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Inclusão
Viviane Louro
Um breve olhar sobre a legislação
• O contexto da deficiência, em sua trajetória histórica, evoluiu de uma
educação restrita - em instituições pretensamente especializadas até
um referencial de inclusão, baseado na igualdade de direitos, nos
âmbitos pedagógico e social.
• A proposta inclusiva atual foi construída gradativamente, a partir de
diversas declarações - como, por exemplo a dos Direitos humanos, de
1948, em que o direito de todos à instrução é enfatizado no artigo
XXVI -, resoluções e leis relativas à educação, mantendo-se estreita
atenção à importância da educação especial (ou inclusiva).
Um breve olhar sobre a legislação
• A "Declaração Mundial de Educação para Todos", de 1990 foi uma
dessas propostas e estipulou, em seu Artigo de número 3, a
universalização do acesso à educação e promoção da equidade,
frisando que a aprendizagem básica inclusiva deve não apenas estar
acessível à pessoa com deficiência, como também integrada ao
sistema educacional.
• Pouco depois, em 1994, a "Declaração de Salamanca", além de
reafirmar a de 1990, agiu como um grande divisor de águas, ao inserir
efetivamente o paradigma da inclusão, na tentativa de transferir o
peso da adaptação da pessoa com deficiência para as instituições de
ensino.
Um breve olhar sobre a legislação
• Até então, para frequentar a escola, o indivíduo deveria passar
previamente por um período de integração, depois do qual, caso não
se adequasse a determinados pré-requisitos, seria impedido de
adentrar a escola regular.
• Em outras palavras, tanto a escola quanto a sociedade deveriam
proceder mudanças e reestruturações, visando urna educação
realmente inclusiva.
• O artigo 208 da Constituição Federal de 1988, apesar de anterior à
Um breve olhar sobre a legislação
• Declaração de Salamanca, já lançava luz sobre o assunto, orientando
que a educação da pessoa com deficiência deveria estar,
"preferencialmente n sistema regular de ensino".
• Entre as Leis de Diretrizes e Bases de 1996, a de número 9394/96
determina que as pessoas com deficiência devem frequentar escola
regular com serviço de apoio, caso seja necessário e, no artigo 59,
assegura-se o seguinte aos alunos com necessidades educativas
especiais: r1
Um breve olhar sobre a legislação
• I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
• II- terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os "superdotados“.
• III- professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
• IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para
os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
• V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Em 1998, o Ministério da Educação (MEC), através da Secretaria de
Educação Fundamental, formalizou os "Parâmetros Curriculares
Nacionais: adaptações curriculares e estratégia para a educação de
alunos com necessidades educacionais especiais".
• Instrui-se que o aluno, enquanto pessoa com deficiência, não precisa
mais cumprir determinados conteúdos tidos como importantes. O que
se deve fazer, em verdade, é promover adaptações (a partir do
currículo proposto), para que o aluno possa absorver os conteúdos
possíveis e condizentes com a fase de desenvolvimento intelectual em
que ele se encontra; em outras palavras, deve-se respeitar o potencial
circunstancial de aprendizagem.
• As propostas são as seguintes:
• De objetivo: a partir de um mesmo conteúdo oferecer um objetivo
alternativo, visando os alunos que necessitem deste tipo de
diferenciação;
• De planejamento e temporalidade: estender o tempo de
aprendizagem (numa determinada matéria) que se apresente
particularmente dificultosa para o aluno;
• De metodologia: utilizar diferentes estratégias para se atingir o
objetivo proposto;
• De avaliação: utilizar diferentes formas para mensurar o ganho
intelectual do aluno.
• Este último item refere-se a adaptações relacionadas aos
procedimentos e decisões do professor em sala de aula que, para
implementação, deve ser submetido ao crivo de um Plano
Pedagógico mais abrangente, e este orientado por instâncias de
maior envergadura, tais como a Supervisão de Ensino e a Diretoria de
Ensino.
• Reforçando esse novo conceito inclusivo, com base na Convenção da
Guatemala (1999), o Decreto 3.956, de 2001, procurou deixar
registrado o que significa um aluno com deficiência:
• Indivíduo com restrição física, mental ou sensorial, de
natureza perrnanente ou transitória, que limita a
capacidade de exercer uma ou mais atividades
essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo
ambiente econômico social (IMPRENSA NACIONAL,
2012).
