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Seminário – Teoria Antropológica I

Incursões Antropológicas III: Torções


Aula 13: 26/05. Conflito, estrutura e mudança social

Edmund Leach e Max Gluckman na antropologia britânica

 Embora Leach e Gluckman tenham sido contemporâneos e muito das suas


influências tenham uma linhagem comum (conforme lembra Kuper (1978: 170)
“ambos frequentaram os seminários de Malinowski”), suas abordagens e seus
caminhos na antropologia foram definidos de maneira diferente. Gluckman
seguiu sua formação em Oxford (Universidade de Exeter, sudoeste da
Inglaterra); enquanto Leach esteve ligado em quase toda sua trajetória com a
London School of Economics (Escola de Economia e Ciência Política de
Londres). Mesmo com distintas formações, “ambos foram atraídos para os
problemas do conflito de normas e manipulação de regras, e ambos usaram uma
perspectiva histórica e o método de caso ampliado para investigar esses
problemas” (id, p. 170).

Gluckman
 Max Gluckman (1911-1975) estudou Antropologia Social em Johanesburgo
(Universidade de Witwatersrand), África do Sul. Neste período, os estudantes de
antropologia de sua geração entendiam seus envolvimentos com a Antropologia
“parcialmente em termos políticos” (KUPER, 1978: 172). Conforme coloca
Kuper, os contemporâneos desses antropólogos, baseados na Grã-Bretanha, “se
mostravam propensos a desviar os olhos da realidade do poder e das privações
nas sociedades coloniais” (id, p. 172).

Assim, autores como Gluckman, foram marcados pelo contexto dos sistemas
que investigavam. Este traço na sua formação inicial, fica evidente em seu
ensaio Análise de uma situação social na Zululândia Moderna (1958), onde o
autor deixa claro que “quando se explicitam os problemas estruturais [...] é
preciso analisar amplamente como e em que profundidade” esses problemas
estão inseridos no “sistema social do país”, isto é, conhecer quais relações estão
envolvidos e como são afetados e afetam a estrutura de cada grupo (cf.
Gluckman, 2010 [1958], p. 238). A pesquisa no qual resultara o ensaio seminal
de Gluckman, no entanto, viera somente depois que se transferiu para Oxford,
como bolsista, em 1934. Realizado trabalho de campo entre 1936-1938 na
Zululândia (antigo Reino Zulu, hoje território da África do Sul).

Leach
 Edmund Leach (1910-1989), por sua vez, “graduou-se em Matemática e
Ciências Mecânicas no Clare College de Cambridge em 1932” (PEIRANO,
2015, p. 181). Após um período de quatro anos na China como funcionário de
uma empresa de comércio (desde 1933), onde teve a oportunidade de aprender
um pouco de chinês e viajar de férias para a ilha de Botel Tobago, uma pequena
ilha a sudeste de Formosa, na península coreana, convidado pelo antropólogo
norte-americano, Kilton Stewart. Em 1937, Leach retorna a Inglaterra e passa a
estudar Antropologia Social com Malinowski na London School...

Sobre os interesses de Leach em se tornar antropólogo, Lygia Sigaud, na


Apresentação que faz do autor e de sua obra na tradução para o português de
Sistemas Políticos da Alta Birmânia (1996), argumenta que não se sabe ao certo
os motivos que o levaram a essa escolha. Em nenhum momento anterior de sua
trajetória é possível dizer que houvesse algum interesse em etnologia ou
antropologia social, mesmo em sua passagem pela China, nada atesta que tenha
desenvolvido algum interesse pelo assunto. No entanto, algumas hipóteses
podem ser elencadas: a motivação de “percorrer o mundo” é uma delas, pois
Leach havia sido socializado para viajar desde sua infância. Oriundo de uma
família rica que possuía antigos negócios na indústria têxtil, e que depois
transferiria seus investimentos para a fabricação do açúcar no Noroeste da
Argentina, Leach dispunha de segurança financeira – este fator, inclusive, é o
que mais tarde o permitiria cultivar uma imagem de si mesmo como um
“herético” na antropologia social britânica, pouco afeito as ortodoxias e sempre
predisposto a assumir os riscos que a crítica ao pensamento estabelecido incorria
(ver Sigaud, 1996; 2007). Além disso, na época em que Leach se decide pela
antropologia, as universidades de Oxford e Cambridge passavam a ter seu
establishment contestado por intelectuais, uma vanguarda que tinha Malinowski
como o mais “proeminente” antropólogo social. Sigaud (1996, p. 16) lembra
ainda que muitas das obras de Malinowski eram censuradas pelas autoridades
universitárias de Cambridge, no entanto, eram lidas clandestinamente por
aqueles que contestavam seu status, tal como fazia Leach. Resumindo: a decisão
de fazer antropologia social parece ter sido o produto de um ajuste entre as
disposições pessoais de Leach e o que a disciplina representava e podia-lhe
oferecer.

