de fixação para manter as peças em posição o que traz
encargos económicos;

Cuidado a ter com a preparação das superfícies: para obter


bons resultados é determinante uma boa preparação das
superfícies;

Controlo do processo: para garantir bons resultados é necessário


um controlo apertado do processo de fabricação das juntas. Uma
junta mal realizada é quase sempre impossível de corrigir;

A cura dos adesivos: na maior parte dos adesivos a força de


ligação máxima não é produzida instantaneamente como acontece
com as ligações mecânicas. A qualidade da ligação pode ser
comprometida se no processo de colagem, as superfícies a colar não
forem totalmente preenchidas pelo adesivo.

3.5 A adesão numa ligação

O ideal numa ligação adesiva seria uma adesão perfeita entre o


substrato e o adesivo, contudo a adesão envolve uma série de fenómenos
físicos e químicos que serão sucintamente descritos.
Antes de mais é importante conhecer as forças de ligação química que
ligam os materiais e estas são as ligações químicas primárias que se
subdividem em ligações iónicas, covalentes e metálicas. Existem também as
ligações secundárias ou de Van der Waals da qual fazem parte as ligações
entre dipolos não permanentes, permanentes e entre dipolos permanentes e
não permanentes. Por fim temos as ligações de hidrogénio que apresentam
propriedades intermédias entre as ligações primárias e secundárias e
dependem das propriedades características do hidrogénio.
Um conceito importante é o conceito de molhagem, que é fundamental
para uma boa adesão e que não é mais do que a capacidade de um líquido se
espalhar numa superfície sólida.
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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

A rugosidade das superfícies a ligar tem uma grande influência na


adesão. O estado da superfície depende da operação mecânica a que esta foi
submetida, por exemplo, uma superfície torneada ou fresada implica
rugosidades na ordem dos 3~6 µm, já uma rectificada apresenta rugosidades
menores na ordem dos 0,5~2,5 µm. Quando são superfícies polidas a
rugosidade é quase insignificante em termos mecânicos, com valores entre
0,05~0,25 µm. No entanto é preciso ter a noção que o valor mais pequeno
destes valores é muito superior ao nível de acção das forças de ligação, logo
estas não têm hipótese de entrar em acção. A única maneira de aproximar um
segundo material a uma superfície rugosa é ter este segundo material na
forma líquida para que ele possa fluir estabelecendo um contacto íntimo. A
mesma propriedade de escoamento que permite a um líquido ter um contacto
íntimo de maneira a que as forças disponíveis possam ter algum efeito,
impede igualmente o material de resistir a qualquer tipo de tensão e este vai
sempre ceder. Mas esta aparente contradição desaparece se o adesivo
aplicado no estado líquido se transformar num sólido com propriedades
adequadas ao seu uso.
As principais teorias da adesão são brevemente descritas de seguida:
Teoria mecânica diz que uma boa adesão ocorre quando o
adesivo penetra nos poros, cavidades, fendas e outras
irregularidades da superfície do substrato ficando assim
mecanicamente encravado no substrato.
Teoria da difusão é válida para a adesão de materiais
poliméricos o que já não acontece para ligações de adesivo com
metais. Esta teoria defende que a extremidade de uma cadeia
de uma molécula de polímero de uma superfície difunde na
estrutura de uma segunda superfície formando uma ponte de
ligação através da interface.
Teoria da adsorção, depende essencialmente das forças de
superfície. Se se aproximar as moléculas do adesivo e do
substrato, as forças de Van der Waals permitem a adsorção física
que é o mecanismo de adesão mais importante.
Teoria electrostática foi desenvolvida particularmente para
adesivos em fita sensíveis à pressão. O adesivo e o aderente são

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

considerados como duas placas de um condensador e o trabalho


de separação é aquele que é necessário para separar as duas
placas carregadas do condensador. A força é atribuída à
transferência de electrões através da interface criando cargas
negativas e positivas que se atraem.
Os valores de resistência sugeridos pela teoria não são compatíveis com a
realidade e isto deve-se essencialmente a três factores. O primeiro é a
existência de uma camada fraca devida à inclusão de gases na região ligada, à
formação de filmes de óxidos e concentração na superfície de pequenas
quantidades de plastificantes, antioxidante, diluentes, entre outros. A
segunda das três causas é a concentração de tensões numa junta que promove
uma distribuição de tensões confinada numa área muito menor que se
esperaria a partir da área de contacto. A terceira causa é a existência de
irregularidades na superfície que promovem a iniciação da propagação de
fendas.

3.6 Modos de carregamento

Existem quatro modos fundamentais de carregamento (Figura 1):


o Corte
o Tracção
o Arrancamento
o Clivagem

Arrancamento Clivagem Tracção Corte

Figura 1 – Tipos básicos de carregamento em juntas adesivas


Podem-se encontrar na prática, combinações ou variações dos modos de
carregamentos apresentados.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

As tensões de tracção e compressão desenvolvem-se quando são


aplicadas forças perpendiculares ao plano da junta, que se distribuem
uniformemente ao longo da área colada.
As tensões de corte surgem, quando se desenvolvem forças paralelas à
ligação e tendem a separar os substratos nesta mesma direcção. As juntas são
geralmente mais resistentes quando solicitadas ao corte, porque toda a área
colada contribui e é relativamente fácil manter os substratos alinhados. A
tensão de corte obtém-se dividindo a força aplicada pela área colada.

14

Tensão de Corte (MPa)


12

10

Sobreposição 4

0
0 10 20 30 40 50
Sob re po sição (mm)

Figura 2 – Distribuição da tensão numa junta adesiva quando sujeita a corte

Como se pode ver na Figura 2, a distribuição da tensão não é de todo


uniforme, sendo mais concentrada nas extremidades de sobreposição. As
grandes concentrações de tensão devem ser evitadas, pois comprometem a
resistência de uma junta adesiva.
As tensões de clivagem e arrancamento são as mais problemáticas, pois
nas juntas adesivas onde estas se verificam, a tensão está concentrada numa
área muito pequena, que corresponde à sua extremidade. A clivagem é
definida como a tensão que ocorre quando forças na extremidade de uma
junta rígida actuam de modo a separar os substratos. As tensões de
arrancamento são semelhantes às de clivagem, mas aplicam-se quando um ou
ambos os substratos são flexíveis. A distribuição de tensão para estas formas
de carregamento é mostrada na Figura 3.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Tensão

Sobreposição

Figura 3 – Distribuição da tensão numa junta adesiva sujeita a forças de clivagem ou arrancamento

3.7 Modos de Rotura

Podem-se distinguir três modos de rotura diferentes, em juntas coladas


(Figura 4), a rotura coesiva, rotura adesiva e rotura do substrato.
A rotura coesiva dá-se no interior do adesivo, quando os substratos e a
ligação entre o adesivo e o substrato são mais fortes do que a resistência
interna do adesivo.
A rotura adesiva dá-se na interface entre o substrato e o adesivo e pode
ser consequência de uma má preparação da junta.

Rotura coesiva Rotura adesiva Rotura do substrato


Figura 4 – Representação dos diferentes modos de rotura

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4. ESTUDO DA RESISTÊNCIA MECÂNICA DE UMA


JUNTA ADESIVA MISTA
Uma junta adesiva mista não é mais que a junção de dois
adesivos de características diferentes.
O conceito de junta adesiva mista foi inicialmente proposto por
Raphael (1966)[5]. Este tipo de junta, diminui os picos de tensão nas
extremidades da sobreposição aplicando nestas zonas um adesivo mais flexível
e dúctil, encontrando-se no meio o adesivo mais rígido e frágil (Figura 5).

G2 < G1
Tensão de
Corte

Adesivo 2 Adesivo2

Adesivo 1
Figura 5 – Junta adesiva mista

Srivinas (1975) [6], efectuou estudos paramétricos sobre o tema usando


um modelo analítico e Pires et al. (2003) [7], Fitton e Broughton (2005) [8],
usaram o método dos elementos finitos validado com resultados
experimentais. A técnica é de difícil aplicação, mas permite diminuir a
concentração de tensão e aumentar a resistência relativamente a juntas com
um único adesivo de carácter frágil.
O conceito de juntas adesivas mistas, pode ser estendido para resolver
o problema de juntas que precisam de resistir a altas e baixas temperaturas,
como é o caso de aplicações da indústria aeronáutica. A grandes altitudes é
comum a existência de valores negativos podendo atingir os -55 ºC, por outro
lado, as altas velocidades a que as aeronaves se deslocam podem originar por
atrito com o ar, valores de temperatura superiores a 200ºC. No entanto,
adesivos adequados para baixas temperaturas apresentam um fraco
desempenho a altas temperaturas ou degradam-se, uma vez que não possuem
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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

capacidade de sustentar cargas significativas a temperaturas superiores à de


transição vítrea. Por outro lado adesivos adequados para altas temperaturas
são em geral muito frágeis a baixas temperaturas. Na Figura 6, estabelece-se
uma comparação entre um adesivo adequado para baixas temperaturas e um
adesivo para altas temperaturas para diversas temperaturas.

