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ÁGUA OXIGENADA NA HIDROPONIA

Um dos maiores, senão o maior problema na agricultura é a constante incidência


de pragas, que vão deste ervas daninhas até bactérias, fungos e vários insectos e larvas,
que chegam a dizimar áreas cultivadas enormes, causando sérios prejuízos ao agricultor.
Através dos séculos, os agricultores procuraram dominar essas pragas, usando vá-
rios artifícios, desde o uso de insectos benéficos e plantio de ervas com carácter repelen-
te, até ao uso de chás e infusões tanto de carácter repelente quanto de carácter destrutivo
com os mais variados efeitos.
Com o desenvolvimento da ciência química, estas práticas se desenvolveram pro-
fundamente, especialmente com o desenvolvimento da química orgânica, abrindo-nos
novos horizontes com a criação e produção de produtos químicos que hoje conhecemos
como defensivos agrícolas, erròneamente denominados pelos menos avisados como a-
grotóxicos.
Na sua maioria, êstes produtos muitas vezes são residuais nos produtos agrícolas,
e via de regra causam danos aos seres vivos, destacando-se o ser humano.
Este texto relata de uma série de informações e resultados obtidos pelo autor du-
rante mais de quarenta anos de pesquisa na prática da técnica agrícola denominada co-
mo Hidroponia, onde a maioria das pragas se propaga com alta velocidade pelas plantas.
Muitos destes resultados foram consequência de acasos, acidentes e observações,
da mesma forma como o foram muitos daqueles que se tornaram de grande benefício
para a humanidade, como o caso da descoberta das bactérias e dos antibióticos.
Não pretende o autor ser o dono da verdade, nem tampouco apresentar aqui A
SOLUÇÃO DEFINITIVA PARA VÁRIOS PROBLEMAS DE PRAGAS NA AGRICULTURA.
Pelo contrário, apresento-lhes MAIS UMA POSSÍVEL SOLUÇÃO MUITO EFICI-
ENTE, de baixo custo e aplicação simples, para contornar e muitas vezes resolver ditos
problemas, sem deixar resíduos tóxicos para os seres vivos.
Tudo começou com a procura pelo autor de uma maneira de oxigenar soluções nu-
tritivas em uma pequena instalação de pesquisa sobre Hidroponia, há mais de quarenta
anos, usando água oxigenada.
Comecemos, pois, as coisas, pelo início, para melhor compreensão do leitor.
Procuraremos usar a linguagem mais simples possível, mesmo sabendo que ao
usá-la cometeremos propositalmente alguns erros conceituais, pelo que antecipadamente
nos penitenciamos.
Mas nossa meta é abranger aqueles com menor conhecimento técnico/científico e
não ministrar uma aula de Química, Física ou Biologia, embora em diversas passagens
deste texto isso seja necessário.

O QUE É O PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO?

O Peróxido de Hidrogénio ou Peridrol é um compôsto inorgânico cuja molécula é


formada por dois átomos de Hidrogénio e dois átomos de Oxigénio.
Para facilidade, usaremos aqui mais frequentemente o têrmo Peridrol.
Sua fórmula química é H2O2.
É muito semelhante à água, que é um óxido quìmicamente conhecido como Monó-
xido de Hidrogénio de fórmula H2O.