• No mesmo ano, e a partir da mesma linha de raciocínio, a resolução
CNE/SEB n.2/2001 - instituindo as diretrizes nacionais para a
educação especial na escola básica - Artigo 5, determina que será
necessária aplicação de medidas educativas específicas nas seguintes
ocorrências:
• I - dificuldades acentuadas de aprendizagem (ou limitações no
processo de desenvolvimento), que obstrua o acompanhamento das
atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
• a) aquelas não vinculadas a uma "causa orgânica específica;
• b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou
deficiências;
• II - dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos
demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos
aplicáveis;
• III - habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem.
• Além disso, o documento proporciona a garantia de que toda escola
possua:
• I - professores das classes comuns e da educação especial capacitados e
especializados, respectivamente, para o atendimento às necessidades
educacionais dos alunos;
• III - flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado
prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e
recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao
desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais
especiais, em consonância com o projeto pedagógico da escola, respeitada
a freqüência obrigatória;
• IV - serviços de apoio pedagógico especializado, realizado nas classes
comuns;
• V - serviços de apoio pedagógico especializado em salas de recursos,
nas quais o professor especializado em educação especial realize a
complementação ou suplementação curricular, utilizando
procedimentos, equipamentos e materiais específicos;
• VI - condições para reflexão e elaboração teórica da educação
inclusiva, com protagonismo dos professores, articulando experiência
e conhecimento com as necessidades/possibilidades surgidas na
relação pedagógica, inclusive por meio de colaboração com
instituições de ensino superior e de pesquisa;
• VII - sustentabilidade do processo inclusivo, mediante aprendizagem
cooperativa em sala de aula, trabalho de equipe na escola e
constituição de redes de apoio, com a participação da família no
processo educativo, bem como de outros agentes e recursos da
comunidade.
• Em 2005, o'MEC elaborou o documento "Avaliação para a
identificação das necessidades educativas especiais - saberes e
práticas da inclusão", em que a discussão, relacionada à
aprendizagem, está pautada nas competências e habilidades advindas
dos conteúdos mencionados nos Parâmetros Curriculares Nacionais,
nos quais se ressalta a presença da educação especial em todos os
níveis do sistema educacional brasileiro. O documento reafirma a
importância da formação dos professores, para que estes possam
guiar-se, frente à diversidade. Reafirma, também, a resolução
CNE/CEB de 2/2001 e em seu Artigo 18 orienta:
• São considerados professores capacitados para atuar em classes
comuns (porém que apresentem alunos com necessidades
educacionais especiais), aqueles que comprove formação de nível
médio ou superior, de conteúdos relacionados educação especial,
conteúdos esses que forneçam subsídios para:
• I. Percepção das necessidades educacionais especiais dos alunos,
com a finalidade de se valorizar a educação inclusiva;
• II. Flexibilização da ação pedagógica nas diferentes áreas de
conhecimento, para estabelecer adequação às necessidades especiais
de aprendizagem;
• III.Avaliação contínua, para mensurar a eficácia do processo.
• As questões fundamentais são: "Os professores de música brasileiros
encontram-se qualificados para lidar com a inclusão?" e "Que cursos
superiores de licenciatura em música possuem disciplinas voltada
para a educação inclusiva?“
• Lei sobre ensino de música 11.769/2008.
• Movimentos para fechamento de centros especializados;
• A presença do aluno com deficiência não ocorre exclusivamente na
escola regular e, por essa razão, os cursos livres ou profissionalizantes
das escolas de música - bem como os professores particulares -
deverão, obrigatoriamente, adequar-se à essa nova realidade que se
apoia no princípio do Paradigma de Suporte, princípio esse que, a
partir de seu próprio amadurecimento, integrará, sem dúvida, o
campo educacional.
• Assim pode-se inferir que, consequentemente, serão necessários
professores com melhor qualificação profissional, bem como
construções que contemplem a acessibilidade, além de materiais
adaptados, salas com apoio pedagógico-musical, etc.
• Porém - e isso é bom frisar-, é preciso um grande engajamento, por
parte dos envolvidos com a educação musical, para que todas essas
leis, declarações e resoluções não se tornem letra morta.
• É preciso, também, vencer a passividade, caso pretendamos conviver
numa sociedade mais justa e inclusiva.
• Ou seja, prestemos atenção à legislação pois, por meio dela,
poderemos fundamentar as práticas e as ações necessárias para
inclusão (também) no ambiente musical, ambiente esse de
comprovada importância na formação de qualquer indivíduo.