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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

CELSO SUCKOW DA FONSECA - CEFET


UNED – ANGRA DOS REIS

Pórtico com dupla viga e duplo balanço

Allana Bueno
José Ribeiro de Paula Neto
Niander
Rogério
Victor
Wellerson

Prof. Paulo Victor

Angra dos Reis, RJ, Brasil


Abril/2019
i

RESUMO

O objetivo deste trabalho é calcular e projetar um pórtico dupla viga com balanço para
transporte de container, logo, serão utilizados parâmetros para operação em portos, ambientes
abertos sujeito as mudanças climática do tempo e do ambiente em que se encontra. Será
utilizada a norma NBR8400:1984 que é para o cálculo de equipamento para levantamento e
movimentação de cargas, para que através de cálculos possamos determinados os componentes
estruturais e mecânicos necessários ao funcionamento de um pórtico. Com o auxílio de
softwares e os cálculos, obteremos o projeto completo do dimensionamento de um pórtico dupla
viga com balanço para movimentação de um container.

Palavras-chave: máquinas de transporte, pórtico, pórtico dupla viga com balanço.


ii

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1 Objetivos........................................................................................................................... 2

2. MÁQUINAS DE TRANSPORTE ....................................................................................... 2

2.1. Pontes Rolantes ............................................................................................................... 2

2.1.1 Ponte Rolante Mono viga .......................................................................................... 2

2.1.2 Ponte Rolante Dupla Viga ......................................................................................... 3

2.1.3. Ponte Rolante Suspensa ............................................................................................ 3

2.2. Pórticos rolantes .............................................................................................................. 4

2.2.1 Pórticos Mono viga .................................................................................................... 4

2.2.2 Pórticos Dupla Viga................................................................................................... 5

2.2.3 Pórticos Dupla Viga com Duplo Balanço.................................................................. 5

3. ESTRUTURA DO PÓRTICO ............................................................................................. 6

3.1 Especificações de serviço do pórtico dupla viga com balanço ......................................... 7

3.2 Classificação da estrutura dos equipamentos ................................................................... 7

3.2.1. Classe de Utilização.................................................................................................. 8

3.2.2 Estado de Carga ......................................................................................................... 8

3.2.3 Classificação da Estrutura dos Equipamentos e dos Seus Elementos ..................... 10

3.3. Classificação dos mecanismos....................................................................................... 11

3.3.1 Classe de Funcionamento ........................................................................................ 11

3.3.2 Estado de Solicitação ............................................................................................... 11

3.3.3 Classificação dos Mecanismos em Grupos ............................................................. 12

3.4 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO ........................................................................ 12

3.4.1 Solicitações .............................................................................................................. 13

3.4.2 Solicitações Principais ............................................................................................. 13


iii

3.4.3 Solicitações Devidas aos Movimentos Verticais ..................................................... 13

3.4.5 Solicitações Diversas ............................................................................................... 15

3.5 Casos de solicitação e verificações ................................................................................. 15

4. DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA .................................................................... 16

4.1. Vigas principais ............................................................................................................. 17

4.2 Cálculo analítico das solicitações principais .................................................................. 18

4.2.1 Determinação da Solicitação Devido ao Peso Próprio da Viga Principal ............... 18

4.2.2 Determinação da Solicitação Devido à Carga Concentrada .................................... 20

4.3 Verificações .................................................................................................................... 23

4.3.1 Tensões limites de escoamento................................................................................ 23

4.3.2 Flambagem .............................................................................................................. 24

4.3.3 Contra Flecha ........................................................................................................... 28

4.4 Vigas de cabeceira e vigas de ligação ............................................................................ 29

4.5 Cálculo analítico das solicitações principais .................................................................. 29

4.5.1 Determinação da Solicitação Devido ao Peso Próprio da Viga de Cabeceira e da Viga


de Ligação......................................................................................................................... 29

4.6 Verificações .................................................................................................................... 30

4.6.1 Tensões Limite de Escoamento ............................................................................... 31

4.6.2 Flambagem .............................................................................................................. 32

4.6.3 Contra Flecha ........................................................................................................... 33

4.7 Pernas ............................................................................................................................. 33

4.8 Cálculo analítico das solicitações principais .................................................................. 34

4.8.1 Flambagem .............................................................................................................. 34

4.9 Resultados do Software AutoDesk Inventor .................................................................. 38


iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ponte Rolante mono viga ............................................................................................ 3


Figura 2: Ponte Rolante dupla viga ............................................................................................ 3
Figura 3: Ponte Rolante Suspensa .............................................................................................. 4
Figura 4: Pórticos Movo viga ..................................................................................................... 5
Figura 5: Pórtico Dupla Viga...................................................................................................... 5
Figura 6: Pórtico dupla viga com duplo balanço ........................................................................ 6
Figura 7: Classe de utilização B 2.10^5 ciclos (Fonte: Norma NBR8400:1984) ....................... 9
Figura 8: Solicitação pórtico dupla viga. (Fonte: Norma NBR8400:1984) ............................. 14
Figura 9: Esboço Estrutura do Pórtico ...................................................................................... 16
Figura 10: Medidas da Viga Principal ...................................................................................... 17
Figura 11: Viga principal com Peso próprio (Fonte: Do autor) ............................................... 19
Figura 12: Força cortante da viga principal. (Fonte: Do autor) ................................................ 19
Figura 13: Momento da viga principal. (Fonte: Do autor) ....................................................... 19
Figura 14: Peso total em uma das extremidades do pórtico. (Fonte: Do autor) ....................... 21
Figura 15: Peso total no centra da Viga principal. (Fonte: Do autor) ...................................... 21
Figura 16: Força cortante na viga principal em uma situação mais crítica. (Fonte: Do autor) 22
Figura 17: Momento na viga principal em uma situação mais crítica. (Fonte: Do autor) ........ 22
Figura 18:Viga de Cabeceira e de Ligação com Peso Próprio. (FONTE: Do Autor) .............. 29
Figura 19: Deslocamento máximo encontrado no software AutoDesk Inventor. .................... 38
Figura 20: Tensão de cisalhamento máxima encontrado no software AutoDesk Inventor. ..... 39
Figura 21: Tensão normal máxima encontrado no software AutoDesk Inventor..................... 39
v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Especificações do Projeto ........................................................................................... 7