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Assim, o Peróxido de Hidrogénio ou Dióxido de Hidrogénio também é um óxido, e
se apresenta como um líquido levemente viscoso, incolor, às vezes levemente amarelado
dependendo de sua pureza, com cheiro semelhante ao ácido nítrico, muito instável, com
densidade 1,46, e altamente solúvel em água.
Consequência de sua instabilidade decompõem-se fàcilmente, e os compostos re-
sultantes dessa decomposição são Água e Oxigénio.
Essa decomposição é acelerada pela temperatura ambiente e pela incidência de
radiações UV e IV.
Razão disso deve e é acondicionado ao abrigo da luz, em ambientes frescos, e
muitas vezes refrigerados, sempre usando embalagens o mais escuras possível.
Sua decomposição se dá em duas fases que não são imediatas uma à outra.
Há um pequeno intervalo de tempo entre cada uma delas.
Na primeira, se decompõe em uma molécula de água e um átomo de Oxigénio ex-
tremamente reativo, o Oxigénio Atómico, como vemos abaixo.
H2O2 → H2O + O-- ↑
Na segunda fase, cada dois átomos de O-- (Oxigénio atómico) se neutralizam, for-
mando uma molécula de Oxigénio, que embora muito reativo, apresenta uma reação mais
lenta ou atenuada que o Oxigénio atómico.
Notem que um pedaço de ferro exposto ao ar, por exemplo, demora bastante para
oxidar (enferrujar).
Então, temos que
2 O-- → O2
Essa é a forma de oxigênio contida em maior quantidade no ar que respiramos.
Somando estas duas equações químicas e ajustando seu equilíbrio, poderemos
escrever uma única como segue
2 H2O2 → 2 H2O + O2↑
Para os fins dos trabalhos descritos nêste texto, é de suma importância a primeira
fase de decomposição, pois o Oxigénio atómico produzido durante a mesma é extrema-
mente reativo, e oxida fàcilmente tanto elementos químicos metálicos como não metálicos
quanto compostos inorgânicos e orgânicos, sendo estes últimos os mais fàcilmente oxi-
dados.
Quando os dois tipos de compostos se encontram misturados de alguma forma,
sempre os primeiros a serem oxidados são os orgânicos.
Da mesma forma, é de suma importância notar que por sua decomposição, os pro-
dutos resultantes dessa decomposição, água e Oxigénio Molecular, repetindo, não são
nocivos a qualquer ser vivo, sejam eles animais ou vegetais.
A particularidade que êste compôsto apresenta de provocar a fácil oxidação de
compostos orgânicos, tornam-no um excelente desinfectante, pois destrói por oxidação
(queima) bactérias, fungos, algas, e até larvas e insectos, e se não for usado com parci-
mónia, destrói até as raízes e folhas das plantas, embora estas tenham capacidade sufi-
ciente para se regenerar.
Como dissémos, também o torna um grande insecticida, ao oxidar (queimar) o sis-
tema nervoso central de muitos insectos, desta forma, provocando sua morte.
Quando não encontra mais presente algum tipo de matéria orgânica, o Oxigénio
Atómico passa então a oxidar metais e não metais, além de outros compostos minerais.

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E quando estes últimos compostos passíveis de oxidação não estão mais presen-
tes, o Oxigénio Atómico residual se transforma em Oxigénio Molecular (O2), que se difun-
de para a atmosfera ou se dissolve no meio onde as reações de oxidação aconteceram.
Assim, o Peróxido de Hidrogénio, ou Peridrol, pode ser um poderoso DEFENSIVO
AGRÍCOLA, após a acção do qual, repetindo mais uma vez, não teremos resíduos tóxicos
a nenhum ser vivo, seja ele animal ou vegetal.
E uma das coisas importantes que justificam o seu uso É O SEU CUSTO EXTRE-
MAMENTE BAIXO.
No entanto, NO SEU ESTADO PURO é um produto de manuseio e armazenamen-
to relativamente perigoso.
Este perigo para o usuário comum, no entanto, foi de há muito eliminado, usando-
se inúmeras diluições do mesmo em água.
Mesmo assim, diluições muito concentradas, também devem ser armazenadas e
manuseadas com cautela.

O QUE É ÁGUA OXIGENADA?

