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João Luiz Andreta – 7º Período

LOGOTERAPIA E ANÁLISE EXISTENCIAL

1. Introdução
A Logoterapia e Análise Existencial - também conhecida como a Terceira Escola Vienense de
Psicoterapia, sendo a Psicanálise Freudiana a Primeira e a Psicologia Individual de Adler a Segunda - é
um sistema teórico - prático criado pelo psiquiatra vienense Viktor Emil Frankl, que se tornou
mundialmente conhecido a partir de seu livro "Em Busca de Sentido" (Um Psicólogo no Campo de
Concentração) no qual expõe suas experiências nas prisões nazistas e lança as bases de sua teoria. A
Análise Existencial de Viktor Emil Frankl é uma linha existencial-humanística que busca compreender
o homem em todas as suas dimensões: psicológica, biológica, social e espiritual.
O termo "logos" é uma palavra grega que significa "sentido". Assim, a "Logoterapia concentra-
se no sentido da existência humana, bem como na busca da pessoa por este sentido" (Frankl). Para a
Logoterapia e Análise Existencial, a busca de sentido na vida da pessoa é a principal força motivadora
no ser humano.
O homem sempre procurou dar um sentido à sua vida e aprofundar-se em sua existência. A
frustração dessa necessidade é um sintoma do nosso tempo. O sofrimento e a falta de sentido
configuram o vazio existencial que muitos experimentam. Frankl não pretendeu suplantar a
Psicoterapia vigente, mas complementá-la e também ampliar o conceito de ser humano, a de um ser
livre e responsável, que constrói a sua história, que se posiciona diante dos condicionamentos
biológicos, psicológicos e sociológicos. Traz uma teoria mais otimista e humanizadora.
Faz uma proposta que não se limita à Psicologia, mas abrange todas as áreas da atividade
humana e busca resgatar aquilo que é especificamente humano na pessoa, sua liberdade para além das
circunstâncias, sua responsabilidade perante algo ou alguém e a autotranscendência como ser dirigido
para além de si, aberto para encontrar sentido em qualquer situação e realizar valores. Diante desse
homem, apareceu a necessidade de uma visão psicológica mais compreensiva e ampla, que
respondesse, além dos problemas cotidianos, às questões importantes da vida humana, como as
indagações sobre a própria existência.
Essa análise existencial se fundamentaria em uma autêntica compreensão do homem que lhe
possibilitasse encontrar um sentido para sua vida.

2. Influências
A logoterapia desenvolveu uma nova visão de homem como base de uma psicoterapia e teve
influências significativas do pensamento existencialista e fenomenológico do século XX. Assim,
considerando a importância dessas influências na construção da logoterapia, a seguir serão
apresentados em linhas gerais alguns fundamentos dessas escolas de pensamento.

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2.1. Fenomenologia
O termo fenomenologia foi criado no século XVIII, por J. H. Lambert, para designar o estudo
puramente descritivo dos fenômenos, da forma como eles se apresentam à consciência. Já como
corrente filosófica, a fenomenologia foi fundada por Edmund Husserl, na Alemanha, entre o fim do
século XIX e começo do XX.
A Fenomenologia tem como finalidade o estudo da consciência e dos objetos da consciência. A
grande questão que se apresentava em relação ao ser humano, era o confronto entre a consciência
individual e o mundo comum onde cada ser singular vive e onde todos vivem.
A fenomenologia, para Husserl, significa deixar aparecer ou tornar evidente, tudo aquilo cuja
natureza intrínseca consiste em aparecer, ou seja, deixar que se torne manifesto como de fato é. A
consciência e a realidade estão intimamente interligada, de forma que não haverá consciência sem o
objeto da realidade e vice-versa.
O interesse para a fenomenologia não é o mundo existente, mas o modo como o conhecimento
desse mundo se dá para cada sujeito, e sua tarefa é desvelar o mundo vivido antes de significá-lo
(Surdi, 2008). Em referência às ideias de Husserl, Surdi (2008) explica que os fenômenos têm sua
essência de ser e é isso que lhes confere um sentido e significado próprios.
A aplicação do método fenomenológico na psicoterapia é uma tentativa de compreensão do
homem, antes de colocá-lo como objeto de estudo. E tal compreensão só é possível na relação
interpessoal, no encontro terapêutico, em que, ao mesmo tempo, descobre-se a si mesmo e o outro.
Prioriza-se aqui a comunicação, o entendimento direto, evitando-se o apoio em conceitos absolutos.

