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UffiIffiRffiC

Sistomcrs trifósicos

X r38
' lntroduçoo

€. Produçõo de um sislemu fiifúsico de lensões. 0 shernodor kifúsico........... 138

S. Represenloçoo molemóÌico de um síslemo trifúsico de lensões....... r39


&. Alimentocoo dos corgos pelo sislemo fiiÍúsic0........... I40
ã" ïensões simples e lensões c0mp0s10s................... 142
&" Ligoçõo dos receplores fiifúsicos 144

ó.1 - 1nh0duc00..................... 144

ó.2 - Ligoçõo dos rereplores em e$re10....... 144

Problemos....... ì54
ó.3 - Ligoçõo dos receplores em lriôngulo 159

Problemos....... ró3
?* Vonlogens dos sislemos triÍúsicos ......... lóó
&. Potêncios trifósicos 167

8.1 - lxpresões gerois........... 167

8.2 - [xpressões porliculores poro e$relo equilibrodo 167

8.3 - Expresões porliculores poro lriôngulo equilibrodo Ìó8


8.4 - (onclusões tó9
8.5 -Medido de polêncios f ifósiros........ ìó9
Problemos 174
W* Método de Boucherol em sislemos trifúskos t8q
Problemos t8l
X &' [ompensoçõo trifúsico ì84
Problemos 185

t89
rg

x#a
€p
e#
!m
tü#ã
a .-
Xü*
Gffi
nm
-

yn
.J
r-

ffi
*r#
Lry
wn
ryn
ã
'.38

T ffi
ü ffi lntroduçõo
HI
ht
r

Nos capítulos anteriores, estudámos a corrente alternada monoÍásica aplicada a diferentes tipos de circui-
tos, usuais na generalidade dos receptores utilizados pelo consumidor. lsto é, a generalidade dos receptores
de uso doméstico necessitam apenas da corrente monofásica, ou seja, de uma fase e do neutro. Só na indús-
tria é que são utilizados com bastante frequência os chamados receptores trifásicos (três fases + neutro), por
motivos essencialmente económicos (mais tarde, veremos melhor este assunto).
Por esse motivo, a produção, transporte e distribuição de energia deve ser feita em sistema triÍásico e não em
monofásico, tornando assim o sistema mais económico e permitindo ainda alimentar não só os receptores mo-
nofásicos, como também os trifásicos ou mesmo os bifásicos, utilizando o número de condutores necessário.
Podemos ter, portanto, instalações só com receptores monofásicos, instalações só com receptores triÍásicos
e instalações onde haja necessidade de ligar receptores monoÍásicos (lâmpadas, irradiadores, ventoinhas, etc.) e
também receptores triÍásicos (motores eléctricos, estufas, etc.). A generalidade dos receptores domésticos é mono-
fásica; quanto aos receptores existentes em fábricas e no comércio, tanto podem ser monoÍásicos como trifásicos.
Verificámos já, durante o estudo da corrente alternada monoÍásica, que a tensão entre uma qualquer fase e
o neutro era (em Portugal) de22O V. Vamos ver, no seguimento, que a tensão entre quaisquer duas fases é
(em Portugal) de 380 V.
Conclui-se, portanto, que não podemos ligar um receptor monoÍásico (U = 220 V) entre duas Íases de uma
instalação trifásica (U = 380 V), visto que o receptor queimar-se-ia certamente.
Embora mais tarde expliquemos melhor o assunto, queremos deixar aqui, desde já, as seguintes ideias: os
receptores monofásicos são de baixa potência (centenas de watts ou, no máximo, alé 2 a 3 kW - caso das má-
quinas de lavar); os receptores trifásicos são de maior potência que os monofásicos, desde alguns quilowatts
até várias centenas de quilowatts - caso dos motores eléctricos da indústria.

Vejamos então o que é um Sistema Trifásico e como se produz!

ffi Produçõo de um sistcmo triÍósico dc tensõ@s.


ffi O olteÍnodor trifósico

Nas Centrais EIéctricas existem Alternadores TriÍásicos,


isto é, alternadores que produzem simultaneamente três ten-
sões alternadas monofásicas e desÍasadas entre si, no tem-
ii
po, de 1/3 de período. I>r iêr
Vejamos o seu princípio de Íuncionamento. \r_-.-o
E semelhante ao princípio de Íuncionamento do Alternador
Monofásico. É constituído por um rotor bobinado, com dois
pólos (N e S), o qualvamos simbolizar através de um íman
(ver figura 1), e ainda por um estator no qual se encontram
três enrolamentos iguais, deslocados entre side 120'ao lon-
go da periferia do estator. No caso do alternador monoÍásico,
tínhamos apenas um enrolamento.

'lY;'
w
Princípio de funcionamento do alternador trifásico.
Tal como acontecia no alternador monofásico, ao fazermos rodar o íman com uma dada velocidade cons-
tante, vai aparecer sucessivamente aos terminais de cada enrolamento uma f.e.m. induzida, a qual tende a
opor-se à variação do fluxo magnético provocado pela rotação do íman.
Visto que as bobinas são iguais, as forças electromotrizes induzidas em cada uma delas também o serão.
Pelo facto de se encontrarem, entre si, a uma distância angular de 120", as Íorças electromotrizes (er, ê2, Gs)
I
vão ficar desfasadas no tempo de 1/3 do período em que fé o tempo correspondente a uma rotação com-
pleta do íman. Na figura 2 representam-se as três forças electromotrizes referidas.

Fig.2

Sistema trif ásico de forças electromotrizes
induzidas nos enrolamentos
do alternador trifásico.

Um sistematriÍásico de tensões (ou de f.e.m.) é um sistema constituído portrês tensões (ou f.e.m.) iguais
e desfasadas entre si de 120". A máquina eléctrica que produz este sistema é o alternador triÍásico.

Note que o sistema representado na Íigura 2lem a seguinte sequência de fases: 1 -> 2 --> 3; esta sequência
é considerada positiva. Com efeito, poderíamos ter 1 -+ 3 -+ 2, a qual era considerada negativa. As duas se-
quências correspondem aos dois sentidos de rotação do rotor do alternador. O alternador é geralmente cons-
truído e posto a funcionar de Íorma a obtermos a sequência positiva de fases, para assim se evitarem erros de
ligações ou outros problemas de funcionamento.

ffi Rugry*çõo motcmótico de um sistcmo triÍósico cJe tcnsõcs

Como se sabe, a f .e.m. de um gerador é, por definição, a tensão em vazio do gerador. Vamos, por isso, con-
siderar as tensões ut, IJz, us, correspondentes às forças electromotrizes referidas.
Assim, considerando que, em vez dê êt, ez, e3, temos na Íigura 2 as tensões tÀ, uz, ut, o sistema triÍásico de
tensões terá então a seguinte expressão matemática:

u.,=J2 U, sen(cot)

ur=J2 U, sen(rot -21t13)


us=J2 U. sen(rot - 4nlg)
Il4O
A este sistema de equações corresponderá o diagrama vectorial
representado na Íigura 3.

Fig.3

Diagrama vectorial
H de um sistema triÍásico de tensões.

Íllimentoçõo dos corgos pelo sistemo triÍósico

Conforme se pode verificar por análise da figura 1, o alternador trifásico é constituído por três enrolamen-
tos, a que correspondem seis condutores.
Ora, cada um destes enrolamentos pode alimentar individualmente uma ou mais cargas, tal como se repre-
senta na figura 4.

t1
..-------->

I,'
I

l11
*rz
\-t2,

Fig.4

Alimentação trifásica, feita com 6 condutores.

Nesta situação, temos três circuitos independentes, constituídos, cada um deles, por um enrolamento
que alimenta a carga respectiva. Evidentemente que esta não é a solução mais adequada para a alimentação
das cargas, visto necessitar de muitos condutores (seis) para fornecer uma determinada potência total. Houve,
por isso, necessidade de se pensar em soluções mais económicas e tecnicamente mais favoráveis.
Foi assim que nasceram as ligações em estrela e em triângulo, seja dos enrolamentos do alternador, se-
ja das cargas entre si.
T
r{,r
Vejamos então em que consistem estas duas ligações!

A partir do esquema da figura 4, podemos shuntar entre si os terminais X, Y, Z, originando o terminal N, que
tem o nome de ponto neutro do gerador; podemos shuntar também entre si os terminais A, B, C, originando
o ponto N', que tem o nome de ponto neutro da carga trifásica. Desta forma, em vez de termos três conduto-
res de retorno da corrente, passamos a ter apenas umqond,qlorglg retorno, o qualtem o nome de condutor
neutro, por onde passa a corrente total de retorno /ru = /r + lz + /s. Os outros três condutores têm o nome de
condutores de Íase ou fases. A este tipo de ligação dos enrolamentos ou das cargas dá-se o nome de Iiga-
ção em estrela (símbolo À), representada na Íigura 5 a).

Podemos ligar ainda os enrolamentos ou as cargas de uma outra forma, tal como se sugere na figura 5 b).
A este outro tipo de ligação dá-se o nome de ligação em triângulo (símbolo Â). O alternador é constituído pe-
los três enrolamentos UX, VY, WZ, em que U, V, W sáo as "saídas> e X, Y, Z são as (entradasD respectivas.
A ligação em triângulo é Íeita de tal forma que a entrada de um enrolamento é shuntada com a saída de outro
enrolamento e assim sucessivamente, até se fecharem entre si, como se fosse um triângulo. Neste caso, par-
tem do alternador apenas três condutores (três fases), que vão alimentar os receptores que também Íoram li-
gados em triângulo (no exemplo representado na figura 5 b)). Não existe, portanto, condutor neutro.

e)

*+t+
It't=11*12*;,
+-

€l3

y'u, 22

---------à
l3

FiS,5
'e'
a) Ligação em estrela, com alimentação trifásica Íeita a quatro condutores. O retorno é feito pelo condutor neutro.
b) Ligação em triângulo, necessitando apenas de três condutores (três fases).

Cada um dos tipos de ligação referidos será estudado em pormenor nos pontos seguintes. V-.eremos ainda
q.qe as cargag n4q lgm que lgr o mesmo tipo de figação dos enrolamentos do alternad_or.
I:l*
ffi Tensões simples e tcnsõcs compostos

Num sistema triÍásico, definem-se dois tipos de tensão diferentes: a tensão simples e a tensão composta.
A tensão simples ou tensão de Íase (U") é a tensão entre qualquer condutor de fase e o ponto neutro N
da rede.
A tensão composta (Uc) e atensão entre quaisquer duas Íases do sistema trifásico. Os terminais dos con-
dutores de fase são geralmente representados pelas letras E S, f ou A, B, Ce ainda por 1,2,3.
Na Íigura 6 representam-se estas tensões.

lr.
*u"

Fig.6
@
Numa rede triÍásica com neutro existem
três tensões simples e três tensões compostas.