Tabela 2: Classes de utilização. (Fonte: Norma NBR8400:1984).............................................. 8
Tabela 3: Estados de Carga (Fonte: Norma NBR8400:1984) .................................................... 9
Tabela 4: Classificação da Estrutura dos equipamento em Grupos. (Fonte Norma
NBR8400:1984) ....................................................................................................................... 10
Tabela 5: Valores do Coeficiente de Majoração em Equipamentos Industriais. (Fonte: Norma
NBR 8400:1984) ...................................................................................................................... 10
Tabela 6: Classe de Funcionamento. (Fonte: Norma NBR8400:1984) .................................... 11
Tabela 7: Estado de Solicitação dos Mecanismos. (Fonte: Norma NBR8400:1984) ............... 12
Tabela 8: Classificação dos Mecanismos em grupos. (Fonte: Norma NBR8400:1984) .......... 12
Tabela 9: Valores de Coeficiente Dinâmico ψ. (Fonte: Norma NBR8400:1984) .................... 14
Tabela 10: Tensão Admissíveis à Tração (ou compressão) Simples. (Fonte: Norma
NBR8400:1984) ....................................................................................................................... 15
Tabela 111: Valor dos Coeficientes de Flambagem Kτ e Kσ para placas apoiadas sobre 4 bordas.
(Fonte: Norma NBR8400:1984) ............................................................................................... 26
Tabela 12:Coeficiente de segurança de Flambagem localizada ............................................... 28
Tabela 13: Parâmetros de flambagem calculados para Vigas de ligação e cabeceira. ............. 32
Tabela 14: Fator de Multiplicação para Determinação do Comprimento de Flambagem........ 35
Tabela 15: Valor do Coeficiente 𝛚 em Função da Esbeltez λ ................................................. 36
Tabela 16: Parâmetros de flambagem calculado nas Pernas. ................................................... 37
1

1.INTRODUÇÃO

O homem vem criando ferramentas para que diminuam o seu esforço para transportar
cargas de forma rápida e segura, sendo assim, que seja possível transportar cargas com elevados
pesos, o nome dado a essa ferramenta é máquina de transporte.
Esse tipo de maquinário trabalha geralmente em curtas distâncias, tanto na elevação quanto
o transporte das cargas. Existem vários tipos de cargas que podem ser transportadas, sendo
assim, a aplicação dessas máquinas é vasta, as mesmas são encontradas em indústrias, como
siderurgias, mineração, área portuária, área de estocagem e armazenamento, construção civil
entre outras.
Os principais grupos de máquinas de elevação e transporte, classificados pelas
características de seus projetos são:
• Equipamentos de elevação: é um grupo de máquina com mecanismo de elevação
destinada mover cargas principalmente em lotes como: guindastes e elevadores.
• Equipamento transportador: é o grupo de máquinas que pode não ter mecanismo
de elevação, movendo cargas no fluxo contínuo, como esteiras transportadoras.
• Equipamento de superfície e elevação: é o grupo de máquinas que também pode
não ser provido de mecanismo de elevação e que usualmente manuseia cargas em
lotes. São exemplos: carros sem trilho e aparelhos de bitola estreita.
Máquinas de elevação e transporte são fabricados em grande variedade de modelos. Por
esta razão, as mesmas operações podem ser frequentemente desempenhadas por vários métodos
e aparelhos, porém, é necessário levar em conta a necessidade da aplicação e o local.
Os seguintes fatores técnicos podem ser assinalados como principais para orientação na
escolha dos tipos de aparelhos que podem ser convenientemente empregados: espécie e
propriedades de cargas a serem manuseados, capacidade horária requerida por unidade, direção
e distância do percurso, métodos de empilhar cargas nos pontos iniciais, intermediários e finais,
características dos processos de produção relacionados com a movimentação de cargas,
condições especiais do local, e na avaliação econômica dos vários tipos de aparelho, capital
total despendido e custos operacionais serão, ambos, levados em consideração.
2

1.1 Objetivos

Projetar um dispositivo para elevar um container a uma altura de 15 metros e transportá-


lo a uma distância de 45 metros. O peso total do container é 20.000 kgf e suas dimensões são 6
m x 2,4 m x 2,6 m.
Para essas solicitações escolhemos o pórtico dupla viga com duplo balanço.

2. MÁQUINAS DE TRANSPORTE

As pontes e pórticos rolantes são cargas que respondem a uma grande variedade de
aplicações, através das suas diversas tipologias:

• Ponte Rolante Mono viga;


• Ponte Rolante Dupla viga;
• Ponte Rolante Suspensa;
• Pórtico Rolante;
• Pórtico Rolante;
• Semi-Pórtico Rolante.

2.1. Pontes Rolantes

Uma ponte rolante é um aparelho de elevação móvel, que circula numa via, a qual se
designa por caminho de rolamento.

2.1.1 Ponte Rolante Mono viga

Ponte Rolante Mono viga tem uma viga principal na qual a carga é transladada e estão
conectadas a duas vigas de cabeceiras que correm nos trilhos fixados a uma parede de concreto,
como mostrado na Figura 1 abaixo.
3

Figura 1: Ponte Rolante mono viga

2.1.2 Ponte Rolante Dupla Viga

Ponte Rolante Dupla Viga tem duas vigas principais na qual a carga é transladada e
estão conectadas a duas vigas de cabeceiras que correm nos trilhos fixados a uma parede de
concreto, como mostrado na Figura 2 abaixo.

Figura 2: Ponte Rolante dupla viga

2.1.3. Ponte Rolante Suspensa

A viga da ponte rolante corre por baixo dos trilhos das vigas do caminho de rolamentos.
Estes trilhos são sustentados pelas colunas de concreto do prédio ou, no caso do projeto do
4

prédio não ter previsto a instalação de uma ponte rolante, colunas de aço especialmente
fabricadas para a estrutura do caminho. Pode-se ver o esquema na Figura 3 abaixo.

Figura 3: Ponte Rolante Suspensa

2.2. Pórticos rolantes

Os pórticos rolantes são equipamentos geralmente utilizados para aplicações em áreas


externas. Os movimentos de translação do carro e do pórtico permitem a colocação da carga
com bastante liberdade. O corpo principal é constituído por pórticos, que dependendo do nível
de cargas para movimentar serão construídos por perfis laminados ou vigas caixão.

2.2.1 Pórticos Mono viga

Equipamento utilizado para a movimentação de carga em campo aberto ou mesmo em


locais onde não é possível a montagem dos trilhos guias sobre as colunas do edifício, como
mostrado na Figura 4 abaixo.
5

Figura 4: Pórticos Movo viga

2.2.2 Pórticos Dupla Viga

É um equipamento para movimentação e elevação de carga, é ideal para locais de


grandes percursos sem a necessidade de instalações de colunas e caminho de rolamentos, como
mostrado na Figura 5 abaixo.

