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Transformadores de Corrente para Sistemas de


Proteção: Seleção e Análise Transitória Durante Faltas
Luiz Carlos Ribeiro Junior¹, Noé Silva Neto², Rodrigo Comunian Amaro3
ProNext Engenharia
¹ luiz@pronextengenharia.com.br, ² noe.silva@pronextengenharia.com.br,
3
rodrigo@pronextengenharia.com.br

Resumo— A avaliação de transformadores de corrente (TCs) Primeiramente algumas definições, classificações e


para o uso em sistemas de proteção é de suma importância para expressões em relação aos TCs serão abordadas na seção
que o sistema desenvolvido opere de forma correta e satisfatória. seguinte, a literatura define algumas terminologias que fazem
Quando o TC é mal dimensionado para uma certa operação
parte do cotidiano da área de estudos dos transformadores de
podem ocorrer erros que consequentemente afetarão a tomada de
decisão de um relé conectado a ele. Assim, este trabalho apresenta corrente. Em seguida é apresentado o circuito equivalente de
alguns conceitos e definições importantes relacionados aos TCs, um TC e sua curva característica de excitação.
seu circuito equivalente e o fenômeno da saturação. Alguns
critérios estabelecidos por normas para se evitar a saturação são II. DEFINIÇÕES E CARACTERIZAÇÃO
apresentados, bem como alguns fatores que influenciam neste
fenômeno. Por fim é discutido o modelo transitório representativo A. Caracterização de um Transformador de Corrente
de TCs utilizando-se ferramentas computacionais como o ATP e a A presente seção tem por objetivo apresentar algumas
planilha CT-SAT do IEEE. definições que fazem parte da caracterização de um
transformador de corrente.
Palavras-Chave— Transformadores de Corrente, Saturação de
TCs, Análise Transitória, ATP. Burden de um Transformador de Instrumento: Carga total,
expressa geralmente em ohms ou Volt-Ampére conectada ao
I. INTRODUÇÃO secundário de um TC [2].
Os transformadores de corrente são equipamentos Exatidão: A exatidão define a capacidade de um TC em
indispensáveis nos sistemas de proteção, possuem o primário reproduzir a corrente primária no secundário, de acordo com a
conectado em série no circuito do qual fazem parte e reduzem proporção definida. Existem classes de exatidão definidas por
a corrente a níveis aceitáveis para utilização em relés e normas e de acordo com [3] o TC deve manter sua classe de
equipamentos de medição. A reprodução da corrente primária exatidão desde a corrente nominal (𝐼𝑛) até 20 vezes o seu valor
no secundário de um TC deve ser a mais fiel possível, para que [3].
o desempenho da proteção, por exemplo, não seja prejudicado.
Os TCs possuem o mesmo princípio de funcionamento dos Corrente nominal e relação nominal: A norma brasileira NBR
transformadores convencionais e seguem os mesmos 6856 define que para uma corrente secundária de 5A a corrente
fundamentos da transformação eletromagnética. Algumas das primária possui um valor entre 5 e 8000A.
características especiais que diferem os TCs de transformadores Fator de sobrecorrente nominal: Fator que exprime a relação
convencionais são o seu funcionamento praticamente em curto- entre a corrente máxima com a qual o TC de proteção mantém
circuito e a independência da corrente primária, já que é ela que sua classe de exatidão nominal e corrente nominal [3].
define a corrente secundária.
A seleção e especificação de um TC é um requisito muito Fator térmico: Fator que multiplicado pela corrente primária
importante para que os sistemas de proteção operem de forma nominal indica a corrente primária máxima que o TC pode
satisfatória durante e após grandes perturbações no sistema. O suportar em regime permanente sob frequência e carga nominal,
fenômeno da saturação deve ser estudado para que uma sem exceder os limites de temperatura e classe de exatidão
deformação na forma de onda da corrente secundária não atrase especificados [3].
a operação de um relé ou faça que ele atue de forma Nível de Isolamento: Tensão suportável normalizada que
desnecessária [1]. caracteriza a isolação do TC [3].
Normas como a IEEE Std C37.110-2007, IEC 60044-6, e
ABNT NBR 6856 fornecem diretrizes de como se deve Corrente de excitação: Corrente que percorre o enrolamento
proceder na seleção e estudo de TCs para operações secundário de um transformador quando se aplica tensão e
satisfatórias. Também outras referências na literatura são frequência nominal, estando o secundário em aberto [3]
utilizadas neste trabalho para definição de critérios nos estudos
de TCs.
2