Temos, portanto, três tensões simples e três tensões compostas. Assim como as tensões simples estão
desÍasadas de 120o, conforme vimos anteriormente, demonstra-se que também as tensões compostas se en-
conÌram desfasadas entre si de 120' (embora desfasadas das tensões simples, como é óbvio).
Vejamos então!
Vamos socorrer-nos da figura 7, em que atribuímos os índices 1,2 e 3 respectivamente às Íases E, S e il
por comodidade de análise.

t,.,
u',
'l
Fig.7
@
Ligação em estrela, com neutro.
Aplicando a lei das malhas ao esquema da figura 7, obtemos as seguintes equações:
+
Ue=Ur-Uz Jif- ,j.,...,,)
U""=Ur-Ut
+l\'
: '
t
,.
'*'5. í
+ '-,:l-
-
Uer= Us - Ut i:'''
Úi
trl i.
,i
l

t^_ ì
em que U,", U"" e Uor são as três tensões compostas.
Representamos então estas tensões em diagrama vectorial (fig. 8), partindo da estrela das tensões simples
já conhecida e das equações vectoriais apresentadas acima.

e?

Fig.8

Diagramas vectoriais equivalentes que relacionam as tensões compostas com as tensões simples.
Em b), a origem dos vectores das tensões compostas não é a mesma (conforme se pode veriÍicar).

Na figura I a), podemos veriÍicar que as três tensões compostas (U,, , Urs e U".) tazem entre si ângulos de
120", constituindo um sistema triÍásico de tensões compostas, e encontram-se desfasadas das tensões sim-
ples. Êsta figura pode apresentar ainda o aspecto da figura 8 b), onde é mais fácil relacionar entre si todos os
vectores; a sua construção é efectuada movimentando o ponto de aplicação dos vectores das tensões com-
postas, sendo os vectores deslocados paralelamente a si mesmos, da forma como é sugerida pela Íigura.
Pode, portanto, concluir-se que os dois diagramas são equivalentes, pois que mantêm-se constantes as rela-
ções entre as tensões compostas e as tensões simples, além de que os ângulos continuam a ser de 120".
Aplicando conceitos trigonométricos simples a qualquer dos três triângulos isósceles representados na fi-
gura 8 b), facilmente se demonstra a seguinte relação matemática entre a tensão composta IJc ê ãtensão sim-
ples Us:

u"=í3u.
I i

Considerando que a tensão simples da nossa rede é de 220 V, então a tensão composta será:
U" = r/3 U" = r/3 x22O e Uc = 3g0 V.
I
44

H ligoçõo dos roccptoros trifósicos


H
EI
n ó..| lntroduçõo
-
Conforme Íoi reÍerido, os receptores trifásicos também podem ser ligados em estrela À e em triângulo A.
No seguimento, veremos as vantagens e as desvantagens de uma e outra ligação das cargas.
As impedâncias de uma carga triÍásica podem ser iguais ou diferentes entre si.
Diz-se que um sistema triÍásico (em estrela ou em triângulo) está equilibrado, quando, submetido a um
sistema trifásico de tensões, se veriÍica que as cargas têm a mesma impedância (2.- Zr= Z") e o mesmo fac-
tor de potência (cos g, = cos <pz = cos <ps). Nesta situação, as correntes também são iguais entre si.
Diz-se que um sistema trifásico está desequilibrado, quando, submetido a um sistema trifásico de ten-
sões, se veriÍica que as cargas não têm todas a mesma impedância e/ou o mesmo factor de potência. Nesta
situação, as correntes são diferentes entre si.
Estudemos então, sucessivamente, a ligação das cargas em estrela (equilibrada e desequilibrada) e a liga-
ção em triângulo (equilibrado e desequilibrado).

6"2 tigoçõo dos receptores @m cstr@lo


-
A ligação em estrela (equilibrada ou desequilibrada) pode ainda ser analisada em duas situações distintas:
com neutro ligado e sem neutro.
Vejamos então as diferentes situações!

6.2,1 €strclo oquilibrodo


-
A) Estrela equilibrada com neutro - Na figura
9 representamos a ligação em estrela de três h
impedâncias iguais e com o mesmo Íactor de
potência, alimentadas por um sistema triÍásico
de tensões, com o neutro ligado (Zt =Zz=Zse
COS q1 = COS Q2 = COS g3).

Flg.9
+É+

Carga ligada em estrela com neutro, equilibrada


(Zt= Zz= Zz ê CoS q1 = COS q2 = COS q3) .
t*5
Foram já definidas as grandezas tensão simples e tensão composta, representadas na figura.
Analisemos agora mais em pormenor a Íunção do condutor neutro.
O condutor neutro, além de servir de retorno às correntes das fases, tem ainda a função de manter iguais,
entre si, os potenciais de /V (ponto neutro da rede) e N'(ponto neutro das cargas), pois estes pontos estão
shuntados entre si através do reÍerido condutor.
Se desprezarmos a queda de tensão nos condutores de fase, temos que os potenciais em 1 e em 1' são
iguais entre si, bem como entre 2 e 2'e ainda entre 3 e 3'.
Aplicando a lei das malhas, por exemplo, ao circuito 1 - 1'- N'- N, obtemos Ut = Usi isto é, a tensão apli-
cada à carga é igual à tensão simples da rede, o que se verifica em qualquer das fases:

U, = Ur= Ur= Us

Aplicando a lei de Ohm a cada receptor, obtemos:

,U, .U"
t^
-
Zz Zs
-

Visto que as tensões nas cargas são iguais entre si e iguais às tensões simples (U t = U" = Us = Us) e que as
impedâncias também são iguais entre si (Zt = /,-
Zz\, enláo as correntes também são iguais entre si:

Us Us
[t1i|!] <'
Z, Z,
U"
Z"

A carga Z é uma carga genérica, que tanto pode ser resistiva, como indutiva ou capacitiva. Vamos supor,
por exemplo, que as três cargas são resistivss. Façamos o diagrama vectorial das tensões e correntes, con-
forme se representa na Íigura 10.

Fig- 10
€"
Diagrama vectorial de correntes e tensões,
para uma carga triÍásica resistiva equilibrada.
l*ú
O diagrama vectorial é constituído por duas estrelas, uma de tensões e outra de correntes, em fase entre si,
iStOé, COm 91= (p2= tps= 0" €à COS gt= COS Qz= COS rpe= 1.

Como a corrente no neutro /r.r é a soma vectorial das correntes nas fases, então é Íácil de concluir, por aná-
lise do diagrama da figura 11, que:

/ru= /r + lz+ ls=0 (sistema equilibrado)

h+la
Fig.11

Num sistema equilibrado,
a corrente no neutro é nula:
/J= /,'+i+ lì=0.

Se as cargas fossem, por exemplo, indutivas, o raciocínio seria semelhante e a corrente no neutro conti-
nuaria aser zero, conÍorme se pode concluir por análise do diagrama respectívo indicado na figura 12.

Fig. 12

Diagrama vectorial para uma carga trifásica
indutiva equilibrada;
a corrente /N continua a ser nula.

As correntes, de valor igual entre si, estão agora atrasadas em relação às tensões respectivas de um mes-
mo ângulo rp, pelo que a corrente /ru continua a ser nula.

Concluímos portanto que, quando a êstrela é equilibrada, o condutor neutro é dispensável, pois ír = 0.
B) Estrela equilibrada sem neutro - Se retirarmos o condutor neutro a uma estrela equilibrada, todas as
grandezas (tensões e correntes) mantêm os mesmos valores. Com efeito, a corrente no neutro é nula, pelo
que o condutor neutro é dispensável.
Quanto às correntes lt, lz ê /s, elas mantêm os mesmos valores e as mesmas desÍasagens em relação às
tensões, visto que nem as tensões nem as impedâncias sofreram qualquer alteração:

Existem vários exemplos de receptores trifásicos em que o neutro é dispensável: motor trifásico ligado em
estrela (os três enrolamentos do motor são iguais), três lâmpadas iguais ligadas em estrela, resistências de
aquecimento trifásicas ligadas em estrela, etc.
Em conclusão, diremos que na estrela equilibrada basta termos acesso às três fases.

6.2.2- €strclo descquilibroclo

Vejamos agora as diÍerenças existentes no funcionamento de uma estrela desequilibrada, com e sem neutro.

R €strelo dcsoquilibrodo Gom n@utro


-
A1 - Caso geral

Suponhamos então que a estrela não é equilibrada, isto, é, que as impedâncias (ou os factores de potên-
cia) não são iguais entre si.
Mantenhamos, no entanto, o neutro ligado, tal
como se representa na figura 13. ,

Fig.13

Estrela desequilibrada com neutro
- cargas diÍerentes (Zt + Zz+ Zs).

Talcomo referimos anteriormente, uma das Íunções do condutor neutro consiste em manter iguais os po-
tenciais de Ne de N', pelo que as tensões aplicadas às cargas são então iguais entre si e iguais à tensão sim-
ples Us da rede, conÍorme se conclui por aplicação da lei das malhas ao circuito:

Ut = Uz= U"= Us
I
:.t*t
Visto que agora as impedânclas (Zt, Zze Zs) não são iguais (carga desequilibrada), então as corren-
tes (/r,/z e /s) também não são iguais entre si:

Ir # lz* ls

,ut .U"
ls=-
Zt Z"

Quanto maior for a impedância Z de cada carga, menor será a corrente respectiva. Deste modo, a corrente
no neutro já não é igual azero, conforme se pode verificar por análise do diagrama vectorial de uma carga tri-
fásica resistiva, representado na figura 14.

Neste caso, temos:

/r.r= /, + Iz+ ls1O

Flg.14
@
Diagrama vectorial
de uma carga resistiva desequilibrada,
com neutro - /n * 0.

Se as cargas tiverem Íactores de potência diferentes entre si e portanto desfasagens g diÍerentes, a situa-
ção será semelhante, conduzindo a correntes desigualmente desfasadas das tensões e assim a uma corrente
no neutro diferente de zero:

COS {pr * COS {pz * COS {ps lt t lz* Ia /ru+ 0

O cálculo das correntes nas Íases é fácil, utilizando as expressões já apresentadas anteriormente (lei de
Ohm), seja qual Íor o tipo de carga.
Quanto à corrente no neutro, ela só pode ser obtida através do diagrama vectorial, depois de conhecidos
1,, 1", l", g', gr, q3. Marcam-se as correntes no diagrama, fazendo o ângulo tp respectivo com a tensão; depois,
aplica-se a regra do paralelogramo (duas vezes), para somarmos (vectorialmente) as três correntes.
IL4Í.
A2 - Caso particular (falta de uma fase)

Um caso particular de desequilíbrio, com o neutro ligado, é o representado na figura 15, a que corresponde
o diagrama vectorial indicado em b).
H

tu)

ë)

Fig.15

Esquema e diagrama vectorial
de uma carga desequilibrada com neutro,
com uma fase desligada (/z = 0).

E uma situação em que uma das cargas não está ligada, porque se partiu o condutor de fase ou porque se
queimou a carga (Zz, nã, figura).
Nesta situaç{qu temos lr=0 e, portanto, a corrente no neutro é agora a soma vectorialde apenas duas cor-
rentes: /ru = /1 a /s. As correntes /r e /g não sofreram qualquer alteração em relação aos valores que tinham an-
tes de se interromper a Íase 2; o mesmo acontece, evidentemente, com as três tensões (U., U, e U.), que se
mantêm constantes.