70 Supreme 10HT 40 -55ºC Redux 326

60 -55ºC 35 22ºC

50 30
Tensão (MPa)

22ºC
40 25 100ºC

30 100ºC 20

20 15
200ºC
10 10
200ºC
0 0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5

Deformação Deformação

Figura 6 – Curvas Tensão – Deformação de corte em função da temperatura para um


adesivo resistente a altas temperaturas (Redux 326) e para um resistente a baixas
temperaturas (Supreme10HT) [9]

A junta adesiva mista foi proposta por Hart-Smith (1973) [10], para
ultrapassar esta dificuldade. No centro da junta é utilizado um adesivo frágil
de módulo elevado que mantém uma boa resistência a altas temperaturas,
sendo assim responsável pela transferência de carga. Nas extremidades de
sobreposição utiliza-se um adesivo dúctil, resistente a baixas temperaturas,
que vai evitar o aparecimento de concentrações de tensão elevadas que
provocariam a rotura prematura da junta. Com esta solução o adesivo frágil
colocado no centro da sobreposição é apenas ligeiramente solicitado.
A Figura 7, mostra o comportamento da uma junta adesiva mista, a
baixas temperaturas e altas temperaturas, bem como o comportamento de
cada adesivo quando usado individualmente.

- 19 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 7 – Representação esquemática da distribuição de tensão em função da


temperatura, numa junta adesiva mista [11]

Pires et al (2003) [7], testou juntas mistas e provou que o método misto
melhora o comportamento da junta. Embora os resultados experimentais
fossem promissores, as juntas criadas apresentaram uma fraca qualidade
devido à mistura parcial dos adesivos durante a preparação da junta.
Da Silva, (2004) [11] e Neves et al, (2005) [12] realizaram análises
teóricas e experimentais que mostraram que a combinação de um adesivo
para baixas temperaturas com um adesivo para altas temperaturas é um
conceito aplicável. A análise teórica foi inicialmente feita pelo método dos
elementos finitos pois não existe um modelo analítico para tratar o caso
específico de junta mista. A distribuição da tensão de arrancamento e da
tensão de corte numa junta mista de simples sobreposição obtida nesta
análise está representa nas Figuras 8 e 9 respectivamente.

20
[MPa] (MPa)

Neves & da Silva analysis


15 Finite Element Analysis (FEA)
Arrancamento

10
de stress

5
Peel
Tensão

0
70 80 90 100 110
-5 Overlap,
Sobreposição
x [mm]
(mm)

Figura 8 – Distribuição da tensão de arrancamento numa junta adesiva mista [12]

- 20 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

16 Neves & da Silva analysis


Finite Element Analysis (FEA)
14

[MPa]
12

stress(MPa)
10

de Corte
8
Shear
Tensão 6
4
2
0
70 80 90 100 110
Sobreposição
Overlap, (mm)
x [mm]
Figura 9 – Distribuição da tensão de corte numa junta adesiva mista [12]

Da Figura 8 podemos analisar a distribuição da tensão de arrancamento


que é substancialmente mais acentuada nas extremidades da junta adesiva.
No que diz respeito à tensão de corte, Figura 9, verifica-se que é também
mais acentuada nas extremidades, decrescendo até a zona de separação dos
adesivos, onde sobe ligeiramente quando encontra o adesivo para altas
temperaturas que se encontra no centro da junta.
Na Figura 10, encontra-se uma junta adesiva mista de simples
sobreposição, um dos motivos do estudo paramétrico realizado por Neves et al
(2005) [12] .

Figura 10 – Junta adesiva mista de simples sobreposição

Observando a Figura 10, constata-se que a sobreposição é dividida em


cinco partes, três partes de adesivos e duas partes que correspondem à
separação que deve existir entre os adesivos de forma a que estes não se
misturem. Nas extremidades encontra-se o adesivo para baixas temperaturas,
mais dúctil, que evita o aparecimento de picos de concentração de tensão. No

- 21 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

centro da sobreposição encontra-se o adesivo para altas temperaturas, mais


rígido.
O presente caso de estudo será divido em duas fases, sendo estas, uma
análise em elementos finitos de juntas adesivas mistas para verificar a
distribuição de tensões ao longo da sobreposição e a realização de um
procedimento experimental onde se irão fabricar e testar juntas adesivas
mistas e juntas adesivas simples (apenas com um adesivo) para verificar a sua
resistência à rotura.

- 22 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4.1 ANÁLISE EM ELEMENTOS FINITOS

Como já foi previamente mencionado, o conceito de junta mista foi


inicialmente proposto por Raphael (1966) [5]. Quando o adesivo utilizado é
demasiado rígido e frágil, aplica-se um adesivo mais flexível e dúctil nas
extremidades da junta para diminuir os picos de tensão nas extremidades da
sobreposição. Apesar da técnica ser de difícil aplicação, permite diminuir as
concentrações de tensão e aumentar a resistência relativamente a juntas com
um único adesivo de carácter frágil.
Os adesivos e as juntas em análise podem ser encontradas em baixo,
estando as fichas informativas dos adesivos em anexo, (Anexo 1):
→ Juntas de simples sobreposição com Araldite AV138 (muito rígido)
→ Juntas de simples sobreposição com Araldite 2013 (rígido)
→ Juntas de simples sobreposição com Araldite 2021 (intermédio)
→ Juntas de simples sobreposição com DP -8005 (dúctil)
→ Juntas mistas de simples sobreposição, AV138+Araldite 2013
→ Juntas mistas de simples sobreposição, AV138+Araldite 2021
→ Juntas mistas de simples Sobreposição, AV138+DP8005
A análise em elementos finitos será realizada em ABAQUS, estando
apresentada na Figura 11, a representação global da junta adesiva mista:

Figura 11 – Representação global da junta adesiva mista

Para todos os modelos a carga aplicada foi de 100 MPa na extremidade


direita da junta, e que as condições fronteira foram sempre as mesmas, isto
é, na extremidade esquerda da junta os movimentos foram restringidos
segundo os eixos X e Y, e na extremidade direita os movimentos foram
restringidos segundo Y. A malha utilizada para representar a junta adesiva foi
definida com maior refinamento nas extremidades de cada adesivo como se
pode ver na Figura 12. Nos pontos 1 e 3 da Figura 12 é onde se encontram os
gradientes de tensão mais significativos. Embora em 2 a malha seja também

- 23 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

refinada por questões apenas de simetria, é importante referir que nestas


regiões não se encontram gradientes de tensão e que tal não afectará os
resultados.

1 2 3 3 2 1

Figura 12 – Representação da malha utilizada

Os resultados serão expostos graficamente, tanto para a tensão de corte


como para a tensão de arrancamento. Em cada gráfico será comparada a
distribuição de tensão para o adesivo Araldite AV138 usado individualmente, a
distribuição de tensão do adesivo colocado nas extremidades e a distribuição
da tensão da respectiva junta mista.

- 24 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + Araldite 2013


Tensão de Corte

Junta Mista 2013 vs. Junta Simples 2013

14

12
Tensão de Corte (MPa)

10

8
Simples 2013
6 Mista 2013
Simples Av138
4

0
0 10 20 30 40 50
-2
Sobreposição (mm)

Gráfico 1 – Distribuição da tensão de corte da junta adesiva com Araldite AV138,


Junta adesiva com Araldite 2013 e a respectiva junta mista

Tensão de Arrancamento

Junta Mista 2013 vs Junta Simples 2013

25
Tensão de Arrancamento (MPa)

20

15

Simples 2013
10
Mista 2013
5 Simples AV138

0
0 10 20 30 40 50
-5

-10
Sobreposição (mm)

Gráfico 2 – Distribuição da tensão de arrancamento da junta adesiva com Araldite


AV138, Junta adesiva com Araldite 2013 e a respectiva junta mista

- 25 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + Araldite 2021


Tensão de Corte

Junta Mista 2021 vs. Junta Simples 2021

14

12
Tensão de Corte (MPa)

10

8 Simples 2021
6 Mista 2021

4 Simples AV138

0
0 10 20 30 40 50
-2
Sobreposição (mm)

Gráfico 3 – Distribuição da tensão de corte da junta adesiva com Araldite AV138,


Junta adesiva com Araldite 2021 e a respectiva junta mista

Tensão de Arrancamento

Junta Mista 2021 vs. Junta Simples 2021

25
Tensão de Arrancamento (MPa)

20

15

10 Simples 2021
Mista 2021
5
Simples AV138
0
0 10 20 30 40 50
-5

-10

Sobreposição (mm)

Gráfico 4 – Distribuição da tensão de arrancamento da junta adesiva com Araldite


AV138, Junta adesiva com Araldite 2021 e a respectiva junta mista

- 26 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + DP 8005


Tensão de Corte

Junta Mista DP8005 vs. Junta Simples DP8005

14

12
Tensão de Corte (MPa)

10
8
Simples DP8005
6 Mista DP8005

4 Simples AV138

-2 0 10 20 30 40 50

Sobreposição (mm)

Gráfico 5 – Distribuição da tensão de corte da junta adesiva com Araldite AV138,


Junta adesiva com DP 8005 e a respectiva junta mista

Tensão de Arrancamento

Junta Mista DP8005 vs. Junta Simples DP8005

25
Tensão de Arrancamento (MPa)

20

15

10 Simples DP8005
Mista DP8005
5
Simples AV138
0
0 10 20 30 40 50
-5

-10
Sobreposição (mm)

Gráfico 6 – Distribuição da tensão de arrancamento da junta adesiva com Araldite


AV138, Junta adesiva com Araldite DP 8005 e a respectiva junta mista

- 27 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Por fim os gráficos comparativos para a tensão de corte e arrancamento


de todas as juntas mistas e o adesivo Araldite AV138.