Figura 5: Pórtico Dupla Viga

2.2.3 Pórticos Dupla Viga com Duplo Balanço

É um equipamento para movimentação e elevação de carga, é ideal para locais de


grandes percursos sem a necessidade de instalações de colunas e caminho de rolamentos.
6

Figura 6: Pórtico dupla viga com duplo balanço

3. ESTRUTURA DO PÓRTICO

Para o dimensionamento e projeto de um pórtico rolante, é necessário o uso de normas,


que visam facilitar nos cálculos e para uma manutenção posterior. Têm-se que cada
equipamento é classificado em um determinado grupo, considerando o projeto e as suas devidas
aplicações. Devem ser consideradas as seguintes regulamentações:
• NBR 8400:1984 – Classes de utilização;
• NBR 8400:1984 – Estados de carga;
• NBR 8400:1984 – Classificação da estrutura dos equipamentos;
• NBR 8400:1984 – Coeficiente de majoração em equipamentos industriais;
• NBR 8400:1984 – Classe de funcionamento;
• NBR 8400:1984 – Estado de solicitação dos mecanismos;
• NBR 8400:1984 – Classificação dos Mecanismos em grupo.
Através dessas especificações é possível dimensionar o pórtico rolante, e pode-se
observar que os valores são todos retirados da NBR 8400:1984.
A escolha deste pórtico deu-se devido à necessidade de transporte de cargas, mais
precisamente contêineres para aplicação automotiva, construção civil, linha branca,
eletroeletrônica, mecânica. Transportadas ao pátio de estocagem por trens ou caminhões, e
posteriormente levados aos navios através do uso do pórtico.
7

3.1 Especificações de serviço do pórtico dupla viga com balanço

O pórtico dupla viga com duplo balanço a ser projetado apresenta as seguintes
especificações, conforme a tabela 1.

Tabela 1: Especificações do Projeto

Especificações do Pórtico
Especificação do Pórtico Valor
Capacidade do pórtico (kg) 30000
Carga Média (kg) 15000
Comprimento total (m) 16
Comprimento do vão entre trilhos (m) 10
Comprimento do balanço (m) 3
Altura Total (m) 18
Altura Útil (m) 15
Translação máxima do pórtico (m) 50
Vida útil (anos) 15
Número de ciclos total (ciclos) 125280
Velocidade de içamento/abaixamento do trole (m/min) 4
Velocidade de içamento/abaixamento do trole (m/s) 0,066667
velocidade de translação do pórtico (m/min) 30
velocidade de translação do pórtico (m/min) 0,5
Tempo total de içamento (s) 105
tempo total de abaixamento (s) 105
tempo total de translação do pórtico (s) 60
tempo máximo de ciclo (s) 890
Especificação da Carga
Altura 1,5
Largura 1,5
Comprimento (m) 4
Peso Máximo (kg) 20000

3.2 Classificação da estrutura dos equipamentos

As estruturas dos equipamentos serão classificadas em diversos grupos, conforme o serviço


que irão executar, a fim de serem determinadas as solicitações que deverão ser levadas em
8

consideração no projeto. Para determinação do grupo a que pertence a estrutura de um equipamento


são levados em conta dois fatores: a classe de utilização e o estado de carga.

3.2.1. Classe de Utilização

A classe de utilização caracteriza a frequência de utilização dos equipamentos em


função de seus ciclos de manobras, convencionou-se classificá-la em função da utilização do
movimento de levantamento, definindo-se quatro classes de utilização, conforme a tabela 2,
que servem de base para cálculo das estruturas. Para cada uma destas classes de estipula-se um
número total teórico de ciclos de levantamento que o equipamento deverá efetuar durante sua
vida.

Tabela 2: Classes de utilização. (Fonte: Norma NBR8400:1984)

Com uma vida útil de 15 anos, 261 dias/ano, 4 ciclos/hora, trabalhando por 8 horas/dia,
foram estimados que seriam 125280 ciclos executados pelo pórtico em sua vida. Sendo assim
o pórtico é classificado como de classe de utilização B.

𝑁𝑥 = 15 ∗ 261 ∗ 4 ∗ 8 = 125280 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠

3.2.2 Estado de Carga

O estado de carga caracteriza em que proporção o equipamento de carga levanta a carga


máxima, ou somente uma carga reduzida, ao longo de sua vida útil. Está noção pode ser
ilustrada por diagramas que representam o número de ciclos para os quais uma certa fração p
da carga máxima (F/Fmax.) será igualada ou excedida ao longo da vida do equipamento,
9

caracterizando a severidade de serviço do mesmo. Considera-se, na prática, 4 estados


convencionais de carga, caracterizados pelo valor de p. Estes quatro estados de carga são definidos
na Tabela 3 e representados pelos diagramas da figura 7.

Tabela 3: Estados de Carga (Fonte: Norma NBR8400:1984)

Figura 7: Classe de utilização B 2.10^5 ciclos (Fonte: Norma NBR8400:1984)

O pórtico será usado para transporte de contêineres, sendo que o maior valor para o peso
será de 20ton. O pórtico a ser projetado terá capacidade nominal de 30 toneladas, utilizando a
definição para estado de carga da norma NBR8400:1984 , o estado de carga será de
p=20ton/30ton = 0,66 ou 66% da carga nominal, sendo assim sua classificação no estado de
carga ficara em 2 (médio), com p=2/3.
10

3.2.3 Classificação da Estrutura dos Equipamentos e dos Seus Elementos

Uma vez definidos a classe de utilização e o estado de cargas, define-se a classe de utilização
da estrutura e seus elementos. Os diversos grupos indicados na Tabela 4 classificam a estrutura para
os equipamentos como um conjunto e determinam o valor do coeficiente de majoração 𝑀𝑋, que
deve ser utilizado como multiplicador das tensões calculadas.

Tabela 4: Classificação da Estrutura dos equipamento em Grupos. (Fonte Norma NBR8400:1984)

Definido o estado de tensão e a classe de utilização do equipamento, utiliza-se a Tabela


4 para classificar a estrutura dos equipamentos e dos seus elementos, sendo assim a
classificação para o pórtico proposto é de que ele pertence ao grupo 4. Definido o grupo ao
qual pertence o pórtico, e com base na tabela 5, será obtido o coeficiente de majoração 𝑀𝑋=1,06

Tabela 5: Valores do Coeficiente de Majoração em Equipamentos Industriais. (Fonte: Norma NBR


8400:1984)
11

3.3. Classificação dos mecanismos

Os mecanismos são classificados em diferentes grupos conforme o serviço que efetuam;


os fatores tomados em conta para a escolha do grupo a que pertence um determinado
mecanismo são:

A) Classe de Funcionamento

B) Estado de Solicitação

3.3.1 Classe de Funcionamento

A classe de funcionamento caracteriza o tempo médio, estimado em número de horas


de funcionamento diário do mecanismo. Um mecanismo somente é considerado em
funcionamento quando está em movimento. A noção de tempo médio define-se para os
mecanismos regularmente utilizados durante o ano, considerando somente os dias de trabalho
normal (exclusão dos dias de descanso).

Tabela 6: Classe de Funcionamento. (Fonte: Norma NBR8400:1984)

Utilizando os dados fornecidos pela tabela 1, foi calculado o valor da duração total teórica
da utilização, determinando assim a classe de funcionamento do pórtico.

125280𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠 ∗ 890 𝑠
= 30927ℎ
3600

Definindo a classe do pórtico como V5 com tempo médio de funcionamento maior que 16h.

3.3.2 Estado de Solicitação


12

O estado de solicitação caracteriza em que proporção um mecanismo, ou um elemento de


mecanismo, é submetido à sua solicitação máxima ou somente a solicitações reduzidas. Para o
pórtico a ser projetado tem-se que o estado de solicitação 3, conforme mostra a tabela 7.