Sistemas Políticos da Alta Birmânia (1954)

 Acredito que para melhor entender o impacto e as contribuições de


Sistemas Políticos da Alta Birmânia, é preciso ter em mente o contexto no qual
os debates proporcionados pelo autor se inserem. Na literatura da época,
pressuposto do “equilíbrio dos sistemas sociais” predominava. Leach, por sua
vez, irá rejeitar esse postulado e insistir que todas as sociedades estão realmente
“num constante estado de fluxo e mudança potencial”. Conforme coloca Kuper
(1978, p. 184), para Leach, “as normas existentes não são estáveis nem
inflexíveis”. Numa citação de Leach, Kuper coloca que: “[...] com efeito, a
própria norma só existe como tensão de interesses conflitantes e atitudes
divergentes”; “[...] O mecanismo de mudança cultural deve ser encontrado na
reação dos indivíduos a seus interesses econômicos e políticos diferenciais”.

 O livro Sistemas Políticos da Alta Birmânia foi escrito depois da guerra e


publicado pela primeira vez em 1954. Este trabalho foi uma decorrência da tese
de doutorado de Leach. Neste estudo, o autor apresenta sua pesquisa sobre a
sociedade Kachin, localizada no território da antiga Birmânia, hoje Myanmar.
Leach chega à Birmânia em agosto de 1939, seu objetivo inicial era permanecer
um ano, mas as coisas não saem como previsto: primeiro, teve problemas para
localizar contatos estabelecidos anteriormente à viagem, e segundo, eclode a
guerra na Europa. Neste período, uma série de eventos definiu seu contato com
os grupos que estudaria: Leach alista-se no exército; se casa com sua noiva
(Celia Buchmaster, pintora e escultora); é convocado para cursos militares; e
pelo conhecimento que possuía de outras línguas, esteve a frente das missões
de inteligência e recrutamento de oficiais, isso possibilitou que mantivesse
contato com diferentes “kachins” nas montanhas da Birmânia (que, à época,
ainda era território colonial britânico, domínio que durou de 1824 até 1948, após
as guerras anglo-birmanesas). Com a invasão japonesa de 1941, Leach é
obrigado a desvencilhar-se das anotações de campo que possuía, era arriscado
cruzar fronteiras inimigas com tais materiais. Sem querer ser exaustivo no que
diz respeito às condições de realização da pesquisa de Leach, é importante
ressaltar que autor irá compor seu material etnográfico a partir das memórias
desta época, assim como de fontes históricas e de outros estudos. Este dado é
interessante na medida em que, no futuro (Repensando a Antropologia (1974)),
parte das críticas que Leach faria aos colegas, e também parte das suas
contribuições a disciplina, constariam justamente na ideia de que: as “estruturas
que o antropólogo descreve são modelos que existem apenas na sua própria
mente” (LEACH, 1996, p. 68), e, embora esses modelos tivessem claros limites
e contestáveis níveis de realidade, seria possível ao antropólogo fazer
generalizações considerando as respectivas dinâmicas e variáveis de cada
sociedade. Aliás, conforme observa Mariza Peirano (2015, p. 185), estas
condições de pesquisa teriam influenciado as reflexões de Leach sobre
“mudança política e variação cultural”.

