Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Belo Horizonte - MG
2017
Musicoterapia na ASPAC
Projeto para a implantação
da Musicoterapia nos atendimentos
oferecidos pela ASPAC.
Belo Horizonte - MG
2017
ASSUNTO: Musicoterapia na ASPAC.
PROPONENTES:
2263-05 – Musicoterapeuta
(Profissionais das terapias criativas, equoterápicas e naturológicas).
Descrição
Atendem pacientes e clientes para prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas
utilizando procedimentos específicos de musicoterapia. Habilitam pacientes e clientes; realizam
diagnósticos específicos; analisam condições dos pacientes e clientes. Atuam na orientação de
pacientes, clientes, familiares, cuidadores e responsáveis. Desenvolvem, ainda, programas de
prevenção, promoção de saúde e qualidade de vida.
Formação e Experiência
Objetivo geral
Objetivos específicos
Oferecer um ambiente terapêutico onde a criança possa se expressar e ter voz sobre suas
ações;
Proporcionar a estimulação global da criança, envolvendo aspectos sensório-motores,
cognitivos, afetivos e interpessoais;
Promover melhor qualidade de vida para a criança e para suas famílias;
Proporcionar um momento de prazer e alegria para o paciente;
Mostrar novas possibilidades de engrandecimento pessoal dentro das limitações que a
criança apresenta.
Já é de amplo conhecimento o poder de cura pela arte. Existem diversos tipos de terapia
que se utilizam de artes variadas para desenvolver as potencialidades em grupos específicos
com fatores ou psicológicos limitantes.
A musicoterapia, como disciplina, teve início no século 20, após as duas guerras
mundiais, quando músicos amadores e profissionais passaram a tocar nos hospitais de vários
países da Europa e dos estados Unidos, para os soldados veteranos. Logo, os médicos e
enfermeiros, puderam notar melhoras no bem-estar dos pacientes.
De lá para cá, a música vem sendo cada vez mais incorporada às práticas alternativas e
terapêuticas. Em 1972, foi criado o primeiro curso de graduação no Conservatório Brasileiro de
Música, do Rio de Janeiro. Hoje, no mundo, existem mais de 127 cursos, que vão de graduação
ao doutorado.
A música ajuda porque é um elemento com que todo mundo tem contato. Através dos
tempos, cada um de nós já teve, e ainda tem, a música em sua vida. Sendo inerente ao ser
humano, a música é capaz de estimular e despertar emoções, reações, sensações e sentimentos.
Nas últimas décadas, vários estudos na área de neurociências têm buscado explicar o
modo de funcionamento do processamento musical pelo sistema nervoso central e seus
possíveis usos para a prática clínica musicoterapêutica.
Muitas pesquisas na área de Musicoterapia, também nas últimas décadas, suportam uma
prática baseada em evidências com efeitos positivos com pessoas com deficiência intelectual
e/ou múltiplas nas áreas de comunicação, coordenação motora, relacionamento social, cognição
etc.
A ASPAC já identificou entre seus acolhidos o interesse pela música e, por esta razão,
deseja desenvolver o projeto de Musicoterapia com o público atendido pela instituição.
Metodologia
Vale lembrar que estas atividades e as técnicas próprias da Musicoterapia irão variar de
acordo com as demandas do paciente. Existem formas específicas de se trabalhar quando se tem
os objetivos predefinidos, que serão decididos de acordo com as expectativas da família e
também com as possibilidades do paciente.
Para se dar um exemplo, a linha da Musicoterapia Neurológica é a mais indicada
quando se tem o objetivo de alcançar melhoras no âmbito motor do paciente. Sua atuação é mais
pautada no ramo da reabilitação. Segundo ALBERTI e PFEIFER (2008, apud MONTEIRO,
2011): “A Musicoterapia Neurológica é a aplicação da música em pacientes com disfunções
cognitivas, sensoriais e/ou motoras por causa de uma enfermidade neurológica. Está baseado no
modelo neurocientífico da percepção e produção musical e o impacto da música sobre
mudanças na funcionalidade de condutas não musicais.”
Outro exemplo que podemos demonstrar seria o de maior aplicação na linha dos atrasos
do neurodesenvolvimento, como no caso do TEA (Transtorno do Espectro do Autismo). Para
atuar nesta área, a Musicoterapia se mune da linha da Musicoterapia Criativa, com grande
enfoque na chamada “improvisação criativa” proposta por Paul Nordoff e Clive Robbins, que
hoje em dia chamamos de modelo “Nordoff-Robbins”. Ele se baseia na ideia de que toda pessoa
pode fazer música, não importando se tem algum atraso de desenvolvimento ou não, e assim o
terapeuta seria apenas um provedor de situações para que o paciente se expresse musicalmente.