Tabela 7: Estado de Solicitação dos Mecanismos. (Fonte: Norma NBR8400:1984)

3.3.3 Classificação dos Mecanismos em Grupos

A partir das classes de funcionamento e dos estados de solicitação, classificam-se os


mecanismos em seis grupos conforma a tabela 8.

Tabela 8: Classificação dos Mecanismos em grupos. (Fonte: Norma NBR8400:1984)

Definindo a classificação dos mecanismos a serem utilizados no pórtico como do grupo 5m.

3.4 DIMENSIONAMENTO DO PÓRTICO


13

Após a definição do grupo da estrutura e do grupo dos mecanismos, devem-se determinar


as solicitações atuantes no pórtico. As formas de determinação para cada solicitação atuante no
pórtico a ser dimensionado estão descritas abaixo, conforme a NBR8400:1984.

3.4.1 Solicitações

Para o correto dimensionamento do pórtico devem ser levados em consideração alguns


fatores como, solicitações principais exercidas sobre a estrutura, solicitações devidas aos
movimentos verticais e horizontais e solicitações diversas. Além do correto dimensionamento dos
mecanismos para o correto funcionamento do pórtico.

3.4.2 Solicitações Principais

As solicitações principais são:


A) As devidas ao peso próprio dos elementos, 𝑆𝑔
B) As devidas à carga de serviço, 𝑆𝑙
Os elementos móveis são supostos na posição onde terão um efeito mais crítico na
estrutura do pórtico.

3.4.3 Solicitações Devidas aos Movimentos Verticais

As solicitações devidas aos movimentos verticais são provenientes do


içamento/abaixamento relativamente brusco da carga, assim como choques verticais devidos
ao movimento sobre o caminho de rolamento.

Nas solicitações devidas ao levantamento da carga de serviço, levam-se em conta as


oscilações provocadas pelo levantamento brusco da carga, multiplicando-se as solicitações
devidas à carga de serviço por um fator chamado coeficiente dinâmico (𝜓). O valor do
coeficiente dinâmico a ser aplicado à solicitação devida à carga de serviço é dado pela tabela 9.

O coeficiente dinâmico leva em conta o levantamento relativamente brusco da carga de


serviço, que constitui o choque mais significativo. As solicitações devidas às acelerações ou
desacelerações no movimento de levantamento, assim como as reações verticais devidas à
translação sobre caminhos de rolamento corretamente executados, são desprezadas.
14

Tabela 9: Valores de Coeficiente Dinâmico ψ. (Fonte: Norma NBR8400:1984)

De acordo com as especificações da tabela 1, a velocidade de içamento/abaixamento é de 4


m/min ou seja, 0,07 m/s, obtendo assim: 𝜓=1,15.

A figura 8 mostra o comportamento da solicitação sobre a estrutura durante a subida e a


descida da carga. Podem ser observados dois picos, um durante o içamento e outro durante o
abaixamento. A maior solicitação a que a estrutura é submetida é durante a subida da carga
(𝑆𝑔+𝜓𝑆𝑙).

Figura 8: Solicitação pórtico dupla viga. (Fonte: Norma NBR8400:1984)


15

Obs.: Não foram consideradas solicitações horizontais, pois os valores iriam ser desprezíveis
para o caso geral do dimensionamento da estrutura.

3.4.5 Solicitações Diversas

Considerou-se um acréscimo de 20 kN sobre o peso próprio da estrutura, levando em conta


instalação de passadiços, escadas, guarda corpos.

3.5 Casos de solicitação e verificações

Na norma NBR8400:1984, são previstos três casos de solicitações:

a) Caso I – serviço normal sem vento;

b) Caso II – serviço normal com vento limite de serviço;

c) Caso III – solicitações excepcionais.

Neste projeto considera-se o caso I. Para este caso devem ser considerados os
carregamentos devidos a carga, peso da estrutura e mecanismos e movimento vertical da carga.

Sendo a solicitação calculada pela seguinte fórmula fornecida pela norma


NBR8400:1984;

𝑀𝑥 = (𝑆𝑔 + 𝜑𝑆𝐿 + 𝑆𝐻 ) + 𝑆𝑤

Utiliza-se a tabela 14 para determinar a tensão admissível para cada caso de solicitação.

Tabela 10: Tensão Admissíveis à Tração (ou compressão) Simples. (Fonte: Norma NBR8400:1984)
16

Para os três casos de solicitação definidos como caso I, II ou III, determinam-se tensões nos
diferentes elementos da estrutura e nas junções e verifica-se a existência de um coeficiente de
segurança suficiente em relação às tensões críticas, devem ser verificadas as três seguintes causas
de falha possíveis:
a) Verificação contra escoamento;
b) Verificação contra flambagem global e local;
c) Verificação contra fadiga;
d) Verificação de instabilidade e flecha máxima

4. DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA

Após a descrição de como cada solicitação deve ser determinada, dimensiona-se cada
elemento da estrutura. Os elementos serão as partes que compõem a estrutura do pórtico, são eles:
vigas principais, vigas de cabeceira, vigas de ligação e pernas, conforme a figura 9.

Figura 9: Esboço Estrutura do Pórtico


17

4.1. Vigas principais

Para esta etapa do projeto, selecionou-se o aço Aço A 572 grau 50, com densidade
ρ=7850 𝑘𝑔/𝑚³,tensão limite de escoamento 𝜎𝑒=345 𝑀𝑃𝑎 e tensão limite de ruptura 𝜎𝑟=450.
Com um comprimento total de 16 metros, a viga principal está bi apoiada, com apoios a 3
metros e a 13 metros da origem. A norma NBR8400:1984 determina que a tensão normal
máxima admissível e a tensão de cisalhamento máximo admissível, sejam calculadas das
seguintes formas;

𝜎𝑒
𝜎𝑎 = = 230𝑀𝑃𝑎,
𝐹. 𝑆
𝜎𝑎
𝜏𝑎 = = 133 𝑀𝑃𝑎
√3

Utilizou-se o software Excel, Autodesk Inventor e Ftool, para que fossem testadas
variações nas dimensões dos perfis, até que o perfil ideal fosse encontrado, de posse temos o
Viga Perfil I W610 X 125, para confirmação dos valores necessários (momento de inércia em
x-x e em y-y, momento de área, módulo de resistência em x-x e em y-y) para dar
prosseguimento nos cálculos.

Figura 10: Medidas da Viga Principal

A viga calculada possui as seguintes características:


18

Base superior e inferior, bf = 229 mm

Espessura das chapas superior e inferior, t1= 19,6 mm

Espessura da chapa central, tw = 11,9 mm

Altura, d = 612 mm

Altura, d’= 541 mm

Massa por metro, Mm = 125 kg/m

Módulo de resistência x-x, 𝑊𝑥−𝑥 = 3241 cm³

Módulo resistência y-y, 𝑊𝑦−𝑦 = 343,5 cm³

Momento estático, Q= 2,16 cm³

Área, A= 160,1 cm²

Momento de inércia x-x, 𝐼𝑥𝑥 = 99184 𝑐𝑚4

Momento de inércia y.y, 𝐼𝑦𝑦 = 3933 𝑐𝑚4

Estabelecidos estes valores, as solicitações atuantes na viga principal podem ser calculadas.