A Água Oxigenada é uma solução aquosa de Peróxido de Hidrogénio ou Peridrol,


oferecida em múltiplas concentrações, de aparência incolor e cristalina, com densidade
variável de acordo com o conteúdo de dito Peridrol.
Temos também disponível no mercado a chamada Água Oxigenada Cremosa,
mais dirigida para uso como cosmético.
Para uso em agricultura, não costumamos recomendar água oxigenada cremosa,
porque para sua produção, são adicionados à mesma um conjunto de produtos químicos,
para os quais não tivémos acesso até o momento, a algum estudo de sua periculosidade
ou não para os seres humanos.
No entanto, vários agricultores, especialmente os hidroponistas, têm usado a forma
cremosa, e não temos relatos de sua toxicidade até o momento.
Mesmo assim, sempre que possível é melhor evitá-la.
Industrialmente, também se encontram as águas oxigenadas denominadas “food
grade”, com grau de pureza específico para uso em produtos alimentícios.
Internacionalmente aceite e determinado, as diversas águas oxigenadas comercia-
lizadas são caracterizadas por parâmetros químicos, como composição diluição e tipo de
estabilizante utilizado.
Parâmetros físicos como densidade, fluidez e turbidez não são utilizados, em virtu-
de de apresentarem muitas variações conforme as condições ambiente onde são medi-
dos.
A nomenclatura mais comum usada para indicar a concentração de diferentes á-
guas oxigenadas é a de VOLUMES.
Esta nomenclatura indica qual o volume de Oxigénio que é liberado pela decompo-
sição do Peridrol contido numa determinada diluição.
Assim, um litro de água oxigenada a 10 volumes, libera 10 litros de Oxigénio pela
decomposição de todo o Peridrol nela contido.
Atualmente a nomenclatura usada internacionalmente é a expressão do percentual
de Peridrol contido em determinada água oxigenada.
Usando o exemplo anterior, uma água oxigenada a 10 volumes, é uma solução de
peridrol a 3,07%, ou, em números redondos, 3,0%.
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Há uma relação para transformar os valores expressos em uma nomenclatura para
a outra, que é a seguinte:
% H2O2 = 0,3027 V onde V = Volumes.
Assim, por exemplo:
Uma água oxigenada a 10 Volumes tem:
% H2O2 = (10 x 0,3027) = 3,027 % → 3,0 %
Mesmo considerando esta determinação internacional, as embalagens de águas
oxigenadas continuam apresentando nos rótulos as duas conotações.
Para facilitar as coisas para nosso leitor, vejam abaixo uma tabela das diferentes
águas oxigenadas mais comuns encontradas no comércio.
Elas podem ser encontradas nas farmácias, nas casas de materiais cirúrgicos, nos
supermercados e atualmente em vários estabelecimentos que comercializam insumos
para agricultura.

CONCENTRAÇÕES DE DIFERENTES ÁGUAS OXIGENADAS


CONCENTRAÇÃO EM ml DE
CONCENTRAÇÃO EM VOLUMES CONCENTRAÇÃO EM % DE H2O2
H2O2/litro DE SOLUÇÃO
10 VOLUMES 3,0 % 30,27 ml/l
20 VOLUMES 6,0 % 60,54 ml/l
30 VOLUMES 9,0 % 90,87 ml/l
130 VOLUMES 39,0 % 393,51 ml/l
200 VOLUMES 60,5 % 605,40 ml/l
AS CONCENTRAÇÕES EM % TIVERAM SEUS VALÔRES ARREDONDADOS PARA FACILIDADE DE CÁLCULOS

Mesmo bem acondicionada em frascos escuros, normalmente na cor âmbar, preta,


verde ou branco translúcido para reduzir a ação das radiações UV e IV, teremos ainda
uma decomposição parcial do Peridrol contido nessas soluções.
Assim, sempre é adicionada às soluções uma pequena quantidade de algum ácido,
normalmente ácido fosfórico ou ácido fosforoso, para tornar a solução levemente ácida,
pois o meio ácido reduz a decomposição do Peridrol.
Nas águas para uso medicinal, também são usados estabilizantes orgânicos, como
a Fenacetina.
Esta prática é aprovada pela Associação Mundial de Saúde, e pela ANVISA no
Brasil, o que permite que a água oxigenada seja usada para uso humano tanto interno
como externo.
A quantidade de ácido usada é extremamente pequena, na ordem de 0,5 a 1,0
ppm, e não afeta em nada as reações que esperamos de nossa água oxigenada.

QUANDO E COMO UTILIZAR A ÁGUA OXIGENADA

O uso humano de água oxigenada se perde pelo tempo, e o mais comum é sua uti-
lidade como hemostático.
Acredito que muitos leitores devem lembrar-se de suas mães e avós que coloca-
vam água oxigenada em ferimentos para estancar sangramentos.
Sempre foi utilizada também como um desinfectante de ferramentas e incisões nas
salas de cirurgia de hospitais e ambulatórios.
Lamentàvelmente esta prática caiu em desuso, e não temos explicações para isto.
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Mas, voltemos ao tema principal deste texto.
Podemos afirmar, pelas experiências levadas a efeito durante muitos anos, que de-
vemos podemos sempre utilizar a água oxigenada na agricultura, especialmente quando
praticamos a Hidroponia.
Mesmo quando não tenhamos efeitos visíveis de algum tipo de praga, ela será
sempre um tratamento preventivo, pràticamente sem efeitos colaterais.
Mais atualmente isso nos foi comprovado com extensa experiência em culturas hi-
dropónicas e mesmo em solo, tanto em ambientes protegidos como não protegidos.
Nas culturas hidropónicas, ela pode ser usada dissolvida na solução nutritiva, ou
aplicada como aspersão foliar, conforme a praga que precisamos combater e/ou evitar, e
conforme sua localização e origem.
Nas culturas em solo, protegidas ou não, até ao momento tem sido utilizada em
aspersão foliar, e sempre que possível como aspersão do solo.
Da mesma forma, deve o hidroponista fazer aspersão no solo em baixo das banca-
das de cultivo hidropónico e nos corredores entre as mesmas.
Durante toda a explanação que faremos, daremos sempre ênfase à sua aplicação
na Hidroponia, e destas aplicações, fàcilmente o leitor deduzirá sua aplicação nas culturas
em solo.