2.2. Existencialismo
O existencialismo centra sua reflexão na pessoa existente, vivo e a consequente valorização
desse existir, desse viver. Além disso, sob essa perspectiva, o homem é visto como uma realidade
inacabada e aberta e que se vincula intimamente ao mundo e, em especial, aos demais homens. E é essa
relação homem-mundo que constitui o tema da filosofia existencialista.
Tal movimento propõe levar o ser humano a aprender o significado de sua existência concreta,
vivencial, de forma a conduzi-lo à plenitude existencial, mediante o exercício da liberdade responsável
e da livre escolha.
Seu objetivo era, partindo de uma compreensão vaga do ser, poder interrogá-lo e alcançar
plenamente seu sentido. Essa “análise da existência” se utilizava do método fenomenológico, negando
a compreensão do homem com base em teorias. Sartre afirma que o homem é livre para decidir o
caminho a tomar e responsável por suas decisões. A questão da liberdade e das escolhas humanas
aparece como ponto fundamental. Mesmo o ato de não escolher já consiste em uma escolha.
E diferente do conceito de livre-arbítrio, a liberdade se liga intimamente ao conceito de
responsabilidade: se, de um lado, o sujeito pode encaminhar sua vida, de outro, é responsabilizado por
seus atos (MARQUES, 1998). Ele reconhece que o homem é condicionado pela sociedade e suas
regras. A preocupação dos escritores existencialistas manifesta o trágico sentido da vida em contraste
com a frivolidade e a superficialidade que são um tipo de viver diminuído, alienado.

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Com base nas ideias do existencialismo, Viktor Frankl (Xausa, 1988) propôs uma análise
existencial, que procura, na clínica psicoterapêutica, atentar para o sentido único da existência de cada
paciente. Além disso, essa análise existencial retoma a questão da finitude e temporalidade, descritas na
reflexão existencialista e que aparecem como elementos constitutivos do sentido da própria vida
humana. É por esse caminho que ele aponta a importância da existência, considerando-a como algo
único e irrepetível, e repleta de possibilidades igualmente únicas e irrepetíveis (Xausa, 1988).
A dimensão espiritual (ou noética). Esta dimensão essencialmente humana seria a responsável
pela vivência da liberdade e da responsabilidade, ligando-se às questões existenciais. Uma terapia que
negligenciasse essa dimensão incorreria no risco de entender e tratar dificuldades existenciais como se
fossem patologias, e não como algo genuinamente humano.

3. Principais conceitos da Logoterapia


3.1. Vontade de sentido
Ao contrário do que defendiam Freud e Adler, para Viktor Frankl (1978), o que impulsiona de
fato o homem não é nem a vontade de prazer nem a vontade de poder, mas sim aquilo que chamou de
vontade de sentido. É a expressão do que de mais humano há no homem, pois só ele, dentre todos os
animais, é capaz de vivenciar a existência como algo problemático (Frankl, 2003b).
O sentido é aquilo que é preciso fazer diante de cada situação que se apresenta diante de nós e,
dado que cada situação é única e irrepetível, assim também o é o sentido (Frankl, 1978). Essa
irrepetibilidade do sentido, somada ao fato do homem ser sempre único, oferece um caráter de absoluto
a cada missão ou tarefa que cada homem e mulher se propõem.

3.2 Vontade da liberdade


Quintanar (2011) esclarece que a vontade da liberdade equivale à liberdade que o homem tem
para decidir de forma consciente, dentre as possibilidades que cada situação oferece; uma liberdade que
existe, pelo menos, potencialmente (Lukas, 1989).
A liberdade humana é limitada, já que o homem não é livre de certas condições fatais –
biológicas, sociais e econômicas –, que escapam de seu poder. No entanto, Frankl defende que o
homem é livre para se posicionar diante delas, de forma que, dentro das possibilidades oferecidas pelo
ambiente, caberia a cada um decidir por sua submissão, ressignificação e decisão a favor ou contra a
influência do meio. Ser livre é apenas o aspecto negativo de um fenômeno completo, no qual ser
responsável é o aspecto positivo.
A liberdade degenera se não houver responsabilidade. Dessa forma, o fato do homem ser
entendido como um ser livre pode representar tanto uma dádiva quanto um fardo, pois ao mesmo
tempo em que nos dá espaço para conferir uma forma pessoal à vida, nos obriga de tomar decisões
responsáveis (FRANKL, 1989).
3.3. Vazio existencial
Essa forma de neurose teria como características, além da sensação de falta de sentido, um
sentimento de futilidade e absurdo diante da vida. Nenhum instinto lhe diz o que deve fazer e não há

