Вы находитесь на странице: 1из 3

RECAPITULANDO...

“CONVERSAÇÕES”,
DE GILLES DELEUZE
O livro reúne entrevistas concedidas ao longo do últimos vinte anos, além de cartas e ensaios recentes sobre
política, literatura e televisão, formando um guia introdutório ao pensamento de Deleuze. Acessível, denso e
abrangente, contém a coerência de um percurso com saltos e crises que o filósofo francês tanto valoriza no trajeto
de um pensador.

“Pensar é em princípio ver e falar, mas com a condição de que o olho não se vê as coisas e que se eleve essas
‘visibilidades’, a condição de que a linguagem não permanece em palavras ou em frases e alcance as declarações”
– Gilles Deleuze

● QUEM É O AUTOR​.……………………………………………………………….…………….

Gilles Deleuze foi um renomado escritor e filósofo francês anti-racionalista. Seu pai era engenheiro e
serviu na Primeira Guerra Mundial. Seu irmão esteve envolvido na resistência alemã durante a ocupação na
França e foi capturado e morto. Antes da guerra, frequentou a escola pública. Quando a guerra estourou,
Deleuze estava de férias na Normandia, e após a invasão alemã da França, decidiu ficar na Normandia e
continuar sua educação lá, onde viveu por um ano e experimentou o primeiro impacto positivo em sua
aprendizagem acadêmica: seu professor o influenciou a estudar os trabalhos de Gide e Baudelaire.

Deleuze fez numerosas contribuições literárias, algumas de suas obras foram dedicadas a honrar o trabalho
de outros praticantes, enquanto algumas outras obras foram baseadas em filósofos como Hume, Kant,
Spinoza, Nietzsche, Bergson e Foucault. Algumas de suas publicações mais notáveis ​incluem , O
Movimento-Imagem, O Tempo-Imagem, Francis Bacon: Lógica da Sensação, Proust e os Signos,
Sacher-Masoch: o frio e o cruel, e Kafka: Para uma Literatura Menor entre outros. Ele também escreveu
textos sobre autores famosos como F. ​Scott Fizgerald, Herman Melville, Samuel Beckett, Antonin Artaud,
Heinrich von Kleist e Fiodor Dostoyevsky, que fornecem relatos de encontros filosóficos com produções
artísticas.

● PROPOSTA FILOSÓFICA​……………………………………………………………….……….

Trata-se de fazer justiça ao livro de um dos maiores filósofos de todos os tempos da


pós-contemporaneidade, o grande Gilles Deleuze. Conversações são reuniões de textos e entrevistas que
foram produzidas em um período de quase 20 anos (1972-1990). Segundo o próprio autor porque as vozes,
as conversações duram tanto que já não se sabe se são conversas sobre a paz ou guerra.

● TESE CENTRAL​………………………………………………………………………………..….

O tema central é que o livro em si seja usado como máquina de guerra fazendo valer conceitos indicados
pela psicanálise, pondo-os em outro ambiente); o cinema também é posto como estudo do imagético ao
indicar cineastas como Godard, Fellini, Pasolini, entre outros e os meios de comunicação na configuração
de poder de massa. Sem falar que os autores citam Kant, Michel Foucault e Nietzsche.

