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As plantas também adoecem...

As doenças das plantas afetam, de forma por vezes decisiva, as populações humanas e os
ecossistemas onde se inserem. Podendo ser causadas por uma multiplicidade de agentes,
encontrará aqui uma introdução ao problema.

A plantas, tal como todos os seres vivos, podem sofrer efeitos de outros agentes do meio, quer
bióticos (seres vivos) quer abióticos (físico-químicos), que causam perturbações no seu
desenvolvimento, doenças ou mesmo a sua decadência e morte. As doenças das plantas são
de grande importância uma vez que as destroem e aos seus produtos, dos quais os humanos
dependem para a sua alimentação, indústria, habitação, ambiente, etc.. Causam elevados
danos económicos, podem provocar efeitos patológicos graves em humanos e noutros animais
que consumam produtos vegetais doentes, destroem culturas agrícolas e a harmonia do
ambiente danificando as plantas nos campos, ruas, parques e florestas, e, numa tentativa de
controlar as doenças, são utilizadas enormes quantidades de produtos pesticidas que poluem
a água, o ambiente e até os alimentos.

As plantas doentes são caracterizadas por mudanças na sua estrutura ou processos fisiológicos
provocadas pelos diversos factores, tanto agentes patogénicos como condições desfavoráveis,
do ambiente em que vivem. Os agentes causadores de doenças em plantas são semelhantes
aos que causam doenças nos humanos e outros animais. Incluem microrganismos como vírus,
bactérias, fungos, protozoários e nemátodos, condições ambientais desfavoráveis como
excesso ou falta de nutrientes, humidade, luz, e presença de substâncias tóxicas no ar ou no
solo. As plantas sofrem ainda de competição com outras plantas indesejáveis e são danificadas
por insectos, humanos e outros animais. A causa de uma doença não pode normalmente
atribuir-se a um único agente, geralmente é mais complexa e envolve a acção isolada ou
conjunta de vários agentes.

As perturbações causadas pelos agentes patogénicos originam alterações morfológicas ou


fisiológicas nas plantas cuja expressão constitui o conjunto de sintomas que apresentam. Os
sintomas não são a doença em si, mas sendo provocados por ela, indicam a sua existência e
ajudam no seu diagnóstico. Paralelamente, pode verificar-se qualquer manifestação da doença
que evidencia o próprio agente sobre os orgãos lesados da planta. As sintomatologias
provocadas pelas doenças consistem essencialmente em mudanças de cor, alterações de
orgãos, modificações anatómicas, produções anormais de substâncias e de diversas alterações
do metabolismo. Os orgãos que atingem podem ser os de reserva, como tubérculos, bolbos,
frutos e outros, as sementes e plântulas, as raizes ou o colo, os caules e ramos, a folhagem, as
flores, os frutos em desenvolvimento, e os vasos vasculares.

Para que ocorra a doença são, então, necessários pelo menos dois componentes: uma planta
susceptível e um agente patogénico, que têm que contactar e interagir. Mas, dependendo das
condições do meio, o agente patogénico poderá não se desenvolver ou a planta conseguir
resistir ao seu ataque e, embora haja contacto entre os dois componentes, não se dá a doença.
Surge assim um terceiro componente do sistema que se torna determinante para a doença: as
condições ambientais. Embora ajam em conjunto, qualquer um dos três componentes pode
induzir variações consideráveis no sistema afectando a expressão de uma doença numa planta
ou população. As interacções entre os três componentes determinantes para as doenças das
plantas estão representados no "triângulo da doença", na figura 1.

Figura 1 - "Triângulo da doença". Cada lado do triângulo representa um dos três componentes
da doença: planta, agente patogénico e ambiente. O comprimento de cada lado é proporcional
às características de cada componente que favorecem a doença e a área do triângulo
quantifica a expressão da doença.

Quais são os principais agentes patogénicos de plantas?

Fungos

Cerca de 70% das principais doenças das plantas são causadas por fungos. Os fungos são
pequenos organismos, muitas vezes microscópicos, geralmente filamentosos, que incluem os
cogumelos, bolores e leveduras. São eucariotas (com núcleo individualizado por membrana),
produtores de esporos e heterotróficos (i.e., não produzem o seu próprio alimento). Mais de
10.000 espécies de fungos conhecidas podem causar doenças em plantas. Todas as plantas são
atacadas por alguns fungos e cada fungo patogénico pode atacar um ou mais tipos de plantas.
A maioria dos fungos patogénicos passa parte do seu ciclo de vida nas plantas que infecta e
parte no solo ou em restos de plantas em decomposição, outros passam toda a sua vida
associados às plantas.