B €strelo descquilibrodo sem n@utro


-
Bl - Caso Geral

Esta é a situação mais perigosa que pode acontecer num sistema trifásico, em virtude de não haver condutor
neutro parafazer o escoamento da corrente que nele passaria se estivesse ligado. Deste modo, essa corrente,
que deveria passar pelo condutor neutro, vai redistribuir-se pelas três fases, modificando os valores das corren-
tes (/,, /2, /s) e das tensões que estavam aplicadas às cargas antes de o neutro ser interrompido, as quais deixam
de ser iguais a tensão simples Us da rede. Note que tanto a tensão simples como a tensão composta são as úni-
cas grandezas impostas pela rede, tendo portanto valores constantes. As tensões aplicadas às cargas (Ut, Uze
U.) podem variar, ou não, consoante existe, ou não, o condutor neutro em cargas desequilibradas.
t
l*tü
Na figura 16 representa-se uma carga triÍásica desequilibrada sem neutro (ou com neutro desligado).
Observe-a.

Fig.16
€'
Carga triÍásica desequilibrada sem neutro:
cargas diferentes.

Visto que o interruptor Kse encontra desligado, então deixa de haver corrente no neutro. Nesta circunstân-
cia, o condutor neutro já não pode impor a igualdade entre os potenciais de N e N'. Como tal, as tensões nas
cargas (U', Uz e U.) deixam de ser iguais entre si e iguais à tensão simples Us, êÍÌì virtude de as impedâncias
serem diÍerentes entre si(leide Ohm):

Utí Uz# Us* Us

Nesta situação, o cálculo das correntes e das tensões torna-se complicado, porque as únicas grandezas
conhecidas são as impedâncias, o que é maniÍestamente insuficiente, pois existem demasiadas incógnitas:

Ir í lz* ls

com:
,UrU"U"
lt=- i Iz=- i ls=-
Z, Z, Z"

Temos, portanto, três equações com seis incógnitas (três correntes e três tensões).
O cálculo é, no entanto, possível, com a ajuda de um computador que, através de um método exaustivo,
procura um ponto (N) do diagrama vectorial (fig. 17 b), em que cada tensão composta é igual à soma vectorial
de duas tensões nas cargas (leidas malhas aplicada ao circuito da figura 16). Este programa é também um
pouco complexo, pois nele é definido todo um conjunto de relações matemáticas envolvendo correntes, tensõ-
es, impedâncias e desfasagens, com grande recurso a cálculos trigonométricos.

Evidentemente que os valores das seis incógnitas podem também ser obiidos através de um ensaio labo-
ratorial, o qual servirá para confirmar os valores obtidos com o programa informático.
ïl,1
Visto que os pontos Ne N'não estão ao mesmo potencial quando o neutro está desligado, então os diagra-
mas do circuito desequilibrado, com e sem neutro, são obviamente diferentes. Na figura 17 representamos os
diagramas correspondentes a três cargas resistivas diferentes (R', R, e Ãr) ligadas em estrela, com e sem
neutro, de forma a podermos veriÍicar a influência do condutor neutro no circuito.

Fig.17
@
Diagramas vectoriais para cargas resistivas:
a) Estrela desequilibrada com neutro (lt * Iz+ laCotn Ut - Uz= l,l"'1'
b) Estrela desequilibrada sem neutro (lt + lz + Ie ê Ut * Uz* Ue).

Por análise da figura 17 b), podemos verificar que:

1. Há cargas que Íicam em sobretensão (U, e U.) e outra em subtensão (U,).


2. Os pontos Ne N' não estão ao mesmo potencial, pois não se encontram igualmente posicionados nos dia-
gramas respectivos (Nota: o ponto N ocupa sempre o centro do triângulo equilátero).
3. Nem as tensões nem as correntes Íazem, entre si, ângulos de 120'. As estrelas de tensões e de correntes
vêm distorcidas.

Experimentalmente, verificam-se as seguintes situações, quando Íalta o neutro a uma carga desequilibrada:

. A carga que tiver menor impedância será percorrida por maior corrente e terá uma tensão aplicada mais ele-
vada, portanto maior que Us.
. A carga que tiver maior impedância será percorrida por menor corrente e terá aplicada a menor das tensões,
portanto menor que Us.
. Podemos ter duas tensões maiores que u" e uma menor que us ou, pelo contrário, uma tensão maior que us
e duas menores.
I
'ra
Concluímos, poftanto, que o neutro é indispensável quando as cargas são desequilibradas, para evitar os
desequilíbrios de tensões nas cargas e reduzir os desequilíbrios das correntes.
De seguida, apresentamos a solução, obtida com computador, para uma estrela desequilibrada sem
neutro,constituídaportrêsresistênciasdevaloresR=100ÇL,R"=170Qe R"=2l0Oecujatensãocompos-
ta é de 380 V. Os valores das correntes e tensões nas cargas, fornecidas pelo computador, foram os seguin-
tes: Í = 1,7 A, lr=1,4 A, l"=1,24, U'=170V, Uz=141 V e U"=254V.
Experimente agora desenhar o diagrama vectorial respectivo e certifique-se de que os resultados estão
correctos! Pode ainda confrontá-los com resultados obtidos experimentalmente.
Tudo o que Íoi referido neste ponto aplica-se também, evidentemente, no caso de as cargas serem induti-
vas ou capacitivas. A única diferença consistirá no lraçado do diagrama vectorial, em que os ângulos Çr, {pz, {ps
serão diferentes de zero.

82 - Caso particular (falta de uma Íase)

Uma situação pafticular de estrela desequi-


librada sem neutro consiste em interromper-
-lhe uma das fases ou, se quisermos, conside-
Íar que a impedância nessa Íase é infinita, tal
como se representa na Íigura 18.

Flg.18

Estrela desequilibrada
sem neutro e sem uma Íase

Observando a Íigura, pode concluir-se que a inexistência da Íase 2 (1"= 0) conduz a que as impedâncias
Zt ê Zs Íiquem ligadas em série, sob uma tensão total que é a tensão composta Uc. Assim, temos:

.Uc
,- com U,=Ztl e U"=Z"l
Zt+ Zs

Se considerássemos que Z' = Z"= 95 Q eram duas cargas resistivas e que Uc = 380 V, então teríamos:

, U" 380 ___.t


380 Ã

Rt+Rs 95+95 190

Ur=Rrl=95x2=190V
U"= R" /= 95 x 2 = 190 V

lsto é, a tensão aplicada a cada carga, nesta situação, seria inferior à tensão simples (220V).
Se ligássemos agoÍa o condutor neutro, então a tensão aplicada a cada carga iria aumentar, pois passaria
a ser igual à tensão simples (220V).
T
,,r3

{t.2.3- Potêncios em codo Gorgo monoÍósico

As potências activa, reactiva e aparente em cada uma das cargas de um receptor trifásico são calcula-
das através das mesmas expressões, já conhecidas para o sistema monofásico, isto é:
H
p= U/cosg E
e= U/sen g
S=Ul
em que U - tensão aplicada ao receptor
|- corrente que percorre o receptor
cos q - factor de potência do receptor

Fig.19
,i.
w
A potência em cada carga
é uma potência monoÍásica.

E evidente que as restantes expressões estudadas anteriormente, em c.a. monoÍásica, equivalentes às ex-
pressões apresentadas acima, são aqui válidas.
Veremos, no seguimento, que a potência total (activa ou reactiva) do receptor triÍásico é igual à soma das
potências parciais em cada carga monofásica.

6.2.4- Conclusões Íinois sobre o ligoçõo Gm ostrslo

a) Se a estrela for equilibrada (Z = Zz = Zs ê cos gr = cos gz= cos gd, então o neutro é dispensável. Não
quer isto dizer que ele não possa vír afazer Íalta, como é o caso de faltar subitamente uma fase devido a qual-
quer deÍeito.
b) Se a estrela Íor desequilibrada (Zr + Zz* Zs ou cos Çr * cos ípz* cos {pa), então o neutro é indispensá-
vel, pois de outro modo a corrente que passaria pelo neutro iria redistribuir-se pelas Íases, originando sobre-
tensões em alguma(s) das três fases e subtensões na(s) restante(s).
c) Há receptores trifásicos gue não necessitam do neutro, como é o caso de motores triÍásicos (cargas equili-
bradas) ligados em estrela. Evidentemente que eles estão devidamente protegidos para o caso de Íalta de
uma Íase.
d) A distribuição da energia aos consumidores é feita com as três Íases e o neutro, com as seguintes vanta-
gens:
1. Possibilidade de dispormos de duas tensões diferentes (simples e composta) ou ainda a utilização do siste-
ma trifásico por muitos dos receptores usados na indústria e no comércio.
2. Necessidade do neutro para a tensão de 220 V que alimenta a generalidade dos receptores domésticos (e
não só).
3. Necessidade do neutro para o escoamento das correntes das fases, evitando assim o desequilíbrio de ten-
sões que se verifica quando as cargas são desequilibradas.
ProblcÍnos

I tt 1- Um alternador trifásico, ligado em estrela, tem uma tensão composta de 25 kV. Calcule a tensão
simples do alternador.

Resolução:

u"=L-25 _ 14.4kv
i3 Js

i P2 j - Um cabo triÍásico, com neutro, de distribuição de energia, apresenta uma tensão entre fase e
neutro de 5,77 kV. Determine:

a) A tensão simples
b) A tensão entre fases

Resolução:

a) Us = 5,77 kV

b) Uc = .,'3 Us= y3 x 5,77 =10 kV

[Ìg] - Uma instalação trifásica com neutro, alimentada a 22OI38OV (tensão simples/tensão composta) é
constituída por três resistências, uma por fase, com os seguintes valores:
F' 'í 't0 {L, R,= 150 O e F. = 220 A.
=

a) Calcule as correntes em cada resistência


b) Calcule a potência activa consumida por cada resistência
c) Construa o diagrama vectorial, indicando a corrente no neutro
d) Supondo que se partiu a fase 3, qual será o valor de /ru?
e) Supondo que se desligou o neutro, com a Íase 3 partida, calcule a correntê que percorre os recêptores 1 e 2
e as tensões em cada um deles

Resolução:
lJ, lJs ---
220
' ---=-=-:-:-
a) /.
R, R. 110 - 2 A
U, 220 =1,47 A
,lz=-------
Rz '150
Fig,20
r"=!'
R"=220
220
=1A Estrela deóËquilibrada.
..ffi,',.'.,

t'I3':...,',,..

Problcúos

b) Pl = Ur /r cosgr=220x2x1=440W
P, = U"/z = 220 x 1,47 x1 = 323;4 W
CoS {pz
P"= U" /s CoS {pa =220x 1 x 1 = 22OW , '

c)Escala: 1H<>1Ae55V

Medindo /N no diagrama da figura 21, obtivemos:

/r.: = 0,9 A
Flg.21
:i;"

Díagraúa vêctoiial ' ', ',

de estrela desequilibrada com neutro.

d) Tendo-se partido a Íase 3 (/s = 0), a corrente /* ó agora â somàvectorla!1


' t"
lN= lr+ lz

, U.
t=- 380
=1.46A
Rt+Rz 110+150

U, = Rrl=1 10 x 1,46 = 160,6 V


Uz= Rzl=150 x 1 ,46 = 219 V
LJt+ Uz =160,6 +219=380 V= U"

Fig.22 .