COMO FUNCIONA O PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO OU PERIDROL?

Antes de explicar o mecanismo de ação do Peridrol, vamos falar de um composto


químico orgânico chamado QUITINA.
Depois da celulose, a quitina é o compôsto orgânico mais abundante na natureza,
e muitos cientistas a consideram como um derivado da celulose.
Não vamos aqui entrar em grandes detalhes sobre êste compôsto no que tange à
sua formação e degradação, e a simplificação que iremos fazer sobre êste tema, poderá
até levar-nos a alguns erros conceituais dos quais estamos plenamente conscientes, e
sabendo que irão ocorrer, nos penitenciamos antecipadamente.
A quitina é um polissacarídeo constituído por um polímero de cadeia longa de N-
acetilglicosamina.
Insolúvel em água e textura córnea, é o precursor direto da quitosana.
Ocorre naturalmente em diversos organismos, sendo o principal componente
da parede celular dos fungos e do exoesqueleto dos insectos e dos artrópodes.
Está presente também na rádula dos moluscos, no bico dos cefalópodes e na con-
cha dos foraminíferos.
Junto com a quitina, e derivada da mesma, encontramos também um compôsto
chamado de quitosana, já mencionado, que também é um polisacarídeo.
Não deve ser confundida com a queratina, que é uma proteína.
Um pouco complicado, não é?
Vamos simplificar.
A quitina é um polisacarídeo. Podemos dizer que é um tipo de açúcar, que contém
Nitrogénio na sua cadeia molecular, mas não é doce.
Ela é mecânicamente muito resistente, muito flexível, permeável à água e muito
susceptível à decomposição por oxidação com Oxigénio Atómico, resistindo perfeitamente
bem ao Oxigénio Molecular existente no ar que nos circunda.
Ela forma a membrana das células da maioria, senão da totalidade dos fungos.
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Sabemos que os insectos não possuem um esqueleto como nós o entendemos, e
possuem um sistema nervoso central muito sensível, geralmente situado na parte ventral
desses animais.
Pois bem, a resistência mecânica do corpo dos insectos é dada por uma camada
de quitina que os envolve e protege, sob a qual também podemos encontrar uma camada
de quitosana.
A essa camada ou película protetora, chamamos exoesqueleto (está pelo lado de
fora).
Digamos um tipo de esqueleto externo.
Já notaram como é difícil matar por esmagamento uma série de insectos, como be-
souros, e outros. Eles têm uma “casca” dura.
Essa “casca” dura é um exoesqueleto formado por quitina.
Todos conhecem o camarão.
Bem, o camarão é um crustáceo, e aquela “casca” do mesmo, é formada por quiti-
na. É um exoesqueleto.
Tudo isto pode parecer estranho para muitos leitores, mas desde há muitos anos, a
quitina é um produto industrial muito importante.
Dela podemos produzir os termoplásticos biodegradáveis em curto espaço de tem-
po.
Com ela se produzem filmes transparentes e flexíveis semelhantes ao papel celo-
fane, utilizados na medicina como protetores na recuperação de queimaduras profundas,
seja por enxêrto de pele ou por recuperação natural da mesma, pois o organismo humano
não a rejeita.
Bem, vamos agora ao ponto de maior interesse para nós.
O peridrol, por decomposição, libera Oxigénio Atómico, que oxida violentamente
compostos orgânicos, e a quitina é um deles.
Na decomposição da quitina, temos como resultado, Carbono, gás carbónico, á-
gua, Nitrogénio e provàvelmente radicais nitrito e nitrato.
Nenhum destes é prejudicial às plantas, e nem tampouco aos seres vivos em geral,
neles incluídos os humanos.
Assim, quando se destrói por oxidação a quitina das paredes celulares dos fungos,
o peridrol entra com maior facilidade e rapidez no interior das células dos mesmos, oxi-
dando todos os compostos orgânicos que as compõem, destruindo assim ditos fungos
causadores de doenças, sem deixar resíduos tóxicos.
Acontece o mesmo com insectos.
Ao ser destruída a quitina de seus exoesqueletos, o peridrol adentra o corpo dos
mesmos, destruindo todos os compostos orgânicos que os formam, sendo o primeiro im-
pacto no seu sistema nervoso central, que torna inoperante seus mecanismos naturais de
sustentação e de defesa.
Tudo isto ocorre durante a primeira fase de decomposição do peridrol, quando se
forma o Oxigénio Atómico.
Depreende-se daqui, que o peridrol age sempre por contacto direto com os fungos,
insectos, larvas dos mesmos, bactérias como a erwinia e outras tantas.
Dependendo das espessuras das camadas de quitina, a acção de destruição desta
pode ser mais ou menos demorada, e consequentemente mais ou menos demorada a
destruição dos diversos tipos de fungos insectos e larvas.