De qualquer das formas, os fungos podem, sob condições adversas ao seu desenvolvimento,
produzir esporos de resistência que permanecem dormentes no solo durante longos períodos,
voltando a germinar e a contaminar as plantas quando as condições ambientais são favoráveis.
No ciclo de vida dos fungos patogénicos admitem-se três grandes fases principais: antes,
durante e depois da penetracção do fungo na planta. A maior parte dos fungos depende de
factores que favoreçam a sua disseminação, como vento, água, insectos e outros animais. O
vento é o principal factor de dispersão que pode transportar esporos de fungos a longas
distâncias. Após a germinação dos esporos e desenvolvimento do fungo na superfície da
planta, o que está dependente das condições ambientais, surgem fortes barreiras por parte da
planta à sua infecção: a cutícula e epiderme que revestem e protegem os orgãos das plantas.
No entanto, enquanto alguns fungos conseguem ultrapassar estas barreiras directamente,
outros invadem as plantas em zonas naturalmente frágeis, como os rebentos das plantas, ou
em zonas previamente danificadas, como feridas causadas por insectos, por exemplo. Os
fungos estão naturalmente munidos de eficazes sistemas enzimáticos que degradam vários
componentes das células das plantas e ainda são produtores de toxinas que, para além de
perturbar o funcionamento normal das plantas, acumulam-se nos seus órgãos podendo causar
graves doenças a quem os ingere. Na figura 2 um exemplo de uma macieira infectada por um
fungo.

Figura 2 - a) Doença chamada "Podridão castanha da maçã" (Soares Chaves, 1992) provocada
pelo fungo Monilia fructigena (b).

Vírus
Os vírus são partículas infecciosas microscópicas constituídas por ácido nucleico (DNA ou RNA)
envolvido por uma capa de proteínas. Não são considerados verdadeiros seres vivos, pois não
têm metabolismo independente e só conseguem reproduzir-se no interior de uma célula viva
onde utilizam os seus organitos e materiais para formar novas partículas. Deste modo, os vírus
de plantas perturbam o funcionamento normal das células provocando doenças. Os vírus não
se movem por si só, necessitam de vectores (insectos, por exemplo) que os transportam para o
interior das plantas onde por vezes se movem por intermédio dos vasos vasculares
provocando sintomas distribuídos por toda a planta. Um vírus pode infectar uma ou várias
espécies de plantas e uma espécie de plantas é normalmente atacada por muitos tipos de vírus
diferentes. Uma planta pode mesmo estar contaminada por vários vírus diferentes ao mesmo
tempo. Na figura 3 está um exemplo de uma de uma doença viral da planta do tabaco.

Figura 3 - a) Planta de tabaco infectada pelo "vírus do mosaico do tabaco". b) Representação


esquemática do vírus.

Bactérias

As doenças de plantas provocadas por bactérias são menos numerosas do que as causadas por
fungos ou vírus mas incluem algumas das doenças de maior importância económica,
particularmente comuns e severas em climas húmidos e quentes, e afectam todo o tipo de
plantas.

As bactérias formam um grupo diversificado de organismos unicelulares microscópicos,


procariotas (sem núcleo com o material genético individualizado por membrana) e que, em
geral, se reproduzem por divisão binária (dividindo-se em duas). As bactérias patogénicas de
plantas têm forma de bastonete, são geralmente móveis e aeróbias ou anaeróbias facultativas.
Dividem-se em duas grandes categorias (as Gram positivas e as Gram negativas) de acordo
com as reacções das suas paredes celulares com certos corantes usados em microscopia. A
maioria das bactérias que causam doenças em plantas são Gram negativas e são identificadas
através de uma série de testes de crescimento em meios de cultura diferentes que permitem a
observação das características das colónias formadas (cor e fluorescência, por exemplo) e o
desenvolvimento selectivo das bactérias consoante os seus requisitos nutricionais, de oxigénio
e reacções específicas com determinados componentes do meio.

A disseminação de bactérias de uma planta para outra ocorre através da água, insectos ou
outros animais. Desenvolvem-se nas plantas como patogénicas mas algumas podem também
crescer na sua superfície sem lhe causar problemas, podem ainda ser saprófitas. As bactérias
podem atacar tanto a parte aérea como a raizes das plantas e podem viver na superfície ou
alojar-se no seu interior. Os danos causados pelas bactérias nas plantas derivam da produção
de enzimas e substâncias tóxicas que perturbam o seu metabolismo e interferem com a água
existente no interior da planta. Estes danos podem causar desde pequenas lesões na planta à
sua murchidão e mesmo morte. Na figura 4 está um exemplo de doença causada por bactérias
em tomate.

Figura 4 - a) Tomate infectado pela bactéria Pseudomonas syringae que provoca a doença
vulgarmente chamada "Mosqueado do tomateiro" (Soares Chaves, 1992). Para além dos
frutos, esta bactéria ataca folhas, pecíolos, caules e flores do tomateiro e de outras plantas. b)
Bactéria isolada.