As principais teses do pertinentes à prova em questão poderiam ser resumidas, portanto, em:
1) O conceito de ​Sociedade de Controle surgiu de uma análise dos processos históricos do século das
luzes. Foucault se debruçou sobre a parte obscura da constituição dos direitos universais e da formação do
homem moderno. Ficou claro que foi operando o conceito de Disciplina que estabelecemos todas as
instituições de nossas sociedades industriais. A prisão em seu modelo panóptico, surgia como o padrão para
o uso do espaço e do tempo. Vinte anos depois, Deleuze revisitou o conceito de disciplina tentando
identificar a sua transformação não apenas de força local em tecnologia política, como pensou Foucault,
mas também como generalização social. Mais importante que isso, ele identificou que novas forças
entravam em jogo e que, assim, o conceito de disciplina não dava mais conta da realidade. Longe de ser
descartado, o conceito fora superado. A Sociedade Disciplinar operava pelo encarceramento, isto é, pelo
confinamento massivo. O espaço fechado era o lugar da disciplina. A generalização social da Disciplina
depende, no entanto, de alguma abertura. É preciso que os fluxos de Disciplina corram pelos espaços.
Assim se apresenta a tendência da Disciplina em tornar-se Controle. Neste sentido, a escola deixa de ser
apenas o espaço da educação das crianças. Ela passa a envolver também a família, bem como o hospital.
Foucault já tinha apontado para isso com a Biopolítica, enquanto um tipo de gestão da vida como um todo.
Por isso mesmo, Deleuze diz que Foucault já sabia que as sociedades marcadamente disciplinares estavam
chegando ao fim. A Sociedade de Controle nasce da combinação entre Disciplina e Biopolítica.

2) “(...) O segredo da ​individuação não é a pessoa, pois que ​a verdadeira individuação é aquela dos
acontecimentos​. É uma ideia estranha, é uma coisa estranha, o acontecimento, pois nele é preciso
distinguir duas coisas: nós não pararemos mais de empurrar nos distinções, de deslocá-las; ou a guerra
irrompe. Vocês me dirão: o que é que se justifica? Demos um salto. Sim, para onde você vai? Isso diz
alguma coisa para você? O que é que isso te diz? O que é que os autores ingleses querem dizer? Eles
querem dizer que ​mesmo as pessoas são individuadas à maneira de acontecimentos​. Simplesmente isso
não se vê. Temos tantos maus hábitos, nos tomamos por pessoas, mas ​não somos pessoas. Somos, à nossa
maneira, pequenos acontecimentos. ​E se somos individuados é à maneira de acontecimentos e não à
maneira de pessoas. É curioso. Digam-me a definição de acontecimento. O que é uma batalha? O que é
um acontecimento? Ah, sim, a morte é o que? É um acontecimento? Qual é a relação do acontecimento
com a pessoa? Uma ferida é um acontecimento? Sim, se eu sou ferido, uma ferida é um acontecimento. É a
expressão de alguma coisa que me acontece ou me aconteceu. Bom, como é individuada uma ferida? Ela é
individuada porque ela acontece em uma pessoa? Ou então eu chamaria de pessoa aquele a quem a ferida
acontece? Complicado… Vocês talvez se lembrem, aqueles que estavam aqui, passei bastante tempo
colocando a seguinte questão: o que é a individuação de uma hora do dia? O que é a individuação de uma
estação? O que é esse modo de individuação que, para mim, não passa de maneira nenhuma pelas pessoas?
O que é a individuação de um vento? Quando os geógrafos falam do vento eles justamente dão nomes
próprios ao vento. Nosso problema dá outro salto. Vocês compreendem?”

3) ​Quando falamos de ​imagem-afeto da perspectiva de Deleuze​, falamos que o afeto puro insiste nas
coisas, embora não tenha existência autônoma a elas. Daí o duplo pólo com que funciona o afetivo: tanto
presença corporal e física em que ele insiste, quanto acontecimento ideal, qualidade-potência que subsiste
num estado de coisa. Em sua elaboração metafísica com o cinema clássico, Deleuze transporta o afeto para
a imagem, construindo o signo da imagem-afeto, que se exprimiu na história do cinema numa infinidade de
filmes, cineastas e escolas. ​A imagem-afeto não é simplesmente uma imagem do afeto, do sentimento
ou da emoção, mas é o próprio afeto enquanto funcionamento da imagem​, isto é, uma imagem regida
pelo duplo pólo da expressão: entre atualidade corporal (corpo afetado), e virtualidade incorpórea (afeto
puro). Esta aula desenvolve o tipo específico da imagem-movimento em que o movimento se condensa na
Expressão. Ou seja, a imagem-afeto, a partir de seu duplo pólo-tendência: a) polo extensivo, do rosto
refletivo, dado por contornos, formas e espanto; e b) polo intensivo, dos traços de rostidade que se
descolam do corpo para formar séries expressivas, paisagens rostificantes ou um regime de espacialidade
bastante especial, o que Deleuze chama de “espaço qualquer”.
● CONCEITOS GERAIS​………………………………………….………...……………………….