Tensão de Corte

14

12

10
Tensão (MPa)

8 Junta_Mista_2021

Junta_Mista_2013
6
Junta_Mista_3M
4 Adesivo_AV138

0
0 10 20 30 40 50
-2
Sobreposição (mm)

Gráfico 7 – Comparação da distribuição da tensão de corte das juntas adesivas


mistas com o adesivo Araldite AV138

Tensão de Arrancamento

25

20

15

Junta_Mista_2021
Tensão (MPa)

10
Junta_Mista_2013
Junta_Mista_3M
5
Adesivo_AV138

0
0 10 20 30 40 50
-5

-10
Sobreposição (mm)

Gráfico 8 – Comparação da distribuição da tensão de arrancamento das juntas


adesivas mistas com o adesivo Araldite AV138
- 28 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


4.2.1 Selecção e caracterização do substrato

No processo de selecção dos substratos são necessárias ter em conta


determinadas características. Estas características podem-se agrupar em
características geométricas e mecânicas. As características geométricas a ter
em conta são, a espessura, a largura e o comprimento. Sendo as
características mecânicas, o módulo de Young, tensão de rotura, tensão de
cedência. É importante conhecer todas estas características do substrato,
para se poder avaliar correctamente o comportamento da junta.
O material escolhido para o substrato foi um aço especial para serras
com dureza entre 44 e 46 HRC, cuja designação segundo o catálogo de aços F.
Ramada é C75. As características mecânicas deste aço não estão catalogadas,
pelo que foi realizado um ensaio de tracção para avaliá-las. Neste ensaio,
traccionam-se um provetes do aço que pretendemos estudar, C75, até à
fractura num intervalo de tempo relativamente curto e com uma velocidade
constante. A força aplicada no provete é registada ao longo do ensaio,
realizado na máquina de teste, MTS Servo-hidráulica 312.31 (capacidade
250kN), enquanto que a correspondente deformação é obtida a partir do sinal
de um extensómetro da MTS aplicado ao provete (Figura 13).

Figura 13 – Ensaio de tracção do provete com aplicação extensómetro

Para o ensaio, são usados provetes planos rectangulares normalizados


com comprimento de referência de 51mm (Figura 14).

- 29 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 14 – Provete plano de aço C75 para ensaio

Os valores da força obtidos a partir do registo de ensaio de tracção


podem ser convertidos em valores de tensão nominal, o que permite construir
o gráfico da tensão em função da extensão. As propriedades mecânicas
relevantes para este trabalho que podem ser obtidos a partir do ensaio de
tracção são:
→ Módulo de elasticidade;
→ Tensão de cedência;
→ Tensão de rotura ou tensão máxima;
→ Alongamento percentual até a fractura;
Na primeira parte do ensaio de tracção, o material metálico deforma-se
elasticamente, ou seja, se for descarregado o provete volta ao seu
comprimento inicial. Na região elástica do diagrama de tensão-extensão
verifica-se uma relação linear entre a tensão e a extensão que é descrita pela
lei de Hooke,

σ(tensão) = E ε(deformação) (unidades Pa)

em que o E é o módulo de elasticidade ou módulo de Young.


A tensão de cedência é uma propriedade muito importante já que
representa a tensão a partir da qual o material passa a deformar-se
plasticamente. Dado que na curva de tensão-extensão não existe um ponto
bem definido ao qual corresponde o fim da deformação elástica e o início da
deformação plástica, escolhe-se para a tensão de cedência a tensão para a
qual já ocorreu uma extensão de 0,2%. Para tal, traça-se uma recta paralela à
região elástica (linear) do gráfico tensão-extensão, passando pelo ponto
correspondente à extensão 0,002 (mm/mm). Em seguida a partir do ponto em
que esta recta intersecta a curva, traça-se uma recta horizontal, em direcção

- 30 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

ao eixo das tensões. A tensão limite de elasticidade a 0,2% é a tensão à qual a


recta horizontal intersecta o eixo das tensões.
A tensão de rotura é a tensão máxima da curva de tensão-extensão. Ao
ocorrer no provete em decréscimo localizado na área da secção recta
(estricção), o posterior aumento da extensão provoca uma diminuição da
tensão até que ocorre a fractura. Quanto mais dúctil for o material, maior
será a estricção que precede a fractura, e por isso, maior será o decréscimo
da tensão para além da tensão máxima. A tensão máxima será determinada
traçando a partir do ponto máximo da curva uma linha recta horizontal em
direcção ao eixo das tensões.
O alongamento que um provete de tracção sofre durante o ensaio
fornece também um valor para a ductilidade do material. Quanto maior for a
ductilidade maior é o alongamento percentual. Conforme já foi referido
anteriormente, durante o ensaio utiliza-se um extensómetro que mede
continuamente a deformação do provete. O alongamento é calculado partir de
seguinte equação:
Comprimento _ final − Comprimento _ inicial
Alongamento _ Percentual (%) = * 100%
Comprimento _ inicial
l − l0
= * 100%
l0
O comprimento inicial é o comprimento entre as marcas de referência
colocadas sobre o provete antes do ensaio.
O Gráfico 9 mostra-nos os resultados obtidos nos ensaios de tracção realizados
com os provetes do aço a testar, o aço C75.

Gráfico Tensão-Deformação

1600

1400
Tensão (MPa)

1200

1000

800 Ensaio 1
600 Ensaio 2
Ensaio 3
400

200

0
0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 0,070 0,080 0,090 0,100

Deformação

Gráfico 9 – Resultados do ensaio de tracção realizado ao aço C75


- 31 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Depois de analisado o Gráfico 9 chegaram-se aos seguintes resultados:

E σ 0,2% σ max. ε
(MPa) (MPa) (MPa) (%)
Ensaio 1 205000 1260 1412,72 17,41
Ensaio 2 184887 1260 1418,70 25,84
Ensaio 3 205000 1260 1410,34 16,73
Média 198296 1260 1413,92 19,99
Desvia P. 11612 0 4,31 5,08

Tabela 2 – Resultados do ensaio de tracção

Com base nos resultados de cada ensaio, efectuou-se uma média para
cada característica e chegamos aos seguintes resultados para o aço C75:
→ Módulo de elasticidade = 198295 MPa = 198 GPa
→ Tensão de Cedência = 1260 MPa
→ Tensão de ruptura ou tensão máxima = 1413,9 MPa
→ Alongamento percentual até a fractura = 20%

É importante referir que primeiros ensaios foram realizados reutilizando


substratos disponíveis nas oficinas. Esses substratos, de aço ao carbono para
ferramentas, cuja designação segundo o catálogo de aços F. Ramada é M7
(DIN C60),(Anexo 2), precisaram da realização de uma têmpera, com o
objectivo de aumentar a dureza e resistência à deformação.
Dadas as características do forno é necessária a utilização de um gabarit
que sirva de suporte, Figura 15. O suporte utilizado permite que sejam
tratadas seis placas de substrato, que devem estar envolvidas em papel de
jornal.

Figura 15 – Suporte dos substratos

- 32 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

A têmpera é programada segundo as características apresentadas na Figura


16. É realizado um estágio de 30 minutos para que a peça fique toda à mesma
temperatura, sendo realizado quando se atinge a temperatura de 840ºC,
temperatura em que a peça entra em domínio austenítico. Assim à medida
que a peça arrefece, a austenite transforma-se em martensite aumentando
assim a sua dureza. O arrefecimento dos substratos deve ser feito em óleo,
Figura 17, Tiago (2005).
Arrefecimento
Têmpera em óleo em óleo
900
840 ºC 840 ºC
800
700
Temperatura (ºC)

600
500
420 ºC Têmpera
400
300
200
100
20 ºC
20 ºC
0
0 1 2 2,5
Tempo (horas)

Figura 16 – Características da têmpera Figura 17 – Arrefecimento em óleo

4.2.2 Selecção e caracterização dos adesivos

Para a selecção dos adesivos, os requisitos utilizados foram o Módulo de


Young e a tensão de rotura. A escolha recaiu num adesivo da marca 3M, e três
da marca Huntsman, cujas fichas técnicas se encontram em Anexo 1. De
seguida são descritos os adesivos, podendo encontrar na Tabela 2 as suas
principais características mecânicas.

ADESIVO UTILIZADO NO CENTRO DA SOBREPOSIÇÃO

Adesivo Frágil - Huntsman Araldite® AV138 – HV998


Descrição:
Trata-se de uma pasta adesiva constituída por uma mistura de dois
componentes caracterizada por uma elevada resistência e dureza. Cura à
temperatura ambiente. Adesivo com excelente resistência química.

- 33 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Principais características:
→ Boa resistência a temperatura elevada (150ºC);
→ Elevada resistência à água e a uma diversidade de químicos;
→ Boa molhabilidade para espessuras até 5mm;
→ Boa aderência para uma alargada gama de substratos.

ADESIVOS UTILIZADOS NAS EXTREMIDADES

Adesivo dúctil – 3M DP-8005


Descrição:
Pasta adesiva formada pela mistura de 2 componentes. Possui
microesferas com diâmetro de 0,2mm e as superfícies a ligar não necessitam
de nenhum tratamento especial.

Principais Características:
→ Boa resistência química;
→ Boa resistência à agua e humidade;
→ Cura à temperatura ambiente;
→ Capacidade para ligar substratos diferentes.