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Pode ocorrer também que muitos insectos, que têm capacidade de locomoção
mais rápida, logo no início da acção do peridrol, se apercebam do perigo a que se expu-
seram, e se afastem ou fujam do ambiente que não mais lhes é propício antes de serem
muito afectados, conseguindo sobreviver.
Isto tem sido observado com certa frequência.
Desta feita, em vez da morte de ditos insectos, temos um afugentamento dos
mesmos, o que para o agricultor também é um grande benefício.

COMO USAR O PERÓXIDO DE HIDROGÉNIO OU PERIDROL?

O Peridrol nunca deverá ser usado puro.


Sempre em solução aquosa ou, em casos extremos, em solução cremosa, que já
sabemos chamarem-se de Água Oxigenada.
Já tivemos oportunidade de informar ao nosso leitor as diluições de água oxigena-
da mais comuns encontradas no comércio.
Sempre tomando como base nossos experimentos na Hidroponia, desenvolvemos
e estudámos dois tipos de aplicação.
Para combate de fungos, bactérias e alguns insectos e larvas radiculares, e para
combate dos mesmos que atacam as plantas pelas folhas.
As tabelas de aplicações que damos a seguir foram resultado de experimentos a
campo, em inúmeras tentativas, até se chegar a resultados positivos.
Verificamos também que não só devemos combater as pragas radiculares na solu-
ção nutritiva, como também as existentes na água usada no preparo e reposição nas ditas
soluções, o que é muito importante.

FUNGOS, BACTÉRIAS E INSECTOS RADICULARES


DOSE DE ÁGUA OXIGENADA
CONCENTRAÇÃO DE ÁGUA PARA 1000 L DE SOLUÇÃO
OXIGENADA EM VOLUMES NUTRITIVA OU ÁGUA
DE PREPARO E REPOSIÇÃO
10 VOLUMES 33,0 ml
20 VOLUMES 17,0 ml
30 VOLUMES 11,0 ml
130 VOLUMES 2,5 ml
200 VOLUMES 1,7 ml
PARA VOLUMES MAIORES OU MENORES DO QUE 1000 L DE SOLUÇÃO
NUTRITIVA, USAR FATORES MULTIPLICATIVOS ADEQUADOS

Para maior objetividade, pelo obtido em experimentos de campo, os principais fun-