 Sobre as contribuições de Sistemas Políticos da Alta Birmânia, é possível


dizer que em primeiro lugar, a obra foi de encontro com interlocutores como
Radcliffe-Brown e Lévi-Strauss. Em direção a Radcliffe-Brown, Leach irá
sustentar que na região que estudou, as fronteiras do que se pode chamar de
sociedade e de cultura não são coincidentes; ao contrário, nesta região dominava
um sistema aberto e instável de linhagens relacionadas por ciclos de “doadores”
e “receptores” de esposas. Assim, a ideia de uma “estrutura social” (ou, por
assim dizer, um sistema em equilíbrio) seria aceitável somente como modelo
lógico construído pelo antropólogo: modelos do tipo “como se” (PEIRANO,
2015, p. 185; KUPER, 1978, p. 185). Ou seja, pensar determinada sociedade
“como se fosse estável” seria apenas um recurso analítico baseado em modelos,
uma vez que sociedades reais nunca estão em equilíbrio. Esta crítica também irá
de encontro a Malinowski, Fortes e Evans-Pritchard. Para Leach, esses “autores
escrevem como se os trobriandeses, os tikopias, os nuers fossem o que são,
agora e para todo o sempre” (LEACH, 1996, p. 71). A ausência da perspectiva
da mudança era, em boa medida, um fruto da influência durkheimiana sobre a
antropologia social britânica, de acordo com Kuper (1978). O pensamento dos
antropólogos se direcionava para elementos da “integração funcional”, da
“solidariedade social”, do “equilíbrio estrutural” das sociedades que estudavam.
A mudança era vista como “anomia”. Em direção a Lévi-Strauss, Leach irá
contestar as regras matrimoniais como princípios estruturais do parentesco.
Enquanto para Lévi-Strauss o parentesco seria orientado por regras internas,
estruturais do pensamento humano, podemos dizer; para Leach, conforme
constatara em seu estudo sobre os kachin, o parentesco precisava ser entendido
levando em conta fatores como o território, a posse da terra e as relações
clientelistas. No caso dos kachin, por exemplo, o casamento estava ligado a
circunstancias mais amplas que apenas a do parentesco, incluindo fatores
políticos e econômicos (cf. PEIRANO, 2015, p. 185).

 Em Sistemas Políticos..., Leach irá contestar o paradigma das “estruturas


sociais” acreditando que “as sociedades reais existem no tempo e no espaço”.
Sua tese é a de que as estruturas sociais, em situações práticas, consistem num
conjunto de ideias sobre a distribuição do poder entre pessoas e grupos. Leach
lança a prerrogativa de que há uma dinâmica inerente e que as sociedades
existem na contradição e nas incongruências de seus sistemas sociais. Existiria,
portanto, disputas, arranjos, jogos e manipulação de elementos simbólicos por
parte dos indivíduos para obterem reconhecimento, prestígio e poder frente ao
grupo.

 Em seu estudo, Leach trata das populações kachin e chan, habitantes da


Região das Colinas de Kachin. Segundo o autor, esses grupos convivem no
mesmo território e possuem estreitas relações. Apesar disso, possuem diferenças
linguísticas, raciais, culturais, econômicas e políticas. Em termos de organização
política, os kachin estão inseridos em dois tipos: sistema chan de governo, uma
hierarquia feudal; e outra organização de tipo gumlao, de caráter anarquista e
igualitário. É comum entre os kachins que um indivíduo infoque
simultaneamente elementos que o identifique tanto como um chan quanto
gumlao. Tudo depende dos interesses em jogo (ser reconhecido como parte de
uma linhagem importante ou para escapar ao pagamento de impostos). A partir
dessa oscilação entre os dois modelos, um terceiro modelo surge: o gumsa, que
indica uma espécie de compromisso entre o sistema chan e o sistema gumlao. As
diferenças de organização política são, para Leach, o caminho por onde se deve
analisar as estruturas políticas kachin. Ao contrário do pressuposto do
“equilíbrio social”, Leach opta pensar na “instabilidade” e na capacidade que
indivíduos e grupos possuem para transitar e alterar as estruturas sociais. No
estudo de Leach, os indivíduos e grupos são agentes ativos que buscam adquirir
poder e prestígio. É, inclusive, o desejo de ganhar poder um dos principais
motivadores de suas ações e consequentemente da mudança social (cf. SIGAUD,
1999, p. 31).