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tradição que lhe diga o que ele deve fazer. Em vez disso, ele deseja fazer o que os outros fazem
(conformismo), ou ele faz o que outras pessoas querem que ele faça (totalitarismo). O vazio existencial
manifesta-se principalmente num estado de tédio.
Fenômenos como a depressão, agressão e vício não podem ser entendidos se não
reconhecermos o vazio existencial subjacente a eles.
Em uma pesquisa, realizada por Annemarie Forstmeyerm na Universidade do oeste da
Califórnia, 90% dos casos crônicos de alcoolismo investigados revelaram uma forte sensação de falta
de sentido (Frankl, 1990).

3.4 Autotranscendência
Apesar de todo homem ser condicionado, Frankl (2003b) defende que o que distingue o homem
é a capacidade de se elevar acima de sua própria condicionalidade, transcendendo-a.
Assim, é preciso que sejamos capazes de se esquecer de nós mesmos, dedicando-nos a uma
tarefa ou a outro ser humano, ou seja, algo externo a nós e que nos transcende. Só por meio da
dedicação a algo que nos ultrapassa podemos alcançar a autorrealização (FRANKL, 2003b).
Lukas (1992) coloca que o sentido se mostra àqueles que conseguem superar a fixação em si,
abrindo-se para o mundo e suas tarefas.

3.5 Noodinâmica
A noodinânima, ou seja, uma dinâmica existencial em um campo polarizado de tensão, em que
um dos polos está representado por um sentido a ser cumprido e outro, pela pessoa que deve cumprir.
Seria então sobre a tensão entre o que se alcançou e os potenciais a serem realizados que se basearia a
saúde mental.

4. Aconselhamento
A logoterapia busca estimular a atenção à consciência e a responsabilidade diante de cada
situação. Lukas (1992) conta de uma paciente que estava aflita, pois precisava se decidir entre seu
marido e seu amante. Enquanto ao lado do marido possuía uma situação de estabilidade pessoal e
financeira, o amante lhe oferecia carinho e erotismo. No entanto, o amante tinha uma namorada e não
estava disposto a abandoná-la para assumir um relacionamento com essa paciente.
Com a técnica do denominador comum, havia o objetivo de avaliar o peso (positivo ou
negativo) que a decisão da paciente teria para cada um dos envolvidos na história – ela própria, o
marido, o amante e a namorada do amante. Juntas, a paciente e a logoterapeuta montaram uma tabela.
Com isso, obteve-se que, caso ela optasse por permanecer ao lado do marido e abdicar do
amante, “beneficiaria” o marido e a namorada do amante. Cada um deles recebeu, na tabela, um sinal
(+). Por outro lado, se ela decidisse se divorciar, ficando com o amante, haveria um resultado negativo
para seu marido e a namorada do amante. Aqui, cada um deles recebeu um sinal (-).
No caso dela, tendo em vista sua ambivalência, e do amante, em face de seu desinteresse em
assumir uma relação, as duas decisões foram pontuadas com um sinal (+ -), indicando indiferença.
Assim, enquanto a decisão favorável do marido teria um sentido positivo para duas pessoas e não seria

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negativa para nenhum dos envolvidos, a decisão a favor doa amante teria como saldo um sentido
negativo para duas pessoas e nenhum sentido positivo. Mas isso ainda não seria suficiente para que a
paciente tomasse uma decisão. Era preciso que ela respondesse a seguinte questão, feita pela
logoterapeuta: “quanta felicidade ou infelicidade a senhora quer que decorra de suas ações?”. Nesse
momento, a paciente se deu conta de que precisava, além da consciência, contar com a
responsabilidade para tomar essa decisão.

5. Bibliografia
- Ewald, A. P. Fenomenologia e existencialismo: articulando nexos e costurando sentidos. Estud Pesqui
Psicol; 8(2):149-65, 2008.
- Fiedler, A. J. C. B. P. Teorias existenciais fenomenológicas. 3ª edição, Edicon. São Paulo, 2015.
- Frankl, V. E. Em busca de sentido. 35º edição. Vozes. Petrópolis. 2008.
- Lukas, E. Psicologia Espiritual.
- Surdi, A. C. A fenomenologia como fundamentação para o movimento humano significativo.
Dissertação (mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos, 2008.
- Xausa, I. A. M. A psicologia do sentido da vida. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1988.

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