4.2 Cálculo analítico das solicitações principais

Após a determinação de um perfil adequado para a viga principal, podem-se determinar as


solicitações diversas que atuam na viga.

4.2.1 Determinação da Solicitação Devido ao Peso Próprio da Viga Principal


19

Figura 11: Viga principal com Peso próprio (Fonte: Do autor)

Sendo carga distribuída w1, determinada por,

𝑤1 = 𝐴 ∗ 𝜌 ∗ 𝑔 = 1,233 𝑘𝑁/𝑚

Pode-se obter o momento máximo 𝑀𝑔 e o cortante máximo 𝑉𝑔, para a determinação da


solicitação devido ao peso próprio da viga, os valores em módulo estão apresentados abaixo
juntamente com as Figuras 12 e 13.

Figura 12: Força cortante da viga principal. (Fonte: Do autor)

Figura 13: Momento da viga principal. (Fonte: Do autor)

Com isso, obtemos os valores de momento máximo e a cortante máxima:

𝑀𝑔 = 9,8𝑘𝑁𝑚
20

𝑉𝑔 = 6,2𝑘𝑁𝑚

Com os valores do momento e do cortante, pode-se determinar a solicitação devido ao peso


próprio da viga e a tensão de cisalhamento máxima,

𝑀𝑔
𝑆𝑔 =
𝑊𝑥−𝑥

Sendo, 𝑆𝑔 a solicitação máxima devido ao peso próprio da viga principal,

Portanto,

9800𝑁𝑚
𝑆𝑔 = = 3,02 𝑀𝑝𝑎
0,003241 𝑚³

𝑉𝑔 ∗ 𝑄
𝜏𝑔 =
𝐼𝑥𝑥 ∗ 𝑡

Sendo, 𝜏𝑔 a tensão de cisalhamento máxima devido ao peso próprio da viga,

Portanto,

6200𝑁 ∗ 2,16 ∗ 10−6 𝑚3


𝜏𝑔 = = 0,34 𝑀𝑝𝑎
0,00099𝑚4 ∗ 2 ∗ 0,0196𝑚

4.2.2 Determinação da Solicitação Devido à Carga Concentrada

O valor da carga concentrada se dá devido ao peso do trole somado ao peso da carga ,


Calculadas em duas situações distintas (apresentadas abaixo) para que fosse determinada a
posição crítica, ou seja, a posição onde haverá o maior momento fletor sendo assim a posição
mais desfavorável a viga.

Situação 1: Peso total em uma das extremidades do pórtico


21

Figura 14: Peso total em uma das extremidades do pórtico. (Fonte: Do autor)

Situação 2: Peso total no centro da viga principal

Figura 15: Peso total no centra da Viga principal. (Fonte: Do autor)

Utilizando o Software Ftool, para cada uma das situações acima, foram obtidos os
seguintes resultados,

𝑀1 = 478,2 𝑘𝑁𝑚, Momento máximo em relação a situação 1

𝑀2 = −398,5 𝑘𝑁𝑚, Momento máximo em relação a situação 2

O maior momento foi obtido quando o peso estava na extremidade da viga, 𝑀1=
478,2𝑘𝑁𝑚.

Sendo o peso concentrado determinado por,

(𝑃𝑡 + 𝑃𝑐 )
2 𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠

24500𝑁 + 294300𝑁
= 159400𝑁
2 𝑣𝑖𝑔𝑎𝑠
22

Pode-se obter o momento máximo 𝑀l e o cortante máximo 𝑉l, para a determinação da


solicitação devido à carga concentrada, os valores em módulo estão apresentados abaixo juntamente
com as Figuras 16 e 17.

Figura 16: Força cortante na viga principal em uma situação mais crítica. (Fonte: Do autor)

Figura 17: Momento na viga principal em uma situação mais crítica. (Fonte: Do autor)

Com isso, obtemos os valores de momento máximo e a cortante máxima

𝑀𝑙 = 478,2 𝑘𝑁𝑚

𝑉𝑙 = 159,4 𝑘𝑁

Com os valores do momento e do cortante, podemos determinar a solicitação devido á carga


concentrada e a tensão de cisalhamento máxima,

𝑀𝑙
𝑆𝑙 =
𝑊𝑥−𝑥

Sendo, 𝑆𝑙 a solicitação máxima devido à carga concentrada na vida principal,

Portanto,

478200𝑁𝑚
𝑆𝑙 = = 147,55 𝑀𝑝𝑎
0,003241 𝑚³
23

𝑉𝑔 ∗ 𝑄
𝜏𝑔 =
𝐼𝑥𝑥 ∗ 𝑡

Sendo, 𝜏𝑙 a tensão de cisalhamento máxima devido à carga concentrada,

Portanto,

159400𝑁 ∗ 2,16 ∗ 10−6 𝑚3


𝜏𝑙 = = 8,86 𝑀𝑃𝑎
0,00099𝑚4 ∗ 2 ∗ 0,0196𝑚

4.3 Verificações

As verificações devem ser feitas para determinar se as tensões e deformações são menores
que as tensões e deformações admissíveis. Estando abaixo do valor admissível, o item analisado
está aprovado, estando acima do limite admissível, alguns itens devem ser repensados. Tais itens
podem ser, a espessuras, comprimentos e larguras das chapas entre outros pontos.

4.3.1 Tensões limites de escoamento

De acordo com a norma NBR8400:1984 nos elementos solicitados a tração


(compressão) simples, a tensão de tração (compressão) calculada não deve ultrapassar os
valores da tensão admissível, 𝜎𝑎.

Verificam-se então as tensões de cada elemento de acordo com a norma.

a) Cada uma das tensões verticais seja inferior a 𝜎𝑎, de acordo com o item 3.1.1, a maior
solicitação a que a estrutura é submetida é durante a subida da carga (𝑆𝑔+𝜓𝑆𝑙), verifica-
se também se este valor está abaixo do valor da tensão máxima admissível.

𝑆𝑙 = 147,55 𝑀𝑃𝑎 < 230 𝑀𝑃𝑎


24

𝑆𝑔 = 3,02 𝑀𝑃𝑎 < 230 𝑀𝑃𝑎


𝑆𝑔 + ψSl = 172,7 𝑀𝑃𝑎 < 230 𝑀𝑃𝑎

b) O esforço de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦 seja igual ou inferior 𝜏𝑎 .

𝜏𝑙 = 8,86 𝑀𝑃𝑎 < 132,79 𝑀𝑃𝑎


𝜏𝑔 = 0,34 𝑀𝑃𝑎 < 132,79 𝑀𝑃𝑎
𝜏𝑥𝑦 = 9,2 𝑀𝑃𝑎 < 132,79 𝑀𝑃𝑎

c) Tensão de comparação 𝜎𝑒𝑞≤𝜎𝑎.