Adesivo intermédio – Huntsman Araldite® 2021


Descrição:
Trata-se de uma pasta adesiva de dois componentes que cura à
temperatura ambiente. Cura muito rapidamente e é apropriado para ligar
uma vasta quantidade de diferentes substratos.

Principais Características:
→ Elevada resistência à força de corte e arrancamento;
→ É apropriado para ligar uma vasta quantidade de, metais,
plásticos e compósitos;
→ Cura muito rapidamente;

- 34 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Adesivo intermédio – Huntsman Araldite® 2013


Descrição:
Trata-se de uma pasta adesiva de dois componentes que cura à
temperatura ambiente e que apresenta uma grande resistência e rigidez.
Embora seja designado como um adesivo para ligar metais, o Araldite 2013
serve também para ligar outros materiais, como vidro, cerâmicos, plásticos.

Principais Características:
→ Produz juntas de elevada dureza;
→ Boa resistência a elevadas temperaturas

Na Tabela 3 encontram-se as características mecânicas de cada um dos


adesivos:

DP Araldite Araldite AV
8005 2013 2021 138M
Flexível Intermédio Intermédio Frágil
E (Módulo de Young) (GPa) 0,5 2,5 1,4 4,7
σy (Tensão de Cedência) (MPa) 6,5 20 18,8 36,5
σr (Tensão de Rotura) (MPa) 9 36,1 46,2 41,0
ε (Deformação) (%) … - 40,1 1,3
ν (coeficiente de Poisson) 0,4 0,4 0,4 0,4
Tabela 3 – Principais características mecânicas dos adesivos

As forças de rotura previstas são calculadas usando a metodologia proposta por


Adams and Davies [13]. A força correspondente à deformação plástica total do
adesivo é:

Frot = τy* l*b

onde Frot é a força de rotura prevista, τy a tensão de corte de cedência, l o


comprimento de sobreposição e b a largura da junta, ou seja l*b é a área de
sobreposição. Para calcular τy :
2
τy ≈ σy
3

- 35 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Esta aproximação apenas é válida para materiais dúcteis, não podendo


ser aplicada ao adesivo Araldite AV138.
Assim, para o adesivo Araldite 2013:
2
Frot = * 20 * 50,0 * 25,0 = 16666,6 N = 16,67kN
3
Assim, para o adesivo Araldite 2021:
2
Frot = * 18,8 * 50,0 * 25,0 = 15666,6 N = 15,67 kN
3
Assim, para o adesivo Araldite DP-8005:
2
Frot = * 9 * 50,0 * 25,0 = 7500 N = 7,5 kN
3

As temperaturas e o respectivo tempo de cura são apresentados na


Tabela 4.

Temperatura Tempo Cura


Adesivos (ºC) (min)
DP-8005 80 60
®
Araldite 2013 60 20
®
Araldite 2021 23 8
®
Araldite AV138 – HV998 80 15

Tabela 4 – Temperaturas e tempo de cura dos adesivos

A Tabela 5, mostra a composição das juntas em termos de substratos e


adesivos. Vamos testar uma junta adesiva de simples sobreposição com o
adesivo para altas temperaturas, e três tipos de juntas adesivas mistas de
simples sobreposição.

SUBSTRATO ADESIVOS JUNTAS MISTAS ELTA EHTA

HTA σr E(GPa) LTA E(GPa) σr Araldite 2021+


(MPa) (MPa)
0,3
Araldite Araldite AV138M
1,4 26,2
2021 Araldite 2013+
Aço tratado Araldite 0,5
AV 41,0 4,7 Araldite Araldite AV138M
2,5 36,1
138M 2013
DP-8005+
3M 0,1
0,5 9 Araldite AV138M
DP-8005
Tabela 5 – Substratos, adesivos e juntas seleccionadas

- 36 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4.2.3 Geometria

Um dos aspectos a considerar, consiste em calcular as forças de rotura


do adesivo e de cedência do substrato para determinar o comprimento de
sobreposição máximo. Para que o substrato não deforme plasticamente a
condição seguinte tem de ser imposta:

F cedência substrato > F rotura adesivo

É necessário efectuar os cálculos para os dois tipos de aço utilizados, o


aço reutilizado M7 (DIN C60) e o aço C75. Iniciam-se os cálculos pelo aço M7
DIN C60.
Para a tensão de corte do adesivo e para a tensão de cedência do
substrato recorremos aos valores fornecidos pelos respectivos fabricantes (dos
adesivos utilizados, entrou para este cálculo o adesivo que obviamente
correspondia ao máximo valor de tensão de corte). Em relação aos substratos
reutilizados M7 DIN C60, foi estabelecida uma proporcionalidade directa entre
os valores de dureza e tensão de cedência do aço e a dureza do aço obtida
após a têmpera em óleo, de modo a estimar um valor de tensão de cedência
para o substrato tratado. Os valores considerados para a dureza, após
têmpera em óleo foram obtidos por Tiago (2005).

Frotura adesivo = t* 150% * l * w

Fcedencia substrato = sy * e * w

t= tensão de corte do adesivo (150 % da resistência média ao corte estimada)


= 24.1 MPa
l = comprimento de sobreposição = ?
w = largura da junta = 25mm
e = espessura do substrato = 2mm

sy = tensão de cedência do substrato

- 37 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

l >(sy * e) / (t * 1,5)

Dureza aço não tratado = 250 HB = 22 HRC


Tensão de cedência não tratado = 380 MPa
Dureza após têmpera óleo = 49 HRC
Tensão de cedência aço tratado (estimada) = 846 MPa

l < (846 * 2) / (28,9 * 1,5 ) < 48mm

O comprimento de sobreposição com quando se utilizam estes aços


deveria ser inferior a 48 mm, valor muito próximo de 50mm que será o
utilizado.
Efectuam-se os mesmos cálculos para o aço C75:

t= tensão de corte do adesivo (150 % da resistência média ao corte estimada)


= 24.1 MPa
l = comprimento de sobreposição = ?
w = largura da junta = 25mm
e = espessura do substrato = 2mm
sy = tensão de cedência do substrato

Dureza aço C75 = 250 HB = 45 HRC


Tensão de cedência = 1260 MPa

l < (1260 * 2) / (24,1 * 1,5 ) < 69,7 mm

O comprimento de sobreposição tem de ser inferior a 69,7 mm, o que


não constitui um problema dado que o comprimento de sobreposição
escolhido foi de 50 mm.
A geometria escolhida para a junta encontra-se representada na Figura
18:

- 38 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

LLTA 10mm Comprimento do adesivo usado


nas extremidades

LHTA 20mm Comprimento do adesivo no


centro da sobreposição

Gap 5mm Comprimento do silicone usado


para separar os adesivos

l 50mm Comprimento total de


sobreposição

ta 1mm Espessura do adesivo

tb 2mm Espessura do substrato inferior

tt 2mm Espessura do substrato superior

Figura 18 – Representação da sobreposição da junta

4.2.4 Processo de fabricação das juntas adesivas

4.2.4.1 Preparação dos substratos

A preparação da superfície do substrato é de extrema importância na


execução de uma junta colada, pois a sua resistência final depende muito da
qualidade desta operação. Numa ligação ideal, o substrato deve ser o elo mais
fraco, no entanto na maior parte das juntas coladas é o adesivo que se
comporta como elemento mais fraco, pois as forças de adesão são mais fortes
do que as forças de coesão que actuam no adesivo. As resistências internas do
substrato e do adesivo podem ser controladas. No entanto, quando a interface
se torna o elo mais fraco pode derivar uma baixa força de rotura e uma
inconsistência dos seus valores, daí a importância de uma boa preparação da
superfície do substrato.
O principal objectivo da preparação da superfície é garantir que a
adesão seja tal, que o ponto mais fraco da junta seja o adesivo e evitar que a
- 39 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

rotura ocorra na interface devido a uma camada fraca ou molhagem


insuficiente.
O principal passo na preparação da superfície consiste na projecção de
partículas abrasivas sobre o substrato, que vão remover camadas grossas de
óxidos e outras camadas fracas. O pó abrasivo a usar é o Corindum, um óxido
de alumínio muito duro, com um tamanho de grão entre 80-100 µm. Para uma
correcta grenalhagem é necessário ter em atenção a limpeza das superfícies
obtidas, e protegê-las convenientemente. Na Figura 19, encontra-se a
grenalhadora utilizada.
Concluída esta etapa, passa-se para a fase do desengorduramento. As
substâncias que devem ser removidas da superfície são, óleos, gorduras,
óxidos pouco resistentes nos metais, pó e todas as partículas de
contaminação. Uma superfície mal desengordurada traz problemas
relacionados com a molhagem. O desengorduramento é feito com acetona
imediatamente antes da aplicação do adesivo.

Figura 19 – Grenalhadora

4.2.4.2 Preparação do molde

O molde a utilizar nesta investigação, foi projectado pelo Engº Paulo


Neves (2003), Figura 20, com o intuito de alinhar os provetes durante o
processo de colagem e durante o processo de cura, tendo capacidade para 6
juntas. Antes de utilizar o molde é necessário lixá-lo com uma lixa de com
tamanho de grão não muito alto para não danificar o molde, desengordurar
com acetona para eliminar os contaminantes, aquecer na prensa durante
cerca de 30 minutos a uma temperatura de 60ºC, Figura 21. Depois de se
retirar o molde da prensa, aplica-se o desmoldante Loctite 770-NC Frekote®

- 40 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

que por ser um produto altamente tóxico exige que os exaustores estejam
ligados durante a sua aplicação e secagem que dura cerca de 20 minutos. A
aplicação do desmoldante facilita a remoção das juntas do molde, evitando
que se danifique tanto o molde como os provetes. Todo este procedimento
deve ser repetido em cada três utilizações.