Ritual em Leach

 Para Leach, essa busca por poder e prestígio é expresso nos rituais. Leach
retoma o postulado de Durkheim e de seus discípulos para tratar do ritual. De
acordo com esta tradição, os “ritos religiosos” estariam na esfera do “sagrado”
(ideal, consciências coletivas), enquanto os “atos técnicos” estariam na
dimensão do que é “profano” (material, carnal, etc.). São, portanto, totalidades
distintas. Leach, no entanto, irá pensar o ritual em outra chave analítica. Em sua
concepção: “O ritual serve para expressar o status do indivíduo enquanto pessoa
social no sistema estrutural em que ele se encontra temporariamente” (LEACH,
1996, p. 74). Em outra formulação Leach diz que “ética e estética são idênticas”,
buscando no filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein (Tractatus Logico
Philosophicus, 1922), caminhos que permitissem pensar os rituais em um
sistema total de comunicação interpessoal entre os indivíduos e o grupo. Apenas
como breve consideração, retomo na integra da obra de Wittgenstein o trecho
que Leach menciona em uma nota de pé de página (ver nota 22, pág. 75).

Aforismos:
6.42. Por isso não pode haver proposições da ética.
Proposições não podem exprimir nada além.
6.421. É claro que a ética não se deixa exprimir.
A ética é transcendental.
(Ética e estética são um só)
(Wittgenstein; Tratactus...; pág. 127).

 Com isto, Leach irá assumir a comunicação de uma forma ampliada. Ele está
pensando em ações simbólicas verbais como não-verbais. Para ele, as ações
simbólicas e as representações estão muito além da esfera do sagrado, conforme
colocava a tradição de Durkheim. Sagrado/Profano são apenas virtualidades,
pois, na prática estão juntos. Na mesma medida, Leach irá colocar que mito e
ritual implicam um no outro, “ambos são uma só e a mesma coisa”. Ritual e
crença corresponderiam assim à afirmação simbólica da ordem social. Por fim,
seu principal argumento, se pudermos reduzir em poucas palavras, é de que:
palavras e ação dizem coisas. Assim, o ritual é tomado por Leach como uma
ação que explicita a estrutura social.

“My kind of Anthropology” (Leach)

 Ao tratar do seu modo de fazer antropologia, Leach lança questões como “o que
os antropólogos sociais realmente fazem?”, ou, “como é possível fazer o que
fazem?”. Para Leach, os antropólogos se esforçam para chegar às ideias
presentes em toda a humanidade. Contudo, a maneira como os antropólogos
fazem seu trabalho, muitas vezes, foi sobrecarregada por imagens de um “outro
exótico”, onde o pressuposto inicial é de que esse “outro” é um “primitivo”,
portanto, está em oposição as sociedades modernas e tecnológicas. Neste
sentido, Leach observa que seu interesse pelo outro surge exatamente por ser um
“outro”. Ao longo do texto, Leach levanta diversas considerações sobre a forma
como os antropólogos fazem antropologia, discutindo principalmente as
terminologias que procuram dar conta da realidade social estudada. Para Leach,
nenhum pesquisador de campo conseguiria apreender o que é a “economia”, a
“religião”, o “ritual”, etc., tal como os modelos de análise sugerem. Essas
categorias não existem dessa forma na realidade. Para Leach, existe uma
dimensão econômica, religiosa, ritualística, etc., contudo, os antropólogos
carecem de melhores formas (terminologias) de expressão para darem conta
dessas dimensões da vida do outro.

“Repensando a Antropologia” (Leach)


 Leach propõe repensar temas básicos da antropologia, tomando como ponto
central as condições que possibilitam ao antropólogo realizar generalizações. De
início, busca distinguir “generalização” de “comparação”. Para ele, a
comparação é uma questão de “colecionamento de borboletas”, onde os
pesquisadores classificam os arranjos das coisas de acordo com seus tipos e
subgrupos (LEACH, 1974, p. 16). Sua crítica vai de encontro a Radcliffe-Brown
e seus discípulos. De acordo com Leach, ao invés de buscarmos comparações,
deveríamos realizar um trabalho inspirado em suposições (generalizações),
guiados por uma indução que consiste em perceber possíveis leis gerais nas
circunstancias analisadas. Conforme escreve Leach: “é trabalho de adivinhação,
um jogo, em que se pode estar errado ou certo”. No entanto, adverte: “[...] ao se
começar a adivinhar é preciso saber como adivinhar” (id, p. 20). Para aclarar sua
proposta, Leach recorre a sua formação de engenharia, busca na matemática
elementos para sinalizar direções à antropologia. Para Leach, a “sociedade
considerada matematicamente não é um conjunto de coisas, mas sim um
conjunto de variáveis” (id, p. 22). A partir deste ponto, Leach busca demonstrar
através de vários exemplos como os antropólogos mais obscurecem a realidade
social do que a iluminam quando se prendem a suposições a priori. Para Leach,
cada caso deveria ser aceito como ele é. No sentido de que a busca excessiva por
classificações por parte do pesquisador, impede com que compreenda a realidade
social que estuda.

