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Trata-se de recurso extraordinário com agravo interposto com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, no qual se aduz violação dos artigos 1º, IV; 2º; 5º, caput, LIV e LV; 37, caput; 93, IX; 195, §5º; 201, caput e §1º, do texto constitucional pelo acórdão da 1ª Turma Recursal dos JEFs do Rio Grande do Sul
Trata-se de recurso extraordinário com agravo interposto com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, no qual se aduz violação dos artigos 1º, IV; 2º; 5º, caput, LIV e LV; 37, caput; 93, IX; 195, §5º; 201, caput e §1º, do texto constitucional pelo acórdão da 1ª Turma Recursal dos JEFs do Rio Grande do Sul
Trata-se de recurso extraordinário com agravo interposto com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, no qual se aduz violação dos artigos 1º, IV; 2º; 5º, caput, LIV e LV; 37, caput; 93, IX; 195, §5º; 201, caput e §1º, do texto constitucional pelo acórdão da 1ª Turma Recursal dos JEFs do Rio Grande do Sul
DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário com agravo interposto
com fundamento no art. 102, III, “a”, da Constituição Federal, no qual se
aduz violação dos artigos 1º, IV; 2º; 5º, caput, LIV e LV; 37, caput; 93, IX; 195, §5º; 201, caput e §1º, do texto constitucional pelo acórdão da 1ª Turma Recursal dos JEFs do Rio Grande do Sul.
O acórdão recorrido assim assentou:
“Sobre a exposição nociva a agentes biológicos, a Turma
Regional de Uniformização da 4ª Região vem entendendo que o simples exercício da atividade profissional em ambiente hospitalar não viabiliza o enquadramento especial da atividade laborativa. (...) Dessa forma, na esteira do entendimento pacificado nas instâncias uniformizadoras, tem-se que, para a atribuição do regime diferenciado ora pleiteado, é imprescindível a configuração do risco potencial de contaminação e contágio, não sendo necessário que tal exposição ocorra de modo permanente durante toda a jornada de trabalho do segurado. Para tanto, contudo, deve haver comprovação de que o requerente exerceu atividade profissional que demande contato direto com pacientes acometidos por moléstias infecto- contagiosas. Compulsando os autos, verifico que a parte autora desempenhou a função de 'auxiliar de enfermagem' na Fundação Universidade de Caxias do Sul - Hospital Geral durante o período de 02/06/1998 a 13/01/2005. Logo, sendo a demandante profissional que, no exercício de suas funções, está diretamente em contato com pacientes, entendo que restou devidamente configurado, no caso concreto, o risco de contaminação em razão do contato da autora com agentes nocivos biológicos, tais como secreções, sangue e tecidos contaminados. Ademais, no que concerne ao fornecimento e à eficácia do EPI, tenho que tal fato não restou devidamente comprovado nos autos”. (eDOC 104, p.1)
Nas razões recursais, sustenta-se que o acórdão recorrido teria
desconsiderado a utilização de EPI eficaz na neutralização da insalubridade a qual a recorrida foi exposta, fazendo incidir adicional de forma indevida. O recorrente entende que o órgão teria violado, com isso, os princípios do devido processo legal, da legalidade, da divisão de poderes, da ampla defesa e do equilíbrio atuarial e financeiro.
A Presidência da Turma Recursal negou seguimento ao recurso
extraordinário por entender que “em nenhum momento restou consignado no decisum que, no caso concreto, o segurado teria recebido ou feito uso de EPI eficaz durante os períodos pleiteados de atividade especial.” (eDOC 77, p. 1) Dessa forma, não estaria descaracterizada a atividade especial e o julgado recorrido estaria em consonância com o entendimento da Suprema Corte.
Decidi pela vinculação do recurso extraordinário ao tema 555 da
sistemática da repercussão geral, cujo paradigma é o ARE-RG 664.335, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.6.2013 (eDOC 3).