Figura 20 – Molde para juntas de sobreposição Figura 21 – Prensa de pratos quentes

4.2.4.3 Preparação dos adesivos


O adesivo AV138 é constituído por duas partes, bi-componentes, que
têm que ser misturadas até se obter um preparado homogéneo. As proporções
de cada uma das partes podem ser consultados na ficha técnica em anexo e
são pesadas com uma balança de precisão sendo a mistura feita com uma
espátula. Um dos factores a controlar é a formação de bolhas de ar. Para que
o adesivo fique livre de bolhas de ar poderá realizar-se uma centrifugação, ou
vácuo (da Silva et al., 2004). O adesivo é colocado manualmente. É preciso
ter em atenção, a escolha do local de trabalho que deve ser limpa e arejada,
a utilização de exaustores e luvas, pois estes materiais libertam gases nocivos
para saúde e após a utilização dos adesivos fechar imediatamente as
embalagens para evitar alterações nas propriedades dos mesmos. Todos os
outros adesivos são aplicados com uma pistola misturadora que já faz a
mistura correcta das partes do adesivo.

4.2.2.4 Preparação das juntas


O alinhamento dos substratos é conseguido através do já referido
molde. A força exercida na fixação deve ser constante e não deve ser
excessiva para evitar danificar os substratos ou levar ao escoamento contínuo

- 41 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

do adesivo. Para obter a espessura de adesivo desejada utilizam-se calços,


com uma espessura igual à espessura conjunta do adesivo e do substrato,
Figura 22. O processo de preparação dos calços e feito juntamente e de forma
idêntica à do molde.

Figura 22 - Representação de uma junta adesiva

Os calços, como já foi referido, servem essencialmente para controlar a


sobreposição da junta e regular a espessura do adesivo que vai ser sempre a
mesma nesta realização experimental. De seguida é colocado o segundo calço
sobre o substrato, deixando uma zona livre no substrato com 50x25 mm onde
é aplicado o adesivo. Os calços a utilizar têm uma espessura de 3mm. Após a
aplicação do adesivo é cuidadosamente colocado o segundo substrato por
basculamento para evitar a formação de vazios ou porosidades no interior da
camada adesiva.
Para as juntas adesivas mistas, é necessário colocar umas pequenas
tiras de silicone, 5x25mm, para se fazer a separação entre os dois adesivos,
Figura 23.

Figura 23 – Juntas adesivas mistas

Cada junta é fixada com o recurso aos pernos e blocos posicionadores


que fazem parte do molde.
Após esta montagem, é fechado o molde com a colocação da segunda
metade sobre a primeira.
- 42 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Na Tabela 6 estão contabilizadas as realizações experimentais que vão


ser realizadas:

ADESIVOS Araldite Araldite Araldite 3M


AV138M 2021 2013 DP-8005
Juntas mistas c/ - 4 4 4
Araldite AV 138M

Juntas individuais 4 3 3 3 Total

Total de provetes 4 7 7 7 25
Tabela 6 – Número de provetes ensaiados

4.2.4.5 Processo de cura


Após terminar o processo de aplicação do adesivo o contacto entre os
substratos deve ser estabelecido o mais rápido possível para evitar uma
contaminação da área de colagem. Nesta investigação, para desencadear o
processo de reticulação desejado, cujo objectivo é aumentar a temperatura
de transição vítrea, é preciso iniciar-se um ciclo de cura que envolve a
aplicação de uma pressão e de uma temperatura, que varia conforme os
adesivos. Acima desse ponto ideal de pressão e temperatura existe o risco de
danificar termicamente o adesivo e abaixo desse ponto a polimerização pode
não se desencadear levando a que as propriedades mecânicas sejam
inferiores.
O dispositivo a utilizar para o processo de cura é uma prensa hidráulica
de pratos quentes, que mantêm a pressão constante, o que permite
compensar a redução da espessura do adesivo ou de expansão dos substratos.
Segundo os fabricantes, cada adesivo cura a uma determinada
temperatura e durante um dado período de tempo.
Com o recurso a um termopar é medida a temperatura da junta.
Apenas quando esta temperatura atinge um valor muito próximo do
pretendido é que se iniciada a contagem do tempo, Figura 24.

- 43 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 24 – Colocação do termopar

Quando o processo de cura fica concluído procede-se ao arrefecimento,


pré-seleccionando na prensa a temperatura ambiente. Após alguns minutos,
para evitar choques térmicos, é accionado o sistema de refrigeração de água
para acelerar o processo de arrefecimento. Quando o molde já se encontra
próximo da temperatura ambiente é retirado, aberto e são removidos os
provetes de teste.
Posteriormente, os provetes são transferidos para o Laboratório de
Ensaios Tecnológicos (LET) para proceder aos ensaios de tracção.

4.2.4.6 Testes das juntas adesivas


Os ensaios das juntas adesivas são realizados traccionando os provetes,
Figura 25. Para este teste é necessário um correcto alinhamento da
montagem na máquina de ensaios para garantir que a resultante das forças
aplicadas seja uniaxial e paralela ao plano da junta.

Figura 25 – Ensaios das juntas adesivas


Foram projectadas duas amarras para alojar os provetes, onde estes
vão ser posicionados através de um pino-guia ø6 h7 introduzido num furo feito
- 44 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

nos substratos como se pode ver na Figura 26. Posteriormente dá-se um


aperto dos parafusos das amarras com um binário constante (1.5 kN) para uma
boa fixação dos provetes. Este conjunto, (Figura 26) é fixado na máquina de
teste, MTS Servo-hidraulica 312.31 (capacidade 250kN), através de duas
cavilhas.

Calço

Pino guia
Amarra

Figura 26 – Preparação para os ensaios das juntas

Em Anexo 3 encontram-se as fichas de apoio ao controlo das operações


de preparação do substrato, molde, adesivo, juntas e também ficha de apoio
à realização dos testes das juntas.

- 45 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4.3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Serão expostos os resultados obtidos experimentalmente para as seguintes


situações:
→ 3 Juntas de simples sobreposição com Araldite AV138 (muito rígido)
→ 3 Juntas de simples sobreposição com Araldite 2013 (rígido)
→ 3 Juntas de simples sobreposição com Araldite 2021 (intermédio)
→ 3 Juntas de simples sobreposição com DP -8005 (dúctil)
→ 3 Juntas mistas de simples sobreposição, AV138+Araldite 2013
→ 3 Juntas mistas de simples sobreposição, AV138+Araldite 2021
→ 3 Juntas mistas de simples Sobreposição, AV138+DP8005
Para cada caso encontram-se os resultados gráficos, Força vs Deslocamento,
uma tabela resumo dos resultados com os valores de rotura e tensão máximos
para cada ensaio, bem como as respectivas médias e desvios padrão e
fotografias da sobreposição após rotura.

Araldite AV138

Força vs. Deslocamento

12

10

8
Força (kN)

AV138_1
AV138_2
6
AV138_3
AV138_4
4

0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0

Deslocamento (mm)

Gráfico 10 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva com o adesivo Araldite


AV138M

- 46 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)

AV138_1 11,192 0,676 8,954


AV138_2 11,021 0,679 8,817
AV138_3 11,627 0,861 9,301
AV138_4 11,203 0,666 8,962

Média 11,261 0,720 9,009


Desvio
0,258 0,094 0,206
Padrão
Tabela 7 - Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios
para a junta adesiva com o adesivo Araldite AV 138

Figura 27 – Junta adesiva com adesivo Araldite AV138M, Provete 1

Figura 28 – Junta adesiva com adesivo Araldite AV138M, Provete 2

É relevante referir que o tipo de rotura foi exclusivamente coesiva e não


adesiva, isto é, o procedimento de preparação das juntas foi suficiente para
garantir que a rotura se desse totalmente no adesivo, ficando em cada
interface da junta uma película de adesivo, conforme comprovam as
fotografias tiradas.