Estrela sem neutro e sem a fase 3.


ffi
r5ó

Probl@mos

** -*l
-
', P4
._l
l- Uma carga trifásica ligada em estrela com neutro, sob 2201380 V, tem em cada fase os seguintes
receptores:

Fase 1 : Resistência Rr = 100 Q


Fase 2: Bobina com X' = 120 Q e R, = 50 Çl
Fase 3: Circuito FOcom Rz = 14OQ e Xc = 1 1O Q

a) Calcule a corrente em cada receptor


b) Calcule as potências activa e reactiva, por receptor

Resolução:

ut 220
' = R,-
a) /'
110
=2.2A

220
22= lE2' + XS = VEO'z +1r03 = 130 O ; r,=!:-
z 130
= 1,6g A

220
Zs= ,ffs1Yç' =,tí40' +110'= 178 O; tr=!'-
Z" 178
=1.24A

b)costp,=1 -ì gr=0o -) tggr=0


R" 50
--) 67" -+
COS Qz
' - -j-j-
Zz-: 130 = 0,385 gz = Ig qz = 2,4

t0: F. :=0,787
140
-+ -38o -)
COS tps = tg <ps = -Q,/$
' Zs 178

P, = U, /r cos{pr = 220 x2,2x 1 = 484 W


Pr=lJ, /zcos{pz =220x 1,69x0,385= 143,1 W
P"= lJ" /sCoS {p: =220x1,24x0,787 =214,7W

Q,=P,tgqr=0VAr
Qr= P,tg g, = 143,1 x2,4 =343,4VAr
Q'= P" tg rpa = 214,7 x (- 0,78) = - 167,5 VAr
K
t5?

ProblGmas

Um motor trifásico com os enrolamentos ligados em estrela é alimentado pela rede de 2201380 V.
Lf_n-
Calcule:

a) A tensão em cada fase do motor (em cada enrolamento)


b) A tensão entre fases do motor

R: a) 220 V; b) 380 V

t-----"-------1
i P6 i- Numa instalação trifásica estão ligados os receptores indicados na figura 23, com o interruptor K
fechado. A rede é de 2201380 V. Os receptores têm os seguintes valores:

R' = 110 Q, F, =220 Q, R: = 50 Q,


F,=60QeF,=150O
H
s
ï
N

Fig.23

lnstalação triïásica
desequilibrada.

a) Calcule l,,lzê la
b) Calcule a potência activa consumida em cada Íase
c) Faça o diagrama vectorial do circuito, com a corrente no neutro
d) Se se partisse a fase H, haveria alguma alteração nas restantes grandezas?
e) Se se partisse a fase F e desligássemos o interruptor K, qual seria a corrente e tensões nos receptores R.,
Rqê Rs?

R: a) 3 A; 2 A; 1,47 Ã; b) 660 W; 440 W; 324 W; d) Só a corrente no neutro seria alterada; e) 1 ,46 A;73V;
87,6 V; 219 V
ffi
t53

Problemas

,, Uma habitação é alimentada pelo sistema triÍásico detensões z2ArcBO V. Num dado instante,
!7 ]-
estão ligados os seguintes receptores e às seguintes fases:

Fase 1: Um aquecedorde 1 000W


Fase 2: Quatro lâmpadas incandescentes de '1OO W cada
Fase 3: Um Íerro eléctrico de 750 W e um televisor de 100 W

a) Calcule a corrente em cada fase


b) Faça o diagrama vectorial e conclua sobre a indispensabilidade do neutro
c) Quais seriam os valores das potôncias a acrescentar às Íases 2 e 3, de modo que a corrente no neutro fosse
nula?
d)Se se partisse simultaneamente a Íase 3 e o condutor neutro, poderia calcular a corrente que percorre o
aquecedor e as lâmpadas? Justifique.

R: a) 4,5 A; '1 ,B A; 3,9 A; c) 600 W; 150 W; d) Não, porque a corrente vai variar e, sendo as lâmpadas incandes-
centes, a resistência destas varia com a temperatura que depende da corrente, pelo que o cálculo correcto
é impossível.

, pg ì - n ,tn sistema
I
triÍásico em estrela com neutro, alimentado a 22Ol38O V, são ligados os seguintes

receptores:

Fase 1 : Um ramo RL com Rt = f pg fl e XL = 130 Çl


Fase 2: Duas resistências em paralelo: Bz = 'l tg Q e R', = 220 {à
Fase 3: Um ramo RCcom R,=70 O e Xc = 90 O

a) Calcule l',1"e ls
b) Calcule as potências activas e reactivas em cada fase
c) Calcule as potências activas Pt e reactivas Or, totais, nas 3 fases
d) Calcule a potência aparente total st = f,P,' + Q
e) Calcule o factor de potência total da instalação"
Í) Faça o diagrama vectorial e calcule a corrente no neutro

R:a) 1 ,24 A;2,69 A; 1,93 A; b) 185 W; 591,8 W; 260,7 W; 200,5 VAr; 0 VAr;- 335 VAr; c) 1 037,5 W;- 134,5
VAr;d) 1 046,2 VA;e)0,99
6.3 tigoçõo clos recaptorcs cm triôngulo
-
ó.3.1 Considaroçúos gcrois
-
Na ligação em triângulo dos receptores, cada uma
das três cargas é ligada entre duas fases diferentes,
havendo sempre uma fase que é comum a duas car-
gas, talcomo se representa nafigura24.

Flg.24
w
Carga em triângulo.

Deste modo, cada carga Íica submetida à tensão composta Uc da rede. Não existe, portanto, condutor neu-
tro nem tensão simples.
Tal como na lÌgação dos receptores em estrela, também em triângulo as cargas podem ser equilibradas ou
desequilibradas. São, pois, estas duas situações que vamos analisar.

6.3 "2- Triôngulo cquilibrodo

Diz-se que uma carga trifásica ligada em triângulo está equilibrada quando, submetida a tensões com-
postas iguais, cada uma delas tem a mesma impedância (Z= Zz= Z") e o mesmo Íactor de potência (cos rp,
= COS (p2= COS gd .

Na figura 25 representamos três cargas ligadas em triângulo equilibrado.

Flg.25
w \ha
Carga em triângulo equilibrado.
1
r
úo
As tensões Un, ê Usr são as três tensões compostas, iguais em valor eficaz. Em representação tempo-
Uze
ral ou vectorial, estas tensões estão desfasadas entre si de 120', tal como referimos já anteriormente, pois
H constituem um sistema trifásico de tensões.
Conhecidas as tensões compostas e as impedâncias Z(iguais, em sistema equilibrado), é fácil calcular os
valores das correntes nas cargas (hz, lzse lst):

Ë
Uc
hz= lzs= lst
Z

E quanto às correntes nas linhas (ou Íases) h, lz ê


como poderemos obter os seus valores?
ls,
Bom, estes valores só podem ser obtidos após o traçado do diagrama vectorial do triângulo. Vejamos então!
Apliquemos a lei dos nós a cada um dos três nós do triângulo. Assim, obtemos:

+ + +
Nó 1: lt=lt,- 1",

+ + +
Nó 2: l, = lr"- lp
++
Nó 3: lz= l:r- Izs

Portanto, para obtermos l', l, e /s, temos de construir primeiro o diagrama vectorial das correnies nas car-
gas (/lr, lze ê lst) e tensões compostas respectivas.
Na figura 26 está já representado o diagrama
vectorial completo para uma carga indutiva
equilibrada. Raciocínio semelhante será feito pa-
ra qualquer tipo de carga (resistiva, capacitiva,
etc.), pois a diferença consiste apenas no ângulo g
em cada carga.

Fig.26
Jd-lrJl
-ìtr

Diagrama vectorial
de uma carga indutiva
em triângulo equilibrado.

Vejamos agora como consiruir o diagrama!

1 .e - Traçamos o triângulo com as tensões compostas Un, IJx ê Uzs.

Note que os sentidos e a sequência das tensões compostaaforalq já obtidos na Íigura I da página 143, em
Íunção das tensões simples Ur, Uz ê & (por exemplo: Utz= Ur gr1. -
2.e -f
raçamos os vectores das correntes hz, lx ê 1"", tazendo um ângulo g (dado) com as tensões (com-
postas) respectivas.
lrq - Aplicqtnos a lei dos nós, parqg traçado das correntes h, lzê ls. Suponhamos, por exemplo, o vector
- -
l" = 1", lzs.Traça-se o vector lzs à partir da extremidade de /.'. Para os restantes vectores, o raciocÊ
nio seria semelhante.
.'.*
Ë
rc
x
l6t
E
x
Traçados os três vectores, podemos medir os seus comprimentos, bem como as respectivas desfasa-
Ë
4.q - E
gens com as tensões compostas. frt
ffi
L'-t

Construído o diagrama vectorial, pode demonstrar-se Íacilmente que em triângulo equilibrado se veriÍica r.,*
que a corrente na linha é igual a ri3vezes a corrente na carga: ht

trì
x
g

/- corrente na linha
/z - corrênte na carga ( hr, lr" ou /.')

Tente eÍectuar esta demonstração!

&.5.ã Triôngulo desequilibrodo


-
R Coso g@rol
-
Diz-se que uma carga ligada em triângulo está desequilibrada, quando as impedân cias ( Z, Zz e Ze) nâo
são iguais ou quando os Íactores de potência respectivos diferem entre si.
Visto que as tensões compostas são iguais, impostas pela rede, então as correntes nas cargas diÍerem en-
tre si, o mesmo acontecendo evidentemente às correntes nas linhas, que são a soma vectorial das correntes
nas cargas.
As correntes nas cargas podem ser obtidas pela lei de Ohm:

.Uc
le=- ,U".,Uc ,
123=- 131=-
z :
Zz Zs
Quanto às correntes nas linhas, elas podem ser obtidas vectorialmente, tal como fizemos no sistema
equilibrado, através das expressões:

l,=lr"- 1",

lz = lze- lp
l" = 1".- lzs

Na figura 27 representamos o esquema eléc-


trico de uma carga em triângulo desequilibrado,
com Z +Zz*Ze.

Fig.27
qjr!

Triângulo desequilibrado:
Z + Zz+ Zt e hz + lzs* ls ë h * Iz* ls
ã
TlI
*
E

I.lü.2
n
n
n Conclui-se, portanto, que em triângulo desequilibrado não se veriÍica a relação entre correntes / = 13 tr, a
;T
l%!
bd qual só é válida para cargas equilibradas. As correntes nas linhas só podem, neste caso, ser obtidas vectorial-
lttr
ht
H
gd
mente.
L.rt
T'I
l-{
7J
H
rE
tst

B Cosos porticulores (Íolto de jose ou impedôncio infinito)


-
O triângulo pode ficar desequilibrado devido à ocorrência de algum defeito, nomeadamente a falta de uma
fase ou a interrupção em algum ramo das cargas.
Na figura 28 representam-se duas ocorrências possíveis.

lr

#F b,3

Fig.28
ìq$ô'

a) Carga desequilibrada (em V); Á e /z alteram os seus valores iniciais.


b) Carga desequilibrada, por falta de uma Íase; a corrente em Z e Zs é diferente da original.