2
𝜎𝑒𝑞 = 𝑀𝑋 √(𝑆𝑔 + ψSl ) + 3𝜏𝑥𝑦 ²

𝜎𝑒𝑞 = 1,06√(3,02 𝑀𝑃𝑎 + 1,15 ∗ 147,55𝑀𝑃𝑎)2 + 3 ∗ 9,2𝑀𝑃𝑎² < 230 𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑒𝑞 = 183,84 𝑀𝑃𝐴 < 230 𝑀𝑃𝑎

Pode-se concluir que as tensões serão suportadas pela estrutura.

4.3.2 Flambagem

Em princípio admite-se calcular as peças submetidas à flambagem com a mesma


segurança que a adotada em relação ao limite de escoamento, isto é, caso se determine a tensão
crítica de flambagem, a tensão limite admitida será a tensão crítica, dividida pelos seguintes
coeficientes.

4.3.2.1 Flambagem Local

De acordo com o anexo F da norma NBR8400:1984, considera-se a tensão crítica de


𝑣
flambagem 𝜎𝑐𝑟 seja um múltiplo da tensão de referência de EULER, dada pela fórmula,

𝜋2𝐸 𝑒 2
𝜎𝑅𝐸 = ( )
12(1 − 𝑛2 ) 𝑏
25

Representando a tensão critica de flambagem de uma placa de espessura “e” e de um


vão “b”, correspondente à dimensão da placa no sentido perpendicular aos esforços de
compressão. Utiliza-se a relação e/b com menor valor, sendo o painel utilizado para determinar
essa proporção considerado o painel crítico.

Onde:

E = módulo de elasticidade

η = coeficiente de Poisson

Para o aço ASTM A572 GR50, E=220GPa e η = 0,275, obtendo assim a tensão de referência

𝜋 2 220𝐺𝑃𝑎 19,6𝑚𝑚 2
𝜎𝑅𝐸 = ( ) = 256,55 𝑀𝑃𝑎
12(1 − 0,2752 ) 541𝑚𝑚

Após a determinação da tensão de referencia de Euler, deve-se calcular a tensão critica de


𝑣
flambagem 𝜎𝑐𝑟 .

a) Para casos de compressão:

𝑣
𝜎𝑐𝑟 = K σ ∗ 𝜎𝑅𝐸

b) Para casos de cisalhamento:

𝑣
𝜏𝑐𝑟 = K 𝜏 ∗ 𝜎𝑅𝐸

𝑎
Os coeficientes de flambagem 𝐾𝜏 e 𝐾𝜎 dependem da relação 𝛼 = 𝑏 e do valor de 𝜃 =
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜
. Os valores são apresentados pela tabela 11.
26

Tabela 111: Valor dos Coeficientes de Flambagem Kτ e Kσ para placas apoiadas sobre 4 bordas. (Fonte:
Norma NBR8400:1984)

Utiliza-se o momento e o cortante máximos encontrados no item 4.3.1

A tensão superior (compressão):

𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = 𝑆𝑔 + ψSl
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = −172,7 𝑀𝑃𝑎

A tensão inferior (tração):


27

𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 𝑆𝑔 + ψSl
𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 172,7 𝑀𝑃𝑎

A tensão de cisalhamento:

𝜏 = 𝜏𝑙 + 𝜏𝑔
𝜏 = 9,2 𝑀𝑃𝑎

Aplicando os valores encontrados nas tensões de compressão e tração acima, determina-


se o valor de 𝜃.

𝜎𝑡𝑟𝑎çã𝑜 172,7
𝜃= = = −1
𝜎𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 −172,7

Para 𝛼 teremos,

16000𝑚𝑚
𝛼= = 29,57
541𝑚𝑚

Com base nos valores obtidos e utilizando a tabela 16, determinou-se que os casos são: 3 e 5,
𝑣 𝑣
com 𝐾𝜎=23,9; 𝐾𝜏=5,34. Com as tensões criticas 𝜎𝑐𝑟 = 6134,34 Mpa e 𝜏𝑐𝑟 = 49,17 Mpa.

Para obter a tensão crítica de comparação, a norma NBR8400:1984 determina que seja
calculada da seguinte forma,

𝑣
√𝜎 2 + 3𝜏 2
𝜎𝑐𝑟,𝐶 =
𝜃 𝜎 3−𝜃 𝜎 2 𝜏 2
1 + 4 ∗ 𝑣 + √( 4 ∗ 𝑣 ) + ( 𝑣 )
𝜎𝑐𝑟 𝜎𝑐𝑟 𝜏𝑐𝑟

𝑣
√172,72 + 3 ∗ 9,22
𝜎𝑐𝑟,𝐶 = = 916,63 𝑀𝑃𝑎
2 2
(−1) 172,7 √ 3 − (−1) ∗ 172,7 ) + ( 9,2 )
1+ 4 ∗ 6134,34 + ( 4 6134,34 1371,78
28

Após a determinação das tensões críticas de flambagem, adota-se as mesmas como


tensões admissíveis estas tensões divididas pelo coeficiente a ser determinado pela tabela 12.

Tabela 12:Coeficiente de segurança de Flambagem localizada

Para o caso I, o coeficiente de segurança na flambagem, 𝐶.𝑆𝑓𝑙𝑎𝑚=1,71+0,180(𝜃−1)=1,35

Nos casos de compressão e cisalhamento combinados, a norma NBR8400:1984 determina


𝑣
que a 𝜎𝑐𝑟,𝐶 deva ser comparada com a tensão de comparação,

𝜎𝑐𝑝 = √𝜎 2 + 3 ∗ 𝜏² = 173,44 𝑀𝑃𝑎


Determina-se a partir do 𝐶.𝑆𝑓𝑙𝑎𝑚 a tensão admissível de flambagem 𝜎𝑎𝑑𝑚 a partir da
𝑣
𝜎𝑐𝑟,𝐶 .
916,63
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 678,98 𝑀𝑃𝑎
1,35

Assim vemos que 𝜎𝑐𝑝 não ultrapassa o valor 𝜎𝑎𝑑𝑚.

4.3.3 Contra Flecha

Segundo a norma NBR8400:1984, as vigas principais dos equipamentos deverão ser


projetadas com uma contra flecha cujo valor será igual à deflexão ocasionada pelo peso próprio do
carro e da carga máxima. Ficará a critério do fabricante a aplicação da contra flecha no caso de o
valor da flecha calculada for inferior a 5mm ou 1/2000 do vão (o que for maior).