- 47 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite 2013

Força vs. Deslocamento


30

25

20
Força (kN)

2013_1
15 2013_2
2013_3
10

0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8

Deslocamento (mm)

Gráfico 11 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva com o adesivo Araldite 2013

Deslocamento
Força de Rotura (kN) Tensão de Rotura (MPa)
(mm)
2013_1 23,200 1,531 18,560
2013_2 24,842 1,676 19,874
2013_3 22,222 1,593 17,777
Média 23,421 1,600 18,737
Desvio Padrão 1,324 0,073 1,059

Tabela 8 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a


junta adesiva com o adesivo Araldite 2013

- 48 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 29 – Junta adesiva com adesivo Araldite 2013, Provete 1

Figura 30– Junta adesiva com adesivo Araldite 2013, Provete 2

Figura 31 – Junta adesiva com adesivo Araldite 2013, Provete 3

- 49 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite 2021

Força vs. Deslocamento


30

25
Força (kN)

20
2021_1
15 2021_2
2021_3
10

0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Deslocamento (mm)

Gráfico 12 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva com o adesivo Araldite 2021

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)

2021_1 28,764 2,084 23,011


2021_2 27,594 2,144 22,075
2021_3 27,997 1,678 22,397
Média 28,118 1,969 22,495
Desvio Padrão 0,594 0,253 0,476
Tabela 9 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a
junta adesiva com o adesivo Araldite 2021

Figura 32 – Junta adesiva de simples sobreposição com adesivo Araldite 2021

As fotografias da Figura 32 são relativas ao provete 2. A causa dos


valores obtidos terem sido ligeiramente inferiores, relativamente aos valores
obtidos nos outros provetes, pode ser uma consequência da falta de adesivo
que se verifica na extremidade da junta.
- 50 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

3M DP-8005

Força vs. Deslocamento

10
9

8
7

6
3M_DP8005_1
Força (kN)

5
3M_DP8005_2
4 3M_DP8005_3
3
2

0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Deslocamento (mm)

Gráfico 13 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva com o adesivo 3M DP-8005

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)


3M_DP8005_1 8,923 2,018 7,138
3M_DP8005_2 7,143 1,908 5,715
3M_DP8005_3 7,767 2,408 6,214
Média 7,944 2,111 6,356
Desvio Padrão 0,903 0,263 0,722

Tabela 10 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a


junta adesiva com o adesivo 3M DP 8005

- 51 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 33 – Junta adesiva com adesivo 3M DP-8005, Provete 1

Figura 34 – Junta adesiva com adesivo 3M DP-8005, Provete 2

Figura 35 – Junta adesiva com adesivo 3M DP-8005, Provete 3

Através dos registos fotográficos, verifica-se que tanto no provete 2


como 3 há uma visível falta de adesivo. Tal, reflecte-se nos valores de força
de rotura como que se pode verificar são inferiores aos do provete 1. Os
valores da força de rotura são cerca de 20% inferiores no provete 2 e 13% no
provete 3 que são sensivelmente equivalentes à área em % sem adesivo.

- 52 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + Araldite 2013

Força vs Deslocamento

25

20
Força (kN)

15 mix2013_1
mix2013_2
10 mix2013_3

0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

Deslocamento (mm)

Gráfico 14 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva mista com Araldite


2013+AV138

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (Mpa)

Mix2013_1 21,323 1,417 17,058


Mix2013_2 20,030 1,211 16,024
Mix2013_3 20,225 1,350 16,180
Média 20,526 1,326 16,421
Desvio Padrão 0,697 0,105 0,558

Tabela 11 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a


junta adesiva mista com o adesivo Araldite 2013+AV138

- 53 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 36– Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2013, Provete 1

Figura 37 – Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2013, Provete 2

Figura 38 – Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2013, Provete 3

- 54 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + Araldite 2021

Força vs Deslocamento

25

20
Força (kN)

15 mix2021_1
mix2021_2

10 mix2021_3

0
0,5 1,0 1,5 2,0
Deslocamento (mm)

Gráfico 15 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva mista com Araldite


2021+AV138

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)

Mix2021_1 24,737 1,702 19,790


Mix2021_2 24,255 1,722 19,404
Mix2021_3 23,100 1,511 18,480
Média 24,031 1,645 19,225
Desvio Padrão 0,841 0,116 0,673

Tabela 12 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a


junta adesiva mista com o adesivo Araldite 2021+AV138

- 55 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 39 – Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2021+AV138, Provete 1

Figura 40 – Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2021+AV138, Provete 2

Figura 41 – Junta adesiva mista com adesivo Araldite 2021+AV138, Provete 3

- 56 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Araldite AV138 + DP 8005

Força vs Deslocamento

20

18

16

14
Força (kN)

12
mixDP8005_1
10 mixDP8005_2
mixDP8005_3
8

0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

Deslocamento (mm)

Gráfico 16 – Força vs Deslocamento para a junta adesiva mista com 3M DP8005+AV138

Força de Rotura
Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)
(kN)
mixDP8005_1 17,084 1,131 13,667
mixDP8005_2 17,183 1,165 13,746
mixDP8005_3 17,389 0,965 13,911
Média 17,219 1,087 13,775
Desvio Padrão 0,155 0,107 0,124

Tabela 13 – Tensões e Forças de Rotura e deslocamento dados pelos ensaios para a


junta adesiva mista com o adesivo 3M DP-8005+AV138

- 57 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Figura 42 – Junta adesiva mista com adesivo 3M DP-8005, Provete 1

Figura 43 – Junta adesiva mista com adesivo 3M DP-8005, Provete 2

Figura 44 – Junta adesiva mista com adesivo 3M DP-8005, Provete 3

- 58 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Depois de apresentados todos os resultados obtidos


experimentalmente, serão estabelecidas as comparações necessárias para que
se possam tirar as respectivas conclusões.
Adesivos Araldite AV138 e Araldite 2013

Força vs Deslocamento

30

25 2013_1
2013_2
20 2013_3
mix2013_1
Força (kN)

mix2013_2
15
mix2013_3
AV138_1
10
AV138_2
AV138_3
5 AV138_4

0
0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

Deslocamento (mm)

Gráfico 17 – Comparação entre junta adesiva com o adesivo Araldite 2013, junta
adesiva com Araldite AV138 e a respectiva junta adesiva mista com o adesivo Araldite
2013+AV138

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)

2013_1 23,200 1,531 18,560


2013_2 24,842 1,676 19,874
2013_3 22,222 1,593 17,777
Média 23,421 1,600 18,737
Desvio Padrão 1,324 0,073 1,059
Mix2013_1 21,323 1,417 17,058
Mix2013_2 20,030 1,211 16,024
Mix2013_3 20,225 1,350 16,180
Média 20,526 1,326 16,421
Desvio Padrão 0,697 0,105 0,558
AV138_1 11,192 0,676 8,954
AV138_2 11,021 0,679 8,817
AV138_3 11,627 0,861 9,301
AV138_4 11,203 0,666 8,962
Média 11,261 0,720 9,009
Desvio Padrão 0,258 0,094 0,206

Tabela 14 – Resultados dos ensaios para as juntas adesivas com o adesivo Araldite 2013, para
as juntas adesivas com adesivo AV138 e para as respectivas juntas adesivas mistas com os
adesivos Araldite 2013+Av138

- 59 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Adesivos Araldite AV138 e Araldite 2021

Força vs. Deslocamento


30

25 2021_1
2021_2

20 2021_3
Força (kN)

mix2021_1
mix2021_2
15
mix2021_3
AV138_1
10 AV138_2
AV138_3
5 AV138_4

0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Deslocamento (mm)

Gráfico 18 – Comparação entre as juntas adesivas com o adesivo Araldite 2021, as


juntas adesivas com AV138, e as respectivas juntas adesivas mistas com os adesivos
Araldite 2021+AV138

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (Mpa)


2021_1 28,764 2,084 23,011
2021_2 27,594 2,144 22,075
2021_3 27,997 1,678 22,397
Média 28,118 1,969 22,495
Desvio Padrão 0,594 0,253 0,476
Mista_2021_1 24,737 1,702 19,790
Mista_2021_2 24,255 1,722 19,404
Mista_2021_3 23,100 1,511 18,480
Média 24,031 1,645 19,225
Desvio Padrão 0,841 0,116 0,673
AV138_1 11,192 0,676 8,954
AV138_3 11,021 0,679 8,817
AV138_3 11,627 0,861 9,301
AV138_4 11,203 0,666 8,962
Média 11,261 0,720 9,009
Desvio Padrão 0,258 0,094 0,206

Tabela 15 – Resultados dos ensaios para as juntas adesivas com o adesivo Araldite
2021, para as juntas adesivas com adesivo AV138 e para as respectivas juntas
adesivas mistas com os adesivos Araldite 2021+Av138

Adesivos Araldite AV138 e DP 8005

- 60 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Força vs Deslocamento

18

16
AV138_1
14
AV138_2
12 AV138_3
Força (kN)

AV138_4
10
mixDP8005_1
8 mixDP8005_2

6 mixDP8005_3
3M_DP8005_1
4 3M_DP8005_2
2 3M_DP8005_3

0
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Deslocamento (mm)

Gráfico 19 – Comparação entre juntas adesivas com o adesivo Araldite 2013, juntas
adesivas com AV138 e as respectivas juntas adesivas mistas com os adesivos 3M
DP8005+AV138

Força de Rotura (kN) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (MPa)

mixDP8005_1 8,923 1,131 13,667


mixDP8005_2 7,143 1,165 13,746
mixDP8005_3 7,767 0,965 13,911
Média 7,944 1,087 13,775
Desvio Padrão 0,903 0,107 0,124
DP8005_1 17,084 2,018 7,138
DP8005_2 17,183 1,908 5,715
DP8005_3 17,389 2,408 6,214
Média 17,219 2,111 6,356
Desvio Padrão 0,155 0,263 0,722
AV138_1 11,192 0,676 8,954
AV138_2 11,021 0,679 8,817
AV138_3 11,627 0,861 9,301
AV138_4 11,203 0,666 8,962
Média 11,261 0,720 9,009
Desvio Padrão 0,258 0,094 0,206

Tabela 16– Resultados dos ensaios para as juntas adesivas com o adesivo DP - 8005,
para as juntas adesivas com adesivo AV138 e para as respectivas juntas adesivas
mistas com os adesivos DP 8005+Av138

- 61 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Por fim a compilação de todos os resultados, tanto a nível de juntas


adesivas com os adesivos usados individualmente e juntas adesivas mistas.