Por análise dos esquemas eléctricos respectivos, podemos tirar as seguintes conclusões:

1. Se desligarmos alguma das cargas, as outras cargas continuam a funcionar normalmente (com a mesma
corrente), como se nada tivesse acontecido. No entanto, as correntes nas duas linhas que ligam os nós dessa
carga soÍrem alterações (figura 28 a)).
2. Se cortarmos uma das fases (linhas), dois dos receptores Íicam em série e esta associação fica, por sua vez,
em paralelo com o terceiro receptor, sob uma tensão composta, tal como se representa na figura 28b (Ze Z"
Íicam em série; este conjunto fica em paralelo com Z). A corrente em Z mantém o mesmo valor; a corrente em
Z e em Zs é agora menor; as correntes nas linhas /r e /, também alteram os seus valores.
3. Concluímos Íinalmente que, tanto na ligação em triângulo como na ligação em estrela com neutro, os recep-
tores funcionam independentemente uns dos outros, desde que sejam ligados às três fases da rede.
ffi
lÕ3
Õ.ã.4 Potêncios cm codo coÍgo ffi
ffi
- ffifi
As potências activa e rcactiva consumidas por cada uma das cargas ligadas em triângulo, equilibrado ou
ffi
desequilibrado, são obtidas, tal como na ligação em estrela, pelas seguintes expressões usuais:
ffi

h€
Pt= U, /zr COS{pr i Pr= Uz lzzCOSrpz i P"=Us /zsCOS ípe ffi
Q, = P' tg rp, i @= P,ïg qz i @= P. tg gs
S,= U, lz. ; Sz= U, lzz ; Se= IJe lz,

em que: U,, Ur, Us - tensões compostas (iguais entre si)


lzt, lzz, ln- correntes em cada uma das cargas
CoS {pr, CoS {pz, CoS {ps - factOres de potência de cada carga

Éevidente,nocasodeotriânguloserequilibrado,quetemos Pt=Pz=P",Q.=O=@:eS'=Sz=S.; caso


contrário, estas igualdades não se verificam em pafte ou na totalidade das expressões.
Veremos, no seguimento, que as potências activa e reactiva totais são iguais à soma das potências parciais
respectivas.

ProblGÍnos

I tt -
A uma rede trifásica de 2201380 V são ligados em triângulo três receptores indutivos iguais, com
I
os seguintes valores: Z = Z, = Z" = 190 O ê cos {p = COS Qz = COS gc = 0,8.
r

Calcule:
a) A resistência e a reactância de cada receptor
b) A corrente em cada receptor e o ângulo rp
c) As correntes nas linhas
d) As potências activa e reactiva em cada receptor

Resolução:

a) R1 = Rz= Rs= Z cls gr = 190 x 0,8 = 152 f)


X. = Xrr= Xr"= Z sen çr = 190 x 0,6 = 114 A

t., = lzz =
b)'Zl190 ls, = l, = -a9= j91 =2A

cosq-0,8+g=36,9"

c) h = l,= /. = {ã /z = fi* 2=3,46 A


F[9.2S

d) Pr = Pr= Ps= Uc I.COS g= 380x2X 0,8 = 608 W ïriângulo equilibrado.


Qt = Qr= Qs = Uc lzSê1g = 380 x2 x 0,6 = 456 VAr
Probl@mos

i__13,-l - A uma instalação trifásica de 22Ol38O V são ligados em triângulo os segulnlss 1;Qs ;êôeÈtore-s:

1 resistência de 1 10 Q
1 dispositivo FL, com FL = 50 f) e XL = '170(-)
1 dispositivo FC, com Rc = 80 Q e Xc = 60 f)

a) Calcule as correntes em cada ramo do triângulo


b) Calcule os Íactores de potência e desfasagens de cada ramo
c) Calcule as potências activa e reactiva em cada ramo

ttn:,to

Triângulo desequilibrado.

Resolução:
380
'
a) /" = 1., =!:--
R 110
= 3.45 A

ZL= Rt' + Xt"

380
Zc -
Zc= Rc' + Xc" =#0' +60' =100 Ç1, lc= lst -uc =3,8A
100
b) cos <p*= 1 -+ 9*=0" -+ tgq"=0
F. 50
COS Qr - -j-i: -
' z 177,2

!:---9-=o,g
' = Zc
cos{pc -+ çc=-36,9' -+ tge"- -0,75
100
c) Pn = IJc la = 380 x 3,45 = 1311 W; Q, = O VAr
Pt = Llc /L cos tpL = 380 x 2,14 x0,282=229,3W
Q- = Prtg e'- 229,3x3,4=779,6YAr
Pc = Uc /c cos {pc = 380 x 3,8 x 0,8 = 1 155,2 W
Q" = P" tg gc = 1 155,2 x (- 0,75) = - 866,4 VAr
I65

Probl@mos

f-'--'-----]

- Um motor trifásico tem os enrolamentos ligados em triângulo à rede de 22Ol38O V. Admitindo que
a resistência equivalente de cada enrolamento é de 85 Q e o factor de potência é de 0,8:

a) Calcule a corrente em cada enrolamento do motor e o desÍasamento respectivo em relação à tensão


b) Calcule a corrente em cada linha de alimentação
c) Construa o diagrama vectorial das tensões e correntes

R: a) 3,58 A; 36,9'; b) 6,2 A; c) Ao cuidado do aluno

I pq ,,- Uma carga triÍásica, em triângulo, ligada à rede de 22Ol38O V, tem os seguintes receptores entre
fases:

Fases 1e2: Z=19OQ,cosrp= 1


Fases 2 e 3: Z=95 Ç), cos e = 0,8 (indutivo)
Fases 3 e'1: Z=125 Ç2, cos e=0,7 (capacitivo)

a) Calcule as correntes em cada ramo e as desÍasagens respectivas


b) Calcule as potências activa e reactiva em cada ramo
c) Calcule a soma das potências activas parciais e a soma das potências reactivas parciais

R: a) 2A; 4 A;3,04 A; 0'; 36,9'; - 45,6"; b) 760 W; 0 VAr; 1 216 W; 912 VAr; 808,6 W; -824,8 VAr; c) 2784,6W;
87,2YAr

P5 - Um receptortrifásico, alimentado a2201380 V, é constituído portrês resistências iguais a 150 Q,


ligadas em triângulo.

a) Calcule os valores das correntes nos ramos


b) Calcule as correnÌes nas linhas
c) Supondo que se desligava a cargaentre as Íases 1 e 2, recalcule os valores das alíneas anteriores

R: a) 2,53 A; b) 4,39 A; c) /r. = lr, =2,53 A; 1,,-0 A; /' = ltt =1,5g A; lz= lzs=2,53 A; lz=4,39 A
(t(t

Probl@mos

116 - Três impedâncias iguais, ligadas em triângulo a 2201380 V, têm os seguintes valores: Z = 253 I
1

e cos ç = 0,6 (indutivo).


a) Calcule as correntes nos ramos e as desfasagens
b) Calcule as correntes nas linhas
c) Calcule as potências activa e reacÌiva em cada ramo
d) Supondo que se partia a fase 3 da linha de alimentação, recalcule os valores das alíneas anleriôi6gr'i , r,rr .'

R:a) 1,5A; 53,1o;b)2,6 A;c) 342W;456VAr;d) l',=1,5A; l,v=0,75 A;h=le=2,25A.=ltz+,[tsz(âú,Íasé,


entre si)

Vffiá

ffi
***
Vontogcns cJos sistcmos trifósicos

O sistema trifásico apresenta, relativamente ao monoÍásico, um conjunto de vantagens que o tornam no


sistema utilizado na produção, transporte e distribuição de energia eléctrica.

Vejamos algumas dessas vantagens.

a) Na produção de energia - O alternador trifásico produz uma potência5}ok superior à de um alternador mo-
nofásico do mesmo custo, pois aproveita melhor o seu circuito ferromagnético.
b) No transporte de energia - O sistema trifásico apresenta menos perdas no transporte de igual potência e
necessita de menos material acessório, sendo portanto mais rentável.
c) Na distribuÍção de energia - Permite a utilização de dois níveis de tensão distintos (tensão simples e ten-
são composta); permite a utilização, pelo consumidor, do motor assíncrono trifásico, que é um motor barato,
robusto, de fácil construção e manutenção.
ffi Potêncios trÌÍosicos

&,ï €rprcssõcs gorois


-
Conforme foijá visto anteriormente, as potências activa e reaclivade uma carga(ligada entre fase e neu-
tro ou entre duas Íases) são sempre obtidas pelo produto entre a tensão aplicada à carga (U,), acorrente que a
percorre (/z) e o cos g ou o sen g, respectivamente para Pou Q:

P=lJzlzcostp, Q=lJzlzSênQ
Visto que um sistema trifásico é constituído portrês cargas, para obter as potências totais (trifásicas) não te-
remos mais do que somar as potências parciais respectivas.
Assim, obtemos como expressões gerais para as potências activa e reactiva triÍásicas, em estrela ou tri-
ângulo, equilibrado ou desequilibrado:

P,= P, + Pz + Ps= ll, /r COS {pr + U, l, COS {pz + U" l" COS {ps
Q,= Q, + Qz + Q"= U. /r SêÍì{pr + U, l, SeÍì {pz + U"l" SênQe

Note que, no caso das potências reactivas, a soma é algébrica, pois a bobina tem potência reactiva positiva
e o condensador tem potência reactiva negativa.
A potência aparente trifásica será dadJpoÍ St = . Ot'
^,Ff
Vamos ver de seguida que, se o sistema for equilibrado, podemos obter as potências Ptè Qt, através de ex-
pressões mais simpliÍicadas, válidas quer para a ligação em estrela quer para a ligação em trìângulo.
Vejamos então!

8.2 €rprossõcs porticulores poro estrclo equilibroclo


-
Visto que a estrela é equilibrada, as potências activas em cada carga são iguais, pois a tensão, a impe-
dância e a corrente são iguais para as três cargas.
Em virtude de cada carga estar submetida à tensão simples, temos:

Pr=P"=Ps= Us/ cos<p

A potência activa triÍásica será:

Pr= Pt + Pz + Pe=3Us / COS tp

Visto que IJs= lJclr,6, obtemos:

P,=3Us/cosg=3ã/cos<p
Ë
ã
E
n
'..i.t.....'