B. Circuito equivalente e curva de excitação III. FATORES DE INFLUÊNCIA NA SATURAÇÃO DE TCS


A figura 1 apresenta o circuito equivalente elétrico Alguns dos principais fatores que influenciam na saturação
simplificado de um transformador de corrente. A corrente de dos TCs são o elevado Burden conectado ao seu secundário,
magnetização (𝐼𝑀 ) mostrada, geralmente é muito pequena, já elevadas correntes de curto-circuito com característica
que a impedância do ramo magnetizante é alta, assim, a corrente assimétrica e fluxo remanescente no núcleo do TC.
𝐼𝑆 reflete de forma bastante precisa, em condições normais de
operação do TC, a corrente primária do sistema. A. Transitórios em Circuitos RL
Seja o circuito RL apresentado na figura 3. A tensão 𝑣(𝑡)
aplicada aos terminais do sistema é dada por:
v(t )  VMax Sen(t   ) (1)

A equação que descreve o circuito será:


di
VMax Sen(t   )  Ri  L (2)
dt
Figura 1: Circuito Equivalente Elétrico Simplificado de um TC

A relação entre a corrente de magnetização e a tensão


secundária (𝑉𝑠) é representada por meio de uma curva
denominada curva de excitação secundária de um TC. A partir
da curva de saturação pode-se por exemplo, determinar a
exatidão da relação de transformação [4].
Uma curva de excitação típica de um TC é apresentada na
figura 2 [4]. Observe que essa característica comumente é
plotada em escala bi logarítmica. Figura 3: Circuito Elétrico RL

1000 A resolução da equação diferencial (2) é descrita por:


 
Tensão Secundária [V]

Vx VMax 
Rt
i(t )   Sen (t     )  e L
Sen(   )  (3)
100 Z  
Onde:
𝑍 = √𝑅2 + (𝜔𝐿)²: Impedância do sistema.
10 𝜔𝐿
𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 ( 𝑅 ) : Fator de potência do sistema.

Observe na equação (3) que existem duas parcelas de


1
corrente, uma correspondente a componente alternada senoidal
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Corrente de Excitação [A]
e outra correspondente a uma componente contínua que
decresce exponencialmente com o tempo. O gráfico da figura 4
Figura 2: Curva de excitação de um TC [4] ilustra a componente alternada, contínua e a corrente total de
curto circuito.
Um valor de tensão em especial da curva de excitação é
40000
denominado de ponto de joelho (knee point). Este ponto de
acordo com a Std IEEE C37.110-2007 é o ponto de máxima 30000
permeabilidade magnética sendo definido por uma reta tangente
20000
a curva por um ângulo de 45° graus com a abscissa. Outras
Corrente [A]

definições de ponto de joelho podem ser encontradas na 10000


literatura, como por exemplo na norma IEC 60044 [5]. Por fim, 0
pode-se definir na curva a chamada tensão de saturação (𝑉𝑥) 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
que de acordo com [2] é a tensão simétrica no enrolamento -10000
secundário do TC na qual o pico de indução excede a densidade -20000
de fluxo de saturação. Ainda de acordo com [2] tal tensão pode
ser encontrada na curva de saturação através da interseção das -30000
tempo [s]
retas que passam pela região saturada e não saturada. i(t) i(contínua) i(alternada)
Vários fatores podem fazer com que um TC opere na região Figura 4: Componentes da corrente de curto-circuito
de saturação e consequentemente distorça a informação de
corrente enviada aos relés. A próxima seção aborda este tema A assimetria da corrente de curto depende fortemente da
de extrema importância no estudo dos TCs. constante de tempo 𝑋/𝑅 do sistema, quanto maior essa relação,
maior o tempo para o decaimento da componente contínua.
3