gos e bactérias combatidos e eliminados com aplicação das dosagens expressas na tabe-
la acima foram o pythium, a rhizoctonia, erwinia, larvas de fungus gnats e similares.
A frequência das aplicações da água oxigenada vai variar muito, dependendo do
grau da infestação ou quando usada como preventivo.
A água usada para preparação de soluções nutritivas e para reposição nos tanques
de solução deverá SEMPRE ser desinfectada, com aplicações no mínimo uma vez por
semana nos tanques de armazenamento.
Tomando como exemplo o pythium, em infestações muito profundas onde as raízes
já estão totalmente escuras, as aplicações devem ser diárias, até as raízes já apodrecidas
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se destacarem das plantas, ou começarem a clarear, e até começarem a surgir novas
raízes.
Quando todas as raízes mais velhas já estiverem bem claras, reduzir as aplicações
para dia sim dia não.
A partir do momento em que todas as raízes estiverem brancas, reduzir as aplica-
ções para uma ou duas vezes por semana, e manter esta aplicação permanentemente
como prática preventiva.
Entenda o leitor que êste tratamento jamais irá livrá-lo da desinfecção e lavagem
do seu sistema de canais NFT após cada colheita, e da lavagem e desinfecção da sua
tubulação e tanque de solução nutritiva quando da troca da solução.
É necessário entender também que, utilizando novamente o pythium como exem-
plo, uma vez que êste fungo entre no seu sistema, jamais ninguém ou nada conseguirá
eliminá-lo por completo.
Sempre teremos uma re-contaminação, que pode ter várias origens, seja pelo ar,
pelas sementes de plantas, pelos esporos residuais de fungos, pelos substratos utilizados
na preparação de mudas de plantas, pela própria água utilizada, pelas mãos dos operado-
res do sistema e até por qualquer ferramenta que se utilize no manejo.
O que o tratamento por água oxigenada irá fazer, da mesma forma que qualquer
outro defensivo agrícola, é eliminar temporáriamente a praga, e/ou mantê-la sob controle
de forma que não chegue a prejudicar as plantas.
Como costumamos dizer, é preciso aprender a conviver com o pythium.
No entanto, repito, sempre é preciso procurar a origem da praga, para melhor po-
der controlá-la.
Êste tratamento pode e deve ser aplicado a qualquer sistema hidropónico em uso
como SISTEMA DE PAVIO, NFT, LEITO FLUTUANTE (FLOATING), EM SUBSTRATOS,
GOTEJAMENTO ou em AEROPONIA.
Continuemos.

FUNGOS, BACTÉRIAS E INSECTOS FOLIARES


CONCENTRAÇÃO DE ÁGUA DOSE DE ÁGUA OXIGENADA
OXIGENADA EM VOLUMES PARA 1.0 L DE ÁGUA EM TODOS OS CASOS, ACIDU-
10 VOLUMES 20,0 ml LAR A MISTURA COM ALGUM
ÁCIDO, PARA Ph 3,5 a 4,5 E
20 VOLUMES 10,0 ml ADICIONAR
30 VOLUMES 7,0 ml 0,5 A 1,0 ml DE ALGUM
130 VOLUMES 1,5 ml DETERGENTE NEUTRO COMO
ESPALHANTE.
200 VOLUMES 0,6 ml

Os testes de campo levados a efeito com aspersão das doses acima recomenda-
das, mostraram uma eficiência muito alta no combate a fungos como oídio, míldio, fungos
causadores da antracnose, fungos causadores da cercosporiose, pulgões e vários insec-
tos, uns apresentando mais resistência que outros, como a alternaria, muito resistente.
A freqüência das pulverizações nas infestações profundas deve ser diária até o
fungo em questão desaparecer, passando-se para aspersões dia sim dia não durante
uma semana, e posteriormente uma vez por semana a título de prevenção.
No caso do míldio, é interessante notar que ele se desenvolve na parte inferior das
folhas, e uma aspersão feita por cima das mesmas não apresentará grande ou até ne-
nhum efeito.
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Porisso, sempre que possível, deve ter-se o cuidado de pulverizar a parte inferior
das folhas, o que nem sempre é fácil.
Mas hoje temos os pulverizadores eletrostáticos que resolvem êste problema.
Dado que nossa solução de pulverização não tem depósitos ou suspensões, e nem
é uma emulsão, as pulverizações terão um grande efeito se feitas por nebulização.
A ação de muitos fungos poderá não ser reversível.
Por exemplo, no caso de cercosporiose, apodrecimentos em maior grau não vão
desaparecer, mas no início de sua ação, as folhas se recuperam bem.
Da mesma forma, frutos já em inicio de podridão causada por antracnose, não se
recuperam, mas a praga desaparece não dando margem a que novos frutos venham a
apodrecer.
Testes de campo também levados a efeito, nos mostraram uma grande eficiência
das pulverizações no combate a trips, môsca branca, môsca da larva miradora, bem como
outros.
Porém nestes casos, há comportamentos diferentes dos vários insectos.
Quando se fazem as pulverizações, muitos morrem ràpidamente, e podem ser vis-
tos mortos.
Outros acreditamos que sentem ràpidamente um ambiente hostil e fogem imedia-
tamente.
O trips é um insecto típico deste caso.
Interessante é que fogem, e com a periodicidade das aplicações preventivas, não
voltam.
Outro caso típico é a ineficiência do processo com certos insectos, porque as apli-
cações são feitas em horários inadequados.
Caso típico disto é a môsca da larva minadora.
Ela é muito ativa e coloca os ovos nas primeiras horas da manhã, e depois de co-
locá-los se esconde ou foge.
É, pois, interessante senão necessário, que o hidroponista conheça melhor e estu-
de os hábitos dos insectos para poder conseguir a eficiência que se pretende no uso des-
te processo.
Não temos registro de resultados com ácaros, mas é possível que haja resultados
eficientes.
As dosagens recomendadas na tabela acima, também não são rígidas.
Sempre tendo cuidado, elas poderão ser aumentadas.
No caso de môsca branca em culturas no solo, a eficiência do processo se mostrou
maior com concentrações de água oxigenada cerca de 50% maiores do que as recomen-
dadas, sem que a planta sofresse nenhum dano.

