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Levantamento de componentes
A elaboração do projeto pode levar em conta o histórico de consumo do ponto de
ligação com a rede ou ser trabalhado em função da disponibilidade técnica local.
Em uma análise prévia, estabelecemos um projeto preliminar visando uma
orientação quantitativa sobre a necessidade de equipamentos e componentes a
serem empregados nas instalações:
• Módulos fotovoltaicos;
• Cabos e conexões;
• Inversor de frequência;
• Sistemas de proteção;
• Equipamento de manobra e controle.
Coleta de dados da área de instalação
A coleta de dados no local da instalação após a pré-análise é fundamental para
identificar a geometria da área onde se pretende executar o trabalho. Informações
como orientação geografia e inclinação do plano para acomodação dos módulos
fotovoltaicos estruturam toda a base conceitual do projeto executivo. Para ser
assertivo sobre essas informações, é recomendável fazer uso de recursos auxiliares
(equipamentos específicos) ou ainda aplicativos confiáveis que permitam a
realização de um estudo/medição adequada. Entre as informações importantes do
local, destacamos a orientação geográfica pela bússola e a inclinação do plano de
instalação dos módulos fotovoltaicos por meio de inclinômetro.
Onde:
EMM = Energia média mensal.
A partir do valor médio mensal de energia, é possível determinar a quantidade de
energia que os módulos deverão produzir para que tenhamos efetuado uma
compensação total de energia durante um ano. No exemplo da Figura 4 do
histórico de consumo, encontramos o valor médio de 321 KWh/mês consumido. A
partir desse consumo médio mensal, pode-se descobrir o valor de energia que os
módulos fotovoltaicos devem produzir durante um único dia.
Onde:
EMD = Energia média diária.
Dessa forma, verificamos que os módulos solares fotovoltaicos devem produzir em
um dia uma quantidade de 10,7 KWh/dia, porém, esse valor é quebrado.
Então, arredonda-se o valor para cima para demonstrar que deve-se produzir
durante o dia uma energia equivalente a 11 KWh/dia. Durante um dia convencional
de verão, teríamos um total de 12 horas de sol, porém, a quantidade de energia
solar que deve incidir nos módulos para produzirem energia equivalente à potência
em laboratório teria que ser igual ou superior a 1.000 W/m2 de irradiação. Esse valor
de irradiação pode ser alcançado aqui no Brasil durante o período de sol a pino,
que varia entre as 10 horas até aproximadamente às 15 horas. Esses valores podem
ser alterados de região para região e dependem também da inclinação do módulo.
Frequentemente, o nome dessa quantidade de horas em que o módulo irá produzir
a quantidade máxima de energia é citado em manuais como Horas de Sol a Pico
(HSP). Essas informações podem ser encontradas em dois bancos de dados
disponíveis na internet: o Cresesb e o SWERA. Os dois bancos de dados
disponibilizam a quantidade de HSP de cada região. Para o nosso exemplo, vamos
usar o Cresesb.
Para determinação das HSP, verifica-se a localidade (cidade) da instalação, dado a
ser consultado na fatura de energia. A partir da localização da futura instalação, é
possível definir a orientação geográfica do local (latitude e longitude), podendo ser
utilizado para esse estudo ferramentas e/ou aplicativos confiáveis. Exemplificando a
cidade de São Paulo, os registros de orientação geográfica indicam: latitude
23.682º Norte e longitude 46.875º Oeste. Com esses valores, e consultando
o site do Cresesb, preenche-se as informações nas respectivas lacunas:
Onde:
Ppico = potência pico do sistema fotovoltaico.
Após determinar a divisão da quantidade de energia média diária produzida pela
quantidade de horas de sol a pico, encontramos o valor de 2,65 KW/pico, que
arredondamos para 3 KWp. Dessa forma, conclui-se a determinação do sistema
fotovoltaico. É bom ressaltar que, dependendo da inclinação desse módulo e da
direção do módulo, devemos alterar a quantidade de horas de sol a pico excedente
dos módulos. Essa orientação já foi discutida no capítulo anterior.
Onde:
NM = Número de módulos.
PM = Potência de módulo corrigida pela temperatura.
Dimensionamento do inversor
Os inversores para conexão em sistemas fotovoltaicos convertem a energia
produzida em DC (corrente contínua) para energia AC (corrente alternada).
Há uma diferença fundamental entre os inversores de sistemas autônomos (off-grid)
e inversores de sistemas conectados à rede (on-grid), em função da grandeza
inserida nos sistemas:
• Inversores em sistemas off-grid: fornecem tensão elétrica em seus terminais
de saída, em regime alternado, senoidal e pura.
• Inversores em sistemas on-grid: fornecem tensão elétrica em seus terminais
de saída, em regime alternado, senoidal e pura, e somente operam nas
circunstâncias em que estão conectados à rede elétrica. Na ausência de
energia da concessionária, desconectam-se automaticamente devido à
segurança operacional do sistema.
Para a determinação do inversor, utiliza-se como base a potência pico do sistema
que, nesse caso, deve ser de 3 KWp, especificando os inversores que iniciam seu
range a partir dessa potência.
Com base nesse valor, e utilizando manuais do fabricante, é possível eleger um
inversor com potência (por exemplo, 3KW pico), aos valores que o sistema exige, e
que será entregue em seus terminais de energia.
Exemplo
Um inversor tem potência nominal de 3 KWp, com tensão de operação de 185 volts
para startup. Caso o módulo tenha uma tensão de VMP igual a 31,7 volts, então,
para determinar o número mínimo de módulos em série, fazemos a razão entre a
tensão nominal e a tensão máxima de pico de cada módulo:
Ainda que conectando treze módulos em série, não se atingiu o valor de potência
calculado, então é indicado ligar os módulos em paralelo, usando como base o
inversor de 3 Kwp.
Para determinar o número máximo de strings em paralelo, consideramos a
capacidade máxima de corrente do inversor (20 A), comparado ao consumo do
módulo (corrente Imp = 9,15 A). Portanto, a razão entre a capacidade máxima do
inversor e o consumo de corrente dos módulos ligados em série estabelece o limite
máximo de conexão paralela entre os módulos.
para alumínio.
P = Potência pico que irá passar pelo cabo.
Em instalações de sistemas fotovoltaicos, normalmente são utilizados condutores de
cobre, em que a 20ºC apresentam tipicamente uma resistividade ρcu =
0,01724Ω.mm /m e coeficiente de variação com a temperatura de αcu = 0,0039/ºC.
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