Deleuze criou diversos conceitos e um extenso vocabulário pois, segundo ele, não existe um
conteúdo novo sem uma expressão nova.

➢ Alteridade: ​o “Outro” em relação ao sujeito universal; uma noção de Foucault que Deleuze
articula aplicando o conceito dentro de exemplos sem, necessariamente, explicá-los um a um.
➢ Devir: ​vir a ser, vir a se tornar, é um processo, um fluxo, uma experiência, nunca chega a um lugar
(é sempre minoritário); não tem início nem fim, mas somente um meio.
➢ Caos: ​eterno ​devir​, é aquilo no qual o pensamento se efetua. O remédio para o caos é ou recalcá-lo
ou lutar contra ele (e lutar contra ele é o que faz a arte, a ciência e a filosofia). A Filosofia procura
pensar o caos de maneira imanente, tornando-o consistente e não evanescente; criador de si mesmo,
e não destruidor.
➢ Disciplina: ​é um poder que interfere no mecanismo fundamental de todos os corpos; uma maneira
de se exercer o Poder, sendo este uma relação de forças que só reprime em última instância. A
vigilância permitia que a disciplina operasse com um custo reduzido o que, por sua vez, difundiu os
mecanismos disciplinares socialmente. A formação da sociedade disciplinar se dava nesse processo
de produção de individualidade onde cada um é vigia de si e dos outros.
➢ Controle: ​é a nova maneira pela qual se exerce o Poder e ele se afasta da ​Disciplina no que
concerne a disposição do tempo e também do espaço. Se a ​Disciplina marcava o espaço por
Territorializações, o Controle marca por processos de Desterritorialização. Não se trata mais de
capturar o virtual, como o “fora” entre corpo e a potência. Não há mais fora! Para que o Controle
seja contínuo ele não deve apenas interferir na passagem do Virtual ao Atual, ele precisa represar a
passagem. Não se constitui um território onde a ação passe por um filtro, mas faz-se uma introjeção
do filtro. O Virtual deve ser tomado pela Desterritorialização, isto é, a potência de um corpo deve
ser controlada a partir de dentro. Dá no mesmo dizer que o que se deve capturar é o Desejo.
➢ Linhas de força: ​vivem atravessando nossas subjetividades, agenciando nossas identidades.
➢ Linhas-de-fuga: ​as linhas de fuga (ou linhas de escape) têm sempre um potencial, uma espécie de
potência, de possibilidade, de se tornarem linhas de destruição, linhas de desespero e destruição.
Em todo caso se tratam de linhas de vida. E nessas pontas, sobre esses pontos de vida, é aí que se
faz e se cria a vida. Porém, ao mesmo tempo, é aí que a linha de fuga corre o risco de se tornar
linha de morte, em linha de destruição. O Estado controla os corpos e as linhas-de-fuga a tal ponto
que nós desejamos, queremos participar dessa sociedade.
➢ Noção de duplo: ​repetição, duplicatura, retorno do mesmo.

● COM QUEM DIALOGA?​………………………………………………………………………....

➢ Michel Foucault

➢ Outros autores
Jacques Derrida, Baruch Spinoza, Gottfried Leibniz, David Hume, Immanuel Kant, Friedrich
Nietzsche, Henri Bergson.

● COM QUEM DIVERGE?​………………………………………………..………………….

Вам также может понравиться