A 1ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul, em sede de juízo de
adequação, decidiu manter o entendimento anterior nos seguintes termos:
“Interposto recurso extraordinário pelo INSS, a
Presidência da 2ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul, determinou a devolução dos presentes autos para adequação do julgado, caso necessário. O voto é por, em juízo de retratação, manter o acórdão recorrido, por entender que o posicionamento recentemente adotado pelo Supremo Tribunal Federal não produziria efeitos diversos no caso concreto. Isso porque, nos termos do julgado capitaneado pela Suprema Corte, em decisão proferida no Recurso Extraordinário com Agravo ARE 664.335/SC, cujo conteúdo teve sua Repercussão Geral reconhecida, foram fixadas as seguintes teses: primeiramente a de que não haverá direito à aposentadoria especial nas situações em que restar comprovado que o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é realmente capaz de neutralizar a nocividade sofrida pelo segurado. Já a segunda tese diz respeito ao agente nocivo ruído e estabelece que, mesmo que o fornecimento de protetores auriculares reduza a sua agressividade, não é possível se afirmar que a utilização de EPIs é capaz de neutralizar a insalubridade ocasionada nestes casos, pois outros danos, além da perda auditiva, são gerados ao organismo humano em decorrência da sujeição do trabalhador a intensidade sonora excessiva. (…) Neste quadrante, inexistindo nos autos LTCAT cujo teor seja capaz de formar a convicção deste Juízo acerca de real eficácia da medida protetiva alegada pela empresa empregadora, entendo que, nos termos da decisão acima, a simples informação concernente ao fornecimento de EPI eficaz - prestada pelo empregador quando do preenchimento do formulário PPP - não é suficiente ao afastamento da especialidade previdenciária telada”. (eDOC 172, p. 1-3)
Diante disso, remeteu-se o recurso extraordinário ao STF para fins de
proceder consoante o disposto no art. 1.030, V, “c”, do CPC.
É o relatório.
Decido.
De plano, é cabível dizer que o juízo de retratação previsto no artigo
1.041 do CPC não se confunde com o julgamento do recurso extraordinário, o que inclui os pressupostos de admissibilidade. Logo, questões relacionadas ao prequestionamento ou à infraconstitucionalidade da matéria não são da alçada desse juízo.
Nos estritos termos da legislação processual, ao juízo de retratação
cabe, tão somente, verificar a compatibilidade entre o acórdão recorrido e o paradigma e, na hipótese de diferença entre os dois, retratar-se. Caso haja identidade, mantém-se o acórdão. Proceder a demais considerações, como, por exemplo, a respeito do prequestionamento, significa fazer as vezes do Supremo Tribunal Federal em termos de competência jurisdicional.
Posto isso, verifico que a matéria guarda identidade temática com o
decidido no ARE-RG 664.335, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.6.2013, o qual foi assim ementado, no que interessa:
“Consectariamente, a primeira tese objetiva que se firma é:
o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de modo que, se o EPI for realmente capaz de neutralizar a nocividade não haverá respaldo constitucional à aposentadoria especial. 11. A Administração poderá, no exercício da fiscalização, aferir as informações prestadas pela empresa, sem prejuízo do inafastável judicial review. Em caso de divergência ou dúvida sobre a real eficácia do Equipamento de Proteção Individual, a premissa a nortear a Administração e o Judiciário é pelo reconhecimento do direito ao benefício da aposentadoria especial. Isto porque o uso de EPI, no caso concreto, pode não se afigurar suficiente para descaracterizar completamente a relação nociva a que o empregado se submete”. (grifei)
Em face da compatibilidade entre o acórdão recorrido e o decidido
pelo Plenário desta Corte sob a sistemática da repercussão geral, uma vez que, no caso, não restou comprovada a neutralização da nocividade sofrida pela recorrente, verifico que a hipótese é de manutenção da decisão exarada pelo Tribunal a quo.
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (artigo 932, VIII, do