Força vs Deslocamento

35 3M_DP8005_1
3M_DP8005_2
30
3M_DP8005_3
AV138_1
25
Força (kN)

AV138_2
20 AV138_3
AV138_4
15
2021_1

10 2021_2
2021_3
5 2013_1
2013_2
0
2013_3
0,5 1,0 1,5 2,0 2,5

Deslocamento (mm)

Gráfico 20 – Comparação de todos os adesivos quando utilizados individualmente

Força de Rotura (N) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (Mpa)

AV138_1 11192,173 0,676 8,954


AV138_2 11021,439 0,679 8,817
AV138_3 11626,769 0,861 9,301
AV138_4 11202,520 0,666 8,962
Média 11260,725 0,720 9,009
Desvio Padrão 257,768 0,094 0,206
2013_1 23,200 1,531 18,560
2013_2 24,842 1,676 19,874
2013_3 22,222 1,593 17,777
Média 23,421 1,600 18,737
Desvio Padrão 1,324 0,073 1,059
2021_1 28,764 2,084 23,011
2021_2 27,594 2,144 22,075
2021_3 27,997 1,678 22,397
Média 28,118 1,969 22,495
Desvio Padrão 0,594 0,253 0,476
3M_DP8005_1 8,923 2,018 7,138
3M_DP8005_2 7,143 1,908 5,715
3M_DP8005_3 7,767 2,408 6,214
Média 7,944 2,111 6,356
Desvio Padrão 0,903 0,263 0,722
Tabela 17 – Resultados obtidos por todos os adesivos quando utilizados
individualmente
- 62 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Forças Médias de Rotura dos Adesivos

30

25

20 AV138
Força (kN) 2021
15
2013
DP-8005
10

Gráfico 21 – Comparação das forças médias de rotura de todos os adesivos quando


utilizados individualmente

Força vs Deslocamento

25

mixDP8005_1
20 mixDP8005_2
mixDP8005_3
15 mix2013_1
Força (kN)

mix2013_2
10 mix2013_3
mix2021_1
5 mix2021_2
mix2021_3

0
0,5 1,0 1,5 2,0

Deslocamento (mm)

Gráfico 22– Comparação de todos os adesivos quando utilizados em modo misto

- 63 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Força de Rotura (N) Deslocamento (mm) Tensão de Rotura (Mpa)


Mix_2013_1 21,323 1,417 17,058
Mix_2013_2 20,030 1,211 16,024
Mix_2013_3 20,225 1,350 16,180
Média 20,526 1,326 16,421
Desvio Padrão 0,697 0,105 0,558
Mista_2021_1 24,737 1,702 19,790
Mista_2021_2 24,255 1,722 19,404
Mista_2021_3 23,100 1,511 18,480
Média 24,031 1,645 19,225
Desvio Padrão 0,841 0,116 0,673
mixDP8005_1 17,084 1,131 13,667
mixDP8005_2 17,183 1,165 13,746
mixDP8005_3 17,389 0,965 13,911
Média 17,219 1,087 13,775
Desvio Padrão 0,155 0,107 0,124

Tabela 18 – Resultados obtidos por todos os adesivos quando utilizados em modo


misto

Forças de Rotura dos Adesivos em Modo Misto e Simples


2021
30 28,118
2013 Mix2021
23,421 24,031
24 Mix2013
Força de Rotura (kN)

20,526 Av138
Mix8005
2013
17,219
18 2021
Av138 DP-8005
11,261 Mix2013
12 DP-8005
Mix2021
7,944
Mix8005
6

Gráfico 23 – Comparação das forças médias de rotura de todos os adesivos quando


utilizados em modo misto e em modo individual

- 64 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

4.4 CONCLUSÕES

Analisando os resultados obtidos nesta fase do projecto chegamos a


algumas conclusões importantes.
No que diz respeito a análise em elementos finitos, podem-se tirar
conclusões a partir dos gráficos 7 e 8. Todas as juntas mistas apresentação na
extremidade valores de tensão inferiores ao do adesivo Araldite AV128, sendo
que a junta mista que apresenta uma distribuição de tensões mais uniforme é
junta adesiva que combina o adesivo Araldite 2013 com o adesivo Araldite AV
138. No entanto a junta mista com adesivo Araldite 2021, apresenta melhores
resultados nas extremidades da junta, pois tem picos de tensão mais baixos.
Embora estas duas juntas mistas apresentarem resultados positivos, aquela
que será a melhor solução será a junta mista com o Araldite 2013, pois nesta
situação o adesivo que se encontra no centro da sobreposição é menos
solicitado. Quando o adesivo utilizado é o DP-8005, como este é um adesivo
com fraca resistência mecânica os valores das tensões no centro do adesivo
disparam, o adesivo nas extremidades rompe passando toda a carga para o
adesivo central.
No que diz respeito às tensões de arrancamento, vemos que qualquer uma
das juntas mistas apresenta uma tensão mais baixa nas extremidades do que o
adesivo Araldite AV 138 quando usado individualmente. No entanto a junta
que apresenta uma distribuição de tensões mais uniforme é a junta com o
adesivo DP – 8005, bem como uma tensão nas extremidades muito baixa. As
juntas com os adesivos Araldite 2021 e 2013 apresentam um comportamento
muito semelhante.
Posto isto, concluímos que se usarmos um adesivo com boa resistência
mecânica nas extremidades, mas que seja menos rígido que o adesivo central,
obtemos bons resultados ao nível da distribuição das tensões.
A partir da parte experimental também foram obtidos resultados
interessantes.
O adesivo Araldite AV138 que apresenta um comportamento muito frágil,
com forças de rotura na ordem dos 11 kN, quando utilizado em modo misto
com o adesivo Araldite 2013, melhora substancialmente o seu comportamento
mecânico verificando-se um aumento das forças de rotura da junta para cerca

- 65 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

de 20,5 kN, aproximadamente o dobro do valor verificado em modo


individual. Tal deve-se ao facto da utilização do adesivo para baixas
temperaturas colocado na extremidade da junta, que evita o aparecimento de
concentrações de tensões que provocariam a sua rotura prematura e faz com
que o Araldite Av138 colocado no centro seja apenas ligeiramente solicitado,
melhorando a sua resistência mecânica. Como seria de esperar, o adesivo
Araldite 2013, apresenta um melhor comportamento quando utilizado
individualmente, pois este é um adesivo para baixas temperaturas ensaiado a
baixas temperaturas, que quando utilizado com o Araldite AV138, tende a
baixar a sua resistência, dado que o adesivo Araldite AV138 é para altas
temperaturas é tem uma resistência mecânica inferior.
Quando se utiliza o adesivo Araldite 2021, temos uma situação em tudo
idêntica à anterior, quando se utiliza o adesivo Araldite 2013. No entanto, os
resultados são substancialmente melhores podendo ser encontrados valores
para as forças de rotura em modo misto na ordem dos 24 kN. Este adesivo é
um adesivo mais dúctil que o anteriormente utilizado, que quando utilizado
individualmente apresenta valores de força de rotura muito superiores ao do
adesivo Araldite 2013, nas mesmas condições de ensaio. Logo este resultado
seria de esperar.
Por fim temos o adesivo DP – 8005, um adesivo muito dúctil e com fraca
resistência mecânica, inferior à resistência mecânica do Araldite AV138. Nesta
situação ambos os adesivos melhoram o seu comportamento mecânico quando
utilizados em modo misto apresentando uma força de rotura na ordem dos
17.2 kN. Quando utilizados individualmente os dois apresentam forças de
rotura inferiores, sendo para o DP-8005 cerca de 8kN e para o Araldite AV138
11.2 kN. Esta é a única das três situações estudadas, em que o adesivo
colocado na extremidade da junta apresenta um comportamento melhor em
modo misto do que em modo individual, isto porque este adesivo também é o
único que dos três adesivos que apresenta uma resistência mecânica inferior
ao Araldite AV138, sendo muito fraco e dúctil. É importante referir que a
banda de silicone colocada entre os adesivos nas juntas mistas, tem
interferência nos resultados, pois esta também apresenta uma resistência
mecânica, que apesar de ser muito baixa pode ter a sua influência. Uma
possível forma de contornar o problema, de maneira a que a resistência da

- 66 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

junta seja só avaliada em função dos adesivos poderá ser feita através da
realização de uns furos no centro da banda de silicone para que esta baixe a
sua resistência o máximo possível.
Em suma, com base nos resultados obtidos experimentalmente conclui-se
que a utilização de juntas adesivas mistas, fazendo uma selecção adequada
dos adesivos, é uma solução viável para o optimizar a utilização de um
adesivo muito frágil melhorando substancialmente a resistência mecânica das
juntas tanto a nível de distribuição de tensões como de forças de rotura.