,,úa
tn
E
g Racionalizando, obtemos finalmente, para a potência activa trifásica em estrela equilibrada:
H
g
m
í-l
H P, ='Vã U" / cos g
t{
:Ã{
>-Á
ld
bE
H em que /é a corrente na linha (igual à corrente na carga, na ligação em estrela).
Para a potência reactiva trifásica em estrela equilibrada obtínhamos, por raciocínio semelhante:

o,-JãUc/senrp

lgualmente para a potência aparente trifásica em estrela equilibrada:

F,=€u"l ou St= Pt" +Qt"

&.3 €xprossões porticulores poro triôngulo equilibrodo


-
Quando o triângulo é equilibrado (mesmas tensões, mesmas impedâncias e mesmas correntes), então as
potências activas em cada carga são iguais.
Visto que cada carga está submetida à tensão composta, temos:

Pr=Pr=Ps= Uc /zCOSg

em que /z é a corrente que percorre cada carga.

A potência activa trifásica será, portanto:

P,=3lh /z cos {p

Visto que a corrente na carga, em triângulo equilibrado, e n-- t I Jg (/- corrente na linha), vem:

I
D.-e
rt= ôUc /z cos {p = 3U"-i cos g
í3
Racionalizando, vem para a potência activa trifásica em triângulo equilibrado:

P,* J}IJ" / cos ç

Por raciocínio idêntico, obtemos as potências reactiva e aparente triÍásicas em triângulo equilibrado:

Q' =16U" / sen <p

lï-a[r,-l ou ainda Pf +Qt'

em que / é a corrente na linha (diferente da corrente na carga, na ligação em triângulo).


VeriÍicamos, portanto, que as expressões apresentadas são idênticas quer na ligação em estrela quer
na ligação em triângulo, equilibrados

8.4 Conclusõos
-
Por análise do formulário anterior, podemos tirar algumas conclusões:

1. Seja o sistema equilibrado ou não, podemos sempre calcular as potências trifásicas utilizando as expres-
sões gerais (soma das potências parciais).

2. Se o sistema for equilibrado, as potências trifásicas podem ser calculadas mais facilmente utilizando as ex-
pressões particulares deduzidas em 8.2 e 8.3.
Note que as expressões são idênticas, tanto para a ligação em estrela como para a ligação em triângulo,
embora não conduzam ao mesmo resultado, para as mesmas impedâncias, pois as tensões e as correntes
nas cargas são diferentes.

3. As expressões reÍeridas em 2) náo podem, em caso algum, ser utilizadas em cargas desequilibradas, na
medida em que o resultado viria Íalseado.

4. No caso da ligação em estrela, verificam-se ainda as seguintes situações:


. Se as cargas forem desequilibradas, existindo ou não condutor neutro, só podem ser utilizadas as expres-
sões gerais (soma das potências parciais nas cargas).
. Se as cargas forem equilibradas, existindo ou não condutor neutro, podemos utilizar ambas as expres-
sões: as gerais ou as particulares (para cargas equilibradas).

5. Demonstra-se facilmente que três cargas iguais absorvem, em triângulo, o triplo da potência absorvida em
estrela. Demonstre!

8.5 Msdido de potêncios triÍósicçrs


-
A obtenção das potências trifásicas, laboratorialmente, pode ser feita utilizando métodos diferentes, conso-
ante as circunstâncias, isto é, para: sistemas equilibrados, sistemas desequilibrados e ainda em função do nÚ-
mero de wattímetros disponíveis.
Vejamos então os diferentes métodos de medida da potência activa trifásica, para cada uma das circuns-
tâncias referidas.

8.5.T nlétodo de um só urottímotro


-
Este método é utilizado apenas em circuitos trifásicos equilibrados (em estrela ou triângulo, obviamen-
te). Mede-se, com um wattímetro, a potência numa das cargas e multiplica-se o resultado por três.
E
t

1..,7.U

rrn
TN
Na figura 31 sugere-se a ligação do wattÊ
m metro, para medir a potência, numa carga de
g-l um sistema trifásico equilibrado em estrela.
Este método é o mais rápido e também o que
tãt
l;-l necessita de menos material.
v4 Note que, como o sistema é equilibrado,
5 pode dispensar-se o condutor neutro, ligando

o wattímetro ao ponto N'em vez de A ou N.

Flg.31
ed''

Medida da potência activa triÍásica


em carga equilibrada,
com um só wattímetro (Pr = 3 Pr).

&.5.9 Método clos três ruottímetros


-
Este método, utilizando três wattímetros, tanto pode ser utilizado em sistemas equilibrados como em siste-
mas desequilibrados, embora para sistemas equilibrados seja suÍiciente a utilização de um só wattímetro.
Cada wattímetro mede a potência consumida por cada carga, sendo a potência trifásica igual à soma das
potências dos três wattímetros.
Se a carga estiver ligada em estrela, o condutor neutro pode estar ou não ligado, pois o modo de ligação é
semelhante. Com eÍeito, se o condutor não estiver ligado, os terminais a, b, csáo ligados directamente a N'(fi-
gura 32); evidentemente que os valores lidos serão diferentes com neutro ligado e com neutro desligado, des-
de que a carga seja desequilibrada.
Na figura 32 sugerem-se os esquemas de ligação dos wattímetros, para medida da potência trifásica de
uma carga em estrela.

Pr=P,+ Pr+ Pt

Fig.32
_\1.

Medida da potência trifásica,


utilizando três wattímetros
(Pr= Pt + Pz+ Ps).
Este método é pouco utilizado, por necessitar de três wattímetros e ainda porque implica uma montagem mais
complexa. Veremos que existe um método mais simples (método dos dois wattímetros), que é utilizado pratica-
mente nas mesmas circunstâncias (apenas com uma restrição, conforme teremos oportunidade de estudar).

&.5.5 Método do uJottím@tro trifósico


-
O wattímetro trifásico permite medir directamente a potência trifásica, em sistemas equilibrados ou dese-
quilibrados (com ou sem neutro). Este wattímetro tem, no seu interior, toda a equípagem eléctrica necessária
para medir a potência em cada uma das três cargas; é, no Íundo, constituído pelo equipamento eléctrico de
três wattímetros monofásicos.
O wattímetro triÍásico é utilizado em painéis de instalações e ainda em ensaios laboratoriais, em sistemas
equilibrados ou desequilibrados (em triângulo ou estrela com neutro).

8.5.4 Método clos clois ulottímetros


-
R Descriçõo do método
-
Este método, também chamado de Método de Aron,
utiliza apenas dois wattímetros para medir a potência
triÍásica. O esquema de ligações dos wattímetros é o
indicado na Íigura 33.

Fig.33

Medição da potência trifásica,


com dois wattímetros: P,= Pe+ Pa.

Os wattímetros medem as correntes de duas fases (/, e 12, por exemplo), através das suas bobinas amperi-
métricas. As bobinas voltimétricas são submetidas a tensões compostas diferentes (tensões lJn è IJza, pot
exemplo), sendo uma das fases (a terceira) comum, conforme se sugere na figura 33. A fase comum é aquela
cuja intensidade não percorre a bobina amperimétrica de nenhum wattímetro (fase 3, na Íigura).
Este método é utilizado quer em sistemas equilibrados, quer em sistemas desequilibrados, com as cargas em
estrela ou em triângulo, as quais são ligadas aos terminais a', b', c'. Se a carga estiver ligada em estrela, o condu-
tor neutro deve estar desligado, pois de outro modo escoar-se-ia alguma energia pelo neutro (em caso de de-
sequilíbrio), a qual não seria medida por nenhum dos wattímetros. É esta a única restrição à utilização do método.
Concluímos, ponanto, que se o neutro for Ìndispensável, na instalação, não podemos utilizar o Método de Aron.
E
ã
x
K
7'2
- B lnterprctoçõo dos leituros
-
.4 ConÍorme foijá referido, o método é utilizado em cargas equilibradas ou desequilibradas, sem neutro. Por
í.,{ outro lado, as cargas podem ser de tipos diferentes (resistivas, indutivas ou capacitivas).
íâl Estes factos conduzem a que os dois wattímetros indiquem leituras que podem ser iguais ou diÍerentes en-
I...{

E!l
tre si, dependentes das cargas a que estão ligados.
íãlf
Assim, três tipos de situação podem ocorrer:

1.'Os ponteiros dos dois wattímetros desviam-se no sentido das escalas (para a direita). Neste caso, a potên-
cia triÍásica é obtida directamente por:
Pt=Pt+Pe

2.' Os dois ponteiros deslocam-se para fora das escalas (para a esquerda). Neste caso, devemos invefier as
ligações das bobinas amperimétricas para que os ponteiros se desloquem para dentro das escalas , de modo
a podermos medir as potências. A potência triÍásica será dada novamente por:

Pt= Pn+ Pe

3.' Um dos ponteiros desloca-se para fora da escala. Neste caso, trocam-se as ligações da bobina amperimé-
trica respectiva, de modo que o ponteiro se desloque para o interior da escala. A potência trifásica será dada,
neste caso, por:

P'=l Po- P"l

Nota: Não importa qual dos wattímetros se desloca para fora da escala, pois a potência trifásica é sempre da-
da pela diferença entre a maior e a menor das potências, portanto positiva.

C Utilizoçõo do Métod o de Rron @m sistemos equilibrodos


-
Se o sistema for equilibrado (e só nesse caso),
podemos tirar algumas conclusões resultantes
das leituras dos dois wattímetros, segundo o mé-
todo de Aron, durante um ensaio laboratorial. O
gráÍico da figura 34 indica-nos antecipadamente
quais serão as leituras dos dois wattímetros (Po
e Pe) bem como a potência trifásica Pt, em fun-
ção da desÍasagem q, em cargas equilibradas.

Fig.34
,,:lF,

Relação entre Po, Pa ê Pr, em função de tp,


em cargas equilibradas,
utilizando o método de Aron. Câpacitivos
.
x
-
.:.:

I.:?3
Por análise do gráfico, podemos então tirar as seguintes conclusões, válidas para sistemas equilibrados: E
Ë
lkt

1.a Se Po = Pe, então as cargas são resistivas puras, pois g = 0o e cos


H
X.3
rp = 1.
- rro
Írd
f-.I
2.a Se Pn + Pe então as cargas são reactivas (indutivas ou capacitivas). Neste caso, podem acontecer vá-
-
rias situações:

a)Se ambas as potências Íorem positivas, então as cargas são indutivas (com 0'< q < 60'e cos g > 0,5) ou Ë
são capacitivas (com - 60" < q < 0' e cos rp > 0,5).
b)SePn=0ouPe=0(masnãoambos),entãoascargassãoindutivas(comg=60'ecosq=0,5)oucapaciti-
vas (com e = - 60' e cos ç = 0,5).
c)SePo<0ouPe<0(masnãoambos),entãoascargassãoindutivas(comq>60"ecosg<0,5)oucapaciti-
vas(comq<-60"ecosq<0,5).Nestecaso,conformejáÍoivisto,temos P,=lPo-Pel.

Vejamos um pequeno exemplo:

Se e=30' + Po=Ule Pr=Ull2 = Pr=Po+P'=1,5U1

de acordo com o gráfico da Íigura 34.