De acordo com [4] a componente de corrente contínua é a Já para o caso da saturação DC com carga puramente
causa maior da saturação pois ela compromete a orientação dos resistiva a norma IEEE sugere a seguinte inequação:
domínios magnéticos e causa um aumento do fluxo magnético
 X (8)
no núcleo do TC distorcendo a forma de onda de corrente do VX  I s  Z s 1  
secundário.  R
Onde:
B. Burden do TC 𝑋
𝑅
: Relação X/R do sistema no ponto de falta.
Todas as cargas conectadas ao secundário de um TC possuem
alguma impedância, inclusive o próprio TC possui uma Se a carga do secundário do TC possuir característica
impedância interna que deve ser levada em consideração. indutiva a inequação será:
Assim, a impedância total do secundário de um TC é dada por:
 X R  Rb  (9)
Z B  ZTC  ZRe les  ZCabos (4) VX  I s  Z s 1   TC 
 R Zs 
Onde: Onde:
𝑍𝑇𝐶 : Impedância secundária do TC que de acordo com [6] e [7] 𝑅𝑇𝐶 : Resistência do TC;
pode ser calculada da seguinte forma: 𝑅𝑏 : Resistência dos Relés.
 TCs com relação de transformação mais alta (3000:5)
Quando há a presença de fluxo remanescente a norma sugere
ZTC  0,0025 / esp (5) que o cálculo da tensão de saturação seja dado por:
 TCs com relação de transformação mais baixa (300:5)  X R  Rb 
I s  Z s 1   TC 
ZTC  0,005 / esp (6) VX   R Zs  (10)
1  FR pu
𝑍𝑅𝑒𝑙𝑒𝑠 : Impedância total dos relés conectados aos TCs. Onde:
𝑍𝐶𝑎𝑏𝑜𝑠 : Impedância dos cabos conectados aos secundários dos 𝐹𝑅𝑝𝑢 : Fluxo remanescente em p.u.
TCs.
A referência [6] apresenta um critério para verificação da
Uma observação a ser realizada em relação a equação (4) saturação dos TCs de acordo com a seguinte inequação,
trata-se de algumas particularidades citadas na norma Std IEEE adotando que a tensão nominal seja 20 vezes a tensão na carga
C37.110 sobre a impedância total em sistemas com conexões padrão na corrente nominal:
trifásicas que devem ser atendidas para o cálculo correto do
burden do TC.  X
20  I s  Z s 1   (11)
Quando o burden do TC é elevado o equipamento trabalha  R
com tensões mais elevadas para um determinado valor de Onde todas as grandezas são expressas em p.u.
corrente o que pode leva-lo a uma condição de saturação.
C. Fluxo Remanescente V. O MODELO TRANSITÓRIOS DOS TCS
Devido as suas características construtivas o TC pode reter A. Modelo ATP
certa quantidade de fluxo magnético após o desligamento, A representação transitória de TCs pode ser realizada por
mediante um caso de curto-circuito, durante um certo intervalo meio de modelos computacionais presentes em softwares de
de tempo [8]. Se existir um fluxo remanescente no núcleo do simulações transitórias como por exemplo o ATPdraw. Em [10]
TC na ocorrência de uma nova falta ele pode saturar mais o autor apresenta três maneiras distintas de se representar o TC.
rapidamente dependendo da polaridade do fluxo gerado [4]. Em O primeiro modelo é representado através de um transformador
sistemas com religamentos automáticos é importante se ideal, através de um ramo de magnetização com característica
conhecer o tempo de decaimento do fluxo remanescente para não linear. O segundo modelo também é representado por um
que o sistema de proteção não atue de forma equivocada, ou transformador de núcleo saturável, porém, não é modelada a
mesmo não atue em uma situação de falta [9]. histerese, é inserido um indutor tipo 98 não linear para
caracterização do ramo magnetizante. Por fim, o modelo três,
IV. CRITÉRIOS PARA EVITAR A SATURAÇÃO DE TCS considera o efeito da histerese no transformador, substituindo o
A Std IEEE C37.110 apresenta alguns critérios para se evitar modelo de indutor 98 pelo modelo 96.
a saturação de TCs que serão explanados a seguir. Nas entradas de dados do modelo ATP é necessário fornecer
A referida norma diz que para se evitar a saturação AC deve as características da curva de magnetização do TC (obtidas de
ser respeitada a seguinte inequação: ensaio), e que são geralmente fornecidos em valores de tensão
e corrente de excitação, porém, as entradas de dados do ATP
VX  I s  Z s (7) são realizadas em corrente e fluxo, sendo necessária uma
Onde: conversão de unidades. Em [9] é sugerido a utilização da rotina
𝑉𝑋 : Tensão de Saturação do TC; BCTRAN do ATP para realização desta conversão. Já a
𝐼𝑠 : Corrente primária dividida pela relação de transformação do referência [11] sugere a utilização da rotina saturation através
TC. do modelo do transformador saturable 1 phase.
𝑍𝑠 : Burden Total no secundário do TC.
4