5 ∗ 𝑃1 ∗ 𝐿3
𝛿𝑔 =
384𝐸𝐼
29

𝛿𝑔 = Flecha devido ao Peso próprio da viga


5 ∗ 1232𝑁 ∗ 16 𝑚 ∗ 16𝑚3
𝛿𝑔 = = 0,005𝑚
384 ∗ 220 𝐺𝑃𝑎 ∗ 0,00099𝑚4

𝑃2 ∗ 𝐿3
𝛿𝑙 =
48𝐸𝐼
𝛿𝑙 = Flecha devido ao Peso da carga e do trole

159400𝑁 ∗ 16𝑚3
𝛿𝑙 = = 0,062𝑚
48 ∗ 220 𝐺𝑃𝑎 ∗ 0,00099𝑚4

Soma-se as flechas para verificar a necessidade de contra flecha


𝛿𝑔+𝛿𝑙=0,067𝑚 > 0,005m

Há necessidade de contra flecha, determinado pela NBR8400:1984 , o valor da contra flecha


será igual à deformação causada pelo peso próprio acrescido de 50% do valor da deformação
causada pelo peso da carga e do trole, sendo assim o valor da contra flecha será de 0,036m.

4.4 Vigas de cabeceira e vigas de ligação

Foi utilizado o mesmo perfil das vigas principais, e a metodologia para verificações de
tensões foi da mesma forma que o item 4.3, variando apenas os valores das solicitações.

4.5 Cálculo analítico das solicitações principais

4.5.1 Determinação da Solicitação Devido ao Peso Próprio da Viga de Cabeceira e da Viga


de Ligação.

Figura 18:Viga de Cabeceira e de Ligação com Peso Próprio. (FONTE: Do Autor)


30

Com isso, obtemos os valores de momento máximo e a cortante máxima:

𝑀𝑔 = 0,9𝑘𝑁𝑚

𝑉𝑔 = 1,8 𝑘𝑁

Com os valores do momento e do cortante, pode-se determinar a solicitação devido ao peso


próprio da viga e a tensão de cisalhamento máxima,

𝑀𝑔
𝑆𝐶 =
𝑊𝑥−𝑥

Sendo, 𝑆𝑔 a solicitação máxima devido ao peso próprio da viga de cabeceira,

Portanto,

1800𝑁𝑚
𝑆𝑔 = = 0,28 𝑀𝑝𝑎
0,003241 𝑚³

𝑉𝑔 ∗ 𝑄
𝜏𝑔 =
𝐼𝑥𝑥 ∗ 𝑡

Sendo, 𝜏𝑔 a tensão de cisalhamento máxima devido ao peso próprio da viga,

Portanto,

1800𝑁 ∗ 2,16 ∗ 10−6 𝑚3


𝜏𝑔 = = 0,1 𝑀𝑝𝑎
0,00099𝑚4 ∗ 2 ∗ 0,0196𝑚

4.6 Verificações

As verificações devem ser feitas para determinar se as tensões e deformações são


menores que as tensões e deformações admissíveis. Estando abaixo do valor admissível, o item
analisado esta aprovado, estando acima do limite admissível, alguns itens devem ser
repensados. Tais itens podem ser, a espessuras, comprimentos e larguras das chapas entre outros
pontos.
31

4.6.1 Tensões Limite de Escoamento

De acordo com a norma NBR8400:1984 nos elementos solicitados a tração


(compressão) simples, a tensão de tração (compressão) calculada não deve ultrapassar os
valores da tensão admissível, 𝜎𝑎.

Verificam-se então as tensões de cada elemento de acordo com a norma.

Considera-se para estes cálculos, que a carga se encontra no extremo da viga principal,
muito próximo da viga de cabeceira. Para determinação das tensões sobre a viga de cabeceira,
devem-se considerar as reações causadas pelos pesos, da viga de cabeceira, da viga principal e
do trole com a carga e total.

Onde:

𝑅1=19,7 𝑘𝑁, Peso da viga principal,

𝑅2=318 𝑘𝑁, Peso do trole com a carga,

𝑅3=3,6 𝑘𝑁, Peso da viga de cabeceira,

𝑅𝑡= 413 kN, 𝑀𝑥(𝑅3+𝑅1+𝜓𝑅2), Peso total.

A tensão normal mínima,

𝑅3 + 𝑅1
𝜎𝑚𝑖𝑛 = = 1,46 𝑀𝑃𝑎
𝐴

A tensão normal máxima,

𝑅𝑡
𝜎𝑚𝑎𝑥 = = 25,82 𝑀𝑃𝑎
𝐴

A tensão de cisalhamento mínima,

𝑅3 + 𝑅1
𝜏𝑚𝑖𝑛 = = 1,1 𝑀𝑃𝑎
2 ∗ 𝑑 ′ ∗ 𝑡1

A tensão de cisalhamento máxima,

𝑅𝑡
𝜏𝑚𝑎𝑥 = = 19,50 𝑀𝑃𝑎
2 ∗ 𝑑′ ∗ 𝑡1
32

a) Tensão normal máxima seja inferior a 𝜎𝑎.

𝜎𝑚𝑎𝑥=25,82 𝑀𝑃𝑎 < 230 𝑀𝑃𝑎

b) O esforço de cisalhamento, 𝜏𝑥𝑦 seja igual ou inferior 𝜏𝑎.

𝜏𝑚𝑎𝑥=19,50 𝑀𝑃𝑎 < 132,79 𝑀𝑃𝑎

Tensão de comparação 𝜎𝑒𝑞≤𝜎𝑎.

2
𝜎𝑒𝑞 = 𝑀𝑋 √(𝜎𝑚𝑎𝑥 ) + 3𝜏𝑚𝑎𝑥 = 45,06 𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑒𝑞 = 45,06 𝑀𝑃𝑎 < 230 𝑀𝑃𝑎

Pode-se concluir que as tensões serão suportadas pela estrutura.

4.6.2 Flambagem

O processo da determinação da existência de flambagem para as vigas de ligação e


cabeceira é o mesmo demonstrado no item 4.3.2.

4.6.2.1 Flambagem Local

Os dados apresentados são idênticos ao item 4.3.2, somente foi alterado os valores, de
modo a facilitar, será apresentado na Tabela 13, os cálculos dos parâmetros de flambagem para
as vigas de ligação e cabeceira.

Tabela 13: Parâmetros de flambagem calculados para Vigas de ligação e cabeceira.

Flambagem
Parâmetros Vigas de ligação e cabeceira
Tensão de referência "σRE" (Mpa) 256,67
Tensão Superior "compressão" (Mpa) -25,82
Tensão inferior "tração" (Mpa) 25,82
Tensão cisalhamento (Mpa) 45,06
33

θ = σt/σc -1,00
α= a/b 5,55
𝐾𝜎 23,90
𝐾𝜏 5,34
Tensão Crítica tra/com "σcrv" (Mpa) 6134,34
Tensão Crítica cisalhamento"τcrv" (Mpa) 240,3
Tensão Crítica comparação "σcrvC"(Mpa) 439,26
Coeficiente de Segurança "C.Sflam" 1,35
Tensão de comparação "σcp" (Mpa) 82,21
Tensão admissível "σadm" (Mpa) 325,38

Como 82,21 𝑀𝑃𝑎 < 325,38 𝑀𝑃𝑎, assim vemos que 𝜎𝑐𝑝 não ultrapassa o valor 𝜎𝑎𝑑𝑚,
sendo assim não ocorrerá flambagem localizada.