O Método de Aron permite-nos ainda calcular a potência reactiva trifásica Or, utilizando as duas leituras
dos wattímetros. E a seguinte expressão de cálculo, válida apenas para sistemas trifásicos equilibrados:

Q'=r/3r(Po-P") em que lPol > lP"l

Recorde que os ponteiros dos dois wattímetros podem desviar-se no mesmo sentido ou em sentido contrá-
rio, pelo que as potências podem ter ambas o mesmo sinal (sendo ambas positivas) ou sinais contrários (con-
sidera-se então, na fórmula, que P" será negativo).

No primeiro caso (os dois ponteiros para dentro da escala), temos:

Qt = "í3x IPn -(+ P")] = {3 x (Po - Pa)

No segundo caso (ponteiros em sentidos contrários), temos:

Q, = 15
" [P^ - (- P")] = {ã x (P,o + P')
Teremos oportunidade de clarificar este assunto, através da resolução de problemas.

A potência aparente trifásica será dada por: S, = 1p,1 63.

Podemos, por isso, calcular o factor de potência da instalação, por:

P,
COSqt=-

ou ainda:

. O' -^ Pa- Pe
tO(0t=:=\3 = COS(Dt=...
P, Pe+ Pe
Demonstra-se ainda, em sistema equilibrado, que:

Po _J3 + tg tp,
1, Po- P'
P"-Jã-igg, to rDt = ' Pe+ Pe

expressão esta que nos permite igualmente calcular cos et, conhecidos Paê Pe.

ffi-nú.sisig tiiiãs;õè..È

_:-t::'r:.:r::.,-.'.:Ì.,-
r:ì,r::t :i :::.-:=:.:ij:

alEmestr:ela.éútinrà0a..=.........=---,.'..- j..1.1ìi::r1=;..ìi

:,..,...:,,a.:,:.t

^-

2.
ou

Noteque x2gc'È
-@-
r--
} T'

Fro[rlcmets

b) Em triângulo equilibrado

1. 1,= !9=jP =2A ; 1,=^[gt..=^1jx2=3,464A


R 190
2. P,=13lJc /r = yJx 380 x 3,464 =2279,9W

OU P, = 3 tJc lz = 3 x38O x 2 = 2 28OW

Fig.36

Triângulo equilibrado.

c) Por comparação entre os valores das alíneas a) e b), concluímos o seguinte:

'A corrente absorvida a linha em triângulo é, para a mesma carga,tripla da absorvida em estrela.
'A potência absorvida em triângulo é, para a mesma carga, tripla da absorvida em estrela.
'Destes resultados, infere-se que em cargas equilibradas deve ser utilizada, sempre que possível, a ligação
em triângulo em vez da ligação em estrela, pois a potência útil será mais elevada. É o que acontece, por
exemplo, no caso dos motores que são geralmente construídos para funcionarem em triângulo, embora mui-
ìos deles arranquem inicialmente em estrela (reduzindo assim os picos de corrente), para só depois ser feita,
automaticamente, a ligação em triângulo dos seus enrolamentos.

na sua chapa de características:

Potência útil - 1O CV
Tensão - 380 V
lntensidade na linha - 16 A
Faclor de potência -0,76

a) Calcule as potências activa, reactiva e aparente absorvidas pelo motor


b) Calcule o rendimento do motor

Resolução:

a') P, = .ã u" I rcos rp = rE x380x 16x0,76 - 8003,5 W


O = ã U" l rsenq = r8x380x16x0,65 =6845,5 W
S = .3 U"lr- r,6x380x16=10531VA
:- S = e: +Oi = uaoos.# *oa+qf =10531,5 VA
re

l?ú

ProblGmes

b)1 CV=735W --> P,=10x735=7350W

Pu
n=- 7350
' Pu 8 003,5

ì P3 I - Um sistema desequilibrado,
j
ligado em estrela com neutro a uma rede de 2201380 Vr é,eonstitúído
pelos seguintes receptores:

Fasel'. Z,=110O, cos{pr=1


Fase 2: Z"=80 Çà, cos Çz = 0,8 capacitivo
Fase 3: Zs = 55 Ç1, cos {ps = 0,6 indutivo

a) Calcule a potência activa trifásica


b) Calcule a potência reactiva trifásica
c) Calcule a potência aparente trifásica

Resolução:

220
1"= U"
220 ''4
' /,=9=??O
a)
Z, 110 =2A:
r,=!1-
Z, 80
=2,7sA ;
Z"- 55

Note que o sistema está desequilibrado (com o neutro tigado), pelo que a potênciatriÍáéica,sÓ.podè,Sêieá|.
culada somando as potôncias em cada carga.

P, = IJs /r =220x2x1 = 44OW


CoS {pr
Pr= Us =220x2,75x0,8 = 484 W
/z coS {pz
P"= IJs /s cos Qs =220x4 x 0,6 = 528 W
P,= P,+ Pz+ Ps=440+484+528=1 452W

b) cos <çrr = 1 -+ tg <pr = 0; cos {pz = 0,8 -+ tg tp, = -0,75


CoS {ps = 0,6 -t tg tP: = 1,33
Qt=Pttgtp'=9Y41
Q"= P"tg<pz= 484x(- 0,75) =-363VAr
Q. = Ps tg q. - 528 x 1,33 =702,2V Ar
Q, = Q, + Qz + Q. = 0-363 + 702,2= 339,2 VAr

c)sr= P,2 +Ql = t11452' +339.22 = 1491 VA


ffi
ï7?

Froblemos

P4 - Fez-se um ensaio laboratorial, utilizando o Método de Aron, a três cargas iguais. Medimos os
seguintes valores: Pn=2500 W e Pe = - 1000 W.

a) Calcute a potência activa trifásica absorvida


b) Calcute a potência reactiva trifásica
c) Calcule as potências activa e reactiva em cada carga
d) Calcule o factor de potência da instalação e o ângulo de desfasagem
e) Compare os valores obtidos com os do gráfico da figura 34
f) Diga se é possível concluir se a carga é indutiva ou capacitiva
g) Diga se é possível concluir se as cargas estão ligadas em estrela ou em triângulo
h) Calcule o valor da tensão composta, se a corrente na linha for de 9,5 A
i) Se tivéssemos Pa = 2 500 W e P" = 1000 W, quais seriam os valores das potências activa e reactiva trifásicas

Resolução:

â) P,= Pn+ Pe=2 500 + (- 1 000) = 1 500W

b) O,=r/3x 1Po - Pe)=r/Sx 1z 5OO-(- 1 0OO)l= í3x3 500= 6O62,2VAr


c)P,= Pr=Ps= "P - 1 500 =500w: e,= e= e:= 6062'2
=2ozo,7vAr
333
=

d) s, = vFr + crr =.,ri.00+ 6 062z = 6 244,8V A


cos 0,
P,. 1500
--) t 76''l o
9t =
s, 6244,8
e)Pe=2500W , Pe=-1000W, cosq=0,24 e Q=+76,1"

Por comparação entre estes valores e os do gráÍico, pode concluir-se pela existência de analogia entre
eles, vendo-se claramente que lrpl > 60'e que cos q < 0,5.

f) Por análise do gráfico e dos valores indicados na alínea d), também se conclui que é impossível determinar
se a carga é indutiva ou capacitiva. Para o saber, teria de ser Íornecida no enunciado uma informação suple-
mentar (note que, na Íigura 34, Po corresponde a uma das curvas e Pe à outra, e não necessariamente às
que sào indicadas).

g)Também não é possível saber se as cargas estão ligadas em estrela ou em triângulo, a não ser que no
enunciado seja dada informação complementar que permita tirar essa conclusão.

p. 1 500
h) Uc= =380V
3/-cosq r/ãx 9,5 x0,24
r18

Probl@mos

Note que a utilização do método de Aron, em sistemas equilibrados, não íeòèSsità,'Ue-'m,úiroS.'Cáàôâ.páiâ


calcular a grandeza pedida. São suÍicientes as potências dos wattímetros e,lpó1 eiérnptò,,a,ténèâol,6pqiCaá.ârlá
carga (220 V ou 3BO V), para calcular todas as grandezas pedidàs neste probféfiâ,re aihdã impéd,ânèià_s.;tCôÍ:
rentes, etc.

i) P,= Pn+ P, =2 500 + 1 000 = 3500W

Q,=.f3 (Po-P")=^,6t(2500-1 OOO)=2598VÀr','

T-'._
I P? I - Um motor trifásico, ligado em estrela, com uma potência hominal de,4,,',ftW;,úm réndimentó:,d-è
72'/" e cos q - 0,75, é ligado à rede de 2201380 V.
a) Calcule as potências activa, reactiva e aparente do circuito
b) Calcule a corrente na linha

R: a) 5 555,6 W; 4 888,9 VAr;7400,4 VA; b) 11,2 A

l
i ïq I - Uma carga triÍásica, ligada em triângulo, é constiluída peloslséguìntés:rêceplo!.es:
Carga 1: Z, = 139 9, cos 9' = 0,7 indutivo
Carga2: Zz=100Ç), cos. tpz = 0,8 capacitivo
Carga 3: Zs = 150 Ç), CoS {ps = 0,5 indutivo

Sabendo que a tensão é de 22Ol3B0 V, calcule:

a) A potência activa trifásica


b) A potência reactiva trifásica
c) A potência aparente triÍásica

R: a) 2 412,6W; b) 758,4VAr; c) 2 529 V A


Probl@mos

neutro.

1 ) Resofua as Ínesmas alíneas do problema iânt€iir,iôf.:'tì],i'ì:',.:ì:'l:,.:'::.i::iì':ì]::,:]:,,'tt

o^ \/

2. O factor de potência do motor e o ângulo g, neste ensaio


3. A conente absorvida à linha
r80

Protrl@íncrs

b) Para o ensaio em carga, calcule:


1. As potências activa, reactiva e aparente trifásicas
2. O factor de potência do motor e o ângulo e, neste ensaio
3. A corrente absorvida à linha

c) Compare os resultados obtidos nos dois ensaios

R: a1) 500 W; 1905,3 VAr; 1969,8 VA; a2) 0,25;75,3"; a3) 3 A; b1 ) 5300 W; 3983,7 VAr; ôô30,2 VA; b2) 0,8;
37"; b3) 10,1 A; c) A potência activa, a corrente e o factor de potência, em carga, são muito mais elevados
do que em vazio. Em vazio, o motor é muito indutivo (cos g baixo); em carga, é bastante menos indutivó
(cos g elevado).

tgq$à*is$ilw!*
:F#J3ü#i
*ffiru Método de Bouchçrot @rn sistcÍnos trifósicss

O método de Boucherot é aplicável em sistemas triÍásicos, tal como já o aplicámos em sistemas monofási-
cos. O objectivo da utilização deste método é o mesmo que já foi referido em corrente alternada monofásica.
Recordemos, no entanto, o método e os seus objectivos.
Foijá referido que ele é utilizado em situações nas quais o cálculo de correnÌes totais em circuitos paralelos
(principalmente) se torna demasiado complexo, quando se utilizam os méÌodos usuais (já estudados). Este
método substitui também a resolução vectorial dos problemas, a qual é morosa e conduz geralmente a erros
apreciáveis.
Na figura 37, apresentamos uma instalação trifási-
ca constituída por dois motores triÍásicos, absorvendo
em cada Íase as correntes parciais lt ê lzê ainda a co:'-
rente total /Ì, grandeza esta que será calculada pelo
método de Boucherot, conforme iremos ver.