Nemátodos

Os nemátodos são pequenos animais, muito abundantes na natureza, que habitam em meios
aquáticos (marinhos ou de água doce), no solo ou como parasitas de animais e plantas,
podendo causar graves doenças.

Os nemátodos parasitas de plantas são geralmente filamentosos, têm pequenas dimensões


(0,3 - 1mm de comprimento, alguns até 4mm) e são esbranquiçados. O corpo do nemátode
consiste num tubo exterior, formado por epiderme revestida por uma cutícula espessa e
resistente, e um tubo interior que corresponde ao tubo digestivo. Possuem sistemas muscular
e nervoso bastante desenvolvidos e também sistema secretor-excretor que participa na
percepção do meio através da emissão e reconhecimento de substâncias químicas. O espaço
entre os dois tubos é preenchido por líquido com funções circulatórias e que interfere no
movimento sinosoidal dos nemátodes por variações na pressão interna. Os nemátodes podem
ser diferenciados sexualmente, ser hermafroditas ou até reproduzir-se por partenogénese,
alguns podem mesmo ter vários tipos de reprodução conforme necessitam de se adaptar ao
meio ou aumentar rapidamente a sua população. Durante o seu ciclo de vida, os nemátodes
passam de ovo a várias fases larvares até adulto. Normalmente, é a fase de ovo que permite
ao nemátodo criar resistências e sobreviver a condições adversas do meio.

Uma característica particular dos nemátodos que parasitam plantas é possuirem um estilete
fino que utilizam para prefurar as células vegetais e sugar o seu conteúdo. Estes nemátodos
geralmente habitam no solo atacando as raizes das plantas. Alguns permanecem de vida livre,
outros passam parte da sua vida no interior da planta de forma sedentária ou movendo-se no
seu interior. Os danos mecânicos causados pelos nemátodos nas plantas enquanto se
alimentam não são significativos, são as salivas que eles injectam que provocam mais
problemas (possuem substâncias enzimáticas). Alguns nemátodos alimentam-se rapidamente:
perfuram as células com o estilete, removem os seus conteúdos e retiram o estilete para voltar
a perfurar outras células. Outros vão sugando as células lentamente, permanecendo ligados às
células durante várias horas ou dias. As fêmeas de algumas espécies tornam-se mesmo
sedentárias, vão-se alimentando e adaptando à reprodução tornando-se globosas.

As doenças das plantas causadas por nemátodos são complexas. Os nemátodos que se
alimentam das raizes diminuem a capacidade da planta absorver água e nutrientes do solo,
causam reacções nas plantas como crescimento ou disisão anormais de células que levam à
formação de lesões, degenerescência de tecidos, galhas ou deformações de folhas. O
nemátodos contribuem ainda para as doenças das plantas por facilitarem a entrada de outros
organismos patogénicos (vírus, por exemplo). Na figura 5 está um exemplo de doença causada
por nemátodo.
Figura 5 - Pinheiros atacados por Bursaphelenchus xylophilus, o nemátodo da madeira do
pinheiro.

Protozoários

Os protozoários formam um grupo de seres unicelulares, eucariotas, sem paredes celulares


rígidas, considerados um reino independente dos outros seres vivos. A maioria destes
organismos é saprófita ou parasita e vivem em meio líquido. Reproduzem-se por divisão
binária, embora certas formas o façam por conjugação, uma forma de reprodução sexual.

Os protozoários que causam doenças em plantas são parasitas obrigatórios, não sendo
possível isolá-los e cultivá-los no laboratório pelo que são relativamente pouco estudados e
considerados menos importantes. Em relação aos outros factores de doença, os protozoários
provocam menos estragos e atacam uma gama mais restrita de plantas. O mecanismo pelo
qual provocam doenças em plantas não é totalmente claro. A maioria dos protozoários
parasitas de plantas são flagelados e vivem no floema podendo bloquear a circulação da seiva
no interior da planta. Há também indicações que alguns produzem enzimas que degradam as
células das plantas que infectam. Na figura 6 está uma microfotografia de protozoários no
interior de uma planta.

Figura 6 - Protozoários no interior de uma planta.

Referências bibliográficas

Agrios, G. N. (1997). Plant Pathology. 4ª ed. Academic Press. EUA.

CMI (1968). Plant Pathologist´s Pocketbook. Commonwealth Agricultural Bureaux, Inglaterra.

Soares Chaves, J. A. (1992). Inimigos das Culturas. 2ª ed. DRAAG - Ministério da Agricultura,
Portugal.

Tomaz, I. L. (2002). Doenças das Plantas - Diagnóstico das Micoses e Taxonomia dos seus
Agentes. Colecção Euroagro, Publicações Europa-América, Portugal.

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