4.6.3 Contra Flecha

Segundo a norma NBR8400:1984 , as vigas principais dos equipamentos deverão ser


projetadas com uma contra flecha (deslocamento vertical intensional aplicado nas vigas durante a
montagem das mesmas, no sentido contrário ao da flecha) cujo valor será igual à deflexão
ocasionada pelo peso próprio do carro e da carga máxima. Ficará a critério do fabricante a aplicação
da contra flecha no caso de o valor da flecha calculada for inferior a 5mm ou 1/2000 do vão (o que
for maior). Será visto se há necessidade das vigas de cabeceira e ligação utilizarem contra flecha.

5 ∗ 𝑃1 ∗ 𝐿3
𝛿𝑐 =
384𝐸𝐼
𝛿𝑐 = Flecha devido ao Peso próprio da viga de ligação e cabeceira
5 ∗ 1232𝑁 ∗ 16 𝑚 ∗ 16𝑚3
𝛿𝑔 = = 5,92 ∗ 10−6 𝑚
384 ∗ 220 𝐺𝑃𝑎 ∗ 0,00099𝑚4

Não há necessidade de contra flecha.

4.7 Pernas

Para esta do projeto, foi utilizado o mesmo perfil das vigas principais do item 4.1
34

4.8 Cálculo analítico das solicitações principais

4.8.1 Flambagem

Na determinação dos perfis para a perna, deve-se verificar contra flambagem global e
flambagem local, impedindo assim, uma possível deformação ou ruptura das estruturadas
pernas do pórtico.

4.8.1.1 Flambagem Global

Para determinação da flambagem global, deve-se primeiramente determinar a tensão


que atua sobre a perna e posteriormente o coeficiente de flambagem, ω. Este coeficiente majora
o valor da tensão total a qual a perna é submetida.

A tensão que atua sobre as pernas determina-se somando as tensões devido a carga e ao
peso das vigas e dividindo-as pelo número de pernas.

(𝑆𝑔 + 𝑆𝑙 + 𝑆𝑐)
𝜎= = 37,7 𝑀𝑃𝑎
4

Determinado o valor da tensão atuante na perna, pode-se determinar o valor do fator de


multiplicação para determinação do comprimento de flambagem, k, pela tabela 18.
35

Tabela 14: Fator de Multiplicação para Determinação do Comprimento de Flambagem

Fonte: Norma NBR8400:1984

A partir da determinação do raio de giração e posteriormente do coeficiente de esbeltez,


λ, determina-se o coeficiente de flambagem. Determina-se o raio de giração para o plano do
eixo x e para o plano do eixo y, da seguinte forma,

𝐼
𝑟=√
𝐴

Na direção x-x teremos o seguinte valor:

0,00099184𝑚4
𝑟𝑋−𝑋 = √ = 249 𝑚𝑚
0,01601𝑚²

Já na direção y-y teremos o seguinte valor,

0,00003933𝑚4
𝑟𝑦−𝑦 = √ = 146 𝑚𝑚
0,01601𝑚²
36

O coeficiente de esbeltez determina-se a partir da equação anterior:

𝑘𝐿1
𝜆=
𝑟

Então para x-x e y-y ficará,

1 ∗ 15m
𝜆𝑥−𝑥 = = 60
0,249𝑚

1 ∗ 15m
𝜆𝑦−𝑦 = = 102
0,146𝑚

Obtidos o valor do coeficiente de esbeltes, utiliza-se a tabela 15, para determinar o valor
de ω.

Tabela 15: Valor do Coeficiente 𝛚 em Função da Esbeltez λ

Fonte: Norma NBR8400:1984

Pode-se observar que 𝜔𝑥−𝑥=1,4 e 𝜔𝑦−𝑦=2,09, deve-se agora multiplicar o valor da


tensão encontrada pelo coeficiente de flambagem.
37

𝜎𝑥−𝑥 = 37,7 ∗ 1,4 = 52,8 𝑀𝑃𝑎

𝜎𝑦−𝑦 = 37,7 ∗ 2,09 = 72,82 𝑀𝑃𝑎

Como as tensões determinadas acima são menores que a tensão admissível de 230 MPa,
não ocorrerá flambagem global nas pernas.

4.8.1.2 Flambagem localizada

Os dados apresentados são idênticos ao item 4.3.2, somente foi alterado os valores, de
modo a facilitar, será apresentado na Tabela 16, os cálculos dos parâmetros de flambagem para
pernas.

Tabela 16: Parâmetros de flambagem calculado nas Pernas.

Flambagem
Parâmetros Pernas
Tensão de referência "σRE" (Mpa) 327,25
Tensão Superior "compressão" (Mpa) -37,71
Tensão inferior "tração" (Mpa) 37,71
Tensão cisalhamento (Mpa) 2,32
θ = σt/σc -1,00
α= a/b 27,73
𝐾𝜎 23,90
𝐾𝜏 5,34
Tensão Crítica tra/com "σcrv" (Mpa) 7821,29
Tensão Crítica cisalhamento"τcrv" (Mpa) 12,43
Tensão Crítica comparação "σcrvC"(Mpa) 202,63
Coeficiente de Segurança "C.Sflam" 1,35
Tensão de comparação "σcp" (Mpa) 37,93
Tensão admissível "σadm" (Mpa) 150,10

Como 37,93 𝑀𝑃𝑎 < 150,1 𝑀𝑃𝑎, assim vemos que 𝜎𝑐𝑝 não ultrapassa o valor 𝜎𝑎𝑑𝑚,
sendo assim não ocorrerá flambagem localizada.
38

4.9 Resultados do Software AutoDesk Inventor

Foi também realizado para verificação da estrutura obtida, uma simulação feita no
software AutoDesk Inventor, e os resultados são mostrados a seguir, nas figuras de 19,20 e 21.
No qual podemos observar uma diferença no valores de Tensão Normal máxima, Tensão de
Cisalhamento e também na deflexão, achando valores menores que os achados no cálculo
analítico em relação a tensão admissível do material, validando ainda mais a rigidez e
veracidade na estrutura do pórtico.

Figura 19: Deslocamento máximo encontrado no software AutoDesk Inventor.


39

Figura 20: Tensão de cisalhamento máxima encontrado no software AutoDesk Inventor.

Figura 21: Tensão normal máxima encontrado no software AutoDesk Inventor.


40

Referências bibliográficas

[1] MÁQUINAS DE ELEVAÇÃO E TRANSPORTE. Disponível em:


https://kaiohdutra.files.wordpress.com/2016/07/met_aula1_introduc3a7c3a3o-c3a0-
mc3a1quinas-de-elevac3a7c3a3o-e-transporte.pdf. Acesso em: 23 de Março 2019

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