Fig.37

Utilização do método de Boucherot no


cálculo da corrente total /,.
NE3!

r8r
Recordemos então os pressupostos de aplicação do método, aplicado a diversos receptores trifásicos li-
gados em paralelo:

1. A potência activa total trifásica P, é igual à soma aritmética das potências activas parciais trifásicas dos vá-
rios receptores.
2. A potência reactiva total trifásica Q, é igual à soma algébrica (Q. > 0 e Q"< 0) das potências reactivas par-
ciais triÍásicas dos vários receptores.
3. A potência aparente totaltriÍásica ó dada por Sr = P,2 +Ql.

Estas igualdades são válidas, quer os receptores sejam ligados em estrela, quer os receptores sejam liga-
dos em triângulo, ou com ambas as ligações simultaneamente.
Partindo destas igualdades, é possível, de uma forma rápida e com resultados precisos, obter as seguintes
grandezas: a corrente total absorvida pelo conjunto dos receptores triÍásicos e o Íactor de potência total do
conju nto dos receptores.

Calculado St, por aplicação do método, podemos então obter:

De outro modo, os cálculos seriam laboriosos ou conduziriam a erros finais que poderiam ser bastante
acentuados. Mais uma vez se chama a atenção do aluno para a utilização correcta da máquina de calcular, au-
xiliar precioso nestes cálculos. De reÍerir ainda que deve prestar uma particular atenção ao problema do arre-
dondamento dos valores parciais obtidos durante o cálculo, pois se é verdade que há cálculos em que os erros
pouco se <propagam", há outros em que os erros cometidos, em cada etapa, conduzem no final a valores bas-
tante diÍerentes dos reais.
Melhor que qualquer teoria sobre erros (nos cálculos), a sensibilidade do aluno perante cada situação é ex-
tremamente importante, levando-o a optar nuns casos pelo arredondamento às décimas, noutros às centési-
mas ou mesmo às milésimas, consoante agrandeza dos números e as operações a eÍectuar.
Vejamos então alguns problemas, para clariÍicar o assunto tratado neste ponto.

Problemos

P1 - Dois motores trifásicos, ligados à rede de 22Ol38O V, têm as seguintes câÈacter.ístiÒâs,r

Mt: Pt = 5 kW, 11, =82o/o ê CoS {pr = 0,76


Mr: Pr= 7,5 kW, t1z=84ok ê cos Çz = 0,8

a) Calcule a corrente absorvida à rede por cada um dos motores


b) Calcule a corrente total absorvida pelos dois motores
c) Calcule o factor de potência total (ou global) da instalação
t82

Problernos

Fig.38

Aplicação do método de
Boucherot a dois motores trifásicos.

Resolução:

P' qqoo
'
a) Pu, = - =6097,6w
n 0,82

lr= Pu' 6 097,6


12,2 A
nEU. cos tp, -r/3 x380x0,76 =

P",- P'
=11T=8928,6w; t,- Pu, 1928,6
n 0,84 {3 u" cos ç, fjx 380x0,8 =17'A

b) cos {pr = --) tg g'- 0,855; 0,8 ->


cos {pz = tg rpz = 0,75
Q, = Pa tg g, = 6 097,6 x 0,855 =5213,4VAr
Qr= Putg tp, = 8 928,6 x 0,75 = 6 696,5 VAr
Q, = Q' + Q, = 5 213,4+ 6 696,5 = 1 1 909,9 VAr
P,= P", * Paz=6 097,6 + 8 928,6 = 15 026,2 W
s, = Jp,' +e? = ltsoza,z+r rgò9,# =1g17g,7 vA
/-= s' - 19173'7 =2g.1 A
íg u" Jgxggo

J' 15026'2
s, -
c)cos.D,- =018
19173,7
.i1iï1iltii11ïi1{-rtlii$XXil*

t83
-

P'roblemos

- Ligados a uma instalação trifásica de 22Ol38O V, encontram-se dois receptores


equilibrados, com os seguintes valores:

1: Zt= llg Ç2, cos g' = 0,6 (em triângulo)


Receptor
Receptor2: Zz=$Q9, cosÇz=0,85 (emestrela)

a) calcule a potência activa trifásicâde:óãdâ reçgp1or,,,,.,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.,,,ii.

c)CalculeacorrentetotalabsorvidapelosdoisreceptoreS,emsimultâneo
d) Calcule o factor de potência global
/ ." . ,
'..

''"'"''
. --':
- um motor triÍásico'ré úú'ó,út10,,,réõéptô.i;:Rlr!ilfáêjdó'lr:iÀrdü!ìiúô::àtêrâillílib
'
qa:6dçdn:íiíú b.e tisadqs g l

Moto;: Py = 1 0 CV, . 4 = a t.
'i!,,ó1;'.,',,,,,;6,,,.,',.,.ç6i{.,g,=.,,Ò,
Receptor R: P" = 5 kW, cos rp = ?

a) A potência
pofencra reactrva
reactiva totâl
total
b) A corrente absorv.ida pôi,Cadâ,r:èÒeptor
absorvida à rede, por cada receptor
c) O Íactor de potência do receptor F :-
'

"".

,ì uii,,:ii::p:rtiìrrìì,uaìì:tr]u.::iìr,,:rir:.]
ilrrì.i:lljlliriilllillll,l:11ìi:llliirll:lllllt:1;:1ìlrrr:rrl1r.:irl:ii1jr,:lurì:
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,8{
E

ffi
ffi Compensoçõo triÍósico

74
l<
Tal como foijá visto na compensação de circuitos indutivos monofásicos, o objectivo da compensação do fac-
tor de potência em circuitos trifásicos é o de reduzir a potência reactiva total da instalação e, deste modo, diminu-
ir o valor da corrente absorvida à rede, com todas as vantagens daí advenientes e já referidas anteriormente.
A compensação trifásica de uma carga indutiva, constituída por vários receptores trifásicos, consiste
em ligar à rede trôs condensadores iguais, em estrela ou em triângulo.
Geralmente, é utilizada a ligação dos
condensadores em triângulo, em virtude
de esta se revelar mais económica, visto
conduzir a capacidades inferiores às que
seriam necessárias se os condensadores
fossem ligados em estrela. Os condensa-
dores, em triângulo, Íicam no entanto
submetidos à tensão composta, pelo que
a sua tensão nominal é r/3vezes maior do
que em estrela.
Na Íigura 39 sugere-se a compensa-
ção trifásica de um motor, utilizando três
condensadores ligados em triângulo.

Fig..39
nüf
Compensação trifásica de um motor.
A corrente total /' é menor que a do motor /'.
:
Tal como vimos em corrente alternada monofásica, a compensação triÍásica pode ser feita: individualmen-
te a cada receptor, por grupos de receptores ou englobando toda a instalação. As vantagens e os inconvenien-
tes de cada um dos tipos de compensação são os então reÍeridos.
Vejamos então como se calcula a capacidade de cada condensador!

Suponha que se pretende compensar um motor trifásico com uma potência absorvida triÍásica P" e um
COS {pi =0,7 para um COS tpi = 0,85.

Vejamos, então, a sequência de operações.

1. Cálculo das tangentes

COS {pini"iur = 0,7 -+ tg <pi= .....


COS (prinar
= 0,85 -) tg rpi = .....

2. Potências reactivas inicial e Íinal (trifásicas)

Qt= P"tg q' ; Qr = P" tg gt

3. Potências reactivas dos condensadores


g"
Qec = Qi - Q, ; Q'" =
3
(cada condensador)

4. Capacidade de cada condensador

a=2nf
U- tensão simples ou composta, consoante os condensadores estão ligados
em estrela ou triângulo, respectivamente.

Obtemos assim a capacidade de cada um dos três condensadores (iguais) que, submetidos à tensão U
(tensão composta ou simples), vão compensar a instalação de cos (piniciar para o cos (prinar desejado.

Problcmos

Pl - Um motor trifásico, alimentado pela rede de 2201380 V - 50 Hz, tem as seguintes características:
P" = 15 CV. 11 = 85% e cos q - 0,81. Calcule:

a) As potências activa e reactiva do motor


b) A corrente absorvida pelo motor
c) A potência reactiva de irês condensadores, ligados em triângulo, que elevam o Íactor potência da instalação
para 0.95
d) A capacidade de cada condensador
e) A corrente absorvida à linha, após a compensação
f) A capacidade dos condensadores, se estivessem ligados em estrela, de modo a obter o mesmo factor de po-
tência Íinal (0,95)

Resolução:
n P
.'í.=_ 15x735 {ôôz^^r^,
=12970.6W
n 0,85

cos c =0.81-+ Ïggi=0,724


Q,= P,lg t' = 12 970,6x0,724= 9390,7 VAr
P
l_._ ----Ï -,- 12 970,6
'v - ., J Ü- - =24,3 A
COS. Jg xggoxo,at
c) cos c = 3.95 -+ tg g, = 0,33

Q, = t ig i: = 12 970,6 x0,33 = 4 280,3 VAr

Qr. = O -Q. = 9 390,7- 4 280,3=5 110,4 VAr


ffi
ffi

t8ó

Protrl@mos

d) e," =+= 5 1 10,4


3
= 1 703,5 VAr

Q,. 1 703,5
v=:
^ :37,6 pF
U'A 380'x100n

jzqf-
e1
"t ''t = -----?".-=
,.lT tl cos qÍ ---l?
=20,7 A
"
V3 x 380 x 0.95

' U'u = 220'x100n


nc=3* ]-9= =i12vF

Como se vê, a capacidade de cada condensador, em estrela, é tripla da capacidade de cada condensador,
quando ligados em triângulo, Íicando por isso mais cara a instalação.

;, PZ - Pretende-se fazer a compensação global de três motores, alimentados a 22OBBA V - 50 Hz, com
t_-,__-
as seguintes características:

Mtt P,=5kW, rl=80%; COS I = 0,74


Mz: P" = 7,5 kW, I = 83%; cos rp - 0,77
Ms i P, = 10 kW, r1 = 86%; cos q = 0,82

a) Calcule a corrente absorvida por cada motor


b) Calcule as potências activas e reactivas trifásicas totais
c) Calcule o factor de potência global e a corrente total da instalação
d) Calcule a capacidade de cada um dos condensadores, Iigados em triângulo, de modo a compensar a insta-
lação para 0,9
e) Calcule a corrente total absorvida, após a compensação

R:a)12,8 A;17,8A;21,5A;b)26914W; 21g27,5VAr;c) 0,78;52,2A;d)61pF; e\45,4A


.Probl@mos

a) A potência reactiva,triÍásica dos condêhsadoles,


.
b) A potência activa trifásióâ do motor ,',,'',".',',,,1-, '

c) A potência reactiva do motor


d) O Íactor de potência do motor
e) O Íactor de potência Íinal da instalação

Fì: a) ô 123,8 VAr; b) 17 647 W; c) 11 87515 VAr1,td),:,Qi83;;;,ê,i1.o'i95.'

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