O modelo acredita que a improvisação musical pode gerar uma forma única de expressão e de
diálogo entre paciente e terapeuta, e que isto depois irá se traduzir na vida diária deste paciente e
em suas relações familiares e sociais. As qualidades únicas da música podem melhorar a
comunicação, apoiar e dar suporte às mudanças comuns do dia-a-dia e permitir uma maior
expressão e criatividade para as pessoas.
Mais uma amostra de linha de atuação que pode ser utilizada no tratamento
musicoterápico é a abordagem Músico-Centrada, muito defendida pelo musicoterapeuta
brasileiro André Brandalise. Neste tipo de atuação, a Música se torna uma entidade. O terapeuta
deve se munir de toda sua musicalidade clínica para propor ao paciente situações onde ele se
sinta acolhido e entendido, fazendo com que assim ele se solte mais e deixe sua marca nas
composições. Também é uma prática pautada na improvisação, mas também com grande foco
de importância na criação de temas propostos pelo próprio paciente. Assim, ele vê algo que
partiu dele mesmo virando uma música que irá lhe permitir entrar em seu mundo, e se sentir
confiante e confortável para se expressar e se colocar cada vez mais. (BRANDALISE, 2001).
Estas são apenas algumas das abordagens musicoterapêuticas possíveis de serem
utilizadas. Novamente reforçamos que a escolha será feita de acordo com a necessidade do
paciente e da expectativa de busca da família naquele momento. Depois da análise e da
anamnese feita em um primeiro encontro é que esta escolha será definida.
Entretanto, qualquer que seja a escolha das terapeutas sobre qual linha de atuação da
Musicoterapia será usada, é importante dizer que sobre todas elas irá predominar o olhar
Humanista. O Humanismo é uma linha de pensamento da Psicologia que surgiu na metade do
século XX, despontando nas décadas de 60 e 70, com o crescimento dos estudos no ramo da
Psicologia. Suas ideias partem do pressuposto que as partes do homem são menos valiosas do
que o homem como um todo, ou seja, cada ser humano é único e peculiar, e portanto deve ser
tratado de forma condizente com este seu valor único. Pensando com um olhar clínico, uma
pessoa com uma necessidade especial merece o mesmo nível de valor e de respeito que qualquer
outra, considerando também que ela não é apenas uma pessoal tem uma necessidade especial –
antes de tudo ela é uma pessoa, e que deve ser tratada como tal.
Assim, o trabalho proposto irá se pautar em um respeito extremo pelo paciente e suas
vontades, o respeitando como ser atuante e determinante, que tem total domínio de suas
escolhas e que tem uma tendência iminente de buscar saúde, como propõe Maslow (MASLOW,
1954). A visão das terapeutas sobre o paciente será sempre positiva e empática, buscando
soluções e formas de auxiliar o paciente da maneira mais prazerosa e eficiente possível.
Para desenvolvimento do projeto, a ASPAC irá se utilizar de sua própria estrutura física
(salas adaptadas para receber os atendimentos), mas necessita adquirir os instrumentos musicais
e contratar o profissional de musicoterapia.
Serão ofertados xxx grupos de atendimento que irão envolver
crianças/adolescentes/adultos e seus cuidadores, cada, totalizando XXX pessoas. Os grupos
serão organizados pela equipe de coordenação e os pais serão convidados a participarem
escolhendo o melhor horário. A seleção para os grupos, caso necessária, será feita por critérios
técnico terapêuticos (pacientes com maior indicação) e por ordem de inscrição.
Os atendimentos terão duração média de 45 minutos e serão realizados uma vez no
período de 24 meses. Cada grupo será formado por até três crianças/adolescentes/adultos e um
de seus familiares ou cuidadores (pai, mãe, avó etc.).
Plano de atividades:
Conforme a portaria 145, publicada no dia 11 de janeiro de 2017, o Ministério da Saúde inclui a
Musicoterapia como uma forma de tratamento que será oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Tal
forma de terapia passa a figurar na tabela dos atendimentos na categoria de "ações de promoção e
prevenção em saúde".
GUERRERO, Nina; MARCUS, David; TURRY, Alan. Nordoff–Robbins Music Therapy. In:
VÁRIOS AUTORES. The Oxford Handbookof Music Therapy. Cap. 15. 2015.