B. Modelo IEEE PSRC VI. UTILIZAÇÃO DOS MODELOS TRANSITÓRIOS PARA O


Uma outra forma de se avaliar o desempenho transitório de ESTUDO DE SATURAÇÃO DE TCS
um TC é através da planilha proposta pelo IEEE Power System Para validar os conceitos das seções anteriores que
Relaying Committee (PSRC). Esta planilha apresenta a forma apresentaram os critérios para seleção de TCs e parâmetros que
de onda da corrente secundária do TC no tempo de acordo com influenciam na saturação do equipamento, serão apresentados
alguns parâmetros de entrada solicitada ao usuário. A alguns exemplos de utilização da planilha IEEE e do modelo
formulação matemática para a representação da curva gerada transitório ATP através do elemento 98 não linear.
não será tratada neste trabalho e pode ser encontrada em [12]. O TC utilizado nesta seção possui relação de transformação
Os dados de entrada necessários e a curva de magnetização de 3000/5A. Sua classe de exatidão de acordo com a NBR 6856
apresentada na planilha com alguns pontos importantes na é dada por 10B400, o que significa que o TC é de baixa
construção do perfil de corrente do secundário são mostrados impedância e entrega até 400V para a carga quando a corrente
na figura 5 e 6 respectivamente. atinge 20 vezes a corrente secundária nominal. Assim, o burden
nominal do TC pode ser encontrado da seguinte forma:
V  Zb  20I N (13)

400 (14)
Zb   4
20  5
O sistema onde o TC é conectado possui tensão de 500kV, a
corrente de curto-circuito trifásica simétrica possuí valor de
21,3 kA com relação X/R no ponto de falta do sistema de 23,86.
A curva de saturação ensaiada do TC é apresentada na figura 7.
Sua impedância interna é de 0,48Ω.
Figura 5: Dados de Entrada planilha IEEE
1000
O primeiro parâmetro de entrada chamado de slope da curva
é representado pela inclinação da reta da região saturada da
curva. 100
Ue (V)