5. JUNTAS ADESIVAS COM CURVATURA NA SOBREPOSIÇÃO

É muito difícil encontrar uma distribuição de tensões uniforme numa junta


adesiva, é sem dúvida muito mais frequente encontrar uma distribuição não
uniforme, com picos de concentração que podem determinar a máxima
resistência da junta. Existem uma série de regras a seguir com o objectivo de
minimizar a concentração de tensões sendo algumas:
→ Usar adesivos com baixo módulo de elasticidade
→ Usar substratos similares
→ Usar espessuras de adesivo finas
→ Usar uma grande área de sobreposição
A consequência de uma distribuição de tensão não uniforme é o facto da
tensão média, ou seja, a força a dividir pela área resistente, ser por vezes
substancialmente menor do que a tensão máxima localizada. Só nos casos em
que a distribuição de tensão é praticamente uniforme é que a tensão média se
aproxima da tensão máxima. Dado que a rotura se inicia sempre nos locais de
tensão máxima é fundamental diminuir os picos de tensão.
Como se verificou previamente, uma possível solução é a utilização de
juntas adesivas mistas. A solução que se vai estudar nesta etapa será a
variação da curvatura na zona da sobreposição. Ao utilizar uma curvatura as
tensões serão obrigadas a passar pelo centro da sobreposição aliviando as
tensões nas extremidades da junta. Isto porque a tensão por definição é igual
à força a dividir pela área, logo sendo a força aplicada constante, quanto
menor for a área maior será a tensão.
A análise de distribuição de tensões será realizada novamente recorrendo
ao software ABAQUS.

- 67 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

5.1 ANÁLISE EM ELEMENTOS FINITOS


Uma análise de elementos finitos é uma ferramenta poderosa no
projecto de juntas adesivas. Esta deve conseguir localizar zonas de
deformação e concentração de tensões no adesivo e locais preferenciais para
iniciação de fracturas. Serão estudas juntas com raios de curvaturas de 50,
100, 200 mm e claro as tensões numa junta plana sem curvatura.
Para visualização dos resultados foram escolhidos três caminhos, um no
centro da sobreposição, outra a 0.25mm do substrato inferior e a 0.75mm do
substrato inferior. Para cada um destes caminhos são registas as tensões de
corte e as tensões de arrancamento. É importante referir que para todos os
modelos a carga aplicada foi de 100 MPa na extremidade direita da junta, e
que as condições fronteira foram sempre as mesmas, isto é, na extremidade
esquerda da junta os movimentos foram restringidos segundo os eixos X e Y, e
na extremidade direita os movimentos foram restringidos segundo Y. A malha
utilizada para representar a junta adesiva foi definida com maior refinamento
nas regiões onde os gradientes de tensão são mais significativos,
nomeadamente nas extremidades da sobreposição.
Na Figura 45 encontram-se representadas as curvaturas em estudo.

Sem curvatura

Raio
Curvatura de
200 mm

Raio
Curvatura de
100 mm

Raio
Curvatura de
50 mm

- 68 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Para o caminho no centro da sobreposição foram obtidos os seguintes


resultados:
Tensão de Corte

Tensão de Corte - Caminho no Centro do Adesivo

14

12
Tensão (MPa)

10
Sem curva
8 curv_50
curv_100
6 curv_200

0
0 10 20 30 40 50

Sobreposição (mm)

Gráfico 24 – Tensão de Corte no centro do adesivo para as curvaturas em


estudo

Tensão de Arrancamento

Tensão de Arrancamento - Caminho no Centro do Adesivo

25

20
Tensão (MPa)

15
Sem curva
10 Curv_50
Curv_100
5
curv_200
0
0 10 20 30 40 50
-5

-10
Sobreposição (mm)

Gráfico 25 – Tensão de Arrancamento no centro do adesivo para as curvaturas


em estudo

- 69 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Para o caminho a 0.25 mm do substrato inferior foram obtidos os


seguintes resultados:

Tensão de Corte

Tensão de Corte - Caminho 0.25

25

20
Tensão (MPa)

15
Sem curva
Curv_50
10
Curv_100
curv_200
5

0
0 10 20 30 40 50

-5
Sobreposição (mm)

Gráfico 26 – Tensão de Corte no adesivo a 0.25mm do substrato inferior para as


curvaturas em estudo
Tensão de Arrancamento

Tensão de Arrancamento - Caminho 0.25

80
70
60
sem curva
Tensão (MPa)

50
Curv_50
40
Curv_100
30
curv_200
20
10
0

-10 0 10 20 30 40 50

-20
Sobreposição (mm)

Gráfico 27 – Tensão de Arrancamento no adesivo a 0.25mm do substrato


inferior para as curvaturas em estudo

- 70 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

Para o caminho a 0.75 mm do substrato inferior foram obtidos os


seguintes resultados:

Tensão de Corte

Tensão de Corte - Caminho 0.75

45
40
35
Tensão (MPa)

30
25 Sem curva

20 Curv_50
Curv_100
15
curv_200
10
5
0
-5 0 10 20 30 40 50

Sobreposição (mm)

Gráfico 28– Tensão de Corte no adesivo a 0.75mm do substrato inferior para as


curvaturas em estudo

Tensão de Arrancamento

Tensão de Arrancamento - Caminho 0.75

80

70

60

50
Tensão (MPa)

Sem curva
40 Curv_50
Curv_100
30
curv_200
20

10

0
0 10 20 30 40 50
-10

Sobreposição (mm)

Gráfico 29 – Tensão de Arrancamento no adesivo a 0.75mm do substrato


inferior para as curvaturas em estudo

- 71 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

5.2 CONCLUSÕES

Analisando os resultados obtidos nesta fase do projecto chegamos a


algumas conclusões importantes.
Para o caminho traçado no centro do adesivo constata-se que as tensões
de corte são bastante reduzidas utilizando as curvaturas. Como se pode ver
sem curvatura verifica-se uma tensão de 12 MPa nas extremidades, tensão
essa que é reduzida para 8 MPa com um raio de curvatura de 200mm, 6 MPa
com um raio de curvatura de 100mm e aproximadamente 4 MPa para um raio
de curvatura de 50mm. Apesar de se verificar uma tensão de corte inferior
nas extremidades, para o raio de curvatura de 50mm a distribuição da tensão
com o raio de curvatura de 100mm é bastante mais uniforme. Com raio de
curvatura de 200mm a distribuição da tensão é mais acentuada verificando-se
uma variação que vai de 8MPa na extremidade para uma tensão de
aproximadamente 3,5 MPa no centro.
Para o caminho traçado no adesivo a uma distância do substrato inferior de
0.25mm, verifica-se que a distribuição da tensão é mais uniforme para os
raios de curvatura de 100mm e de 200mm. No entanto verifica-se para as
quatro situações um pico de tensão na extremidade como seria de esperar,
pois este ponto encontra-se junto ao substrato inferior, no ponto zero da
sobreposição.
Para o caminho traçado no adesivo a 0.75mm de distância do substrato
inferior, verifica-se que a distribuição de tensão continua a ser mais uniforme
para os raios de curvatura de 100mm e 200mm, verificando-se igualmente um
pico de tensão, mas neste caso e como seria de esperar na extremidade
direita, encontrando-se este ponto junto ao substrato superior.
Para a tensão de arrancamento, verifica-se que em todos os caminhos em
estudo na sobreposição, os raios de curvatura de 50, 100 e 200 mm mostram
uma distribuição de tensão semelhante, apresentando qualquer uma delas
resultados mais satisfatórios do que a junta adesiva sem curvatura. No
entanto para os caminhos 0.25 e 0.75 verifica-se um pico de tensão
respectivamente na extremidade esquerda e direita da sobreposição.
Posto isto, conclui-se que o ideal seria utilizar um raio de curvatura de
100mm, pois é a que oferece a melhor distribuição de tensões ao longo da
sobreposição. Para o raio de curvatura de 200mm também se apresentam bons
- 72 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

resultados com tensões no centro da sobreposição inferiores às verificadas


com 100mm, no entanto não é tão uniforme pois existe uma maior queda de
tensão à medida que se caminha das extremidades para o centro. O raio de
curvatura de 50mm, não oferece distribuições tão boas, pois a variação de
espessura ao longo da sobreposição é maior e as tensões de corte no centro
aumentam.
Esta análise necessita de ser validada experimentalmente sendo um
possível trabalho a realizar no futuro.

- 73 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Volkersen P. Luftfahrtforschung 1938, 15:41

[2] Goland M, Reissner E., The stresses in cemented joints, J. Appl Mech

1994

[3] Harth-Smith L J., Adhesive – bonded single lap-joints

[4] da Silva L F M, Magalhães A G, Moura M F S F (2006), Juntas Adesivas

Estruturais

[5] Raphael C (1966), Appl Polym Symp, 3, 99.

[6] Srivinas S, (1975), NASA Technical Note, NASA TN D-7855

[7] Pires I, Quintino L, Duradola J F e Beevers A (2003), Int. J Adhes Adhes,

23, 215.

[8] Fitton M D e Broughton J G (2005), Int. J Adhes Adhes, 25, 329

[9] da Silva e Adams, 2005, J Adhesion Sci Tecnho, 19, 109

[10] Harth-Smith L J (1973), NASA Contract Report , NASA CR-112236

[11] da Silva L F M 2004, Adhesive Joints for Low and High Temperatures

[12] das Neves P J C, da Silva L F M e Adams R D, (2005), Closed-form

analysis of stresses in adhesively bonded joints: a review

[13] Adams, R. D. and Davies, R., Strength of lap shear joints, In: The
Mechanics of Adhesion, Dillard, D. A. and Pocius, A. V., Eds., (Elsevier,
Amsterdam, 2002),pp. 111-144.

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

7. ANEXOS

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

ANEXO 1

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Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

ANEXO 2

- 77 -
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ANEXO 3

- 78 -
Optimização do Comportamento Mecânico de uma Junta Adesiva

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