CONSIDERAÇÕES SÔBRE O Ph

Já tivémos oportunidade de falar sobre a conservação do peridrol e das águas oxi-


genadas, mantendo-os em ambiente ácido.
Falámos também de adições de ácido fosfórico, ácido fosforoso ou de Fenacetina
para essa finalidade, sendo a última também desinfectante e analgésica.
Comentamos também as quantidades mínimas adicionadas, na ordem de PPM, o
suficiente para manter não só o peridrol, mas também as águas oxigenadas com pH 5,0

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ou menos, valor esse que nos permite grande longevidade na estabilidade desses produ-
tos, a qual pode chegar a anos.
Mas durante sua utilização em hidroponia, algumas coisas precisam ser considera-
radas, para se tomarem os devidos cuidados.
Durante o tratamento das águas para preparo de soluções nutritivas bem como as
águas para reposição, estas podem apresentar-se de duas formas genéricas.
Podem ser alcalinas ou ácidas, fatores êstes que podem variar muito quanto à sua
origem.
Não vamos aqui detalhar os diversos tratamentos que se podem ou devem fazer
nessas águas, porém falaremos sòmente o que tange ao seu pH.
Quanto estivermos frente a uma água neutra ou alcalina, pH igual ou maior do que
7,0, ao adicionarmos a elas a água oxigenada, esta última passa para um estado alcalino,
e decompõem-se com alta velocidade.
Esta velocidade poderá ser alta o suficiente para não permitir que a água oxigena-
da tenha tempo de disseminar-se na água e fazer o seu efeito esperado.
Ela irá decompor-se ràpidamente, e todo o Oxigénio Atómico (O--) resultante, fàcil-
mente irá disseminar-se na atmosfera ou dissolver-se na água, já na forma de Oxigénio
Molecular (O2).
Assim é, pois, que por garantia, devemos tratar prèviamente a água de forma a que
tenha um pH menor do que 7,0 antes de proceder à sua desinfecção.
Com a solução esta reação também poderá ocorrer, embora com menos frequên-
cia, pois via de regra, nossa solução nutritiva é sempre mantida com pH ácido, entre 5,8 e
6,8.
Porém, nem todos os hidroponistas prezam em fazer o controle e correção do pH
de sua solução nutritiva, o que não é uma boa prática.
Assim, antes de fazer-se a adição de água oxigenada na solução nutritiva, é de
bom alvitre verificar-se e corrigir-se o pH da mesma.
Isso irá garantir-nos que a água oxigenada não se decomponha antes de estar to-
talmente dissolvida na solução, atingindo assim nossos objectivos.
Lógico está que a solução nutritiva estará sempre com pH maior do que 5,0, mas
estará em um nível suficiente para que a água oxigenada se dissolva uniformemente, e
seu efeito possa ser mais eficiente, por uma decomposição lenta.
Não podemos afirmar aqui qual o pH ideal da água ou da solução nutritiva, para
que o efeito de desinfecção seja mais ou menos eficiente, nem tampouco sabemos com
exatidão quanto tempo determinado volume de água oxigenada demora a decompor-se.
Não encontramos nenhuma pesquisa científica a respeito.
Só informações esporádicas dizendo que o peridrol, tanto puro como dissolvido em
água, demora de duas a quatro horas para decompor-se totalmente.

EFEITOS COLATERAIS

Como qualquer produto químico utilizado tanto em seres humanos quanto seres
vegetais e outros animais, a água oxigenada apresenta vários efeitos colaterais,
Nas culturas vegetais, êstes efeitos não são danosos às mesmas, e podem ser fà-
cilmente contornáveis.
Vejamos os efeitos mais comuns.