1 Ve
 (12)
S I e 10

1
0,01 0,1 1 10
Ie (A)
Figura 7: Característica IxV de ensaio do TC

A impedância dos relés conectados a este TC e a impedância


dos cabos somam 0,8Ω. Assim, o burden do total do TC é 𝑍𝐵 =
1,28Ω.
A. Verificação dos critérios de saturação.
Figura 6: Curva de saturação da planilha IEEE Como apresentado, a Std IEEE C37.110 sugere a verificação
da inequação (7) para se evitar a saturação AC. Assim:
A tensão 𝑉𝑆 é denominada de tensão de saturação, seu valor
21300 1, 28 (15)
é obtido para o valor de corrente de excitação de 10A. O VX 
600
parâmetro 𝑁 é dado pela relação de transformação do TC. Os
𝑉𝑋 como já mencionado é a tensão de saturação que para este
parâmetros 𝑅𝑤 , 𝑅𝑏 e 𝑋𝑏 equivalem respectivamente aos valores
caso vale 600V.
de resistência secundária do TC, resistência e reatância da carga
conectada ao secundário do equipamento. É também solicitado VX  45, 44 (16)
a relação 𝑋/𝑅 do sistema. O parâmetro 𝑂𝑓𝑓 está relacionado Logo, o TC não satura por este critério.
ao grau de deslocamento DC e varia entre 0 ≤ 𝑂𝑓𝑓 ≤ 1, sendo Agora a verificação da saturação DC, de acordo com a
que o valor zero significa que não há componente assimétrica inequação 8:
na corrente de falta. O parâmetro 𝜆𝑅𝑒𝑚 refere-se ao fluxo
remanescente em p.u na base de 𝑉𝑆 e por fim, o valor 𝑖𝑝 refere-  21300 1, 28 
  1  23,86 
VX   (17)
se a corrente de curto simétrica no primário.  600 

VX  1129,6 (18)
5

Observe que a inequação não é satisfeita. Assim, haverá B. Simulação dos Modelos Transitórios
saturação DC no transformador de corrente. A situação descrita no item anterior é simulada na planilha
O burden necessário para que não haja saturação pode ser IEEE com os dados de entrada apresentados. A característica da
obtida da inequação (11) e equivale a: corrente secundária pode ser observa na figura 8. Na curva, a
Z s  0,522 (19) forma de onda na cor azul representa característica ideal da
corrente no secundário, já a forma de onda na cor preta é a
Note então que mesmo respeitando-se o burden nominal do corrente real no secundário do TC com o efeito da saturação.
TC ele entrará na condição de saturação. As linhas mais finas representam o valor da corrente eficaz
obtida. Observe o surgimento da saturação em torno de 0,04s
que vai se atenuando no tempo.

Figura 8: Corrente no secundário do TC para Zs=1,280 Ohms

Como foi discutido na seção III o aumento do burden no novamente alterado para 0,522𝛺 (valor calculado para que não
secundário de um TC possui influência direta no fenômeno da haja saturação). Os resultados são apresentados nas figuras 9 e
saturação. Isso pode ser visto modificando-se o burden total do 10 respectivamente.
TC para o valor nominal de 4𝛺. Posteriormente o valor é

Figura 9: Corrente no secundário do TC para Zs=4 Ohms

Figura 10: Corrente no secundário do TC para Zs=0,522 Ohms

Observe que para 𝑍𝑆 = 4𝛺 a saturação do TC ocorre de modelo criado utiliza o indutor não linear 98 para representar o
forma mais rápida e consequentemente a distorção de forma de ramo magnetizante e o transformador utilizado é do tipo ideal.
onda do secundário é mais acentuada para esta situação. Já Embora esse modelo de representação do TC não seja o ideal
quando é burden é modificado para 0,522𝛺 a saturação para simulações de fluxo remanescente, já que não é modelado
praticamente desaparece. e efeito da histerese ele será utilizado pela simplicidade e
Para apresentar agora o efeito do fluxo remanescente nos porque o período de religamento utilizado é baixo, não afetando
TCS será utilizado o modelo ATP apresentado na seção V. O a visualização do resultado esperado.
6

O sistema representativo criado pode ser visto na figura 11. É simulado o curto-circuito trifásico com burden de 1,28Ω e
comparado com um caso ideal de transformação, desprezando-
se o ramo magnetizante. O resultado pode ser observado na
figura 13
A simulação é iniciada no instante de tempo t=0 e continua
até o instante t=0.2 quando a chave entre os pontos B e C é
aberta. O sistema permanece desligado por 0.1s e religado no
instante t=0.3 novamente sob a situação de curto, até o fim da
simulação em t=0.5s.