“O material etnográfico na Antropologia Social Inglesa”, Max Gluckman (palestra


proferida em 1959; publicado 1961)

 Em seu artigo, Gluckman faz uma síntese e um balanço do método etnográfico


na antropologia social britânica. No início, evoca a figura de Malinowski e
relembra seu papel fundamental na disciplina. Para Gluckman, o autor de
Argonautas do Pacífico Ocidental, teria deixado como legado uma espécie de
“microscópio sociológico para focar tendências mais recentes sob uma
perspectiva histórica” (1990, p. 65). Gluckman se coloca entre os discípulos do
mestre que se dedicou aos estudos dos chamados “casos”, tal como Malinowski
descrevera em seu livro. Os estudos de “casos” consistiam em inúmeras
atividades de pesquisa como, por exemplo, observação in loco, coleta de
genealogias, realização de censos, produção de diagramas, coleta informações
sobre costumes e rituais, entre outras. Os antropólogos como Gluckman que
seguiram essa forma de fazer pesquisa, chamaram esses acontecimentos
complexos de “situações sociais”. Gluckman acredita que a análise de “casos
desdobrados”, com profundidade detalhada dos indivíduos e das relações, são
contribuições fecundas à Antropologia Social (ou, Antropologia Sociológica).
No curso do texto, Gluckman perpassa pelas contribuições e críticas aos
trabalhos de outros antropólogos, entre eles Evans-Pritchard. Tanto este último,
quanto Malinowski, são apresentados pelo autor como importantes não apenas
por terem realizado trabalho de campo, mas por extraírem de seus trabalhos de
campo significativas contribuições teóricas para a Antropologia. Para encerrar
seu texto, Gluckman sintetiza com uma pertinente observação sobre o destino da
antropologia: “Ao nos darmos conta de que a cultura é de fato, em certo sentido,
uma mixórdia, que costumes e valores independem uns dos outros, discrepantes,
conflitivos e contraditórios, teremos de desenvolver conceitos para tratar da vida
social que sejam menos rígidos e que possam dar conta da interdependência
como também da falta de interdependência, do ocasional como também do
sistemático” (GLUKMAN, 1990, p. 76).

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GLUCKMAN . Max. “Análise de uma situação social na Zululândia Moderna” [1958].


In: Feldman-Bianco, B. (org.). Antropologia das sociedades contemporâneas. Métodos.
São Paulo: editora Unesp, 2010.

_______. “O material etnográfico na Antropologia Social Inglesa”. In: Guimarães


Zaluar, A. (org.). Desvendando Máscaras Sociais . Rio de Janeiro: Francisco Alves
Editora, 1990.

LEACH , Edmund R. Sistemas Políticos da Alta Birmânia. Um Estudo da Estrutura


Social Kachin . [1954]. SP: Edusp, 1996.

______. “My kind of Anthropology”. In: Social Anthropology. New York/Oxford


University Press, 1982.
_____. “Repensando a Antropologia” [1959]. In: Repensando a Antropologia . São
Paulo: editora Perspectiva, 2001. Pp. 13-52.

KUPER, Adam. “Leach e Gluckman: para além da ortodoxia” Em: Antropólogos e


Antropologia . Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1978.

SIGAUD, Lygia. Apresentação. In: Sistemas Políticos da Alta Birmânia. Um Estudo da


Estrutura Social Kachin . [1954]. SP: Edusp, 1996.

_______. Doxa e crença entre os antropólogos. Novos Estudos, n. 77, 2007.

PEIRANO, Mariza. Edmund Leach (1910-1989). In: ROCHA, E.; FRID, M. (orgs.) Os
Antropólogos. De Edward Tylor a Pierre Clastres, 2010.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus Logico-Philosophicus. Tradução: Luiz Henrique


Lopes dos Santos. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994

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