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Quando se exagera na dosagem e frequência de adições de água oxigenada em
soluções nutritivas, podemos ter a queima de raízes sadias, o que se observa inicialmente
nas pontas das mesmas por um amarelamento inicial.
Nêste caso, é só reduzir as dosagens das aplicações e a frequência das mesmas.
É comum usarem-se produtos químicos e/ou biológicos na desinfecção de substra-
tos na preparação de mudas de plantas, e a água oxigenada poderá destruir êstes produ-
tos e seus efeitos.
Terá nêste caso o agricultor optar pelo uso de tais produtos, ou fazer a desinfecção
com água oxigenada.
No entanto, nêste caso, o agricultor jamais deverá deixar de fazer a profunda de-
sinfecção das bandejas de germinação após o seu uso.
É comum o agricultor adicionar elementos fitorreguladores e protetores à sua solu-
ção nutritiva, sendo caso típico o uso de culturas de bacillus subtilis.
Estas serão destruídas pela água oxigenada.
No entanto, uma vez que estejamos usando a água oxigenada já em carácter pre-
ventivo, êstes elementos poderão ser repostos nos intervalos de nosso tratamento de de-
sinfecção, dando continuidade à sua acção.
Como qualquer outro insecticida convencional, a água oxigenada pode eventual-
mente provocar a morte de insectos benéficos, como as abelhas e as joaninhas.
Em todos os testes de campo efectuados, não pudémos averiguar este facto, por-
que estes insectos não estavam presentes antes das aplicações, nem apareceram mortos
após os tratamentos.
Quando todo o sistema hidropônico estiver totalmente desinfectado, e não houver
no mesmo mais matéria orgânica a ser destruída, embora remotamente, é possível que
passemos a ter oxidação de alguns micronutrientes metálicos existentes na solução nutri-
tiva, tornando-os indisponíveis às plantas.
Isto é perfeitamente controlável pela adição mais freqüente destes elementos em
nossa solução nutritiva

CONCLUSÕES

Acreditamos por tudo o que expusemos aqui, que a água oxigenada é um defensi-
vo agrícola muito viável.
Seu custo é extremamente baixo.
Pode ser adquirido fàcilmente, sem necessidade de receituário específico emitido
por profissionais autorizados para isso.
Sua aplicação é extremamente simples.
Embora sempre recomendável, não exige equipamentos de proteção especiais pa-
ra os aplicadores do produto.
Pode ser aplicado de forma preventiva sem danos colaterais expressivos às plan-
tas.
Não tem efeitos residuais nas plantas, e consequentemente não é danoso às
mesmas, ao ser humano e a outros seres vivos, a não ser aqueles dos quais necessita-
mos nos defender.
Não contamina nem agride o ambiente onde é aplicado, seja ele o solo ou o ar.
Porém, a técnica apresentada necessita ser mais estudada para podemos ampliar
sua aplicação.
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FOTOS

Queimaduras nas mãos por manejo inadequado de água oxigenada 200 volumes

Queimaduras nas mãos por manejo inadequado de água oxigenada 200 volumes

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Planta altamente infestada por oídio

Planta infestada por oídio após 2 dias de tratamento com água oxigenada

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Planta infestada por oídio após 5 dias de tratamento com água oxigenada

Planta altamente infestada por pythium

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Planta infestada por pythium após uma semana de tratamento com água oxigenada

Planta infestada por pythium após doze dias de tratamento com água oxigenada

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Môscas brancas mortas após aspersão de água oxigenada

Insectos mortos após aspersão de água oxigenada

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Insectos mortos após aspersão de água oxigenada

Trips morto após aspersão de água oxigenada


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Insecto morto após aspersão de água oxigenada

Insectos mortos após aspersão de água oxigenada

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Insecto morto após aspersão de água oxigenada

AGRADECIMENTOS

Sr. Samuel Chiodi – Técnico Agrícola – Pelo seu incansável trabalho em todas as exten-
sas pesquisas de campo e de bancada por quase um ano, cujos resultados permitiram
êste trabalho.
Dra. Fernanda di Creddo Palharin – Eng. Agrónoma – Por todas as orientações em nu-
trição de plantas, em incidências de pragas e doenças agrícolas, bem como na utilização
de defensivos agrícolas convencionais.

O AUTOR - Raul Vergueiro Martins


www.hydor.eng.br
rvm@sti.com.br
Skype - martins.raul

NOTA – Artigo com direitos autorais registrados no Ministério da Cultura – Fundação BI-
BLIOTECA NACIONAL – Escritório de Direitos Autorais.

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