Figura 11: Circuito ATP

Como já mencionado anteriormente, a representação do


indutor não linear é realizada através da curva de magnetização
do TC, corrente versus fluxo magnético (𝐼𝑒 𝑥∅𝑚 ), a conversão
parar tais unidades foi realizada através da rotina saturation e o
resultado da conversão gerado no arquivo LIS do ATP é
apresentado na figura 12.
Figura 12: Conversão das unidades da curva de saturação
100

[A]

60

20

-20

-60
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 [s] 0,5

(file Tcsat.pl4; x-var t) c:D - c:H -

Figura 13: Condição de religamento realizada no ATP

A curva da cor verde na figura 13 é a característica ideal da REFERÊNCIAS


corrente secundária do TC (desprezando-se a saturação) e a [1] Alstom Grid - AREVA “Network Protection & Automation guide”. First
curva da cor vermelha é a característica real da corrente. Note Edition. Paris, France. Jul, 2002. ISBN:2-9518589-0-6.
que a forma de onda até o instante t=0.2s é muito semelhante a [2] IEEE C37.110-2007.” IEEE Guide for the Application of Current
Transformers Used for Protective Relaying Purposes, 2007.
curva da figura 8 da planilha do IEEE. Quando o sistema é [3] ABNT – NBR 6856. “Transformador de Corrente – Especificação e
religado em 0.3s a saturação no TC ocorre de forma muito mais Ensaios”. Mar 2015.
rápida, devido ao fluxo remanescente do transformador de [4] FRONTIN, Sérgio O. “Equipamentos de Alta Tensão: Prospecção e
corrente. Hierarquização de Inovações Tecnológicas”; Brasília: Teixeira, 2013
[5] IEC Standard IEC 60044-6. “Requirements for Protective Current
Transformers for Transient Performance” First Edition 1992.
VII. CONCLUSÕES [6] ZOCHOLL, S.E. “Analyzing and Applying Current Transformers”.
Schweitzer Engineering Laboratories, Inc. First Edition, Aug, 2004.
Este artigo apresentou alguns conceitos fundamentais para o [7] BENMOUYAL, Gabriel; ROBERTS, Jeff; ZOCHOLL, S.E. “Seleção de
estudo de TCs para a proteção. Foram discutidos alguns TCs para Otimização do Desempenho dos Relés”. SEL Journal of Reliable
critérios para se evitar a saturação do equipamento e alguns Power, Sep 2011;
modelos transitórios que podem ser utilizados para a análise. [8] COELHO, Aurélio Luiz Magalhães. “Análise da Resposta Transitória de
Transformadores de Corrente de Proteção e o Impacto em Relés de
Alguns fatores influenciam o desempenho dos TCs, como por Sobrecorrente Numéricos”. Dissertação de Mestrado, UNIFEI – Itajubá,
exemplo, a característica assimétrica da corrente de curto, a 2011.
impedância conectada ao TC e o fluxo remanescente. O que se [9] SILVA, Paulo Sérgio. “Investigação Sobre os Efeitos da Saturação em
deve ter em mente é que nem sempre a ocorrência do fenômeno Transformadores de Corrente de Proteção”. CESEP, UFMG, Jul 2014.
[10] KEZUNOVIC, M., KOJOVIC, L. J., FROMEN, C. W., PHILLIPS, F.,
da saturação irá impactar o desempenho da proteção, o ABUR, A., SEVCIK, D. R., “Experimental Evaluation of EMTP-Based
profissional deve-se atentar sim ao grau de saturação do TC e Current Transformer Models for Protective Relay Transient Study”, IEEE
se este possui um nível aceitável para uma boa atuação dos Transactions on Power Delivery, Vol. 9, No. 1, January 1994.
relés. Existem hoje técnicas sofisticadas de processamento de [11] CARVALHO, Túlio Sallum. “Análise Comparativa de Modelos
Computacionais de Transformadores de Corrente via Medições e
sinais que tendem a tornar as informações captadas pelo TC Simulações”. Dissertação de Mestrado, UNIFEI – Itajubá, 2015.
muito confiáveis. [12] PSRC. “Theory for CT SAT Calculator”. Spreadsheet originated by the
Entender o comportamento dos transformadores de corrente IEEE PSRC Committee Responsible for STANDARD IEEE C37.110, Jun,
e suas principais características é de suma importância para que 2001.
o sistema de proteção seja confiável e preciso.

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